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Presidenta da República
Dilma Rousseff
Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão
Miriam Belchior
INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA - IBGE
Presidenta
Wasmália Bivar
Diretor-Executivo
Nuno Duarte da Costa Bittencourt
ÓRGÃOS ESPECÍFICOS SINGULARES
Diretoria de Pesquisas
Marcia Maria Melo Quintslr
Diretoria de Geociências
Wadih João Scandar Neto
Diretoria de Informática
Paulo César Moraes Simões
Centro de Documentação e Disseminação de Informações
David Wu Tai
Escola Nacional de Ciências Estatísticas
Denise Britz do Nascimento Silva
Rio de Janeiro
2011
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Censo Demográfico
2010
Características da população
e dos domicílios
Resultados do universo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
ISSN - 1676-4935 (CD-ROM)
ISSN - 0104-3145 (meio impresso)
© IBGE. 2011
Elaboração do arquivo PDF
Roberto Cavararo
Produção de multimídia
LGonzaga
Márcia do Rosário Brauns
Marisa Sigolo
Mônica Pimentel Cinelli Ribeiro
Roberto Cavararo
Capa
Eduardo Sidney Cabral Rodrigues de Araujo - Coordenação
de Marketing/Centro de Documentação e Disseminação de
Informações - CDDI
Ilustração da capa e miolo
Aldo Victorio Filho
Sumário
Apresentação
Introdução
Notas técnicas
Fundamento legal e sigilo das informações
O Censo 2010 no contexto internacional
Base territorial
Divisão territorial
Aspectos da coleta
Âmbito da pesquisa
Conceitos e definições
Tratamento dos domicílios fechados
Análise dos resultados
Crescimento da população por situação do domicílio
Composição da população por sexo, idade e situação do domicílio
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
Emigração internacional
Ocorrência de óbitos
Cor ou raça
Registro de nascimento
Alfabetização
Rendimento
Unidades domésticas
Domicílios
Tabelas de resultados
1 - Brasil
1.1 - População e condição no domicílio
1.1.1 - População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo os grupos de
idade - Brasil - 2010
1.1.2 - População residente, por forma de declaração da idade, situação do domicílio e
sexo, segundo a idade - Brasil – 2010
1.1.3 - População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo a condição no do-
micílio e o compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio - Brasil – 2010
1.1.4 - População residente, por grupos de idade e sexo, segundo a condição no domi-
cílio e o compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio - Brasil – 2010
1.2 - Emigração internacional
1.2.1 - Emigrantes internacionais, por sexo, segundo os continentes e os países estran-
geiros de destino - Brasil – 2010
1.2.2 - Emigrantes internacionais, por sexo, segundo as Grandes Regiões e as
Unidades da Federação de residência das pessoas com quem residiram antes de
emigrarem – 2010
1.3 - Cor ou raça
1.3.1 - População residente, por cor ou raça, segundo o sexo e os grupos de idade -
Brasil – 2010
1.3.2 - População residente, por cor ou raça, segundo a situação do domicílio e os gru-
pos de idade - Brasil – 2010
1.3.3 - Pessoas de 5 anos ou mais de idade, por cor ou raça e sexo, segundo a condição
de alfabetização e os grupos de idade - Brasil – 2010
1.3.4 - Pessoas de 5 anos ou mais de idade, total e alfabetizadas, por cor ou raça, se-
gundo a situação do domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010
1.3.5 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por cor ou raça, segundo o sexo e as clas-
ses de rendimento nominal mensal - Brasil – 2010
1.3.6 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por cor ou raça, segundo a situação do
domicílio e as classes de rendimento nominal mensal - Brasil – 2010
Sumário
1.3.7 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, e valor do ren-
dimento nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade,
total e com rendimento, segundo o sexo e a cor ou raça - Brasil – 2010
1.3.8 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, e valor do rendimen-
to nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com
rendimento, segundo a situação do domicílio e a cor ou raça - Brasil – 2010
1.3.9 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios particulares,
por cor ou raça, segundo o sexo e as classes de rendimento nominal mensal domiciliar
per capita - Brasil – 2010
1.4 - Registro de nascimento
1.4.1 - Pessoas de até 10 anos de idade, por existência e tipo de registro de nascimento,
segundo a situação do domicílio e a idade - Brasil – 2010
1.4.2 - Pessoas de até 10 anos de idade, por existência e tipo de registro de nascimento,
segundo a cor ou raça e a idade - Brasil – 2010
1.4.3 - Pessoas de até 10 anos de idade, residentes em domicílios particulares, por exis-
tência e tipo de registro de nascimento, segundo a situação do domicílio e as classes de
rendimento nominal mensal domiciliar per capita - Brasil – 2010
1.5 - Educação
1.5.1 - Pessoas de 5 anos ou mais de idade, por situação do domicílio, condição de
alfabetização e sexo, segundo os grupos de idade - Brasil – 2010
1.5.2 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e alfabetizadas, por sexo, segundo a
situação do domicílio, a condição no domicílio e o compartilhamento da responsabili-
dade pelo domicílio - Brasil – 2010
1.5.3 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por situação do domicílio e sexo, segundo a
condição de alfabetização e as classes de rendimento nominal mensal - Brasil – 2010
1.5.4 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, e valor do ren-
dimento nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade,
total e com rendimento, segundo a condição de alfabetização, a situação do domicílio
e o sexo - Brasil – 2010
1.5.5 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes em domicílios particulares, por
condição de alfabetização e situação do domicílio, segundo o sexo e as classes de ren-
dimento nominal mensal domiciliar per capita - Brasil – 2010
1.5.6 - Pessoas de 5 anos ou mais de idade, residentes em domicílios particulares, por
classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita, segundo a condição de
alfabetização e os grupos de idade - Brasil – 2010
1.6 - Domicílios
1.6.1 - Domicílios particulares permanentes e moradores em domicílios particulares
permanentes, por situação do domicílio, segundo algumas características dos domicí-
lios - Brasil – 2010
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
1.6.2 - Domicílios particulares permanentes, por existência de banheiro ou sanitário e
número de banheiros de uso exclusivo do domicílio, segundo algumas características
dos domicílios - Brasil – 2010
1.6.3 - Domicílios particulares permanentes, por forma de abastecimento de água, se-
gundo a existência de banheiro ou sanitário, o tipo de esgotamento sanitário, o destino
do lixo e a existência de energia elétrica - Brasil – 2010
1.6.4 - Domicílios particulares permanentes, por número de moradores, segundo a
situação do domicílio e algumas características do domicílio - Brasil – 2010
1.6.5 - Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal
domiciliar, segundo a situação do domicílio e algumas características do domicílio -
Brasil – 2010
1.6.6 - Moradores em domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento
nominal mensal domiciliar, segundo a situação do domicílio e algumas características
do domicílio - Brasil – 2010
1.6.7 - Domicílios particulares permanentes, total e com rendimento domiciliar, e valor
do rendimento nominal médio e mediano mensal dos domicílios particulares perma-
nentes, total e com rendimento domiciliar, segundo a situação do domicílio e algumas
características dos domicílios - Brasil – 2010
1.6.8 - Domicílios particulares permanentes, por existência de compartilhamen-
to da responsabilidade pelo domicílio com a pessoa responsável e situação do
domicílio, segundo o sexo da pessoa responsável pelo domicílio e o número de
moradores - Brasil – 2010
1.6.9 - Domicílios particulares permanentes, por existência de compartilhamento da
responsabilidade pelo domicílio com a pessoa responsável e sexo da pessoa respon-
sável pelo domicílio, segundo os grupos de idade, a cor ou raça, a condição de al-
fabetização e as classes de rendimento nominal mensal da pessoa responsável pelo
domicílio - Brasil – 2010
1.6.10 - Domicílios particulares permanentes, por existência de compartilhamento da
responsabilidade pelo domicílio com a pessoa responsável e situação do domicílio, se-
gundo o sexo da pessoa responsável pelo domicílio e as classes de rendimento nominal
mensal domiciliar per capita - Brasil – 2010
1.6.11 - Domicílios particulares permanentes, por situação do domicílio e espécie
de unidade doméstica, segundo a existência de compartilhamento da responsabi-
lidade pelo domicílio com a pessoa responsável, o sexo, a cor ou raça e os grupos
de idade da pessoa responsável e as classes de rendimento nominal mensal domi-
ciliar per capita - Brasil – 2010
1.7 - Mortalidade
1.7.1 - Óbitos de pessoas que haviam residido com moradores dos domicílios par-
ticulares, ocorridos de agosto de 2009 a julho de 2010, por sexo e situação do
domicílio das pessoas falecidas, segundo os grupos de idade das pessoas ao fale-
cerem - Brasil – 2010
Sumário
1.7.2 - Óbitos de crianças de menos de 1 ano de idade que haviam residido com
moradores dos domicílios particulares, ocorridos de agosto de 2009 a julho de 2010,
por situação do domicílio, segundo o sexo das crianças falecidas, o mês e o ano de
ocorrência do falecimentos - Brasil – 2010
1.8 - Rendimento
1.8.1 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade e valor do rendimento nominal médio e
mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por sexo, segundo a situa-
ção do domicílio e as classes de rendimento nominal mensal - Brasil – 2010
1.8.2 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal men-
sal, segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil – 2010
1.8.3 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal men-
sal, segundo a situação do domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010
1.8.4 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, e valor do rendimento no-
minal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento,
por sexo, segundo a situação do domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010
1.8.5 - Distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade,
com rendimento, e valor do rendimento nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10
anos ou mais de idade, com rendimento, por sexo, segundo as classes de percentual das pesso-
as de 10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010
1.8.6 - Distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de 10 anos ou mais
de idade, com rendimento, e valor do rendimento nominal médio e mediano mensal
das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, por situação do domicílio,
segundo as classes de percentual das pessoas de 10 anos ou mais de idade, em ordem
crescente de rendimento - Brasil – 2010
1.8.7 - Distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de 10 anos ou mais de
idade, com rendimento, por cor ou raça, segundo as classes de percentual das pessoas
de 10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010
1.8.8 - Valor do rendimento nominal médio mensal das pessoas de 10 anos ou mais de
idade, com rendimento, por cor ou raça, segundo as classes de percentual das pessoas
de 10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010
1.8.9 - Valor do rendimento nominal mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de
idade, com rendimento, por cor ou raça, segundo as classes de percentual das pessoas de
10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010
1.8.10 - Índice de Gini da distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de
10 anos ou mais de idade, com rendimento, por situação do domicílio e sexo, segundo
as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 2010
1.8.11 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes em domicílios particulares,
por classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita, segundo a situação do
domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010
1.8.12 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes em domicílios particulares, por
classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita, segundo a cor ou raça e os
grupos de idade - Brasil – 2010
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
1.8.13 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por sexo e classes de rendimento nominal
mensal, segundo a condição no domicílio e o compartilhamento da responsabilidade
pelo domicílio - Brasil – 2010
1.8.14 - Domicílios particulares permanentes e valor do rendimento nominal médio e
mediano mensal dos domicílios particulares permanentes, segundo a situação do do-
micílio e as classes de rendimento nominal mensal domiciliar - Brasil – 2010
1.8.15 - Distribuição do rendimento nominal mensal dos domicílios particulares perma-
nentes, com rendimento domiciliar, e valor do rendimento nominal médio e mediano
mensal dos domicílios particulares permanentes, com rendimento domiciliar, por situa-
ção do domicílio, segundo as classes de percentual dos domicílios particulares perma-
nentes, em ordem crescente de rendimento domiciliar - Brasil – 2010
1.8.16 - Índice de Gini da distribuição do rendimento nominal mensal dos domicílios
particulares permanentes, com rendimento domiciliar, por situação do domicílio, se-
gundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 2010
1.8.17 - Domicílios particulares permanentes, moradores em domicílios particula-
res permanentes e média de moradores em domicílios particulares permanentes,
segundo a situação do domicílio e as classes de rendimento nominal mensal domiciliar
per capita - Brasil - 2010
Referências
Apêndice
Relação de tabelas de resultados do CD-ROM
Convenções
- Dado numérico igual a zero não resultante
de arredondamento;
.. Não se aplica dado numérico;
... Dado numérico não disponível;
x Dado numérico omitido a fim de evitar a individualização da informação;
0; 0,0; 0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado
numérico originalmente positivo; e
-0; -0,0; -0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado
numérico originalmente negativo.
Apresentação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, dando continuidade
à divulgação dos resultados do Censo Demográfico 2010, apresenta a publicação
Características da população e dos domicílios: resultados do universo.
Os Censos Demográficos realizados no Brasil a cada dez anos permitem à socie-
dade conhecer melhor a evolução da distribuição territorial da população do País
e as principais características socioeconômicas das pessoas e dos seus domicílios.
Estas informações são imprescindíveis para a definição de importantes políticas
públicas regionais, para a tomada de decisões de investimentos público e privado e
contribuem para planejar adequadamente o uso sustentável dos recursos.
O Censo Demográfico 2010, além dos temas abrangidos no levantamento ante-
rior, realizado em 2000, pesquisou a existência de registros de nascimento, óbitos e
emigração internacional. Também incluiu a investigação sobre língua falada, etnia
ou povo para a população indígena, que será objeto de uma publicação específica.
Esta divulgação apresenta os resultados definitivos do Universo, que compreen-
dem um conjunto de características dos domicílios e das pessoas que foram inves-
tigadas para a totalidade da população, e resultados preliminares de rendimento,
que foi pesquisado para todas as pessoas de 10 anos ou mais de idade.
As tabelas que compõem esta divulgação apresentam resultados abrangendo
as informações dos temas pesquisados para o universo, que compreendem sexo,
idade, situação do domicílio, emigração internacional, ocorrência de óbitos, cor
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
ou raça, registro de nascimento, alfabetização e rendimento, para a totalidade da
população, bem como informações sobre composição e características dos domi-
cílios. O volume impresso apresenta uma breve análise envolvendo os vários as-
pectos pesquisados e as tabelas de resultados para o Brasil. É acompanhado por um
CD-ROM que contém, ainda, tabelas de resultados para níveis geográficos mais
desagregados. Todo conteúdo desta divulgação também está disponibilizado no
portal do IBGE na Internet.
Ainda em 2011 e ao longo de 2012, o IBGE prosseguirá na divulgação de outras
importantes informações do Censo Demográfico 2010, incluindo características
adicionais dos domicílios e informações demográficas, sociais e econômicas que
foram pesquisadas por amostragem.
O IBGE agradece a todas as instituições e seus membros que colaboraram para
a realização deste Censo e, em especial, a todos os cidadãos que, com espírito cívi-
co, receberam os recenseadores e forneceram as respostas que contribuirão para o
conhecimento da realidade nacional e o planejamento do futuro do País.
Wasmália Bivar
Presidenta do IBGE
Introdução
O Censo Demográfico é a mais complexa operação estatística realizada por um
país, quando são investigadas as características de toda a população e dos domicí-
lios do Território Nacional.
Os Censos Demográficos, por pesquisarem todos os domicílios do País, cons-
tituem a única fonte de referência para o conhecimento das condições de vida da
população em todos os municípios e em seus recortes territoriais internos - distri-
tos, subdistritos, bairros e classificação de acordo com a localização dos domicílios
em áreas urbanas ou rurais.
O primeiro Censo da População brasileira foi realizado em 1872, ainda durante
o Império. Em 1890, já sob a República, foi realizado o segundo Censo Demo-
gráfico do País. A partir desse ano, o Censo Demográfico tornou-se decenal. Com
exceção das interrupções ocorridas em 1910 e 1930, os censos têm mantido a sua
continuidade.
A execução de um levantamento dessa natureza representa um enorme desafio
para um instituto de estatística, sobretudo em um país de dimensões continentais
como o Brasil, com 8 515 692,27 km2
, distribuídos em um território heterogêneo,
com determinadas áreas de difícil acesso, composto por 27 Unidades da Federação
e 5 565 municípios1
, abrangendo cerca de 67,5 milhões de domicílios.
1
Inclusive o Distrito Estadual de Fernando de Noronha e o Distrito Federal.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
O planejamento do Censo Demográfico 2010 teve como meta o aprimoramen-
to da cobertura da população residente e da qualidade dos dados coletados. Para
alcançar os melhores padrões de qualidade, nesta edição da pesquisa, o IBGE in-
troduziu várias inovações de natureza gerencial, metodológica e tecnológica, com
destaque para a atualização da base territorial digital, a adoção do computador de
mão equipado com Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System -
GPS), para a coleta dos dados, e a introdução da Internet como alternativa para
preenchimento do questionário.
A experiência da operação integrada, realizada em 2007, abrangendo o Censo
Agropecuário 2006, a Contagem da População 2007 e o Cadastro Nacional de
Endereços para Fins Estatísticos - CNEFE, foi fundamental para o êxito alcançado
no Censo Demográfico 2010, principalmente na utilização do computador de mão
equipado com GPS para a coleta de dados e na informatização dos cerca de 7 000
postos de coleta instalados pelo IBGE para gerenciar a pesquisa em todos os 5 565
municípios brasileiros.
A nova base territorial digital integra as bases cartográficas urbana e rural ao
CNEFE, que, por sua vez, foi atualizado com os registros de unidades domiciliares
recenseadas em 2010.
A substituição do questionário em papel pelo modelo eletrônico desenvolvido
para o computador de mão permitiu a introdução de rotinas de crítica para aplica-
ção no exato momento do preenchimento do questionário, contribuindo, assim,
para alcançar maior garantia de qualidade na coleta dos dados e, por conseguinte,
para agilizar os procedimentos de apuração dos resultados.
O uso de equipamentos com GPS permitiu o georreferenciamento das unidades
visitadas nas zonas rurais, bem como gerenciar o ritmo e a cobertura geográfica da
operação de campo realizada pelos recenseadores do IBGE.
Também merece registro a criação das Comissões Censitárias Estaduais - CCEs,
das Comissões Municipais de Geografia e Estatística - CMGEs e de algumas Co-
missões Censitárias Locais - CCLs. Essas comissões estabeleceram parcerias entre o
IBGE e a sociedade para a realização do Censo Demográfico 2010, com participação
de representantes do governo, da iniciativa privada e da sociedade local em geral.
A criação dessas comissões teve por objetivo estabelecer um canal de comuni-
cação e diálogo entre o IBGE e os gestores locais, conferindo maior transparência
aos trabalhos do Censo Demográfico 2010.
Os membros das CMGEs tiveram oportunidade de apoiar e acompanhar a ope-
ração de coleta, tomando conhecimento do planejamento operacional da malha
territorial, dos limites municipais praticados pelo IBGE e dos primeiros relatórios
gerenciais da coleta do Censo Demográfico 2010, logo após o encerramento do
trabalho de campo.
Introdução
As CMGEs terão caráter permanente, mesmo após o término da pesquisa,
abrindo um novo canal de comunicação direto e de maior interação entre o IBGE
e as sociedades locais.
Os dados desta divulgação compreendem características dos domicílios e das
pessoas que foram investigadas para a totalidade da população e são denominados,
por convenção, resultados do universo. Estes dados foram obtidos reunindo infor-
mações captadas por meio da investigação das características dos domicílios e das
pessoas, que são comuns aos dois tipos de questionários utilizados para o levanta-
mento do Censo Demográfico 2010 e que são:
Questionário Básico - aplicado em todas as unidades domiciliares, exceto na-
quelas selecionadas para a amostra, e que contém a investigação das características
do domicílio e dos moradores; e
Questionário da Amostra - aplicado em todas as unidades domiciliares sele-
cionadas para a amostra. Além da investigação contida no Questionário Básico,
abrange outras características do domicílio e pesquisa importantes informações
sociais, econômicas e demográficas dos seus moradores.
O rendimento mensal habitual foi investigado, tanto no Questionário Básico
quanto no Questionário da Amostra, para todas as pessoas com 10 anos ou mais
de idade. Entretanto, esta é a única característica dos resultados que compõem
o universo que no Questionário Básico foi captada de forma distinta daquela do
Questionário da Amostra.
No Questionário Básico, o rendimento mensal habitual foi pesquisado em um
único quesito, abrangendo os rendimentos de todas as fontes. No Questionário da
Amostra, por sua vez, esta informação é obtida por meio da soma dos rendimentos
obtidos em três quesitos que captaram:
• o rendimento mensal habitual do trabalho principal da semana de referência;
• o rendimento mensal habitual dos demais trabalhos da semana de referência;
• o rendimento mensal habitual oriundo de outras fontes (soma dos rendimentos
de: aposentadoria e pensão de instituto de previdência oficial; Programa Bolsa
Família, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI, outros progra-
mas sociais e transferências; aposentadoria e pensão da previdência privada; alu-
guel; juros de caderneta de poupança e de outras aplicações financeiras etc.).
Cabe esclarecer que os dados utilizados para gerar os resultados de rendimento
que compõem esta divulgação são preliminares, pois ainda não foram submetidos
a todos os processos de crítica e imputação previstos para a apuração do Censo
Demográfico 2010.
A definição do conteúdo temático a ser investigado no Censo Demográfico
2010 se deu, na fase de planejamento, após ampla consulta a diversos segmentos
representativos da sociedade, através da realização de importantes fóruns dentre
os quais destacam-se: reuniões da Comissão Consultiva do Censo Demográfico
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
2010, consultas com usuários internos e externos do IBGE, reuniões interministe-
riais e reuniões com especialistas temáticos.
Esta publicação, além das tabelas de resultados, apresenta notas técnicas, com
breve descrição do planejamento da operação de coleta e da base territorial, con-
ceitos e definições, e uma análise dos aspectos divulgados.
