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Londrina
2018
NATHALYA EDUARDA ESCORSIN
A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Londrina
2018
A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Universidade Norte do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Odontologia.
Orientador: Mariana Marchiori
NATHALYA EDUARDA ESCORSIN
NATHALYA EDUARDA ESCORSIN
A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Universidade Norte do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Odontologia.
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Londrina, 18 de maio de 2018.
Eu acredito em mim mesmo, nos que
estudam comigo, meus amigos e minha
família. Acredito em Deus e ele sempre
me emprestará tudo que necessito para
vencer, contando que eu me esforce para
alcançar meus sonhos. Acredito que
Nossa Senhora Aparecida sempre segura
em minhas mãos para que eu faça um
bom trabalho! Acredito que todas as
noites quando me ajoelho para minhas
orações e clamores a Deus sejam feitas
todas as vontades dele! Peço a
orientação para eu ser mais paciente com
os outros e tolerantes com os que não
acreditam no que eu acredito. Creio que a
Vitória é resultado de muito empenho, não
depende de sorte, nem magia e nem
amigos, e sim de meu esforço! Serei
cauteloso para com meus pacientes quero
trata-los bem para que receba a mesma
educação!
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente а Deus, o ser essencial de minha vida, autor do meu
destino, guia, socorro presente em horas de angústia!
Agradeço а minha Incrível Mãe Silmara, pelo apoio, incentivo em horas
difíceis, de desânimo е cansaço. Obrigada por toda a parceria com que me
acompanhou em toda essa longa jornada. Obrigado pelo incentivo e pela admiração
desse curso que agora tenho o orgulho de concluir. Foram inúmeras noites que me
esperou pela minha ligação para ouvir, atenta, as novidades que a faculdade
proporcionava a cada paciente novo que eu atendia; a cada trabalho entregue.
Obrigado mãe pelos sacrifícios que você fez em razão da minha educação. Nós
sabemos que não foram poucos. Obrigado por tudo.
A minha irmã gêmea Náthaly, cheguei e te encontrei e desde então tive uma
amiga pra vida inteira e passa por tudo isso comigo!
A minha irmã Nashyla, que soube entender e esperar ver o meu crescimento,
para que depois chegue sua vez!
Obrigada minhas irmãs, que em momentos das minhas ausência dedicados
ao estudo superior, fizeram entender que о futuro é feito а partir da constante
dedicação no presente!
A Minha avó Fátima, pelo apoio e ajuda, e as a inúmeras preocupações
causadas, o meu muito obrigada.
Meus agradecimentos aos amigos e companheiros de trabalhos е irmãos na
amizade que fizeram parte da minha formação acadêmica е vão continuar presentes
na minha vida com toda certeza.
Ao Curso Odontologia Universidade Norte do Paraná, е às pessoas que convivi
nesses espaços ao longo desses 4 anos. А experiência de uma produção
compartilhada na comunhão com amigos, todos os dias em clínica, nesses espaços
foram а melhor experiência da minha formação acadêmica.
ESCORSIN, NATHALYA E. a importância do cirurgião dentista na estratégia saúde
da família.2018. 38 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso – Graduação em
Odontologia – Universidade Norte Pioneiro, Londrina, 2018.
RESUMO
O cirurgião-dentista é o profissional da área de saúde responsável pela prevenção e
tratamento das doenças da boca. Percebemos claramente a necessidade de
reformulações nesse modelo de atenção na odontologia. Mudanças que precisam
estar centradas, entre outras coisas, na busca por uma melhor qualidade do cuidado
em relação ao usuário. Pretende-se estudar a estratégia saúde da família como um
modelo de vigilância à saúde que tem a família como centro do processo terapêutico
e que o cirurgião dentista seja parte fundamental nesse processo. Precisamos saber
qual o perfil esperado para o odontólogo inserido na equipe saúde da família.
Realizamos um levantamento de trabalhos que apresentam em sua abordagem a
inclusão da odontologia na estratégia da saúde da família. Entendemos a
importância desse trabalho, para uma melhor reflexão sobre o profissional cirurgião-
dentista em sua integralidade, o presente estudo proporcionará um novo pensar e
um novo agir na prevenção, promoção e recuperação da saúde bucal de uma
população nunca assistida e orientada por um cirurgião dentista no contexto da
Estratégia Saúde da Família.
Palavras-chave: Cirurgião Dentista; Saúde da Família; Palavra Saúde Bucal;
ESCORSIN, NATHALYA E. The importance of the dental surgeon in the family health
strategy.2018. 38 sheets. Course Completion Work - Graduation in Dentistry -
Pioneiro North University, Londrina, 2018.
ABSTRACT
The dentist is the healthcare professional responsible for the prevention and
treatment of diseases of the mouth. We realize clearly the need of redesigns in this
model of attention in dentistry. Changes that need to be focused, among other
things, in the quest for better quality of care in relation to the user. The aim is to study
the family health strategy as a model for health surveillance that has the family as the
center of the therapeutic process and the dental surgeon is a critical part in this
process. We need to know what the profile expected for the dentist inserted in the
family health team. We performed a survey of works that feature in your approach to
inclusion of dentistry in the family health strategy. We understand the importance of
this work, for a better reflection on the professional dentist in your entirety, this study
will provide a new thinking and a new Act on prevention, oral health promotion and
recovery of a population never assisted and driven by a dental surgeon in the context
of the family health strategy.
Keywords: dental surgeon; Family health; Word Oral Health;
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
ESF – ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
SESP – FUNDAÇÃO SERVIÇO ESPECIAL DE SAÚDE PÚBLICA
INAMPS – INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA ASSISTÊNCIA
SOCIAL
CD – CIRURGIÃO DENTISTA
CNSB – CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL
PSF – PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
MS – MINISTÉRIO DA SAÚDE
GM - GABINETE DO MINISTRO/MS
TDH – TÉCNIO HIGIENE DENTAL
ACD – AUXILIAR CONSULTORIO DENTÁRIO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 01
2. A INCLUSÃO DA ODONTOLOGIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA..03
3. ATRIBUIÇÕES DO CIRURGIÃO DENTISTA.......................................................... 08
4. QUALIDADE DE VIDA E MELHORIA NA SAÚDE BUCAL................................. 12
4.1 POLÍTICAS PÚBLICAS E SEUS BENEFÍCIOS..................................................14
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................16
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 17
1
1. INTRODUÇÃO
O cirurgião-dentista é o profissional da área de saúde responsável pela
prevenção e tratamento das doenças da boca e de suas estruturas associadas,
diretamente ou indiretamente. Pela etimologia da palavra, este estaria responsável
somente pela tarefa de cuidar de dentes, porém hoje com algumas mudanças, atua
também na saúde do indivíduo como um todo. Essa mudança implica em
reformulações no processo de formação do profissional da área da saúde, mediante
a valorização de competências que permitam atuar para prevenção da doença e
promoção da saúde. Competências estas que atendam às diretrizes da Política
Nacional de Saúde Bucal as quais destacam que os cuidados em saúde bucal
dispensados pelos cirurgiões-dentistas devem seguir os princípios da gestão
participativa, ética, acesso e acolhimento, universalidade, integralidade e equidade.
Em saúde bucal, a situação epidemiológica brasileira ainda é grave devido às
condições sociais e econômicas da população, à pequena parcela de investimentos
que a área recebe em relação ao total do SUS e ainda existe falta de informação
sobre os cuidados básicos de saúde. Dessa forma no Brasil a cárie dentária e a
doença periodontal são os males que mais acometem a cavidade bucal, sendo a
cárie o mais comum em crianças. A importância de práticas preventivas e
educativas em saúde bucal levou-se a realizar este trabalho de revisão, para
analisa-los em suas propostas, metodologias, possibilidades e limitações, visando
refletir sobre o tema com foco no cirurgião dentista e os desafios da saúde bucal,
sendo assim qual o perfil esperado para o odontólogo inserido na equipe saúde da
família?
A situação alarmante de injustiça fez com que a inclusão do cirurgião dentista
na Estratégia Saúde da Família representasse uma maior possibilidade de acesso
de milhões de brasileiros a um serviço de saúde bucal.
O presente trabalho traz como objetivo descrever as atribuições do cirurgião
dentista na estratégia saúde da família, e sua importância na qualidade de vida dos
usuários do SUS e como objetivos específicos conhecer a trajetória da estratégia
saúde da família e a inclusão da equipe de saúde bucal ao programa, descrever as
atribuições do cirurgião dentista e os procedimentos realizados em conjunto com a
2
equipe de saúde bucal e evidenciar a melhor na qualidade de vida da população
atendida pelo programa.
A orientação metodológica, no presente estudo, encontrou-se voltada para
uma revisão da literatura científica, a partir da qual foi realizado um levantamento de
trabalhos que apresentavam em sua abordagem a inclusão da odontologia na
estratégia da saúde da família. Tratou-se de um trabalho teórico realizado no
primeiro semestre de 2018, onde foram realizadas buscas de dados em artigos no
Lilacs, Medline e Scielo. Foram selecionados 32 trabalhos, entre periódicos,
manuais do ministério da saúde e linhas guias, considerando sua importância frente
ao tema no período de 1994 a 2017. Usando como palavras chaves, cirurgião
dentista; saúde da família; palavra saúde bucal; além de alguns materiais utilizados
durante o curso.
A partir das palavras-chaves, os resumos foram lidos criteriosamente e,
então desta maneira os artigos foram selecionados. A obtenção dos artigos na
íntegra aconteceu através do portal capes de periódicos ou através de fotocópias de
revistas impressas disponíveis na biblioteca. Os artigos foram lidos integralmente e
também fichados pela pesquisadora.
