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FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA
          DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
        CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS


        JOSÉ ALBERTO JARDIM RODRIGUES SARAIVA


  GESTÃO DO CONHECIMENTO: Proposição de Plano de
  Ação para aumento do nível de retenção de conhecimento
        na Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul


                 Porto Alegre, Junho de 2012
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
    FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E
   ECONOMIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS




       JOSÉ ALBERTO JARDIM RODRIGUES SARAIVA




  GESTÃO DO CONHECIMENTO: Proposição de Plano de
   Ação para aumento do nível de retenção de conhecimento
         na Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul




                     Porto Alegre, junho

                          de 2012
JOSÉ ALBERTO JARDIM RODRIGUES SARAIVA




GESTÃO DO CONHECIMENTO: Proposição de Plano de
Ação para aumento do nível de retenção de conhecimento
      na Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul




                            Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como
                            requisito à obtenção do grau de Bacharel em
                            Administração de Empresas, da Faculdade de
                            Administração, Contabilidade e Economia da
                            Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
                            Sul.
                            Professor Orientador: Dr. Nelson Costa Fossatti




                    Porto Alegre, junho

                         de 2012
Dedico este trabalho aos meus irmãos e aos
     meus pais, pelos seus ensinamentos e
                                dedicação.
Neste importante momento da minha vida, nada mais justo que agradecer a todos que
                     ajudaram de alguma forma nesta jornada e na realização deste trabalho
                                                        Sendo assim, gostaria de agradecer:


    Aos meus pais, José Alberto Saraiva e Ana Cristina Jardim Rodrigues pelos seus esforços
inesgotáveis para garantir as melhores condições possíveis diante de todas as circunstâncias;


                   Aos meus irmãos Marcus, Cristiano e Mariana, pela amizade e o carinho;


                                        Aos meus amigos, pelo apoio e suas sábias palavras;


   Aos servidores do município de Eldorado do Sul, que contribuíram com suas experiências
                                                                               profissionais;


     Ao meu Professor Orientador, Dr. Nelson Costa Fossatti, por confiar no meu potencial e
partilhar seus conhecimentos durante a elaboração deste trabalho, tornando real este sonho.
RESUMO




       O presente trabalho tem como objetivo analisar, identificar e propor um Plano de
Ações Plano de Ação para a Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul, usando como
referencial teórico o modelo de conversão do conhecimento. O órgão público em estudo tem
como prioridade assegurar o bem estar social e garantir o pleno acesso aos bens e serviços
essenciais à população. Observando que o órgão em estudo possui no seu capital humano, um
grau de experiência que não é explorado de forma correta, foi possível diagnosticar uma
situação problemática de retenção e disseminação do conhecimento adquirido. Para a
concretização desta monografia, utilizou-se o método de pesquisa diagnóstico qualitativa,
somada a matriz SWOT. Sendo assim, este trabalho utilizou-se do plano de ações para o
cumprimento dos objetivos específicos com a intenção de proporcionar as melhorias
necessárias, baseado na gestão do conhecimento.


Palavras-chave: Plano de ação, Gestão do Conhecimento, Órgão Público, Prefeitura
Municipal de Eldorado do Sul.
ABSTRACT




       The present study aims to analyze, identify and propose an action plan for the City
Hall of Eldorado do Sul, using as theoretical reference one of the models of knowledge
conversion. The public agency under study has as a priority to ensure the welfare and the full
access to essential goods and services to the population. Observing that the agency under
study in its human capital has an experience level that is not operated correctly, it was
possible to diagnose problems in retention and in the dissemination of knowledge. To achieve
this work, it was used the method of qualitative research diagnosis, coupled with the SWOT
matrix. So this study used the plan actions to meet the specific objectives with the intention of
providing the necessary improvements according to the dimensions explored by the author of
this work, based on knowledge management. Finally are presented the needs of the City Hall
of Eldorado do Sul in relation to the environment where it operates and the practice most
recommended if the management is interested in following the proposed plan of action.


Keywords: Action plan. Knowledge management. Public agency. City Hall of Eldorado do
Sul.
SUMÁRIO


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SEU AMBIENTE ................................... 11
2.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................... 11
2.2 HISTÓRICO ....................................................................................................................... 11
2.3 NEGÓCIO .......................................................................................................................... 12
2.4 MISSÃO ............................................................................................................................. 13
2.5 VALORES .......................................................................................................................... 13
2.6 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO .................................................................................. 13
2.7 PRODUTOS E/OU SERVIÇOS ........................................................................................ 14
2.8 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ESTRUTURA FUNCIONAL ........................... 14
2.9 MERCADO DE ATUAÇÃO ............................................................................................. 18
2.10 MICROAMBIENTE ........................................................................................................ 18
2.10.1 Principais Públicos ...................................................................................................... 18
2.10.2 Principais Fornecedores .............................................................................................. 19
2.11 ÓRGÃOS REGULAMENTADORES ............................................................................. 19
2.12 MACROAMBIENTE ....................................................................................................... 19
2.12.1 Ambiente Demográfico ............................................................................................... 20
2.12.2 Ambiente Econômico ................................................................................................... 21
2.12.2.1 Finanças Públicas ....................................................................................................... 22
2.12.2.2 Instituições Financeiras .............................................................................................. 23
2.12.2.3 Produto Interno Bruto ................................................................................................. 23
2.12.3 Ambiente Tecnológico ................................................................................................. 23
3 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA ........................................................................................ 25
4 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ................................................................. 27
5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 28
5.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 28
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 28
6 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 29
6.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................ 29
6.1.1 Administração Pública Direta ...................................................................................... 30
6.1.2 Administração Pública Indireta ................................................................................... 31
6.1.3 - Licitação Pública ......................................................................................................... 33
6.1.4. Princípios da Administração Pública ......................................................................... 34
6.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO..................................................................................... 36
6.2.1 Princípios Básicos .......................................................................................................... 36
6.2.2 Conceito de Gestão do Conhecimento ......................................................................... 39
6.2.3 Classificação do Conhecimento .................................................................................... 40
6.2.4 Modos de Conversão do Conhecimento ...................................................................... 41
6.2.5 Práticas de Gestão do Conhecimento........................................................................... 44
7 MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................................. 45
7.1 DELINEAMENTO DE PESQUISA .................................................................................. 45
7.2 PLANO DE COLETA DE DADOS ................................................................................... 46
7.2.1 Instrumentos de pesquisa.............................................................................................. 46
7.2.2 Participantes da Pesquisa ............................................................................................. 46
7.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS ................................................................................. 47
8 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 48
8.1 ETAPA 1 – DIAGNÓSTICO ............................................................................................. 48
8.1.1 Definição da Missão ....................................................................................................... 48
8.1.2 Definição dos valores ..................................................................................................... 49
8.1.3 Definição da visão .......................................................................................................... 50
8.1.4 Análise do Ambiente...................................................................................................... 50
8.1.4.1 Análise do Ambiente Externo....................................................................................... 50
8.1.4.2 Análise do Ambiente Interno ........................................................................................ 51
8.1.4.3 Análise SWOT.............................................................................................................. 51
8.2 PESQUISA QUALITATIVA ............................................................................................. 56
8.2.1 Entrevistado A: Secretária da Administração ............................................................ 57
8.2.2 Entrevistado B: Diretora de Departamento ................................................................ 58
8.2.3 Entrevistado C: Auxiliar Administrativo .................................................................... 60
8.2.4 Entrevistado D: Auxiliar Administrativo .................................................................... 62
8.2.5 Entrevistado E: Estagiário............................................................................................ 64
8.2.6 Matriz Dimensão x Ações ............................................................................................. 65
8.3 PROPOSTA DE MELHORIAS ......................................................................................... 72
8.3.1 Plano de Ações Prioritárias .......................................................................................... 72
9 CONSIDERAÇÃOS FINAIS ............................................................................................. 89
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 91
APÊNDICE A – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................... 95
APÊNDICE B – DEFINIÇÃO DA MISSÃO ....................................................................... 96
APÊNDICE C – DEFINIÇÃO DOS VALORES ................................................................. 97
APÊNDICE D – DEFINIÇÃO DA VISÃO .......................................................................... 98
APÊNDICE E – ROTEIRO DE ENTREVISTA ............................................................... 101
APÊNDICE F – CRONOGRAMA DO TRABALHO ...................................................... 106
LISTA DE FIGURAS




Figura 1: Organograma da Prefeitura ................................................................................. 15
Figura 2: Receitas e despesas do município - 2010 .............................................................. 22
Figura 3: Receita conforme natureza das atividades - 2010 ............................................... 22
Figura 4: Missão da Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul. ........................................ 49
Figura 5: Valores da Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul. ....................................... 49
Figura 6: Visão da Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul............................................ 50
Figura 7: Matriz SWOT da Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul. ............................ 52
Figura 8: Análise SWOT – Forças x Oportunidades ........................................................... 53
Figura 9: Análise SWOT – Forças x Ameaças ...................................................................... 53
Figura 10: Análise SWOT – Forças x Fraquezas ................................................................. 54
Figura 12: Análise SWOT – Oportunidades x Ameaças ..................................................... 55
Figura 13: Análise SWOT – Fraquezas x Ameaças ............................................................. 56
Figura 14: Ações propostas pelo entrevistado A ................................................................. 57
Figura 15: Priorização GUT entrevistado A ........................................................................ 58
Figura 16: Ações propostas pelo entrevistado B .................................................................. 58
Figura 16: Priorização GUT entrevistado B ........................................................................ 60
Figura 18: Ações propostas pelo entrevistado C ................................................................. 60
Figura 19: Priorização GUT entrevistado C ........................................................................ 62
Figura 20: Ações propostas pelo entrevistado D ................................................................. 62
Figura 21: Priorização GUT entrevistado D ........................................................................ 63
Figura 22: Ações propostas pelo entrevistado E .................................................................. 64
Figura 23: Priorização GUT entrevistado E ........................................................................ 65
Figura 24: Dimensões x Ações ............................................................................................... 66
Figura 25: Matriz de priorização das dimensões ................................................................. 71
Figura 26: Ações propostas.................................................................................................... 72
Figura 27: Desenvolvimento de programa de treinamento e qualificação ........................ 73
Figura 28: Desenvolvimento de programa de rodízio dos servidores entre setores ......... 76
Figura 29: Desenvolvimento de roteiro das principais tarefas administrativas ............... 78
Figura 30: Implantação de sistema de digitalização de documentos - GED ..................... 81
Figura 31: Criação de portal corporativo ............................................................................ 84
Figura 32: Organização de encontros de integração entre os servidores .......................... 87
SIGLAS




ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CEEE - Companhia Estadual de Energia Elétrica
COOPLANTIO - Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto
CORSAN - Companhia Riograndense de Saneamento
CPD - Centro de Processamento de Dados
CRM - Customer relationship management
ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
FEE - Fundação de Economia e Estatística
GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
P&D - Pesquisa e Desenvolvimento
PDDUA - Plano Diretor Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental
PIB - Produto Interno Bruto
PLHIS - Plano Habitacional de Interesse Social
DPM - Delegações de Prefeituras Municipais
IGAM - Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos
EGP FAMURS - Escola de Gestão Pública da Federação das Associações de Municípios do
Rio Grande do Sul
10


1 INTRODUÇÃO




         O presente trabalho tem como objetivo propor um plano de ações com base na
Gestão do Conhecimento para a Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul, enfatizando o uso
do capital humano através da criação, retenção e compartilhamento de informações e
conhecimento estratégico que são de grande importância para o sucesso da Gestão Municipal.
         Neste sentido, serão abordadas neste trabalho, as principais características do órgão
público em estudo e análise do microambiente e macroambiente para evidenciar ao leitor os
objetivos da empresa, assim como o funcionamento dos ambientes onde a mesma está
inserida e de que forma eles influenciam em sua gestão. Além disto, será apresentado um
diagnóstico da atual situação da Prefeitura de Eldorado do Sul, abordando suas fragilidades e
pontos fortes, que servirão como tema central para a pesquisa científica, delimitando o foco
do trabalho.
         A seguir será apresentada a justificativa da escolha do tema, importância e a
viabilidade da realização do mesmo. Dessa forma, serão definidos os objetivos e apresentados
os referenciais teóricos, abrangendo conceitos de maior relevância a respeito da
Administração Pública e Gestão do Conhecimento.
         No sétimo capítulo, será feita a exposição da metodologia de utilizada e também o
tipo de coleta e análise de dados. O método selecionado foi a Pesquisa diagnóstica qualitativa
(através de roteiro de entrevistas).
         Logo após, será elaborada a exposição dos resultados das análises das pesquisas
realizadas, através das informações obtidas com os funcionários da Prefeitura, além de dados
secundários. São apresentadas as necessidades da Prefeitura em relação ao ambiente onde está
situada e as práticas mais aconselháveis, caso a gestão tenha interesse em seguir o plano de
ação que será proposto neste trabalho.
         No capítulo nove, serão feita as considerações finais, conforme resultados obtidos
durante a realização do trabalho. E finalmente são apresentados os apêndices que serviram de
apoio para a realização deste trabalho.
11


2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SEU AMBIENTE




       Este capítulo caracteriza a empresa em questão, abordando aspectos relativos ao
microambiente, tais como: identificação, histórico, negócio, objetivos da organização,
produtos e estrutura organizacional e funcional. Já temas como mercado de atuação,
principais clientes, fornecedores, órgãos regulamentadores, são abordados na análise do
macroambiente.




2.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA




Razão Social: Eldorado do Sul Prefeitura Municipal
Nome Fantasia: Gabinete do Prefeito
Fundação: 08/06/1988 (lei estadual nº 8.649)
Localização: Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.
Ramo de Atividade: Administração Pública em Geral
Produtos/Serviços: Prestação de serviço à população
Número de colaboradores: 916 funcionários.
Site: www.eldorado.rs.gov.br




2.2 HISTÓRICO




        O município de Eldorado do Sul foi criado em 08/06/1988 através da lei estadual nº
8.649 e segundo dados do IBGE (2010) possui uma população de 34.335 habitantes e área
territorial de 510 km². Sua economia é baseada na agropecuária, indústria e serviços.
        O território onde está situado o Município de Eldorado do Sul foi inicialmente
ocupado por estancieiros açorianos pertencentes ao grupo pioneiro de Jerônimo de Ornellas,
na metade do século XVIII.
        A partir de 1930, a região à margem direita do Rio Guaíba passou a servir de
balneário turístico à população de Porto Alegre e de porto para os Barcos que iam para a
12


Capital, como meio de transporte. Por volta de 1960, a área passou a ser habitada por
colonizadores de origem alemã, que deram à localidade o nome de Balneário Sans Souci.
        A região era composta de propriedades particulares que se dedicavam integralmente
à pecuária e à cultura do arroz até a década de 1960. Nesse período as áreas passaram a ser
fracionadas em chácaras e lotes menores e vendidas para fins de moradia. Devido à
proximidade da Capital a ao seu fácil acesso através da BR 116, que há pouco tempo havia
sido construída, na década de 70 houve um incremento na procura por terrenos para residência
nesta localidade, dando origem à “Vila Medianeira”.
        O crescimento populacional nestas regiões foi intenso na década de 70 e início da
década de 80. Após anos de reivindicações, em 1985 começaram os trabalhos oficiais de
emancipação da cidade, que buscavam a melhoria das condições e o desenvolvimento urbano
para os bairros Medianeira, Itaí, Bom Retiro, Sans Souci, Picada e Guaíba Country Club.
Após anos de mobilização, o trabalho de conquista da emancipação foi recompensado com o
desmembramento destas áreas do Município de Guaíba. Em 08 de junho de 1988 é criado o
Município de Eldorado do Sul.
        O nome escolhido para a região emancipada, “Eldorado”, é de origem espanhola e
significa “Terra do Ouro”, país imaginário que se dizia existir na América Meridional, lugar
pródigo em delícias e riquezas.
        A luta do povo de Eldorado do Sul para conseguir sua autonomia política e
administrativa é um exemplo para as novas gerações e, ao mesmo tempo, uma certeza de um
futuro promissor para a região.




2.3 NEGÓCIO




        A definição do negócio de uma organização é a definição de quais produtos e
serviços a organização pretende fornecer, para quais mercados e quais clientes
(MAXIMIANO, 2006).
        Nesse caso o negócio da empresa é: Administração Pública em Geral.
13


2.4 MISSÃO




         Segundo Chiavenato (1999), a missão funciona como orientador para as atividades
da organização. Ela tem por finalidade clarificar e comunicar os objetivos, os valores e a
estratégia adotada pela organização.
         A Prefeitura de Eldorado do Sul tem como missão proporcionar ao município e aos
cidadãos o desenvolvimento constante e sustentável. “Promover o bem estar da comunidade
através de ações que priorizem o desenvolvimento social, cultural e econômico.”
(PREFEITURA DE ELDORADO DO SUL, 2011).




2.5 VALORES




         De acordo com Faria (2009), valores são princípios que servem de guia ou critério
para os comportamentos e decisões de todas as pessoas da organização no exercício das suas
responsabilidades.
         Para o órgão público do presente estudo, os valores são definidos por:


- Comprometimento
- Autonomia com responsabilidade
- Competência;
- Valorização e respeito entre todos
- Agir visando o coletivo




2.6 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO




         Conforme Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA), regido
pela Lei Municipal n.º 2.574/06, o objetivo da Prefeitura de Eldorado do Sul é assegurar o
bem estar social e garantir o pleno acesso aos bens e serviços essenciais ao desenvolvimento
individual e coletivo através da prestação de um bom serviço à população do município.
14


         O Plano Diretor é instrumento básico de um processo de planejamento municipal
para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes
públicos e privados. (ABNT, 1991)




2.7 PRODUTOS E/OU SERVIÇOS




         Basicamente, as atividades realizadas pela Administração Pública compreendem
serviços prestados à população, direta ou indiretamente, que demandam atividades de
pesquisa e estudos, formação de recursos humanos e controle dos interesses públicos.