No volume impresso constam as tabelas de resultados para o Brasil, compreen-
dendo informações da população residente abrangendo sexo, idade, cor ou raça,
condição no domicílio e responsabilidade compartilhada pelo domicílio; pessoas
responsáveis pelo domicílio; emigrantes internacionais; alfabetização das pessoas de
5 anos ou mais de idade; registro de nascimento das crianças de até 10 anos de ida-
de; óbitos; e rendimento e características dos domicílios particulares permanentes.
No CD-ROM que acompanha o volume impresso, encontram-se, também,
tabelas de resultados para Grandes Regiões e Unidades da Federação, tabelas de
resultados selecionados para todos os municípios, distritos e bairros e, ainda, para
as Regiões Metropolitanas e Regiões Integradas de Desenvolvimento - RIDEs.
Notas técnicas
Fundamento legal e sigilo das informações
O Censo Demográfico 2010 segue os princípios normativos determinados na Lei no
5.534, de 14 de novembro de 1968. Conforme esta lei, as informações são confidenciais
e obrigatórias, destinam-se exclusivamente a fins estatísticos e não podem ser objeto de
certidão e nem ter eficácia jurídica como meio de prova.
Já a periodicidade dos Censos Demográficos é regulamentada pela Lei no
8.184, de 10
de maio de 1991, que estabelece um máximo de dez anos para o intervalo intercensitário.
O Censo 2010 no contexto internacional
Na fase de planejamento do Censo Demográfico 2010, o Brasil participou
como membro do Grupo de Especialistas das Nações Unidas responsável pelo
Programa Mundial sobre Censos de População e Habitação da rodada de 2010,
com o objetivo de revisar e adotar um conjunto de princípios e recomendações
em padrões internacionais para os Censos de População. Como parte do processo
de revisão, a Divisão de Estatística das Nações Unidas organizou três reuniões do
Grupo de Especialistas e, com base em discussões e deliberações, o documento
Principles and recommendations for population and housing censuses: revision 2 foi finali-
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
zado e aprovado na 37a
sessão da Comissão de Estatística das Nações Unidas, em
2008. O Brasil participou da redação da segunda parte do referido documento que
aborda os tópicos a serem investigados nos Censos de População e de Habitação.
O documento contém os principais padrões e orientações internacionais, resultado
de ampla consulta e de contribuições dadas por especialistas de outros institutos
nacionais de estatística, do mundo por meio de mecanismos desenvolvidos e man-
tidos pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, levando em consideração as
características regionais. Esta experiência foi amplamente discutida e considerada
no planejamento do Censo brasileiro.
Cabe destacar a cooperação técnica com o U.S. Census Bureau, ao qual o IBGE
realizou uma visita técnica em Austin, Texas, com a finalidade de acompanhar o tra-
balho de campo da prova-piloto do Censo 2010 dos Estados Unidos para conhecer a
organização e as diversas tarefas relacionadas com a operação de campo, em particular
as equipes de coordenação, controle de qualidade, treinamento e tecnologia. Esse
acompanhamento foi importante para o IBGE, porque o trabalho de coleta da referida
prova-piloto foi realizado com computador de mão, tecnologia incorporada na Conta-
gem da População 2007 e no Censo Demográfico 2010 realizado no Brasil.
O País, como membro do Grupo de Washington sobre Estatísticas das Pesso-
as com Deficiência (Washington Group on Disability Statistics - GW), que tem
como objetivo padronizar o levantamento das estatísticas das pessoas com defici-
ência, tanto nos censos populacionais como em outras pesquisas domiciliares, foi
sede de dois eventos internacionais do GW em 2005: o Segundo Encontro Re-
gional (América Latina e Caribe) e o Quinto Encontro do GW, com o objetivo
de discutir a incorporação da temática, e a realização de testes cognitivos e provas-
piloto das perguntas sobre o tema nos censos da região.
Os dois eventos, realizados no Rio de Janeiro, contaram com o apoio da Coor-
denadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE
da Secretaria de Direitos Humanos, atualmente, Secretaria Nacional de Promo-
ção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e com a participação da Organização
Mundial de Saúde - OMS, de representantes dos institutos nacionais de estatística
de mais de 40 países, e de outras organizações internacionais.
O Censo Comum do MERCOSUL tem como objetivo obter informações har-
monizadas, integradas e comparáveis, sobre as características da população e dos
domicílios, para o diagnóstico demográfico e social dos países-membros e associa-
dos como Chile, Bolívia, México, Equador e Venezuela. Considerado modelo de
cooperação técnica horizontal em nível mundial, o projeto teve como meta incor-
porar, na rodada de Censos 2010, as variáveis relativas às pessoas com deficiência,
às populações indígenas e à migração internacional, com ênfase na migração na
fronteira entre os países da região. Para esse fim, foram realizadas, pela Argentina,
Brasil e Paraguai, a I Prova-Piloto Conjunta sobre Pessoas com Deficiência e a II
Prova-Piloto Conjunta sobre Migração Internacional, em 2006 e 2007, respecti-
Notas técnicas
vamente. Em 2008, o Brasil e o Paraguai realizaram a III Prova-Piloto Conjunta
sobre Populações Indígenas, continuando com a modalidade utilizada com sucesso
para as variáveis harmonizadas na década de 2000. Esta modalidade de cooperação
contou com a participação de diversos representantes de institutos nacionais de
estatística e organismos internacionais como observadores.
O Brasil realizou um trabalho intenso de intercâmbio de experiências nas áreas
de Tecnologia da Informação e Cartografia no Censo 2010 com países como Esta-
dos Unidos da América, Canadá, Austrália, Cabo Verde, entre outros.
Base territorial
Base territorial é a denominação dada ao sistema integrado de mapas, cadastros
e banco de dados, construído segundo a metodologia própria para dar organização
e sustentação espacial às atividades de planejamento operacional, coleta e apuração
de dados e divulgação de resultados do Censo Demográfico.
O setor censitário é a unidade territorial de controle cadastral da coleta, consti-
tuída por áreas contíguas, respeitando-se os limites da divisão político-administra-
tiva, do quadro urbano e rural legal e de outras estruturas territoriais de interesse,
além dos parâmetros de dimensão mais adequados à operação de coleta.
O planejamento da base territorial consiste em processos de análise dos mapas
e cadastros alfanuméricos que registram todo o histórico das malhas setoriais dos
censos anteriores. O objetivo principal da base territorial do Censo Demográfico
2010 foi possibilitar a cobertura integrada de todo o território e ampliar as possi-
bilidades de disseminação de informações à sociedade. Sua preparação levou em
conta a oferta de infraestrutura cadastral e de mapeamento para a coleta dos dados
do censo, e a necessidade de atender às demandas dos setores público e privado por
informações georreferenciadas no nível de setor censitário.
Nesse sentido, o IBGE promoveu um amplo programa para a construção de
cadastros territoriais e mapas digitais referentes aos municípios, às localidades e aos
setores censitários, que incluiu o estabelecimento de parcerias com órgãos produ-
tores e usuários de mapeamento, campanhas de campo para atualização da rede
viária, da rede hidrográfica, da toponímia em geral, dos limites dos municípios,
distritos, subdistritos, bairros e outros, assim como a definição dos limites dos no-
vos setores adequados ao território atualizado.
A base territorial do Censo Demográfico 2010 foi elaborada de forma a integrar
a representação espacial das áreas urbana e rural do Território Nacional em um
ambiente de banco de dados geoespaciais, utilizando insumos e modernos recursos
de tecnologia da informação.
Como insumo, entende-se todo o conjunto de dados gráficos (arquivos vetoriais
e imagens orbitais disponíveis com diversas resoluções) e alfanuméricos que foram
preparados pela Rede de Agências e Unidades Estaduais do IBGE, coordenados
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
pelas equipes técnicas da Sede no Rio de Janeiro. Foram desenvolvidas aplicações
e softwares para a elaboração da base territorial visando atender aos objetivos espe-
cíficos deste projeto, dentre os quais se destacaram o ajuste da geometria da malha
dos setores urbanos, adaptando-a à malha dos setores rurais com a utilização de
imagens orbitais, o ajuste da malha de arruamento urbano com a codificação das
faces de quadra e a associação do elemento gráfico que representa a face de quadra
com o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos - CNEFE.
O Cnefe, atualizado a partir dos registros de unidades recenseadas em 2010, com-
preende os endereços de todas as unidades registradas pelos recenseadores durante o
trabalho de coleta das informações (domicílios e unidades não residenciais).
Divisão territorial
Divisão político-administrativa
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil com-
preende a União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, todos autônomos
nos termos da Constituição Federal de 1988.
Distrito Federal
É a unidade autônoma onde tem sede o Governo Federal com seus poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário. Tem as mesmas competências legislativas re-
servadas aos estados e municípios, e é regido por Lei Orgânica, sendo vedada sua
divisão em municípios.
Brasília é a Capital Federal.
Estados
Os estados constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização
político-administrativa do País. São subdivididos em municípios e podem ser in-
corporados entre si, subdivididos ou desmembrados para serem anexados a outros,
ou formarem novos estados ou territórios federais, mediante aprovação da po-
pulação diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional,
por lei complementar. Organizam-se e regem-se por constituições e leis próprias,
observados os princípios da Constituição Federal.
A localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital.
Municípios
Os municípios constituem as unidades autônomas de menor hierarquia dentro
da organização político-administrativa do Brasil. Sua criação, incorporação, fusão
ou desmembramento dependem de leis estaduais, que devem observar o período
determinado por lei complementar federal e a necessidade de consulta prévia, me-
Notas técnicas
diante plebiscito, às populações envolvidas, após divulgação dos estudos de via-
bilidade municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Os municípios são
regidos por leis orgânicas, observados os princípios estabelecidos na Constituição
Federal e na constituição do estado onde se situam, e podem criar, organizar e
suprimir distritos.
A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria de Cidade.
Distritos
São unidades administrativas dos municípios. Sua criação, desmembramento ou
fusão dependem de leis municipais, que devem observar a continuidade territorial
e os requisitos previstos em lei complementar estadual. Podem ser subdivididos em
unidades administrativas denominadas subdistritos, regiões administrativas, zonas
ou outra denominação específica.
A localidade onde está sediada a autoridade distrital, excluídos os distritos das
sedes municipais, tem a categoria de Vila. Observa-se que nem todas as vilas cria-
das pelas legislações municipais possuem ocupação urbana. Na ocorrência desses
casos, tais vilas não foram isoladas em setores urbanos no Censo 2010.
Subdistritos
São unidades administrativas municipais, normalmente estabelecidas nas gran-
des cidades, criadas através de leis ordinárias das Câmaras Municipais e sanciona-
das pelo prefeito.
Bairros
Bairros são subdivisões intraurbanas legalmente estabelecidas através de leis or-
dinárias das Câmaras Municipais e sancionadas pelo Prefeito.
Regiões Metropolitanas
A Constituição Federal de 1988 facultou aos estados a instituição de Regiões
Metropolitanas, “constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, com o
objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públi-
cas de interesse comum” (Art. 25, § 3o
). Assim, a partir de 1988, as Unidades da
Federação, buscando solucionar problemas de gestão do território estadual, defini-
ram novas Regiões Metropolitanas, criadas por lei complementar estadual.
As Regiões Metropolitanas constituem um agrupamento de municípios com
a finalidade de executar funções públicas que, por sua natureza, exigem a co-
operação entre estes municípios para a solução de problemas comuns, como os
serviços de saneamento básico e de transporte coletivo, o que legitima, em termos
políticos-institucionais, sua existência, além de permitir uma atuação mais inte-
grada do poder público no atendimento às necessidades da população ali residente,
identificada com o recorte territorial institucionalizado.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
Cabe ressaltar que no caso das Regiões Metropolitanas o próprio limite político-
administrativo dos municípios que as compõem baliza esses espaços institucionais.
Nessa publicação considera-se que a Região Metropolitana de Manaus compreende
apenas e tão somente os municípios reconhecidos pela decisão da Justiça do Estado do
Amazonas, publicada em 08.11.2010, no Diário da Justiça Eletrônico de Manaus, ano III,
edição 624, segundo a qual os municípios de Autazes, Careiro, Itapiranga, Manaquiri e
Silves foram excluídos da composição da referida Região Metropolitana.
Regiões Integradas de Desenvolvimento
A criação de Regiões Integradas de Desenvolvimento está prevista na Constituição
Federal de 1988, nos Art. 21, inciso IX; Art. 43; e Art. 48, inciso IV. São conjuntos de
municípios cuja origem baseia-se no princípio de cooperação entre os diferentes níveis
de governo – federal, estadual e municipal. Podem ser compostas por municípios de
diferentes Unidades Federadas.
Divisão regional
Como parte de sua Missão Institucional, o IBGE tem como atribuição elaborar
divisões regionais do território brasileiro, com a finalidade de atualizar o conheci-
mento regional do mesmo e viabilizar a definição de uma base territorial para fins
de levantamento e divulgação de dados estatísticos.
A divisão regional constitui uma tarefa de caráter científico e, desse modo, está su-
jeita às mudanças ocorridas no campo teórico-metodológico da Geografia, que afetam
o próprio conceito de região. Assim, as revisões periódicas dos diversos modelos de di-
visão regional adotados pelo IBGE foram estabelecidas com base em diferentes aborda-
gens conceituais, visando traduzir, ainda que de maneira sintética, a diversidade natural,
cultural, econômica, social e política coexistente no Território Nacional.
No IBGE, as divisões regionais se estabeleceram em diversas escalas de abran-
gência ao longo do tempo, conduzindo, em 1942, à agregação de Unidades Fe-
deradas em Grandes Regiões definidas pelas características físicas do território
brasileiro e institucionalizadas com as denominações de: Região Norte, Região
Meio-Norte, Região Nordeste Ocidental, Região Nordeste Oriental, Região
Leste Setentrional, Região Leste Meridional, Região Sul e Região Centro-Oeste.
Em consequência das transformações ocorridas no espaço geográfico brasilei-
ro, nas décadas de 1950 e 1960, uma nova divisão em Macrorregião foi elaborada
em 1970, introduzindo conceitos e métodos reveladores da importância crescente
da articulação econômica e da estrutura urbana na compreensão do processo de
organização do espaço brasileiro, do que resultaram as seguintes denominações:
Região Norte, Região Nordeste, Região Sudeste, Região Sul e região Centro-
Oeste, que permanecem em vigor até o momento atual.
Quanto às divisões regionais produzidas em escala mais detalhada, o IBGE
delimitou, em 1945, a divisão do País em Zonas Fisiográficas, pautada predomi-
nantemente nas características do meio físico como elemento diferenciador do
quadro regional brasileiro. Tal divisão representou não só um período no qual se
tornava necessário o aprofundamento do conhecimento do Território Nacional,
como, conceitualmente, reafirmava o predomínio, em meados do Século XX, da
noção de “região natural” na compreensão do espaço geográfico, em um momento
em que a questão regional ainda era entendida, em grande medida, como diferenças
Notas técnicas
existentes nos elementos físicos do território. Essa regionalização perdurou até 1968,
quando foi feita nova proposta de divisão regional denominada Microrregiões Ho-
mogêneas, definidas a partir da organização do espaço produtivo e das teorias de lo-
calização dos polos de desenvolvimento, identificando a estrutura urbano-industrial
enquanto elemento estruturante do espaço regional brasileiro.
Em 1976, dada a necessidade de se ter um nível de agregação espacial intermedi-
ário entre as Grandes Regiões e as Microrregiões Homogêneas, foram definidas as
Mesorregiões por agrupamento de Microrregiões.
Finalmente, em 1990, a Presidência do IBGE aprovou a atualização da Divisão
Regional do Brasil em Microrregiões Geográficas, tendo por base um modelo con-
ceitual fundamentado na premissa de que o desenvolvimento capitalista de produção
teria afetado de maneira diferenciada o Território Nacional, com algumas áreas so-
frendo grandes mudanças institucionais e avanços socioeconômicos, enquanto outras
se manteriam estáveis ou apresentariam problemas acentuados.
Define-se como Microrregião Geográfica um conjunto de municípios, contíguos
e contidos na mesma Unidade da Federação, definidos com base em características do
quadro natural, da organização da produção e de sua integração; e Mesorregião Geo-
gráfica como um conjunto de Microrregiões, contíguas e contidas na mesma Unidade
da Federação, definidas com base no quadro natural, no processo social e na rede de
comunicações e lugares.
Aspectos da coleta
A coleta do Censo Demográfico 2010 foi realizada no período de 1o
de agosto
a 30 de outubro de 2010, utilizando a base territorial que se constituiu de 316 574
setores censitários.
O método de coleta dos dados foi através de entrevista presencial realizada pelo
recenseador, sendo a resposta registrada em um computador de mão, ou pelo pre-
enchimento do questionário via Internet.
O computador de mão disponibilizava o aplicativo de coleta para registrar e
armazenar as informações coletadas e nele estavam contidos:
• Mapa do Setor - representação gráfica do setor censitário;
• Lista de Endereços - listagem com todas as informações referentes aos ende-
reços das unidades levantadas na pré-coleta e utilizada para atualização dos
registros dos endereços;
• Questionário Básico - questionário com 37 quesitos, onde foram registradas as
características do domicílio e de seus moradores na data de referência. Aplicado
em todas as unidades domiciliares que não foram selecionadas para a amostra;
• Questionário da Amostra - questionário com 108 quesitos, onde foram re-
gistradas as características do domicílio e de seus moradores na data de refe-
rência. Inclui os quesitos do Questionário Básico somados a outros de inves-
tigação mais detalhada e foi aplicado em todas as unidades domiciliares que
foram selecionadas para a amostra;
• Formulário de Domicílio Coletivo - formulário utilizado para registrar os dados
de identificação do domicílio coletivo e listar as suas unidades com morador; e
• Relatórios de Acompanhamento - resumo de informações da coleta e de questioná-
rios com pendências para facilitar o acompanhamento do trabalho do recenseador.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
A possibilidade do preenchimento do questionário pela Internet foi uma outra
inovação no Censo 2010. Esta alternativa procurou alcançar o informante que,
embora disposto a participar do Censo 2010, não dispunha de tempo para fornecer
as informações no momento da visita do recenseador. A opção de preenchimento
do questionário pela Internet era registrada no computador de mão do recenseador
com um código de identificação do domicílio.
Para a parte do levantamento pesquisada por amostragem no Censo Demográ-
fico 2010 foram aplicadas cinco frações de amostragem, considerando os tama-
nhos dos municípios em termos da população estimada em 1o
de julho de 2009.
Em especial, na definição da fração amostral para os municípios de pequeno por-
te, buscou-se garantir tamanho suficiente para a divulgação dos seus resultados.
A Tabela 1, a seguir, apresenta as frações adotadas.
Para os 40 municípios com mais de 500 000 habitantes, foi avaliada a possibilidade
de aplicação de frações amostrais diferentes em cada uma de suas divisões adminis-
trativas intramunicipais (distritos e subdistritos), de forma a permitir a divulgação de
estimativas e de microdados nesses níveis geográficos. Em 18 desses municípios, houve
a necessidade de aumento da fração amostral, definida dentre as especificadas na tabela,
em pelo menos uma subdivisão. Nos demais 22 municípios dessa classe, a fração amos-
tral foi mantida em 5%, pois para sete deles não há subdivisão administrativa na base
territorial para o Censo 2010 e, para os 15 restantes, o tamanho esperado da amostra
resultante em cada subdivisão já contempla o tamanho mínimo estabelecido para a
divulgação de estimativas para todas as subdivisões existentes.
Todos os postos de coleta foram informatizados com laptops para o gerencia-
mento da coleta de dados. O Sistema de Informações Gerenciais do Posto de
Coleta - SIGPC foi utilizado para organizar todo o trabalho no posto de cole-
ta. Ele integrou localmente os sistemas de apoio à operação censitária, princi-
Classes de tamanho da
população dos municípios (habitantes)
Fração amostral dos domicílios (%) Número de municípios
Total 11 (1) 5 565
Até 2 500 50 260
Mais de 2 500 até 8 000 33 1 912
Mais de 8 000 até 20 000 20 1 749
Mais de 20 000 até 500 000 10 1 604
Mais de 500 000 5 40
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais e Coordenação de Métodos e
Qualidade.
Nota: Cálculo com base nas estimativas de população residente para 1º de julho de 2009.
(1) Inclui o Distrito Estadual de Fernando de Noronha e o Distrito Federal.
Tabela 1 - Fração amostral dos domicílios e número de municípios,
segundo as classes de tamanho da população dos municípios
Notas técnicas
palmente o de gerenciamento e de supervisão da coleta de dados, otimizando os
processos de instalação de programas de coleta de dados e supervisão, descarga
de questionários coletados e transmissão de dados para a central de recebimento.
O SIGPC fez a comunicação entre o posto de coleta e os sistemas administrativos
de apoio à operação censitária, e auxiliou nas tarefas de cadastramento de pessoal e
equipamento do posto de coleta, bem como no pagamento dos recenseadores.
O Sistema de Indicadores Gerenciais da Coleta - SIGC foi responsável pelo
processamento das informações da coleta transmitidas pelos postos através do
SIGPC. Além disso, possibilitou aos servidores do IBGE acompanhar o andamen-
to da coleta em níveis nacional, estadual e municipal, por posto de coleta e por
setor censitário. Serviu, também, como veículo para disseminar informações: nele
eram divulgadas as notas técnicas, as orientações das Coordenações e os procedi-
mentos que deveriam ser executados pelas equipes de coleta.
Âmbito da pesquisa
O Censo Demográfico 2010 abrangeu as pessoas residentes, na data de referên-
cia, em domicílios do Território Nacional.
As embaixadas, consulados e representações do Brasil no exterior são considerados
Território Nacional, porém não foram incluídos no Censo. Atualmente, a maioria dos
funcionários brasileiros reside em domicílios fora das representações diplomáticas.