No capítulo 1 são apresentados conceitos referentes a inclusão da
odontologia na estratégia da família. As atribuições do cirurgião dentista e qualidade
de vida e melhoria na saúde bucal são apresentados e discutidos nos capítulos 2 e
3.
3
2 – A INCLUSÃO DA ODONTOLOGIA NA ESTRATÉGIA DA FAMÍLIA
No Brasil, as estratégias de saúde propostas pelo governo, tal como mostra a
história, nem sempre visavam o bem estar da população. As políticas de saúde
refletiam o momento vivido, a economia vigente e as classes dominadoras. Durante
o período da República, as metas eram o saneamento dos portos e núcleos
urbanos, no intuito de manter condições sanitárias mínimas e facilitar as relações
comerciais com o exterior (ROSA & LABETE, 2005).
A década de 1950 viu surgir as primeiras ações odontológicas estatais no
Brasil. O Serviço Especial de Saúde Pública desenvolvia ações baseadas
em programas principalmente nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste.
Porém apenas nos anos da década de 1970, e ao final deles, que se iniciou
a expansão da assistência odontológica no setor estatal (NARVAI,1994, p.
79,80).
Narvai (1994) traz uma discussão à respeito do termo “modelo assistencial”.
Segundo o autor, esse modelo assistencial, refere-se aos consumidores individuais
num conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos. Se opondo a palavra
“assistência”, é feita uma inferência a palavra “atenção”, onde define ações e
assistência odontológica individual, não podendo esgotar somente nela e em
contrapartida agregações no setor da saúde externa. Diante das definições de
assistência e atenção, o autor também caracteriza a organização das ações
coletivas e individuais prestadas à população, para que haja um melhor
atendimento e direcionamento nos sistemas de trabalho de saúde bucal.
uma discussão à respeito do termo “modelo assistencial”. Segundo o autor,
a palavra “assistência” remete a uma certa “limitação do objeto”, pois se
refere exclusivamente ao “conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos
dirigidos a consumidores individuais”. Em oposição à palavra “assistência”,
é feita referência à palavra “atenção”, sendo definida como um “conjunto de
ações que, incluindo a assistência odontológica individual, não se esgota
nela” (p. 4), podendo inclusive agregar ações externas ao setor saúde.
Diante das definições de assistência e atenção, o autor utiliza o termo
“sistemas de trabalho em saúde bucal” para caracterizar a organização das
ações coletivas e individuais prestadas à população.( NARVAI,1994, p.4)
4
No Brasil teve uma época em que o modelo de assistência em saúde bucal
era chamado Sistema Incremental, muito similar com o atendimento prestado pela
Fundação Serviço Especial de Saúde Pública - FUNDAÇÃO SESP, que era na
década de 50 um órgão responsável pela parte assistencial da saúde da população.
Esse órgão surgiu para contrapor os sistemas livre utilizados pela odontologia em
décadas anteriores.
No Sistema Incremental os recursos eram preventivos e limitavam-se a
adição de flúor na água de abastecimento. Com a falta desse recurso a população,
indicava-se a aplicação tópica de fluoreto de sódio a 2% nas crianças com idades de
7, 10 e 13 anos. Era portanto, um modelo de ação restauradora caracterizado pelo
misto (preventivo-curativo). Contava também com um plano de ação de aplicação
de flúor. Outro detalhe de suma importância é que o programa tradicional não
contava com a preocupação do desenvolvimento da cárie e não deixa de ser
eliminatório, pois atende somente crianças da faixa etária escolar de 6 a 14 anos.
Dessa maneira, o restante da população de faixa etária diferente, permanecia sem o
atendimento odontológico. ( ZANETTI, 2000).
Segundo os dados do Ministério de Saúde, coletados em grandes
levantamentos epidemiológicos nos anos de 1986 e 2004, nas últimas décadas a
população jovem brasileira vem se modificando e com isso houve uma diminuição
significativa de cárie da população brasileira. A ineficácia se fez presente aos
primeiros modelos de atenção voltadas a saúde bucal no Brasil, na medida em que
não responderam aos problemas de saúde da população, devido ao alto custo na
execução e baixo rendimento, apesar que hoje houve grande desenvolvimento
científico e tecnológicos na Odontologia. (BRASIL, 1988; BRASIL, 2003)
O Brasil Sorridente tem como finalidade ser uma política de ampliação e
qualificação da atenção em saúde bucal em todos os níveis, na busca de assegurar
também atendimentos de maior complexidade. A saúde bucal entrou efetivamente
na agenda de prioridade do governo dezessete anos após a realização da 1ª
Conferência Nacional de Saúde Bucal e do 1º Levantamento Epidemiológico em
Saúde Bucal, realizados em 1986, em que apontou a precária situação da saúde
bucal. (MOYSÉS, 2013)
5
Os anos se passaram e após os resultados obtidos com os modelos
assistencialistas, o governo conclui que implantaria a Estratégia Saúde da Família,
pensando numa maneira de reorganizar a atenção básica no Brasil.
Os modelos assistenciais de saúde bucal deixaram marcas na Odontologia
atual. A assistência odontológica pública era um direito apenas de contribuintes do
INAMPS ( Instituto Nacional de Assistência Médica da Assistência Social). Após
promulgada e homologada a Constituição Federal de 1988 e a Criação do Sistema
Único de Saúde (SUS) essa realidade se transformou. A assistência odontológica
passou a ser direito de todo e qualquer cidadão. As ações priorizadas eram
curativas, restritas e isoladas, num consultório, livre de demanda e somente
realizada por um cirurgião dentista (CD). (PUGIN; NASCIMENTO; COHN, 1996)
Com a chegada dessa nova política nacional de saúde pós 1988, abriu-se a
oportunidade da criação de novos vínculos entre os sujeitos históricos. Sendo esses
sujeitos: trabalhadores de saúde, gestores, acadêmicos e a população em geral.
Todos com igualdade de condições para intervir nas necessidades de uma
sociedade em busca de uma melhor saúde bucal. Diante dessas ações observa-se
a real importância da inserção da odontologia no SUS, como mudança da prática,
buscando novos conceitos e formas para melhor organizar a saúde bucal da
população. ( BRASIL, 2006)
Hoje a estratégia prioritária para a reorganização da atenção à saúde primária
no Brasil, se dá através da Saúde da Família, reafirmando os princípios e valores da
ampla saúde da família. Sendo assim, é necessário uma ação multidisciplinar, onde
a equipe de saúde é estimulada a reconhecer que através dos vínculos e do
fortalecimento da participação social, as especificidades e parcerias entre setores
para alcançar a integral atenção a saúde bucal coletiva. Toda essa articulação deve
produzir mecanismos que protejam a saúde e defendam a igualdade e participação
social. ( BRASIL, 2006 )
A Estratégia Saúde da Família foi concebida pelo Ministério da Saúde em
janeiro de 1994, com o objetivo de proceder à reorganização da prática assistencial
6
em novas bases e critérios, em substituição ao modelo tradicional de assistência,
orientado para a cura de doenças e para a atenção hospitalar (RONCALLI, 2003).
Definimos a Estratégia Saúde da Família através de duas novas formas de
tratamento à população: primeiro é tentar reverter a atual forma de prestação de
assistência à saúde; a segunda é a reorganização da atenção básica para o melhor
atendimento à saúde bucal, em resposta a uma nova concepção de saúde. Logo,
essa concepção não é mais centrada somente na assistência da doença, mas, na
promoção da qualidade de vida e na necessidade de intervenção de fatores que a
colocam em risco.
A ESF constitui um marco operacional rumo à transformação do modelo
assistencial brasileiro, impondo a necessidade de rever as atuais práticas (FAMEMA,
2001). Na conjuntura atual da política da saúde brasileira, a ESF tem
desempenhado um papel estratégico para a construção do SUS (FIGUEIREDO et
al., 2010). Constitui-se como processo de reforma incremental do SUS recebendo a
missão de ser o eixo estruturante da organização dos serviços no âmbito do sistema
público do Brasil. Tornou-se o carro-chefe do modelo assistencial do SUS e foi
concebido pelo Ministério da Saúde como uma alternativa de promover a
reformulação das ações em saúde, considerando que o modelo tradicional de
assistência impôs um descompasso entre os princípios do SUS e a realidade
concreta da implantação do sistema de saúde ( SOUZA & RONCALLI, 2007).
De acordo com o Caderno de Atenção Básica nº 17 (BRASIL, 2008),
historicamente, as práticas da Saúde Bucal no Setor Saúde indicam que ela foi
desenvolvida de forma distante no que se refere à integralidade do cuidado, sendo
restrita à prática do cirurgião dentista com seu equipamento odontológico. Por
muitos anos, no Brasil, a inclusão da Saúde Bucal e das atividades odontológicas no
Sistema Único de Saúde (SUS) aconteceram a margem do processo de organização
dos demais serviços de saúde. (MOYSÉS; 2008) De acordo com Narvai e Frazão
(2008), na 1ª Conferência Nacional de Saúde Bucal (CNSB) foi proposta: A inserção
da saúde bucal no sistema único de saúde por meio de um Programa Nacional de
Saúde Bucal com base nas diretrizes da área, respeitando-se as definições que
cabem aos níveis federal, estadual e municipal (...) universalizado, hierarquizado,
7
regionalizado e descentralizado, com a municipalização dos serviços e
fortalecimento do poder decisório municipal, porém os governos que se sucederam
não acataram essa deliberação. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
Programa Saúde da Família (PSF), atualmente intitulado Estratégia de Saúde
da Família (ESF), originou-se em 1994 no Brasil como uma proposta do Ministério
da Saúde (MS) para reformulação do modelo assistencial a partir da atenção básica,
de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). A ESF apresenta-se
como uma nova possibilidade de trabalhar a saúde centralizada na família e não
apenas no indivíduo doente, opondo-se ao modelo anterior (hospitalocêntrico) que
não atende mais as necessidades de saúde da população. (MENDES, 2001).