2.8 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ESTRUTURA FUNCIONAL




         A estrutura administrativa do município é composta por dois gabinetes, doze
secretarias, procuradoria geral e duas subprefeituras (Parque Eldorado e Bom Retiro). Nesses
setores estão lotados servidores do município que totalizam 916 funcionários, sendo que 781
são concursados, 25 servidores celetistas, 32 são servidores em contrato emergencial e 78 são
servidores em cargo em comissão (SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO DE
ELDORADO DO SUL, 2011).
         Na Secretaria da Administração do município de Eldorado do Sul existem 43
servidores, distribuídos entre os cargos de vigia, assistente administrativo, motorista, servente,
chefe de gabinete, assessor executivo, diretor de departamento e secretário.
         A estrutura do município está disposta conforme organograma figura 1:
15
Figura 1: Organograma da Prefeitura
                                                         Executivo Municipal


         Órgãos de                     Órgãos de         Órgãos de Administração      Órgãos Consultivos e de
      Assessoramento                  Fiscalização                                       descentralização
                                                                                                                         Parque Eldorado
     Gabinete do Prefeito         Controle Interno               Secretaria de            Subprefeituras
                                                                 Administração                                              Bom Retiro
      Gabinete do Vice-
                                                              Secretaria da Fazenda                                 Conselho de Acompanhamento e
    Procuradoria Jurídica                                                                                                Controle do FUNDEB

                                                                  Secretaria de                                         Conselho Municipal de
                                                                  Planejamento                                           Alimentação Escolar

                                                                                                                        Conselho Municipal de
                                                          Secretaria da Compras                                           Assistência Social
                                                              e Patrimônio
                                                                                                                    Conselho Municipal da Cidade de
                                                                                                                           Eldorado do Sul
                                                              Secretaria de Obras e
                                                                     Viação                                         Conselho Municipal da Criança e
                                                                                                                           do Adolescente

                                                         Secretaria de Educação,                                    Conselho Municipal de Cultura e
                                                         Cultura, Desporto e Lazer     Conselhos Municipais                   Turismo

                                                                                                                     Conselho Municipal de Defesa
                                                         Secretaria de Assistência                                              Civil
                                                            Social e Trabalho
                                                                                                                        Conselho Municipal de
                                                                                                                          Desenvolvimento
                                                               Secretaria de Saúde
                                                                                                                        Conselho Municipal de
                                                                                                                        Desenvolvimento Rural
                                                               Secretaria de Meio
                                                                                                                    Conselho Municipal de Educação
                                                                   Ambiente

                                                                                                                     Conselho Municipal da Pessoa
                                                         Secretaria de Transportes                                              Idosa

                                                                                                                     Conselho Municipal da Saúde

                                                          Secretaria de Habitação                                   Conselho Municipal do Esporte

                                                                                                                           Conselho Tutelar
                                                                                       Junta Administrativa de
                                                          Secretaria de Agricultura
                                                                                      Recursos e infrações - JARI

Fonte: O autor, conforme Lei Municipal nº 3.008/2009 (2012)
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                PREFEITO MUNICIPAL: Ernani de Freitas Gonçalves
                      Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro
            Telefone: (51) 3499-6300 E-mail: gabinete@eldorado.rs.gov.br

                         VICE-PREFEITO: João Carlos Vieira
                      Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro
     Telefone: (51) 3499-6300          E-mail: joaocarlosvieira@eldorado.rs.gov.br

SUB-PREFEITURA DO DISTRITO DO BOM RETIRO
Sub-Prefeito: Gildomar Andrade da Silva
Endereço: Rua Pedro Rabello Cezar, n° 151 - CEP 92.990-990
Telefone: (51) 3619-3032

SUB-PREFEITURA DO DISTRITO DO PARQUE ELDORADO
Sub-Prefeito: Idenio João Vivian
Endereço: Rua do Comércio, 4423 - CEP 92.990-000
Telefone: 3481-1049

PROCURADORIA JURÍDICA
Procuradora Geral do Município: Vivian Lítia Flores
Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro
Telefone: 3499-6317                       E-mail: procuradoria@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO
Secretário: Sigrid Pesenatto
Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro
Telefone: 3499-6332                       E-mail: administracao@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE AGRICULTURA
Secretário: Valdir Pacheco Torma
Endereço: Rua C, n° 135 - Bairro Residencial
Telefone: (51) 3499-6404                 E-mail: agricultura@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Secretário: Neuza dos Reis Gonçalves
Endereço: Av. Emancipação, n° 599 - Centro
Telefone: (51) 3499-6451                E-mail: social@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE COMPRAS E PATRIMÔNIO
Secretário: Edi Elesbão da Luz Reis
Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 – Centro
Telefone: (51) 3499-6323                  E-mail: compras@eldorado.rs.gov.br
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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO, LAZER E TURISMO
Secretária: Ana Nazaré da Silva Gonzalez
Endereço: Av. Porto Alegre, n° 615 - Bairro Itaí
Telefone: (51) 3499-6475                  E-mail: educacao@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DA FAZENDA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INSDÚSTRIA
E COMÉRCIO
Secretário: Ricardo Alves
Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro
Telefone: (51) 3499-6315                  E-mail: sefaz@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE HABITAÇÃO
Secretário: Alexandre Santos da Silveira
Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - CEP 92990-000
Telefone: (51) 3499-6403                  E-mail: habitacao@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE
Secretário: Samuel Jung Strattmann
Endereço: Rua Eduardo Correa da Silva, 176 - Centro
Telefone: (51) 3499-6446                 E-mail: meioambiente@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE OBRAS E VIAÇÃO
Secretário: Vilmar Pereira da Silva
Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro
Telefone: (51) 3499-6317                  E-mail: obras@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE PLANEJAMENTO
Secretário: Carlos Augusto da Silva Marçal
Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro
Telefone: (51) 3499-6353                  E-mail: planejamento@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE SAÚDE
Secretário: Marcelo Gregório de Sa Verlindo
Endereço: Rua Eva dos Santos Quinhones, n° 1969 - Centro
Telefone/fax: (51) 3499-1562              E-mail: saude@eldorado.rs.gov.br


SECRETARIA DE TRANSPORTES
Secretário: Vanderlan Gonçalves
Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro
Telefone: (51) 3499-6312                  E-mail: transporte@eldorado.rs.gov.br
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2.9 MERCADO DE ATUAÇÃO




         A Prefeitura de Eldorado do Sul atua em todo seu território geográfico, devido seu
caráter público e obrigação com o bem estar social de toda população que abriga. Este público
é formado por todas as faixas etárias e classes sociais.




2.10 MICROAMBIENTE




         O microambiente é formado pelas forças próximas à empresa que afetam sua
capacidade de atender seus clientes, como por exemplo, fornecedores, empresas concorrentes
e principais públicos.




2.10.1 Principais Públicos




         Cidadão: O cidadão além de ser visto como contribuinte de impostos é cliente dos
serviços prestados pelo município. A satisfação do cliente/cidadão é dada por meio de ações
que promovam o bem-estar da comunidade em geral.


         Servidores públicos: Para concretização dos programas de governo, a figura do
servidor é de grande importância, pois o objetivo do município é viabilizar o bem estar social,
através de práticas estritamente ligadas aos princípios da administração pública.


         Empresas:       Companhia Estadual     de Energia   Elétrica   (CEEE),     Companhia
Riograndense de Saneamento (CORSAN), Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT) e transporte escolar aos alunos matriculados na rede de ensino municipal.
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2.10.2 Principais Fornecedores




        Os fornecedores da Prefeitura de Eldorado do Sul são selecionados através do
processo de licitação, conforme prevê a Lei Federal n.º 8.666/93. A responsabilidade pelos
processos de compra fica a cargo da Secretaria de Compras e Patrimônio, criada no mês de
fevereiro de 2009. Os principais fornecedores são:
Construtoras: SBM Construções e Limpeza Ltda, Construtora Tarefa LTDA, Construtora
RDN LTDA;
Gêneros alimentícios: Confeitaria Armelin, Cooperativa Regional Agropecuária Languiru,
Casa de Carnes Moacir Ltda;
Material de Expediente: Maranata Livraria e Papelaria, Comercial Porto Alegrense de
Máquinas Calculadoras Ltda, M F Machado Soares;
Material Farmacêutico: Rede Agafarma de Farmácias, Roberto Martins Drogaria.




2.11 ÓRGÃOS REGULAMENTADORES




        O município de Eldorado do Sul, assim como os demais, goza de autonomia
conforme a Constituição Federal e as Constituições Estaduais. Cada município é regido por
uma Lei Orgânica, aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal.




2.12 MACROAMBIENTE




        Entende-se por macroambiente o ambiente ao redor da empresa, que consiste no
conjunto de agentes e forças exteriores ao marketing que interferem diretamente na
administração de marketing e em manter as suas relações com o público-alvo bem sucedidas.
        O macroambiente oferece tanto oportunidades como ameaças, e as empresas bem
sucedidas sabem que são vitais a observação e adaptação constantes às mudanças do
ambiente. As principais forças de macroambiente que atuam sobre a Prefeitura de Eldorado
do Sul são: demográfica, econômica, natural, político-legal.
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2.12.1 Ambiente Demográfico




        O estudo demográfico da população visa fornecer dados estatísticos que são de
grande importância para as organizações, principalmente no período de curto e médio prazo.
Para Kotler (2000, p. 162), “a primeira força macroambiental que os profissionais de
marketing monitoram é a população, porque os mercados são compostos de pessoas”. Estes
dados coletados fornecem aos governantes, condições de traçar planos e estratégias de
atuação, além de poder desenvolver um planejamento de interesse social. (LOPES, 2011).
        Conforme estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), o
município de Eldorado do Sul, possui 34.343 habitantes, apresentando um crescimento de
25,5% em relação ao último estudo feito, no ano de 2000. Este crescimento é praticamente duas
vezes maior que a média nacional, que durante o mesmo período apresentou crescimento de
12,3%. Este fato está relacionado diretamente com a instalação de diversas empresas no
município durante esse período, como a Linck Máquinas, Companhia de Bebidas das Américas
(AmBev), Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (COOPLANTIO) e Dell, sendo esta
última a maior empresa instalada no município.
        Outro fator relevante é a expansão urbana, guiada pelo Plano Local de Habitação de
Interesse Social (PLHIS), criado pela Secretaria Municipal de Habitação, no ano de 2009. Este
plano visa melhorar e regrar a situação habitacional do município, além de garantir acesso à
moradia em condições adequadas para os cidadãos.
        Através dessas observações, nota-se que o crescimento da população tende a
influenciar o ambiente demográfico da prefeitura, já que esta movimentação geográfica exige
políticas especificas para certas regiões, que passarão por transformações marcantes nos
próximos anos.
        Sendo assim, torna-se importante para o município, a monitoração constante do
ambiente demográfico, pois é através dele que vão ser visualizadas as oportunidades de fornecer
aos cidadãos, produtos e serviços que satisfaçam os desejos de toda comunidade. Abaixo
podemos observar com maior detalhamento, a população conforme faixa etária e gênero.
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     TABELA 1: População por gênero e faixa etária
       Grupo de Idade              2000                       2010
                       Homens         Mulheres       Homens      Mulheres
       0 a 4 anos      1.435          1.411          1.435       1.235
       5 a 9 anos      1.459          1.360          1.459       1.425
       10 a 14 anos    1.429          1.283          1.429       1.642
       15 a 19 anos    1.353          1.363          1.353       1.567
       20 a 24 anos    1.137          1.177          1.137       1.303
       25 a 29 anos    1.041          1.051          1.041       1.521
       30 a 34 anos    1.017          1.073          1.017       1.417
       35 a 39 anos    1.025          1.171          1.025       1.236
       40 a 44 anos     1.017         956            1.017       1.189
       45 a 49 anos    799            771            799         1.234
       50 a 54 anos    630            564            630         1.014
       55 a 59 anos    468            453            468         815
       60 a 64 anos    307            326            307         596
       65 a 69 anos    266            249            266         441
       70 a 74 anos    148            161            148         301
       75 a 79 anos    89             99             89          195
       80 anos ou mais 67             113            67          213
       TOTAL           13.687         13.581         15.697      13.687
     FONTE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010




2.12.2 Ambiente Econômico




        Efetuar uma análise do ambiente econômico no qual se encontra a empresa é de
extrema importância, pois conforme Churchill e Peter (2003, p. 28), “envolve a economia
como um todo, incluindo ciclos de negócios e padrões de gastos, além de questões referentes
à renda do consumidor”.
        A Administração Municipal tem como prioridade, atrair investimentos que são
concedidos através de Leis Municipais e de Decretos específicos para esses fins. Os
incentivos fiscais têm como princípios isentar e/ou reduzir as alíquotas dos impostos
municipais, enquanto os incentivos econômicos abrangem a execução de serviços de
terraplanagem, permuta de bens imóveis públicos, cessão de uso de áreas e doação de áreas
pertencentes ao município.
        Em razão dessas políticas facilitadoras, o município conta com 951 empresas
conforme dados do IBGE (2009), representando um aumento de 10,45% em relação aos dados
do ano de 2006. Consecutivamente houve no nível de empregos na ordem de 34,85%,
passando de 8.912 empregados para 12.018, durante o mesmo período.
22




2.12.2.1 Finanças Públicas


          As receitas do município no ano de 2010 foram de R$ 69.986.726,12 enquanto as
despesas no mesmo ano foram de R$ 55.122.760,42 (IBGE, 2011). Nas figuras 2 e 3
apresentam-se gráficos auxiliares, o primeiro com a representação em percentual das receitas
e despesas no ano de 2010 e o segundo com a natureza das atividades que geraram receitas no
mesmo ano.

Figura 2: Receitas e despesas do município - 2010




Fonte: Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010



Figura 3: Receita conforme natureza das atividades - 2010




Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010
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2.12.2.2 Instituições Financeiras



          Em Eldorado do Sul funcionam quatro agências bancárias, sendo estas filiais do
Banco do Brasil, Banrisul, Caixa Federal e Bradesco, prestando os mais variados serviços
bancários.

TABELA 2: MOVIMENTAÇÕES BANCÁRIAS
                                                      2009                   2010
 Depósitos a Prazo                           R$ 1.941.016           R$ 1.580.962
 Depósitos à Vista do Governo                R$ 984.075             R$ 710.596
 Depósitos à Vista Privado                   R$ 6.291.968           R$ 9.329.241
 Obrigações de Recebimentos                  R$ 4.567               R$ 1.858
 Operações de Crédito                        R$ 20.682.378          R$ 26.316.132
 Poupança                                    R$ 12.686.289          R$ 14.872.172
FONTE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010




2.12.2.3 Produto Interno Bruto



          O Produto Interno Bruto (PIB) é o principal medidor do crescimento econômico de
uma região, seja ela uma cidade, um estado, um país ou mesmo um grupo de nações. (VEJA,
2011). Segundo últimos dados do IBGE, o PIB do município de Eldorado do Sul, foi de R$
442.194.141,00 no ano de 2008, dando ao município o 75º lugar em arrecadação no estado do
Rio Grande do Sul. Em comparação ao ano de 2006, houve redução de 31,9%, em virtude da
empresa Dell transferir em agosto de 2007, toda sua produção para a cidade de Hortolândia,
interior de São Paulo, mantendo na cidade apenas o departamento administrativo e o de
vendas.