Conceitos e definições
A seguir são descritos os conceitos e definições utilizados na divulgação dos
resultados do universo.
Períodos de referência
Data de referência
A investigação das características dos domicílios e das pessoas neles residentes
teve como data de referência o dia 31 de julho de 2010.
Semana de referência
A investigação das características de trabalho e rendimento teve como semana
de referência a semana de 25 a 31 de julho de 2010.
Mês de referência
A investigação das características de rendimento teve como mês de referência o
mês de julho de 2010.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
Período de referência de 12 meses
A investigação dos óbitos teve como período de referência de 12 meses o pe-
ríodo de agosto de 2009 a julho de 2010.
Domicílio
Domicílio é o local estruturalmente separado e independente que se destina a
servir de habitação a uma ou mais pessoas, ou que esteja sendo utilizado como tal.
Os critérios essenciais desta definição são os de separação e independência.
A separação fica caracterizada quando o local de habitação for limitado por pa-
redes, muros ou cercas e coberto por um teto, permitindo a uma ou mais pessoas,
que nele habitam, isolar-se das demais, com a finalidade de dormir, preparar e/ou
consumir seus alimentos e proteger-se do meio ambiente, arcando, total ou par-
cialmente, com suas despesas de alimentação ou moradia.
A independência fica caracterizada quando o local de habitação tem acesso di-
reto, permitindo a seus moradores entrar e sair sem necessidade de passar por locais
de moradia de outras pessoas.
Espécie do domicílio
Quanto à espécie, classificou-se o domicílio como:
Domicílio particular
Domicílio onde o relacionamento entre seus ocupantes era ditado por laços de
parentesco, de dependência doméstica ou por normas de convivência.
Entendeu-se como dependência doméstica a situação de subordinação dos emprega-
dos domésticos e agregados em relação à pessoa responsável pelo domicílio e por normas
de convivência as regras estabelecidas para convivência de pessoas que residiam no mesmo
domicílio e não estavam ligadas por laços de parentesco nem de dependência doméstica.
Os domicílios particulares desagregam-se em:
• Permanente - quando construído para servir, exclusivamente, à habitação e, na data
de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas; ou
• Improvisado - quando localizado em edificação (loja, fábrica etc.) que não tinha
dependência destinada exclusivamente à moradia, como, também, local inade-
quado para a habitação, que, na data de referência, estava ocupado por morador.
O prédio em construção, a tenda, a barraca, o vagão, o trailer, a gruta, a cocheira,
o paiol etc., que estava servindo de moradia na data de referência, também foi
considerado como domicílio particular improvisado.
Os domicílios particulares fechados, ou seja, onde não foi possível realizar a
entrevista com os seus moradores, passaram por um processo de imputação (ver
Notas técnicas
o tópico Tratamento domicílios fechados). Os dados resultantes desse processo
de imputação, referentes às pessoas e domicílios, foram agregados aos obtidos dos
domicílios com entrevistas realizadas para a geração dos resultados do Censo.
Domicílio coletivo
É uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se
encontravam, moradoras ou não, era restrita a normas de subordinação administrativa,
como em hotéis, motéis, camping, pensões, penitenciárias, presídios, casas de detenção,
quartéis, postos militares, asilos, orfanatos, conventos, hospitais e clínicas (com interna-
ção), alojamento de trabalhadores ou de estudantes etc.
Unidade domiciliar
A unidade domiciliar é o domicílio particular ou a unidade de habitação em
domicílio coletivo.
População residente
A população residente é constituída pelos moradores em domicílios na data de referência.
Morador
Considerou-se como moradora a pessoa que tinha o domicílio como local habitual
de residência e que, na data de referência, estava presente ou ausente por período não
superior a 12 meses em relação àquela data, por um dos seguintes motivos:
• Viagens: a passeio, a serviço, a negócio, de estudos etc.;
• Internação em estabelecimento de ensino ou hospedagem em outro domi-
cílio, pensionato, república de estudantes, visando a facilitar a frequência à
escola durante o ano letivo;
• Detenção sem sentença definitiva declarada;
• Internação temporária em hospital ou estabelecimento similar; ou
• Embarque a serviço (militares, petroleiros etc.).
Situação do domicílio
Segundo a sua área de localização, o domicílio foi classificado em situação urbana
ou rural. Em situação urbana, consideraram-se as áreas, urbanizadas ou não, internas
ao perímetro urbano das cidades (sedes municipais) ou vilas (sedes distritais) ou as áre-
as urbanas isoladas, conforme definido por Lei Municipal vigente em 31 de julho de
2010. Para a cidade ou vila em que não existia legislação que regulamentava essas áreas,
foi estabelecido um perímetro urbano para fins de coleta censitária, cujos limites foram
aprovados pelo prefeito local. A situação rural abrangeu todas as áreas situadas fora desses
limites. Este critério também foi utilizado na classificação da população urbana e da rural.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
Características dos domicílios particulares permanentes
Tipo do domicílio
Quanto ao tipo, classificou-se o domicílio particular permanente como:
• Casa - quando localizado em uma edificação de um ou mais pavimentos,
desde que ocupada integralmente por um único domicílio, com acesso direto
a um logradouro (arruamento, vila, avenida, caminho etc.), legalizado ou
não, independentemente do material utilizado em sua construção;
• Casa de vila ou em condomínio:
- Casa de vila – quando localizado em edificação que fazia parte de um gru-
po de casas com acesso único a um logradouro. Na vila, as casas estão, ge-
ralmente, agrupadas umas junto às outras, constituindo-se, às vezes, de casas
geminadas. Cada uma delas possui uma identificação de porta ou designação
própria; ou
- Casa em condomínio – quando localizado em edificação que fazia parte de
um conjunto residencial (condomínio) constituído de dependências de uso
comum (tais como áreas de lazer, praças interiores, quadras de esporte etc.).
As casas de condomínio geralmente são separadas umas das outras, cada uma
delas tendo uma identificação de porta ou designação própria;
• Apartamento - quando localizado em edifício: de um ou mais andares, com
mais de um domicílio, servidos por espaços comuns (hall de entrada, escadas,
corredores, portaria ou outras dependências); de dois ou mais andares em
que as demais unidades eram não residenciais; e de dois ou mais pavimentos
com entradas independentes para os andares;
• Habitação em casa de cômodos, cortiço ou cabeça de porco - quando
localizado em habitação que se caracteriza pelo uso comum de instalações
hidráulica e sanitária (banheiro, cozinha, tanque etc.) com outras moradias
e utilização do mesmo ambiente para diversas funções (dormir, cozinhar,
fazer refeições, trabalhar etc.). Faz parte de um grupo de várias habitações
construídas em lote urbano ou em subdivisões de habitações de uma mesma
edificação, sendo geralmente alugadas, subalugadas ou cedidas e sem contra-
to formal de locação; ou
• Oca ou maloca - quando localizado em habitação indígena, situada em terras
indígenas, de características rústicas, podendo ser: simples e sem parede; pequena,
feita com galhos de árvores e coberta de palha ou folhas; ou grande choça (cabana,
casebre, palhoça, choupana) feita de taquaras e troncos, coberta de palmas secas ou
palha, e utilizada como habitação por várias famílias indígenas.
Condição de ocupação do domicílio
Quanto à condição de ocupação, classificou-se o domicílio particular perma-
nente como:
Notas técnicas
• Próprio já quitado - quando o domicílio era de propriedade, total ou par-
cial, de um ou mais moradores, estando integralmente pago;
• Próprio em aquisição - quando o domicílio era de propriedade, total ou
parcial, de um ou mais moradores e ainda não estava integralmente pago;
• Alugado - quando o domicílio era alugado e o aluguel era pago por um ou
mais moradores. Considerou-se também como alugado o domicílio em que
o empregador (de qualquer um dos moradores) pagava, como parte integran-
te do salário, uma parcela em dinheiro para o pagamento do aluguel;
• Cedido por empregador - quando o domicílio era cedido por emprega-
dor (público ou privado) de qualquer um dos moradores, ainda que me-
diante uma taxa de ocupação ou conservação (condomínio, gás, luz etc.).
Incluiu-se, neste caso, o domicílio cujo aluguel era pago diretamente pelo
empregador de um dos moradores do domicílio;
• Cedido de outra forma - quando o domicílio era cedido gratuitamente por
pessoa que não era moradora ou por instituição que não era empregadora de
algum dos moradores, ainda que mediante uma taxa de ocupação (impostos,
condomínio etc.) ou de conservação. Incluiu-se, neste caso, o domicílio cujo
aluguel integral era pago, direta ou indiretamente, por não morador ou por
instituição que não era empregadora de algum morador; ou
• Outra condição - quando o domicílio era ocupado de forma diferente das
anteriormente relacionadas. Incluíram-se neste caso: o domicílio cujo aluguel,
pago por morador, referia-se à unidade domiciliar em conjunto com unidade
não residencial (oficina, loja etc.); o domicílio localizado em estabelecimento
agropecuário arrendado; e, também, o domicílio ocupado por invasão.
Cômodo
Considerou-se como cômodo cada compartimento do domicílio particular
permanente coberto por um teto e limitado por paredes, inclusive banheiro e
cozinha de uso exclusivo dos moradores do domicílio. Não se considerou como
cômodo: corredor, varanda aberta, alpendre, e garagem e outros compartimentos
utilizados para fins não residenciais.
Banheiro
Considerou-se como banheiro o cômodo que dispunha de chuveiro (ou ba-
nheira) e vaso sanitário (ou privada) e de uso exclusivo dos moradores, inclusive os
localizados no terreno ou na propriedade.
Número de banheiros
Investigou-se o número de banheiros, de uso exclusivo dos moradores, exis-
tentes no domicílio particular permanente ou no terreno, ou na propriedade em
que estava localizado.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
Sanitário
Investigou-se a existência de sanitário, de uso exclusivo ou não dos moradores,
no domicílio particular permanente ou no terreno, ou na propriedade em que se
localizava. Considerou-se a existência de banheiro de uso comum a mais de um
domicílio juntamente com a de sanitário.
Considerou-se como sanitário o local limitado por paredes de qualquer material,
coberto ou não por um teto, que dispunha de vaso sanitário ou buraco para dejeções.
Tipo de esgotamento sanitário
O tipo de esgotamento sanitário do banheiro ou sanitário do domicílio parti-
cular permanente foi classificado como:
• Rede geral de esgoto ou pluvial - quando a canalização das águas servidas e dos
dejetos, proveniente do banheiro ou sanitário, estava ligada a um sistema de coleta
que os conduzia a um desaguadouro geral da área, região ou município, mesmo
que o sistema não dispusesse de estação de tratamento da matéria esgotada;
• Fossa séptica - quando a canalização do banheiro ou sanitário estava ligada a uma
fossa séptica, ou seja, a matéria era esgotada para uma fossa próxima, onde passa-
va por um processo de tratamento ou decantação, sendo, ou não, a parte líquida
conduzida em seguida para um desaguadouro geral da área, região ou município;
• Fossa rudimentar - quando o banheiro ou sanitário estava ligado a uma fossa
rústica (fossa negra, poço, buraco etc.);
• Vala - quando o banheiro ou sanitário estava ligado diretamente a uma vala
a céu aberto;
• Rio, lago ou mar - quando o banheiro ou sanitário estava ligado diretamen-
te a rio, lago ou mar; ou
• Outro - quando o esgotamento dos dejetos, proveniente do banheiro ou
sanitário, não se enquadrasse em quaisquer dos tipos descritos anteriormente.
Forma de abastecimento de água
A forma de abastecimento de água do domicílio particular permanente foi clas-
sificada como:
• Rede geral de distribuição - quando o domicílio ou o terreno, ou a proprieda-
de onde estava localizado, estava ligado a uma rede geral de distribuição de água;
• Poço ou nascente na propriedade - quando o domicílio era servido por
água proveniente de poço ou nascente localizada no terreno ou na proprie-
dade onde estava construído;
• Poço ou nascente fora da propriedade – quando o domicílio era servido
por água proveniente de poço ou nascente localizada fora da propriedade
onde estava construído o domicílio;
• Carro-pipa - quando o domicílio era servido por água transportada por
carro-pipa;
Notas técnicas
• Água de chuva armazenada em cisterna - quando o domicílio era servido
por água de chuva armazenada em cisterna, caixa de cimento etc.;
• Água de chuva armazenada de outra forma - quando o domicílio era ser-
vido por água de chuva armazenada em galões, tanques de material plástico etc.;
• Rio, açude, lago ou igarapé - quando o domicílio era servido por água
proveniente de rio, açude, lago e igarapé;
• Poço ou nascente na aldeia - quando o domicílio, localizado em terras
indígenas, era servido por água proveniente de poço ou nascente localizada
dentro da aldeia;
• Poço ou nascente fora da aldeia - quando o domicílio, localizado em terras
indígenas, era servido por água proveniente de poço ou nascente localizada
fora da aldeia; ou
• Outra - quando a forma de abastecimento de água do domicílio era diferente
das descritas anteriormente.
Destino do lixo
O destino do lixo proveniente do domicílio particular permanente foi classifi-
cado como:
• Coletado:
- Diretamente por serviço de limpeza - quando o lixo do domicílio era
coletado diretamente por serviço de empresa pública ou privada; ou
- Em caçamba de serviço de limpeza - quando o lixo do domicílio era
depositado em uma caçamba, tanque ou depósito, fora do domicílio, para
depois ser coletado por serviço de empresa pública ou privada;
• Queimado (na propriedade) - quando o lixo do domicílio era queimado no
terreno ou propriedade em que se localizava o domicílio;
• Enterrado (na propriedade) - quando o lixo do domicílio era enterrado no
terreno ou propriedade em que se localizava o domicílio;
• Jogado em terreno baldio ou logradouro - quando o lixo do domicílio era
jogado em terreno baldio ou logradouro público;
• Jogado em rio, lago ou mar - quando o lixo do domicílio era jogado em
rio, lago ou mar; ou
• Outro destino - quando o lixo do domicílio tinha destino diferente dos
descritos anteriormente.
Energia elétrica
Pesquisou-se a existência, no domicílio particular permanente, de energia elé-
trica e, para o domicílio que possuía, investigou-se a sua origem: de companhia
distribuidora ou de outra fonte (eólica, solar, gerador etc.).
Medidor ou relógio no domicílio
No domicílio particular permanente atendido por energia elétrica de compa-
nhia distribuidora, investigou-se a existência de medidor para registro do consumo
de energia elétrica do domicílio e o seu uso.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
O uso do medidor de consumo de energia elétrica foi classificado como:
• Exclusivo do domicílio - quando o medidor ou relógio era de uso exclusivo
para registro do consumo de energia elétrica do domicílio; ou
• De uso comum a mais de um domicílio - quando o medidor ou relógio regis-
trava o consumo de energia de mais de um domicílio. Inclui-se, neste caso, o me-
didor ou relógio de uso comum do domicílio com um ou mais estabelecimentos.
Composição dos moradores nos domicílios
Condição no domicílio
A condição no domicílio foi caracterizada através da relação existente entre a
pessoa responsável pela unidade domiciliar (domicílio particular ou unidade de
habitação em domicílio coletivo) e cada um dos demais moradores, de acordo com
as seguintes definições:
• Pessoa responsável pelo domicílio - para a pessoa (homem ou mulher), de
10 anos ou mais de idade, reconhecida pelos moradores como responsável
pela unidade domiciliar;
• Cônjuge ou companheiro(a) de sexo diferente - para a pessoa (homem ou
mulher), de 10 anos ou mais de idade, que vivia conjugalmente com a pessoa
responsável pela unidade domiciliar, sendo de sexo diferente, existindo ou
não vínculo matrimonial;
• Cônjuge ou companheiro(a) do mesmo sexo - para a pessoa (homem ou
mulher), de 10 anos ou mais de idade, que vivia conjugalmente com a pessoa
responsável pela unidade domiciliar, sendo ambas do mesmo sexo;
• Filho(a) do responsável e do cônjuge - para o(a) filho(a) legítimo(a), seja
consanguíneo(a) ou adotivo (a), ou de criação da pessoa responsável e do
cônjuge;
• Filho(a) somente do responsável - para o(a) filho(a) legítimo(a), seja
consanguíneo(a) ou adotivo(a), ou de criação somente da pessoa responsável;
• Enteado(a) - para o(a) filho(a) legítimo(a), seja consanguíneo(a) ou
adotivo(a), ou de criação somente do cônjuge;
• Genro ou nora - para o genro ou a nora da pessoa responsável ou do côn-
juge;
• Pai, mãe, padrasto ou madrasta - para o pai ou a mãe, padrasto ou madrasta
da pessoa responsável;
• Sogro(a) - para o(a) sogro(a) da pessoa responsável ou do cônjuge;
• Neto(a) - para o(a) neto(a) da pessoa responsável ou do cônjuge;
• Bisneto(a) - para o(a) bisneto(a) da pessoa responsável ou do cônjuge;
• Irmão ou irmã - para o irmão ou a irmã legítimo(a), seja consanguíneo(a)
ou adotivo(a), ou de criação da pessoa responsável;
Notas técnicas
• Avô ou avó - para o avô ou a avó da pessoa responsável ou do cônjuge;
• Outro parente - para o(a) bisavô(ó), cunhado(a), tio(a), sobrinho(a),
primo(a) da pessoa responsável ou do cônjuge;
• Sem parentesco
- Agregado(a) - para a pessoa residente em domicílio particular que, sem
ser parente, convivente, pensionista, empregado doméstico ou parente deste,
não pagava hospedagem nem contribuía para as despesas de alimentação e
moradia do domicílio;
- Convivente - para a pessoa residente em domicílio particular que, sem ser
parente, dividia as despesas de alimentação e/ou moradia;
- Pensionista - para a pessoa residente em domicílio particular que, sem ser
parente, pagava hospedagem;
- Empregado(a) doméstico(a) - para a pessoa residente em domicílio parti-
cular que prestava serviços domésticos remunerados a um ou mais moradores
do domicílio; ou
- Parente do(a) empregado(a) doméstico(a) - para a pessoa residente em
domicílio particular que era parente do(a) empregado(a) doméstico(a) e que
não prestava serviços domésticos remunerados a moradores do domicílio; ou
• Individual em domicílio coletivo - para a pessoa só que residia em domicí-
lio coletivo, ainda que compartilhando a unidade de habitação com outra(s)
pessoa(s) com a(s) qual(is) não tinha laços de parentesco.
Compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio
Foi pesquisado se a responsabilidade pelo domicílio particular era de apenas um
morador ou compartilhada por mais de um morador.
Unidade doméstica
Considerou-se como unidade doméstica no domicílio particular:
• a pessoa que morava sozinha; ou
• o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica
ou normas de convivência.
Espécie de unidade doméstica
A espécie da unidade doméstica existente no domicílio particular foi classifica-
da como:
• Unipessoal - quando constituída por uma única pessoa;
• Nuclear - quando constituída somente por: um casal; um casal com filho(s)
(por consanguinidade, adoção ou de criação) ou enteado(s); uma pessoa (ho-
mem ou mulher) com filho(s) (por consanguinidade, adoção ou de criação)
ou enteado(s), independentemente da pessoa que foi indicada como respon-
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
sável pelo domicílio. Assim, foi definida como nuclear a unidade doméstica
constituída somente por:
- Pessoa responsável com cônjuge;
- Pessoa responsável com cônjuge e com pelo menos um filho(a) ou enteado(a);
- Pessoa responsável com pelo menos um filho(a) ou enteado(a);
- Pessoa responsável com pai ou padrasto e com mãe ou madrasta;
- Pessoa responsável com pai ou padrasto, com mãe ou madrasta e com pelo menos
um irmão ou irmã;
- Pessoa responsável com pai ou padrasto;
- Pessoa responsável com mãe ou madrasta;
- Pessoa responsável com pai ou padrasto e com pelo menos um irmão ou irmã; ou
- Pessoa responsável com mãe ou madrasta e com pelo menos um irmão ou irmã.
• Estendida - quando constituída somente pela pessoa responsável com pelo
menos um parente, formando uma família que não se enquadrasse em um
dos tipos descritos como nuclear; ou
• Composta - quando constituída pela pessoa responsável, com ou sem parente(s),
e com pelo menos uma pessoa sem parentesco (agregado(a), pensionista, convi-
vente, empregado(a) doméstico(a), parente do empregado(a) doméstico(a)).
Emigração internacional
Foi investigado se alguma pessoa que havia residido com morador(es) do domi-
cílio particular estava morando em outro país na data de referência.
Óbito
Foi investigado se alguma pessoa que havia residido com morador(es) do domi-
cílio particular havia falecido no período de referência de 12 meses.
Características das pessoas
Idade
A investigação foi feita por meio da pesquisa do mês e ano de nascimento. Para
as pessoas que não sabiam o mês e o ano de nascimento, foi investigada a idade em
31 de julho de 2010 em anos completos ou em meses completos para as crianças
com menos de 1 ano. A idade foi calculada em relação à data de referência.
Cor ou raça
Investigou-se a cor ou raça declarada pela pessoa, com as seguintes opções de resposta:
• Branca - para a pessoa que se declarou branca;
• Preta - para a pessoa que se declarou preta;
• Amarela - para a pessoa que se declarou de cor amarela (de origem oriental:
japonesa, chinesa, coreana etc.);
Notas técnicas
• Parda - para a pessoa que se declarou parda; ou
• Indígena - para a pessoa que se declarou indígena ou índia.
Registro de nascimento
Para a pessoa de até 10 anos de idade foi investigado se possuía algum dos se-
guintes tipos de registro de nascimento, de acordo com a ordem enumerada: re-
gistro de cartório; declaração de nascido vivo do hospital ou da maternidade; ou
Registro Administrativo de Nascimento Indígena - RANI.
