A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2009 aponta que o brasileiro continua sendo um dos povos mais empreendedores do mundo, com 18,8 milhões tendo alguma atividade empreendedora no ano anterior. O perfil típico do empreendedor brasileiro é de uma mulher jovem entre 18 e 34 anos, que dá preferência para negócios de serviços, mas com baixo nível de inovação. O palestrante Hélio Graciosa destacou modelos de inovação aberta como estratégia para
Revista do Conselho Regional de Administração de São Paulo • CRA-SP - Julho/2010 Ano 33 - nº 289
1. NA PRÁTICA CONHECIMENTO
Terceira idade Universidades corporativas
O Brasil possui 19 milhões de pessoas com De extensões dos departamentos
idade acima de 60 anos. São consumidores de treinamento ao compromisso de
fiéis, que sabem o que querem zelar pelo conhecimento das empresas Julho/2010 Ano 33 - nº 289
Assédio
moral
Um mal
que não pode
ficar impune
2.
3. Carta ao leitor
Respeito, o maior exemplo
Expor os trabalhadores a situações humilhantes e assumem o compromisso de seguir os princípios que
constrangedoras durante a jornada de trabalho e no combatem o assédio moral, não só porque o descumpri-
exercício de suas funções não é um fenômeno novo. mento significa demissão por justa causa, mas também
Tão antigo quanto o trabalho, pode-se dizer que o porque sabem aliar à competência profissional a habili-
chamado assédio moral existe desde que se criaram dade e a capacidade de gerir pessoas. Além disso, abrem
as relações de poder e hierarquia. No entanto, mais canais específicos, do tipo “disque denúncia”, para rece-
do que afirmar que se trata de um conjunto de atitu- ber reclamações, ou criam órgãos para cuidar dos casos
des inadequadas disparado por chefes despreparados relatados, esperando, com isso, que todo colaborador
–profissional e emocionalmente– sobre seus coman- seja um guardião da ética e dos bons costumes.
dados, é preciso ressaltar que esse mal não atinge São, na prática, empresas com administração par-
somente quem dele foi vítima. As empresas também ticipativa e transparente, que facilitam o fluxo de
acabam sendo penalizadas porque os trabalhadores comunicação entre funcionários e direção e que não
atingidos passam a ter baixa produtividade. E mais: possuem qualquer interesse de que esse tipo de pro-
elas têm suas imagens denegridas junto ao público e blema vire uma prática comum. Em ambientes assim,
ao próprio mercado de trabalho. as pessoas são incentivadas –e não pressionadas– a
alcançar os resultados, o que faz com que se tornem
empreendedoras. Dessa forma, as chances de repre-
O assédio moral sálias são bem diminutas.
ainda faz parte Ao publicar o tema como matéria principal, a Re-
vista Administrador Profissional pretende promover
de uma cultura em que –e ampliar– a discussão entre os administradores, bem
algumas pessoas acham como conclamá-los a incentivar os profissionais com
os quais se relacionam no ambiente corporativo para
ser normal tirar vantagens que sigam o que determinam os códigos de ética. Se os
por meio da opressão, verdadeiros líderes são as pessoas que inspiram con-
fiança, nada mais sensato contar com a colaboração
falta de respeito, ameaças de quem foi capacitado para conduzir os destinos das
e chantagens emocionais” organizações no combate desse mal. Empresas con-
sideradas pela sociedade como locais excelentes para
trabalhar e as ganhadoras de prêmio pela excelência na
O assédio moral, infelizmente, ainda faz parte de gestão de pessoas são os exemplos a serem seguidos.
uma cultura em que algumas pessoas, por estarem Boa leitura!
em uma posição superior, entendem ser normal tirar
vantagens de seus comandados por meio da opressão,
falta de respeito, ameaças e chantagens emocionais.
Por mais que as empresas tentem aniquilar esses com-
portamentos, o fato é que a solução para o problema
ainda está muito distante, mas, sem dúvida, passa pela
prevenção e o entendimento entre as duas partes.
Empresas que adotam o ser humano como seu prin-
cipal patrimônio incluem essa preocupação em seus
códigos de ética e de conduta. O respeito, o diálogo, Adm. Walter Sigollo
Presidente do Conselho Regional
o tratamento às pessoas, não importando o seu grau de Administração de São Paulo -
hierárquico, fazem parte de suas gestões. Seus líderes CRA-SP
3
4. Expediente
10 Conhecimento
Surgimento das 06 Panorama
Palestra marca início das atividades do Grupo
Foto: Divulgação
Editor
Conselho Regional de Administração de São Paulo de Excelência em Administração de Pessoas
universidades
Presidente
Administrador Walter Sigollo
corporativas
Diretores
Adm. José Alfredo Machado de Assis
leva em consideração
a consolidação 14 Na Prática
O mercado para a terceira idade
Vice-presidente Administrativo do conhecimento está em franco crescimento
Adm. Paulo Roberto Segatelli Câmara
24
Vice-presidente de Relações Externas
Adm. Cid Nardy Perfil
Vice-presidente de Planejamento O administrador Franklin Lee Feder, presidente
Adm. Joaquim Carlos Dias
Vice-presidente para Assuntos Acadêmicos
da Alcoa, diz ser um apaixonado pela empresa.
