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Tuning
Tuning (expressão inglesa traduzida como afinação, optimização ou
personalização) ou car tuning (afinação/personalização de carros) é
um passatempo que consiste em alterar as características de facto de
um automóvel a um nível de personalização extrema. No contexto
costuma-se imprimir no automóvel um pouco da personalidade do seu
dono; está sendo muito usado para agregar valor desportivo aos carros,
tornando-se assim, a arte de dar ao carro mais desempenho,
mais segurança, mais beleza, tornando-o diferente e único. O tuning é
aplicável a praticamente todos os componentes de um
carro: rodas, pneus, suspensão, alterações no motor, interior,
carroçaria, tubos de escape, áudio. Há quem gaste um valor acima do
próprio preço do carro com peças e acessórios, como pára-choques,
asas, saias, neon, sistemas de NO² (óxido nitroso), etc. Todos estes
componentes podem ser revistos de forma a terem um comportamento
superior ou um aspecto que torne um carro "de série" em algo exclusivo
e único.
O tuning não deve apenas tornar o carro mais bonito. As alterações
feitas, para além de ter preocupações estéticas, devem acrescentar
características ao carro de forma a torná-lo mais potente, não
desprezando a segurança e o comportamento do carro, sendo estas as
características principais a conseguir. Normalmente estas alterações
inspiram-se na competição, tendo os campeonatos de Super Turismo
Europeu e Stock car, contribuindo significativamente para a
disseminação do Tuning em nível mundial. Lançado em 2001, o filme
"Velozes e Furiosos", desencadeou essa tendência pelo mundo inteiro
Tuning no Brasil
O desenvolvimento da categoria no Brasil teve maior reconhecimento
após o lançamento e consagração pública do filme Veloz e Furioso”. Até
então, a personalização dos veículos era limitada, tanto pela pequena
variedade de acessórios e equipamentos disponíveis no mercado, quanto
pela própria cultura.
Antes da estréia de "Velozes e Furiosos" em 2001, o grande foco eram
as competições de som automotivo, sendo a principal tendência
automotiva para aqueles que se interessavam por veículos
personalizados, e arrancada. Gradualmente, esses admiradores
passaram a dispensar uma atenção maior à estética do veículo:
rodas, neon, xenon, suspensão e outros acessórios, entravam na
composição da nota dos concorrentes em alguns campeonatos de som,
enquanto cada vez mais na arrancada os competidores e patrocinadores
preocupavam-se, de forma ainda discreta, com a estética de suas
máquinas.
O marco da história do tuning no Brasil, que também é o marco mundial
da consagração do tuning como vertente cultural e atividade econômica,
é realmente os filmes “Velozes e Furiosos”. Após o filme, revistas
especializadas de carros tunados e som automotivo e arrancada
passaram a dar destaque não só aos veículos "trio elétrico” ou
preparado”, e sim àqueles que tinham características da nova tendência
que começava a se consolidar, o carro inteiro preparado.
Gradativamente, essa tendência foi adquirindo espaço, inicialmente de
forma isolada por aficionados por automóveis, que transformavam seus
veículos em casa, oficinas e lojas de som, com os acessórios disponíveis
no mercado, adesivos, etc. No filme, o principal alvo de transformações
são os automóveis esportivos japoneses, como Mazda RX-7, Mitsubishi
Eclipse, Honda Civic e Toyota Supra. Os carros possuíam, além da
preparação mecânica, adesivos laterais, asas (aerofólios), néon como
iluminação noturna, e visual racing (preparação para corridas). E foi
exatamente o visual que mais se destacou nos primeiros automóveis que
apareceram no Brasil, pelo fato de ser o que mais chamou atenção.
As principais diferenças com relações ao filme, que poderiam ser
considerados uma "regionalização" do estilo do filme, ficaram por conta
tanto dos veículos quanto do nível de preparação. No Brasil, boa parte
dos automóveis tunados tinha motor de pequena cilindrada, e eram
modelos compactos. A realidade de "carros populares" se transformou,
pelo menos no início, na realidade do tuning, ao menos para a maioria
dos apaixonados por carro. As alterações mecânicas eram poucas, e
como a oferta de peças também era pequena, valia a imaginação. Por
isso mesmo, vemos carros que em 2001 eram considerados tuning, hoje
totalmente defasados, desatualizados.
