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TEXTOS ESQUERDA DESALINHADA


Bloqueio político e económico. Política de esquerda


1 - A actual situação de bloqueio empobrecedor


Sobretudo para as pessoas menos inseridas na política institucional, a realidade está aí, bem
em frente e doendo bem na carne.



Ano após ano a ladainha dos mandarins mantém-se; atrás do pano, o empresariato sussurra o
texto. É a ladainha do sacrifício para pobres e trabalhadores, da crença na retoma da
economia, considerada, inevitavelmente dependente da exportação, que depende da
competitividade, dependendo esta da produtividade, que depende da flexibilidade do “mercado
de trabalho” que equivale a despedimentos e perda de salários reais os quais, por sua vez,
originam redução do poder de compra, do consumo.... Neste circuito fechado e que tresanda a
banha da cobra. não entra o sacrifício dos ricos, o investimento privado produtivo, uma menor
corrupção dos mandarins, nem contam os fechos de empresas, o desemprego ou a
precariedade. Ninguém vê as exportações a aumentar, o investimento estrangeiro (sempre
virtuoso!) a chegar; o que é patente são os sacrifícios que continuam a ser pedidos, em
paralelo com o não crescimento do PIB. No entanto, os trabalhadores trabalham mais, perdem
poder de compra, vêm a riqueza a ser produzida e o produto do seu esforço a acumular-se nos
bolsos de alguns. Um espectáculo, um regabofe.



Sondagem recente (dando de barato a sua representatividade) indicava que os inquiridos não
consideravam a mafia socratóide capaz de equilibrar o barco mas, também dava como
evidente não ser vista uma alternativa saída do actual sistema partidário, mormente no PSD,
agora capitaneado pela Balela Ferreira Leite, alter ego de Cavaco. Cheira a podre, parece
indicarem os inquiridos.



De facto,a tralha PS/PSD já deu o que tinha a dar e nada há a esperar senão uma maior
pulsão cleptocrática, à medida que forem chegando novas fornadas de gente, mais
incompetente, mais servil e mais cúpida. Não sabemos, como o professor Marcelo, se o
transgénico Jaime é ou não o mais incompetente ministro da agricultura do mundo mas, ... de
facto, no actual governo não abundam as competências. E, se em alguns casos, há secretários
de estado tecnicamente competentes, isso em nada contribui para a felicidade do povo, uma
vez que essas competências estão hipotecadas à satisfação dos interesses do capital. As
nossas avozinhas também diziam que Salazar era inteligente... E quem se aproveitou disso?



De facto, não há saida no actual quadro institucional de democracia de mercado, alicerçado no
capitalismo globalizado em que vivemos, guiados ambos pela axiomática do mercado, da livre
concorrência, funcionando esta como garante do funcionamento das sociedades, das
economias e, porque não, da própria reprodução humana. Sem esquecer a total
instrumentalização do Estado e do dinheiro dos impostos, a despeito da poeira de anti-
estatismo lançada pelo mandarinato lançada e pelo telecomando de alguns parasitas auto-
designados empresários.



2 - O bloqueio resulta da incompetência ou é estrutural ?
Os governos em Portugal são, naturalmente, incompetentes e é mera ilusão esperar que
poderão vir aí uns que o não sejam, no capítulo dos interesses da multidão. A probabilidade de
a Senhora de Fátima aparecer no Rossio é maior.



Umas dessas razões são comuns a todos os governos europeus, tais como:



      A política económica é determinada do exterior, com o PEC imposto por Bruxelas, com
       as taxas de juro e os níveis de inflação decretadas pelo BCE, restando apenas o detalhe
       da política fiscal, num quadro devidamente auditado pelo FMI, pela OCDE e pelas
       empresas de “rating”;



      O enquadramento estratégico, político e ideológico é fornecido pelo G-8, pelas cimeiras
       de Davos, pelo grupo Bilderberg e alicerça-se na liberalização do comércio, na
       desregulamentação do trabalho, na despudorada integração e instrumentalização do
       Estado, na criminalização dos imigrantes, na liberdade dos movimentos de capitais, na
       financiarização da economia, no acentuar das desigualdades, na luta “anti-terrorista”,
       etc;



      O mandarinato não se pretende particularmente competente na gestão da res publica,
       pela sua visão e iniciativa mas, pelas suas funções de domésticos atentos e
       cumpridores das instruções das multinacionais e do capital financeiro. O seu manual de
       instruções – o tal tratado de Lisboa – ajusta-se perfeitamente ao perfil de um Cherne
       fedorento retirado da lixeira após três dias ao sol, com um bando de moscas a esvoaçar
       à sua volta;



      O aumento do custo da energia, independentemente das flutuações conjunturais, é um
       factor estrutural descurado totalmente pelo mandarinato, mais atento às necessidades
       da indústria em amortizar as suas linhas de montagem, à distribuição dos lucros ou à
       valorização das acções, do que pela investigação ou pela inovação.