Adm. Teresinha Covas Lisboa
“Um caso de amor que dura 30 anos”, confessa
1º Secretário
Adm. Roberta de Carvalho Cardoso
2º Secretário
Adm. Antonio Geraldo Wolff
28 Canal Aberto
Conselhos Regionais, Sindicatos e Associações.
1º Tesoureiro Juntos fortalecem e valorizam as profissões
Adm. Idalberto Chiavenato
34
2º Tesoureiro
Opinião
Conselheiros O administrador Fábio Passerini explica
Marcio Gonçalves Moreira, Anna Luiza do Amaral Boranga, Carlos An-
tonio Monteiro, Alberto Emmanuel de Carvalho Whitaker, Hamilton como as empresas podem evoluir
Luiz Corrêa, Luiz Eduardo Reis de Magalhães, Alexandre Uriel Ortega no contato com os seus clientes
Duarte, Milton Luiz Milioni, Luiz Carlos Vendramini; Representantes
no CFA: Roberto Carvalho Cardoso (efetivo) e Mauro Kreuz (suplente)
18 Capa
Conselho Editorial para RAP 2009/2010
Coordenadora: Adm. Teresinha Covas Lisboa. Adm. Alexandre
Uriel Ortega Duarte, Adm. Anna Luiza do Amaral Boranga, Adm.
Cid Nardy, Adm. Hamilton Luiz Corrêa, Adm. Luiz Carlos Ven-
dramini, Adm. Milton Luiz Milioni, Adm. Paulo Roberto Segatelli
30 Estilo
De forma
Câmara, Adm. Roberta de Carvalho Cardoso. tímida, O assédio moral ocorre
Produção os livros digitais quando condutas abusivas
Conselho Regional de Administração de São Paulo
Depto. de Desenvolvimento Institucional e Relações com IES
começam a e intencionais são usadas para
chegar no Brasil
Coordenação Editorial e Gráfica.........Entrelinhas Comunicação Ltda.
Editor-responsável ............................................................. Luiz Gallo (MTb 14.576)
desqualificar um profissional.
Publicidade..................................Publicidade Nominal Representações Para se precaver desse mal,
Impressão.......................................................Plural Editora e Gráfica Ltda.
Tiragem..............................................................................50.000 exemplares empresas que prezam
ezam
A RAP é uma publicação mensal do Conselho Regional de Administração pela boa administração,
ração,
(CRA-SP), sob a responsabilidade de seu Conselho Editorial.
As reportagens não refletem necessariamente a opinião do CRA-SP. criam canais específicos
cíficos
para receber
denúncias desse tipo
ipo
Rua Estados Unidos, 889 - Jardim América - São Paulo - SP
CEP 01427-001 - Telefone: (11) 3087-3200
atendimento@crasp.gov.br - www.crasp.gov.br
Ilustração: Marcelo Barros
5. Panorama PROFISSIONAL
Revista do Conselho Regional de Administração de São Paulo • CRA-SP
pesquisados, 70% dos empreen-
Quem é o
Fotos: Marcelo Marques
dedores brasileiros dão preferên-
empreendedor
cia para a área de serviços. “O
que chama a atenção, porém, é Inovação não
brasileiro tem receita
que o brasileiro não é inovador”.
Ele disse que o GEM foca nesse
campo a novidade do produto
Quando o assunto para o mercado e o nível de com-
é abrir um negócio, petição a ser enfrentado. Na com- Palestra no CRA-SP
as mulheres binação dessas variáveis, o Brasil marcou o início das atividades
estão na frente é o que possui empreendimentos do Grupo de Excelência
com menor conteúdo inovador. em Administração de Pessoas
O destaque do estudo são as
mulheres. Elas estão à frente de
Para Hélio Graciosa, presidente do CPqD, os desafios das
53% dos novos negócios. Desse organizações passam pela adoção de modelos de inovação
total, 31,5% têm entre 25 e 34
anos, faixa etária que concentra
a maior parcela dos empreende-
dores do País. “Assim, podemos por Sarah Germano Ao deixar de ser uma estatal e pas- Ainda, segundo Graciosa, os
afirmar que o perfil do empreen- sar a fundação de direito privado, o desafios das organizações deste
Romeu Friedlander Júnior, do GEM: dedor brasileiro é de uma mulher Os desafios das organizações do centro de pesquisas, conforme ex- século passam pela adoção de
“o que chama a atenção na pesquisa
é que o brasileiro não é inovador” jovem”, destacou o palestrante, século XXI e o papel estratégico da plicou Graciosa, tirou o peso do Es- modelos de inovação. O aberto,
ao lembrar que esse fenômeno inovação. Esse foi o tema da pales- tado das costas e o desafio passou ou “open innovation”, pressupõe
tra apresentada por Hélio Graciosa, a ser o de viver com as próprias per- que o conhecimento para pro-
presidente do Centro de Desen- nas. Anos antes, em 1990, o CPqD já mover inovações encontra-se em
por Sarah Germano 18 e 64 anos, de cada país en- O brasileiro volvimento em Telecomunicações havia passado por uma reestrutura- qualquer lugar, (parcerias, institui-
O brasileiro continua sendo um
volvido. São consultados tam-
bém especialistas sobre o tema
precisa melhorar (CPqD), maior centro de pesquisa e
desenvolvimento de Tecnologia da
ção, por conta da extinção do plano
de substituição das importações.