2.12.3 Ambiente Tecnológico




          Para Churchill Jr. e Peter (2003, p. 45) “o conhecimento científico, a pesquisa, as
invenções e as inovações que resultem em bens e serviços novos ou aperfeiçoados constituem
o ambiente tecnológico”. Segundo Laudon e Laudon (2007), os investimentos em sistemas de
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informação são motivados por seis razões: “excelência operacional; novos produtos; serviços
e modelos de negócio; relacionamento mais estreito com clientes e fornecedores; melhor
tomada de decisões; vantagem competitiva; e sobrevivência.”
         Este ambiente destaca-se como uma das forças mais importantes nos últimos
tempos, fato esse relacionado intimamente à velocidade com que as empresas precisam inovar
para levar a seus clientes o melhor de seus produtos e serviços, empregando ferramentas que
facilitem o dia-a-dia dos funcionários na execução de suas rotinas administrativas.
        Orientados por esses princípios, nota-se que a prefeitura durante esses últimos anos
investiu em recursos tecnológicos, tanto em software como hardware, para que ocorram as
interações internas necessárias no sentido de dar efetividade às demandas comunitárias e
dessa forma atingir os níveis de eficiência e eficácia desejados. Na parte de sofware, a
prefeitura tem apoio do sistema e-cidade, implementado há cerca de 2 anos, que aos poucos
sofre adaptações conforme as necessidades de cada secretaria. Quanto ao hardware, cada
secretaria conta com um servidor, ao qual estão ligadas as estações de trabalho de cada
usuário, que são monitoradas constantemente pelo CPD, por meio de acesso remoto.
25




3 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA


         A preocupação na busca de melhorias no desempenho das organizações, através de
técnicas gerenciais que garantam excelência na execução de rotinas e processos tem sido um
dos fatores mais importantes no cenário corporativo, pois além de agregar valor aos
produtos/serviços, são fundamentais para fornecer antecipadamente as melhores respostas aos
seus clientes. O cenário atual, composto de mercados e ambientes empresariais altamente
dinâmicos e mutáveis, exige das organizações agilidade para encontrar soluções que utilizem
da capacidade do capital humano para que ocorra a transformação de dados em conhecimento
e consequentemente, agregação de valor aos bens fornecidos.
         Na esfera pública, como em qualquer outra organização, percebe-se a necessidade de
que o governo tenha uma postura proativa, para garantir maior efetividade em suas atividades
de coordenação, na implementação de políticas públicas voltadas para comunidade onde atua
e conquistar uma equipe coesa que realize suas tarefas sem necessariamente precisar de
ordens. As políticas públicas têm como objetivo, construir um conjunto de ações coletivas
voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa
dar conta de determinada demanda, principalmente nas áreas mais carentes.
         Ao longo dos anos, um dos maiores desafios das organizações é conseguir manter
uma equipe coesa e produtiva, e este fato está associado à fatores críticos como eleições,
ciclos de governo, oferta de cargos melhores remunerados em outros órgãos, mudança da
equipe de gestores do governo (Governadores, Prefeitos, Secretariado, Ministério), cessão de
gestores para governos locais aliados, falta de plano de carreira ou de confiança na execução
do plano existente, entre outros.
         Nesse contexto encontra-se a Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul, que conta um
grande número de servidores estatutários, que ingressam no serviço público através de
concurso, o que garante estabilidade após o estágio probatório que tem duração de 3 anos,
porém os cargos de alta chefia do governo, conhecidos como cargos em comissão (CC)
possuem uma alta rotatividade de pessoal. Segundo relatos da diretora de departamento, esses
fatores levam a desmotivação das equipes envolvidas, falta de comprometimento, confiança,
queda na qualidade do trabalho e em alguns casos, estresse frequente. Quando alguém sai da
equipe, as atividades sofrem mudanças que em maior ou menor grau afetam a continuidade no
trabalho. Conforme a diretora de departamento que já passou por diferentes gestões do
governo municipal, as organizações públicas, de um modo geral, têm enraizadas na sua
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cultura organizacional, resistência à inovação, interferências de âmbito político na gestão dos
serviços, somadas a falta de visão empreendedora.
        Outra observação constatada pelo funcionário do Departamento de Informática da
Prefeitura é a dificuldade para implementar projetos de modernização no ambiente de
trabalho. Segundo ele, os servidores não são flexíveis quanto às mudanças, pois acreditam que
elas não vão trazer benefícios significativos no futuro e geram desperdício de tempo, mas no
seu ponto de vista, existe a necessidade de introduzir um novo modelo de gestão para
conduzir os processos atendendo de forma ágil a demanda e agregando à isto, o trabalho de
todos servidores.
        Com base nos fatores acima, quais ações devem ser implementadas para que não haja
a descontinuidade administrativa no Município de Eldorado do Sul?
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4 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA




         Diante dos fenômenos econômicos e sociais, de escala mundial e da grande
quantidade de informação que a sociedade e o mundo corporativo geram, percebe-se que
estamos vivendo uma nova realidade, onde o conhecimento é uma das ferramentas que irá
determinar os próximos passos a serem seguidos pelas organizações. Em 2001, a Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), detectou em seus estudos que
mais de 60% da riqueza mundial é gerada em razão do conhecimento.
         Dentro desse contexto, a proposta de um plano de ações baseado na Gestão do
Conhecimento tem grande importância para a Prefeitura de Eldorado do Sul, devido seu
caráter inovador, que vai de encontro com objetivos do governo municipal, que são de
implantar no futuro novos projetos conforme as necessidades da comunidade, mas possuindo
como diferencial, a participação efetiva e o uso do conhecimento de todos servidores.
         Para o acadêmico, este trabalho vai garantir a aplicação de seus conhecimentos
adquiridos durante a sua formação e contribuirá com o aprofundamento da pesquisa na área
da gestão do conhecimento, possibilitando que no futuro sejam feitos novos estudos mais
detalhados. Do ponto de vista prático, os resultados obtidos nesta pesquisa vão possibilitar a
elaboração de uma proposta de modelo de gestão do conhecimento, levando em conta a
cultura organizacional do ambiente estudado, além de utilizar as ferramentas mais adequadas
para o sucesso desta proposta.
         O momento para implantar a ferramenta é oportuno, visto a necessidade satisfazer as
exigências dispostas no artigo 39 da Constituição Federal, onde é mencionado que a União,
Estados e Municípios, disponibilizarão recursos “para aplicação no desenvolvimento de
programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização,
reaparelhamento e racionalização do serviço público.” Outro fator relevante e que deve
abordado, abrange o Plano de Gestão que está sendo elaborado em conjunto com uma
empresa terceirizada e que para seu sucesso, é necessária a colaboração e engajamento da
prefeitura como um todo, contando com a ajuda de todos os funcionários, através da troca de
conhecimentos entre todos os níveis organizacionais.
         Por fim, o trabalho se torna viável graças ao interesse da prefeitura do município,
fornecendo prontamente as informações necessárias para o desenvolvimento, além da atenção,
receptividade e disponibilidade dedicadas pelos funcionários pertencentes ao quadro de
funcionários da Prefeitura.
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5 OBJETIVOS




        Neste capítulo são apresentados os objetivos que foram norteadores para a realização
do presente trabalho.




5.1 OBJETIVO GERAL




        Propor um plano de ações com base na Gestão do Conhecimento para a Prefeitura
Municipal de Eldorado do Sul.


5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


       A) Diagnosticar a situação atual do órgão público;
       B) Analisar o estudo com base no referencial teórico (NONAKA; TAKEUCHI, 1997);
       C) Elaborar um plano de ações com base na Gestão do Conhecimento.
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6 REVISÃO DA LITERATURA




         Na primeira parte do capítulo será explorado os conceitos de administração pública,
suas características, peculiaridades e a evolução de seus modelos até o presente momento




6.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA




         A Administração Pública é o conjunto órgãos e pessoas, que são mantidos com
recursos públicos e que tem como atribuições tomar decisões que viabilizem as
implementações necessárias para fornecer bem-estar social e que garantam o alcance das
metas do governo. Conforme Harmon e Mayer (1999), significa a ocupação de todos aqueles
que atuam em nome do povo – em nome da sociedade, que delega de forma legal – e cujas
ações têm conseqüências para os indivíduos e grupos sociais.
         De acordo com Meirelles (2007), o conceito de Administração Pública:


                       Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos instituídos para
                       consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções
                       necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o
                       desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços do próprio Estado ou
                       por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão global, a
                       Administração Pública é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à
                       realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.
                       (MEIRELLES, 2007, p. 51).


         As atividades desenvolvidas pela Administração Pública englobam um conjunto de
ações que podem ser definidas como atividades relacionadas com o poder de decisão e
comando; atividades de suporte à gestão governamental, compreendendo rotinas
administrativas tradicionais como: pessoal, finanças, material e serviços gerais; atividades
relacionadas com o alcance dos objetivos públicos, e que fazem parte das políticas públicas
econômicas e sociais. Estas atividades somadas servem de base para a administração pública,
pois é através delas que ocorre a prestação de serviços à sociedade.
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6.1.1 Administração Pública Direta




        A Administração Pública se divide em Administração Pública Direta e Indireta. A
Administração Pública Direta é composta por pessoas e órgãos públicos vinculados
hierarquicamente à própria pessoa jurídica (União, Estado, Distrito Federal e Municípios).
Não possui personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa e cujas
despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera. (TAKEDA,
2011)
        O termo União designa entidade federal de direito público interno, autônoma em
relação aos estados e município. Ela tem soberania para agir em nome próprio ou em nome de
toda a federação, buscando formas de reduzir as desigualdades regionais.
        O Decreto-Lei n. 200/1967, estabelece, em seu artigo 4º, que a administração federal
compreende: “I – a administração direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura
administrativa da Presidência da República e dos ministérios.”
        Medauar (1998) tece algumas considerações:

                       A organização administrativa dos Estados é de sua própria competência, como
                       resultado de sua condição de ente federativo, dotada de autonomia. O art. 25 da
                       Constituição Federal assim prevê, ao dispor que os Estados organizam-se e regem-se
                       pelas constituições e leis que adotarem, observados os princípios fixados naquele
                       texto. O Município, no Brasil, é ente dotado de autonomia política. Desde que
                       observados os preceitos estabelecidos na Constituição Federal a na Constituição do
                       Estado-membro em que se situa, o próprio Município estabelece sua estrutura
                       administrativa, cujos contornos básicos são previstos na sua lei orgânica. É o que se
                       depreende do art. 29 da Constituição Federal. (MEDAUAR, 1998, p. 68)


        Esta autonomia dos entes federados só é possível graças à divisão das competências,
onde cada ente é independente na sua esfera de atuação e competência, não havendo
interferência um do outro. Conforme o pensamento de José Afonso da Silva, “a autonomia
das entidades federativas pressupõe a repartição de competências para o exercício e
desenvolvimento de sua atividade normativa. Esta distribuição constitucional de poderes é o
ponto nuclear da noção de Estado Federal”.
31




6.1.2 Administração Pública Indireta


        A Administração Pública Indireta é o conjunto de órgãos públicos vinculados
indiretamente à esfera governamental. Possui personalidade jurídica própria e as despesas são
realizadas por meio de orçamento próprio (TAKEDA, 2009).
        Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a Administração Pública Indireta é o
conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o
objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.
        A base da idéia da Administração Pública Indireta se encontra na descentralização,
que significa a distribuição de competências de uma para outra pessoa, seja ela física ou
jurídica. A descentralização pode ser feita de diversas formas, como por exemplo a
descentralização por serviços, que ocorre quando o poder público (União, Estados,
Municípios ou Distrito Federal) cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela
atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público, surgindo as entidades da
Administração Indireta.
        O Decreto-Lei n.º 200/1967 estabelece em seu artigo 4º, que a administração federal
compreende:


                       II – a administração indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades,
                       dotadas de personalidade jurídica própria:
                       a) autarquias;
                       b) empresas públicas;
                       c) sociedades de economia mista;
                       d) fundações públicas. (BRASIL, 1967).


        a) Autarquia: O conceito legal de autarquia que consta no art. 5º, I, do Decreto-lei
nº 200/1967 define autarquia como: “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração
Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.”
        Pode-se dizer que Autarquia é a entidade criada pelo próprio governo, por meio de
Lei Especifica para exercer funções de exclusividade do Estado. A sua finalidade é suprir o
interesses da coletividade, como por exemplo na área da saúde existe o INSS, na área do
desenvolvimento rural existe o INCRA, etc.
        Conforme Hely Lopes Meirelles (2007):
32



                       Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei, com personalidade
                       jurídica de direito público interno, patrimônio próprio e atribuições estatais
                       específicas. São entes autônomos, mas não são autonomias. Inconfundível é
                       autonomia com autarquias: aquela legisla para si; esta administra a si própria,
                       segundo as leis editadas pela entidade que a criou. (MEIRELLES, 2007, p. 347)


        O patrimônio das Autarquias é formado por recursos próprios e sua organização
interna pode se dar através de decretos, provenientes do Poder Executivo, assim como, por
portarias, regimentos ou regulamentos internos.


        b) Empresa Pública: Empresa Pública é a pessoa jurídica de capital público, tendo a
finalidade de executar atividades econômicas especialmente na área de prestação de serviços
que não seja próprio do Estado. As normas que incidem nestas entidades são em sua maioria
de direito privado, provenientes do Código Civil.
        Conforme Meirelles (2007) a definição de Empresas Públicas:


                       São pessoas jurídicas de direito Privado, instituídas pelo Poder Público mediante
                       autorização de lei específica, com capital exclusivamente público, para a prestação
                       de serviço público ou a realização de atividade econômica de relevante interesse
                       coletivo, nos moldes da iniciativa particular, podendo revestir qualquer forma e
                       organização empresarial. (MEIRELLES, 2007, p. 370)


        São autorizadas por Lei Específica a funcionar como prestadoras de serviços
públicos ou exploradoras de atividade econômica. As Prestadoras de Serviço Público exercem
atividades para a coletividade. As Exploradoras de Atividade Econômicas fornecem serviços
não essenciais.
        O capital das Empresas Públicas é constituído apenas por recursos públicos, porém
ele pode ser proveniente de entes políticos diferentes, ou seja, uma Empresa Pública pode ter
recursos compostos por verbas federais, estaduais e municipais.
        Seu patrimônio pertence à própria Entidade e não ao ente político que a criou,
trata-se de um patrimônio distinto do governo;


        c) Sociedade de Economia Mista: Sociedade de Economia Mista é a entidade
dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de
atividade econômica, sob a forma de Sociedade Anônima, sendo que a maioria de suas ações
com direito a voto é de propriedade do Estado, tornando o governo controlador destes entes.
        Assim como as Empresas Públicas, estas entidades são autorizadas por Lei
Específica a funcionar como prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade
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econômica. Além desta autorização é necessário o registro do seu estatuto social no cartório
público competente, através do Cartório Civil de Registro de Pessoas Jurídicas.
         Seu patrimônio é próprio, ou seja, pertencente à própria Entidade e não ao
ente político que a criou, trata-se de um patrimônio distinto do governo;


         d) Fundação Pública: As Fundações Públicas são entidades integrantes da
Administração Pública Indireta, formadas por um patrimônio destinado pelo Estado ao
desempenho de atividades sociais, como por exemplo, saúde, educação, cultura e pesquisa.
         A finalidade das Fundações Públicas não é o lucro, mas caso ocorra, em virtude dos
trabalhos desenvolvidos, ele deve ser aplicado na função para qual a entidade foi criada dentro
de suas atribuições e esta receita não pode ser revertida para seus dirigentes.
         Conforme nos traz Di Pietro (2001):


                        A fundação instituída pelo Poder Público caracteriza-se por ser um patrimônio, total
                        ou parcialmente público, a que a lei atribui personalidade jurídica de direito público
                        ou privado, para consecução de fins público; quando tem personalidade pública, o
                        seu regime jurídico é idêntico ao das autarquias, sendo por isso mesmo, chamada de
                        autarquia fundacional, em oposição a autarquia corporativa. As fundações de direito
                        privado regem-se pelo Direito Civil em tudo o que não for derrogado pelo direito
                        público. (DI PIETRO, 2001, p.419).


         Desta forma, podemos observar que existem dois tipos de Fundação: Uma regida
pelo Direito Público e outra através de normas privadas. Cabe ressaltar que a personalidade
jurídica é determinada através do concedente do patrimônio.




6.1.3 - Licitação Pública


         Licitação é o processo administrativo usado pela Administração Pública para adquirir
bens, executar obras ou contratar serviços de acordo com suas necessidades, visando
selecionar a proposta mais vantajosa. Por outro lado, ela objetiva assegurar igualdade entre os
proponentes que desejam firmar um contrato com o poder público. Este procedimento é
amparado pela Lei Federal nº 8.666/93.
         Na observação de José Afonso da Silva:
                        O princípio da licitação significa que essas contratações ficam sujeitas, como regras,
                        ao procedimento de seleção de propostas mais vantajosas para a administração
                        pública. Constitui um princípio instrumental de realização dos princípios da
                        moralidade administrativa e do tratamento isonômico dos eventuais contratantes
                        com o poder público. (SILVA, 1994, p.573).
34




         Deve-se observar que as contratações exigem licitação prévia, exceto quando
dispensável ou inexigível, conforme os casos descritos em lei. Dessa forma a licitação
antecede o contrato com a Administração Pública, e este procedimento é apenas uma etapa
preparatória, para o que pode vir a se tornar o contrato, conferindo ao vencedor apenas
expectativa de direito.
         Meirelles define da seguinte forma:

                          Licitação é o procedimento administrativo, mediante o qual a Administração Pública
                          seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Com o
                          procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes
                          para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos
                          os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios
                          administrativos. (MEIRELLES, 2007, p.264)


         Com a finalidade de preservar os princípios da legalidade, impessoalidade,
igualdade, moralidade e da probidade administrativa, publicidade, vinculação do instrumento
convocatório, julgamento objetivo, o legislador constituinte regrou a obrigatoriedade da
licitação.
         Medauar entende que:

                          Licitação, no ordenamento brasileiro, é processo administrativo em que a sucessão
                          de fases e atos leva à indicação de quem vai celebrar contrato com a Administração.
                          Visa, portanto, a selecionar quem vai contratar com a Administração, por oferecer
                          proposta mais vantajosa ao interesse público. A decisão final do processo licitatório
                          aponta o futuro contratado. (MEDAUAR, 1998, p. 200.)




6.1.4. Princípios da Administração Pública




         No artigo 37 da Constituição Federal de 1988, são mencionados os princípios
inerentes à Administração Pública: “Art. 37. A Administração Pública Direta e Indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: [...]” (BRASIL, 1988). Estes princípios servem como base para as atividades dos
administradores públicos e servidores, e tem como objetivo principal beneficiar os interesses
da coletividade como um todo.
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         a) Princípio da legalidade: O princípio da legalidade define que a lei está acima dos
interesses pessoais dando prioridade ao interesse coletivo. Com base nesse princípio é
permitido ao administrador apenas praticar o que está determinado e autoriza na lei. O
administrador tem que seguir a constituição e abaixo dela as normas para determinada
atividade que ele exerça. Hely Lopes Meirelles resume da seguinte forma: “enquanto na
administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é
permitido fazer o que a lei permite.” (MEIRELLES, 2007, p. 55)


         b) Princípio da Impessoalidade: O princípio da impessoalidade está dirigido ao
interesse coletivo. Trata da visibilidade e transparência referente em torno das decisões e
ações e a responsabilidade pelos atos praticados.


         c) Princípio da Moralidade: Neste princípio além de estar de acordo com o
cumprimento da legalidade, o administrador deve respeitar os princípios éticos. Para isto o
administrador tem que ter conhecimento do que é Administração Pública e das normas que
regem a atividade pública que ele desenvolva num determinado órgão.


         d) Princípio da Publicidade: O princípio da publicidade consiste na divulgação em
órgãos próprios como por exemplo, o diário oficial, as decisões e ações e a responsabilidade
pública pelos atos praticados.


         e) Princípio da Eficiência: Através do principio da eficiência a administração
pública, busca aprimorar a prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a
qualidade dos serviços, com economia de despesas.
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6.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO


       Nesta etapa do trabalho, serão apresentados os conceitos de gestão do conhecimento,
sua classificação, modos de conversão e para finalizar o capítulo, serão abordadas as
principais práticas de gestão do conhecimento, levando em conta o ambiente em estudo.