A Estratégia de Saúde da Família permite uma reflexão de um novo olhar em
busca de políticas públicas sociais, visando um atendimento simplificado, onde
procura expandir a atenção primária dada a saúde e voltar o olhar em direção as
práticas preventivas, educativas e curativas. O foco principal da ESF, é a qualidade
de vida da população, além de promover uma aproximação dos profissionais de
saúde com a comunidade.
Esforços ainda são necessários e muito na área de saúde bucal, embora nos
últimos anos houve a implantação do Programa Saúde da Família e Centro de
Especialidades Odontológicas pelo Ministério da Saúde, faz-se necessário ainda
mais empenho, para uma redução a desigualdade social no acesso, no processo do
cuidado e numa avaliação mais precisa na área de saúde bucal.
As equipes de Saúde da Família, ainda hoje, deparam-se com o desafio de
construir possibilidades efetivas de uma prática, onde pacientes e a população
sejam parte integrantes do trabalho em equipe e façam parte no processo de
construção de um projeto comum. É inadmissível pensar em políticas públicas sem
falar numa parceria com a família. Trata-se de um processo educativo e participativo
para que realmente deixamos para traz as antigas práticas de caráter assistencial,
curativo e prescritivo. Pensando assim, poderemos realmente acreditar numa
promoção da Saúde e qualidade de vida das famílias atendidas pelo programa.
8
3- ATRIBUIÇÕES DO CIRURGIÃO DENTISTA
Historicamente, as práticas da Saúde Bucal no Setor Saúde indicam que ela
foi desenvolvida a distância, sendo feita praticamente entre quatro paredes, restrita à
prática do cirurgião dentista com seu equipamento odontológico. Atualmente, a
incorporação das ações de Saúde Bucal pelo PSF visa transpor esse modelo de
organização e prática anterior, sendo altamente desafiador e difícil, na medida em
que procura integrar a prática dos profissionais da equipe. A aproximação com o
usuário traz a chance de se construir com ele, a autonomia possível para o
enfrentamento dos seus problemas. Enfim, estabelece-se um novo processo
pedagógico, com potencial para que todos possam, ao mesmo tempo, ensinar e
aprender (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
Os cirurgiões dentistas devem realizar diagnóstico, bem como traçar o perfil
epidemiológico da comunidade para que possa planejar e programar ações de
saúde bucal, sendo estas voltadas à promoção da saúde integral do indivíduo de
forma a integrar ações de saúde multidisciplinar.
Entende a promoção da saúde apenas ações voltadas à mudança de
comportamento e prevenção de doenças. Promover a saúde é muito mais além,
pois, requer uma atenção individualizada para fortalecer uma ação comunitária.
Ainda encontramos CD presos ao modelo curativo, portanto de acordo com os
padrões exigidos pelo SUS, esses profissionais, estão mais conscientes em relação
ao novo papel perante a comunidade. O cirurgião-dentista tem como objetivo inserir-
se num plano social, onde possa atuar tanto num consultório particular quanto em
equipes multidisciplinares de saúde. (BRASIL, 2006)
Para atuar na ESF o CD precisa desenvolver competências para além do seu
‘núcleo do saber’, saindo do isolamento da prática restrita ao consultório e ao
equipamento odontológico, assumindo um novo papel na equipe e nas ações de
promoção à saúde. E isto se constitui em um desafio, na medida em que se faz
necessário integrar a prática dos profissionais diante de um cenário marcado pela
maneira fragmentada com que cada especialidade ou subespecialidade cuida de
apenas uma parte da atividade (SCHERER; PIRES; SCHWARTZ, 2009).
A formação acadêmica, as políticas públicas e as atribuições profissionais
constituem as principais normas antecedentes do CD, que antecipam a atividade
9
antes de começar a agir. “As renormalizações são as múltiplas gestões de
variabilidades, a transgressão de normas, assim como a construção de redes e de
comunicação que o trabalho requer” (SCHERER; PIRES; JEAN, 2013, P. 3205)
Todo e qualquer profissional da área da saúde necessita estar em constante
busca por conhecimento e informação para um atendimento de qualidade em saúde
coletiva. É de fundamental importância o treinamento continuado para atender as
necessidades desse profissional.
Moreira (1999) ressalta que o CD somente deve ser incorporado à equipe de
Saúde da Família após treinamento e este deve proporcionar ao profissional a
compreensão da política de saúde proposta pelo Sistema Único de Saúde, estimular
a extinção dos saberes da saúde bucal para o restante da equipe e capacitar o
desenvolvimento de atividades em grupo, tais como de educação em saúde.
Na equipe de saúde da família o CD tem grande importância, pois a saúde
bucal é fundamental na qualidade de vida de qualquer cidadão. Vale ressaltar que o
cirurgião-dentista tem controle quase que absoluto do seu trabalho e cabe a ele
planejar e executar suas atividades, estabelecer prioridades nos atendimentos e
pontuar sua metodologia de trabalho, dispensando a autorização de outros
profissionais. De acordo com a Portaria nº 648/GM são de obrigações do cirurgião
dentista: realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para
o planejamento e a programação em saúde bucal; realizar os procedimentos clínicos
da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências e
pequenas cirurgias ambulatoriais; realizar a atenção integral em saúde bucal
(promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento,
reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a
indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento local, com
resolubilidade; encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a níveis de
assistência, mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento do usuário
e o segmento do tratamento; coordenar e participar de ações coletivas voltadas à
da saúde e à prevenção de doenças bucais; acompanhar, apoiar e desenvolver
atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe de Saúde
da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar;
contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF;
10
realizar supervisão técnica do THD e ACD; e participar do gerenciamento dos
insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
O trabalho do cirurgião-dentista vai além do bem-estar social, pois a saúde
bucal do indivíduo juntamente com um tratamento adequado pode devolver sua
autoestima, bem como seu relacionamento na sociedade. Na ESF, o trabalho é
baseado nas necessidades de saúde dos indivíduos imersos em um contexto
familiar e social. O trabalho do CD é quase que voltado para uma abordagem
individual, mesmo que sua dimensão seja preventiva. Orientam se os indivíduos
para que haja uma mudança de comportamento. Tais atividade pode até ser feita
coletivamente para que recai sobre o indivíduo. O trabalho em clínica não deixa de
manter característica do trabalho artesanal. O ritmo do trabalho odontológico é
lento, o que o diferencia dos demais trabalhos na área da saúde. (BRASIL,2015)
Uma característica fundamental é que o cirurgião-dentista tem total controle
no seu processo de trabalho, ele é quem planeja e executa suas atividades, decide
como fazer e quem atender. Para que os sistemas de saúde funcionem como
devem, é preciso um certo controle da instituição, pois tudo que é em excesso se
torna vulnerável. Pois, cada trabalhador possui suas metodologias de acordo com a
sua visão de mundo. (BRASIL,2015)
Vale ressaltar que deve haver uma relação entre profissional e paciente, pois
o trabalho na área da saúde não pode ser limitado a procedimentos técnicos e sim
centrados ao ato de cuidar. O sucesso dessa relação melhora a qualidade e
aumenta a eficácia dos serviços prestados pelo cirurgião-dentista e o paciente passa
a valorizar mais esse profissional. (BRASIL, 2015)
Esse é o grande desafio para a formação do cirurgião-dentista é sem dúvida
desenvolver de modo igual habilidades técnicas e psicossociais, sem que haja
vantagem para um e dano para outra. É de fundamental importância que o CD
desde sua formação acadêmica, entenda que a qualidade dos serviços prestados é
bem mais que um aparato tecnológico, e mais que isso, precisa levar em conta o
olhar do paciente.
É de grande relevância a tomada de consciência do cirurgião dentista no
processo de melhoria das ações de cuidado. Para isso precisa estreitar os laços
entre paciente e profissional.
11
Claramente a ESF tem sido um novo campo de trabalho para o cirurgião
dentista, que aos poucos tem buscado uma constante capacitação para tal trabalho.
Isso requer que saia de uma lógica centrada na doença e haja em prol da promoção
da saúde do paciente.
Outro desafio que perdura, é a falta de organização do trabalho do CD e a
demanda de pacientes, fator esse que contribui para a concentração do profissional
em suas ações no consultório odontológico e que evita que ele se aproxime da
realidade do paciente, dificultando o estreitamento de vínculos, tão necessário como
já citados. (REIS. SHCERER, CARCERER, 2015)
Em relação ao passado, os avanços na atuação do cirurgião-dentista tem
sido bem significativos, pois a qualidade de vida dos cidadãos está sendo uma
prioridade para o SUS. Embora a técnica da Odontologia era considerada de luxo e
apenas para pessoas de poses, hoje em dia com a inserção do dentista no ESF, a
população em geral tem seus direitos de atendimento garantidos.
12
4 – QUALIDADE DE VIDA E MELHORIA NA SAÚDE BUCAL
Para PETERSEN (2003), todos os indivíduos devem dispor de uma condição
de saúde bucal que lhes permita falar, mastigar, reconhecer o sabor dos alimentos,
sorrir, viver livre de dor e desconforto, e se relacionar com outras pessoas sem
constrangimento.