ções de pesquisas, universidades
etc) –30% das empresas em todo
dos povos mais empreendedores e pesquisados dados em fontes as habilidades Informação da América Latina, no Com a nova medida, a Telebrás pas- o mundo usam esse modelo, se-
do mundo. De acordo com a úl-
tima pesquisa da Global Entre-
como o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE),
na gestão de CRA-SP, para marcar o início das
atividades do Grupo de Excelência
sou a comprar produtos de outros
fornecedores e o CPqD voltou-se
gundo dados do Instituto Forrester
Research. O fechado é autossufi-
preneurship Monitor (GEM 2009), Serviço Brasileiro de Apoio às negócios em Administração de Pessoas. para o estudo e desenvolvimento ciente, secreto e sem parcerias. Já
que mede o nível de empreende- Micro e Pequenas Empresas (Se- Graciosa usou como exemplo de projetos mais competitivos. o modelo clássico acontece quando
dorismo em 54 países, 18,8 mi- brae), Instituto de Pesquisa Eco- o próprio CPqD, criado em 1976, Para acompanhar a inter na- alguém inventa ou ajuda a aprimo-
lhões de brasileiros realizaram nômica Aplicada (Ipea), Banco se repetiu somente em dois pa- como Centro de Pesquisa e Desen- cionalização da telecomunica- rar um produto. “Inovação não tem
algum tipo de atividade empreen- Mundial, Fundo Monetário In- íses –Guatemala e Tonga (Ilhas volvimento da Telebrás, empresa ção brasileira e a abertura de receita, é uma realização da natu-
dedora no ano passado. A maior ternacional (FMI) e Organização Polinésia). No caso brasileiro, estatal que detinha o monopólio mercados promovidos pelo novo reza humana”, concluiu.
parte tem entre 18 e 34 anos. Os das Nações Unidas (ONU). acredita-se que isso ocorreu por dos serviços públicos de telecomu- cenário, o CPqD teve de mudar,
dados foram apresentados por Para elaborar o perfil do em- causa do nível de instrução fe- nicações no Brasil. Em 1998, com radicalmente. Se antes o mercado
Romeu Friedlaender Júnior, eco- preendedor brasileiro, a pesquisa minino, que supera o masculino, a privatização do sistema Telebrás, era garantido –não havia sequer O modelo
nomista do Instituto Brasileiro
de Qualidade e Produtividade
levou em conta três eixos: a) ati-
tude (oportunidades, medo do
conforme dados do IBGE.
Apesar de diversas conquis-
tornou-se uma fundação de direito
privado, ampliando a sua atuação,
um departamento de Marketing–,
com a reformulação foi obrigado
aberto de
(IBQP) e integrante do GEM, em fracasso, status etc); b) atividade tas, Friedlaender entende que o tanto no escopo como na abran- a adotar uma estrutura comercial inovação, ou
palestra no CRA-SP, a convite do
Grupo de Excelência em Empre-
(mede o tempo do investimento
como empreendedores iniciantes,
empreendedor brasileiro precisa
aumentar o nível de escolaridade,
gência do mercado.”A partir dessa
data, passou a ser um elo entre o
para sua sobrevivência. Hoje, con-
tinua sendo um braço tecnológico
open innovation,
endedorismo e Inovação. novos e estabelecidos); e c) aspi- melhorar as competências e habili- mundo científico e as necessida- do governo, mas a atuação em é usado por 30%
A pesquisa, que é realizada no
Brasil desde 1999, foi feita com
rações (o que, de fato, ele deseja).
Segundo o palestrante, assim
dades na gestão de negócios, com-
preender e investir em inovação e
des da sociedade. O CPqD com-
plementa a universidade e ajuda a
novas áreas, como de energia elé-
trica, por exemplo, o consolidou
das empresas em
2 mil pessoas, com idade entre como acontece em todos os países alcançar o mercado externo. fomentar a indústria”, ressaltou. como um fornecedor de inovação. todo o mundo
6 7
6. Panorama PROFISSIONAL
Revista do Conselho Regional de Administração de São Paulo • CRA-SP
Delegacias Cursos Dtcom
representam o
CRA-SP no interior para agosto
Para servir de apoio aos profis- O Conselho Regional de Administração de São Paulo, em
sionais no interior e, em muitos parceria com a Dtcom Educação e Comunicação Corporativa,
casos, ser a extensão da própria en- empresa de educação a distância atuante nos meios empre-
tidade, o CRA-SP está presente, por sariais de todo o País, disponibiliza em agosto, por meio de
meio de delegacias, em oito regiões uma TV Corporativa, a transmissão dos seguintes cursos para
do Estado. Confira: administradores e tecnólogos em Administração registrados:
• Região de Bauru A
AD Autodesenvolvimento
Delegado: Adm. Helson José B. Fagundes Atendimento eficiente ao cliente (1/4)
Rua Joaquim da Silva Martha, 23
Complemento 11 – 17012.225 - Bauru - SP Atendimento eficiente ao cliente (2/4)
Tel: (14) 3226-5004 Atendimento eficiente ao cliente (3/4)
Atendimento eficiente ao cliente (4/4)
• Região de Campinas Como realizar apresentações de sucesso – Aula 1
Delegado: Adm. João B. Pereira Júnior
Rua Barão de Paranapanema, nº146
Como realizar apresentações de sucesso – Aula 2
conj. 44 A – 13026-010 - Campinas - SP Word II – Intermediário (4/5)
Tel: (19) 3251-9688/3251-9660 Word – Tópicos sobre a versão 2007 (5/5)
• Região de Jundiaí GC Gestão Corporativa
Delegado: Adm. Eric Jacques L. Winandy
Avenida Dr. Sebastião Mendes Silva, 901 Série Profissional: Introdução ao
13208-090 - Jundiaí - SP gerenciamento de projetos (1/5)
Tel: (11) 4586-7299 Série Profissional: Iniciação do projeto (2/5)
• Região de Piracicaba Série Profissional: Planejamento do projeto (3/5)
Delegado: Adm. Roberto Tayar Série Profissional: Execução e controle do projeto (4/5)
Rua Alferes José Caetano, 720 - Sala 25 Série Profissional: Encerramento do projeto (5/5)
13400-120 - Piracicaba - SP Introdução à Gestão do Conhecimento
Tel: (19) 3402-4841 Por que gestão do conhecimento empresarial?