Além das mudanças citadas acima, a regionalização do tunning no Brasil
gerou um novo fruto: O Lixuning. Trata-se de uma série de
modificações bizarras e de mau gosto introduzidas no veículo, longe do
equilibrio estético proporcionado no Tunning. No Lixuning, os carros
costumam ser socados ao máximo, ser cobertos de adesivos de "manos
vida loka s.a", combinações bizarras de peças como lanterna de
Ecosport e farol de Celta em Fusca, rodas orbitais em Palio, entre
outras modificações estéticas de gosto duvidoso. É, esse é o Lixuning!
Hoje, o movimento no Brasil tem mais força, atrai mais investimento, e
o mercado é crescente. É possível ver Volkswagen Gol, um carro voltado
para o mercado nacional e alguns países da América do Sul, Chevrolet
Corsa, que não existe nos EUA, mas é presente no mercado e também é
alvo do tuning na Europa, até o Nissan 350Z, um esportivo de ponta,
japonês, e um dos maiores ícones do mercado atual.
Apesar de serem os esportivos japoneses da década de 90 os
precursores do movimento tuning como ele é conhecido hoje, o mercado
japonês é mais fechado. O estilo JDM (Japan Domestic Market) não é
tão divulgado. Apenas conhecedores do assunto tem contato com ele,
sabem o que significa. Enquanto no Japão o estilo consagrado pelos
filmes “Velozes” evoluiu, e muito, para o resto do mundo as tendências
são outras. Por vários motivos. Os esportivos japoneses são pouco
exportados. O drift, movimento automobilístico lá consagrado, não é
difundido em larga escala. Em contrapartida, vê-se os toda hora clipes
de música Black, ou Hip Hop, com carrões americanos, todo o ambiente
de ostentação, e suas enormes rodas (o estilo DUB). E é aí que se
encontra o Brasil: descobrindo seu próprio caminho em meio às
vertentes mundiais.
Os estilos são variados e aumentam a cada dia. Para o japonês, existem
o Vip Style, que são carros de grande porte, luxuosos, não
necessariamente muito potentes ou novos, e com suspensão muito baixa,
ou o JDM, que tem os carros mais parecidos com os do filme, e
voltados em grande parte para o drifting.
Os europeus têm diversos estilos, diferentes de país para país. Alguns
países têm projetos semelhantes aos brasileiros,
como Espanha e Portugal, Já os adeptos do tuning nos EUA, vêm
ditando as regras, graças à qualidade tecnológica, aos grandes
investimentos. Mas o principal fator, atualmente, é a ascensão do Hip
Hop na música, que espalha para todo o mundo as imagens do estilo
DUB.

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  • 1. Tuning Tuning (expressão inglesa traduzida como afinação, optimização ou personalização) ou car tuning (afinação/personalização de carros) é um passatempo que consiste em alterar as características de facto de um automóvel a um nível de personalização extrema. No contexto costuma-se imprimir no automóvel um pouco da personalidade do seu dono; está sendo muito usado para agregar valor desportivo aos carros, tornando-se assim, a arte de dar ao carro mais desempenho, mais segurança, mais beleza, tornando-o diferente e único. O tuning é aplicável a praticamente todos os componentes de um carro: rodas, pneus, suspensão, alterações no motor, interior, carroçaria, tubos de escape, áudio. Há quem gaste um valor acima do próprio preço do carro com peças e acessórios, como pára-choques, asas, saias, neon, sistemas de NO² (óxido nitroso), etc. Todos estes componentes podem ser revistos de forma a terem um comportamento superior ou um aspecto que torne um carro "de série" em algo exclusivo e único. O tuning não deve apenas tornar o carro mais bonito. As alterações feitas, para além de ter preocupações estéticas, devem acrescentar características ao carro de forma a torná-lo mais potente, não desprezando a segurança e o comportamento do carro, sendo estas as características principais a conseguir. Normalmente estas alterações inspiram-se na competição, tendo os campeonatos de Super Turismo Europeu e Stock car, contribuindo significativamente para a disseminação do Tuning em nível mundial. Lançado em 2001, o filme "Velozes e Furiosos", desencadeou essa tendência pelo mundo inteiro Tuning no Brasil O desenvolvimento da categoria no Brasil teve maior reconhecimento após o lançamento e consagração pública do filme Veloz e Furioso”. Até então, a personalização dos veículos era limitada, tanto pela pequena variedade de acessórios e equipamentos disponíveis no mercado, quanto pela própria cultura.