6.2.1 Princípios Básicos




        Para que possa ser feito um estudo aprofundado sobre gestão do conhecimento é
necessário analisar algumas terminologias que servem de base para a gestão do conhecimento.
Na literatura referente ao assunto, fica perceptível que algumas palavras utilizadas como
sinônimo ou de forma ambígua por alguns autores pode determinar diferenças entre os
conceitos fundamentais para o trabalho de outros autores. O esclarecimento desses termos
(dado, informação e conhecimento) visa identificar de forma concisa a diferença entre eles,
além de explorar a definição correta de “conhecimento”.
        Segundo Miranda (1999 apud VALENTIM, 2002), dado é “como um conjunto de
registros qualitativos ou quantitativos conhecidos que organizado, agrupado, categorizado e
padronizado adequadamente transforma-se em informação”. Para Davenport e Prusak (1998),
dado pode ser definido como conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos. Tais
autores ressaltam que todas as organizações independentemente de sua dimensão ou setor de
atividade, geram dados nas suas mais diversas formas, mas cometem o erro de apenas
acumular, dificultando deste modo a identificação e a atribuição de sentido aos dados que são
importantes e instrumentais para a geração da informação.
        Dentro do contexto organizacional, dados são códigos apresentados de forma
primária que servem de base para gerar informação. Tomando como base o estudo desses
últimos autores, entende-se que nesse estágio, o dado em si possui pouco grau de relevância,
pois não apresenta o verdadeiro significado de sua representação e nem base para que ocorra a
tomada de decisão. Dados são consideramos o insumo essencial para a criação da informação
        A informação vai além, segundo Davenport e Prusak (1998, p. 5),"são os dados que
fazem a diferença”, ou seja, esse conjunto de dados quando agregados, adquire significado e
contexto, mas que só passam a ter valor após a devida interpretação. Esta interpretação pode
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ser entendida de diversas formas entre as pessoas, por isso é difícil transferir informação com
absoluta fidelidade.
         Davenport e Prusak (1998) afirmam que informação é uma mensagem, comumente
expressa na forma de texto ou em formato audiovisual, e que dados são transformados em
informações que agregam valor através da contextualização, categorização, cálculo, correção
e condensação. Para a execução destes processos, o uso de recursos computacionais por si só
não é suficiente, o que torna os seres humanos peças fundamentais nesse processo.
         A informação, segundo Nonaka e Takeuchi (1997), é um fluxo de mensagens e por
meio dela não só se extrai, como também se constrói o conhecimento. Além disto, ela fornece
um novo ponto de vista para que ocorram interpretações de eventos ou objetos.
         Deste modo, a informação pode ser definida como o conjunto de dados lapidados,
que através de seu processamento correto, passa a ter sentido na mente das pessoas
possibilitando a compreensão e tem capacidade de reduzir as incertezas. É o processo que visa
chegar ao conhecimento.
         O conhecimento, tema abordado profundamente por vários filósofos e escritores
desde o período clássico grego, possui inúmeras definições, apesar da dificuldade de
caracterizá-lo, em razão da intangibilidade.
         Apoiados nos estudos conduzidos por Platão, Nonaka e Takeuchi (1997) adotam a
definição tradicional de que o conhecimento é a “crença verdadeira justificada”. Entretanto a
definição de conhecimento está distante de ser perfeita quando analisada do ponto de vista
lógico. Conforme esta definição, a crença em algo não mostra o verdadeiro conhecimento
sobre a mesma, e isso dá margem para que a crença esteja errada, mesmo que essa
possibilidade seja pequena.


                        Devemos observar, porém, que enquanto a epistemologia tradicional do Ocidente se
                        concentra na “verdade” como atributo essencial do conhecimento, nós destacamos a
                        natureza do conhecimento como “crença justificada”. [...] Enquanto a epistemologia
                        tradicional enfatiza a natureza absoluta, estática e não-humana do conhecimento, em
                        geral expressa em proposições e pela lógica formal, consideramos o conhecimento
                        como um processo humano dinâmico de justifica a crença pessoal com relação à
                        “verdade” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 63).


         Para Davenport e Prusak (1998), o conhecimento deriva da informação assim como a
informação tem origem com base nos dados. Dados são visualizados em registros ou
transações. As informações são encontradas através de mensagens. O conhecimento, por sua
vez, é obtido através das relações humanas e algumas vezes em rotinas organizacionais.
38




          O conhecimento não é facilmente visualizado e normalmente é disperso, parcial e
fragmentado. As pessoas acumulam-no à medida que resolvem um problema, mas geralmente
cada pessoa resolve somente parte deles, e são limitados em relação à solução de outros. O
conhecimento existe dentro das pessoas, faz parte da complexidade e imprevisibilidades
humanas. Assim, o conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se
modifica à medida que interage com o meio-ambiente. (DAVENPORT e PRUSAK, 1998).
          O conhecimento é reflexo do aperfeiçoamento de metodologias, experiência
adquirida no decorrer da carreira, talento e nível de eficiência, esforço de capacitação, e nas
organizações é visto na consistência do banco de dados, nas metodologias de trabalho, no
domínio de novas tecnologias, no aprimoramento de processos, etc.
          De acordo com as diversas visões e enfoques existentes na literatura referente às
terminologias que servem de sustento para a Gestão do Conhecimento, algumas diferenças
básicas podem ser apresentadas conforme mostra o quadro 1:


QUADRO 1: DIFERENÇAS ENTRE DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
             DADO                               INFORMAÇÃO                           CONHECIMENTO
Simples observação sobre estado      Dados dotados de relevância e           Informação valiosa da mente
do mundo.                            propósito.                              humana.

Registro acerca de um                Conjunto de dados com um                Informação que devidamente
determinado evento para o            determinado significado para o          tratada muda o comportamento do
sistema.                             sistema.                                sistema.

Evento fora do contexto e sem        Provida de determinado significado      Possui contexto, significado, além
significado para o sistema. Não      e contexto para o sistema, porém        da reflexão, interpretação e
existe correlação entre os fatos e   carece do valor da interpretação.       síntese.
suas implicações.
                                     A informação é dinâmica e exige a       Implica envolvimento e
O dado é inerte.                     mediação humana.                        entendimento ativo e está
                                                                             vinculada à ação humana.
Facilmente estruturado e             Apesar de requerer unidade de
transferível.                        análise é muito mais fácil transferir   Normalmente tácito e de difícil
                                     do que o conhecimento.                  estruturação e transferência.
É apenas a representação de
eventos e não há a correlação e                                              É a base das ações inteligentes e
atuação humana sobre eles.                                                   está ancorado nas crenças de seu
                                                                             detentor.
FONTE: DAVENPORT (1998), ADAPTADO PELO ALUNO.
39




6.2.2 Conceito de Gestão do Conhecimento




        O cenário corporativo encontra-se cada vez mais acirrado e dinâmico devido às
constantes mudanças pelas quais a sociedade vem passando conforme seus hábitos e cultura.
Em função disto, as organizações precisam se moldar de forma rápida e contínua para que
sobrevivam e possam prosperar nestes novos tempos de economia globalizada. Para Peter
Drucker (1994, p. 5), “o fator de produção decisivo não é mais nem o capital nem o trabalho,
mas o conhecimento. Isso não significa que os fatores clássicos de produção desapareceram,
apenas tornaram-se secundários. O Conhecimento é, assim, o novo fator de produção.”
        Davenport e Prusak (1998) complementam, dizendo que o conhecimento em si não
tem nada de inovador, visto que nas organizações ele sempre foi valorizado pelas pessoas,
mas o que é passa a ser fundamental é a perspectiva como ele é visualizado.
        A Gestão do conhecimento surgiu no início da década de 1990 e sua fundamentação
encontra-se na prática, através do aproveitamento dos ativos intangíveis na empresa. O uso do
capital humano é essencial, pois gera novas idéias e processos, identificando, captando,
compartilhando e expandindo o conhecimento. Dessa forma, a adoção de práticas gerenciais
que vão de encontro com os processos de criação e aprendizado individual e organizacional.
        Segundo Sveiby (1998, p. 1), criador do conceito, entende que a Gestão do
conhecimento é a "arte de criar valor a partir da alavancagem dos ativos intangíveis de uma
organização". O mesmo autor cita o caso das empresas Microsoft e Sun Microsystems, cujas
ações valem mais do que seus valores de mercado em razão das mesmas serem detentoras de
conhecimento e tecnologias com alto potencial de lucratividade no futuro.
        Para Davenport e Prusak (1998, p. 61), a gestão do conhecimento funciona como o
conjunto de atividades relacionadas à geração, codificação e transferência do conhecimento.
        Dando ênfase às organizações orientais, Nonaka e Takeuchi (1997) pontuam que o
sucesso das organizações japonesas encontra-se na habilidade que elas têm na criação do
conhecimento organizacional, mais especificamente em sua capacidade de inovação, devido
suas extensas P&D (pesquisa e desenvolvimento). Nesse sentido, Davenport e Prusak (1998,
p. 28), complementam que “o conhecimento é criativo e deve ser estimulado a se desenvolver
de formas inesperadas, ou seja, deixar espaço para o inesperado”.
        Para alcançar o sucesso desejado, torna-se necessário que as empresas potencializem
o envolvimento dos profissionais das mais diversas áreas, de forma articulada e intencionada,
com a finalidade de captar o conhecimento presente na mente das pessoas. Terra (2005)
40




afirma que as empresas que possuem foco na criação, aquisição e compartilhamento do
conhecimento possuem maiores chances de alcançar bons resultados.
         Um dos obstáculos encontrados nas empresas é dificuldade para identificar e
armazenar o conhecimento. Sendo assim, Spender (2001), enxerga o conhecimento como um
ativo fluído de suma importância, mas que seu gerenciamento depende em alto grau da
capacidade de identificação.
         Percebe-se também que, apesar de todo auxílio que a tecnologia pode proporcionar,
não será ela unicamente que vai garantir para a organização o sucesso desejado na
estruturação do conhecimento, visto que a geração de novos conhecimentos depende mais
capacidade humana que da tecnologia em si. Senge (1998, p. 82) exalta que “uma pessoa pode
até receber mais informações graças à tecnologia, mas se não possuir as capacidades
necessárias para aproveitá-las, não adianta”.
         Davenport e Prusak contribuem da seguinte forma:


                        Embora essas tecnologias sejam empolgantes e estejam nitidamente se
                        aperfeiçoando a olhos vistos, é importante ter em mente limitações de qualquer
                        programa de gestão do conhecimento. A gestão do conhecimento eficaz só poderá
                        ocorrer com ampla mudança comportamental, cultural e organizacional. [...] A
                        tecnologia isoladamente não fará com que a pessoa possuidora do conhecimento o
                        compartilhe com as outras. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p. 170)


         Portanto, a gestão do conhecimento deve ser conduzida por um processo organizado,
que além de captar, possibilite a criação de novos conhecimentos com a finalidade de
acrescentá-los aos produtos e serviços que pretende oferecer aos seus clientes. Na visão de
Nonaka e Takeuchi (1997), a criação do conhecimento é gerada através da interação que
ocorre entre o conhecimento tácito e explícito denominada pelos autores como espiral do
conhecimento.




6.2.3 Classificação do Conhecimento




         O grande marco para a literatura foi a classificação do conhecimento tácito e
explícito elaborada pelo filósofo Michael Polanyi, no livro The tacit dimension, com
publicação datada de 1966. Segundo o autor, o conhecimento explícito é conhecimento
41




explícito é aquele que pode ser explicado e descrito; o tácito está ligado aos sentidos,
habilidades, experiências etc.
         Baseados nos estudos de Polanyi, Nonaka e Takeuchi (1997) destacam:


                          O conhecimento explícito pode ser expresso em palavras e números, e facilmente
                          comunicado e compartilhado sob a forma de dados brutos, fórmulas científicas,
                          procedimentos codificados ou princípios universais. [...] e o conhecimento tácito é
                          altamente pessoal e difícil de formalizar, o que dificulta sua transmissão e
                          compartilhamento com outros. [...] O conhecimento tácito está profundamente
                          enraizado nas ações e experiências de um indivíduo, bem como em suas emoções,
                          valores ou ideais. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 7)


         Algumas diferenças entre os dois conhecimentos são apresentadas na tabela a seguir
(tabela 3).


TABELA 3: DIFERENÇA ENTRE OS DOIS TIPOS DE CONHECIMENTO
 Conhecimento Tácito (subjetivo)                       Conhecimento Explícito (objetivo)
 Conhecimento da experiência (corpo)                   Conhecimento da racionalidade (mente)
 Conhecimento simultâneo (aqui e agora)                Conhecimento seqüencial (lá e então)
 Conhecimento análogo (prática)                        Conhecimento digital (teoria)
FONTE: NONAKA E TAKEUCHI (1997)


         Para Rodriguez (2007), cerca de 70% do conhecimento que possuímos está na forma
tácita. Desta forma podemos afirmar que o patrimônio do conhecimento organizacional segue
a mesma lógica, ou seja, está diluído entre os colaboradores e não se encontra formalizado em
manuais, sistemas, processos etc. Mantendo este raciocínio, nota-se que o conhecimento é
criado graças à interação entre as pessoas, durante execução de atividades, e o fluxo de
informações ocorre de forma não linear durante esse processo. Além disto, o conhecimento
tácito que surge por meio deste é essencial para o processo de criação de conhecimento
organizacional.




6.2.4 Modos de Conversão do Conhecimento




         Baseados na premissa de que o conhecimento é criado através da interação entre o
conhecimento tácito e o conhecimento explícito, Nonaka e Takeuchi (1997) detalharam a
conversão entre estes formatos e definiram quatro modos distintos de conversão do
conhecimento: socialização - conversão de tácito para tácito, externalização - conversão de
42




tácito para explícito, combinação - conversão de explícito para explícito e internalização - de
explícito para tácito.


         a) Socialização: “É o processo de compartilhamento de experiências e, a partir daí,
da criação do conhecimento tácito, como modelos mentais ou habilidades técnicas
compartilhadas” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 69). A transferência de conhecimento
normalmente ocorre:
         - Através de conversas frequentes e comunicação “face a face”;
         - Brainstorming, insights e intuições são valorizados, difundidos e analisados através
de diversas perspectivas;
         - Através do trabalho “mestre-aprendiz”, onde o aprendizado ocorre por meio da
observação imitação e prática que é acompanhada.


         b) Externalização: “É o processo de criação do conhecimento perfeito, na medida
em que o conhecimento tácito se torna explícito, expresso na forma de metáfora, analogias,
conceitos, hipóteses e modelos” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 71). Para estes autores
esta é a fase mais importante, pois cria novos conceitos explícitos para as organizações. A
transferência de conhecimento nessa fase ocorre através da:
         - Descrição de parte do conhecimento tácito, utilizando como apoio planilhas, textos,
gráficos, figuras;
         - Apresentação de relatos e filmes, visando provocar o diálogo e reflexão coletiva;
               - Utilização de metáforas/analogias para facilitar a compreensão e reduzir a
distância entre a imagem e o modelo lógico.


         c) Combinação: “É o processo de sistematização de conceitos em um sistema de
conhecimento. Esse modo de conversão do conhecimento envolve a combinação de conjuntos
diferentes de conhecimento explícito” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 75). Conforme os
autores, neste processo ocorre a reconstrução da informação por meio de adição, combinação
ou classificação do conhecimento possibilitando a geração de um novo conhecimento.


         d) Internalização: “É o processo de incorporação do conhecimento explícito no
conhecimento tácito” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 77). Para Nonaka, Toyama e Konno
(1998) a conversão do conhecimento pela internalização está intimamente ligada ao “aprender
fazendo”. Nesse processo a aquisição de conhecimento acontece por meio de:
43




         - Leitura e estudo individual de documentos dos mais diversos formatos/tipos (textos,
relatórios etc.);
         - Prática individual;
         - Audição de relatos fazendo com que os colaboradores criem modelos mentais,
mesmo sem a vivência destas experiências.
44




6.2.5 Práticas de Gestão do Conhecimento


        A partir do estudo teórico baseado na gestão do conhecimento, somado a observação
de organizações presentes no mundo inteiro, foi possível elaborar uma listagem com 22
práticas que são consideradas as mais utilizadas, conforme segue:


        - Aprendizagem organizacional;
        - Benchmarking;
        - Blogs;
        - Business Intelligence;
        - Coaching;
        - Comunidades de prática;
        - E-learning;
        - Fórum de discussões;
        - Gestão de relacionamento com os clientes;
        - Gestão por competências;
        - Gerenciamento Eletrônico de Documentos;
        - Intranet;
        - Lições aprendidas em projetos;
        - Mapeamento de conhecimentos;
        - Melhores práticas;
        - Mentoring;
        - Portal corporativo;
        - Redes sociais;
        - Registro de patentes e propriedade intelectual;
        - Sistemas de workflow;
        - Universidade corporativa;
        - Wiki;
45




7 MÉTODO DE PESQUISA




        Neste capitulo será apresentada a metodologia empregada para a realização desta
monografia. As etapas utilizadas foram as seguintes: delineamento da pesquisa, população
alvo do estudo, plano de técnicas de coleta de dados e plano de análise de dados.


                       Método é a forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência os métodos
                       constituem os instrumentos básicos que ordenam de início o pensamento em
                       sistemas, traçam de modo ordenado a forma de proceder do cientista ao longo de um
                       percurso para alcançar um objetivo (TRUJILLO, 1974, p. 24).




7.1 DELINEAMENTO DE PESQUISA




        ROESCH (2005, p. 126) afirma que “o delineamento da pesquisa determina então
quem vai ser pesquisado e quais questões serão levantadas”. Deve-se ressaltar que a definição
do método deve estar de acordo com o tipo de estudo formulado, levando em conta as
limitações de tempo, recursos financeiros e disponibilidade dos dados (ROESCH, 2005).
        Neste trabalho foi utilizada a pesquisa-diagnóstico, onde se efetuou a coleta das
informações e posteriormente a análise, com a intenção de avaliar os resultados da empresa.