• Região de Ribeirão Preto GP Gestão Pública
Delegado: Adm. Marcos Silveira Aguiar
Coord. Regional: Adm. Marcelo Torres NR10: Introdução à eletricidade básica I (1/14)
Avenida Braz Oláia Acosta, 727 – conj. 109 NR10: Introdução à eletricidade básica II (2/14)
14026-040 - Ribeirão Preto – SP
Tel: (16) 3621-1061 – Fax (16) 3621-3827
NR10: Introdução à eletricidade básica III (3/14)
E-mail: delegacia.ribeiraopreto@crasp.gov.br NR10: Introdução à segurança com eletricidade (4/14)
NR10: Medidas de controle do risco elétrico (5/14)
• Região de Santos NR10: Choque elétrico – Riscos e prevenção (6/14)
Delegado: Adm. Itamar Revoredo Kunert Fundamentos e prática na área pública
Rua Leonardo Roitman, 27 – conj. 43
11015-550 – Santos - SP
Tel: (13) 3223-2629 Os cursos são transmitidos na sede do Conselho, de
• Região de São José do Rio Preto segunda à sexta-feira, das 10h às 19h. Para assisti-los, os
Delegado: Adm. José Carlos Simões interessados devem se inscrever pelo e-mail eventos.parti-
Rua Luiz Antônio da Silveira, 89 cipe@crasp.gov.br ou pelo telefone (1 3087.3200 – Depar-
1)
15025-020 - São José do Rio Preto - SP
Tel: (17) 3234-1676 tamento de Relações Externas, mencionando o programa, a
data e a hora de sua escolha. A programação completa dos
• Região de Sorocaba
Delegado: Adm. Gilberto Dilela Filho
canais pode ser conferida em www.crasp.gov.br/dtcom
Rua Padre Luiz, 17 – 12º andar - sala 128 A participação é livre, mas, como as vagas são limita-
18035-010 - Sorocaba - SP das, recomenda-se que as reservas sejam feitas, pelo me-
Tel: (15) 3211-0987 nos, com uma semana de antecedência à data desejada.
8
7. Conhecimento PROFISSIONAL
Revista do Conselho Regional de Administração de São Paulo • CRA-SP
Do trabalho por Sarah Germano dessa natureza em todo o País.
Duas décadas depois, são cerca
Segundo ela, essas escolas sur-
giram a partir de um novo am-
pelo conhecimento das empre-
sas, o que significa mais do que
N
o começo não passavam de 400, conforme estimativa da biente de negócios das empresas e elaborar currículos educacionais
para a escola
de extensões do Depar- Faculdade de Economia e Ad- levam em consideração a consoli- e disponibilizá-los. “Isso implica
tamento de Treinamento ministração da Universidade de dação do conhecimento, o foco na na organização, armazenamento
e Desenvolvimento. Hoje, em São Paulo (FEA-USP). capacidade da empregabilidade/ e compartilhamento do conheci-
função de o ambiente de negó- O termo “universidade corpo- ocupacionalidade e a educação mento, por meio de sistemas de
cios ser marcado pela inovação rativa” é creditado à consultora voltada para a estratégia mundial. informação”, enfatiza.
constante, flexibilidade, com- norte-americana Jeanne Meister, “Esse crescimento se deve ao mer- O administrador Adriano Amui,
petitividade e, principalmente, autora de livros sobre o tema e cado cada vez mais globalizado, professor da Escola Superior de
As universidades corporativas pelo fato de o conhecimento es- considerada sinônimo no desen- que pressiona as organizações a Propaganda e Marketing (ESPM)
tar focado no ramo de atividade volvimento desse tipo de estabe- investirem na qualificação de seus e diretor do Instituto Nacional de
são o principal departamento das de cada organização, as univer- lecimento. Segundo ela, trata-se Vendas e Trade Marketing, entende
empresas que se comprometem sidades corporativas passaram
a ser vitais para as grandes em-
de um guarda-chuva estratégico
para a capacitação e educação O mercado
que a necessidade de um meca-
nismo que preserve e fortaleça a
com o desenvolvimento contínuo presas. Prova disso é que no iní- de funcionários, clientes e forne-
globalizado cultura organizacional e o incre-
cio dos anos 1990, havia pouco cedores, que busca otimizar as mento da percepção do vínculo da
de seus colaboradores menos de dez estabelecimentos estratégias organizacionais, além pressiona as valorização do colaborador, seu
de ser um laboratório de apren- desenvolvimento e consequente
dizagem para a organização de organizações retenção são fatores que contri-
um pólo permanente. Ou, como
define o professor Luca Borroni,
a investir na buem para o crescimento das uni-
versidadores corporativas.
