O documento apresenta quatro poemas curtos de J. Alberto de Oliveira. O primeiro poema, "A Flor do Lume", descreve uma flor nascendo no canto de uma casa e a alma que respira e se purifica. O segundo poema, "À Hora de Ceia", fala sobre vultos de amor que ardiam sobre uma mesa à luz de velas. O terceiro poema, "Nome e Flor", lida com dar um nome equivalente a uma flor no jardim. O quarto e último poema, "Visitação", trata de não saber
1. QUATRO POEMAS
Obra: Entrepoemas
Autor: J. Alberto de Oliveira
Voz: Filipa Leal
Automático & Sonoro
2. A FLOR DO LUME
No ângulo mais firme
da casa
a flor do lume nasce.
Esplende o lírico
manancial
que a alma respira
e depura.
No ângulo mais firme
a frase fica nua.
Pronta para ser escrita.
3. À HORA DE CEIA
Sobre a mesa ardiam
os vultos do amor.
Havia a vela que ardia
entre o pão
e os espelhos do crepúsculo.
Ardiam as lembranças
que dizias
à hora de ceia e melancolia.
4. NOME E FLOR
Quando as folhas altas em contraluz
amanheciam do sono para o dia
eu desci a escada para te dar o nome
equivalente à flor a haver no jardim.
Dei-te primeiro o nome e depois a flor
quase a luzir de nudez e penumbra.
Com a leveza do ar recebeste a flor
apurando-a com o seu próprio fogo.
Por um anel de nubilíssimo júbilo
ajustemos agora o nome à flor.
5. VISITAÇÃO
Quando vens com o vento
eu não sei onde escrever
as primeiras palavras.
Antes de o lume
no vento se acender
eu não sei como te deitar
na minha mão visitada.
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11. Música: F. Chopin - Prélude Nº 19 Es-dur - por M. Argerich
Imagens: C. de Oliveira & J. A. de Oliveira
Edição: www.josealbertodeoliveira.blogspot.com