      As burguesias europeias inserem-se neste contexto, com variáveis margens de
       manobra, de acordo com o seu poder económico e político, saindo umas mais
       beneficiadas que outras, de acordo com uma hierarquia conhecida, encimada pela
       Alemanha;



Outras razões prendem-se com as específicidades da formação económica e social portuguesa,
tais como:



      A crescente periferização no contexto europeu e ibérico torna Portugal cada vez mais
       impotente face às exigências e ao poder das multinacionais; desarmado perante a
       lotaria dos mercados financeiros, o endividamento externo, a subida do preço do
       dinheiro, o custo crescente da energia; mais acantonado em actividades excluidas da
       concorrência mundial, abandonando a indústria e a agricultura, para se centrar, nas
       áreas financeiras, no imobiliário e no turismo, etc;



      A economia tem um perfil produtivo atrasado em termos europeus, com fraca
       incorporação de capital ou conhecimento, muito marcado pelos ciclos baseados na
       despesa pública, mormente em infraestruturas e no imobiliário, por seu turno
fornecedores de empresas, partidos e dignitários políticos, alargando assumidamente as
       desigualdades;



      Há uma hipertrofia do capital financeiro que detém um papel determinante no
       encaminhamento de capitais para o exterior e na lavagem do dinheiro obtido na
       corrução e em tráfegos diversos, em paralelo com um sistema fiscal labiríntico e uma
       administração tributária convenientemente complacente;



      o custo da energia é um factor de fragilização da economia que pouco se alterou depois
       dos choques petrolíferos dos anos 70 do século passado, mantendo-se intocável o
       império do carro individual para todo e qualquer trajecto;



      A corrupção é histórica, endémica, impune e assumida, numa escala que só encontra
       paralelo europeu na Itália e na Grécia, que tem o cuidado de pagar bem aos juizes para
       garantir a sua neutralidade “técnica” como elementos centrais de um sistema de
       justiça, burocrático e ineficaz. Sócrates ao elogiar o prestígio de Angola e do seu
       presidente mais não revela que o seu sonho cleptocrático;



      Após mais de 20 anos de diluição na UE, dos gastos pouco criteriosos dos fundos
       comunitários, Portugal é um caso único de não aproximação aos padrões médios, um
       país cujos nacionais, particularmente jovens, continuam a procurar empregos precários
       e mal pagos no resto da Europa Ocidental, tal como aconteceu nas décadas de 60 e 70;
       com a diferença de que os que emigram não são apenas               os elementos sem
       qualificações;



      O perfil educativo e de formação para o trabalho é manifestamente inadequado em
       qualquer estratégia de desenvolvimento, como se pode espelhar no seguinte quadro:



Estrutura do nível de formação de trabalhadores e patrões em 2006 (%)

                      Trabalhadores ocupados                   Patrões com assalariados
              Superior     Secundário      Primário e   Superior     Secundário      Primário e
                         superior e pré-   secundário              superior e pré-   secundário
                          universitário      inferior               universitário      inferior
Portugal         14            15              71         10             14               76
Espanha          34            23              43         29             23               48
UE - 27          26            49              25         32             44               24

Fonte: INE, A Península Ibérica em Números, 2007



       e revela à saciedade o modelo económico baseado nos baixos salários, hoje sob o
       pseudónimo de flexisegurança, nunca assumido pelo empresariato nem pelos partidos
       do poder, que procuram mascarar a sua nefasta acção com o facilitismo escolar para
       retocar a fotografia no plano europeu;



      No contexto europeu, é em Portugal que melhor se manifesta e se desenvolve a pulsão
genocida do capitalismo mundial, onde cerca de cinco milhões de adultos são tratados
       como elementos descartáveis, factores de custo não reprodutivo, objecto de uma
       programada degradação das condições de vida (vide “A pulsão genocida da burguesia
       portuguesa” e “O novo fascismo que está em marcha”, neste blog);



3 – Política de esquerda e esquerdas institucionais


Apesar do reconhecimento do esgotamento das capacidades do PS/PSD, da polarização de
todas as responsabilidades para o governo em exercício, a multidão em Portugal acaba por se
contradizer, participando por rotina, no folclore eleitoral, sabendo de antemão que com a
substituição do gang governamental, não surgirão mudanças substantivas.