diretor de Educação Executiva do qualificação
Instituto de Ensino e Pesquisa Primeira brasileira
(Insper/Ibmec), uma tendência de seus A primeira empresa a criar uma
das grandes corporações em gerir
a educação de seu corpo de fun-
colaboradores” universidade corporativa no Brasil
foi a Accor, rede francesa do ramo
cionários, de forma mais focada. Administradora Marisa Eboli, de hotelaria, em 1992. Segundo Ja-
O primeiro registro de uma uni- professora da FEA-USP cques Métadier, responsável pela
versidade corporativa data de 1956,
quando a norte-americana General
Electric passou a investir na capaci- colaboradores e a se comprome-
Foto: Divulgação
tação de seus funcionários. Devido terem com seu desenvolvimento
ao pioneirismo, é objeto de estudo contínuo, como um elemento-
para diversas corporações e aca- chave na criação de diferencial
dêmicos ao redor do mundo. Nos competitivo”, aponta Marisa.
Estados Unidos, o ápice desse tipo A ideia na época, relata Augusto
de educação se deu entre as déca- Gaspar, diretor de Professional
das de 1960 e 1970. No Brasil, as Services da Micropower, empresa
empresas passaram a se preocu- especializada em soluções corpo-
par com o tema por volta de 1995, rativas, era unificar os esforços
atesta a administradora e profes- de treinamento das grandes cor-
sora Marisa Eboli, da FEA-USP, e porações. “A maioria dos casos
organizadora do livro “Educação era de responsabilidade de cada
Corporativa no Brasil” (Editora departamento e tinha pouco ali-
Gente). “Eram experiências pontu- nhamento com os objetivos da
ais”, ressalta, ao revelar surpresa organização”. Ele explica que, aos
Luc Borroni un ve s dade
Luca Borroni: “universidades
Luca Borroni: “universidades
uc orron univer ades
u r ni: n e
rroni univer
com o crescimento dessas univer- poucos, as universidades corpo- corporativas são uma tendência”
corporativas
corpo ativa são
corporativas sã uma te dê ia
o
or t a te ê a
tendência”
en
sidades no País, de 2000 em diante. rativas assumem o papel de zelar
10 11
8. Conhecimento PROFISSIONAL
Revista do Conselho Regional de Administração de São Paulo • CRA-SP
como os de liderança e os de forma- números. Quando assumimos a Apesar de existir, desde 1996, diada em Curitiba, PR, recebe Para Gaspar, da MicroPower, a
Foto: Divulgação
ção técnica nas áreas de mecânica construção da rede, muitos fun- um programa de educação cor- alunos de outros Estados onde educação a distância traz benefícios
e elétrica. A UniALL também mi- cionários sequer tinham segundo porativa denominado “Crescer mantém operações. A Universi- como redução de despesas de deslo-
nistra um curso de pós-graduação grau completo. Hoje, no máximo, com a Caixa”, a universidade da dade Caixa usa essa ferramenta camento de pessoal. “A facilidade de
em Engenharia Ferroviária, reco- 10 pessoas estão no programa Caixa Econômica Federal iniciou para alcançar seus mais lon- acesso aos conteúdos e a uniformi-
nhecido pelo Ministério da Educa- “Nos trilhos da Educação”, vol- as operações em 2000, com o gínquos funcionários. A Accor dade de transmissão dos conceitos
ção e direcionado exclusivamente tado a não concluintes do ensino aumento da demanda dos cur- também tem essa intenção. são também facilitadas”, conclui.
aos funcionários da empresa. médio”, comenta. sos de capacitação profissional.
Os investimentos em educação, “Além do conhecimento, preci-
segundo Marcela, também con- Passando de ano samos desenvolver a habilidade
tribuíram para a empresa apre- A Universidade Ambev nas- e a at it ude dos f uncionários”,
sentar um crescimento de 15%, ceu com a finalidade de profis- explica Zirla na Menezes Tei-
desde sua fundação, há 13 anos. sionalizar a rede de revendas da xeira, gerente nacional de edu-
“Não podemos dissociar esses Brahma, após a compra da em- cação corporativa do banco. Ela
presa pelo Grupo Garantia. “O acredita que todo o quadro de
objetivo da capacitação era ga- mais de 81 mil funcionários já
Accor Académie na América Latina, É uma rantir a entrega dos produtos no tenha feito algum curso, espe-
o projeto surgiu da necessidade de
capacitação dos empregados. maneira mercado e com isso a presença
da marca”, explica Eliana Vold-
cialmente o de capacitação que
é obrigatório após a admissão.