A saúde bucal constitui parte da saúde geral e elemento essencial para a
qualidade de vida (TESCH; OLIVEIRA, LEÃO, 2007). As pessoas percebem a
importância da saúde bucal para a qualidade de vida sob uma variedade de formas
no domínios físico, social e psicológico, sendo que a capacidade de se alimentar e a
ocorrência de dor e desconforto costumam ser consideradas os aspectos positivos e
negativos mais relevantes para a qualidade de vida, respectivamente (MCGRATH;
BEDI, 2004). Já, outros autores consideram a estética dental um aspecto
fundamental para a autoestima e autoconfiança (DAMASCENO et al. 2002), além de
ser um fator de grande apreciação, componente essencial da aparência, para quem
busca uma vaga de emprego (ELIAS et al, 2001). Principalmente, em se tratando da
alta competitividade no mercado de trabalho, a boa aparência, refletida através de
um sorriso bonito, tornou-se um diferencial de peso(INOUE, et al., 2006). Com a
intensa valorização da aparência na sociedade atual, aqueles que não são de
inclusão social duramente suprimidas. A partir dessa realidade, a dentição pode ser
uma expressão de cainhos de vida desiguais. (MOREIRA; NATIONS; ALVES,2007).
A manutenção preventiva tem sido considerada etapa fundamental do
tratamento odontológico, visando promover e manter a saúde bucal. O
acompanhamento periódico nesta faixa etária é essencial para motivá-los a um estilo
de vida saudável, uma vez que é na infância que hábitos alimentares e de higiene
são incorporados, por isso é fundamental a adoção de medidas preventivas e
educativas para promoção de saúde nesta faixa etária, com envolvimento dos pais e
responsáveis. (MARTINS et al. ,1999).
É importante que os pais sejam incluídos no programa educativo preventivo,
recebendo informações relativas à alimentação e higiene bucal, pois a criança nessa
idade é dependente dos cuidados dos responsáveis. Assim, é necessário um
trabalho conjunto com pais, crianças e educadores em relação aos hábitos
alimentares, higiene bucal, hábitos deletérios e cuidados com a saúde desde a
13
infância, pois as doenças bucais podem levar a dor e perda dentária, uma condição
que afeta a aparência, a qualidade de vida, ingestão alimentar e,
consequentemente, o crescimento e desenvolvimento das crianças (KWAN et al.,
2005).
Conhecer os determinantes da autopercepção da saúde bucal é importante
para entender o comportamento dos indivíduos e como os mesmos avaliam as suas
necessidades. Na atenção odontológica individual, a investigação rotineira da auto
avaliação da saúde pode auxiliar positivamente na adesão dos indivíduos a
comportamentos saudáveis e aos tratamentos propostos (BENYAMINI et al., 2004).
Pacientes que possuem problemas na saúde bucal podem ter um impacto
significante em suas atividades diárias. Fatores como dentes cariados, doença
periodontal, dentes com pouca função, dor de dente, dentes perdidos, posição de
número dos dentes, o fato de usar uma dentadura removível, infrequentes visitas ao
dentista, visitas ao dentista baseadas em problemas, falta de seguro odontológico,
baixa renda, baixo nível de escolaridade, baixa classe social, e problemas de saúde
em geral podem resultar em uma saúde oral relacionada à qualidade de vida
escassa (BAGEWITZ et al., 2007).
Não obstante, estudos prévios encontrados na literatura confirmaram a
influência de condições de saúde bucal na determinação do tratamento a ser
seguido (ESFANDIARI et al., 2009). Inúmeras variáveis clínicas podem modificar a
visão dos pacientes sobre as necessidades de tratamento, tais como apresentação
anatômica e contato prévio com outros tipos de próteses. Além disso, dados
socioeconômicos como idade, renda, estado civil, escolaridade e aspectos da vida
social que incluem a autoestima, interação social, desempenho escolar e
desempenho no trabalho (SISCHO & BRODER, 2011) e a maneira como a saúde
bucal influência a qualidade de vida do indivíduo também são fatores que podem
influenciar a autopercepção e as escolhas do paciente.
No ano de 2000, profissionais de saúde bucal foram incorporados à Equipe de
Saúde da Família, atendendo a solicitações das entidades da classe e da população
(LACERDA, TRAEBERT, 2006). A reorientação das ações de saúde bucal através
da ESF é um requisito apontado para a composição da rede de saúde bucal,
considerando que, a partir da reestruturação desse atendimento, traçam-se,
14
progressivamente, os fluxos entre os pontos de atenção conduzindo a uma plena
interação na RASB (MELLO et al., 2014).
A ESF privilegia a integralidade e a singularidade da pessoa inserida em um
contexto sociocultural e familiar e pretende, assim, romper com uma prática de
atenção à saúde individualizada e descontextualizada. Além disso, o foco do
trabalho na equipe possibilita deslocar o médico ou o atendimento médico do centro
das ações de saúde, fortalecendo o trabalho interdisciplinar e uma concepção de
saúde ampliada para além da ausência de doença (CAMARGO-BORGES, 2007).
4.1 – POLÍTICAS PÚBLICAS E SEUS BENEFÍCIOS
Com a criação da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) em 2004, a
Saúde Bucal no Brasil passou a ser construída em conformidade com os princípios e
diretrizes do SUS. O Programa Brasil Sorridente passou a ser a política de
readequação do modelo de assistência odontológica no Brasil (BRASIL, 2006 d).
A Política Nacional de Saúde Bucal Brasil Sorridente foi lançada em 17 de
março de 2004. Engloba várias ações do Ministério da Saúde na saúde bucal
voltada para cidadãos de todas as idades buscando melhorar as condições de
saúde bucal da população brasileira. Amplia o rol de procedimentos da assistência
odontológica à população através de ações de promoção, prevenção e recuperação
da saúde bucal dos brasileiros. Até a data de sua criação apenas 3,3% dos
atendimentos odontológicos feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) correspondiam
a tratamentos especializados (BRASIL, 2011) Assegura atendimentos nos níveis
secundário e terciário de modo a buscar a integralidade da atenção, além da
equidade e a universalização do acesso às ações e serviços públicos de saúde
bucal.
A proposta da ESF prevê a participação de toda a comunidade, em parceria
com a Equipe de Saúde da Família, na identificação das causas dos problemas de
saúde, na definição de prioridades, no acompanhamento da avaliação de todo
trabalho. Isto é importante para que as pessoas adquiram consciência de que
podem tomar a iniciativa, como sujeitos capazes de elaborar projetos próprios de
desenvolvimento, tanto em nível individual como coletivo (BRASIL, 2006).
15
Essa política apresenta a reorganização da atenção básica por meio da
Estratégia Saúde da Família e da atenção especializada através da implementação
de Centros de Especialidades Odontológicas e de Laboratórios Regionais de
Próteses Dentárias. Além disso a viabilização da adição de flúor nas estações de
tratamento de águas e abastecimentos público.
É reconhecida a importância da saúde bucal como componente da qualidade
de vida das pessoas, no entanto, uma parcela importante da população brasileira
não tem acesso as ações e aos serviços odontológicos (BARROS e BERTOLDI,
2002). A maioria das doenças bucais não ameaça a vida diretamente, porém são
problemas importantes de saúde publica. As razoes de sua importância estão em
sua alta prevalência, demanda publica elevada aos serviços, impacto sobre a vida
dos indivíduos e sociedade em termos de dor, desconforto, limitação, deficiência
social e funcional, interferindo sobre a qualidade de vida (BALDIRSSEROTTO,
1995). A partir deste contexto mudanças na organização dos serviços odontológicos
devem ser feitas (THOMAS et al., 1997), onde a rede de atenção básica deve ser
responsável pela maioria das ações em saúde bucal.
No Brasil, apesar dos avanços recentes, gerados por políticas publicas
implementadas nos últimos anos, tais como a inclusão da equipe de saúde bucal no
programa de saúde da família, implantação dos centros de especialidades
odontológicas (CEO), pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2002b; BRASIL, 2004e),
ainda são necessários esforços para que seja efetivada uma política ampla capaz de
reduzir desigualdades sociais no acesso, num processo do cuidado e na avaliação
dos resultados epidemiológicos da área de saúde bucal. A problemática da demanda
publica dos serviços odontológicos ainda é elevada (MOYSÉS, 1992).
Após o reconhecimento da importância da saúde bucal como parte
fundamental na vida das pessoas, as políticas públicas apresentam um novo
direcionamento de atenção especializada com o ingresso do C.D na Estratégia da
Saúde da Família. A qualidade de vida de qualquer pessoa está diretamente ligada
a uma boa saúde bucal; a autoestima tem uma ligação direta a dentes saudáveis e
bem tratados. Para tanto, uma manutenção preventiva é fundamental no tratamento
da saúde bucal.
16
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cirurgião-dentista é ou deveria ser o profissional da área de saúde
responsável pela prevenção e tratamento das doenças da boca, e hoje após
algumas mudanças e reformulações na área da saúde.
Para que a atuação do cirurgião-dentista ocorra de forma plena na saúde
bucal, fez-se necessário ampliar seus conhecimentos em busca do novo papel que
desempenham agora baseado no princípio do SUS. Para que o cirurgião-dentista
atue na saúde da população de modo adequado, faz-se necessário diminuir e até
corrigir algumas falhas no processo de municipalização.
Precisamos levar em conta que a saúde bucal é um elemento essencial para
a qualidade de vida de qualquer cidadão. Para que um cidadão esteja com sua auto
estima boa, é essencial que sua saúde bucal esteja bem, pois essa saúde é ligada
aos domínios físico, social e psicológicos.
O assunto não se esgota por aqui, o cirurgião dentista precisa estudar e muito
outras possibilidades para que seu trabalho seja realizado de forma adequada nas
Unidades de Saúde.
17
REFERÊNCIAS
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Carentes. Rev. Divulgação, n.10, p.57-63, 1995.
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A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

  • 1. Londrina 2018 NATHALYA EDUARDA ESCORSIN A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
  • 2. Londrina 2018 A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia. Orientador: Mariana Marchiori NATHALYA EDUARDA ESCORSIN
  • 3. NATHALYA EDUARDA ESCORSIN A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia. BANCA EXAMINADORA Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Londrina, 18 de maio de 2018.