Para essa contradição contribuem vários elementos:



      A ausência de um debate sobre o contexto europeu e a escassa articulação das lutas
       populares a nível europeu acentuam a noção de solidão, de isolamento e de impotência
       junto dos trabalhadores portugueses;



      A deficiente compreensão do carácter subalterno e executivo do governo português
       resulta do não enraizamento da existência de um capitalismo global e das suas
       instituições de normalização, com prerrogativas de Estado, como as da UE, a OMC, o
       FMI, o G-8, que surgem como distantes, como que isentos de responsabilidades da
       situação em Portugal;



      Os dois elementos anteriores caracterizam também o discurso e a prática da esquerda
       institucional que ao afunilarem as análises da situação e as responsabilidades no
       quadro nacional contribuem, e de que maneira, para o bloqueio político e social e para a
       desesperança que grassa na multidão;



      E dessa desesperança beneficia o mandarinato, à direita ou à esquerda, que se arroga
       da sua “especialização” remetendo implicitamente, a esmagadora maioria da população
       para um alheamento da realidade política, confundida com o enjoo da política
       institucional e dos arrotos mandarínicos nos media.



A actuação da esquerda institucional, mesmo nesse limitado quadro, não visa que não a
perpetuação da sua existência como simulacro de oposição e de esquerda. Vejamos como:



      A sistemática recusa de assunção do PS como uma formação política de direita, gémea
       do PSD num paralelo contraditório com a constante acentuação, das suas políticas de
       direita. Tal atitude visa gerar uma esperança na regeneração do PS, secção portuguesa
       do PSE, conglomerado que agrega os diversos partidos mais ou menos socialistas
       nacionais. Toda a história do PS, desde a sua fundação revela um monótono
       posicionamento à direita no contexto português que é, na realidade, uma emanação da
       sua composição genética. Sem volta a dar;



      Pretende-se com isso pressionar alguns elementos do PS a adoptar posições frontais de
oposição de esquerda, o que nunca aconteceu desde o 25 de Abril, com um significado
       político útil e duradouro; pelo contrário, o que se tem assistido é a movimentação em
       sentido contrário, da defecção no sentido do “tacho”, do PS. O crescimento de uma
       esquerda faz-se através do enraizamento e consolidação de uma base social de
       trabalhadores e não na cooptação ou convencimento de elementos isolados do PS sobre
       a grandiosidade das lutas populares;



      Pretende agitar a possibilidade de uma maioria de “esquerda” na AR que, de facto,
       nunca serviu para nada a não ser para que a esquerda institucional (PC/BE) apresente,
       responsáveis com que possa encobrir a sua própria e rotineira inoperância, para obviar
       às dificuldades sentidas pelos trabalhadores e pela multidão. Fazê-lo é enredar os
       trabalhadores, os desempregados e os precários em torno de uma quimera, que é a
       retirada de benefícios pela actuação dos “seus representantes” nas instituições da
       democracia cleptocrática de mercado;



      Essa prática tem fundas raízes históricas. Durante o regime fascista foi alimentada a
       ficção da existência de uma burguesia liberal susceptível de uma aliança com os
       trabalhadores para a adopção de formas eficazes de combate anti-fascista. E, como se
       sabe, a queda do regime saiu de uma das mais representativas instituições do poder, a
       tropa, aproveitada e de que maneira, por um movimento de massas multiforme que
       escapou aos esforços repressivos e disciplinadores, até estes se congregarem no 25 de
       Novembro de 1975. Ficou aí institucionalizada a democracia de mercado, e consolidado
       o caminho da “Europa connosco”, da CEE, de Maastricht, da UE, do euro, do PEC e do
       actual tratado de Lisboa.



