A pesquisa de confiança do setor supermercadista de São Paulo mostrou uma queda no otimismo e no pessimismo em setembro. Apesar da redução no pessimismo, o otimismo também caiu. Os empresários estão mais pessimistas sobre o presente do que o futuro devido às incertezas econômicas globais e nacionais.
Índice de Confiança do setor supermercadista recua em setembro
1. Índice de Confiança do setor supermercadista recua em setembro
Embora pessimismo tenha diminuído, otimismo também registrou redução
A Pesquisa de Confiança dos Supermercados do estado de São Paulo
(PCS/APAS) apontou nível baixo de confiança com relação tanto a percepção atual
quanto a expectativa futura. Em agosto, 38% dos entrevistados estavam otimistas,
enquanto 47% estavam pessimistas. Já em setembro houve queda de parcela que aponta
pessimismo, totalizando 31%, enquanto os otimistas também se reduziram para 33%.
O resultado era de se esperar, diante do quadro de incertezas com relação à atividade
econômica mundial e seus reflexos no Brasil, bem como, o momento de incertezas quanto
à condução da política econômica do governo quanto ao mercado interno. Os
entrevistados que antes esperavam um ambiente estável, já se posiciona com certo
pessimismo, e isso é normal em momentos de incertezas. No entanto, a queda no
pessimismo indica que com a proximidade das festas de fim de ano traz a possibilidade de
fatores positivos que podem influenciar a confiança para os próximos meses.
Quando se compara a percepção atual com a expectativa futura, os entrevistados
apontam maior confiança no futuro em detrimento ao presente. Dos entrevistados, 35%
estão otimistas com o futuro, enquanto, 33% estão otimistas com o presente. Esta
deterioração tanto da percepção atual quanto da expectativa futura da confiança reflete o
cenário macroeconômico vigente diante da crise financeira nos EUA e na Europa, que
mesmo em menor grau deve afetar as demais economias, inclusive o Brasil.
Quando a análise considera o pessimismo, o resultado mostra pequena diferença também
a favor do futuro, 27% estão pessimistas com o futuro, enquanto, 31% estão pessimistas
com o presente. Este resultado também é um fator recorrente em momentos de
turbulência econômica mundial, pois geralmente se espera que a atividade econômica se
recupere, e que o futuro seja melhor do que o presente.
Diante da pesquisa foi possível constatar que o maior impacto pessimista na confiança dos
empresários do setor supermercadista reside na elevação do nível geral de preços da
economia e com as altas taxas de juros do país. Já no que diz respeito ao impacto otimista
na confiança vale ressaltar que o grau de satisfação com o governo estadual é a variável
que apresentou maior influencia dentre as demais variáveis pesquisadas.
O desempenho do setor supermercadista não deve ser afetado de maneira expressiva por
esta queda de atividade econômica mundial, mas as incertezas causam mais cautela por
parte dos empresários. Mesmo diante da crise financeira em outros países, os indicadores
diretamente relacionados ao comércio, e mais especificamente, aos supermercados, como
2. emprego e renda se mantem em elevação, portanto, o setor deve crescer de maneira
sustentada ao longo de 2011.
NOTA METODOLÓGICA
A Pesquisa de Confiança dos Supermercados do estado de São Paulo (PCS/APAS) é apurada
mensalmente pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) desde junho de 2011. Os dados são
coletados juntos aos associados, representando, 85% do faturamento do setor supermercadista do estado de
São Paulo, portanto, a amostra é representativa do comportamento do setor supermercadista no estado de
São Paulo. A pesquisa tem como objetivo identificar o nível de confiança dos supermercados com relação ao
cenário macroeconômico considerando a percepção atual e a expectativa futura. Desta maneira, os dados são
segmentados entre o Resultado Geral, Percepção Atual e Expectativa Futura. As análises dos resultados
auxiliam os empresários do setor na tomada de decisão com relação ao reabastecimento, investimentos,
compras, estoque. E de maneira geral auxilia o mercado na análise de tendências, plano de negócios,
potencialidades, inserção no mercado.
Rodrigo Mariano
Departamento de Economia e Pesquisa | APAS
APAS/DEP/RM
30/09/11