  • 4. Eu acredito em mim mesmo, nos que estudam comigo, meus amigos e minha família. Acredito em Deus e ele sempre me emprestará tudo que necessito para vencer, contando que eu me esforce para alcançar meus sonhos. Acredito que Nossa Senhora Aparecida sempre segura em minhas mãos para que eu faça um bom trabalho! Acredito que todas as noites quando me ajoelho para minhas orações e clamores a Deus sejam feitas todas as vontades dele! Peço a orientação para eu ser mais paciente com os outros e tolerantes com os que não acreditam no que eu acredito. Creio que a Vitória é resultado de muito empenho, não depende de sorte, nem magia e nem amigos, e sim de meu esforço! Serei cauteloso para com meus pacientes quero trata-los bem para que receba a mesma educação!
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente а Deus, o ser essencial de minha vida, autor do meu destino, guia, socorro presente em horas de angústia! Agradeço а minha Incrível Mãe Silmara, pelo apoio, incentivo em horas difíceis, de desânimo е cansaço. Obrigada por toda a parceria com que me acompanhou em toda essa longa jornada. Obrigado pelo incentivo e pela admiração desse curso que agora tenho o orgulho de concluir. Foram inúmeras noites que me esperou pela minha ligação para ouvir, atenta, as novidades que a faculdade proporcionava a cada paciente novo que eu atendia; a cada trabalho entregue. Obrigado mãe pelos sacrifícios que você fez em razão da minha educação. Nós sabemos que não foram poucos. Obrigado por tudo. A minha irmã gêmea Náthaly, cheguei e te encontrei e desde então tive uma amiga pra vida inteira e passa por tudo isso comigo! A minha irmã Nashyla, que soube entender e esperar ver o meu crescimento, para que depois chegue sua vez! Obrigada minhas irmãs, que em momentos das minhas ausência dedicados ao estudo superior, fizeram entender que о futuro é feito а partir da constante dedicação no presente! A Minha avó Fátima, pelo apoio e ajuda, e as a inúmeras preocupações causadas, o meu muito obrigada. Meus agradecimentos aos amigos e companheiros de trabalhos е irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação acadêmica е vão continuar presentes na minha vida com toda certeza. Ao Curso Odontologia Universidade Norte do Paraná, е às pessoas que convivi nesses espaços ao longo desses 4 anos. А experiência de uma produção compartilhada na comunhão com amigos, todos os dias em clínica, nesses espaços foram а melhor experiência da minha formação acadêmica.
  • 6. ESCORSIN, NATHALYA E. a importância do cirurgião dentista na estratégia saúde da família.2018. 38 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso – Graduação em Odontologia – Universidade Norte Pioneiro, Londrina, 2018. RESUMO O cirurgião-dentista é o profissional da área de saúde responsável pela prevenção e tratamento das doenças da boca. Percebemos claramente a necessidade de reformulações nesse modelo de atenção na odontologia. Mudanças que precisam estar centradas, entre outras coisas, na busca por uma melhor qualidade do cuidado em relação ao usuário. Pretende-se estudar a estratégia saúde da família como um modelo de vigilância à saúde que tem a família como centro do processo terapêutico e que o cirurgião dentista seja parte fundamental nesse processo. Precisamos saber qual o perfil esperado para o odontólogo inserido na equipe saúde da família. Realizamos um levantamento de trabalhos que apresentam em sua abordagem a inclusão da odontologia na estratégia da saúde da família. Entendemos a importância desse trabalho, para uma melhor reflexão sobre o profissional cirurgião- dentista em sua integralidade, o presente estudo proporcionará um novo pensar e um novo agir na prevenção, promoção e recuperação da saúde bucal de uma população nunca assistida e orientada por um cirurgião dentista no contexto da Estratégia Saúde da Família. Palavras-chave: Cirurgião Dentista; Saúde da Família; Palavra Saúde Bucal;
  • 7. ESCORSIN, NATHALYA E. The importance of the dental surgeon in the family health strategy.2018. 38 sheets. Course Completion Work - Graduation in Dentistry - Pioneiro North University, Londrina, 2018. ABSTRACT The dentist is the healthcare professional responsible for the prevention and treatment of diseases of the mouth. We realize clearly the need of redesigns in this model of attention in dentistry. Changes that need to be focused, among other things, in the quest for better quality of care in relation to the user. The aim is to study the family health strategy as a model for health surveillance that has the family as the center of the therapeutic process and the dental surgeon is a critical part in this process. We need to know what the profile expected for the dentist inserted in the family health team. We performed a survey of works that feature in your approach to inclusion of dentistry in the family health strategy. We understand the importance of this work, for a better reflection on the professional dentist in your entirety, this study will provide a new thinking and a new Act on prevention, oral health promotion and recovery of a population never assisted and driven by a dental surgeon in the context of the family health strategy. Keywords: dental surgeon; Family health; Word Oral Health;
  • 8. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ESF – ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SESP – FUNDAÇÃO SERVIÇO ESPECIAL DE SAÚDE PÚBLICA INAMPS – INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL CD – CIRURGIÃO DENTISTA CNSB – CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL PSF – PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA MS – MINISTÉRIO DA SAÚDE GM - GABINETE DO MINISTRO/MS TDH – TÉCNIO HIGIENE DENTAL ACD – AUXILIAR CONSULTORIO DENTÁRIO
  • 9. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 01 2. A INCLUSÃO DA ODONTOLOGIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA..03 3. ATRIBUIÇÕES DO CIRURGIÃO DENTISTA.......................................................... 08 4. QUALIDADE DE VIDA E MELHORIA NA SAÚDE BUCAL................................. 12 4.1 POLÍTICAS PÚBLICAS E SEUS BENEFÍCIOS..................................................14 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................16 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 17
  • 10. 1 1. INTRODUÇÃO O cirurgião-dentista é o profissional da área de saúde responsável pela prevenção e tratamento das doenças da boca e de suas estruturas associadas, diretamente ou indiretamente. Pela etimologia da palavra, este estaria responsável somente pela tarefa de cuidar de dentes, porém hoje com algumas mudanças, atua também na saúde do indivíduo como um todo. Essa mudança implica em reformulações no processo de formação do profissional da área da saúde, mediante a valorização de competências que permitam atuar para prevenção da doença e promoção da saúde. Competências estas que atendam às diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal as quais destacam que os cuidados em saúde bucal dispensados pelos cirurgiões-dentistas devem seguir os princípios da gestão participativa, ética, acesso e acolhimento, universalidade, integralidade e equidade. Em saúde bucal, a situação epidemiológica brasileira ainda é grave devido às condições sociais e econômicas da população, à pequena parcela de investimentos que a área recebe em relação ao total do SUS e ainda existe falta de informação sobre os cuidados básicos de saúde. Dessa forma no Brasil a cárie dentária e a doença periodontal são os males que mais acometem a cavidade bucal, sendo a cárie o mais comum em crianças. A importância de práticas preventivas e educativas em saúde bucal levou-se a realizar este trabalho de revisão, para analisa-los em suas propostas, metodologias, possibilidades e limitações, visando refletir sobre o tema com foco no cirurgião dentista e os desafios da saúde bucal, sendo assim qual o perfil esperado para o odontólogo inserido na equipe saúde da família? A situação alarmante de injustiça fez com que a inclusão do cirurgião dentista na Estratégia Saúde da Família representasse uma maior possibilidade de acesso de milhões de brasileiros a um serviço de saúde bucal. O presente trabalho traz como objetivo descrever as atribuições do cirurgião dentista na estratégia saúde da família, e sua importância na qualidade de vida dos usuários do SUS e como objetivos específicos conhecer a trajetória da estratégia saúde da família e a inclusão da equipe de saúde bucal ao programa, descrever as atribuições do cirurgião dentista e os procedimentos realizados em conjunto com a
  • 11. 2 equipe de saúde bucal e evidenciar a melhor na qualidade de vida da população atendida pelo programa. A orientação metodológica, no presente estudo, encontrou-se voltada para uma revisão da literatura científica, a partir da qual foi realizado um levantamento de trabalhos que apresentavam em sua abordagem a inclusão da odontologia na estratégia da saúde da família. Tratou-se de um trabalho teórico realizado no primeiro semestre de 2018, onde foram realizadas buscas de dados em artigos no Lilacs, Medline e Scielo. Foram selecionados 32 trabalhos, entre periódicos, manuais do ministério da saúde e linhas guias, considerando sua importância frente ao tema no período de 1994 a 2017. Usando como palavras chaves, cirurgião dentista; saúde da família; palavra saúde bucal; além de alguns materiais utilizados durante o curso. A partir das palavras-chaves, os resumos foram lidos criteriosamente e, então desta maneira os artigos foram selecionados. A obtenção dos artigos na íntegra aconteceu através do portal capes de periódicos ou através de fotocópias de revistas impressas disponíveis na biblioteca. Os artigos foram lidos integralmente e também fichados pela pesquisadora. No capítulo 1 são apresentados conceitos referentes a inclusão da odontologia na estratégia da família. As atribuições do cirurgião dentista e qualidade de vida e melhoria na saúde bucal são apresentados e discutidos nos capítulos 2 e 3.