      Atribuem demasiada dignidade à AR que mais não é que um palco que encobre a sede
       da instância política que conta - o governo que tudo decide e os partidos que controlam
       os deputados a eleger e mesmo depois de eleitos, pagando em contrapartida
       escandalosas mordomias a esse conjunto de advogados, juristas e professores que
       constituem mais de metade do hemiciclo(131 em 230 deputados).



      Se a AR é um palco de mau teatro de revista, as suas sessões são um entretenimento
       barato para a multidão que assim fica “convencida” da representatividade dos seus
       interesses por aquela gente e que, portanto, se esquece que a resolução dos seus
       problemas só pode surgir das suas próprias mãos, do seu esforço e não através da
       delegação em marionetas políticos;



      As experiências governativas de “esquerda” em alianças com o PS, em Lisboa,
       naturalmente, em nada resultaram de bem estar para a população da cidade, nem
       geraram qualquer movimento de apoio de massas capaz de criar uma alternativa
       credível. Não foi estranho, portanto, que João Soares tenha sido derrotado por um
       imbecil como o Santana; que a base eleitoral do PC se tenha esboroado, entretanto; e
       que o BE pouco tenha para apresentar como fruto do seu acordo com o Costa, para
       além da integração dos precários, estando ainda por ver a mais-valia do pusilânime Sá
       Fernandes como candidato do partido. Estão bem à vista os resultados da gestão
       autárquica do PS/PSD que transformou Lisboa numa das cidades portuguesas com
       menos qualidade de vida e verdadeira montra do desleixo nacional para os turistas,
       onde coabitam alegremente quarteirões abandonados, habitações degradadas,
       conglomerados de prédios de escritórios e condomínios fechados, envolvidos por uma
       teia caótica de trânsito.



Reafirmamos aqui, os nossos princípios:
1 – Aposta principal na acção política fora das instituições da democracia de mercado com o
     desmascaramento do seu papel de anestesiante e de factor resignativo e de diversão
     para os reais interesses da multidão;



2 – Amplificação dos protestos, da desobediência, da contestação permanente como formas de
    desgastar o inimigo socratóide ou quem lhe possa vir a suceder e dificultar, prejudicar ou
    evitar o saque capitalista;


3 – Organização autónoma, troca de experiências, colaboração e coordenação dos grupos e
    colectiivos de perfil anti-capitalista e anti-autoritário


4 – Integração dessa prática de luta com uma melhor compreensão do mundo actual, através
    da discussão franca e descomplexada, sem protagonismos e sem atitudes religiosas de
    posse da verdade, sobre temas como o capitalismo de hoje, o Estado, a representação
    democrática, o papel do Estado-nação, etc



www.esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt                         17/7/08

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Bloqueio político e económico na esquerda portuguesa

