Comunicacao nao verbal_21. COMUNICAÇÃO & PROFISSÃO
COMUNICAÇÃO
NÃO VERBAL
(ou CINESTÉSICA)
António Dias de Figueiredo
Departamento de Engenharia Informática
Universidade de Coimbra
© A. Dias de Figueiredo 1996-2006 Comunicação & Profissão Acetato 1
OBJECTIVOS DESTE CAPÍTULO
§ Demonstrar em que medida um profissional dos nossos dias, que
opera num mundo de permanentes interacções, tem a ganhar se
se habituar a:
• compreender os sinais silenciosos dos seus interlocutores;
• tomar consciência dos sinais que ele próprio emite.
§ Incentivar o futuro profissional a prosseguir autonomamente o
cultivo das competências neste domínio, em particular pela
observação.
§ Motivar o início de um processo de apropriação destes conceitos
e competências adaptado à vivência nas organizações dos
nossos dias e aos contextos multiculturais em que hoje se opera.
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2. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
Como estarão a correr as coisas
nestes três casais?
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Tenho de
desandar! Nem
reparam que eu
COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
estou aqui! ...
Quem está a conseguir comunicar?
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3. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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4. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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5. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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6. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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7. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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8. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
ABERTURA
ABERTURA FECHO
§ Mãos abertas § Rigidez do corpo
§ Aproximação § Contacto visual
§ Descruzar as mínimo ADESÃO REFLEXÃO
pernas § Braços/ pernas PARA PARA
fortemente FRENTE TRÁS
§ Braços
descontraídos cruzados
ao longo do § Lábios apertados
corpo § Cabeça baixa ATAQUE FUGA
§ Tirar o casaco § Punhos fechados
§ Dedos a apertar
braços cruzados
FECHO
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9. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL é a forma de comunicação mais
enraizada no nosso passado biológico, e a mais primária.
A COMUNICAÇÃO ORAL corresponde, já a um sistema de
comunicação de segunda geração, surgido muito mais tarde no
processo de evolução do homo sapiens.
A COMUNICAÇÃO ESCRITA, de origem relativamente recente na
história da Humanidade, constitui um sistema de comunicação de
terceira geração.
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
ASPECTOS BIOLÓGICOS
Modelo de Paul MacLean (1969) para caracterizar o
comportamento do cérebro humano.
Três cérebros aproximadamente concêntricos.
§ CÉREBRO REPTILIANO. Camada interna. O mais
antigo. Praticamente não sofreu evolução desde o
tempo dos répteis pré-históricos. É responsável
pelos reflexos de sobrevivência.
§ CÉREBRO INTERMÉDIO ou SISTEMA LÍMBICO. Semelhante para a
generalidade dos mamíferos. É responsável pelas emoções e instintos.
§ NEO-CORTEX. Camada exterior ou massa cinzenta. Muito desenvolvido
nos primatas e em particular no homo sapiens. É responsável pela
actividades intelectuais.
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10. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
espontânea: raramente é consciente.
caracteriza-se por padrões comportamentais.
componente congénita (inata).
componente cultural (adquirida).
contradiz com frequência a comunicação verbal, sendo quase
sempre a mais verdadeira das duas.
nunca fornece certezas absolutas, mas a acumulação de padrões
permite tirar conclusões (ou, pelo menos, sugerir cuidados) com
bastante rigor.
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
SENTIDO DE TERRITÓRIO
sentido congénito, de origem animal.
é difícil distinguir a componente intuitiva (congénita) da
componente cultural (adquirida), mas a primeira prevalece
fortemente.
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11. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
SENTIDO DE TERRITÓRIO
distância íntima
distância íntima próxima (contacto físico)
distância íntima afastada (15-50 cm)
distância pessoal
distância pessoal próxima (50-80 cm)
distância pessoal afastada (80-120 cm)
distância social
distância social próxima (120-200 cm)
distância social afastada (200-300 cm)
distância pública
distância pública próxima (3-8 m)
distância pública afastada (>8 m)
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
distância íntima próxima (contacto físico)
• grande consciência da proximidade.
• natural entre crianças e pais.
• natural entre pessoas com relações íntimas (casais,
namorados).
• natural entre duas mulheres, na nossa sociedade.
• se tem lugar entre dois homens, nas sociedades ocidentais, cria
embaraço (é aceitável, em contextos culturais apropriados, em
particular nas sociedades latinas).