Alfabetização
Considerou-se como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete
simples no idioma que conhecesse.
Foi considerada analfabeta a pessoa que aprendeu a ler e escrever, mas que es-
queceu devido a ter passado por um processo de alfabetização que não se consoli-
dou e a que apenas assinava o próprio nome.
Rendimento nominal mensal
Considerou-se como rendimento nominal mensal da pessoa de 10 anos ou mais
de idade, a soma do rendimento nominal mensal de trabalho com o proveniente
de outras fontes.
Rendimento nominal mensal de trabalho
Considerou-se o rendimento nominal mensal habitual, no mês de referência,
do trabalho principal e dos demais trabalhos que a pessoa tinha na semana de re-
ferência.
• Para a pessoa que trabalhou somente parte do mês de referência, considerou-
se o rendimento bruto mensal, no caso do empregado, ou a retirada, no caso
do conta própria ou empregador, que ganharia habitualmente trabalhando o
mês completo.
• Para a pessoa que recebia rendimento fixo do trabalho, considerou-se a re-
muneração bruta do empregado ou a retirada do conta própria ou emprega-
dor, do mês de referência.
• Para a pessoa que recebia rendimento variável do trabalho, considerou-se o
valor, em média, da remuneração bruta ou da retirada do mês de referência.
• Para a pessoa licenciada por instituto de previdência oficial pelo trabalho,
considerou-se o rendimento bruto do mês de referência, recebido como be-
nefício (auxílio-doença, auxílio por acidente de trabalho etc.).
a) Rendimento de trabalho do empregado
Considerou-se o rendimento bruto do trabalho recebido em dinheiro, produtos
ou mercadorias, não sendo computado o valor da remuneração recebida em bene-
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
fícios que não foram ganhos ou reembolsados em dinheiro, tais como: cessão ou
pagamento, diretamente pelo empregador, de moradia, roupas, vale-alimentação,
vale-transporte, treinamento ou aprendizado no trabalho, educação ou creche
paga diretamente pelo empregador etc.
O rendimento bruto do trabalho recebido em dinheiro pode ser constituído
de uma única rubrica ou pela soma de várias rubricas (salário ou vencimento,
gratificação, ajuda de custo, ressarcimento, salário-família, anuênio, quinquênio,
bonificação, horas extras, quebra de caixa, benefícios pagos em dinheiro e outras).
No cálculo do rendimento bruto, não foram excluídos os pagamentos efetuados
por meio administrativo, tais como: contribuição para instituto de previdência,
imposto de renda, pensão alimentícia, contribuição sindical, previdência privada,
seguro e plano de saúde etc.
O rendimento bruto do trabalho recebido em produtos ou mercadorias, nas ati-
vidades da agricultura, pecuária, produção florestal, extração vegetal ou mineral,
caça, pesca e aquicultura, foi computado pelo seu valor em dinheiro, excluindo-se
a parcela destinada ao próprio consumo da unidade domiciliar.
b) Rendimento de trabalho do conta própria e empregador
Considerou-se a retirada do trabalho em dinheiro, produtos ou mercadorias.
A retirada em dinheiro pode ser fixa ou como um percentual dos lucros do em-
preendimento. No cálculo da retirada, não foram excluídos os pagamentos pessoais
(contribuição para instituto de previdência, imposto de renda etc., da própria pessoa).
No caso em que o empreendimento não era organizado de forma que o rendimento
em dinheiro do trabalho fosse identificado diretamente, a retirada foi a diferença
entre as receitas e as despesas (pagamento de empregados, matéria-prima, energia
elétrica, telefone, equipamentos e outros investimentos) do empreendimento.
A retirada em produtos ou mercadorias provenientes das atividades da agricul-
tura, pecuária, produção florestal, extração vegetal ou mineral, caça, pesca e aqui-
cultura, foi computada pelo seu valor em dinheiro como a diferença entre o valor
dos produtos e das mercadorias destinados ao mercado e as despesas necessárias para
a sua produção, excluindo-se a parcela destinada ao próprio consumo da unidade
domiciliar. No caso da remuneração dos produtos ou das mercadorias recebidos
sazonalmente, foi o valor médio mensal, real ou estimado (valor de mercado) que a
pessoa ganhava habitualmente, computado considerando tempo que foi dedicado à
produção sazonal (12 meses, seis meses, quatro meses etc.) que gerou o rendimento.
Rendimento nominal mensal de outras fontes
Considerou-se o rendimento nominal mensal habitual, no mês de referência,
da pessoa de 10 anos ou mais de idade que não era oriundo de trabalho da semana
de referência. Este rendimento foi a soma dos rendimentos mensais habituais, re-
cebidos ou que a pessoa teria direito a receber, no mês de referência, oriundos de:
Notas técnicas
• Aposentadoria ou pensão de instituto de previdência oficial (federal, esta-
dual ou municipal) - rendimento mensal habitual, no mês de referência, de
aposentadoria, jubilação, reforma ou pensão (deixada por pessoa da qual era
beneficiária) de instituto de previdência oficial - Plano de Seguridade Social
da União ou de instituto de previdência social federal (Instituto Nacional de
Seguridade Social - INSS), estadual ou municipal, inclusive do FUNRURAL;
• Programa Social Bolsa Família ou Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil – PETI - rendimento mensal habitual, no mês de referência, do Pro-
grama Bolsa Família (programa do governo federal, de transferência direta
de rendimento com condicionalidades, que beneficia famílias em situação
de pobreza) ou do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI
(programa do governo federal que tem como objetivo contribuir para a er-
radicação de todas as formas de trabalho infantil no País, atendendo famílias
cujas crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos se encontrem em
situação de trabalho);
• Rendimento de outros programas sociais ou de transferência - rendimento
mensal habitual, no mês de referência, do Benefício de Prestação Continuada
da Assistência Social – BPC-LOAS (Benefício que garante, pela Lei Orgâni-
ca da Assistência Social – LOAS, um salário mínimo mensal à pessoa idosa,
de 65 anos ou mais de idade, ou ao portador de deficiência incapacitado para
a vida independente e para o trabalho, sendo ambos impossibilitados de pro-
ver sua manutenção ou tê-la provida por sua família); seguro-desemprego
(benefício integrante da seguridade social, garantido pela Constituição Fe-
deral e que tem por finalidade prover assistência financeira temporária ao
trabalhador dispensado do emprego); outro programa social de transferência
de rendimento do governo federal, estadual ou municipal; doação ou me-
sada de não morador do domicílio (rendimento recebido em dinheiro, sem
contrapartida de serviços prestados, de pessoa não moradora do domicílio);
e pensão alimentícia (rendimento recebido para manutenção dos filhos e/ou
da pessoa, pago pelo ex-cônjuge, de forma espontânea ou definida judicial-
mente); ou
• Outro rendimento - rendimento mensal habitual, no mês de referência, rece-
bido a título de: aluguel, aposentadoria de previdência privada, juros de ca-
derneta de poupança e de aplicação financeira, dividendos, parceria, direitos
autorais e qualquer outro tipo de rendimento habitual não incluído nos itens
descritos anteriormente.
Rendimento nominal mensal domiciliar
Considerou-se como rendimento nominal mensal domiciliar a soma dos rendi-
mentos mensais dos moradores do domicílio particular, exclusive os dos moradores
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
de menos de 10 anos de idade e os daqueles cuja condição no domicílio fosse pen-
sionista, empregado doméstico ou parente do empregado doméstico.
Rendimento nominal mensal domiciliar per capita
Considerou-se como rendimento nominal mensal domiciliar per capita a divisão
do rendimento mensal domiciliar pelo número de moradores do domicílio parti-
cular, exclusive aqueles cuja condição no domicílio fosse pensionista, empregado
doméstico ou parente do empregado doméstico.
Salário mínimo
Para a apuração dos rendimentos, segundo as classes de salário mínimo, con-
siderou-se o valor do que vigorava no mês de referência, que era de R$ 510,00
(quinhentos e dez reais).
Índice de Gini
O índice de Gini foi calculado para a distribuição do rendimento nominal mensal
das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, e do rendimento nominal
mensal dos domicílios particulares permanentes, com rendimento domiciliar.
O Índice de Gini é uma medida do grau de concentração de uma distribuição,
cujo valor varia de 0 (zero) (a perfeita igualdade) até 1(um) (a desigualdade máxima).
O Índice de Gini da distribuição do rendimento é calculado, após a ordenação
dos rendimentos em ordem ascendente, por meio da seguinte expressão:
1
)()12(
1
1


¦
¦
N
i
N
i
yiN
iyi
G
Onde:
N é o total da população (de pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendi-
mento, ou de domicílios particulares permanentes, com rendimento domiciliar);
i é o número de ordem da unidade da população, após a ordenação pelo valor
do rendimento;
yi é o valor da variável y (rendimento) para a i-ésima unidade da população; e
y(i) é o valor da i-ésima estatística de ordem da variável y na população.
Tratamento dos domicílios fechados
Motivação
As unidades domiciliares pesquisadas nos Censos Demográficos e em contagens
da população são classificadas em categorias de acordo com a situação de seus mo-
radores na data de referência da coleta, a saber: domicílios particulares, permanen-
tes ou improvisados, ocupados; domicílios particulares permanentes fechados; do-
micílios particulares permanentes vagos; domicílios particulares permanentes de
uso ocasional; e domicílios coletivos com ou sem morador. A operação censitária
visa obter informações das pessoas moradoras nos domicílios classificados nas duas
primeiras categorias (domicílios particulares ocupados e domicílios particulares
permanentes fechados) e nos domicílios coletivos com morador.
Os domicílios classificados como fechados são aqueles que sabidamente possuíam
moradores na data de referência, mas que não tiveram entrevista realizada para o
preenchimento das informações do questionário, independentemente do motivo
da não realização da entrevista.
Nas divulgações de resultados de Censos Demográficos, os totais da popula-
ção para cada um dos municípios brasileiros foram sempre divulgados conside-
rando os domicílios ocupados (particulares e coletivos) na data de referência da
operação censitária.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
As informações sobre o número de domicílios fechados, vagos e de uso
ocasional, que também são divulgadas, são usadas, juntamente com outras
informações disponíveis, para a avaliação da qualidade da cobertura das ope-
rações censitárias.
No Censo Demográfico 2010, com o objetivo de quantificar de forma exaus-
tiva a população brasileira, o IBGE estimou a parcela da população moradora nos
domicílios fechados em cada um dos municípios brasileiros. Essa prática é adotada
internacionalmente por países como Austrália, Canadá, Estados Unidos, México
e Reino Unido.
Metodologia
No caso da estimação do número de moradores nos domicílios fechados do
Censo Demográfico 2010, admitiu-se que o padrão dos domicílios fechados é di-
ferente do padrão dos domicílios ocupados, que foram efetivamente investigados,
no que se refere ao tamanho do domicílio. Ou seja, admitiu-se que os domicílios
fechados possuem uma característica em sua composição, principalmente no nú-
mero de moradores, que implicou a dificuldade do entrevistador para realizar a
entrevista e a sua classificação como fechado, após o término do período de coleta.
Para avaliar essa hipótese, os domicílios particulares ocupados foram estratifi-
cados segundo a sua localização. Os estratos foram definidos, para cada Unidade
da Federação, considerando a situação do domicílio, urbana ou rural, e a classe de
tamanho do município ao qual pertence.
Foram definidas três classes de tamanho, a saber: municípios com menos de
70 000 habitantes; municípios com 70 000 a menos de 500 000 habitantes e mu-
nicípios com 500 000 habitantes ou mais. Os municípios com 500 000 ou mais
habitantes foram tratados individualmente, enquanto os demais foram conside-
rados em seus respectivos estratos de tamanho. Não fizeram parte da análise os
domicílios de setores censitários localizados em Terras Indígenas, que foram ob-
jeto de um tratamento à parte, além dos domicílios com mais de 10 moradores,
para garantir a robustez do método. Foram obtidas as distribuições do número de
moradores em domicílios particulares ocupados por estrato em dois conjuntos de
entrevistas realizadas, a saber: (1) domicílios particulares ocupados que tiveram en-
trevista realizada em apenas uma tentativa; e (2) domicílios particulares ocupados
inicialmente classificados como fechados ou vagos (também considerados por te-
rem sido erroneamente classificados como vagos), mas que posteriormente tiveram
entrevista realizada. Em cada estrato, a análise das duas distribuições confirmou a
hipótese, verificando-se quase que sistematicamente um menor número médio de
moradores nos domicílios apontados em (2) do que em (1).
A classificação de um domicílio na categoria de fechado é equivalente a consi-
derá-lo como uma não resposta, que é um dos erros não amostrais mais comuns
Tratamento dos domicílios fechados
na realização de uma pesquisa, seja ela censitária ou por amostragem. Há mui-
tas formas diferentes de se lidar com a não resposta. Uma delas é a que utiliza
procedimentos de imputação. Procedimento de imputação é aquele que atribui
informações individuais às unidades sem informação. O pressuposto básico do
procedimento de imputação é que a perda de dados seja aleatória, e se não for, que
o padrão de não resposta seja conhecido ou pelo menos estimado, para ser consi-
derado durante o tratamento da não resposta por imputação.
Para estimar as características dos domicílios fechados e de seus moradores para
cada município abrangido pelo Censo Demográfico 2010, definiu-se cada do-
micílio fechado como uma não resposta cujo atributo necessário é o número de
moradores e demais características. O tratamento adotado para essa não resposta
foi um procedimento de imputação por meio de seleção aleatória de um domicí-
lio doador entre um conjunto de possíveis doadores, tendo sido adotada ainda a
estratificação de domicílios acima descrita. O conjunto de doadores foi definido
conforme descrito em (2), com exceção dos estratos compostos pelos domicílios
rurais de municípios com mais de 500 000 habitantes, onde, por uma questão de
robustez do método, foram considerados como possíveis doadores todos os do-
micílios particulares ocupados, e não apenas o subconjunto dos que mudaram de
espécie (fechado ou vago para ocupado) ao longo da coleta.
Conforme foi citado acima, os domicílios de setores censitários localizados em
Terras Indígenas foram objeto de um tratamento à parte, no qual cada Terra Indí-
gena configurou-se como sendo um estrato de domicílios.
Em termos operacionais, o procedimento de imputação consistiu em selecionar
um domicílio doador para cada domicílio fechado. Em cada estrato, como defini-
do anteriormente, o conjunto de doadores foi formado pelos domicílios particula-
res permanentes ocupados do respectivo estrato.
Assim, o total de moradores estimados no conjunto de domicílios fechados
de cada município foi obtido pela soma dos moradores nos domicílios impu-
tados, incluídos nesse total os moradores estimados em domicílios fechados
em Terra Indígena.
Além da estimação do total de moradores em domicílios fechados, também foi
realizado o procedimento de imputação de variáveis referentes a esses domicílios,
bem como de variáveis associadas aos moradores dos mesmos. Em tal procedimen-
to, cada domicílio fechado teve associado a ele as variáveis domiciliares do domi-
cílio ocupado utilizado na estimação de seu número de moradores, exceto pelas
variáveis espécie do domicílio, existência e características de emigrantes interna-
cionais, existência e características de pessoas falecidas, situação e tipo do setor. E,
por conseguinte, um morador do domicílio ocupado doador teve suas variáveis
atribuídas a um morador de um domicílio fechado, exceto pela variável nome do
morador. No caso das pessoas em Terras Indígenas, também não foram imputadas
as informações sobre etnia e língua indígena.
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
O procedimento de estimação foi aplicado aos domicílios efetivamente fecha-
dos, após todas as tentativas de obtenção da entrevista, que correspondem a 1,3%
do total de domicílios particulares abrangidos pelo Censo Demográfico 2010.
A população total estimada por esse procedimento é de 2 795 533 pessoas, em
899 152 domicílios fechados.
Cabe salientar que foi definida nas bases de dados de domicílios e de pessoas
uma variável que indica a imputação pelo procedimento aqui descrito.
Análise dos resultados
Crescimento da população por situação do domicílio
A população brasileira, segundo o Censo Demográfico 2010, atingiu um to-
tal de 190 755 799 habitantes na data de referência. A população urbana com
160 925 792 habitantes foi predominante, representando 84,4% da população total,
enquanto 29 830 007 habitantes residiam em áreas rurais (Tabela 2 e Gráfico 1).
Total Urbana Rural Total Urbana Rural
1º.07.1950 (1) 51 944 397 18 782 891 33 161 506 100,0 36,2 63,8
1º.09.1960 70 070 457 31 303 034 38 767 423 100,0 44,7 55,3
1º.09.1970 93 139 037 52 084 984 41 054 053 100,0 55,9 44,1
1º.09.1980 119 002 706 80 436 409 38 566 297 100,0 67,6 32,4
1º.09.1991 146 825 475 110 990 990 35 834 485 100,0 75,6 24,4
1º.08.2000 169 799 170 137 953 959 31 845 211 100,0 81,2 18,8
1º.08.2010 190 755 799 160 925 792 29 830 007 100,0 84,4 15,6
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1950/2010.
(1) Para o cálculo da taxa foi utilizada a população presente em 1950, enquanto para os anos seguintes foi utilizada a
população residente.
Tabela 2 - População residente e participação relativa,
por situação do domicílio - Brasil - 1950/2010
População residente Participação relativa (%)
Data
Censo Demográfico 2010
Características da população e dos domicílios Resultados do universo
O processo de industrialização e urbanização iniciado no Brasil, a partir da Segunda
GuerraMundial,fezcomquetomassemímpetoosmovimentosmigratóriosdeáreasrurais
com destino às áreas urbanas do País. Em paralelo, justamente a partir desta época a mor-
talidade começou a declinar. Em 1950, dos 51 944 397 habitantes recenseados neste ano,
33 161 506 indivíduos residiam em áreas rurais, representando 63,8% da população total,
situação típica de um país que tinha sua base econômica voltada para as atividades agríco-
las. No Censo Demográfico seguinte, o de 1960, esta participação recuou para 55,3% da
população total, um contingente de 38 767 423 do total de 70 070 457 pessoas, contudo,
ainda superior ao da área urbana (Tabela 2). É no período 1950/1960 que o País registrou
a maior taxa média geométrica de crescimento anual, 2,99% ao ano. Com este ritmo de
crescimento, o volume populacional observado em 1950 duplicaria em 23,6 anos, ou seja,
no ano de 1974 a população brasileira seria 103 888 794 habitantes. A área urbana crescia a
uma taxa de 5,15% ao ano, enquanto a da rural, 1,55% ao ano, dobrando seus contingentes
populacionais em 13,8 e 45,1 anos, respectivamente (Tabela 3 e Gráfico 2).
Enquanto os níveis de mortalidade declinavam entre os Censos Demográficos 1950 e
1960, os de fecundidade permaneciam elevados e constantes. Em 1950, o nível da fecundi-
dade1
proveniente deste censo era de 6,2 filhos por mulher. Segundo as informações prove-
nientes do Censo 1960, uma mulher ao final de seu período fértil teria em média 6,3 filhos,
sendo de 5,0 filhos e 8,4 filhos as taxas para as áreas urbana e rural, respectivamente.2
1
O nível da fecundidade é dado pela taxa de fecundidade total, que fornece o número médio de
filhos que teria uma mulher, ao final de seu período fértil.
2
Para o ano de 1960, a fecundidade por situação do domicílio foi obtida utilizando-se a proporcionali-
dade da fecundidade urbana e da rural em relação à total, obtida a partir do Censo Demográfico 1970.
Gráfico 1 - Proporção da população residente,
por situação do domicílio - Brasil - 1950/2010
Urbana Rural
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1950/2010.
(1) Para o cálculo da taxa foi utilizada a população presente em 1950, enquanto para os anos seguintes foi utilizada a
população residente.
%
01.07.1950
(1)
01.09.1960 01.09.1970 01.09.1980 01.09.1991 01.08.2000 01.08.2010
Análise dos resultados
Em 1970, o número de habitantes residindo em áreas urbanas (52 084 984) ultrapassa
o número de habitantes residindo em áreas rurais (41 054 053) pela primeira vez, com
a população total residindo no País atingindo a cifra de 93 139 037 habitantes. O ritmo
de crescimento da população brasileira, entre os Censos Demográficos 1960 e 1970, pra-
ticamente não se alterou, 2,89% ao ano, apresentando apenas um leve recuo em relação
ao período anterior (Tabela 3). É no final da década de 1960 que se inicia, muito timi-
damente, a diminuição dos níveis de fecundidade. O Censo 1970 registrou uma taxa de
fecundidade total de 5,8 filhos por mulher, sendo de 4,6 filhos e 7,7 filhos, as taxas para
as áreas urbana e rural, respectivamente.
Com a taxa de crescimento observada para o período 1960/1970 (2,89%), a popu-
lação se duplicaria em 24,4 anos. Nesta hipótese, o volume populacional observado em
1960, de 70 070 457 habitantes alcançaria 140 140 914 habitantes em 1985. Para as taxas
observadas nas áreas urbana (5,22%) e rural (0,57%) a duplicação seria observada em
13,6 e 120,9 anos, respectivamente, tempo este bastante superior ao observado, quando
a taxa de crescimento do período 1950/1960 da população rural era de 1,55%.
Na década de 1970, a população rural brasileira entrou pela primeira vez em fase de
diminuição absoluta, com uma taxa negativa anual de crescimento de 0,62%. O Censo
Demográfico 1980 registrou uma perda de população em relação ao anterior, realizado
em 1970, da ordem de 2,5 milhões de habitantes aproximadamente. Nesta década,
o êxodo rural foi intenso nas Regiões Nordeste, Sudeste e Sul, para as áreas urbanas
das próprias regiões, bem como em direção aos centros urbanos da Região Sudeste,
principalmente para o Estado de São Paulo. A velocidade de crescimento da população
residindo em áreas urbanas também declinou em relação ao período anterior, 4,44%
ao ano (Gráfico 1 e Tabela 3).