  • 1. TEXTOS ESQUERDA DESALINHADA Bloqueio político e económico. Política de esquerda 1 - A actual situação de bloqueio empobrecedor Sobretudo para as pessoas menos inseridas na política institucional, a realidade está aí, bem em frente e doendo bem na carne. Ano após ano a ladainha dos mandarins mantém-se; atrás do pano, o empresariato sussurra o texto. É a ladainha do sacrifício para pobres e trabalhadores, da crença na retoma da economia, considerada, inevitavelmente dependente da exportação, que depende da competitividade, dependendo esta da produtividade, que depende da flexibilidade do “mercado de trabalho” que equivale a despedimentos e perda de salários reais os quais, por sua vez, originam redução do poder de compra, do consumo.... Neste circuito fechado e que tresanda a banha da cobra. não entra o sacrifício dos ricos, o investimento privado produtivo, uma menor corrupção dos mandarins, nem contam os fechos de empresas, o desemprego ou a precariedade. Ninguém vê as exportações a aumentar, o investimento estrangeiro (sempre virtuoso!) a chegar; o que é patente são os sacrifícios que continuam a ser pedidos, em paralelo com o não crescimento do PIB. No entanto, os trabalhadores trabalham mais, perdem poder de compra, vêm a riqueza a ser produzida e o produto do seu esforço a acumular-se nos bolsos de alguns. Um espectáculo, um regabofe. Sondagem recente (dando de barato a sua representatividade) indicava que os inquiridos não consideravam a mafia socratóide capaz de equilibrar o barco mas, também dava como evidente não ser vista uma alternativa saída do actual sistema partidário, mormente no PSD, agora capitaneado pela Balela Ferreira Leite, alter ego de Cavaco. Cheira a podre, parece indicarem os inquiridos. De facto,a tralha PS/PSD já deu o que tinha a dar e nada há a esperar senão uma maior pulsão cleptocrática, à medida que forem chegando novas fornadas de gente, mais incompetente, mais servil e mais cúpida. Não sabemos, como o professor Marcelo, se o transgénico Jaime é ou não o mais incompetente ministro da agricultura do mundo mas, ... de facto, no actual governo não abundam as competências. E, se em alguns casos, há secretários de estado tecnicamente competentes, isso em nada contribui para a felicidade do povo, uma vez que essas competências estão hipotecadas à satisfação dos interesses do capital. As nossas avozinhas também diziam que Salazar era inteligente... E quem se aproveitou disso? De facto, não há saida no actual quadro institucional de democracia de mercado, alicerçado no capitalismo globalizado em que vivemos, guiados ambos pela axiomática do mercado, da livre concorrência, funcionando esta como garante do funcionamento das sociedades, das economias e, porque não, da própria reprodução humana. Sem esquecer a total instrumentalização do Estado e do dinheiro dos impostos, a despeito da poeira de anti- estatismo lançada pelo mandarinato lançada e pelo telecomando de alguns parasitas auto- designados empresários. 2 - O bloqueio resulta da incompetência ou é estrutural ?
  • 2. Os governos em Portugal são, naturalmente, incompetentes e é mera ilusão esperar que poderão vir aí uns que o não sejam, no capítulo dos interesses da multidão. A probabilidade de a Senhora de Fátima aparecer no Rossio é maior. Umas dessas razões são comuns a todos os governos europeus, tais como:  A política económica é determinada do exterior, com o PEC imposto por Bruxelas, com as taxas de juro e os níveis de inflação decretadas pelo BCE, restando apenas o detalhe da política fiscal, num quadro devidamente auditado pelo FMI, pela OCDE e pelas empresas de “rating”;  O enquadramento estratégico, político e ideológico é fornecido pelo G-8, pelas cimeiras de Davos, pelo grupo Bilderberg e alicerça-se na liberalização do comércio, na desregulamentação do trabalho, na despudorada integração e instrumentalização do Estado, na criminalização dos imigrantes, na liberdade dos movimentos de capitais, na financiarização da economia, no acentuar das desigualdades, na luta “anti-terrorista”, etc;  O mandarinato não se pretende particularmente competente na gestão da res publica, pela sua visão e iniciativa mas, pelas suas funções de domésticos atentos e cumpridores das instruções das multinacionais e do capital financeiro. O seu manual de instruções – o tal tratado de Lisboa – ajusta-se perfeitamente ao perfil de um Cherne fedorento retirado da lixeira após três dias ao sol, com um bando de moscas a esvoaçar à sua volta;  O aumento do custo da energia, independentemente das flutuações conjunturais, é um factor estrutural descurado totalmente pelo mandarinato, mais atento às necessidades da indústria em amortizar as suas linhas de montagem, à distribuição dos lucros ou à valorização das acções, do que pela investigação ou pela inovação.  As burguesias europeias inserem-se neste contexto, com variáveis margens de manobra, de acordo com o seu poder económico e político, saindo umas mais beneficiadas que outras, de acordo com uma hierarquia conhecida, encimada pela Alemanha; Outras razões prendem-se com as específicidades da formação económica e social portuguesa, tais como:  A crescente periferização no contexto europeu e ibérico torna Portugal cada vez mais impotente face às exigências e ao poder das multinacionais; desarmado perante a lotaria dos mercados financeiros, o endividamento externo, a subida do preço do dinheiro, o custo crescente da energia; mais acantonado em actividades excluidas da concorrência mundial, abandonando a indústria e a agricultura, para se centrar, nas áreas financeiras, no imobiliário e no turismo, etc;  A economia tem um perfil produtivo atrasado em termos europeus, com fraca incorporação de capital ou conhecimento, muito marcado pelos ciclos baseados na despesa pública, mormente em infraestruturas e no imobiliário, por seu turno