A relação entre o investimento no de fidelizar man, especialista corporativa de Além de alcançar diversos prê-
colaborador e sua eficácia é men- treinamentos da universidade. mios, como o Interamericano de
cionado por Métadier como um dos e enxergar a Entre os resultados alcançados Resp onsabilidade Cor p orativa
principais resultados alcançados
pela organização. “É uma maneira
importância dos pela organização, que desde
sua criação recebeu mais de R$
nas Américas 2005 e o Finance
2009, na categoria Educação e
também de fidelizá-los, de enxer- colaboradores. 150 milhões de investimentos, Treinamento, Zirlana gaba-se do
gar sua importância. Se treinarmos
nossos colaboradores, o serviço vai
Se treinarmos, Eliana lista a formação de pelo
menos 80 diretores e mais de
número de horas de ensino para
cada aluno –137,6 contra 100,
ser melhor”, afirma. o serviço vai 32 mil pessoas treinadas em que é a média nacional.
Outro exemplo é o da UniALL,
da América Latina Logística (ALL),
ser melhor” 654 cursos oferecidos. Para este
ano, os recursos para a área
Segundo estudo do profes-
sor Sebastião Guimarães, autor
maior empresa de serviços de lo- Jacques Métadier, responsável pela Accor serão de R$ 20 milhões, 25% de diversos livros sobre trei-
gística da América do Sul. Marcela Académie na América Latina (foto acima) superior aos do ano passado. na mento e consultor da área,
Aidar, coordenadora do Desen- uma empres a at inge o n ível
volvimento de Gente, diz que o de excelência em t reina mento,
surgimento da escola tem origem quando o número de horas de-
na necessidade de formação de dicada s a cada f uncionário é
profissionais específicos não en- superior a 100.
contrados no mercado, caso de
maquinistas. “Com o tempo, fo- Ensino a distância
mos criando cursos que agregas- A Pesquisa Nacional sobre Prá-
sem valor ao nosso negócio”, diz, ticas e Resultados da Educação
ao comentar sobre o crescimento Corporativa, coordenada pela
da universidade. A UniALL está professora Marisa Eboli, aponta
Foto: Anderson Tozato
aberta a todos os funcionários da um grande potencial de cresci-
empresa, gratuitamente. “Alguns mento das práticas de educação
participam de mais de um curso, corporativa a distância.
outros procuram uma formação A ALL é uma das empresas
“Muitos procura
“Muitos procuram uma formação
“Muitos procuram uma formação
M to ro ura
Mu t roc
o ma fo mação
formaç
for ação
o a
qualificada”, explica. qualificada”, diz Marcela Aidar, da ALL
q if ada
qualif cada” iz Ma ce
qualificada”, diz Marcela Aidar, da AL
i Marce
Marce
el idar, ALL
d
da que está pensando no assunto,
Ao todo, são cerca de 30 cursos, já que a sua universidade, se-
12
9. Na Prática PROFISSIONAL
Revista do Conselho Regional de Administração de São Paulo • CRA-SP
O mercado O consumo na
terceira idade 77%
Gastam entre
70%
Não compram por
72%
Saem de casa
Responsáveis por
10% do varejo
físico e
promissor e 50%
19 milhões R$ 100 e R$ 150 impulso, além de todos os dias no varejo
de brasileiros mensais no mercado evitarem compras virtual por
R$ 7,5
são idosos nos fins de semana
20% R$ 777,60
exigente da
Fonte: Provar,
bilhões
Datafolha e IBGE
Associam as 80% É o potencial É a renda média
compras a uma Possuem algum de consumo da aposentadoria
atividade de lazer tipo de renda da terceira idade dos brasileiros
terceira idade por Almir Teixeira a percepção de que se trata de um o primeiro é composto basica-
segmento heterogêneo, composto mente por homens, no segundo
Consumidores
P
essoas estabilizadas fi- por pessoas com necessidades e predominam as mulheres. Ou-
nanceiramente, com von- gostos diversos. “Ao tratar a ter- tra diferença fundamental é que
com mais de tade de consumir, pouca ceira idade como grupo homogê- o primeiro grupo não costuma
60 anos são sazonalidade nos hábitos e custo
baixo para ser impactado. Aquilo
neo, as empresas e profissionais
podem estar deixando de lado
consultar farmacêuticos sobre
seus problemas de saúde, prática
numerosos, fiéis, que parece ser a descrição do
sonho de qualquer gerente de
oportunidades de oferecer pro-
dutos e serviços que realmente
recorrente no segundo. Ou seja,
cada grupo demanda produtos
heterogêneos Marketing de multinacional é, correspondam aos desejos e ne- e serviços específicos.
na verdade, o retrato dos consu- cessidades deste público tão di- Mas, como se trata de um mer-
e sabem o midores brasileiros com mais de versificado”, aponta o trabalho de cado em exploração inicial, são as
que querem 60 anos de idade. Um prato cheio
para administradores e empresá-
autoria das pesquisadoras Maria
de Lourdes Bacha, Jorgina Santos
semelhanças que ainda ditam os
produtos disponíveis. As acade-
rios que lutarão, cada vez mais, e Vivian Iara Strehlau. mias de ginástica, por exemplo, são
por satisfazer esse público e con- Para compreender um pouco o um segmento que já possui empre-
quistar espaço nesse mercado. modo como se dá essa diferen- sas especializadas nesse mercado.