Nos anos 1980 é que ocorrem mudanças importantes em termos de crescimento de-
mográfico. A taxa de crescimento que era de 2,48% no período 1970/1980, declina para
1,93% no período 1980/1991, fazendo com que o tempo de duplicação do volume popu-
lacional passasse de 28,3 anos para 36,3 anos. A diminuição do ritmo de crescimento foi
principalmente devido ao declínio dos níveis de fecundidade e, no caso da população das
áreas rurais, também devido ao êxodo rural. A área urbana cresceu a uma taxa de 2,97%
neste último período, valor bem inferior aos 4,44% do período anterior, mesmo receben-
do um grande contingente de imigrantes (Tabela 3). Os níveis de fecundidade, neste pe-
ríodo, tiveram um declínio de 31,7% e 30,9% nas áreas urbana e rural, respectivamente.
1950/1960 (1) 1960/1970 1970/1980 1980/1991 1991/2000 2000/2010 (2)
Total 2,99 2,89 2,48 1,93 1,64 1,17
Urbana 5,15 5,22 4,44 2,97 2,47 1,55
Rural 1,55 0,57 (-) 0,62 (-) 0,67 (-) 1,31 (-) 0,65
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1950/2010.
(1) Para o cálculo da taxa foi utilizada a população presente em 1950, enquanto para os anos seguintes foi utilizada a po-
pulação residente. (2) Para a obtenção da taxa do período 2000/2010 foram utilizadas as populações residentes em 2000
e 2010, sendo que para este último ano foi incluída a população estimada de 2,8 milhões de habitantes para os domi
cílios fechados.
Situação
do domicílio
Taxa média geométrica de crescimento anual da população residente (%)
Tabela 3 - Taxa média geométrica de crescimento anual da população residente,
segundo a situação do domicílio - 1950/2010
Censo Demografico IBGE - 2010
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Censo Demografico IBGE - 2010

  • 1.
  • 2. Presidenta da República Dilma Rousseff Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão Miriam Belchior INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE Presidenta Wasmália Bivar Diretor-Executivo Nuno Duarte da Costa Bittencourt ÓRGÃOS ESPECÍFICOS SINGULARES Diretoria de Pesquisas Marcia Maria Melo Quintslr Diretoria de Geociências Wadih João Scandar Neto Diretoria de Informática Paulo César Moraes Simões Centro de Documentação e Disseminação de Informações David Wu Tai Escola Nacional de Ciências Estatísticas Denise Britz do Nascimento Silva
  • 3. Rio de Janeiro 2011 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo
  • 4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil ISSN - 1676-4935 (CD-ROM) ISSN - 0104-3145 (meio impresso) © IBGE. 2011 Elaboração do arquivo PDF Roberto Cavararo Produção de multimídia LGonzaga Márcia do Rosário Brauns Marisa Sigolo Mônica Pimentel Cinelli Ribeiro Roberto Cavararo Capa Eduardo Sidney Cabral Rodrigues de Araujo - Coordenação de Marketing/Centro de Documentação e Disseminação de Informações - CDDI Ilustração da capa e miolo Aldo Victorio Filho
  • 5. Sumário Apresentação Introdução Notas técnicas Fundamento legal e sigilo das informações O Censo 2010 no contexto internacional Base territorial Divisão territorial Aspectos da coleta Âmbito da pesquisa Conceitos e definições Tratamento dos domicílios fechados Análise dos resultados Crescimento da população por situação do domicílio Composição da população por sexo, idade e situação do domicílio
  • 6. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo Emigração internacional Ocorrência de óbitos Cor ou raça Registro de nascimento Alfabetização Rendimento Unidades domésticas Domicílios Tabelas de resultados 1 - Brasil 1.1 - População e condição no domicílio 1.1.1 - População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo os grupos de idade - Brasil - 2010 1.1.2 - População residente, por forma de declaração da idade, situação do domicílio e sexo, segundo a idade - Brasil – 2010 1.1.3 - População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo a condição no do- micílio e o compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio - Brasil – 2010 1.1.4 - População residente, por grupos de idade e sexo, segundo a condição no domi- cílio e o compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio - Brasil – 2010 1.2 - Emigração internacional 1.2.1 - Emigrantes internacionais, por sexo, segundo os continentes e os países estran- geiros de destino - Brasil – 2010 1.2.2 - Emigrantes internacionais, por sexo, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação de residência das pessoas com quem residiram antes de emigrarem – 2010 1.3 - Cor ou raça 1.3.1 - População residente, por cor ou raça, segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil – 2010 1.3.2 - População residente, por cor ou raça, segundo a situação do domicílio e os gru- pos de idade - Brasil – 2010 1.3.3 - Pessoas de 5 anos ou mais de idade, por cor ou raça e sexo, segundo a condição de alfabetização e os grupos de idade - Brasil – 2010 1.3.4 - Pessoas de 5 anos ou mais de idade, total e alfabetizadas, por cor ou raça, se- gundo a situação do domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010 1.3.5 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por cor ou raça, segundo o sexo e as clas- ses de rendimento nominal mensal - Brasil – 2010 1.3.6 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por cor ou raça, segundo a situação do domicílio e as classes de rendimento nominal mensal - Brasil – 2010
  • 7. Sumário 1.3.7 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, e valor do ren- dimento nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, segundo o sexo e a cor ou raça - Brasil – 2010 1.3.8 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, e valor do rendimen- to nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, segundo a situação do domicílio e a cor ou raça - Brasil – 2010 1.3.9 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios particulares, por cor ou raça, segundo o sexo e as classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita - Brasil – 2010 1.4 - Registro de nascimento 1.4.1 - Pessoas de até 10 anos de idade, por existência e tipo de registro de nascimento, segundo a situação do domicílio e a idade - Brasil – 2010 1.4.2 - Pessoas de até 10 anos de idade, por existência e tipo de registro de nascimento, segundo a cor ou raça e a idade - Brasil – 2010 1.4.3 - Pessoas de até 10 anos de idade, residentes em domicílios particulares, por exis- tência e tipo de registro de nascimento, segundo a situação do domicílio e as classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita - Brasil – 2010 1.5 - Educação 1.5.1 - Pessoas de 5 anos ou mais de idade, por situação do domicílio, condição de alfabetização e sexo, segundo os grupos de idade - Brasil – 2010 1.5.2 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e alfabetizadas, por sexo, segundo a situação do domicílio, a condição no domicílio e o compartilhamento da responsabili- dade pelo domicílio - Brasil – 2010 1.5.3 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por situação do domicílio e sexo, segundo a condição de alfabetização e as classes de rendimento nominal mensal - Brasil – 2010 1.5.4 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, e valor do ren- dimento nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, total e com rendimento, segundo a condição de alfabetização, a situação do domicílio e o sexo - Brasil – 2010 1.5.5 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes em domicílios particulares, por condição de alfabetização e situação do domicílio, segundo o sexo e as classes de ren- dimento nominal mensal domiciliar per capita - Brasil – 2010 1.5.6 - Pessoas de 5 anos ou mais de idade, residentes em domicílios particulares, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita, segundo a condição de alfabetização e os grupos de idade - Brasil – 2010 1.6 - Domicílios 1.6.1 - Domicílios particulares permanentes e moradores em domicílios particulares permanentes, por situação do domicílio, segundo algumas características dos domicí- lios - Brasil – 2010
  • 8. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo 1.6.2 - Domicílios particulares permanentes, por existência de banheiro ou sanitário e número de banheiros de uso exclusivo do domicílio, segundo algumas características dos domicílios - Brasil – 2010 1.6.3 - Domicílios particulares permanentes, por forma de abastecimento de água, se- gundo a existência de banheiro ou sanitário, o tipo de esgotamento sanitário, o destino do lixo e a existência de energia elétrica - Brasil – 2010 1.6.4 - Domicílios particulares permanentes, por número de moradores, segundo a situação do domicílio e algumas características do domicílio - Brasil – 2010 1.6.5 - Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar, segundo a situação do domicílio e algumas características do domicílio - Brasil – 2010 1.6.6 - Moradores em domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar, segundo a situação do domicílio e algumas características do domicílio - Brasil – 2010 1.6.7 - Domicílios particulares permanentes, total e com rendimento domiciliar, e valor do rendimento nominal médio e mediano mensal dos domicílios particulares perma- nentes, total e com rendimento domiciliar, segundo a situação do domicílio e algumas características dos domicílios - Brasil – 2010 1.6.8 - Domicílios particulares permanentes, por existência de compartilhamen- to da responsabilidade pelo domicílio com a pessoa responsável e situação do domicílio, segundo o sexo da pessoa responsável pelo domicílio e o número de moradores - Brasil – 2010 1.6.9 - Domicílios particulares permanentes, por existência de compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio com a pessoa responsável e sexo da pessoa respon- sável pelo domicílio, segundo os grupos de idade, a cor ou raça, a condição de al- fabetização e as classes de rendimento nominal mensal da pessoa responsável pelo domicílio - Brasil – 2010 1.6.10 - Domicílios particulares permanentes, por existência de compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio com a pessoa responsável e situação do domicílio, se- gundo o sexo da pessoa responsável pelo domicílio e as classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita - Brasil – 2010 1.6.11 - Domicílios particulares permanentes, por situação do domicílio e espécie de unidade doméstica, segundo a existência de compartilhamento da responsabi- lidade pelo domicílio com a pessoa responsável, o sexo, a cor ou raça e os grupos de idade da pessoa responsável e as classes de rendimento nominal mensal domi- ciliar per capita - Brasil – 2010 1.7 - Mortalidade 1.7.1 - Óbitos de pessoas que haviam residido com moradores dos domicílios par- ticulares, ocorridos de agosto de 2009 a julho de 2010, por sexo e situação do domicílio das pessoas falecidas, segundo os grupos de idade das pessoas ao fale- cerem - Brasil – 2010
  • 9. Sumário 1.7.2 - Óbitos de crianças de menos de 1 ano de idade que haviam residido com moradores dos domicílios particulares, ocorridos de agosto de 2009 a julho de 2010, por situação do domicílio, segundo o sexo das crianças falecidas, o mês e o ano de ocorrência do falecimentos - Brasil – 2010 1.8 - Rendimento 1.8.1 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade e valor do rendimento nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por sexo, segundo a situa- ção do domicílio e as classes de rendimento nominal mensal - Brasil – 2010 1.8.2 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal men- sal, segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil – 2010 1.8.3 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal men- sal, segundo a situação do domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010 1.8.4 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, e valor do rendimento no- minal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, por sexo, segundo a situação do domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010 1.8.5 - Distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, e valor do rendimento nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, por sexo, segundo as classes de percentual das pesso- as de 10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010 1.8.6 - Distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, e valor do rendimento nominal médio e mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, por situação do domicílio, segundo as classes de percentual das pessoas de 10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010 1.8.7 - Distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, por cor ou raça, segundo as classes de percentual das pessoas de 10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010 1.8.8 - Valor do rendimento nominal médio mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, por cor ou raça, segundo as classes de percentual das pessoas de 10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010 1.8.9 - Valor do rendimento nominal mediano mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, por cor ou raça, segundo as classes de percentual das pessoas de 10 anos ou mais de idade, em ordem crescente de rendimento - Brasil – 2010 1.8.10 - Índice de Gini da distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, por situação do domicílio e sexo, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 2010 1.8.11 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes em domicílios particulares, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita, segundo a situação do domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010 1.8.12 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes em domicílios particulares, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita, segundo a cor ou raça e os grupos de idade - Brasil – 2010
  • 10. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo 1.8.13 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por sexo e classes de rendimento nominal mensal, segundo a condição no domicílio e o compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio - Brasil – 2010 1.8.14 - Domicílios particulares permanentes e valor do rendimento nominal médio e mediano mensal dos domicílios particulares permanentes, segundo a situação do do- micílio e as classes de rendimento nominal mensal domiciliar - Brasil – 2010 1.8.15 - Distribuição do rendimento nominal mensal dos domicílios particulares perma- nentes, com rendimento domiciliar, e valor do rendimento nominal médio e mediano mensal dos domicílios particulares permanentes, com rendimento domiciliar, por situa- ção do domicílio, segundo as classes de percentual dos domicílios particulares perma- nentes, em ordem crescente de rendimento domiciliar - Brasil – 2010 1.8.16 - Índice de Gini da distribuição do rendimento nominal mensal dos domicílios particulares permanentes, com rendimento domiciliar, por situação do domicílio, se- gundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 2010 1.8.17 - Domicílios particulares permanentes, moradores em domicílios particula- res permanentes e média de moradores em domicílios particulares permanentes, segundo a situação do domicílio e as classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita - Brasil - 2010 Referências Apêndice Relação de tabelas de resultados do CD-ROM Convenções - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento; .. Não se aplica dado numérico; ... Dado numérico não disponível; x Dado numérico omitido a fim de evitar a individualização da informação; 0; 0,0; 0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo; e -0; -0,0; -0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente negativo.
  • 11. Apresentação O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, dando continuidade à divulgação dos resultados do Censo Demográfico 2010, apresenta a publicação Características da população e dos domicílios: resultados do universo. Os Censos Demográficos realizados no Brasil a cada dez anos permitem à socie- dade conhecer melhor a evolução da distribuição territorial da população do País e as principais características socioeconômicas das pessoas e dos seus domicílios. Estas informações são imprescindíveis para a definição de importantes políticas públicas regionais, para a tomada de decisões de investimentos público e privado e contribuem para planejar adequadamente o uso sustentável dos recursos. O Censo Demográfico 2010, além dos temas abrangidos no levantamento ante- rior, realizado em 2000, pesquisou a existência de registros de nascimento, óbitos e emigração internacional. Também incluiu a investigação sobre língua falada, etnia ou povo para a população indígena, que será objeto de uma publicação específica. Esta divulgação apresenta os resultados definitivos do Universo, que compreen- dem um conjunto de características dos domicílios e das pessoas que foram inves- tigadas para a totalidade da população, e resultados preliminares de rendimento, que foi pesquisado para todas as pessoas de 10 anos ou mais de idade. As tabelas que compõem esta divulgação apresentam resultados abrangendo as informações dos temas pesquisados para o universo, que compreendem sexo, idade, situação do domicílio, emigração internacional, ocorrência de óbitos, cor
  • 12. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo ou raça, registro de nascimento, alfabetização e rendimento, para a totalidade da população, bem como informações sobre composição e características dos domi- cílios. O volume impresso apresenta uma breve análise envolvendo os vários as- pectos pesquisados e as tabelas de resultados para o Brasil. É acompanhado por um CD-ROM que contém, ainda, tabelas de resultados para níveis geográficos mais desagregados. Todo conteúdo desta divulgação também está disponibilizado no portal do IBGE na Internet. Ainda em 2011 e ao longo de 2012, o IBGE prosseguirá na divulgação de outras importantes informações do Censo Demográfico 2010, incluindo características adicionais dos domicílios e informações demográficas, sociais e econômicas que foram pesquisadas por amostragem. O IBGE agradece a todas as instituições e seus membros que colaboraram para a realização deste Censo e, em especial, a todos os cidadãos que, com espírito cívi- co, receberam os recenseadores e forneceram as respostas que contribuirão para o conhecimento da realidade nacional e o planejamento do futuro do País. Wasmália Bivar Presidenta do IBGE
  • 13. Introdução O Censo Demográfico é a mais complexa operação estatística realizada por um país, quando são investigadas as características de toda a população e dos domicí- lios do Território Nacional. Os Censos Demográficos, por pesquisarem todos os domicílios do País, cons- tituem a única fonte de referência para o conhecimento das condições de vida da população em todos os municípios e em seus recortes territoriais internos - distri- tos, subdistritos, bairros e classificação de acordo com a localização dos domicílios em áreas urbanas ou rurais. O primeiro Censo da População brasileira foi realizado em 1872, ainda durante o Império. Em 1890, já sob a República, foi realizado o segundo Censo Demo- gráfico do País. A partir desse ano, o Censo Demográfico tornou-se decenal. Com exceção das interrupções ocorridas em 1910 e 1930, os censos têm mantido a sua continuidade. A execução de um levantamento dessa natureza representa um enorme desafio para um instituto de estatística, sobretudo em um país de dimensões continentais como o Brasil, com 8 515 692,27 km2 , distribuídos em um território heterogêneo, com determinadas áreas de difícil acesso, composto por 27 Unidades da Federação e 5 565 municípios1 , abrangendo cerca de 67,5 milhões de domicílios. 1 Inclusive o Distrito Estadual de Fernando de Noronha e o Distrito Federal.
  • 14. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo O planejamento do Censo Demográfico 2010 teve como meta o aprimoramen- to da cobertura da população residente e da qualidade dos dados coletados. Para alcançar os melhores padrões de qualidade, nesta edição da pesquisa, o IBGE in- troduziu várias inovações de natureza gerencial, metodológica e tecnológica, com destaque para a atualização da base territorial digital, a adoção do computador de mão equipado com Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System - GPS), para a coleta dos dados, e a introdução da Internet como alternativa para preenchimento do questionário. A experiência da operação integrada, realizada em 2007, abrangendo o Censo Agropecuário 2006, a Contagem da População 2007 e o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos - CNEFE, foi fundamental para o êxito alcançado no Censo Demográfico 2010, principalmente na utilização do computador de mão equipado com GPS para a coleta de dados e na informatização dos cerca de 7 000 postos de coleta instalados pelo IBGE para gerenciar a pesquisa em todos os 5 565 municípios brasileiros. A nova base territorial digital integra as bases cartográficas urbana e rural ao CNEFE, que, por sua vez, foi atualizado com os registros de unidades domiciliares recenseadas em 2010. A substituição do questionário em papel pelo modelo eletrônico desenvolvido para o computador de mão permitiu a introdução de rotinas de crítica para aplica- ção no exato momento do preenchimento do questionário, contribuindo, assim, para alcançar maior garantia de qualidade na coleta dos dados e, por conseguinte, para agilizar os procedimentos de apuração dos resultados. O uso de equipamentos com GPS permitiu o georreferenciamento das unidades visitadas nas zonas rurais, bem como gerenciar o ritmo e a cobertura geográfica da operação de campo realizada pelos recenseadores do IBGE. Também merece registro a criação das Comissões Censitárias Estaduais - CCEs, das Comissões Municipais de Geografia e Estatística - CMGEs e de algumas Co- missões Censitárias Locais - CCLs. Essas comissões estabeleceram parcerias entre o IBGE e a sociedade para a realização do Censo Demográfico 2010, com participação de representantes do governo, da iniciativa privada e da sociedade local em geral. A criação dessas comissões teve por objetivo estabelecer um canal de comuni- cação e diálogo entre o IBGE e os gestores locais, conferindo maior transparência aos trabalhos do Censo Demográfico 2010. Os membros das CMGEs tiveram oportunidade de apoiar e acompanhar a ope- ração de coleta, tomando conhecimento do planejamento operacional da malha territorial, dos limites municipais praticados pelo IBGE e dos primeiros relatórios gerenciais da coleta do Censo Demográfico 2010, logo após o encerramento do trabalho de campo.
  • 15. Introdução As CMGEs terão caráter permanente, mesmo após o término da pesquisa, abrindo um novo canal de comunicação direto e de maior interação entre o IBGE e as sociedades locais. Os dados desta divulgação compreendem características dos domicílios e das pessoas que foram investigadas para a totalidade da população e são denominados, por convenção, resultados do universo. Estes dados foram obtidos reunindo infor- mações captadas por meio da investigação das características dos domicílios e das pessoas, que são comuns aos dois tipos de questionários utilizados para o levanta- mento do Censo Demográfico 2010 e que são: Questionário Básico - aplicado em todas as unidades domiciliares, exceto na- quelas selecionadas para a amostra, e que contém a investigação das características do domicílio e dos moradores; e Questionário da Amostra - aplicado em todas as unidades domiciliares sele- cionadas para a amostra. Além da investigação contida no Questionário Básico, abrange outras características do domicílio e pesquisa importantes informações sociais, econômicas e demográficas dos seus moradores. O rendimento mensal habitual foi investigado, tanto no Questionário Básico quanto no Questionário da Amostra, para todas as pessoas com 10 anos ou mais de idade. Entretanto, esta é a única característica dos resultados que compõem o universo que no Questionário Básico foi captada de forma distinta daquela do Questionário da Amostra. No Questionário Básico, o rendimento mensal habitual foi pesquisado em um único quesito, abrangendo os rendimentos de todas as fontes. No Questionário da Amostra, por sua vez, esta informação é obtida por meio da soma dos rendimentos obtidos em três quesitos que captaram: • o rendimento mensal habitual do trabalho principal da semana de referência; • o rendimento mensal habitual dos demais trabalhos da semana de referência; • o rendimento mensal habitual oriundo de outras fontes (soma dos rendimentos de: aposentadoria e pensão de instituto de previdência oficial; Programa Bolsa Família, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI, outros progra- mas sociais e transferências; aposentadoria e pensão da previdência privada; alu- guel; juros de caderneta de poupança e de outras aplicações financeiras etc.). Cabe esclarecer que os dados utilizados para gerar os resultados de rendimento que compõem esta divulgação são preliminares, pois ainda não foram submetidos a todos os processos de crítica e imputação previstos para a apuração do Censo Demográfico 2010. A definição do conteúdo temático a ser investigado no Censo Demográfico 2010 se deu, na fase de planejamento, após ampla consulta a diversos segmentos representativos da sociedade, através da realização de importantes fóruns dentre os quais destacam-se: reuniões da Comissão Consultiva do Censo Demográfico
  • 16. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo 2010, consultas com usuários internos e externos do IBGE, reuniões interministe- riais e reuniões com especialistas temáticos. Esta publicação, além das tabelas de resultados, apresenta notas técnicas, com breve descrição do planejamento da operação de coleta e da base territorial, con- ceitos e definições, e uma análise dos aspectos divulgados. No volume impresso constam as tabelas de resultados para o Brasil, compreen- dendo informações da população residente abrangendo sexo, idade, cor ou raça, condição no domicílio e responsabilidade compartilhada pelo domicílio; pessoas responsáveis pelo domicílio; emigrantes internacionais; alfabetização das pessoas de 5 anos ou mais de idade; registro de nascimento das crianças de até 10 anos de ida- de; óbitos; e rendimento e características dos domicílios particulares permanentes. No CD-ROM que acompanha o volume impresso, encontram-se, também, tabelas de resultados para Grandes Regiões e Unidades da Federação, tabelas de resultados selecionados para todos os municípios, distritos e bairros e, ainda, para as Regiões Metropolitanas e Regiões Integradas de Desenvolvimento - RIDEs.