  • 3. fornecedores de empresas, partidos e dignitários políticos, alargando assumidamente as desigualdades;  Há uma hipertrofia do capital financeiro que detém um papel determinante no encaminhamento de capitais para o exterior e na lavagem do dinheiro obtido na corrução e em tráfegos diversos, em paralelo com um sistema fiscal labiríntico e uma administração tributária convenientemente complacente;  o custo da energia é um factor de fragilização da economia que pouco se alterou depois dos choques petrolíferos dos anos 70 do século passado, mantendo-se intocável o império do carro individual para todo e qualquer trajecto;  A corrupção é histórica, endémica, impune e assumida, numa escala que só encontra paralelo europeu na Itália e na Grécia, que tem o cuidado de pagar bem aos juizes para garantir a sua neutralidade “técnica” como elementos centrais de um sistema de justiça, burocrático e ineficaz. Sócrates ao elogiar o prestígio de Angola e do seu presidente mais não revela que o seu sonho cleptocrático;  Após mais de 20 anos de diluição na UE, dos gastos pouco criteriosos dos fundos comunitários, Portugal é um caso único de não aproximação aos padrões médios, um país cujos nacionais, particularmente jovens, continuam a procurar empregos precários e mal pagos no resto da Europa Ocidental, tal como aconteceu nas décadas de 60 e 70; com a diferença de que os que emigram não são apenas os elementos sem qualificações;  O perfil educativo e de formação para o trabalho é manifestamente inadequado em qualquer estratégia de desenvolvimento, como se pode espelhar no seguinte quadro: Estrutura do nível de formação de trabalhadores e patrões em 2006 (%) Trabalhadores ocupados Patrões com assalariados Superior Secundário Primário e Superior Secundário Primário e superior e pré- secundário superior e pré- secundário universitário inferior universitário inferior Portugal 14 15 71 10 14 76 Espanha 34 23 43 29 23 48 UE - 27 26 49 25 32 44 24 Fonte: INE, A Península Ibérica em Números, 2007 e revela à saciedade o modelo económico baseado nos baixos salários, hoje sob o pseudónimo de flexisegurança, nunca assumido pelo empresariato nem pelos partidos do poder, que procuram mascarar a sua nefasta acção com o facilitismo escolar para retocar a fotografia no plano europeu;  No contexto europeu, é em Portugal que melhor se manifesta e se desenvolve a pulsão
  • 4. genocida do capitalismo mundial, onde cerca de cinco milhões de adultos são tratados como elementos descartáveis, factores de custo não reprodutivo, objecto de uma programada degradação das condições de vida (vide “A pulsão genocida da burguesia portuguesa” e “O novo fascismo que está em marcha”, neste blog); 3 – Política de esquerda e esquerdas institucionais Apesar do reconhecimento do esgotamento das capacidades do PS/PSD, da polarização de todas as responsabilidades para o governo em exercício, a multidão em Portugal acaba por se contradizer, participando por rotina, no folclore eleitoral, sabendo de antemão que com a substituição do gang governamental, não surgirão mudanças substantivas. Para essa contradição contribuem vários elementos:  A ausência de um debate sobre o contexto europeu e a escassa articulação das lutas populares a nível europeu acentuam a noção de solidão, de isolamento e de impotência junto dos trabalhadores portugueses;  A deficiente compreensão do carácter subalterno e executivo do governo português resulta do não enraizamento da existência de um capitalismo global e das suas instituições de normalização, com prerrogativas de Estado, como as da UE, a OMC, o FMI, o G-8, que surgem como distantes, como que isentos de responsabilidades da situação em Portugal;  Os dois elementos anteriores caracterizam também o discurso e a prática da esquerda institucional que ao afunilarem as análises da situação e as responsabilidades no quadro nacional contribuem, e de que maneira, para o bloqueio político e social e para a desesperança que grassa na multidão;  E dessa desesperança beneficia o mandarinato, à direita ou à esquerda, que se arroga da sua “especialização” remetendo implicitamente, a esmagadora maioria da população para um alheamento da realidade política, confundida com o enjoo da política institucional e dos arrotos mandarínicos nos media. A actuação da esquerda institucional, mesmo nesse limitado quadro, não visa que não a perpetuação da sua existência como simulacro de oposição e de esquerda. Vejamos como:  A sistemática recusa de assunção do PS como uma formação política de direita, gémea do PSD num paralelo contraditório com a constante acentuação, das suas políticas de direita. Tal atitude visa gerar uma esperança na regeneração do PS, secção portuguesa do PSE, conglomerado que agrega os diversos partidos mais ou menos socialistas nacionais. Toda a história do PS, desde a sua fundação revela um monótono posicionamento à direita no contexto português que é, na realidade, uma emanação da sua composição genética. Sem volta a dar;  Pretende-se com isso pressionar alguns elementos do PS a adoptar posições frontais de