                       A pesquisa-diagnóstico propõe-se levantar e definir problemas, explorar o ambiente.
                       O diagnostico normalmente reporta-se a uma situação, em um momento definido. A
                       rigor, qualquer mudança organizacional deveria ser precedida de uma fase de
                       diagnóstico (ROESCH, 2005, p. 77)


        Considerando o objetivo deste trabalho, será feito o uso da pesquisa qualitativa, que
conforme Roesch:

                       É apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade
                       de um programa, ou plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos, ou
                       seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma
                       intervenção (ROESCH, 2005, p. 154)
46




7.2 PLANO DE COLETA DE DADOS


         Para Marconi e Lakatos (1999), existem diversas formas de efetuar a coleta de dados,
tais como coleta documental, observação, entrevista, questionário, técnicas mercadológicas e
história de vida.
         Esta etapa da pesquisa foi realizada em duas partes: A primeira busca caracterizar o
negócio, missão, princípios e visão da Prefeitura. Na segunda parte foi feita uma análise do
ambiente externo (oportunidade e ameaças) e o ambiente interno (forças e fraquezas), para
que possa ser elaborada a matriz SWOT. A coleta dos dados foi feita com base na técnica de
brainstorming (tempestade de idéias), que é uma atividade desenvolvida para explorar a
potencialidade criativa do grupo em estudo.


7.2.1 Instrumentos de pesquisa


a) Definição do negócio, missão, princípios, visão: brainstorming I
         O brainstorming I foi realizado no dia 04/05/2012 no horário das 9:00 até as 14:00.
No primeiro momento foram repassadas as orientações para a realização do brainstorming e
logo em seguida foram clarificadas as abordagens dos temas em estudo, utilizando com
instrumento norteador, o roteiro de reunião brainstorming entregue aos servidores.


b) Análise do ambiente externo e interno: brainstorming II
         O brainstorming II foi realizado no dia 09/05/2012 no horário das 08:00 até as 12:00.
A segunda reunião teve como objetivo analisar o ambiente externo e interno, identificando
suas oportunidades e ameaças, assim como as forças e fraquezas, sendo esta metodologia
proposta por Pagnoncelli e Vasconcellos Filho (2001), conforme consta no apêndice.




7.2.2 Participantes da Pesquisa


         Conforme Cervo (1996), população é o conjunto de pessoas, de animais ou de
objetos que representem a totalidade de indivíduos que possuam as mesmas características
definidas para um estudo. Neste presente trabalho foi utilizada a técnica de amostragem em
função da acessibilidade e do caráter da pesquisa. Segundo Marconi e Lakatos ( 2002 p. 41),
TCC -  José Saraiva 2012
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TCC - José Saraiva 2012