  • 2. Antes da estréia de "Velozes e Furiosos" em 2001, o grande foco eram as competições de som automotivo, sendo a principal tendência automotiva para aqueles que se interessavam por veículos personalizados, e arrancada. Gradualmente, esses admiradores passaram a dispensar uma atenção maior à estética do veículo: rodas, neon, xenon, suspensão e outros acessórios, entravam na composição da nota dos concorrentes em alguns campeonatos de som, enquanto cada vez mais na arrancada os competidores e patrocinadores preocupavam-se, de forma ainda discreta, com a estética de suas máquinas. O marco da história do tuning no Brasil, que também é o marco mundial da consagração do tuning como vertente cultural e atividade econômica, é realmente os filmes “Velozes e Furiosos”. Após o filme, revistas especializadas de carros tunados e som automotivo e arrancada passaram a dar destaque não só aos veículos "trio elétrico” ou preparado”, e sim àqueles que tinham características da nova tendência que começava a se consolidar, o carro inteiro preparado. Gradativamente, essa tendência foi adquirindo espaço, inicialmente de forma isolada por aficionados por automóveis, que transformavam seus veículos em casa, oficinas e lojas de som, com os acessórios disponíveis no mercado, adesivos, etc. No filme, o principal alvo de transformações são os automóveis esportivos japoneses, como Mazda RX-7, Mitsubishi Eclipse, Honda Civic e Toyota Supra. Os carros possuíam, além da preparação mecânica, adesivos laterais, asas (aerofólios), néon como iluminação noturna, e visual racing (preparação para corridas). E foi exatamente o visual que mais se destacou nos primeiros automóveis que apareceram no Brasil, pelo fato de ser o que mais chamou atenção. As principais diferenças com relações ao filme, que poderiam ser considerados uma "regionalização" do estilo do filme, ficaram por conta tanto dos veículos quanto do nível de preparação. No Brasil, boa parte dos automóveis tunados tinha motor de pequena cilindrada, e eram modelos compactos. A realidade de "carros populares" se transformou, pelo menos no início, na realidade do tuning, ao menos para a maioria dos apaixonados por carro. As alterações mecânicas eram poucas, e como a oferta de peças também era pequena, valia a imaginação. Por isso mesmo, vemos carros que em 2001 eram considerados tuning, hoje totalmente defasados, desatualizados. Além das mudanças citadas acima, a regionalização do tunning no Brasil gerou um novo fruto: O Lixuning. Trata-se de uma série de modificações bizarras e de mau gosto introduzidas no veículo, longe do
  • 3. equilibrio estético proporcionado no Tunning. No Lixuning, os carros costumam ser socados ao máximo, ser cobertos de adesivos de "manos vida loka s.a", combinações bizarras de peças como lanterna de Ecosport e farol de Celta em Fusca, rodas orbitais em Palio, entre outras modificações estéticas de gosto duvidoso. É, esse é o Lixuning! Hoje, o movimento no Brasil tem mais força, atrai mais investimento, e o mercado é crescente. É possível ver Volkswagen Gol, um carro voltado para o mercado nacional e alguns países da América do Sul, Chevrolet Corsa, que não existe nos EUA, mas é presente no mercado e também é alvo do tuning na Europa, até o Nissan 350Z, um esportivo de ponta, japonês, e um dos maiores ícones do mercado atual. Apesar de serem os esportivos japoneses da década de 90 os precursores do movimento tuning como ele é conhecido hoje, o mercado japonês é mais fechado. O estilo JDM (Japan Domestic Market) não é tão divulgado. Apenas conhecedores do assunto tem contato com ele, sabem o que significa. Enquanto no Japão o estilo consagrado pelos filmes “Velozes” evoluiu, e muito, para o resto do mundo as tendências são outras. Por vários motivos. Os esportivos japoneses são pouco exportados. O drift, movimento automobilístico lá consagrado, não é difundido em larga escala. Em contrapartida, vê-se os toda hora clipes de música Black, ou Hip Hop, com carrões americanos, todo o ambiente de ostentação, e suas enormes rodas (o estilo DUB). E é aí que se encontra o Brasil: descobrindo seu próprio caminho em meio às vertentes mundiais. Os estilos são variados e aumentam a cada dia. Para o japonês, existem o Vip Style, que são carros de grande porte, luxuosos, não necessariamente muito potentes ou novos, e com suspensão muito baixa, ou o JDM, que tem os carros mais parecidos com os do filme, e voltados em grande parte para o drifting. Os europeus têm diversos estilos, diferentes de país para país. Alguns países têm projetos semelhantes aos brasileiros, como Espanha e Portugal, Já os adeptos do tuning nos EUA, vêm ditando as regras, graças à qualidade tecnológica, aos grandes investimentos. Mas o principal fator, atualmente, é a ascensão do Hip Hop na música, que espalha para todo o mundo as imagens do estilo DUB.