  • 12. 3 2 – A INCLUSÃO DA ODONTOLOGIA NA ESTRATÉGIA DA FAMÍLIA No Brasil, as estratégias de saúde propostas pelo governo, tal como mostra a história, nem sempre visavam o bem estar da população. As políticas de saúde refletiam o momento vivido, a economia vigente e as classes dominadoras. Durante o período da República, as metas eram o saneamento dos portos e núcleos urbanos, no intuito de manter condições sanitárias mínimas e facilitar as relações comerciais com o exterior (ROSA & LABETE, 2005). A década de 1950 viu surgir as primeiras ações odontológicas estatais no Brasil. O Serviço Especial de Saúde Pública desenvolvia ações baseadas em programas principalmente nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste. Porém apenas nos anos da década de 1970, e ao final deles, que se iniciou a expansão da assistência odontológica no setor estatal (NARVAI,1994, p. 79,80). Narvai (1994) traz uma discussão à respeito do termo “modelo assistencial”. Segundo o autor, esse modelo assistencial, refere-se aos consumidores individuais num conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos. Se opondo a palavra “assistência”, é feita uma inferência a palavra “atenção”, onde define ações e assistência odontológica individual, não podendo esgotar somente nela e em contrapartida agregações no setor da saúde externa. Diante das definições de assistência e atenção, o autor também caracteriza a organização das ações coletivas e individuais prestadas à população, para que haja um melhor atendimento e direcionamento nos sistemas de trabalho de saúde bucal. uma discussão à respeito do termo “modelo assistencial”. Segundo o autor, a palavra “assistência” remete a uma certa “limitação do objeto”, pois se refere exclusivamente ao “conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos dirigidos a consumidores individuais”. Em oposição à palavra “assistência”, é feita referência à palavra “atenção”, sendo definida como um “conjunto de ações que, incluindo a assistência odontológica individual, não se esgota nela” (p. 4), podendo inclusive agregar ações externas ao setor saúde. Diante das definições de assistência e atenção, o autor utiliza o termo “sistemas de trabalho em saúde bucal” para caracterizar a organização das ações coletivas e individuais prestadas à população.( NARVAI,1994, p.4)
  • 13. 4 No Brasil teve uma época em que o modelo de assistência em saúde bucal era chamado Sistema Incremental, muito similar com o atendimento prestado pela Fundação Serviço Especial de Saúde Pública - FUNDAÇÃO SESP, que era na década de 50 um órgão responsável pela parte assistencial da saúde da população. Esse órgão surgiu para contrapor os sistemas livre utilizados pela odontologia em décadas anteriores. No Sistema Incremental os recursos eram preventivos e limitavam-se a adição de flúor na água de abastecimento. Com a falta desse recurso a população, indicava-se a aplicação tópica de fluoreto de sódio a 2% nas crianças com idades de 7, 10 e 13 anos. Era portanto, um modelo de ação restauradora caracterizado pelo misto (preventivo-curativo). Contava também com um plano de ação de aplicação de flúor. Outro detalhe de suma importância é que o programa tradicional não contava com a preocupação do desenvolvimento da cárie e não deixa de ser eliminatório, pois atende somente crianças da faixa etária escolar de 6 a 14 anos. Dessa maneira, o restante da população de faixa etária diferente, permanecia sem o atendimento odontológico. ( ZANETTI, 2000). Segundo os dados do Ministério de Saúde, coletados em grandes levantamentos epidemiológicos nos anos de 1986 e 2004, nas últimas décadas a população jovem brasileira vem se modificando e com isso houve uma diminuição significativa de cárie da população brasileira. A ineficácia se fez presente aos primeiros modelos de atenção voltadas a saúde bucal no Brasil, na medida em que não responderam aos problemas de saúde da população, devido ao alto custo na execução e baixo rendimento, apesar que hoje houve grande desenvolvimento científico e tecnológicos na Odontologia. (BRASIL, 1988; BRASIL, 2003) O Brasil Sorridente tem como finalidade ser uma política de ampliação e qualificação da atenção em saúde bucal em todos os níveis, na busca de assegurar também atendimentos de maior complexidade. A saúde bucal entrou efetivamente na agenda de prioridade do governo dezessete anos após a realização da 1ª Conferência Nacional de Saúde Bucal e do 1º Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal, realizados em 1986, em que apontou a precária situação da saúde bucal. (MOYSÉS, 2013)
  • 14. 5 Os anos se passaram e após os resultados obtidos com os modelos assistencialistas, o governo conclui que implantaria a Estratégia Saúde da Família, pensando numa maneira de reorganizar a atenção básica no Brasil. Os modelos assistenciais de saúde bucal deixaram marcas na Odontologia atual. A assistência odontológica pública era um direito apenas de contribuintes do INAMPS ( Instituto Nacional de Assistência Médica da Assistência Social). Após promulgada e homologada a Constituição Federal de 1988 e a Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) essa realidade se transformou. A assistência odontológica passou a ser direito de todo e qualquer cidadão. As ações priorizadas eram curativas, restritas e isoladas, num consultório, livre de demanda e somente realizada por um cirurgião dentista (CD). (PUGIN; NASCIMENTO; COHN, 1996) Com a chegada dessa nova política nacional de saúde pós 1988, abriu-se a oportunidade da criação de novos vínculos entre os sujeitos históricos. Sendo esses sujeitos: trabalhadores de saúde, gestores, acadêmicos e a população em geral. Todos com igualdade de condições para intervir nas necessidades de uma sociedade em busca de uma melhor saúde bucal. Diante dessas ações observa-se a real importância da inserção da odontologia no SUS, como mudança da prática, buscando novos conceitos e formas para melhor organizar a saúde bucal da população. ( BRASIL, 2006) Hoje a estratégia prioritária para a reorganização da atenção à saúde primária no Brasil, se dá através da Saúde da Família, reafirmando os princípios e valores da ampla saúde da família. Sendo assim, é necessário uma ação multidisciplinar, onde a equipe de saúde é estimulada a reconhecer que através dos vínculos e do fortalecimento da participação social, as especificidades e parcerias entre setores para alcançar a integral atenção a saúde bucal coletiva. Toda essa articulação deve produzir mecanismos que protejam a saúde e defendam a igualdade e participação social. ( BRASIL, 2006 ) A Estratégia Saúde da Família foi concebida pelo Ministério da Saúde em janeiro de 1994, com o objetivo de proceder à reorganização da prática assistencial
  • 15. 6 em novas bases e critérios, em substituição ao modelo tradicional de assistência, orientado para a cura de doenças e para a atenção hospitalar (RONCALLI, 2003). Definimos a Estratégia Saúde da Família através de duas novas formas de tratamento à população: primeiro é tentar reverter a atual forma de prestação de assistência à saúde; a segunda é a reorganização da atenção básica para o melhor atendimento à saúde bucal, em resposta a uma nova concepção de saúde. Logo, essa concepção não é mais centrada somente na assistência da doença, mas, na promoção da qualidade de vida e na necessidade de intervenção de fatores que a colocam em risco. A ESF constitui um marco operacional rumo à transformação do modelo assistencial brasileiro, impondo a necessidade de rever as atuais práticas (FAMEMA, 2001). Na conjuntura atual da política da saúde brasileira, a ESF tem desempenhado um papel estratégico para a construção do SUS (FIGUEIREDO et al., 2010). Constitui-se como processo de reforma incremental do SUS recebendo a missão de ser o eixo estruturante da organização dos serviços no âmbito do sistema público do Brasil. Tornou-se o carro-chefe do modelo assistencial do SUS e foi concebido pelo Ministério da Saúde como uma alternativa de promover a reformulação das ações em saúde, considerando que o modelo tradicional de assistência impôs um descompasso entre os princípios do SUS e a realidade concreta da implantação do sistema de saúde ( SOUZA & RONCALLI, 2007). De acordo com o Caderno de Atenção Básica nº 17 (BRASIL, 2008), historicamente, as práticas da Saúde Bucal no Setor Saúde indicam que ela foi desenvolvida de forma distante no que se refere à integralidade do cuidado, sendo restrita à prática do cirurgião dentista com seu equipamento odontológico. Por muitos anos, no Brasil, a inclusão da Saúde Bucal e das atividades odontológicas no Sistema Único de Saúde (SUS) aconteceram a margem do processo de organização dos demais serviços de saúde. (MOYSÉS; 2008) De acordo com Narvai e Frazão (2008), na 1ª Conferência Nacional de Saúde Bucal (CNSB) foi proposta: A inserção da saúde bucal no sistema único de saúde por meio de um Programa Nacional de Saúde Bucal com base nas diretrizes da área, respeitando-se as definições que cabem aos níveis federal, estadual e municipal (...) universalizado, hierarquizado,
  • 16. 7 regionalizado e descentralizado, com a municipalização dos serviços e fortalecimento do poder decisório municipal, porém os governos que se sucederam não acataram essa deliberação. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986). Programa Saúde da Família (PSF), atualmente intitulado Estratégia de Saúde da Família (ESF), originou-se em 1994 no Brasil como uma proposta do Ministério da Saúde (MS) para reformulação do modelo assistencial a partir da atenção básica, de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). A ESF apresenta-se como uma nova possibilidade de trabalhar a saúde centralizada na família e não apenas no indivíduo doente, opondo-se ao modelo anterior (hospitalocêntrico) que não atende mais as necessidades de saúde da população. (MENDES, 2001). A Estratégia de Saúde da Família permite uma reflexão de um novo olhar em busca de políticas públicas sociais, visando um atendimento simplificado, onde procura expandir a atenção primária dada a saúde e voltar o olhar em direção as práticas preventivas, educativas e curativas. O foco principal da ESF, é a qualidade de vida da população, além de promover uma aproximação dos profissionais de saúde com a comunidade. Esforços ainda são necessários e muito na área de saúde bucal, embora nos últimos anos houve a implantação do Programa Saúde da Família e Centro de Especialidades Odontológicas pelo Ministério da Saúde, faz-se necessário ainda mais empenho, para uma redução a desigualdade social no acesso, no processo do cuidado e numa avaliação mais precisa na área de saúde bucal. As equipes de Saúde da Família, ainda hoje, deparam-se com o desafio de construir possibilidades efetivas de uma prática, onde pacientes e a população sejam parte integrantes do trabalho em equipe e façam parte no processo de construção de um projeto comum. É inadmissível pensar em políticas públicas sem falar numa parceria com a família. Trata-se de um processo educativo e participativo para que realmente deixamos para traz as antigas práticas de caráter assistencial, curativo e prescritivo. Pensando assim, poderemos realmente acreditar numa promoção da Saúde e qualidade de vida das famílias atendidas pelo programa.