  • 17. Notas técnicas Fundamento legal e sigilo das informações O Censo Demográfico 2010 segue os princípios normativos determinados na Lei no 5.534, de 14 de novembro de 1968. Conforme esta lei, as informações são confidenciais e obrigatórias, destinam-se exclusivamente a fins estatísticos e não podem ser objeto de certidão e nem ter eficácia jurídica como meio de prova. Já a periodicidade dos Censos Demográficos é regulamentada pela Lei no 8.184, de 10 de maio de 1991, que estabelece um máximo de dez anos para o intervalo intercensitário. O Censo 2010 no contexto internacional Na fase de planejamento do Censo Demográfico 2010, o Brasil participou como membro do Grupo de Especialistas das Nações Unidas responsável pelo Programa Mundial sobre Censos de População e Habitação da rodada de 2010, com o objetivo de revisar e adotar um conjunto de princípios e recomendações em padrões internacionais para os Censos de População. Como parte do processo de revisão, a Divisão de Estatística das Nações Unidas organizou três reuniões do Grupo de Especialistas e, com base em discussões e deliberações, o documento Principles and recommendations for population and housing censuses: revision 2 foi finali-
  • 18. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo zado e aprovado na 37a sessão da Comissão de Estatística das Nações Unidas, em 2008. O Brasil participou da redação da segunda parte do referido documento que aborda os tópicos a serem investigados nos Censos de População e de Habitação. O documento contém os principais padrões e orientações internacionais, resultado de ampla consulta e de contribuições dadas por especialistas de outros institutos nacionais de estatística, do mundo por meio de mecanismos desenvolvidos e man- tidos pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, levando em consideração as características regionais. Esta experiência foi amplamente discutida e considerada no planejamento do Censo brasileiro. Cabe destacar a cooperação técnica com o U.S. Census Bureau, ao qual o IBGE realizou uma visita técnica em Austin, Texas, com a finalidade de acompanhar o tra- balho de campo da prova-piloto do Censo 2010 dos Estados Unidos para conhecer a organização e as diversas tarefas relacionadas com a operação de campo, em particular as equipes de coordenação, controle de qualidade, treinamento e tecnologia. Esse acompanhamento foi importante para o IBGE, porque o trabalho de coleta da referida prova-piloto foi realizado com computador de mão, tecnologia incorporada na Conta- gem da População 2007 e no Censo Demográfico 2010 realizado no Brasil. O País, como membro do Grupo de Washington sobre Estatísticas das Pesso- as com Deficiência (Washington Group on Disability Statistics - GW), que tem como objetivo padronizar o levantamento das estatísticas das pessoas com defici- ência, tanto nos censos populacionais como em outras pesquisas domiciliares, foi sede de dois eventos internacionais do GW em 2005: o Segundo Encontro Re- gional (América Latina e Caribe) e o Quinto Encontro do GW, com o objetivo de discutir a incorporação da temática, e a realização de testes cognitivos e provas- piloto das perguntas sobre o tema nos censos da região. Os dois eventos, realizados no Rio de Janeiro, contaram com o apoio da Coor- denadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE da Secretaria de Direitos Humanos, atualmente, Secretaria Nacional de Promo- ção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e com a participação da Organização Mundial de Saúde - OMS, de representantes dos institutos nacionais de estatística de mais de 40 países, e de outras organizações internacionais. O Censo Comum do MERCOSUL tem como objetivo obter informações har- monizadas, integradas e comparáveis, sobre as características da população e dos domicílios, para o diagnóstico demográfico e social dos países-membros e associa- dos como Chile, Bolívia, México, Equador e Venezuela. Considerado modelo de cooperação técnica horizontal em nível mundial, o projeto teve como meta incor- porar, na rodada de Censos 2010, as variáveis relativas às pessoas com deficiência, às populações indígenas e à migração internacional, com ênfase na migração na fronteira entre os países da região. Para esse fim, foram realizadas, pela Argentina, Brasil e Paraguai, a I Prova-Piloto Conjunta sobre Pessoas com Deficiência e a II Prova-Piloto Conjunta sobre Migração Internacional, em 2006 e 2007, respecti-
  • 19. Notas técnicas vamente. Em 2008, o Brasil e o Paraguai realizaram a III Prova-Piloto Conjunta sobre Populações Indígenas, continuando com a modalidade utilizada com sucesso para as variáveis harmonizadas na década de 2000. Esta modalidade de cooperação contou com a participação de diversos representantes de institutos nacionais de estatística e organismos internacionais como observadores. O Brasil realizou um trabalho intenso de intercâmbio de experiências nas áreas de Tecnologia da Informação e Cartografia no Censo 2010 com países como Esta- dos Unidos da América, Canadá, Austrália, Cabo Verde, entre outros. Base territorial Base territorial é a denominação dada ao sistema integrado de mapas, cadastros e banco de dados, construído segundo a metodologia própria para dar organização e sustentação espacial às atividades de planejamento operacional, coleta e apuração de dados e divulgação de resultados do Censo Demográfico. O setor censitário é a unidade territorial de controle cadastral da coleta, consti- tuída por áreas contíguas, respeitando-se os limites da divisão político-administra- tiva, do quadro urbano e rural legal e de outras estruturas territoriais de interesse, além dos parâmetros de dimensão mais adequados à operação de coleta. O planejamento da base territorial consiste em processos de análise dos mapas e cadastros alfanuméricos que registram todo o histórico das malhas setoriais dos censos anteriores. O objetivo principal da base territorial do Censo Demográfico 2010 foi possibilitar a cobertura integrada de todo o território e ampliar as possi- bilidades de disseminação de informações à sociedade. Sua preparação levou em conta a oferta de infraestrutura cadastral e de mapeamento para a coleta dos dados do censo, e a necessidade de atender às demandas dos setores público e privado por informações georreferenciadas no nível de setor censitário. Nesse sentido, o IBGE promoveu um amplo programa para a construção de cadastros territoriais e mapas digitais referentes aos municípios, às localidades e aos setores censitários, que incluiu o estabelecimento de parcerias com órgãos produ- tores e usuários de mapeamento, campanhas de campo para atualização da rede viária, da rede hidrográfica, da toponímia em geral, dos limites dos municípios, distritos, subdistritos, bairros e outros, assim como a definição dos limites dos no- vos setores adequados ao território atualizado. A base territorial do Censo Demográfico 2010 foi elaborada de forma a integrar a representação espacial das áreas urbana e rural do Território Nacional em um ambiente de banco de dados geoespaciais, utilizando insumos e modernos recursos de tecnologia da informação. Como insumo, entende-se todo o conjunto de dados gráficos (arquivos vetoriais e imagens orbitais disponíveis com diversas resoluções) e alfanuméricos que foram preparados pela Rede de Agências e Unidades Estaduais do IBGE, coordenados
  • 20. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo pelas equipes técnicas da Sede no Rio de Janeiro. Foram desenvolvidas aplicações e softwares para a elaboração da base territorial visando atender aos objetivos espe- cíficos deste projeto, dentre os quais se destacaram o ajuste da geometria da malha dos setores urbanos, adaptando-a à malha dos setores rurais com a utilização de imagens orbitais, o ajuste da malha de arruamento urbano com a codificação das faces de quadra e a associação do elemento gráfico que representa a face de quadra com o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos - CNEFE. O Cnefe, atualizado a partir dos registros de unidades recenseadas em 2010, com- preende os endereços de todas as unidades registradas pelos recenseadores durante o trabalho de coleta das informações (domicílios e unidades não residenciais). Divisão territorial Divisão político-administrativa A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil com- preende a União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, todos autônomos nos termos da Constituição Federal de 1988. Distrito Federal É a unidade autônoma onde tem sede o Governo Federal com seus poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Tem as mesmas competências legislativas re- servadas aos estados e municípios, e é regido por Lei Orgânica, sendo vedada sua divisão em municípios. Brasília é a Capital Federal. Estados Os estados constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização político-administrativa do País. São subdivididos em municípios e podem ser in- corporados entre si, subdivididos ou desmembrados para serem anexados a outros, ou formarem novos estados ou territórios federais, mediante aprovação da po- pulação diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Organizam-se e regem-se por constituições e leis próprias, observados os princípios da Constituição Federal. A localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital. Municípios Os municípios constituem as unidades autônomas de menor hierarquia dentro da organização político-administrativa do Brasil. Sua criação, incorporação, fusão ou desmembramento dependem de leis estaduais, que devem observar o período determinado por lei complementar federal e a necessidade de consulta prévia, me-
  • 21. Notas técnicas diante plebiscito, às populações envolvidas, após divulgação dos estudos de via- bilidade municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Os municípios são regidos por leis orgânicas, observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na constituição do estado onde se situam, e podem criar, organizar e suprimir distritos. A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria de Cidade. Distritos São unidades administrativas dos municípios. Sua criação, desmembramento ou fusão dependem de leis municipais, que devem observar a continuidade territorial e os requisitos previstos em lei complementar estadual. Podem ser subdivididos em unidades administrativas denominadas subdistritos, regiões administrativas, zonas ou outra denominação específica. A localidade onde está sediada a autoridade distrital, excluídos os distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila. Observa-se que nem todas as vilas cria- das pelas legislações municipais possuem ocupação urbana. Na ocorrência desses casos, tais vilas não foram isoladas em setores urbanos no Censo 2010. Subdistritos São unidades administrativas municipais, normalmente estabelecidas nas gran- des cidades, criadas através de leis ordinárias das Câmaras Municipais e sanciona- das pelo prefeito. Bairros Bairros são subdivisões intraurbanas legalmente estabelecidas através de leis or- dinárias das Câmaras Municipais e sancionadas pelo Prefeito. Regiões Metropolitanas A Constituição Federal de 1988 facultou aos estados a instituição de Regiões Metropolitanas, “constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públi- cas de interesse comum” (Art. 25, § 3o ). Assim, a partir de 1988, as Unidades da Federação, buscando solucionar problemas de gestão do território estadual, defini- ram novas Regiões Metropolitanas, criadas por lei complementar estadual. As Regiões Metropolitanas constituem um agrupamento de municípios com a finalidade de executar funções públicas que, por sua natureza, exigem a co- operação entre estes municípios para a solução de problemas comuns, como os serviços de saneamento básico e de transporte coletivo, o que legitima, em termos políticos-institucionais, sua existência, além de permitir uma atuação mais inte- grada do poder público no atendimento às necessidades da população ali residente, identificada com o recorte territorial institucionalizado.
  • 22. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo Cabe ressaltar que no caso das Regiões Metropolitanas o próprio limite político- administrativo dos municípios que as compõem baliza esses espaços institucionais. Nessa publicação considera-se que a Região Metropolitana de Manaus compreende apenas e tão somente os municípios reconhecidos pela decisão da Justiça do Estado do Amazonas, publicada em 08.11.2010, no Diário da Justiça Eletrônico de Manaus, ano III, edição 624, segundo a qual os municípios de Autazes, Careiro, Itapiranga, Manaquiri e Silves foram excluídos da composição da referida Região Metropolitana. Regiões Integradas de Desenvolvimento A criação de Regiões Integradas de Desenvolvimento está prevista na Constituição Federal de 1988, nos Art. 21, inciso IX; Art. 43; e Art. 48, inciso IV. São conjuntos de municípios cuja origem baseia-se no princípio de cooperação entre os diferentes níveis de governo – federal, estadual e municipal. Podem ser compostas por municípios de diferentes Unidades Federadas. Divisão regional Como parte de sua Missão Institucional, o IBGE tem como atribuição elaborar divisões regionais do território brasileiro, com a finalidade de atualizar o conheci- mento regional do mesmo e viabilizar a definição de uma base territorial para fins de levantamento e divulgação de dados estatísticos. A divisão regional constitui uma tarefa de caráter científico e, desse modo, está su- jeita às mudanças ocorridas no campo teórico-metodológico da Geografia, que afetam o próprio conceito de região. Assim, as revisões periódicas dos diversos modelos de di- visão regional adotados pelo IBGE foram estabelecidas com base em diferentes aborda- gens conceituais, visando traduzir, ainda que de maneira sintética, a diversidade natural, cultural, econômica, social e política coexistente no Território Nacional. No IBGE, as divisões regionais se estabeleceram em diversas escalas de abran- gência ao longo do tempo, conduzindo, em 1942, à agregação de Unidades Fe- deradas em Grandes Regiões definidas pelas características físicas do território brasileiro e institucionalizadas com as denominações de: Região Norte, Região Meio-Norte, Região Nordeste Ocidental, Região Nordeste Oriental, Região Leste Setentrional, Região Leste Meridional, Região Sul e Região Centro-Oeste. Em consequência das transformações ocorridas no espaço geográfico brasilei- ro, nas décadas de 1950 e 1960, uma nova divisão em Macrorregião foi elaborada em 1970, introduzindo conceitos e métodos reveladores da importância crescente da articulação econômica e da estrutura urbana na compreensão do processo de organização do espaço brasileiro, do que resultaram as seguintes denominações: Região Norte, Região Nordeste, Região Sudeste, Região Sul e região Centro- Oeste, que permanecem em vigor até o momento atual. Quanto às divisões regionais produzidas em escala mais detalhada, o IBGE delimitou, em 1945, a divisão do País em Zonas Fisiográficas, pautada predomi- nantemente nas características do meio físico como elemento diferenciador do quadro regional brasileiro. Tal divisão representou não só um período no qual se tornava necessário o aprofundamento do conhecimento do Território Nacional, como, conceitualmente, reafirmava o predomínio, em meados do Século XX, da noção de “região natural” na compreensão do espaço geográfico, em um momento em que a questão regional ainda era entendida, em grande medida, como diferenças
  • 23. Notas técnicas existentes nos elementos físicos do território. Essa regionalização perdurou até 1968, quando foi feita nova proposta de divisão regional denominada Microrregiões Ho- mogêneas, definidas a partir da organização do espaço produtivo e das teorias de lo- calização dos polos de desenvolvimento, identificando a estrutura urbano-industrial enquanto elemento estruturante do espaço regional brasileiro. Em 1976, dada a necessidade de se ter um nível de agregação espacial intermedi- ário entre as Grandes Regiões e as Microrregiões Homogêneas, foram definidas as Mesorregiões por agrupamento de Microrregiões. Finalmente, em 1990, a Presidência do IBGE aprovou a atualização da Divisão Regional do Brasil em Microrregiões Geográficas, tendo por base um modelo con- ceitual fundamentado na premissa de que o desenvolvimento capitalista de produção teria afetado de maneira diferenciada o Território Nacional, com algumas áreas so- frendo grandes mudanças institucionais e avanços socioeconômicos, enquanto outras se manteriam estáveis ou apresentariam problemas acentuados. Define-se como Microrregião Geográfica um conjunto de municípios, contíguos e contidos na mesma Unidade da Federação, definidos com base em características do quadro natural, da organização da produção e de sua integração; e Mesorregião Geo- gráfica como um conjunto de Microrregiões, contíguas e contidas na mesma Unidade da Federação, definidas com base no quadro natural, no processo social e na rede de comunicações e lugares. Aspectos da coleta A coleta do Censo Demográfico 2010 foi realizada no período de 1o de agosto a 30 de outubro de 2010, utilizando a base territorial que se constituiu de 316 574 setores censitários. O método de coleta dos dados foi através de entrevista presencial realizada pelo recenseador, sendo a resposta registrada em um computador de mão, ou pelo pre- enchimento do questionário via Internet. O computador de mão disponibilizava o aplicativo de coleta para registrar e armazenar as informações coletadas e nele estavam contidos: • Mapa do Setor - representação gráfica do setor censitário; • Lista de Endereços - listagem com todas as informações referentes aos ende- reços das unidades levantadas na pré-coleta e utilizada para atualização dos registros dos endereços; • Questionário Básico - questionário com 37 quesitos, onde foram registradas as características do domicílio e de seus moradores na data de referência. Aplicado em todas as unidades domiciliares que não foram selecionadas para a amostra; • Questionário da Amostra - questionário com 108 quesitos, onde foram re- gistradas as características do domicílio e de seus moradores na data de refe- rência. Inclui os quesitos do Questionário Básico somados a outros de inves- tigação mais detalhada e foi aplicado em todas as unidades domiciliares que foram selecionadas para a amostra; • Formulário de Domicílio Coletivo - formulário utilizado para registrar os dados de identificação do domicílio coletivo e listar as suas unidades com morador; e • Relatórios de Acompanhamento - resumo de informações da coleta e de questioná- rios com pendências para facilitar o acompanhamento do trabalho do recenseador.
  • 24. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo A possibilidade do preenchimento do questionário pela Internet foi uma outra inovação no Censo 2010. Esta alternativa procurou alcançar o informante que, embora disposto a participar do Censo 2010, não dispunha de tempo para fornecer as informações no momento da visita do recenseador. A opção de preenchimento do questionário pela Internet era registrada no computador de mão do recenseador com um código de identificação do domicílio. Para a parte do levantamento pesquisada por amostragem no Censo Demográ- fico 2010 foram aplicadas cinco frações de amostragem, considerando os tama- nhos dos municípios em termos da população estimada em 1o de julho de 2009. Em especial, na definição da fração amostral para os municípios de pequeno por- te, buscou-se garantir tamanho suficiente para a divulgação dos seus resultados. A Tabela 1, a seguir, apresenta as frações adotadas. Para os 40 municípios com mais de 500 000 habitantes, foi avaliada a possibilidade de aplicação de frações amostrais diferentes em cada uma de suas divisões adminis- trativas intramunicipais (distritos e subdistritos), de forma a permitir a divulgação de estimativas e de microdados nesses níveis geográficos. Em 18 desses municípios, houve a necessidade de aumento da fração amostral, definida dentre as especificadas na tabela, em pelo menos uma subdivisão. Nos demais 22 municípios dessa classe, a fração amos- tral foi mantida em 5%, pois para sete deles não há subdivisão administrativa na base territorial para o Censo 2010 e, para os 15 restantes, o tamanho esperado da amostra resultante em cada subdivisão já contempla o tamanho mínimo estabelecido para a divulgação de estimativas para todas as subdivisões existentes. Todos os postos de coleta foram informatizados com laptops para o gerencia- mento da coleta de dados. O Sistema de Informações Gerenciais do Posto de Coleta - SIGPC foi utilizado para organizar todo o trabalho no posto de cole- ta. Ele integrou localmente os sistemas de apoio à operação censitária, princi- Classes de tamanho da população dos municípios (habitantes) Fração amostral dos domicílios (%) Número de municípios Total 11 (1) 5 565 Até 2 500 50 260 Mais de 2 500 até 8 000 33 1 912 Mais de 8 000 até 20 000 20 1 749 Mais de 20 000 até 500 000 10 1 604 Mais de 500 000 5 40 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais e Coordenação de Métodos e Qualidade. Nota: Cálculo com base nas estimativas de população residente para 1º de julho de 2009. (1) Inclui o Distrito Estadual de Fernando de Noronha e o Distrito Federal. Tabela 1 - Fração amostral dos domicílios e número de municípios, segundo as classes de tamanho da população dos municípios
  • 25. Notas técnicas palmente o de gerenciamento e de supervisão da coleta de dados, otimizando os processos de instalação de programas de coleta de dados e supervisão, descarga de questionários coletados e transmissão de dados para a central de recebimento. O SIGPC fez a comunicação entre o posto de coleta e os sistemas administrativos de apoio à operação censitária, e auxiliou nas tarefas de cadastramento de pessoal e equipamento do posto de coleta, bem como no pagamento dos recenseadores. O Sistema de Indicadores Gerenciais da Coleta - SIGC foi responsável pelo processamento das informações da coleta transmitidas pelos postos através do SIGPC. Além disso, possibilitou aos servidores do IBGE acompanhar o andamen- to da coleta em níveis nacional, estadual e municipal, por posto de coleta e por setor censitário. Serviu, também, como veículo para disseminar informações: nele eram divulgadas as notas técnicas, as orientações das Coordenações e os procedi- mentos que deveriam ser executados pelas equipes de coleta. Âmbito da pesquisa O Censo Demográfico 2010 abrangeu as pessoas residentes, na data de referên- cia, em domicílios do Território Nacional. As embaixadas, consulados e representações do Brasil no exterior são considerados Território Nacional, porém não foram incluídos no Censo. Atualmente, a maioria dos funcionários brasileiros reside em domicílios fora das representações diplomáticas. Conceitos e definições A seguir são descritos os conceitos e definições utilizados na divulgação dos resultados do universo. Períodos de referência Data de referência A investigação das características dos domicílios e das pessoas neles residentes teve como data de referência o dia 31 de julho de 2010. Semana de referência A investigação das características de trabalho e rendimento teve como semana de referência a semana de 25 a 31 de julho de 2010. Mês de referência A investigação das características de rendimento teve como mês de referência o mês de julho de 2010.