• perfeitamente natural entre dois homens, na cultura árabe.
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12. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
distância íntima afastada (15-50 cm)
• distância próxima, mas ainda aceitável, para apertar a mão.
• considerada demasiado próxima se ocorre entre homens, ou
entre estranhos, na nossa sociedade.
• mantém-se tensos, para não se tocarem.
• se se tocam acidentalmente, afastam-se, ou pedem
desculpa, ou endurecem os músculos.
• a esta distância não se deve “olhar nos olhos”, na nossa
sociedade (elevadores, transportes colectivos).
• se tal acontecer, acidentalmente, desvia-se de imediato o olhar.
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
distância pessoal próxima (50-80 cm)
• distância normal para apertar a mão.
• distância confortável em reuniões sociais.
• se uma pessoa se aproxima de outra, intencionalmente, e
entra nesta distância, é porque pretende comunicar.
• distância normal entre marido e mulher.
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13. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
distância pessoal afastada (80-120 cm)
• distância limite da dominação física.
• acima desta distância perde-se a privacidade.
• distância normal para uma discussão pessoal.
• confere privacidade à comunicação.
• se duas pessoas estão a esta distância é natural que estejam a
dialogar.
• quando duas pessoas se encontram, ficam a esta distância.
• numa festa social tendem a ficar mais próximas.
• não se deve reduzir esta distância quando a relação não é de moldes
a sugeri-lo. Deve-se reduzi-la quando a conversa convida a maior
intimidade, mas então deve ter-se uma linguagem condicente com
essa intimidade.
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
distância social próxima (1,2 a 2m)
• distância para negócios interpessoais: relação com cliente, ou
com patrão.
• é uma distância manipulativa (como as anteriores, mas um pouco
mais): a forma como se joga com ela, aumentando-a ou
diminuindo-a, é sentida fortemente pelo interlocutor.
• o chefe mantém-se a esta distância do subordinado, e
aproxima-se quando quer impor-se pela posição física
• evita familiaridades.
• distância a que uma dona de casa se mantém do padeiro ou do
canalizador.
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14. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
distância social afastada (2 a 3 m)
• para relações formais, de negócios ou de natureza social.
• quando sentado à sua secretária, o chefe mantém o subordinado a esta
distância (com a secretária a servir de barreira):
• a esta distância pode-se manter sentado sem perder estatuto.
• mais do que isso, mantém o subordinado à sua vista, de corpo inteiro.
• a esta distância deve-se olhar o interlocutor quando se fala com ele
(caso contrário, a falta de contacto visual será entendida como
desconsideração):
• obviamente, se se quiser demonstrar desconsideração, faz-se isso
mesmo.
• esta é, também, a distância a que podemos colocar-nos de uma pessoa
que está a trabalhar, sem a obrigarmos a interromper para comunicar
connosco.
• num escritório o/a recepcionista deve ser colocado/a a esta distância
das visitas, para poder continuar a trabalhar à vontade sem se sentir
na obrigação de conversar.
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
distância pública próxima (3 a 8 m)
• para reuniões informais, aulas, reunião de um chefe com o seu
pessoal.
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15. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
distância pública afastada (>8 m)
• distância para aulas e grandes reuniões.
• corresponde ao limite da zona de perigo para muitos animais.
• é a distância a que o leão se afasta quando o domador se
aproxima, ou a partir da qual ataca se vir que não tem para
onde se retirar.
• distância de excelência do político e do actor: incita ao recurso
intencional a meios de linguagem (verbal e não verbal) para
impressionar a audiência.
• os gestos podem (e devem) ser mais estilizados e mais
simbólicos.
• é uma distância a que é socialmente mais aceitável (e mais fácil)
dizer mentiras (ou meias verdades).
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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
caso especial: televisão
• em televisão pode convir manter uma grande neutralidade do
discurso não verbal, uma vez que na maior parte dos casos não se
sabe qual é o plano em que se está a ser captado (imagine-se o
ridículo de um comportamento intimista quando se está a ser
captado num plano geral, ou de um comportamento distante
quando se está a ser registado em “close-up”).
• no caso de se pretender jogar fortemente com o discurso não
verbal, convém ser-se claro na transição para um novo padrão de
comportamento, para os operadores de câmara entenderem e
poderem mudar de plano (o bom operador procura sempre
reconstruir, perante o telespectador, o contexto da acção).
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