  • 5. oposição de esquerda, o que nunca aconteceu desde o 25 de Abril, com um significado político útil e duradouro; pelo contrário, o que se tem assistido é a movimentação em sentido contrário, da defecção no sentido do “tacho”, do PS. O crescimento de uma esquerda faz-se através do enraizamento e consolidação de uma base social de trabalhadores e não na cooptação ou convencimento de elementos isolados do PS sobre a grandiosidade das lutas populares;  Pretende agitar a possibilidade de uma maioria de “esquerda” na AR que, de facto, nunca serviu para nada a não ser para que a esquerda institucional (PC/BE) apresente, responsáveis com que possa encobrir a sua própria e rotineira inoperância, para obviar às dificuldades sentidas pelos trabalhadores e pela multidão. Fazê-lo é enredar os trabalhadores, os desempregados e os precários em torno de uma quimera, que é a retirada de benefícios pela actuação dos “seus representantes” nas instituições da democracia cleptocrática de mercado;  Essa prática tem fundas raízes históricas. Durante o regime fascista foi alimentada a ficção da existência de uma burguesia liberal susceptível de uma aliança com os trabalhadores para a adopção de formas eficazes de combate anti-fascista. E, como se sabe, a queda do regime saiu de uma das mais representativas instituições do poder, a tropa, aproveitada e de que maneira, por um movimento de massas multiforme que escapou aos esforços repressivos e disciplinadores, até estes se congregarem no 25 de Novembro de 1975. Ficou aí institucionalizada a democracia de mercado, e consolidado o caminho da “Europa connosco”, da CEE, de Maastricht, da UE, do euro, do PEC e do actual tratado de Lisboa.  Atribuem demasiada dignidade à AR que mais não é que um palco que encobre a sede da instância política que conta - o governo que tudo decide e os partidos que controlam os deputados a eleger e mesmo depois de eleitos, pagando em contrapartida escandalosas mordomias a esse conjunto de advogados, juristas e professores que constituem mais de metade do hemiciclo(131 em 230 deputados).  Se a AR é um palco de mau teatro de revista, as suas sessões são um entretenimento barato para a multidão que assim fica “convencida” da representatividade dos seus interesses por aquela gente e que, portanto, se esquece que a resolução dos seus problemas só pode surgir das suas próprias mãos, do seu esforço e não através da delegação em marionetas políticos;  As experiências governativas de “esquerda” em alianças com o PS, em Lisboa, naturalmente, em nada resultaram de bem estar para a população da cidade, nem geraram qualquer movimento de apoio de massas capaz de criar uma alternativa credível. Não foi estranho, portanto, que João Soares tenha sido derrotado por um imbecil como o Santana; que a base eleitoral do PC se tenha esboroado, entretanto; e que o BE pouco tenha para apresentar como fruto do seu acordo com o Costa, para além da integração dos precários, estando ainda por ver a mais-valia do pusilânime Sá Fernandes como candidato do partido. Estão bem à vista os resultados da gestão autárquica do PS/PSD que transformou Lisboa numa das cidades portuguesas com menos qualidade de vida e verdadeira montra do desleixo nacional para os turistas, onde coabitam alegremente quarteirões abandonados, habitações degradadas, conglomerados de prédios de escritórios e condomínios fechados, envolvidos por uma teia caótica de trânsito. Reafirmamos aqui, os nossos princípios:
  • 6. 1 – Aposta principal na acção política fora das instituições da democracia de mercado com o desmascaramento do seu papel de anestesiante e de factor resignativo e de diversão para os reais interesses da multidão; 2 – Amplificação dos protestos, da desobediência, da contestação permanente como formas de desgastar o inimigo socratóide ou quem lhe possa vir a suceder e dificultar, prejudicar ou evitar o saque capitalista; 3 – Organização autónoma, troca de experiências, colaboração e coordenação dos grupos e colectiivos de perfil anti-capitalista e anti-autoritário 4 – Integração dessa prática de luta com uma melhor compreensão do mundo actual, através da discussão franca e descomplexada, sem protagonismos e sem atitudes religiosas de posse da verdade, sobre temas como o capitalismo de hoje, o Estado, a representação democrática, o papel do Estado-nação, etc www.esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt 17/7/08