  • 1. FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS JOSÉ ALBERTO JARDIM RODRIGUES SARAIVA GESTÃO DO CONHECIMENTO: Proposição de Plano de Ação para aumento do nível de retenção de conhecimento na Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul Porto Alegre, Junho de 2012
  • 2. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS JOSÉ ALBERTO JARDIM RODRIGUES SARAIVA GESTÃO DO CONHECIMENTO: Proposição de Plano de Ação para aumento do nível de retenção de conhecimento na Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul Porto Alegre, junho de 2012
  • 3. JOSÉ ALBERTO JARDIM RODRIGUES SARAIVA GESTÃO DO CONHECIMENTO: Proposição de Plano de Ação para aumento do nível de retenção de conhecimento na Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas, da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Professor Orientador: Dr. Nelson Costa Fossatti Porto Alegre, junho de 2012
  • 4. Dedico este trabalho aos meus irmãos e aos meus pais, pelos seus ensinamentos e dedicação.
  • 5. Neste importante momento da minha vida, nada mais justo que agradecer a todos que ajudaram de alguma forma nesta jornada e na realização deste trabalho Sendo assim, gostaria de agradecer: Aos meus pais, José Alberto Saraiva e Ana Cristina Jardim Rodrigues pelos seus esforços inesgotáveis para garantir as melhores condições possíveis diante de todas as circunstâncias; Aos meus irmãos Marcus, Cristiano e Mariana, pela amizade e o carinho; Aos meus amigos, pelo apoio e suas sábias palavras; Aos servidores do município de Eldorado do Sul, que contribuíram com suas experiências profissionais; Ao meu Professor Orientador, Dr. Nelson Costa Fossatti, por confiar no meu potencial e partilhar seus conhecimentos durante a elaboração deste trabalho, tornando real este sonho.
  • 6. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo analisar, identificar e propor um Plano de Ações Plano de Ação para a Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul, usando como referencial teórico o modelo de conversão do conhecimento. O órgão público em estudo tem como prioridade assegurar o bem estar social e garantir o pleno acesso aos bens e serviços essenciais à população. Observando que o órgão em estudo possui no seu capital humano, um grau de experiência que não é explorado de forma correta, foi possível diagnosticar uma situação problemática de retenção e disseminação do conhecimento adquirido. Para a concretização desta monografia, utilizou-se o método de pesquisa diagnóstico qualitativa, somada a matriz SWOT. Sendo assim, este trabalho utilizou-se do plano de ações para o cumprimento dos objetivos específicos com a intenção de proporcionar as melhorias necessárias, baseado na gestão do conhecimento. Palavras-chave: Plano de ação, Gestão do Conhecimento, Órgão Público, Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul.
  • 7. ABSTRACT The present study aims to analyze, identify and propose an action plan for the City Hall of Eldorado do Sul, using as theoretical reference one of the models of knowledge conversion. The public agency under study has as a priority to ensure the welfare and the full access to essential goods and services to the population. Observing that the agency under study in its human capital has an experience level that is not operated correctly, it was possible to diagnose problems in retention and in the dissemination of knowledge. To achieve this work, it was used the method of qualitative research diagnosis, coupled with the SWOT matrix. So this study used the plan actions to meet the specific objectives with the intention of providing the necessary improvements according to the dimensions explored by the author of this work, based on knowledge management. Finally are presented the needs of the City Hall of Eldorado do Sul in relation to the environment where it operates and the practice most recommended if the management is interested in following the proposed plan of action. Keywords: Action plan. Knowledge management. Public agency. City Hall of Eldorado do Sul.
  • 8. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SEU AMBIENTE ................................... 11 2.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................... 11 2.2 HISTÓRICO ....................................................................................................................... 11 2.3 NEGÓCIO .......................................................................................................................... 12 2.4 MISSÃO ............................................................................................................................. 13 2.5 VALORES .......................................................................................................................... 13 2.6 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO .................................................................................. 13 2.7 PRODUTOS E/OU SERVIÇOS ........................................................................................ 14 2.8 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ESTRUTURA FUNCIONAL ........................... 14 2.9 MERCADO DE ATUAÇÃO ............................................................................................. 18 2.10 MICROAMBIENTE ........................................................................................................ 18 2.10.1 Principais Públicos ...................................................................................................... 18 2.10.2 Principais Fornecedores .............................................................................................. 19 2.11 ÓRGÃOS REGULAMENTADORES ............................................................................. 19 2.12 MACROAMBIENTE ....................................................................................................... 19 2.12.1 Ambiente Demográfico ............................................................................................... 20 2.12.2 Ambiente Econômico ................................................................................................... 21 2.12.2.1 Finanças Públicas ....................................................................................................... 22 2.12.2.2 Instituições Financeiras .............................................................................................. 23 2.12.2.3 Produto Interno Bruto ................................................................................................. 23 2.12.3 Ambiente Tecnológico ................................................................................................. 23 3 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA ........................................................................................ 25 4 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ................................................................. 27 5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 28 5.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 28 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 28 6 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 29 6.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................ 29 6.1.1 Administração Pública Direta ...................................................................................... 30
  • 9. 6.1.2 Administração Pública Indireta ................................................................................... 31 6.1.3 - Licitação Pública ......................................................................................................... 33 6.1.4. Princípios da Administração Pública ......................................................................... 34 6.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO..................................................................................... 36 6.2.1 Princípios Básicos .......................................................................................................... 36 6.2.2 Conceito de Gestão do Conhecimento ......................................................................... 39 6.2.3 Classificação do Conhecimento .................................................................................... 40 6.2.4 Modos de Conversão do Conhecimento ...................................................................... 41 6.2.5 Práticas de Gestão do Conhecimento........................................................................... 44 7 MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................................. 45 7.1 DELINEAMENTO DE PESQUISA .................................................................................. 45 7.2 PLANO DE COLETA DE DADOS ................................................................................... 46 7.2.1 Instrumentos de pesquisa.............................................................................................. 46 7.2.2 Participantes da Pesquisa ............................................................................................. 46 7.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS ................................................................................. 47 8 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 48 8.1 ETAPA 1 – DIAGNÓSTICO ............................................................................................. 48 8.1.1 Definição da Missão ....................................................................................................... 48 8.1.2 Definição dos valores ..................................................................................................... 49 8.1.3 Definição da visão .......................................................................................................... 50 8.1.4 Análise do Ambiente...................................................................................................... 50 8.1.4.1 Análise do Ambiente Externo....................................................................................... 50 8.1.4.2 Análise do Ambiente Interno ........................................................................................ 51 8.1.4.3 Análise SWOT.............................................................................................................. 51 8.2 PESQUISA QUALITATIVA ............................................................................................. 56 8.2.1 Entrevistado A: Secretária da Administração ............................................................ 57 8.2.2 Entrevistado B: Diretora de Departamento ................................................................ 58 8.2.3 Entrevistado C: Auxiliar Administrativo .................................................................... 60 8.2.4 Entrevistado D: Auxiliar Administrativo .................................................................... 62 8.2.5 Entrevistado E: Estagiário............................................................................................ 64 8.2.6 Matriz Dimensão x Ações ............................................................................................. 65 8.3 PROPOSTA DE MELHORIAS ......................................................................................... 72 8.3.1 Plano de Ações Prioritárias .......................................................................................... 72
  • 10. 9 CONSIDERAÇÃOS FINAIS ............................................................................................. 89 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 91 APÊNDICE A – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................... 95 APÊNDICE B – DEFINIÇÃO DA MISSÃO ....................................................................... 96 APÊNDICE C – DEFINIÇÃO DOS VALORES ................................................................. 97 APÊNDICE D – DEFINIÇÃO DA VISÃO .......................................................................... 98 APÊNDICE E – ROTEIRO DE ENTREVISTA ............................................................... 101 APÊNDICE F – CRONOGRAMA DO TRABALHO ...................................................... 106
  • 11. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Organograma da Prefeitura ................................................................................. 15 Figura 2: Receitas e despesas do município - 2010 .............................................................. 22 Figura 3: Receita conforme natureza das atividades - 2010 ............................................... 22 Figura 4: Missão da Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul. ........................................ 49 Figura 5: Valores da Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul. ....................................... 49 Figura 6: Visão da Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul............................................ 50 Figura 7: Matriz SWOT da Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul. ............................ 52 Figura 8: Análise SWOT – Forças x Oportunidades ........................................................... 53 Figura 9: Análise SWOT – Forças x Ameaças ...................................................................... 53 Figura 10: Análise SWOT – Forças x Fraquezas ................................................................. 54 Figura 12: Análise SWOT – Oportunidades x Ameaças ..................................................... 55 Figura 13: Análise SWOT – Fraquezas x Ameaças ............................................................. 56 Figura 14: Ações propostas pelo entrevistado A ................................................................. 57 Figura 15: Priorização GUT entrevistado A ........................................................................ 58 Figura 16: Ações propostas pelo entrevistado B .................................................................. 58 Figura 16: Priorização GUT entrevistado B ........................................................................ 60 Figura 18: Ações propostas pelo entrevistado C ................................................................. 60 Figura 19: Priorização GUT entrevistado C ........................................................................ 62 Figura 20: Ações propostas pelo entrevistado D ................................................................. 62 Figura 21: Priorização GUT entrevistado D ........................................................................ 63 Figura 22: Ações propostas pelo entrevistado E .................................................................. 64 Figura 23: Priorização GUT entrevistado E ........................................................................ 65 Figura 24: Dimensões x Ações ............................................................................................... 66 Figura 25: Matriz de priorização das dimensões ................................................................. 71 Figura 26: Ações propostas.................................................................................................... 72 Figura 27: Desenvolvimento de programa de treinamento e qualificação ........................ 73 Figura 28: Desenvolvimento de programa de rodízio dos servidores entre setores ......... 76 Figura 29: Desenvolvimento de roteiro das principais tarefas administrativas ............... 78 Figura 30: Implantação de sistema de digitalização de documentos - GED ..................... 81 Figura 31: Criação de portal corporativo ............................................................................ 84 Figura 32: Organização de encontros de integração entre os servidores .......................... 87
  • 12. SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas CEEE - Companhia Estadual de Energia Elétrica COOPLANTIO - Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto CORSAN - Companhia Riograndense de Saneamento CPD - Centro de Processamento de Dados CRM - Customer relationship management ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos FEE - Fundação de Economia e Estatística GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INSS - Instituto Nacional do Seguro Social OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico P&D - Pesquisa e Desenvolvimento PDDUA - Plano Diretor Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental PIB - Produto Interno Bruto PLHIS - Plano Habitacional de Interesse Social DPM - Delegações de Prefeituras Municipais IGAM - Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos EGP FAMURS - Escola de Gestão Pública da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul
  • 13. 10 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo propor um plano de ações com base na Gestão do Conhecimento para a Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul, enfatizando o uso do capital humano através da criação, retenção e compartilhamento de informações e conhecimento estratégico que são de grande importância para o sucesso da Gestão Municipal. Neste sentido, serão abordadas neste trabalho, as principais características do órgão público em estudo e análise do microambiente e macroambiente para evidenciar ao leitor os objetivos da empresa, assim como o funcionamento dos ambientes onde a mesma está inserida e de que forma eles influenciam em sua gestão. Além disto, será apresentado um diagnóstico da atual situação da Prefeitura de Eldorado do Sul, abordando suas fragilidades e pontos fortes, que servirão como tema central para a pesquisa científica, delimitando o foco do trabalho. A seguir será apresentada a justificativa da escolha do tema, importância e a viabilidade da realização do mesmo. Dessa forma, serão definidos os objetivos e apresentados os referenciais teóricos, abrangendo conceitos de maior relevância a respeito da Administração Pública e Gestão do Conhecimento. No sétimo capítulo, será feita a exposição da metodologia de utilizada e também o tipo de coleta e análise de dados. O método selecionado foi a Pesquisa diagnóstica qualitativa (através de roteiro de entrevistas). Logo após, será elaborada a exposição dos resultados das análises das pesquisas realizadas, através das informações obtidas com os funcionários da Prefeitura, além de dados secundários. São apresentadas as necessidades da Prefeitura em relação ao ambiente onde está situada e as práticas mais aconselháveis, caso a gestão tenha interesse em seguir o plano de ação que será proposto neste trabalho. No capítulo nove, serão feita as considerações finais, conforme resultados obtidos durante a realização do trabalho. E finalmente são apresentados os apêndices que serviram de apoio para a realização deste trabalho.
  • 14. 11 2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SEU AMBIENTE Este capítulo caracteriza a empresa em questão, abordando aspectos relativos ao microambiente, tais como: identificação, histórico, negócio, objetivos da organização, produtos e estrutura organizacional e funcional. Já temas como mercado de atuação, principais clientes, fornecedores, órgãos regulamentadores, são abordados na análise do macroambiente. 2.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA Razão Social: Eldorado do Sul Prefeitura Municipal Nome Fantasia: Gabinete do Prefeito Fundação: 08/06/1988 (lei estadual nº 8.649) Localização: Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. Ramo de Atividade: Administração Pública em Geral Produtos/Serviços: Prestação de serviço à população Número de colaboradores: 916 funcionários. Site: www.eldorado.rs.gov.br 2.2 HISTÓRICO O município de Eldorado do Sul foi criado em 08/06/1988 através da lei estadual nº 8.649 e segundo dados do IBGE (2010) possui uma população de 34.335 habitantes e área territorial de 510 km². Sua economia é baseada na agropecuária, indústria e serviços. O território onde está situado o Município de Eldorado do Sul foi inicialmente ocupado por estancieiros açorianos pertencentes ao grupo pioneiro de Jerônimo de Ornellas, na metade do século XVIII. A partir de 1930, a região à margem direita do Rio Guaíba passou a servir de balneário turístico à população de Porto Alegre e de porto para os Barcos que iam para a
  • 15. 12 Capital, como meio de transporte. Por volta de 1960, a área passou a ser habitada por colonizadores de origem alemã, que deram à localidade o nome de Balneário Sans Souci. A região era composta de propriedades particulares que se dedicavam integralmente à pecuária e à cultura do arroz até a década de 1960. Nesse período as áreas passaram a ser fracionadas em chácaras e lotes menores e vendidas para fins de moradia. Devido à proximidade da Capital a ao seu fácil acesso através da BR 116, que há pouco tempo havia sido construída, na década de 70 houve um incremento na procura por terrenos para residência nesta localidade, dando origem à “Vila Medianeira”. O crescimento populacional nestas regiões foi intenso na década de 70 e início da década de 80. Após anos de reivindicações, em 1985 começaram os trabalhos oficiais de emancipação da cidade, que buscavam a melhoria das condições e o desenvolvimento urbano para os bairros Medianeira, Itaí, Bom Retiro, Sans Souci, Picada e Guaíba Country Club. Após anos de mobilização, o trabalho de conquista da emancipação foi recompensado com o desmembramento destas áreas do Município de Guaíba. Em 08 de junho de 1988 é criado o Município de Eldorado do Sul. O nome escolhido para a região emancipada, “Eldorado”, é de origem espanhola e significa “Terra do Ouro”, país imaginário que se dizia existir na América Meridional, lugar pródigo em delícias e riquezas. A luta do povo de Eldorado do Sul para conseguir sua autonomia política e administrativa é um exemplo para as novas gerações e, ao mesmo tempo, uma certeza de um futuro promissor para a região. 2.3 NEGÓCIO A definição do negócio de uma organização é a definição de quais produtos e serviços a organização pretende fornecer, para quais mercados e quais clientes (MAXIMIANO, 2006). Nesse caso o negócio da empresa é: Administração Pública em Geral.
  • 16. 13 2.4 MISSÃO Segundo Chiavenato (1999), a missão funciona como orientador para as atividades da organização. Ela tem por finalidade clarificar e comunicar os objetivos, os valores e a estratégia adotada pela organização. A Prefeitura de Eldorado do Sul tem como missão proporcionar ao município e aos cidadãos o desenvolvimento constante e sustentável. “Promover o bem estar da comunidade através de ações que priorizem o desenvolvimento social, cultural e econômico.” (PREFEITURA DE ELDORADO DO SUL, 2011). 2.5 VALORES De acordo com Faria (2009), valores são princípios que servem de guia ou critério para os comportamentos e decisões de todas as pessoas da organização no exercício das suas responsabilidades. Para o órgão público do presente estudo, os valores são definidos por: - Comprometimento - Autonomia com responsabilidade - Competência; - Valorização e respeito entre todos - Agir visando o coletivo 2.6 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO Conforme Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA), regido pela Lei Municipal n.º 2.574/06, o objetivo da Prefeitura de Eldorado do Sul é assegurar o bem estar social e garantir o pleno acesso aos bens e serviços essenciais ao desenvolvimento individual e coletivo através da prestação de um bom serviço à população do município.
  • 17. 14 O Plano Diretor é instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados. (ABNT, 1991) 2.7 PRODUTOS E/OU SERVIÇOS Basicamente, as atividades realizadas pela Administração Pública compreendem serviços prestados à população, direta ou indiretamente, que demandam atividades de pesquisa e estudos, formação de recursos humanos e controle dos interesses públicos. 2.8 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ESTRUTURA FUNCIONAL A estrutura administrativa do município é composta por dois gabinetes, doze secretarias, procuradoria geral e duas subprefeituras (Parque Eldorado e Bom Retiro). Nesses setores estão lotados servidores do município que totalizam 916 funcionários, sendo que 781 são concursados, 25 servidores celetistas, 32 são servidores em contrato emergencial e 78 são servidores em cargo em comissão (SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO DE ELDORADO DO SUL, 2011). Na Secretaria da Administração do município de Eldorado do Sul existem 43 servidores, distribuídos entre os cargos de vigia, assistente administrativo, motorista, servente, chefe de gabinete, assessor executivo, diretor de departamento e secretário. A estrutura do município está disposta conforme organograma figura 1:
  • 18. 15 Figura 1: Organograma da Prefeitura Executivo Municipal Órgãos de Órgãos de Órgãos de Administração Órgãos Consultivos e de Assessoramento Fiscalização descentralização Parque Eldorado Gabinete do Prefeito Controle Interno Secretaria de Subprefeituras Administração Bom Retiro Gabinete do Vice- Secretaria da Fazenda Conselho de Acompanhamento e Procuradoria Jurídica Controle do FUNDEB Secretaria de Conselho Municipal de Planejamento Alimentação Escolar Conselho Municipal de Secretaria da Compras Assistência Social e Patrimônio Conselho Municipal da Cidade de Eldorado do Sul Secretaria de Obras e Viação Conselho Municipal da Criança e do Adolescente Secretaria de Educação, Conselho Municipal de Cultura e Cultura, Desporto e Lazer Conselhos Municipais Turismo Conselho Municipal de Defesa Secretaria de Assistência Civil Social e Trabalho Conselho Municipal de Desenvolvimento Secretaria de Saúde Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Secretaria de Meio Conselho Municipal de Educação Ambiente Conselho Municipal da Pessoa Secretaria de Transportes Idosa Conselho Municipal da Saúde Secretaria de Habitação Conselho Municipal do Esporte Conselho Tutelar Junta Administrativa de Secretaria de Agricultura Recursos e infrações - JARI Fonte: O autor, conforme Lei Municipal nº 3.008/2009 (2012)