  • 26. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo Período de referência de 12 meses A investigação dos óbitos teve como período de referência de 12 meses o pe- ríodo de agosto de 2009 a julho de 2010. Domicílio Domicílio é o local estruturalmente separado e independente que se destina a servir de habitação a uma ou mais pessoas, ou que esteja sendo utilizado como tal. Os critérios essenciais desta definição são os de separação e independência. A separação fica caracterizada quando o local de habitação for limitado por pa- redes, muros ou cercas e coberto por um teto, permitindo a uma ou mais pessoas, que nele habitam, isolar-se das demais, com a finalidade de dormir, preparar e/ou consumir seus alimentos e proteger-se do meio ambiente, arcando, total ou par- cialmente, com suas despesas de alimentação ou moradia. A independência fica caracterizada quando o local de habitação tem acesso di- reto, permitindo a seus moradores entrar e sair sem necessidade de passar por locais de moradia de outras pessoas. Espécie do domicílio Quanto à espécie, classificou-se o domicílio como: Domicílio particular Domicílio onde o relacionamento entre seus ocupantes era ditado por laços de parentesco, de dependência doméstica ou por normas de convivência. Entendeu-se como dependência doméstica a situação de subordinação dos emprega- dos domésticos e agregados em relação à pessoa responsável pelo domicílio e por normas de convivência as regras estabelecidas para convivência de pessoas que residiam no mesmo domicílio e não estavam ligadas por laços de parentesco nem de dependência doméstica. Os domicílios particulares desagregam-se em: • Permanente - quando construído para servir, exclusivamente, à habitação e, na data de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas; ou • Improvisado - quando localizado em edificação (loja, fábrica etc.) que não tinha dependência destinada exclusivamente à moradia, como, também, local inade- quado para a habitação, que, na data de referência, estava ocupado por morador. O prédio em construção, a tenda, a barraca, o vagão, o trailer, a gruta, a cocheira, o paiol etc., que estava servindo de moradia na data de referência, também foi considerado como domicílio particular improvisado. Os domicílios particulares fechados, ou seja, onde não foi possível realizar a entrevista com os seus moradores, passaram por um processo de imputação (ver
  • 27. Notas técnicas o tópico Tratamento domicílios fechados). Os dados resultantes desse processo de imputação, referentes às pessoas e domicílios, foram agregados aos obtidos dos domicílios com entrevistas realizadas para a geração dos resultados do Censo. Domicílio coletivo É uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam, moradoras ou não, era restrita a normas de subordinação administrativa, como em hotéis, motéis, camping, pensões, penitenciárias, presídios, casas de detenção, quartéis, postos militares, asilos, orfanatos, conventos, hospitais e clínicas (com interna- ção), alojamento de trabalhadores ou de estudantes etc. Unidade domiciliar A unidade domiciliar é o domicílio particular ou a unidade de habitação em domicílio coletivo. População residente A população residente é constituída pelos moradores em domicílios na data de referência. Morador Considerou-se como moradora a pessoa que tinha o domicílio como local habitual de residência e que, na data de referência, estava presente ou ausente por período não superior a 12 meses em relação àquela data, por um dos seguintes motivos: • Viagens: a passeio, a serviço, a negócio, de estudos etc.; • Internação em estabelecimento de ensino ou hospedagem em outro domi- cílio, pensionato, república de estudantes, visando a facilitar a frequência à escola durante o ano letivo; • Detenção sem sentença definitiva declarada; • Internação temporária em hospital ou estabelecimento similar; ou • Embarque a serviço (militares, petroleiros etc.). Situação do domicílio Segundo a sua área de localização, o domicílio foi classificado em situação urbana ou rural. Em situação urbana, consideraram-se as áreas, urbanizadas ou não, internas ao perímetro urbano das cidades (sedes municipais) ou vilas (sedes distritais) ou as áre- as urbanas isoladas, conforme definido por Lei Municipal vigente em 31 de julho de 2010. Para a cidade ou vila em que não existia legislação que regulamentava essas áreas, foi estabelecido um perímetro urbano para fins de coleta censitária, cujos limites foram aprovados pelo prefeito local. A situação rural abrangeu todas as áreas situadas fora desses limites. Este critério também foi utilizado na classificação da população urbana e da rural.
  • 28. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo Características dos domicílios particulares permanentes Tipo do domicílio Quanto ao tipo, classificou-se o domicílio particular permanente como: • Casa - quando localizado em uma edificação de um ou mais pavimentos, desde que ocupada integralmente por um único domicílio, com acesso direto a um logradouro (arruamento, vila, avenida, caminho etc.), legalizado ou não, independentemente do material utilizado em sua construção; • Casa de vila ou em condomínio: - Casa de vila – quando localizado em edificação que fazia parte de um gru- po de casas com acesso único a um logradouro. Na vila, as casas estão, ge- ralmente, agrupadas umas junto às outras, constituindo-se, às vezes, de casas geminadas. Cada uma delas possui uma identificação de porta ou designação própria; ou - Casa em condomínio – quando localizado em edificação que fazia parte de um conjunto residencial (condomínio) constituído de dependências de uso comum (tais como áreas de lazer, praças interiores, quadras de esporte etc.). As casas de condomínio geralmente são separadas umas das outras, cada uma delas tendo uma identificação de porta ou designação própria; • Apartamento - quando localizado em edifício: de um ou mais andares, com mais de um domicílio, servidos por espaços comuns (hall de entrada, escadas, corredores, portaria ou outras dependências); de dois ou mais andares em que as demais unidades eram não residenciais; e de dois ou mais pavimentos com entradas independentes para os andares; • Habitação em casa de cômodos, cortiço ou cabeça de porco - quando localizado em habitação que se caracteriza pelo uso comum de instalações hidráulica e sanitária (banheiro, cozinha, tanque etc.) com outras moradias e utilização do mesmo ambiente para diversas funções (dormir, cozinhar, fazer refeições, trabalhar etc.). Faz parte de um grupo de várias habitações construídas em lote urbano ou em subdivisões de habitações de uma mesma edificação, sendo geralmente alugadas, subalugadas ou cedidas e sem contra- to formal de locação; ou • Oca ou maloca - quando localizado em habitação indígena, situada em terras indígenas, de características rústicas, podendo ser: simples e sem parede; pequena, feita com galhos de árvores e coberta de palha ou folhas; ou grande choça (cabana, casebre, palhoça, choupana) feita de taquaras e troncos, coberta de palmas secas ou palha, e utilizada como habitação por várias famílias indígenas. Condição de ocupação do domicílio Quanto à condição de ocupação, classificou-se o domicílio particular perma- nente como:
  • 29. Notas técnicas • Próprio já quitado - quando o domicílio era de propriedade, total ou par- cial, de um ou mais moradores, estando integralmente pago; • Próprio em aquisição - quando o domicílio era de propriedade, total ou parcial, de um ou mais moradores e ainda não estava integralmente pago; • Alugado - quando o domicílio era alugado e o aluguel era pago por um ou mais moradores. Considerou-se também como alugado o domicílio em que o empregador (de qualquer um dos moradores) pagava, como parte integran- te do salário, uma parcela em dinheiro para o pagamento do aluguel; • Cedido por empregador - quando o domicílio era cedido por emprega- dor (público ou privado) de qualquer um dos moradores, ainda que me- diante uma taxa de ocupação ou conservação (condomínio, gás, luz etc.). Incluiu-se, neste caso, o domicílio cujo aluguel era pago diretamente pelo empregador de um dos moradores do domicílio; • Cedido de outra forma - quando o domicílio era cedido gratuitamente por pessoa que não era moradora ou por instituição que não era empregadora de algum dos moradores, ainda que mediante uma taxa de ocupação (impostos, condomínio etc.) ou de conservação. Incluiu-se, neste caso, o domicílio cujo aluguel integral era pago, direta ou indiretamente, por não morador ou por instituição que não era empregadora de algum morador; ou • Outra condição - quando o domicílio era ocupado de forma diferente das anteriormente relacionadas. Incluíram-se neste caso: o domicílio cujo aluguel, pago por morador, referia-se à unidade domiciliar em conjunto com unidade não residencial (oficina, loja etc.); o domicílio localizado em estabelecimento agropecuário arrendado; e, também, o domicílio ocupado por invasão. Cômodo Considerou-se como cômodo cada compartimento do domicílio particular permanente coberto por um teto e limitado por paredes, inclusive banheiro e cozinha de uso exclusivo dos moradores do domicílio. Não se considerou como cômodo: corredor, varanda aberta, alpendre, e garagem e outros compartimentos utilizados para fins não residenciais. Banheiro Considerou-se como banheiro o cômodo que dispunha de chuveiro (ou ba- nheira) e vaso sanitário (ou privada) e de uso exclusivo dos moradores, inclusive os localizados no terreno ou na propriedade. Número de banheiros Investigou-se o número de banheiros, de uso exclusivo dos moradores, exis- tentes no domicílio particular permanente ou no terreno, ou na propriedade em que estava localizado.
  • 30. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo Sanitário Investigou-se a existência de sanitário, de uso exclusivo ou não dos moradores, no domicílio particular permanente ou no terreno, ou na propriedade em que se localizava. Considerou-se a existência de banheiro de uso comum a mais de um domicílio juntamente com a de sanitário. Considerou-se como sanitário o local limitado por paredes de qualquer material, coberto ou não por um teto, que dispunha de vaso sanitário ou buraco para dejeções. Tipo de esgotamento sanitário O tipo de esgotamento sanitário do banheiro ou sanitário do domicílio parti- cular permanente foi classificado como: • Rede geral de esgoto ou pluvial - quando a canalização das águas servidas e dos dejetos, proveniente do banheiro ou sanitário, estava ligada a um sistema de coleta que os conduzia a um desaguadouro geral da área, região ou município, mesmo que o sistema não dispusesse de estação de tratamento da matéria esgotada; • Fossa séptica - quando a canalização do banheiro ou sanitário estava ligada a uma fossa séptica, ou seja, a matéria era esgotada para uma fossa próxima, onde passa- va por um processo de tratamento ou decantação, sendo, ou não, a parte líquida conduzida em seguida para um desaguadouro geral da área, região ou município; • Fossa rudimentar - quando o banheiro ou sanitário estava ligado a uma fossa rústica (fossa negra, poço, buraco etc.); • Vala - quando o banheiro ou sanitário estava ligado diretamente a uma vala a céu aberto; • Rio, lago ou mar - quando o banheiro ou sanitário estava ligado diretamen- te a rio, lago ou mar; ou • Outro - quando o esgotamento dos dejetos, proveniente do banheiro ou sanitário, não se enquadrasse em quaisquer dos tipos descritos anteriormente. Forma de abastecimento de água A forma de abastecimento de água do domicílio particular permanente foi clas- sificada como: • Rede geral de distribuição - quando o domicílio ou o terreno, ou a proprieda- de onde estava localizado, estava ligado a uma rede geral de distribuição de água; • Poço ou nascente na propriedade - quando o domicílio era servido por água proveniente de poço ou nascente localizada no terreno ou na proprie- dade onde estava construído; • Poço ou nascente fora da propriedade – quando o domicílio era servido por água proveniente de poço ou nascente localizada fora da propriedade onde estava construído o domicílio; • Carro-pipa - quando o domicílio era servido por água transportada por carro-pipa;
  • 31. Notas técnicas • Água de chuva armazenada em cisterna - quando o domicílio era servido por água de chuva armazenada em cisterna, caixa de cimento etc.; • Água de chuva armazenada de outra forma - quando o domicílio era ser- vido por água de chuva armazenada em galões, tanques de material plástico etc.; • Rio, açude, lago ou igarapé - quando o domicílio era servido por água proveniente de rio, açude, lago e igarapé; • Poço ou nascente na aldeia - quando o domicílio, localizado em terras indígenas, era servido por água proveniente de poço ou nascente localizada dentro da aldeia; • Poço ou nascente fora da aldeia - quando o domicílio, localizado em terras indígenas, era servido por água proveniente de poço ou nascente localizada fora da aldeia; ou • Outra - quando a forma de abastecimento de água do domicílio era diferente das descritas anteriormente. Destino do lixo O destino do lixo proveniente do domicílio particular permanente foi classifi- cado como: • Coletado: - Diretamente por serviço de limpeza - quando o lixo do domicílio era coletado diretamente por serviço de empresa pública ou privada; ou - Em caçamba de serviço de limpeza - quando o lixo do domicílio era depositado em uma caçamba, tanque ou depósito, fora do domicílio, para depois ser coletado por serviço de empresa pública ou privada; • Queimado (na propriedade) - quando o lixo do domicílio era queimado no terreno ou propriedade em que se localizava o domicílio; • Enterrado (na propriedade) - quando o lixo do domicílio era enterrado no terreno ou propriedade em que se localizava o domicílio; • Jogado em terreno baldio ou logradouro - quando o lixo do domicílio era jogado em terreno baldio ou logradouro público; • Jogado em rio, lago ou mar - quando o lixo do domicílio era jogado em rio, lago ou mar; ou • Outro destino - quando o lixo do domicílio tinha destino diferente dos descritos anteriormente. Energia elétrica Pesquisou-se a existência, no domicílio particular permanente, de energia elé- trica e, para o domicílio que possuía, investigou-se a sua origem: de companhia distribuidora ou de outra fonte (eólica, solar, gerador etc.). Medidor ou relógio no domicílio No domicílio particular permanente atendido por energia elétrica de compa- nhia distribuidora, investigou-se a existência de medidor para registro do consumo de energia elétrica do domicílio e o seu uso.
  • 32. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo O uso do medidor de consumo de energia elétrica foi classificado como: • Exclusivo do domicílio - quando o medidor ou relógio era de uso exclusivo para registro do consumo de energia elétrica do domicílio; ou • De uso comum a mais de um domicílio - quando o medidor ou relógio regis- trava o consumo de energia de mais de um domicílio. Inclui-se, neste caso, o me- didor ou relógio de uso comum do domicílio com um ou mais estabelecimentos. Composição dos moradores nos domicílios Condição no domicílio A condição no domicílio foi caracterizada através da relação existente entre a pessoa responsável pela unidade domiciliar (domicílio particular ou unidade de habitação em domicílio coletivo) e cada um dos demais moradores, de acordo com as seguintes definições: • Pessoa responsável pelo domicílio - para a pessoa (homem ou mulher), de 10 anos ou mais de idade, reconhecida pelos moradores como responsável pela unidade domiciliar; • Cônjuge ou companheiro(a) de sexo diferente - para a pessoa (homem ou mulher), de 10 anos ou mais de idade, que vivia conjugalmente com a pessoa responsável pela unidade domiciliar, sendo de sexo diferente, existindo ou não vínculo matrimonial; • Cônjuge ou companheiro(a) do mesmo sexo - para a pessoa (homem ou mulher), de 10 anos ou mais de idade, que vivia conjugalmente com a pessoa responsável pela unidade domiciliar, sendo ambas do mesmo sexo; • Filho(a) do responsável e do cônjuge - para o(a) filho(a) legítimo(a), seja consanguíneo(a) ou adotivo (a), ou de criação da pessoa responsável e do cônjuge; • Filho(a) somente do responsável - para o(a) filho(a) legítimo(a), seja consanguíneo(a) ou adotivo(a), ou de criação somente da pessoa responsável; • Enteado(a) - para o(a) filho(a) legítimo(a), seja consanguíneo(a) ou adotivo(a), ou de criação somente do cônjuge; • Genro ou nora - para o genro ou a nora da pessoa responsável ou do côn- juge; • Pai, mãe, padrasto ou madrasta - para o pai ou a mãe, padrasto ou madrasta da pessoa responsável; • Sogro(a) - para o(a) sogro(a) da pessoa responsável ou do cônjuge; • Neto(a) - para o(a) neto(a) da pessoa responsável ou do cônjuge; • Bisneto(a) - para o(a) bisneto(a) da pessoa responsável ou do cônjuge; • Irmão ou irmã - para o irmão ou a irmã legítimo(a), seja consanguíneo(a) ou adotivo(a), ou de criação da pessoa responsável;
  • 33. Notas técnicas • Avô ou avó - para o avô ou a avó da pessoa responsável ou do cônjuge; • Outro parente - para o(a) bisavô(ó), cunhado(a), tio(a), sobrinho(a), primo(a) da pessoa responsável ou do cônjuge; • Sem parentesco - Agregado(a) - para a pessoa residente em domicílio particular que, sem ser parente, convivente, pensionista, empregado doméstico ou parente deste, não pagava hospedagem nem contribuía para as despesas de alimentação e moradia do domicílio; - Convivente - para a pessoa residente em domicílio particular que, sem ser parente, dividia as despesas de alimentação e/ou moradia; - Pensionista - para a pessoa residente em domicílio particular que, sem ser parente, pagava hospedagem; - Empregado(a) doméstico(a) - para a pessoa residente em domicílio parti- cular que prestava serviços domésticos remunerados a um ou mais moradores do domicílio; ou - Parente do(a) empregado(a) doméstico(a) - para a pessoa residente em domicílio particular que era parente do(a) empregado(a) doméstico(a) e que não prestava serviços domésticos remunerados a moradores do domicílio; ou • Individual em domicílio coletivo - para a pessoa só que residia em domicí- lio coletivo, ainda que compartilhando a unidade de habitação com outra(s) pessoa(s) com a(s) qual(is) não tinha laços de parentesco. Compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio Foi pesquisado se a responsabilidade pelo domicílio particular era de apenas um morador ou compartilhada por mais de um morador. Unidade doméstica Considerou-se como unidade doméstica no domicílio particular: • a pessoa que morava sozinha; ou • o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência. Espécie de unidade doméstica A espécie da unidade doméstica existente no domicílio particular foi classifica- da como: • Unipessoal - quando constituída por uma única pessoa; • Nuclear - quando constituída somente por: um casal; um casal com filho(s) (por consanguinidade, adoção ou de criação) ou enteado(s); uma pessoa (ho- mem ou mulher) com filho(s) (por consanguinidade, adoção ou de criação) ou enteado(s), independentemente da pessoa que foi indicada como respon-
  • 34. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo sável pelo domicílio. Assim, foi definida como nuclear a unidade doméstica constituída somente por: - Pessoa responsável com cônjuge; - Pessoa responsável com cônjuge e com pelo menos um filho(a) ou enteado(a); - Pessoa responsável com pelo menos um filho(a) ou enteado(a); - Pessoa responsável com pai ou padrasto e com mãe ou madrasta; - Pessoa responsável com pai ou padrasto, com mãe ou madrasta e com pelo menos um irmão ou irmã; - Pessoa responsável com pai ou padrasto; - Pessoa responsável com mãe ou madrasta; - Pessoa responsável com pai ou padrasto e com pelo menos um irmão ou irmã; ou - Pessoa responsável com mãe ou madrasta e com pelo menos um irmão ou irmã. • Estendida - quando constituída somente pela pessoa responsável com pelo menos um parente, formando uma família que não se enquadrasse em um dos tipos descritos como nuclear; ou • Composta - quando constituída pela pessoa responsável, com ou sem parente(s), e com pelo menos uma pessoa sem parentesco (agregado(a), pensionista, convi- vente, empregado(a) doméstico(a), parente do empregado(a) doméstico(a)). Emigração internacional Foi investigado se alguma pessoa que havia residido com morador(es) do domi- cílio particular estava morando em outro país na data de referência. Óbito Foi investigado se alguma pessoa que havia residido com morador(es) do domi- cílio particular havia falecido no período de referência de 12 meses. Características das pessoas Idade A investigação foi feita por meio da pesquisa do mês e ano de nascimento. Para as pessoas que não sabiam o mês e o ano de nascimento, foi investigada a idade em 31 de julho de 2010 em anos completos ou em meses completos para as crianças com menos de 1 ano. A idade foi calculada em relação à data de referência. Cor ou raça Investigou-se a cor ou raça declarada pela pessoa, com as seguintes opções de resposta: • Branca - para a pessoa que se declarou branca; • Preta - para a pessoa que se declarou preta; • Amarela - para a pessoa que se declarou de cor amarela (de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana etc.);
  • 35. Notas técnicas • Parda - para a pessoa que se declarou parda; ou • Indígena - para a pessoa que se declarou indígena ou índia. Registro de nascimento Para a pessoa de até 10 anos de idade foi investigado se possuía algum dos se- guintes tipos de registro de nascimento, de acordo com a ordem enumerada: re- gistro de cartório; declaração de nascido vivo do hospital ou da maternidade; ou Registro Administrativo de Nascimento Indígena - RANI. Alfabetização Considerou-se como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhecesse. Foi considerada analfabeta a pessoa que aprendeu a ler e escrever, mas que es- queceu devido a ter passado por um processo de alfabetização que não se consoli- dou e a que apenas assinava o próprio nome. Rendimento nominal mensal Considerou-se como rendimento nominal mensal da pessoa de 10 anos ou mais de idade, a soma do rendimento nominal mensal de trabalho com o proveniente de outras fontes. Rendimento nominal mensal de trabalho Considerou-se o rendimento nominal mensal habitual, no mês de referência, do trabalho principal e dos demais trabalhos que a pessoa tinha na semana de re- ferência. • Para a pessoa que trabalhou somente parte do mês de referência, considerou- se o rendimento bruto mensal, no caso do empregado, ou a retirada, no caso do conta própria ou empregador, que ganharia habitualmente trabalhando o mês completo. • Para a pessoa que recebia rendimento fixo do trabalho, considerou-se a re- muneração bruta do empregado ou a retirada do conta própria ou emprega- dor, do mês de referência. • Para a pessoa que recebia rendimento variável do trabalho, considerou-se o valor, em média, da remuneração bruta ou da retirada do mês de referência. • Para a pessoa licenciada por instituto de previdência oficial pelo trabalho, considerou-se o rendimento bruto do mês de referência, recebido como be- nefício (auxílio-doença, auxílio por acidente de trabalho etc.). a) Rendimento de trabalho do empregado Considerou-se o rendimento bruto do trabalho recebido em dinheiro, produtos ou mercadorias, não sendo computado o valor da remuneração recebida em bene-