  • 17. 8 3- ATRIBUIÇÕES DO CIRURGIÃO DENTISTA Historicamente, as práticas da Saúde Bucal no Setor Saúde indicam que ela foi desenvolvida a distância, sendo feita praticamente entre quatro paredes, restrita à prática do cirurgião dentista com seu equipamento odontológico. Atualmente, a incorporação das ações de Saúde Bucal pelo PSF visa transpor esse modelo de organização e prática anterior, sendo altamente desafiador e difícil, na medida em que procura integrar a prática dos profissionais da equipe. A aproximação com o usuário traz a chance de se construir com ele, a autonomia possível para o enfrentamento dos seus problemas. Enfim, estabelece-se um novo processo pedagógico, com potencial para que todos possam, ao mesmo tempo, ensinar e aprender (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Os cirurgiões dentistas devem realizar diagnóstico, bem como traçar o perfil epidemiológico da comunidade para que possa planejar e programar ações de saúde bucal, sendo estas voltadas à promoção da saúde integral do indivíduo de forma a integrar ações de saúde multidisciplinar. Entende a promoção da saúde apenas ações voltadas à mudança de comportamento e prevenção de doenças. Promover a saúde é muito mais além, pois, requer uma atenção individualizada para fortalecer uma ação comunitária. Ainda encontramos CD presos ao modelo curativo, portanto de acordo com os padrões exigidos pelo SUS, esses profissionais, estão mais conscientes em relação ao novo papel perante a comunidade. O cirurgião-dentista tem como objetivo inserir- se num plano social, onde possa atuar tanto num consultório particular quanto em equipes multidisciplinares de saúde. (BRASIL, 2006) Para atuar na ESF o CD precisa desenvolver competências para além do seu ‘núcleo do saber’, saindo do isolamento da prática restrita ao consultório e ao equipamento odontológico, assumindo um novo papel na equipe e nas ações de promoção à saúde. E isto se constitui em um desafio, na medida em que se faz necessário integrar a prática dos profissionais diante de um cenário marcado pela maneira fragmentada com que cada especialidade ou subespecialidade cuida de apenas uma parte da atividade (SCHERER; PIRES; SCHWARTZ, 2009). A formação acadêmica, as políticas públicas e as atribuições profissionais constituem as principais normas antecedentes do CD, que antecipam a atividade
  • 18. 9 antes de começar a agir. “As renormalizações são as múltiplas gestões de variabilidades, a transgressão de normas, assim como a construção de redes e de comunicação que o trabalho requer” (SCHERER; PIRES; JEAN, 2013, P. 3205) Todo e qualquer profissional da área da saúde necessita estar em constante busca por conhecimento e informação para um atendimento de qualidade em saúde coletiva. É de fundamental importância o treinamento continuado para atender as necessidades desse profissional. Moreira (1999) ressalta que o CD somente deve ser incorporado à equipe de Saúde da Família após treinamento e este deve proporcionar ao profissional a compreensão da política de saúde proposta pelo Sistema Único de Saúde, estimular a extinção dos saberes da saúde bucal para o restante da equipe e capacitar o desenvolvimento de atividades em grupo, tais como de educação em saúde. Na equipe de saúde da família o CD tem grande importância, pois a saúde bucal é fundamental na qualidade de vida de qualquer cidadão. Vale ressaltar que o cirurgião-dentista tem controle quase que absoluto do seu trabalho e cabe a ele planejar e executar suas atividades, estabelecer prioridades nos atendimentos e pontuar sua metodologia de trabalho, dispensando a autorização de outros profissionais. De acordo com a Portaria nº 648/GM são de obrigações do cirurgião dentista: realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal; realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais; realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento local, com resolubilidade; encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a níveis de assistência, mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o segmento do tratamento; coordenar e participar de ações coletivas voltadas à da saúde e à prevenção de doenças bucais; acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF;
  • 19. 10 realizar supervisão técnica do THD e ACD; e participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. O trabalho do cirurgião-dentista vai além do bem-estar social, pois a saúde bucal do indivíduo juntamente com um tratamento adequado pode devolver sua autoestima, bem como seu relacionamento na sociedade. Na ESF, o trabalho é baseado nas necessidades de saúde dos indivíduos imersos em um contexto familiar e social. O trabalho do CD é quase que voltado para uma abordagem individual, mesmo que sua dimensão seja preventiva. Orientam se os indivíduos para que haja uma mudança de comportamento. Tais atividade pode até ser feita coletivamente para que recai sobre o indivíduo. O trabalho em clínica não deixa de manter característica do trabalho artesanal. O ritmo do trabalho odontológico é lento, o que o diferencia dos demais trabalhos na área da saúde. (BRASIL,2015) Uma característica fundamental é que o cirurgião-dentista tem total controle no seu processo de trabalho, ele é quem planeja e executa suas atividades, decide como fazer e quem atender. Para que os sistemas de saúde funcionem como devem, é preciso um certo controle da instituição, pois tudo que é em excesso se torna vulnerável. Pois, cada trabalhador possui suas metodologias de acordo com a sua visão de mundo. (BRASIL,2015) Vale ressaltar que deve haver uma relação entre profissional e paciente, pois o trabalho na área da saúde não pode ser limitado a procedimentos técnicos e sim centrados ao ato de cuidar. O sucesso dessa relação melhora a qualidade e aumenta a eficácia dos serviços prestados pelo cirurgião-dentista e o paciente passa a valorizar mais esse profissional. (BRASIL, 2015) Esse é o grande desafio para a formação do cirurgião-dentista é sem dúvida desenvolver de modo igual habilidades técnicas e psicossociais, sem que haja vantagem para um e dano para outra. É de fundamental importância que o CD desde sua formação acadêmica, entenda que a qualidade dos serviços prestados é bem mais que um aparato tecnológico, e mais que isso, precisa levar em conta o olhar do paciente. É de grande relevância a tomada de consciência do cirurgião dentista no processo de melhoria das ações de cuidado. Para isso precisa estreitar os laços entre paciente e profissional.
  • 20. 11 Claramente a ESF tem sido um novo campo de trabalho para o cirurgião dentista, que aos poucos tem buscado uma constante capacitação para tal trabalho. Isso requer que saia de uma lógica centrada na doença e haja em prol da promoção da saúde do paciente. Outro desafio que perdura, é a falta de organização do trabalho do CD e a demanda de pacientes, fator esse que contribui para a concentração do profissional em suas ações no consultório odontológico e que evita que ele se aproxime da realidade do paciente, dificultando o estreitamento de vínculos, tão necessário como já citados. (REIS. SHCERER, CARCERER, 2015) Em relação ao passado, os avanços na atuação do cirurgião-dentista tem sido bem significativos, pois a qualidade de vida dos cidadãos está sendo uma prioridade para o SUS. Embora a técnica da Odontologia era considerada de luxo e apenas para pessoas de poses, hoje em dia com a inserção do dentista no ESF, a população em geral tem seus direitos de atendimento garantidos.