  • 19. 16 PREFEITO MUNICIPAL: Ernani de Freitas Gonçalves Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro Telefone: (51) 3499-6300 E-mail: gabinete@eldorado.rs.gov.br VICE-PREFEITO: João Carlos Vieira Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro Telefone: (51) 3499-6300 E-mail: joaocarlosvieira@eldorado.rs.gov.br SUB-PREFEITURA DO DISTRITO DO BOM RETIRO Sub-Prefeito: Gildomar Andrade da Silva Endereço: Rua Pedro Rabello Cezar, n° 151 - CEP 92.990-990 Telefone: (51) 3619-3032 SUB-PREFEITURA DO DISTRITO DO PARQUE ELDORADO Sub-Prefeito: Idenio João Vivian Endereço: Rua do Comércio, 4423 - CEP 92.990-000 Telefone: 3481-1049 PROCURADORIA JURÍDICA Procuradora Geral do Município: Vivian Lítia Flores Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro Telefone: 3499-6317 E-mail: procuradoria@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO Secretário: Sigrid Pesenatto Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro Telefone: 3499-6332 E-mail: administracao@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE AGRICULTURA Secretário: Valdir Pacheco Torma Endereço: Rua C, n° 135 - Bairro Residencial Telefone: (51) 3499-6404 E-mail: agricultura@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Secretário: Neuza dos Reis Gonçalves Endereço: Av. Emancipação, n° 599 - Centro Telefone: (51) 3499-6451 E-mail: social@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE COMPRAS E PATRIMÔNIO Secretário: Edi Elesbão da Luz Reis Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 – Centro Telefone: (51) 3499-6323 E-mail: compras@eldorado.rs.gov.br
  • 20. 17 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO, LAZER E TURISMO Secretária: Ana Nazaré da Silva Gonzalez Endereço: Av. Porto Alegre, n° 615 - Bairro Itaí Telefone: (51) 3499-6475 E-mail: educacao@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DA FAZENDA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INSDÚSTRIA E COMÉRCIO Secretário: Ricardo Alves Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro Telefone: (51) 3499-6315 E-mail: sefaz@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE HABITAÇÃO Secretário: Alexandre Santos da Silveira Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - CEP 92990-000 Telefone: (51) 3499-6403 E-mail: habitacao@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE Secretário: Samuel Jung Strattmann Endereço: Rua Eduardo Correa da Silva, 176 - Centro Telefone: (51) 3499-6446 E-mail: meioambiente@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE OBRAS E VIAÇÃO Secretário: Vilmar Pereira da Silva Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro Telefone: (51) 3499-6317 E-mail: obras@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE PLANEJAMENTO Secretário: Carlos Augusto da Silva Marçal Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro Telefone: (51) 3499-6353 E-mail: planejamento@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE SAÚDE Secretário: Marcelo Gregório de Sa Verlindo Endereço: Rua Eva dos Santos Quinhones, n° 1969 - Centro Telefone/fax: (51) 3499-1562 E-mail: saude@eldorado.rs.gov.br SECRETARIA DE TRANSPORTES Secretário: Vanderlan Gonçalves Endereço: Estrada da Arrozeira, 270 - Centro Telefone: (51) 3499-6312 E-mail: transporte@eldorado.rs.gov.br
  • 21. 18 2.9 MERCADO DE ATUAÇÃO A Prefeitura de Eldorado do Sul atua em todo seu território geográfico, devido seu caráter público e obrigação com o bem estar social de toda população que abriga. Este público é formado por todas as faixas etárias e classes sociais. 2.10 MICROAMBIENTE O microambiente é formado pelas forças próximas à empresa que afetam sua capacidade de atender seus clientes, como por exemplo, fornecedores, empresas concorrentes e principais públicos. 2.10.1 Principais Públicos Cidadão: O cidadão além de ser visto como contribuinte de impostos é cliente dos serviços prestados pelo município. A satisfação do cliente/cidadão é dada por meio de ações que promovam o bem-estar da comunidade em geral. Servidores públicos: Para concretização dos programas de governo, a figura do servidor é de grande importância, pois o objetivo do município é viabilizar o bem estar social, através de práticas estritamente ligadas aos princípios da administração pública. Empresas: Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e transporte escolar aos alunos matriculados na rede de ensino municipal.
  • 22. 19 2.10.2 Principais Fornecedores Os fornecedores da Prefeitura de Eldorado do Sul são selecionados através do processo de licitação, conforme prevê a Lei Federal n.º 8.666/93. A responsabilidade pelos processos de compra fica a cargo da Secretaria de Compras e Patrimônio, criada no mês de fevereiro de 2009. Os principais fornecedores são: Construtoras: SBM Construções e Limpeza Ltda, Construtora Tarefa LTDA, Construtora RDN LTDA; Gêneros alimentícios: Confeitaria Armelin, Cooperativa Regional Agropecuária Languiru, Casa de Carnes Moacir Ltda; Material de Expediente: Maranata Livraria e Papelaria, Comercial Porto Alegrense de Máquinas Calculadoras Ltda, M F Machado Soares; Material Farmacêutico: Rede Agafarma de Farmácias, Roberto Martins Drogaria. 2.11 ÓRGÃOS REGULAMENTADORES O município de Eldorado do Sul, assim como os demais, goza de autonomia conforme a Constituição Federal e as Constituições Estaduais. Cada município é regido por uma Lei Orgânica, aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal. 2.12 MACROAMBIENTE Entende-se por macroambiente o ambiente ao redor da empresa, que consiste no conjunto de agentes e forças exteriores ao marketing que interferem diretamente na administração de marketing e em manter as suas relações com o público-alvo bem sucedidas. O macroambiente oferece tanto oportunidades como ameaças, e as empresas bem sucedidas sabem que são vitais a observação e adaptação constantes às mudanças do ambiente. As principais forças de macroambiente que atuam sobre a Prefeitura de Eldorado do Sul são: demográfica, econômica, natural, político-legal.
  • 23. 20 2.12.1 Ambiente Demográfico O estudo demográfico da população visa fornecer dados estatísticos que são de grande importância para as organizações, principalmente no período de curto e médio prazo. Para Kotler (2000, p. 162), “a primeira força macroambiental que os profissionais de marketing monitoram é a população, porque os mercados são compostos de pessoas”. Estes dados coletados fornecem aos governantes, condições de traçar planos e estratégias de atuação, além de poder desenvolver um planejamento de interesse social. (LOPES, 2011). Conforme estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), o município de Eldorado do Sul, possui 34.343 habitantes, apresentando um crescimento de 25,5% em relação ao último estudo feito, no ano de 2000. Este crescimento é praticamente duas vezes maior que a média nacional, que durante o mesmo período apresentou crescimento de 12,3%. Este fato está relacionado diretamente com a instalação de diversas empresas no município durante esse período, como a Linck Máquinas, Companhia de Bebidas das Américas (AmBev), Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (COOPLANTIO) e Dell, sendo esta última a maior empresa instalada no município. Outro fator relevante é a expansão urbana, guiada pelo Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS), criado pela Secretaria Municipal de Habitação, no ano de 2009. Este plano visa melhorar e regrar a situação habitacional do município, além de garantir acesso à moradia em condições adequadas para os cidadãos. Através dessas observações, nota-se que o crescimento da população tende a influenciar o ambiente demográfico da prefeitura, já que esta movimentação geográfica exige políticas especificas para certas regiões, que passarão por transformações marcantes nos próximos anos. Sendo assim, torna-se importante para o município, a monitoração constante do ambiente demográfico, pois é através dele que vão ser visualizadas as oportunidades de fornecer aos cidadãos, produtos e serviços que satisfaçam os desejos de toda comunidade. Abaixo podemos observar com maior detalhamento, a população conforme faixa etária e gênero.
  • 24. 21 TABELA 1: População por gênero e faixa etária Grupo de Idade 2000 2010 Homens Mulheres Homens Mulheres 0 a 4 anos 1.435 1.411 1.435 1.235 5 a 9 anos 1.459 1.360 1.459 1.425 10 a 14 anos 1.429 1.283 1.429 1.642 15 a 19 anos 1.353 1.363 1.353 1.567 20 a 24 anos 1.137 1.177 1.137 1.303 25 a 29 anos 1.041 1.051 1.041 1.521 30 a 34 anos 1.017 1.073 1.017 1.417 35 a 39 anos 1.025 1.171 1.025 1.236 40 a 44 anos 1.017 956 1.017 1.189 45 a 49 anos 799 771 799 1.234 50 a 54 anos 630 564 630 1.014 55 a 59 anos 468 453 468 815 60 a 64 anos 307 326 307 596 65 a 69 anos 266 249 266 441 70 a 74 anos 148 161 148 301 75 a 79 anos 89 99 89 195 80 anos ou mais 67 113 67 213 TOTAL 13.687 13.581 15.697 13.687 FONTE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010 2.12.2 Ambiente Econômico Efetuar uma análise do ambiente econômico no qual se encontra a empresa é de extrema importância, pois conforme Churchill e Peter (2003, p. 28), “envolve a economia como um todo, incluindo ciclos de negócios e padrões de gastos, além de questões referentes à renda do consumidor”. A Administração Municipal tem como prioridade, atrair investimentos que são concedidos através de Leis Municipais e de Decretos específicos para esses fins. Os incentivos fiscais têm como princípios isentar e/ou reduzir as alíquotas dos impostos municipais, enquanto os incentivos econômicos abrangem a execução de serviços de terraplanagem, permuta de bens imóveis públicos, cessão de uso de áreas e doação de áreas pertencentes ao município. Em razão dessas políticas facilitadoras, o município conta com 951 empresas conforme dados do IBGE (2009), representando um aumento de 10,45% em relação aos dados do ano de 2006. Consecutivamente houve no nível de empregos na ordem de 34,85%, passando de 8.912 empregados para 12.018, durante o mesmo período.
  • 25. 22 2.12.2.1 Finanças Públicas As receitas do município no ano de 2010 foram de R$ 69.986.726,12 enquanto as despesas no mesmo ano foram de R$ 55.122.760,42 (IBGE, 2011). Nas figuras 2 e 3 apresentam-se gráficos auxiliares, o primeiro com a representação em percentual das receitas e despesas no ano de 2010 e o segundo com a natureza das atividades que geraram receitas no mesmo ano. Figura 2: Receitas e despesas do município - 2010 Fonte: Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010 Figura 3: Receita conforme natureza das atividades - 2010 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010
  • 26. 23 2.12.2.2 Instituições Financeiras Em Eldorado do Sul funcionam quatro agências bancárias, sendo estas filiais do Banco do Brasil, Banrisul, Caixa Federal e Bradesco, prestando os mais variados serviços bancários. TABELA 2: MOVIMENTAÇÕES BANCÁRIAS 2009 2010 Depósitos a Prazo R$ 1.941.016 R$ 1.580.962 Depósitos à Vista do Governo R$ 984.075 R$ 710.596 Depósitos à Vista Privado R$ 6.291.968 R$ 9.329.241 Obrigações de Recebimentos R$ 4.567 R$ 1.858 Operações de Crédito R$ 20.682.378 R$ 26.316.132 Poupança R$ 12.686.289 R$ 14.872.172 FONTE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010 2.12.2.3 Produto Interno Bruto O Produto Interno Bruto (PIB) é o principal medidor do crescimento econômico de uma região, seja ela uma cidade, um estado, um país ou mesmo um grupo de nações. (VEJA, 2011). Segundo últimos dados do IBGE, o PIB do município de Eldorado do Sul, foi de R$ 442.194.141,00 no ano de 2008, dando ao município o 75º lugar em arrecadação no estado do Rio Grande do Sul. Em comparação ao ano de 2006, houve redução de 31,9%, em virtude da empresa Dell transferir em agosto de 2007, toda sua produção para a cidade de Hortolândia, interior de São Paulo, mantendo na cidade apenas o departamento administrativo e o de vendas. 2.12.3 Ambiente Tecnológico Para Churchill Jr. e Peter (2003, p. 45) “o conhecimento científico, a pesquisa, as invenções e as inovações que resultem em bens e serviços novos ou aperfeiçoados constituem o ambiente tecnológico”. Segundo Laudon e Laudon (2007), os investimentos em sistemas de
  • 27. 24 informação são motivados por seis razões: “excelência operacional; novos produtos; serviços e modelos de negócio; relacionamento mais estreito com clientes e fornecedores; melhor tomada de decisões; vantagem competitiva; e sobrevivência.” Este ambiente destaca-se como uma das forças mais importantes nos últimos tempos, fato esse relacionado intimamente à velocidade com que as empresas precisam inovar para levar a seus clientes o melhor de seus produtos e serviços, empregando ferramentas que facilitem o dia-a-dia dos funcionários na execução de suas rotinas administrativas. Orientados por esses princípios, nota-se que a prefeitura durante esses últimos anos investiu em recursos tecnológicos, tanto em software como hardware, para que ocorram as interações internas necessárias no sentido de dar efetividade às demandas comunitárias e dessa forma atingir os níveis de eficiência e eficácia desejados. Na parte de sofware, a prefeitura tem apoio do sistema e-cidade, implementado há cerca de 2 anos, que aos poucos sofre adaptações conforme as necessidades de cada secretaria. Quanto ao hardware, cada secretaria conta com um servidor, ao qual estão ligadas as estações de trabalho de cada usuário, que são monitoradas constantemente pelo CPD, por meio de acesso remoto.
  • 28. 25 3 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA A preocupação na busca de melhorias no desempenho das organizações, através de técnicas gerenciais que garantam excelência na execução de rotinas e processos tem sido um dos fatores mais importantes no cenário corporativo, pois além de agregar valor aos produtos/serviços, são fundamentais para fornecer antecipadamente as melhores respostas aos seus clientes. O cenário atual, composto de mercados e ambientes empresariais altamente dinâmicos e mutáveis, exige das organizações agilidade para encontrar soluções que utilizem da capacidade do capital humano para que ocorra a transformação de dados em conhecimento e consequentemente, agregação de valor aos bens fornecidos. Na esfera pública, como em qualquer outra organização, percebe-se a necessidade de que o governo tenha uma postura proativa, para garantir maior efetividade em suas atividades de coordenação, na implementação de políticas públicas voltadas para comunidade onde atua e conquistar uma equipe coesa que realize suas tarefas sem necessariamente precisar de ordens. As políticas públicas têm como objetivo, construir um conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta de determinada demanda, principalmente nas áreas mais carentes. Ao longo dos anos, um dos maiores desafios das organizações é conseguir manter uma equipe coesa e produtiva, e este fato está associado à fatores críticos como eleições, ciclos de governo, oferta de cargos melhores remunerados em outros órgãos, mudança da equipe de gestores do governo (Governadores, Prefeitos, Secretariado, Ministério), cessão de gestores para governos locais aliados, falta de plano de carreira ou de confiança na execução do plano existente, entre outros. Nesse contexto encontra-se a Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul, que conta um grande número de servidores estatutários, que ingressam no serviço público através de concurso, o que garante estabilidade após o estágio probatório que tem duração de 3 anos, porém os cargos de alta chefia do governo, conhecidos como cargos em comissão (CC) possuem uma alta rotatividade de pessoal. Segundo relatos da diretora de departamento, esses fatores levam a desmotivação das equipes envolvidas, falta de comprometimento, confiança, queda na qualidade do trabalho e em alguns casos, estresse frequente. Quando alguém sai da equipe, as atividades sofrem mudanças que em maior ou menor grau afetam a continuidade no trabalho. Conforme a diretora de departamento que já passou por diferentes gestões do governo municipal, as organizações públicas, de um modo geral, têm enraizadas na sua
  • 29. 26 cultura organizacional, resistência à inovação, interferências de âmbito político na gestão dos serviços, somadas a falta de visão empreendedora. Outra observação constatada pelo funcionário do Departamento de Informática da Prefeitura é a dificuldade para implementar projetos de modernização no ambiente de trabalho. Segundo ele, os servidores não são flexíveis quanto às mudanças, pois acreditam que elas não vão trazer benefícios significativos no futuro e geram desperdício de tempo, mas no seu ponto de vista, existe a necessidade de introduzir um novo modelo de gestão para conduzir os processos atendendo de forma ágil a demanda e agregando à isto, o trabalho de todos servidores. Com base nos fatores acima, quais ações devem ser implementadas para que não haja a descontinuidade administrativa no Município de Eldorado do Sul?
  • 30. 27 4 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA Diante dos fenômenos econômicos e sociais, de escala mundial e da grande quantidade de informação que a sociedade e o mundo corporativo geram, percebe-se que estamos vivendo uma nova realidade, onde o conhecimento é uma das ferramentas que irá determinar os próximos passos a serem seguidos pelas organizações. Em 2001, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), detectou em seus estudos que mais de 60% da riqueza mundial é gerada em razão do conhecimento. Dentro desse contexto, a proposta de um plano de ações baseado na Gestão do Conhecimento tem grande importância para a Prefeitura de Eldorado do Sul, devido seu caráter inovador, que vai de encontro com objetivos do governo municipal, que são de implantar no futuro novos projetos conforme as necessidades da comunidade, mas possuindo como diferencial, a participação efetiva e o uso do conhecimento de todos servidores. Para o acadêmico, este trabalho vai garantir a aplicação de seus conhecimentos adquiridos durante a sua formação e contribuirá com o aprofundamento da pesquisa na área da gestão do conhecimento, possibilitando que no futuro sejam feitos novos estudos mais detalhados. Do ponto de vista prático, os resultados obtidos nesta pesquisa vão possibilitar a elaboração de uma proposta de modelo de gestão do conhecimento, levando em conta a cultura organizacional do ambiente estudado, além de utilizar as ferramentas mais adequadas para o sucesso desta proposta. O momento para implantar a ferramenta é oportuno, visto a necessidade satisfazer as exigências dispostas no artigo 39 da Constituição Federal, onde é mencionado que a União, Estados e Municípios, disponibilizarão recursos “para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público.” Outro fator relevante e que deve abordado, abrange o Plano de Gestão que está sendo elaborado em conjunto com uma empresa terceirizada e que para seu sucesso, é necessária a colaboração e engajamento da prefeitura como um todo, contando com a ajuda de todos os funcionários, através da troca de conhecimentos entre todos os níveis organizacionais. Por fim, o trabalho se torna viável graças ao interesse da prefeitura do município, fornecendo prontamente as informações necessárias para o desenvolvimento, além da atenção, receptividade e disponibilidade dedicadas pelos funcionários pertencentes ao quadro de funcionários da Prefeitura.
  • 31. 28 5 OBJETIVOS Neste capítulo são apresentados os objetivos que foram norteadores para a realização do presente trabalho. 5.1 OBJETIVO GERAL Propor um plano de ações com base na Gestão do Conhecimento para a Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul. 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS A) Diagnosticar a situação atual do órgão público; B) Analisar o estudo com base no referencial teórico (NONAKA; TAKEUCHI, 1997); C) Elaborar um plano de ações com base na Gestão do Conhecimento.
  • 32. 29 6 REVISÃO DA LITERATURA Na primeira parte do capítulo será explorado os conceitos de administração pública, suas características, peculiaridades e a evolução de seus modelos até o presente momento 6.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A Administração Pública é o conjunto órgãos e pessoas, que são mantidos com recursos públicos e que tem como atribuições tomar decisões que viabilizem as implementações necessárias para fornecer bem-estar social e que garantam o alcance das metas do governo. Conforme Harmon e Mayer (1999), significa a ocupação de todos aqueles que atuam em nome do povo – em nome da sociedade, que delega de forma legal – e cujas ações têm conseqüências para os indivíduos e grupos sociais. De acordo com Meirelles (2007), o conceito de Administração Pública: Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços do próprio Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão global, a Administração Pública é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. (MEIRELLES, 2007, p. 51). As atividades desenvolvidas pela Administração Pública englobam um conjunto de ações que podem ser definidas como atividades relacionadas com o poder de decisão e comando; atividades de suporte à gestão governamental, compreendendo rotinas administrativas tradicionais como: pessoal, finanças, material e serviços gerais; atividades relacionadas com o alcance dos objetivos públicos, e que fazem parte das políticas públicas econômicas e sociais. Estas atividades somadas servem de base para a administração pública, pois é através delas que ocorre a prestação de serviços à sociedade.
  • 33. 30 6.1.1 Administração Pública Direta A Administração Pública se divide em Administração Pública Direta e Indireta. A Administração Pública Direta é composta por pessoas e órgãos públicos vinculados hierarquicamente à própria pessoa jurídica (União, Estado, Distrito Federal e Municípios). Não possui personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera. (TAKEDA, 2011) O termo União designa entidade federal de direito público interno, autônoma em relação aos estados e município. Ela tem soberania para agir em nome próprio ou em nome de toda a federação, buscando formas de reduzir as desigualdades regionais. O Decreto-Lei n. 200/1967, estabelece, em seu artigo 4º, que a administração federal compreende: “I – a administração direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos ministérios.” Medauar (1998) tece algumas considerações: A organização administrativa dos Estados é de sua própria competência, como resultado de sua condição de ente federativo, dotada de autonomia. O art. 25 da Constituição Federal assim prevê, ao dispor que os Estados organizam-se e regem-se pelas constituições e leis que adotarem, observados os princípios fixados naquele texto. O Município, no Brasil, é ente dotado de autonomia política. Desde que observados os preceitos estabelecidos na Constituição Federal a na Constituição do Estado-membro em que se situa, o próprio Município estabelece sua estrutura administrativa, cujos contornos básicos são previstos na sua lei orgânica. É o que se depreende do art. 29 da Constituição Federal. (MEDAUAR, 1998, p. 68) Esta autonomia dos entes federados só é possível graças à divisão das competências, onde cada ente é independente na sua esfera de atuação e competência, não havendo interferência um do outro. Conforme o pensamento de José Afonso da Silva, “a autonomia das entidades federativas pressupõe a repartição de competências para o exercício e desenvolvimento de sua atividade normativa. Esta distribuição constitucional de poderes é o ponto nuclear da noção de Estado Federal”.
  • 34. 31 6.1.2 Administração Pública Indireta A Administração Pública Indireta é o conjunto de órgãos públicos vinculados indiretamente à esfera governamental. Possui personalidade jurídica própria e as despesas são realizadas por meio de orçamento próprio (TAKEDA, 2009). Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a Administração Pública Indireta é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. A base da idéia da Administração Pública Indireta se encontra na descentralização, que significa a distribuição de competências de uma para outra pessoa, seja ela física ou jurídica. A descentralização pode ser feita de diversas formas, como por exemplo a descentralização por serviços, que ocorre quando o poder público (União, Estados, Municípios ou Distrito Federal) cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público, surgindo as entidades da Administração Indireta. O Decreto-Lei n.º 200/1967 estabelece em seu artigo 4º, que a administração federal compreende: II – a administração indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) autarquias; b) empresas públicas; c) sociedades de economia mista; d) fundações públicas. (BRASIL, 1967). a) Autarquia: O conceito legal de autarquia que consta no art. 5º, I, do Decreto-lei nº 200/1967 define autarquia como: “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.” Pode-se dizer que Autarquia é a entidade criada pelo próprio governo, por meio de Lei Especifica para exercer funções de exclusividade do Estado. A sua finalidade é suprir o interesses da coletividade, como por exemplo na área da saúde existe o INSS, na área do desenvolvimento rural existe o INCRA, etc. Conforme Hely Lopes Meirelles (2007):
  • 35. 32 Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei, com personalidade jurídica de direito público interno, patrimônio próprio e atribuições estatais específicas. São entes autônomos, mas não são autonomias. Inconfundível é autonomia com autarquias: aquela legisla para si; esta administra a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que a criou. (MEIRELLES, 2007, p. 347) O patrimônio das Autarquias é formado por recursos próprios e sua organização interna pode se dar através de decretos, provenientes do Poder Executivo, assim como, por portarias, regimentos ou regulamentos internos. b) Empresa Pública: Empresa Pública é a pessoa jurídica de capital público, tendo a finalidade de executar atividades econômicas especialmente na área de prestação de serviços que não seja próprio do Estado. As normas que incidem nestas entidades são em sua maioria de direito privado, provenientes do Código Civil. Conforme Meirelles (2007) a definição de Empresas Públicas: São pessoas jurídicas de direito Privado, instituídas pelo Poder Público mediante autorização de lei específica, com capital exclusivamente público, para a prestação de serviço público ou a realização de atividade econômica de relevante interesse coletivo, nos moldes da iniciativa particular, podendo revestir qualquer forma e organização empresarial. (MEIRELLES, 2007, p. 370) São autorizadas por Lei Específica a funcionar como prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade econômica. As Prestadoras de Serviço Público exercem atividades para a coletividade. As Exploradoras de Atividade Econômicas fornecem serviços não essenciais. O capital das Empresas Públicas é constituído apenas por recursos públicos, porém ele pode ser proveniente de entes políticos diferentes, ou seja, uma Empresa Pública pode ter recursos compostos por verbas federais, estaduais e municipais. Seu patrimônio pertence à própria Entidade e não ao ente político que a criou, trata-se de um patrimônio distinto do governo; c) Sociedade de Economia Mista: Sociedade de Economia Mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de Sociedade Anônima, sendo que a maioria de suas ações com direito a voto é de propriedade do Estado, tornando o governo controlador destes entes. Assim como as Empresas Públicas, estas entidades são autorizadas por Lei Específica a funcionar como prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade
  • 36. 33 econômica. Além desta autorização é necessário o registro do seu estatuto social no cartório público competente, através do Cartório Civil de Registro de Pessoas Jurídicas. Seu patrimônio é próprio, ou seja, pertencente à própria Entidade e não ao ente político que a criou, trata-se de um patrimônio distinto do governo; d) Fundação Pública: As Fundações Públicas são entidades integrantes da Administração Pública Indireta, formadas por um patrimônio destinado pelo Estado ao desempenho de atividades sociais, como por exemplo, saúde, educação, cultura e pesquisa. A finalidade das Fundações Públicas não é o lucro, mas caso ocorra, em virtude dos trabalhos desenvolvidos, ele deve ser aplicado na função para qual a entidade foi criada dentro de suas atribuições e esta receita não pode ser revertida para seus dirigentes. Conforme nos traz Di Pietro (2001): A fundação instituída pelo Poder Público caracteriza-se por ser um patrimônio, total ou parcialmente público, a que a lei atribui personalidade jurídica de direito público ou privado, para consecução de fins público; quando tem personalidade pública, o seu regime jurídico é idêntico ao das autarquias, sendo por isso mesmo, chamada de autarquia fundacional, em oposição a autarquia corporativa. As fundações de direito privado regem-se pelo Direito Civil em tudo o que não for derrogado pelo direito público. (DI PIETRO, 2001, p.419). Desta forma, podemos observar que existem dois tipos de Fundação: Uma regida pelo Direito Público e outra através de normas privadas. Cabe ressaltar que a personalidade jurídica é determinada através do concedente do patrimônio. 6.1.3 - Licitação Pública Licitação é o processo administrativo usado pela Administração Pública para adquirir bens, executar obras ou contratar serviços de acordo com suas necessidades, visando selecionar a proposta mais vantajosa. Por outro lado, ela objetiva assegurar igualdade entre os proponentes que desejam firmar um contrato com o poder público. Este procedimento é amparado pela Lei Federal nº 8.666/93. Na observação de José Afonso da Silva: O princípio da licitação significa que essas contratações ficam sujeitas, como regras, ao procedimento de seleção de propostas mais vantajosas para a administração pública. Constitui um princípio instrumental de realização dos princípios da moralidade administrativa e do tratamento isonômico dos eventuais contratantes com o poder público. (SILVA, 1994, p.573).
  • 37. 34 Deve-se observar que as contratações exigem licitação prévia, exceto quando dispensável ou inexigível, conforme os casos descritos em lei. Dessa forma a licitação antecede o contrato com a Administração Pública, e este procedimento é apenas uma etapa preparatória, para o que pode vir a se tornar o contrato, conferindo ao vencedor apenas expectativa de direito. Meirelles define da seguinte forma: Licitação é o procedimento administrativo, mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Com o procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. (MEIRELLES, 2007, p.264) Com a finalidade de preservar os princípios da legalidade, impessoalidade, igualdade, moralidade e da probidade administrativa, publicidade, vinculação do instrumento convocatório, julgamento objetivo, o legislador constituinte regrou a obrigatoriedade da licitação. Medauar entende que: Licitação, no ordenamento brasileiro, é processo administrativo em que a sucessão de fases e atos leva à indicação de quem vai celebrar contrato com a Administração. Visa, portanto, a selecionar quem vai contratar com a Administração, por oferecer proposta mais vantajosa ao interesse público. A decisão final do processo licitatório aponta o futuro contratado. (MEDAUAR, 1998, p. 200.) 6.1.4. Princípios da Administração Pública No artigo 37 da Constituição Federal de 1988, são mencionados os princípios inerentes à Administração Pública: “Art. 37. A Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]” (BRASIL, 1988). Estes princípios servem como base para as atividades dos administradores públicos e servidores, e tem como objetivo principal beneficiar os interesses da coletividade como um todo.
  • 38. 35 a) Princípio da legalidade: O princípio da legalidade define que a lei está acima dos interesses pessoais dando prioridade ao interesse coletivo. Com base nesse princípio é permitido ao administrador apenas praticar o que está determinado e autoriza na lei. O administrador tem que seguir a constituição e abaixo dela as normas para determinada atividade que ele exerça. Hely Lopes Meirelles resume da seguinte forma: “enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei permite.” (MEIRELLES, 2007, p. 55) b) Princípio da Impessoalidade: O princípio da impessoalidade está dirigido ao interesse coletivo. Trata da visibilidade e transparência referente em torno das decisões e ações e a responsabilidade pelos atos praticados. c) Princípio da Moralidade: Neste princípio além de estar de acordo com o cumprimento da legalidade, o administrador deve respeitar os princípios éticos. Para isto o administrador tem que ter conhecimento do que é Administração Pública e das normas que regem a atividade pública que ele desenvolva num determinado órgão. d) Princípio da Publicidade: O princípio da publicidade consiste na divulgação em órgãos próprios como por exemplo, o diário oficial, as decisões e ações e a responsabilidade pública pelos atos praticados. e) Princípio da Eficiência: Através do principio da eficiência a administração pública, busca aprimorar a prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a qualidade dos serviços, com economia de despesas.
  • 39. 36 6.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO Nesta etapa do trabalho, serão apresentados os conceitos de gestão do conhecimento, sua classificação, modos de conversão e para finalizar o capítulo, serão abordadas as principais práticas de gestão do conhecimento, levando em conta o ambiente em estudo. 6.2.1 Princípios Básicos Para que possa ser feito um estudo aprofundado sobre gestão do conhecimento é necessário analisar algumas terminologias que servem de base para a gestão do conhecimento. Na literatura referente ao assunto, fica perceptível que algumas palavras utilizadas como sinônimo ou de forma ambígua por alguns autores pode determinar diferenças entre os conceitos fundamentais para o trabalho de outros autores. O esclarecimento desses termos (dado, informação e conhecimento) visa identificar de forma concisa a diferença entre eles, além de explorar a definição correta de “conhecimento”. Segundo Miranda (1999 apud VALENTIM, 2002), dado é “como um conjunto de registros qualitativos ou quantitativos conhecidos que organizado, agrupado, categorizado e padronizado adequadamente transforma-se em informação”. Para Davenport e Prusak (1998), dado pode ser definido como conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos. Tais autores ressaltam que todas as organizações independentemente de sua dimensão ou setor de atividade, geram dados nas suas mais diversas formas, mas cometem o erro de apenas acumular, dificultando deste modo a identificação e a atribuição de sentido aos dados que são importantes e instrumentais para a geração da informação. Dentro do contexto organizacional, dados são códigos apresentados de forma primária que servem de base para gerar informação. Tomando como base o estudo desses últimos autores, entende-se que nesse estágio, o dado em si possui pouco grau de relevância, pois não apresenta o verdadeiro significado de sua representação e nem base para que ocorra a tomada de decisão. Dados são consideramos o insumo essencial para a criação da informação A informação vai além, segundo Davenport e Prusak (1998, p. 5),"são os dados que fazem a diferença”, ou seja, esse conjunto de dados quando agregados, adquire significado e contexto, mas que só passam a ter valor após a devida interpretação. Esta interpretação pode
  • 40. 37 ser entendida de diversas formas entre as pessoas, por isso é difícil transferir informação com absoluta fidelidade. Davenport e Prusak (1998) afirmam que informação é uma mensagem, comumente expressa na forma de texto ou em formato audiovisual, e que dados são transformados em informações que agregam valor através da contextualização, categorização, cálculo, correção e condensação. Para a execução destes processos, o uso de recursos computacionais por si só não é suficiente, o que torna os seres humanos peças fundamentais nesse processo. A informação, segundo Nonaka e Takeuchi (1997), é um fluxo de mensagens e por meio dela não só se extrai, como também se constrói o conhecimento. Além disto, ela fornece um novo ponto de vista para que ocorram interpretações de eventos ou objetos. Deste modo, a informação pode ser definida como o conjunto de dados lapidados, que através de seu processamento correto, passa a ter sentido na mente das pessoas possibilitando a compreensão e tem capacidade de reduzir as incertezas. É o processo que visa chegar ao conhecimento. O conhecimento, tema abordado profundamente por vários filósofos e escritores desde o período clássico grego, possui inúmeras definições, apesar da dificuldade de caracterizá-lo, em razão da intangibilidade. Apoiados nos estudos conduzidos por Platão, Nonaka e Takeuchi (1997) adotam a definição tradicional de que o conhecimento é a “crença verdadeira justificada”. Entretanto a definição de conhecimento está distante de ser perfeita quando analisada do ponto de vista lógico. Conforme esta definição, a crença em algo não mostra o verdadeiro conhecimento sobre a mesma, e isso dá margem para que a crença esteja errada, mesmo que essa possibilidade seja pequena. Devemos observar, porém, que enquanto a epistemologia tradicional do Ocidente se concentra na “verdade” como atributo essencial do conhecimento, nós destacamos a natureza do conhecimento como “crença justificada”. [...] Enquanto a epistemologia tradicional enfatiza a natureza absoluta, estática e não-humana do conhecimento, em geral expressa em proposições e pela lógica formal, consideramos o conhecimento como um processo humano dinâmico de justifica a crença pessoal com relação à “verdade” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 63). Para Davenport e Prusak (1998), o conhecimento deriva da informação assim como a informação tem origem com base nos dados. Dados são visualizados em registros ou transações. As informações são encontradas através de mensagens. O conhecimento, por sua vez, é obtido através das relações humanas e algumas vezes em rotinas organizacionais.
  • 41. 38 O conhecimento não é facilmente visualizado e normalmente é disperso, parcial e fragmentado. As pessoas acumulam-no à medida que resolvem um problema, mas geralmente cada pessoa resolve somente parte deles, e são limitados em relação à solução de outros. O conhecimento existe dentro das pessoas, faz parte da complexidade e imprevisibilidades humanas. Assim, o conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se modifica à medida que interage com o meio-ambiente. (DAVENPORT e PRUSAK, 1998). O conhecimento é reflexo do aperfeiçoamento de metodologias, experiência adquirida no decorrer da carreira, talento e nível de eficiência, esforço de capacitação, e nas organizações é visto na consistência do banco de dados, nas metodologias de trabalho, no domínio de novas tecnologias, no aprimoramento de processos, etc. De acordo com as diversas visões e enfoques existentes na literatura referente às terminologias que servem de sustento para a Gestão do Conhecimento, algumas diferenças básicas podem ser apresentadas conforme mostra o quadro 1: QUADRO 1: DIFERENÇAS ENTRE DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO DADO INFORMAÇÃO CONHECIMENTO Simples observação sobre estado Dados dotados de relevância e Informação valiosa da mente do mundo. propósito. humana. Registro acerca de um Conjunto de dados com um Informação que devidamente determinado evento para o determinado significado para o tratada muda o comportamento do sistema. sistema. sistema. Evento fora do contexto e sem Provida de determinado significado Possui contexto, significado, além significado para o sistema. Não e contexto para o sistema, porém da reflexão, interpretação e existe correlação entre os fatos e carece do valor da interpretação. síntese. suas implicações. A informação é dinâmica e exige a Implica envolvimento e O dado é inerte. mediação humana. entendimento ativo e está vinculada à ação humana. Facilmente estruturado e Apesar de requerer unidade de transferível. análise é muito mais fácil transferir Normalmente tácito e de difícil do que o conhecimento. estruturação e transferência. É apenas a representação de eventos e não há a correlação e É a base das ações inteligentes e atuação humana sobre eles. está ancorado nas crenças de seu detentor. FONTE: DAVENPORT (1998), ADAPTADO PELO ALUNO.
  • 42. 39 6.2.2 Conceito de Gestão do Conhecimento O cenário corporativo encontra-se cada vez mais acirrado e dinâmico devido às constantes mudanças pelas quais a sociedade vem passando conforme seus hábitos e cultura. Em função disto, as organizações precisam se moldar de forma rápida e contínua para que sobrevivam e possam prosperar nestes novos tempos de economia globalizada. Para Peter Drucker (1994, p. 5), “o fator de produção decisivo não é mais nem o capital nem o trabalho, mas o conhecimento. Isso não significa que os fatores clássicos de produção desapareceram, apenas tornaram-se secundários. O Conhecimento é, assim, o novo fator de produção.” Davenport e Prusak (1998) complementam, dizendo que o conhecimento em si não tem nada de inovador, visto que nas organizações ele sempre foi valorizado pelas pessoas, mas o que é passa a ser fundamental é a perspectiva como ele é visualizado. A Gestão do conhecimento surgiu no início da década de 1990 e sua fundamentação encontra-se na prática, através do aproveitamento dos ativos intangíveis na empresa. O uso do capital humano é essencial, pois gera novas idéias e processos, identificando, captando, compartilhando e expandindo o conhecimento. Dessa forma, a adoção de práticas gerenciais que vão de encontro com os processos de criação e aprendizado individual e organizacional. Segundo Sveiby (1998, p. 1), criador do conceito, entende que a Gestão do conhecimento é a "arte de criar valor a partir da alavancagem dos ativos intangíveis de uma organização". O mesmo autor cita o caso das empresas Microsoft e Sun Microsystems, cujas ações valem mais do que seus valores de mercado em razão das mesmas serem detentoras de conhecimento e tecnologias com alto potencial de lucratividade no futuro. Para Davenport e Prusak (1998, p. 61), a gestão do conhecimento funciona como o conjunto de atividades relacionadas à geração, codificação e transferência do conhecimento. Dando ênfase às organizações orientais, Nonaka e Takeuchi (1997) pontuam que o sucesso das organizações japonesas encontra-se na habilidade que elas têm na criação do conhecimento organizacional, mais especificamente em sua capacidade de inovação, devido suas extensas P&D (pesquisa e desenvolvimento). Nesse sentido, Davenport e Prusak (1998, p. 28), complementam que “o conhecimento é criativo e deve ser estimulado a se desenvolver de formas inesperadas, ou seja, deixar espaço para o inesperado”. Para alcançar o sucesso desejado, torna-se necessário que as empresas potencializem o envolvimento dos profissionais das mais diversas áreas, de forma articulada e intencionada, com a finalidade de captar o conhecimento presente na mente das pessoas. Terra (2005)
  • 43. 40 afirma que as empresas que possuem foco na criação, aquisição e compartilhamento do conhecimento possuem maiores chances de alcançar bons resultados. Um dos obstáculos encontrados nas empresas é dificuldade para identificar e armazenar o conhecimento. Sendo assim, Spender (2001), enxerga o conhecimento como um ativo fluído de suma importância, mas que seu gerenciamento depende em alto grau da capacidade de identificação. Percebe-se também que, apesar de todo auxílio que a tecnologia pode proporcionar, não será ela unicamente que vai garantir para a organização o sucesso desejado na estruturação do conhecimento, visto que a geração de novos conhecimentos depende mais capacidade humana que da tecnologia em si. Senge (1998, p. 82) exalta que “uma pessoa pode até receber mais informações graças à tecnologia, mas se não possuir as capacidades necessárias para aproveitá-las, não adianta”. Davenport e Prusak contribuem da seguinte forma: Embora essas tecnologias sejam empolgantes e estejam nitidamente se aperfeiçoando a olhos vistos, é importante ter em mente limitações de qualquer programa de gestão do conhecimento. A gestão do conhecimento eficaz só poderá ocorrer com ampla mudança comportamental, cultural e organizacional. [...] A tecnologia isoladamente não fará com que a pessoa possuidora do conhecimento o compartilhe com as outras. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p. 170) Portanto, a gestão do conhecimento deve ser conduzida por um processo organizado, que além de captar, possibilite a criação de novos conhecimentos com a finalidade de acrescentá-los aos produtos e serviços que pretende oferecer aos seus clientes. Na visão de Nonaka e Takeuchi (1997), a criação do conhecimento é gerada através da interação que ocorre entre o conhecimento tácito e explícito denominada pelos autores como espiral do conhecimento. 6.2.3 Classificação do Conhecimento O grande marco para a literatura foi a classificação do conhecimento tácito e explícito elaborada pelo filósofo Michael Polanyi, no livro The tacit dimension, com publicação datada de 1966. Segundo o autor, o conhecimento explícito é conhecimento
  • 44. 41 explícito é aquele que pode ser explicado e descrito; o tácito está ligado aos sentidos, habilidades, experiências etc. Baseados nos estudos de Polanyi, Nonaka e Takeuchi (1997) destacam: O conhecimento explícito pode ser expresso em palavras e números, e facilmente comunicado e compartilhado sob a forma de dados brutos, fórmulas científicas, procedimentos codificados ou princípios universais. [...] e o conhecimento tácito é altamente pessoal e difícil de formalizar, o que dificulta sua transmissão e compartilhamento com outros. [...] O conhecimento tácito está profundamente enraizado nas ações e experiências de um indivíduo, bem como em suas emoções, valores ou ideais. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 7) Algumas diferenças entre os dois conhecimentos são apresentadas na tabela a seguir (tabela 3). TABELA 3: DIFERENÇA ENTRE OS DOIS TIPOS DE CONHECIMENTO Conhecimento Tácito (subjetivo) Conhecimento Explícito (objetivo) Conhecimento da experiência (corpo) Conhecimento da racionalidade (mente) Conhecimento simultâneo (aqui e agora) Conhecimento seqüencial (lá e então) Conhecimento análogo (prática) Conhecimento digital (teoria) FONTE: NONAKA E TAKEUCHI (1997) Para Rodriguez (2007), cerca de 70% do conhecimento que possuímos está na forma tácita. Desta forma podemos afirmar que o patrimônio do conhecimento organizacional segue a mesma lógica, ou seja, está diluído entre os colaboradores e não se encontra formalizado em manuais, sistemas, processos etc. Mantendo este raciocínio, nota-se que o conhecimento é criado graças à interação entre as pessoas, durante execução de atividades, e o fluxo de informações ocorre de forma não linear durante esse processo. Além disto, o conhecimento tácito que surge por meio deste é essencial para o processo de criação de conhecimento organizacional. 6.2.4 Modos de Conversão do Conhecimento Baseados na premissa de que o conhecimento é criado através da interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito, Nonaka e Takeuchi (1997) detalharam a conversão entre estes formatos e definiram quatro modos distintos de conversão do conhecimento: socialização - conversão de tácito para tácito, externalização - conversão de
  • 45. 42 tácito para explícito, combinação - conversão de explícito para explícito e internalização - de explícito para tácito. a) Socialização: “É o processo de compartilhamento de experiências e, a partir daí, da criação do conhecimento tácito, como modelos mentais ou habilidades técnicas compartilhadas” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 69). A transferência de conhecimento normalmente ocorre: - Através de conversas frequentes e comunicação “face a face”; - Brainstorming, insights e intuições são valorizados, difundidos e analisados através de diversas perspectivas; - Através do trabalho “mestre-aprendiz”, onde o aprendizado ocorre por meio da observação imitação e prática que é acompanhada. b) Externalização: “É o processo de criação do conhecimento perfeito, na medida em que o conhecimento tácito se torna explícito, expresso na forma de metáfora, analogias, conceitos, hipóteses e modelos” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 71). Para estes autores esta é a fase mais importante, pois cria novos conceitos explícitos para as organizações. A transferência de conhecimento nessa fase ocorre através da: - Descrição de parte do conhecimento tácito, utilizando como apoio planilhas, textos, gráficos, figuras; - Apresentação de relatos e filmes, visando provocar o diálogo e reflexão coletiva; - Utilização de metáforas/analogias para facilitar a compreensão e reduzir a distância entre a imagem e o modelo lógico. c) Combinação: “É o processo de sistematização de conceitos em um sistema de conhecimento. Esse modo de conversão do conhecimento envolve a combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 75). Conforme os autores, neste processo ocorre a reconstrução da informação por meio de adição, combinação ou classificação do conhecimento possibilitando a geração de um novo conhecimento. d) Internalização: “É o processo de incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 77). Para Nonaka, Toyama e Konno (1998) a conversão do conhecimento pela internalização está intimamente ligada ao “aprender fazendo”. Nesse processo a aquisição de conhecimento acontece por meio de:
  • 46. 43 - Leitura e estudo individual de documentos dos mais diversos formatos/tipos (textos, relatórios etc.); - Prática individual; - Audição de relatos fazendo com que os colaboradores criem modelos mentais, mesmo sem a vivência destas experiências.
  • 47. 44 6.2.5 Práticas de Gestão do Conhecimento A partir do estudo teórico baseado na gestão do conhecimento, somado a observação de organizações presentes no mundo inteiro, foi possível elaborar uma listagem com 22 práticas que são consideradas as mais utilizadas, conforme segue: - Aprendizagem organizacional; - Benchmarking; - Blogs; - Business Intelligence; - Coaching; - Comunidades de prática; - E-learning; - Fórum de discussões; - Gestão de relacionamento com os clientes; - Gestão por competências; - Gerenciamento Eletrônico de Documentos; - Intranet; - Lições aprendidas em projetos; - Mapeamento de conhecimentos; - Melhores práticas; - Mentoring; - Portal corporativo; - Redes sociais; - Registro de patentes e propriedade intelectual; - Sistemas de workflow; - Universidade corporativa; - Wiki;
  • 48. 45 7 MÉTODO DE PESQUISA Neste capitulo será apresentada a metodologia empregada para a realização desta monografia. As etapas utilizadas foram as seguintes: delineamento da pesquisa, população alvo do estudo, plano de técnicas de coleta de dados e plano de análise de dados. Método é a forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência os métodos constituem os instrumentos básicos que ordenam de início o pensamento em sistemas, traçam de modo ordenado a forma de proceder do cientista ao longo de um percurso para alcançar um objetivo (TRUJILLO, 1974, p. 24). 7.1 DELINEAMENTO DE PESQUISA ROESCH (2005, p. 126) afirma que “o delineamento da pesquisa determina então quem vai ser pesquisado e quais questões serão levantadas”. Deve-se ressaltar que a definição do método deve estar de acordo com o tipo de estudo formulado, levando em conta as limitações de tempo, recursos financeiros e disponibilidade dos dados (ROESCH, 2005). Neste trabalho foi utilizada a pesquisa-diagnóstico, onde se efetuou a coleta das informações e posteriormente a análise, com a intenção de avaliar os resultados da empresa. A pesquisa-diagnóstico propõe-se levantar e definir problemas, explorar o ambiente. O diagnostico normalmente reporta-se a uma situação, em um momento definido. A rigor, qualquer mudança organizacional deveria ser precedida de uma fase de diagnóstico (ROESCH, 2005, p. 77) Considerando o objetivo deste trabalho, será feito o uso da pesquisa qualitativa, que conforme Roesch: É apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção (ROESCH, 2005, p. 154)
  • 49. 46 7.2 PLANO DE COLETA DE DADOS Para Marconi e Lakatos (1999), existem diversas formas de efetuar a coleta de dados, tais como coleta documental, observação, entrevista, questionário, técnicas mercadológicas e história de vida. Esta etapa da pesquisa foi realizada em duas partes: A primeira busca caracterizar o negócio, missão, princípios e visão da Prefeitura. Na segunda parte foi feita uma análise do ambiente externo (oportunidade e ameaças) e o ambiente interno (forças e fraquezas), para que possa ser elaborada a matriz SWOT. A coleta dos dados foi feita com base na técnica de brainstorming (tempestade de idéias), que é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa do grupo em estudo. 7.2.1 Instrumentos de pesquisa a) Definição do negócio, missão, princípios, visão: brainstorming I O brainstorming I foi realizado no dia 04/05/2012 no horário das 9:00 até as 14:00. No primeiro momento foram repassadas as orientações para a realização do brainstorming e logo em seguida foram clarificadas as abordagens dos temas em estudo, utilizando com instrumento norteador, o roteiro de reunião brainstorming entregue aos servidores. b) Análise do ambiente externo e interno: brainstorming II O brainstorming II foi realizado no dia 09/05/2012 no horário das 08:00 até as 12:00. A segunda reunião teve como objetivo analisar o ambiente externo e interno, identificando suas oportunidades e ameaças, assim como as forças e fraquezas, sendo esta metodologia proposta por Pagnoncelli e Vasconcellos Filho (2001), conforme consta no apêndice. 7.2.2 Participantes da Pesquisa Conforme Cervo (1996), população é o conjunto de pessoas, de animais ou de objetos que representem a totalidade de indivíduos que possuam as mesmas características definidas para um estudo. Neste presente trabalho foi utilizada a técnica de amostragem em função da acessibilidade e do caráter da pesquisa. Segundo Marconi e Lakatos ( 2002 p. 41),