  • 36. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo fícios que não foram ganhos ou reembolsados em dinheiro, tais como: cessão ou pagamento, diretamente pelo empregador, de moradia, roupas, vale-alimentação, vale-transporte, treinamento ou aprendizado no trabalho, educação ou creche paga diretamente pelo empregador etc. O rendimento bruto do trabalho recebido em dinheiro pode ser constituído de uma única rubrica ou pela soma de várias rubricas (salário ou vencimento, gratificação, ajuda de custo, ressarcimento, salário-família, anuênio, quinquênio, bonificação, horas extras, quebra de caixa, benefícios pagos em dinheiro e outras). No cálculo do rendimento bruto, não foram excluídos os pagamentos efetuados por meio administrativo, tais como: contribuição para instituto de previdência, imposto de renda, pensão alimentícia, contribuição sindical, previdência privada, seguro e plano de saúde etc. O rendimento bruto do trabalho recebido em produtos ou mercadorias, nas ati- vidades da agricultura, pecuária, produção florestal, extração vegetal ou mineral, caça, pesca e aquicultura, foi computado pelo seu valor em dinheiro, excluindo-se a parcela destinada ao próprio consumo da unidade domiciliar. b) Rendimento de trabalho do conta própria e empregador Considerou-se a retirada do trabalho em dinheiro, produtos ou mercadorias. A retirada em dinheiro pode ser fixa ou como um percentual dos lucros do em- preendimento. No cálculo da retirada, não foram excluídos os pagamentos pessoais (contribuição para instituto de previdência, imposto de renda etc., da própria pessoa). No caso em que o empreendimento não era organizado de forma que o rendimento em dinheiro do trabalho fosse identificado diretamente, a retirada foi a diferença entre as receitas e as despesas (pagamento de empregados, matéria-prima, energia elétrica, telefone, equipamentos e outros investimentos) do empreendimento. A retirada em produtos ou mercadorias provenientes das atividades da agricul- tura, pecuária, produção florestal, extração vegetal ou mineral, caça, pesca e aqui- cultura, foi computada pelo seu valor em dinheiro como a diferença entre o valor dos produtos e das mercadorias destinados ao mercado e as despesas necessárias para a sua produção, excluindo-se a parcela destinada ao próprio consumo da unidade domiciliar. No caso da remuneração dos produtos ou das mercadorias recebidos sazonalmente, foi o valor médio mensal, real ou estimado (valor de mercado) que a pessoa ganhava habitualmente, computado considerando tempo que foi dedicado à produção sazonal (12 meses, seis meses, quatro meses etc.) que gerou o rendimento. Rendimento nominal mensal de outras fontes Considerou-se o rendimento nominal mensal habitual, no mês de referência, da pessoa de 10 anos ou mais de idade que não era oriundo de trabalho da semana de referência. Este rendimento foi a soma dos rendimentos mensais habituais, re- cebidos ou que a pessoa teria direito a receber, no mês de referência, oriundos de:
  • 37. Notas técnicas • Aposentadoria ou pensão de instituto de previdência oficial (federal, esta- dual ou municipal) - rendimento mensal habitual, no mês de referência, de aposentadoria, jubilação, reforma ou pensão (deixada por pessoa da qual era beneficiária) de instituto de previdência oficial - Plano de Seguridade Social da União ou de instituto de previdência social federal (Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS), estadual ou municipal, inclusive do FUNRURAL; • Programa Social Bolsa Família ou Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI - rendimento mensal habitual, no mês de referência, do Pro- grama Bolsa Família (programa do governo federal, de transferência direta de rendimento com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza) ou do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI (programa do governo federal que tem como objetivo contribuir para a er- radicação de todas as formas de trabalho infantil no País, atendendo famílias cujas crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos se encontrem em situação de trabalho); • Rendimento de outros programas sociais ou de transferência - rendimento mensal habitual, no mês de referência, do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-LOAS (Benefício que garante, pela Lei Orgâni- ca da Assistência Social – LOAS, um salário mínimo mensal à pessoa idosa, de 65 anos ou mais de idade, ou ao portador de deficiência incapacitado para a vida independente e para o trabalho, sendo ambos impossibilitados de pro- ver sua manutenção ou tê-la provida por sua família); seguro-desemprego (benefício integrante da seguridade social, garantido pela Constituição Fe- deral e que tem por finalidade prover assistência financeira temporária ao trabalhador dispensado do emprego); outro programa social de transferência de rendimento do governo federal, estadual ou municipal; doação ou me- sada de não morador do domicílio (rendimento recebido em dinheiro, sem contrapartida de serviços prestados, de pessoa não moradora do domicílio); e pensão alimentícia (rendimento recebido para manutenção dos filhos e/ou da pessoa, pago pelo ex-cônjuge, de forma espontânea ou definida judicial- mente); ou • Outro rendimento - rendimento mensal habitual, no mês de referência, rece- bido a título de: aluguel, aposentadoria de previdência privada, juros de ca- derneta de poupança e de aplicação financeira, dividendos, parceria, direitos autorais e qualquer outro tipo de rendimento habitual não incluído nos itens descritos anteriormente. Rendimento nominal mensal domiciliar Considerou-se como rendimento nominal mensal domiciliar a soma dos rendi- mentos mensais dos moradores do domicílio particular, exclusive os dos moradores
  • 38. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo de menos de 10 anos de idade e os daqueles cuja condição no domicílio fosse pen- sionista, empregado doméstico ou parente do empregado doméstico. Rendimento nominal mensal domiciliar per capita Considerou-se como rendimento nominal mensal domiciliar per capita a divisão do rendimento mensal domiciliar pelo número de moradores do domicílio parti- cular, exclusive aqueles cuja condição no domicílio fosse pensionista, empregado doméstico ou parente do empregado doméstico. Salário mínimo Para a apuração dos rendimentos, segundo as classes de salário mínimo, con- siderou-se o valor do que vigorava no mês de referência, que era de R$ 510,00 (quinhentos e dez reais). Índice de Gini O índice de Gini foi calculado para a distribuição do rendimento nominal mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, e do rendimento nominal mensal dos domicílios particulares permanentes, com rendimento domiciliar. O Índice de Gini é uma medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de 0 (zero) (a perfeita igualdade) até 1(um) (a desigualdade máxima). O Índice de Gini da distribuição do rendimento é calculado, após a ordenação dos rendimentos em ordem ascendente, por meio da seguinte expressão: 1 )()12( 1 1 ¦ ¦ N i N i yiN iyi G Onde: N é o total da população (de pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendi- mento, ou de domicílios particulares permanentes, com rendimento domiciliar); i é o número de ordem da unidade da população, após a ordenação pelo valor do rendimento; yi é o valor da variável y (rendimento) para a i-ésima unidade da população; e y(i) é o valor da i-ésima estatística de ordem da variável y na população.
  • 39. Tratamento dos domicílios fechados Motivação As unidades domiciliares pesquisadas nos Censos Demográficos e em contagens da população são classificadas em categorias de acordo com a situação de seus mo- radores na data de referência da coleta, a saber: domicílios particulares, permanen- tes ou improvisados, ocupados; domicílios particulares permanentes fechados; do- micílios particulares permanentes vagos; domicílios particulares permanentes de uso ocasional; e domicílios coletivos com ou sem morador. A operação censitária visa obter informações das pessoas moradoras nos domicílios classificados nas duas primeiras categorias (domicílios particulares ocupados e domicílios particulares permanentes fechados) e nos domicílios coletivos com morador. Os domicílios classificados como fechados são aqueles que sabidamente possuíam moradores na data de referência, mas que não tiveram entrevista realizada para o preenchimento das informações do questionário, independentemente do motivo da não realização da entrevista. Nas divulgações de resultados de Censos Demográficos, os totais da popula- ção para cada um dos municípios brasileiros foram sempre divulgados conside- rando os domicílios ocupados (particulares e coletivos) na data de referência da operação censitária.
  • 40. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo As informações sobre o número de domicílios fechados, vagos e de uso ocasional, que também são divulgadas, são usadas, juntamente com outras informações disponíveis, para a avaliação da qualidade da cobertura das ope- rações censitárias. No Censo Demográfico 2010, com o objetivo de quantificar de forma exaus- tiva a população brasileira, o IBGE estimou a parcela da população moradora nos domicílios fechados em cada um dos municípios brasileiros. Essa prática é adotada internacionalmente por países como Austrália, Canadá, Estados Unidos, México e Reino Unido. Metodologia No caso da estimação do número de moradores nos domicílios fechados do Censo Demográfico 2010, admitiu-se que o padrão dos domicílios fechados é di- ferente do padrão dos domicílios ocupados, que foram efetivamente investigados, no que se refere ao tamanho do domicílio. Ou seja, admitiu-se que os domicílios fechados possuem uma característica em sua composição, principalmente no nú- mero de moradores, que implicou a dificuldade do entrevistador para realizar a entrevista e a sua classificação como fechado, após o término do período de coleta. Para avaliar essa hipótese, os domicílios particulares ocupados foram estratifi- cados segundo a sua localização. Os estratos foram definidos, para cada Unidade da Federação, considerando a situação do domicílio, urbana ou rural, e a classe de tamanho do município ao qual pertence. Foram definidas três classes de tamanho, a saber: municípios com menos de 70 000 habitantes; municípios com 70 000 a menos de 500 000 habitantes e mu- nicípios com 500 000 habitantes ou mais. Os municípios com 500 000 ou mais habitantes foram tratados individualmente, enquanto os demais foram conside- rados em seus respectivos estratos de tamanho. Não fizeram parte da análise os domicílios de setores censitários localizados em Terras Indígenas, que foram ob- jeto de um tratamento à parte, além dos domicílios com mais de 10 moradores, para garantir a robustez do método. Foram obtidas as distribuições do número de moradores em domicílios particulares ocupados por estrato em dois conjuntos de entrevistas realizadas, a saber: (1) domicílios particulares ocupados que tiveram en- trevista realizada em apenas uma tentativa; e (2) domicílios particulares ocupados inicialmente classificados como fechados ou vagos (também considerados por te- rem sido erroneamente classificados como vagos), mas que posteriormente tiveram entrevista realizada. Em cada estrato, a análise das duas distribuições confirmou a hipótese, verificando-se quase que sistematicamente um menor número médio de moradores nos domicílios apontados em (2) do que em (1). A classificação de um domicílio na categoria de fechado é equivalente a consi- derá-lo como uma não resposta, que é um dos erros não amostrais mais comuns
  • 41. Tratamento dos domicílios fechados na realização de uma pesquisa, seja ela censitária ou por amostragem. Há mui- tas formas diferentes de se lidar com a não resposta. Uma delas é a que utiliza procedimentos de imputação. Procedimento de imputação é aquele que atribui informações individuais às unidades sem informação. O pressuposto básico do procedimento de imputação é que a perda de dados seja aleatória, e se não for, que o padrão de não resposta seja conhecido ou pelo menos estimado, para ser consi- derado durante o tratamento da não resposta por imputação. Para estimar as características dos domicílios fechados e de seus moradores para cada município abrangido pelo Censo Demográfico 2010, definiu-se cada do- micílio fechado como uma não resposta cujo atributo necessário é o número de moradores e demais características. O tratamento adotado para essa não resposta foi um procedimento de imputação por meio de seleção aleatória de um domicí- lio doador entre um conjunto de possíveis doadores, tendo sido adotada ainda a estratificação de domicílios acima descrita. O conjunto de doadores foi definido conforme descrito em (2), com exceção dos estratos compostos pelos domicílios rurais de municípios com mais de 500 000 habitantes, onde, por uma questão de robustez do método, foram considerados como possíveis doadores todos os do- micílios particulares ocupados, e não apenas o subconjunto dos que mudaram de espécie (fechado ou vago para ocupado) ao longo da coleta. Conforme foi citado acima, os domicílios de setores censitários localizados em Terras Indígenas foram objeto de um tratamento à parte, no qual cada Terra Indí- gena configurou-se como sendo um estrato de domicílios. Em termos operacionais, o procedimento de imputação consistiu em selecionar um domicílio doador para cada domicílio fechado. Em cada estrato, como defini- do anteriormente, o conjunto de doadores foi formado pelos domicílios particula- res permanentes ocupados do respectivo estrato. Assim, o total de moradores estimados no conjunto de domicílios fechados de cada município foi obtido pela soma dos moradores nos domicílios impu- tados, incluídos nesse total os moradores estimados em domicílios fechados em Terra Indígena. Além da estimação do total de moradores em domicílios fechados, também foi realizado o procedimento de imputação de variáveis referentes a esses domicílios, bem como de variáveis associadas aos moradores dos mesmos. Em tal procedimen- to, cada domicílio fechado teve associado a ele as variáveis domiciliares do domi- cílio ocupado utilizado na estimação de seu número de moradores, exceto pelas variáveis espécie do domicílio, existência e características de emigrantes interna- cionais, existência e características de pessoas falecidas, situação e tipo do setor. E, por conseguinte, um morador do domicílio ocupado doador teve suas variáveis atribuídas a um morador de um domicílio fechado, exceto pela variável nome do morador. No caso das pessoas em Terras Indígenas, também não foram imputadas as informações sobre etnia e língua indígena.
  • 42. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo O procedimento de estimação foi aplicado aos domicílios efetivamente fecha- dos, após todas as tentativas de obtenção da entrevista, que correspondem a 1,3% do total de domicílios particulares abrangidos pelo Censo Demográfico 2010. A população total estimada por esse procedimento é de 2 795 533 pessoas, em 899 152 domicílios fechados. Cabe salientar que foi definida nas bases de dados de domicílios e de pessoas uma variável que indica a imputação pelo procedimento aqui descrito.
  • 43. Análise dos resultados Crescimento da população por situação do domicílio A população brasileira, segundo o Censo Demográfico 2010, atingiu um to- tal de 190 755 799 habitantes na data de referência. A população urbana com 160 925 792 habitantes foi predominante, representando 84,4% da população total, enquanto 29 830 007 habitantes residiam em áreas rurais (Tabela 2 e Gráfico 1). Total Urbana Rural Total Urbana Rural 1º.07.1950 (1) 51 944 397 18 782 891 33 161 506 100,0 36,2 63,8 1º.09.1960 70 070 457 31 303 034 38 767 423 100,0 44,7 55,3 1º.09.1970 93 139 037 52 084 984 41 054 053 100,0 55,9 44,1 1º.09.1980 119 002 706 80 436 409 38 566 297 100,0 67,6 32,4 1º.09.1991 146 825 475 110 990 990 35 834 485 100,0 75,6 24,4 1º.08.2000 169 799 170 137 953 959 31 845 211 100,0 81,2 18,8 1º.08.2010 190 755 799 160 925 792 29 830 007 100,0 84,4 15,6 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1950/2010. (1) Para o cálculo da taxa foi utilizada a população presente em 1950, enquanto para os anos seguintes foi utilizada a população residente. Tabela 2 - População residente e participação relativa, por situação do domicílio - Brasil - 1950/2010 População residente Participação relativa (%) Data
  • 44. Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios Resultados do universo O processo de industrialização e urbanização iniciado no Brasil, a partir da Segunda GuerraMundial,fezcomquetomassemímpetoosmovimentosmigratóriosdeáreasrurais com destino às áreas urbanas do País. Em paralelo, justamente a partir desta época a mor- talidade começou a declinar. Em 1950, dos 51 944 397 habitantes recenseados neste ano, 33 161 506 indivíduos residiam em áreas rurais, representando 63,8% da população total, situação típica de um país que tinha sua base econômica voltada para as atividades agríco- las. No Censo Demográfico seguinte, o de 1960, esta participação recuou para 55,3% da população total, um contingente de 38 767 423 do total de 70 070 457 pessoas, contudo, ainda superior ao da área urbana (Tabela 2). É no período 1950/1960 que o País registrou a maior taxa média geométrica de crescimento anual, 2,99% ao ano. Com este ritmo de crescimento, o volume populacional observado em 1950 duplicaria em 23,6 anos, ou seja, no ano de 1974 a população brasileira seria 103 888 794 habitantes. A área urbana crescia a uma taxa de 5,15% ao ano, enquanto a da rural, 1,55% ao ano, dobrando seus contingentes populacionais em 13,8 e 45,1 anos, respectivamente (Tabela 3 e Gráfico 2). Enquanto os níveis de mortalidade declinavam entre os Censos Demográficos 1950 e 1960, os de fecundidade permaneciam elevados e constantes. Em 1950, o nível da fecundi- dade1 proveniente deste censo era de 6,2 filhos por mulher. Segundo as informações prove- nientes do Censo 1960, uma mulher ao final de seu período fértil teria em média 6,3 filhos, sendo de 5,0 filhos e 8,4 filhos as taxas para as áreas urbana e rural, respectivamente.2 1 O nível da fecundidade é dado pela taxa de fecundidade total, que fornece o número médio de filhos que teria uma mulher, ao final de seu período fértil. 2 Para o ano de 1960, a fecundidade por situação do domicílio foi obtida utilizando-se a proporcionali- dade da fecundidade urbana e da rural em relação à total, obtida a partir do Censo Demográfico 1970. Gráfico 1 - Proporção da população residente, por situação do domicílio - Brasil - 1950/2010 Urbana Rural 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1950/2010. (1) Para o cálculo da taxa foi utilizada a população presente em 1950, enquanto para os anos seguintes foi utilizada a população residente. % 01.07.1950 (1) 01.09.1960 01.09.1970 01.09.1980 01.09.1991 01.08.2000 01.08.2010
  • 45. Análise dos resultados Em 1970, o número de habitantes residindo em áreas urbanas (52 084 984) ultrapassa o número de habitantes residindo em áreas rurais (41 054 053) pela primeira vez, com a população total residindo no País atingindo a cifra de 93 139 037 habitantes. O ritmo de crescimento da população brasileira, entre os Censos Demográficos 1960 e 1970, pra- ticamente não se alterou, 2,89% ao ano, apresentando apenas um leve recuo em relação ao período anterior (Tabela 3). É no final da década de 1960 que se inicia, muito timi- damente, a diminuição dos níveis de fecundidade. O Censo 1970 registrou uma taxa de fecundidade total de 5,8 filhos por mulher, sendo de 4,6 filhos e 7,7 filhos, as taxas para as áreas urbana e rural, respectivamente. Com a taxa de crescimento observada para o período 1960/1970 (2,89%), a popu- lação se duplicaria em 24,4 anos. Nesta hipótese, o volume populacional observado em 1960, de 70 070 457 habitantes alcançaria 140 140 914 habitantes em 1985. Para as taxas observadas nas áreas urbana (5,22%) e rural (0,57%) a duplicação seria observada em 13,6 e 120,9 anos, respectivamente, tempo este bastante superior ao observado, quando a taxa de crescimento do período 1950/1960 da população rural era de 1,55%. Na década de 1970, a população rural brasileira entrou pela primeira vez em fase de diminuição absoluta, com uma taxa negativa anual de crescimento de 0,62%. O Censo Demográfico 1980 registrou uma perda de população em relação ao anterior, realizado em 1970, da ordem de 2,5 milhões de habitantes aproximadamente. Nesta década, o êxodo rural foi intenso nas Regiões Nordeste, Sudeste e Sul, para as áreas urbanas das próprias regiões, bem como em direção aos centros urbanos da Região Sudeste, principalmente para o Estado de São Paulo. A velocidade de crescimento da população residindo em áreas urbanas também declinou em relação ao período anterior, 4,44% ao ano (Gráfico 1 e Tabela 3). Nos anos 1980 é que ocorrem mudanças importantes em termos de crescimento de- mográfico. A taxa de crescimento que era de 2,48% no período 1970/1980, declina para 1,93% no período 1980/1991, fazendo com que o tempo de duplicação do volume popu- lacional passasse de 28,3 anos para 36,3 anos. A diminuição do ritmo de crescimento foi principalmente devido ao declínio dos níveis de fecundidade e, no caso da população das áreas rurais, também devido ao êxodo rural. A área urbana cresceu a uma taxa de 2,97% neste último período, valor bem inferior aos 4,44% do período anterior, mesmo receben- do um grande contingente de imigrantes (Tabela 3). Os níveis de fecundidade, neste pe- ríodo, tiveram um declínio de 31,7% e 30,9% nas áreas urbana e rural, respectivamente. 1950/1960 (1) 1960/1970 1970/1980 1980/1991 1991/2000 2000/2010 (2) Total 2,99 2,89 2,48 1,93 1,64 1,17 Urbana 5,15 5,22 4,44 2,97 2,47 1,55 Rural 1,55 0,57 (-) 0,62 (-) 0,67 (-) 1,31 (-) 0,65 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1950/2010. (1) Para o cálculo da taxa foi utilizada a população presente em 1950, enquanto para os anos seguintes foi utilizada a po- pulação residente. (2) Para a obtenção da taxa do período 2000/2010 foram utilizadas as populações residentes em 2000 e 2010, sendo que para este último ano foi incluída a população estimada de 2,8 milhões de habitantes para os domi cílios fechados. Situação do domicílio Taxa média geométrica de crescimento anual da população residente (%) Tabela 3 - Taxa média geométrica de crescimento anual da população residente, segundo a situação do domicílio - 1950/2010