O documento descreve a sequência de eventos fisiológicos que ocorrem quando o sistema musculoesquelético é colocado sob esforço excessivo, incluindo aumento do tônus muscular, retenção de detritos metabólicos, isquemia, edema e dor, levando à inflamação crônica, mudanças nos tecidos e desequilíbrios musculares que podem resultar em problemas musculoesqueléticos crônicos.
2. Sequência da reacção dos tecidos
moles à tensão
• Quando o sistema musculoesquelético é
colocado em esforço excessivo, sucedem-
se diversos eventos fisiológicos que
podem ser resumidos da seguinte forma.
Hugo Pedrosa 2009
3. Sequência da reacção dos tecidos
moles à tensão
• Ocorre “algo” (disfunções do tecido mole)
que leva ao aumento do tónus muscular.
Este “algo” inclui:
1 – Factores congénitos (ex. membro inferior mais
curto/longo.
2 – Factores de uso excessivo, incorrecto, insuficiente
ou abuso (tais como lesão, ou padrões de utilização
inadequada envolvidos em actividades laborais,
desportivas ou da vida diária.
3 – Tensões posturais.
4 – Estados emocionais negativos crónicos (ansiedade,
etc.)
5 – Factores reflexos (pontos-gatilho, regiões espinhais
facilitadas).
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4. Sequência da reacção dos tecidos
moles à tensão
• O tónus elevado, mesmo que a curto prazo, leva a
uma retenção dos detritos metabólicos.
• O tónus elevado leva simultaneamente a uma
elevação da ausência localizada de oxigénio que
resulta em isquemia.
• O tónus elevado também pode provocar um
determinado grau de edema.
• Estes factores (retenção/isquemia/edema)
resultam em desconforto/dor.
• O desconforto/dor leva a um aumento redobrado
do tónus.
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5. Sequência da reacção dos tecidos
moles à tensão
• A inflamação, ou pelo menos uma irritação crónica
pode ser o resultado.
• Os macrófagos são activados, a actividade
fibroblástica é aumentada.
• A produção de tecido conjuntivo aumenta com
ligação cruzada provocando o encurtamento das
fáscias.
• Como as fáscias são “mantos” contínuos por todo
o corpo, qualquer distorção desenvolvida numa
região pode potencialmente criar distorções em
locais mais distais.
• Ocorrem mudanças nos tecidos elásticos
(músculos), causando uma hipertonicidade crónica
e, por fim, a mudanças fibróticas.
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6. Sequência da reacção dos tecidos
moles à tensão
• A hipertonicidade do músculo produzirá a inibição
do seu antagonista.
• Surgem reacções em cadeia, nas quais alguns
músculos (posturais) encurtam, enquanto outros
(fásicos) enfraquecem.
• Ocorre uma biomecânica anormal, envolvendo a
coordenação inadequada dos movimentos (ex.
erectores da espinha hipertónicos e os abdominais
fracos).
• São desenvolvidos desequilíbrios nas articulações,
além de encurtamentos fasciais.
• Ocorre evolução progressiva de áreas localizadas
de hiper-reactividade (ex. pontos-gatilho).
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7. Sequência da reacção dos tecidos
moles à tensão
• O grau de desperdício de energia, devido a uma
hipertonicidade leva a uma fadiga generalizada.
• Na presença de um feedback constante de
impulsos ao SNC/Cérebro, haverá níveis elevados
de excitação psicológica e uma incapacidade de
relaxar adequadamente.
• Os padrões funcionais inadequados
surgirão, resultando em problemas
musculoesqueléticos crónicos e dor.
• A restauração da função normal requer uma ajuda
terapêutica que envolva as mudanças que
ocorreram, reeducando o indivíduo em relação ao
seu corpo.
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8. As mudanças adaptativas crónicas que se desenvolvem neste
cenário aumentam a possibilidade de exacerbações agudas
no futuro, à medida que as estruturas biomecânicas, que passaram
por uma perda progressiva da flexibilidade e elasticidade, tentam
lidar com os novos factores de tensão provenientes das necessidades
normais da vida diária.
Leon Chaitow
Hugo Pedrosa 2009