Trata-se de um segmento que ciação, vale destacar a questão Além disso, pequenas e grandes
tende a crescer nos próximos da saúde. A partir de dados co- academias já trazem programas es-
anos. Se, em 2008, as pessoas lhidos na capital paulista, a pes- pecíficos para esse público.
com mais de 60 anos eram 9,49% quisa conseguiu distinguir cinco
da população brasileira, o percen- maneiras diferentes dos idosos
tual deverá subir para 13,67% em lidarem com a questão. Nomeados Ao tratar a
2020 e 18,75% em 2030, segundo de acordo com as características
estimativa do Instituto Brasileiro principais, foram identificados terceira idade
de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2050, quando a expectativa de
os grupos “Irresponsável com a
saúde”, correspondente a 49%
como grupo
vida do brasileiro deverá chegar a
81 anos, a população com mais de
da amostra de classe AB; “Sau-
dável”, 51% da AB; “Neurótico
homogêneo,
60 alcançará 29,75%. com saúde”, equivalente a 36% da deixa-se de
De acordo com a pesquisa “Pa- amostra CD; e “Desencanado com
norama comparativo do lazer da saúde”, representando os outros atender as
terceira idade nas classes AB e CD
em São Paulo: um estudo sobre
64% da amostra CD.
O que serve, por exemplo, para
necessidades
hábitos, atitudes e perfil psico- o grupo “Saudável” nem sempre deste público
gráfico”, de 2009, é fundamental funciona para o grupo “Neu-
para trabalhar com esse mercado rótico com saúde”. Enquanto tão diversificado
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10. Na Prática PROFISSIONAL
Revista do Conselho Regional de Administração de São Paulo • CRA-SP
O atendimento aos idosos, en- ao ano com a operadora. Ou seja, programadas. De maneira mais ge- muito o que evoluir, e os setores
Fotos: Uélson Kalinovski
Foto: José Henrique Vieira
Foto: Divulgação
tretanto, exige um tratamento ex- é um público que já está acos- ral, essa situação inspirou uma mu- de beleza e cuidado pessoal tam-
tremamente diferenciado. “Com tumado a inserir anualmente o dança cultural: os idosos estão cada bém caminham nessa direção”.
quase 20 alunos no Bio Master, produto ‘viagem’ em sua cesta vez mais preocupados consigo mes- Mesmo nesses setores, ele avalia
temos três professores exclusivos. de consumo, e sempre que o faz mos e cuidam da cabeça e do corpo que “nem todo mundo conseguiu
É quase como se eles tivessem um busca uma operadora que possa como nenhuma geração fez antes. ainda acertar a mão das coisas”.
personal trainer”, conta Vanessa. cuidar de todos os detalhes de seu Outra característica importante Mas diante das evoluções das
Outra questão importante é a passeio”. Além disso, Patriani in- revelada pela pesquisa é o custo mudanças e das exigências, po-
acessibilidade à academia que me- forma que se trata de um público para se criar impacto de mídia no demos esperar, em pouco tempo,
rece atenção e cuidados especiais, “exigente”, “detalhista” e “ótimo segmento da terceira idade. Por um mercado mais rico e estru-
às vezes ultrapassando os requi- planejador de viagens”. conta da homogeneidade desse turado. “Haverá produtos mais
sitos exigidos por lei, para que Para se ter uma ideia do peso desse público, o custo de uma campanha personalizados, mais adequados
os clientes não se deparem com mercado, vale destacar que, no caso de marketing para consumidores ao momento que esse consumi-
nenhuma dificuldade. “O fato de da CVC, esse público responde por com mais de 50 anos é 52% menor dor está vivendo”, projeta. Nesse
estarmos num shopping já garante cerca de 25% das vendas totais da do que uma para o segmento de processo, as empresas mais aten-
acesso mais seguro a eles”, diz. operadora. E um destaque: ao con- 18 a 24 anos, e 45% inferior ao de tas têm toda a possibilidade de
Como resultado, ela diz que a trário do estereótipo que existe em 25 a 49 anos, considerando resul- criar novos produtos, usando no-
academia não tem do que se quei- torno do público da terceira idade, tados equivalentes de mídia. vas estratégias, aprendendo mais
xar, pois o tratamento diferenciado os idosos de hoje em dia têm pre- Apesar de todos esses fatores, sobre esse público. Porém, mar-
compensa: “Eles são usuários fi- dileção por viagens mais agitadas, Stephan afirma que “a ficha ainda cas novas também devem surgir,
“Consumidor tercei a idade
“Consumidor da terceira idade
“Consumidor da terceira idade
Co s
C su d er da Paulo Stephan, da Talent, afirma
é exigente e detalhista”,
exigente detalhista”
exigent detalhi ta”
xig n
xigente detalhista”,
ta is a éis. Estou nessa unidade há quatro para localidades que ofereçam atra- não caiu” para as empresas bra- “gerando concorrência saudável, que o público da terceira idade
re sal Valter tr a
ressalta Va er Patriani
ressa ta Valter Patriani
ressalta Va ter Patriani
es a al e ri anos e muitos deles também estão ções durante o dia e a noite, podendo sileiras. “O turismo já aproveita em benefício do consumidor mais é movido pela busca do prazer
aqui esse tempo”. ser realizadas junto com familiares, um pouco, embora ainda tenha maduro”, conclui Stephan.