  • 21. 12 4 – QUALIDADE DE VIDA E MELHORIA NA SAÚDE BUCAL Para PETERSEN (2003), todos os indivíduos devem dispor de uma condição de saúde bucal que lhes permita falar, mastigar, reconhecer o sabor dos alimentos, sorrir, viver livre de dor e desconforto, e se relacionar com outras pessoas sem constrangimento. A saúde bucal constitui parte da saúde geral e elemento essencial para a qualidade de vida (TESCH; OLIVEIRA, LEÃO, 2007). As pessoas percebem a importância da saúde bucal para a qualidade de vida sob uma variedade de formas no domínios físico, social e psicológico, sendo que a capacidade de se alimentar e a ocorrência de dor e desconforto costumam ser consideradas os aspectos positivos e negativos mais relevantes para a qualidade de vida, respectivamente (MCGRATH; BEDI, 2004). Já, outros autores consideram a estética dental um aspecto fundamental para a autoestima e autoconfiança (DAMASCENO et al. 2002), além de ser um fator de grande apreciação, componente essencial da aparência, para quem busca uma vaga de emprego (ELIAS et al, 2001). Principalmente, em se tratando da alta competitividade no mercado de trabalho, a boa aparência, refletida através de um sorriso bonito, tornou-se um diferencial de peso(INOUE, et al., 2006). Com a intensa valorização da aparência na sociedade atual, aqueles que não são de inclusão social duramente suprimidas. A partir dessa realidade, a dentição pode ser uma expressão de cainhos de vida desiguais. (MOREIRA; NATIONS; ALVES,2007). A manutenção preventiva tem sido considerada etapa fundamental do tratamento odontológico, visando promover e manter a saúde bucal. O acompanhamento periódico nesta faixa etária é essencial para motivá-los a um estilo de vida saudável, uma vez que é na infância que hábitos alimentares e de higiene são incorporados, por isso é fundamental a adoção de medidas preventivas e educativas para promoção de saúde nesta faixa etária, com envolvimento dos pais e responsáveis. (MARTINS et al. ,1999). É importante que os pais sejam incluídos no programa educativo preventivo, recebendo informações relativas à alimentação e higiene bucal, pois a criança nessa idade é dependente dos cuidados dos responsáveis. Assim, é necessário um trabalho conjunto com pais, crianças e educadores em relação aos hábitos alimentares, higiene bucal, hábitos deletérios e cuidados com a saúde desde a
  • 22. 13 infância, pois as doenças bucais podem levar a dor e perda dentária, uma condição que afeta a aparência, a qualidade de vida, ingestão alimentar e, consequentemente, o crescimento e desenvolvimento das crianças (KWAN et al., 2005). Conhecer os determinantes da autopercepção da saúde bucal é importante para entender o comportamento dos indivíduos e como os mesmos avaliam as suas necessidades. Na atenção odontológica individual, a investigação rotineira da auto avaliação da saúde pode auxiliar positivamente na adesão dos indivíduos a comportamentos saudáveis e aos tratamentos propostos (BENYAMINI et al., 2004). Pacientes que possuem problemas na saúde bucal podem ter um impacto significante em suas atividades diárias. Fatores como dentes cariados, doença periodontal, dentes com pouca função, dor de dente, dentes perdidos, posição de número dos dentes, o fato de usar uma dentadura removível, infrequentes visitas ao dentista, visitas ao dentista baseadas em problemas, falta de seguro odontológico, baixa renda, baixo nível de escolaridade, baixa classe social, e problemas de saúde em geral podem resultar em uma saúde oral relacionada à qualidade de vida escassa (BAGEWITZ et al., 2007). Não obstante, estudos prévios encontrados na literatura confirmaram a influência de condições de saúde bucal na determinação do tratamento a ser seguido (ESFANDIARI et al., 2009). Inúmeras variáveis clínicas podem modificar a visão dos pacientes sobre as necessidades de tratamento, tais como apresentação anatômica e contato prévio com outros tipos de próteses. Além disso, dados socioeconômicos como idade, renda, estado civil, escolaridade e aspectos da vida social que incluem a autoestima, interação social, desempenho escolar e desempenho no trabalho (SISCHO & BRODER, 2011) e a maneira como a saúde bucal influência a qualidade de vida do indivíduo também são fatores que podem influenciar a autopercepção e as escolhas do paciente. No ano de 2000, profissionais de saúde bucal foram incorporados à Equipe de Saúde da Família, atendendo a solicitações das entidades da classe e da população (LACERDA, TRAEBERT, 2006). A reorientação das ações de saúde bucal através da ESF é um requisito apontado para a composição da rede de saúde bucal, considerando que, a partir da reestruturação desse atendimento, traçam-se,
  • 23. 14 progressivamente, os fluxos entre os pontos de atenção conduzindo a uma plena interação na RASB (MELLO et al., 2014). A ESF privilegia a integralidade e a singularidade da pessoa inserida em um contexto sociocultural e familiar e pretende, assim, romper com uma prática de atenção à saúde individualizada e descontextualizada. Além disso, o foco do trabalho na equipe possibilita deslocar o médico ou o atendimento médico do centro das ações de saúde, fortalecendo o trabalho interdisciplinar e uma concepção de saúde ampliada para além da ausência de doença (CAMARGO-BORGES, 2007). 4.1 – POLÍTICAS PÚBLICAS E SEUS BENEFÍCIOS Com a criação da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) em 2004, a Saúde Bucal no Brasil passou a ser construída em conformidade com os princípios e diretrizes do SUS. O Programa Brasil Sorridente passou a ser a política de readequação do modelo de assistência odontológica no Brasil (BRASIL, 2006 d). A Política Nacional de Saúde Bucal Brasil Sorridente foi lançada em 17 de março de 2004. Engloba várias ações do Ministério da Saúde na saúde bucal voltada para cidadãos de todas as idades buscando melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira. Amplia o rol de procedimentos da assistência odontológica à população através de ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros. Até a data de sua criação apenas 3,3% dos atendimentos odontológicos feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) correspondiam a tratamentos especializados (BRASIL, 2011) Assegura atendimentos nos níveis secundário e terciário de modo a buscar a integralidade da atenção, além da equidade e a universalização do acesso às ações e serviços públicos de saúde bucal. A proposta da ESF prevê a participação de toda a comunidade, em parceria com a Equipe de Saúde da Família, na identificação das causas dos problemas de saúde, na definição de prioridades, no acompanhamento da avaliação de todo trabalho. Isto é importante para que as pessoas adquiram consciência de que podem tomar a iniciativa, como sujeitos capazes de elaborar projetos próprios de desenvolvimento, tanto em nível individual como coletivo (BRASIL, 2006).
  • 24. 15 Essa política apresenta a reorganização da atenção básica por meio da Estratégia Saúde da Família e da atenção especializada através da implementação de Centros de Especialidades Odontológicas e de Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias. Além disso a viabilização da adição de flúor nas estações de tratamento de águas e abastecimentos público. É reconhecida a importância da saúde bucal como componente da qualidade de vida das pessoas, no entanto, uma parcela importante da população brasileira não tem acesso as ações e aos serviços odontológicos (BARROS e BERTOLDI, 2002). A maioria das doenças bucais não ameaça a vida diretamente, porém são problemas importantes de saúde publica. As razoes de sua importância estão em sua alta prevalência, demanda publica elevada aos serviços, impacto sobre a vida dos indivíduos e sociedade em termos de dor, desconforto, limitação, deficiência social e funcional, interferindo sobre a qualidade de vida (BALDIRSSEROTTO, 1995). A partir deste contexto mudanças na organização dos serviços odontológicos devem ser feitas (THOMAS et al., 1997), onde a rede de atenção básica deve ser responsável pela maioria das ações em saúde bucal. No Brasil, apesar dos avanços recentes, gerados por políticas publicas implementadas nos últimos anos, tais como a inclusão da equipe de saúde bucal no programa de saúde da família, implantação dos centros de especialidades odontológicas (CEO), pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2002b; BRASIL, 2004e), ainda são necessários esforços para que seja efetivada uma política ampla capaz de reduzir desigualdades sociais no acesso, num processo do cuidado e na avaliação dos resultados epidemiológicos da área de saúde bucal. A problemática da demanda publica dos serviços odontológicos ainda é elevada (MOYSÉS, 1992). Após o reconhecimento da importância da saúde bucal como parte fundamental na vida das pessoas, as políticas públicas apresentam um novo direcionamento de atenção especializada com o ingresso do C.D na Estratégia da Saúde da Família. A qualidade de vida de qualquer pessoa está diretamente ligada a uma boa saúde bucal; a autoestima tem uma ligação direta a dentes saudáveis e bem tratados. Para tanto, uma manutenção preventiva é fundamental no tratamento da saúde bucal.
  • 25. 16 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O cirurgião-dentista é ou deveria ser o profissional da área de saúde responsável pela prevenção e tratamento das doenças da boca, e hoje após algumas mudanças e reformulações na área da saúde. Para que a atuação do cirurgião-dentista ocorra de forma plena na saúde bucal, fez-se necessário ampliar seus conhecimentos em busca do novo papel que desempenham agora baseado no princípio do SUS. Para que o cirurgião-dentista atue na saúde da população de modo adequado, faz-se necessário diminuir e até corrigir algumas falhas no processo de municipalização. Precisamos levar em conta que a saúde bucal é um elemento essencial para a qualidade de vida de qualquer cidadão. Para que um cidadão esteja com sua auto estima boa, é essencial que sua saúde bucal esteja bem, pois essa saúde é ligada aos domínios físico, social e psicológicos. O assunto não se esgota por aqui, o cirurgião dentista precisa estudar e muito outras possibilidades para que seu trabalho seja realizado de forma adequada nas Unidades de Saúde.
  • 26. 17 REFERÊNCIAS BALDISSEROTTO, J. Declaração de Berlim sobre Saúde Bucal para Comunidades Carentes. Rev. Divulgação, n.10, p.57-63, 1995. BAGEWITZ IC, SÖDERFELDT LB, PALMQVIST S, NILNER K. Oral Prostheses and Oral Health–Related Quality of Life: A Survey Study of an Adult Swedish Population. Int J Prosthdont; 2007; 20(2): 132-142. BENYAMINI Y, LEVENTHAL H, LEVENTAHAL EA. Selfrated oral health as an independent predictor of selfrated general health, selfesteem and life satisfaction. Soc Sci Med 2004; 59:1109-16. BARROS, A.J.D.; BERTOLDI, A.D. Desigualdade na utilização e no acesso a serviços odontológicos: uma avaliação em nível nacional. Rev C S Col, v.7, n.4, p.709-17,2002. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasília: Ministério da Saúde. 2004. BRASIL. Ministério da Saúde – Coordenação Nacional de saúde Bucal. Resultados Principais do Projeto SB Brasil 2003: Condições de Saúde Bucal da população Brasileira 2002-2003. Brasília-DF, 2004. BRASIL, Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica . SAÚDE BUCAL. Brasília, DF; 2006. BRASIL, Ministério da Saúde. I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília, DF;2006 BRASIL. Diário Oficial da União. Portaria Nº 648/GM de 28 de março de 2006. Brasília, n.61, 29/03/2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização (PNH): HumanizaSUS - Documento-Base. 3. ed. Brasília, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Caderno do gestor do PSE. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 68p. BODSTEIN, Regina Cele de A; FONSECA, Cristina M. Oliveira. Desafio da Reforma Sanitária: consolidação de uma estrutura permanente de serviços básicos de saúde. In: Costa, Nilson do Rosário. Demandas Populares, Políticas Públicas e Saúde. Petrópolis: ed. Vozes, 1989.P. 67-90. CAMARGO-BORGES, C. O construcionismo social no contexto da Estratégia Saúde da Família: articulando saberes e práticas. 2007.207f. Tese (Doutorado
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