amigos ou namorados. Além disso,
eles avaliam os destinos pela quan-
A rede Bio Ritmo, que tem di- Não tidade de atrativos, ou seja, quanto
versas unidades na capital pau-
lista, criou, há mais de 4 anos, queremos mais agito e diversão, melhor.
o Bio Master, serviço voltado a que percam a Busca do prazer
pessoas com mais de 60 anos. O
programa estabelece uma série dimensão da Para o diretor geral de mídia
da agência Talent, Paulo Stephan,
completa de exercícios voltados sociabilidade, a busca do prazer é o que move
ao condicionamento físico e mus- esse público. “O que precisava
cular, específicos para a faixa etá- item importante conquistar, esse consumidor já
ria, e aulas teóricas que enfocam
diversas questões relacionadas ao
para qualquer conquistou. Se eu sou saudável
e tenho tempo e algum dinheiro
envelhecimento e à saúde. usuário” para gastar, vou procurar apro-
Vanessa de Oliveira, gerente ge- Vanessa de Oliveira, gerente geral da veitar a vida da melhor maneira
ral da unidade do shopping West unidade do shopping West Plaza da Bio Ritmo possível”, afirma. Stephan acom-
Plaza, em São Paulo, explica que panha de perto o segmento desde
o formato pensado foi o de inse- 2007, quando a Talent realizou o
rir totalmente os idosos no uni- A descrição bate com dados da estudo “A Idade do Poder”, ba-
verso da academia: “Eles fazem CVC, maior agência de viagens seado em pesquisas sobre os há-
tudo o que tem na academia e se do país. Segundo Valter Patriani, bitos de consumo das pessoas
sentem incluídos. Fazemos assim, presidente da empresa, o consu- com mais de 50 anos.
pois não queremos que percam a midor da terceira idade “fecha a Segundo o estudo, os idosos atu-
dimensão da sociabilidade, tão compra do pacote de viagem com ais colhem os frutos da estabilização
importante para eles como para bastante antecedência e tem por da economia brasileira e parte deles
qualquer outro usuário”. hábito viajar pelo menos uma vez usufrui ainda de aposentadorias
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11. Capa PROFISSIONAL
Revista do Conselho Regional de Administração de São Paulo • CRA-SP
Assédio moral Sintomas do assédio
moral na saúde
Entrevistas com 870 vítimas
Sintomas
Crises de choro
Depressão
Mulheres
100
60
Homens
–
70
pode ser fatal
de opressão no ambiente Diminuição da libido 60
60 155
profissional (em %)
Aumento da pressão arterial 40 51,6
Fonte: BARRETO, M. Uma jornada de
humilhações. São Paulo: Fapesp; PUC, 2000 Tentativa de suicídio – 18,3
Especialistas explicam como direitos e saber a diferença entre
esse tipo de agressão e as cobranças
em parceria com Margarida Barreto
e Maria Ester de Freitas. Ao lado de
O assédio
a perseguição no trabalho prejudica o inerentes às relações trabalhistas. Margarida, ele integra a equipe de moral
“É bom deixar claro que o assédio coordenadores do site Assédio Moral
ocorre quando
desempenho e afeta a saúde do profissional moral não é uma simples situação
de conflito ou estresse. Ele ocorre
(www.assediomoral.org), que dis-
põe de farto material informativo e há um conjunto
quando há um conjunto de condu- denuncia casos registrados em todo
tas abusivas, frequentes e inten- o País. Criado em 2001, o endereço de condutas
por Dojival Filho isola o empregado em um setor e
obriga-o a realizar tarefas incom-
funcionários, até não suportar o des-
gaste emocional e pedir demissão.
cionais usadas para constranger e
desqualificar uma pessoa. Na maio-
eletrônico é pioneiro e ganhou o
selo de qualidade Direitos Nota 10,
abusivas usadas
O para constranger
s resultados significativos patíveis com seu currículo e capa- Quem já viveu situação parecida, ria das vezes, o objetivo é colocá-la prêmio concedido pela Rede de
nunca são dignos de elo- cidade de produção. Como se não testemunhou exemplos clássicos de para fora da empresa”, esclarece o Direitos Humanos e Cultura, for-
gios, as sugestões acabam bastasse, a infraestrutura ofere- assédio moral, problema cada vez advogado José Roberto Heloani. mada por grupo de ativistas que uma pessoa”
sendo ignoradas e o mínimo erro cida pela empresa piora e, mesmo mais comum no mercado de tra- Doutor em Psicologia Social pela utilizam a Internet como ferra-
é repreendido com xingamentos privado das condições essenciais balho. Apesar dos aspectos subje- Pontifícia Universidade Católica menta para a defesa da cidadania. José Roberto Heloani,
ou punições constrangedoras. Pior: para produzir de maneira satis- tivos e da abrangência do tema, o (PUC- SP), é co-autor do livro Assédio Desde a criação, o site recebeu doutor em Psicologia pela PUC-SP e
sem explicação formal, o chefe fatória, permanece no quadro de profissional precisa conhecer seus Moral no Trabalho (Editora Cengage), 1,5 milhão de acessos. co-autor do livro Assédio Moral no Trabalho
Ilustração: Marcelo Barros
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