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Cefaléias
Daniel Damiani, 2010
Epidemiologia - Cefaléias
• 90% dos Homens e 95% das Mulheres
apresentam cefaléia por ano.
• 90% dos casos são BENIGNOS.
– Enxaquecas.
– Cefaléia Tensional.
– Cefaléia em Salvas.

• 9,3% das queixas médicas.
• Importante impacto negativo na qualidade de
vida = INCAPACITANTES!!!
Lancet Neurol 2008; 7: 354–61
Lancet Neurol 2008; 7: 354–61
Influência na Qualidade de Vida

Lancet Neurol 2008; 7: 354–61
ANAMNESE EM CEFALÉIA

“A anamnese, o procedimento mais sofisticado
da Medicina, é uma técnica de investigação
extraordinária, em pouquíssimas outras
formas de pesquisa científica o objeto
observado fala.”
Alvan Feinstein
Anamnese - Cefaléia
•
•
•
•
•
•

Identificação do paciente.
Caracterização do início da cefaléia.
Evolução/Mudança do padrão temporal da dor.
Semiologia da dor.
Comorbidades.
Características pessoais.
Cefaléias primárias
CEFALÉIAS PRIMÁRIAS

1.
2.
3.
4.

ENXAQUECA COM E SEM AURA
CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL
CEFALÉIA EM SALVAS E OUTRAS CTas
OUTRAS CEFALÉIAS PRIMÁRIAS
ESTRUTURAS SENSÍVEIS À DOR
Prevalência de enxaqueca: sexo e idade
Mulheres
Homens

Prevalência da enxaqueca
(%)
30

25
20
15
10
5
20

30

40

50
60
Idade (anos)

Estudo americano de enxaqueca ( n=2479 pacientes )

70

80

10

Lipton (1993)
Sintomas Premonitórios
Sintomas Psicológicos

Sintomas Neurológicos

Sintomas Gerais

Depressão

Fotofobia

Dor Cervical

Hiperatividade

Dificuldade em
Concentração

Fissura por Alimentos

Euforia

Fonofobia

Frio

Irritabilidade

Disfasia

Anorexia

Sonolência

Hiperosmia

Fadiga

Cansaço

Bocejos

Diarréia ou Constipação
Retenção de Fluidos
CEFALÉIAS PRIMÁRIAS
1. ENXAQUECA
1.1 Enxaqueca sem aura
1.2 Enxaqueca com aura
1.3 Síndromes periódicas da criança
1.4 Enxaqueca retiniana
1.5 Complicações da enxaqueca
1.6 Provável enxaqueca
ENXAQUECA SEM AURA
Descrição: cefaléia recorrente manifestando-se
em crises com duração de 4 a 72 horas ”.
As características típicas da cefaléia são:
- localização unilateral (60-70%)
- caráter pulsátil
- intensidade moderada ou forte
- exacerbada por atividade física rotineira
- associada a naúseas ou vômitos e/ou
- foto ou fonofobia
Enxaqueca - Alimentos

4, 5 e 10 são benéficos!!!
Ciclo Menstrual e Enxaqueca
Comorbidades - Enxaqueca
•
•
•
•
•

Ansiedade.
Depressão.
Transtornos Afetivos.
Ideação Suicida.
Dependência:
– Álcool.
– Nicotina.
– Drogas Ilícitas.
CEFALÉIAS PRIMÁRIAS
1.2 Enxaqueca com aura
1.2.1 aura típica com cefaléia migranosa
1.2.2 aura típica aura típica com cefaléia não
migranosa
1.2.3 aura típica sem cefaléia
1.2.4 enxaqueca hemiplégica familiar
1.2.5 enxaqueca hemiplégica esporádica
1.2.6 enxaqueca do tipo basilar
ENXAQUECA COM AURA
Descrição
transtorno recorrente que se manifesta na forma de

crises de sintomas neurológicos focais reversíveis que
geralmente se desenvolvem gradualmente em 5 a 20
minutos e que duram menos de 60 minutos. Uma cefaléia

com características de “enxaqueca sem aura” geralmente
sucede os sintomas da aura. Entretanto a cefaléia pode
estar ausente.

Enxaqueca com aura são MENOS comuns!!!
Características Clínicas da Enxaqueca
Normal

Normal

Cefaléia
Vômito

Apetite

Intolerância alimentar Apetite

Vigília/Sono

Vigília/Sono
Tolerância à luz

Tolerância à luz
Emoções
Barulho

Alteradas

Odor

Odor

Balanço
hídrico

Normal

Barulho

Diurese

I
II
Pródromos Aura

III
Cefaléia

IV
resolução

Balanço hídrico

V
Após a cefaléia

Normal
Blau (1992)
CEFALÉIAS PRIMÁRIAS
1.5 Complicações da enxaqueca
1.5.1
1.5.2
1.5.3
1.5.4
1.5.5

Enxaqueca crônica (>15dias/mês + 3 meses)
Estado migranoso (>72h de crise)
Aura persistente sem infarto
Infarto migranoso
Crise epiléptica desencadeada por enxaqueca
Fisiopatologia da enxaqueca
Sinopse
• A enxaqueca é uma doença hereditária
do sistema nervoso central (SNC).
• Vítimas de enxaqueca têm o cérebro
hiperexcitável.
• Vítimas de enxaqueca têm o cérebro
com dificuldade de inibição.
•A
enxaqueca
como
doença
dismodulatória.
Fisiopatologia da enxaqueca
Fluxo sangüíneo nas fases da aura e da cefaléia

CBF=cerebral blood flow.
Laurizen M. Brain. 1994;118:199-210.
Fisiopatologia da enxaqueca
O fundamento genético

 Canal de Cálcio++ do
tipo P/Q.
 Pré-sináptico.
 Voltagem-dependente.
 Córtex occipital.
 Núcleo caudal trigeminal.
 Vínculo com o cromossomo
19.

 Bomba de sódio/potássio
e ATP.
 Vínculo com o cromossomo
1.
Figura cortesia do AHS Ambassadors Program.
Obhoff et al. Cell. 1996;87:543-552. De Fusco M et al. Nat Genet. 2003;33:192-196
Fisiopatologia da enxaqueca
Córtex hiperexcitável
Vítimas de enxaqueca têm limiar mais baixo de
excitação do córtex occipital do que controles.
Provavelmente devido a:
 Hiperatividade da neurotransmissão excitatória.
- Canais de sódio+, cálcio++, glutamato.

 Menor atividade da neurotransmissão inibitória.
- GABA.

 Componente genético:
- Canal de cálcio do tipo P/Q, ATPase Sódio+/Potássio+.
- Defeitos mitocondriais.

GABA = ácido gama-aminobutírico.
Aurora SK et al. Neurology. 1998;50:1111-1114.
Fisiopatologia da enxaqueca
Imagem da depressão alastrante cortical (DAC)

Hadjikhani N et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2001;98:4687-4692.
Fisiopatologia da enxaqueca
Depressão alastrante cortical: características
• Uma onda de oligoemia se
inicia no córtex occipital e
alastra-se a uma velocidade de
2 a 3 mm/min.
– Inicia-se com a aura e
persiste durante horas após o
início da cefaléia.
– As alterações no FSC, não
seguem distribuição de
qualquer território arterial
cerebral.
– Compatível com evento
neuronal primário que produz
alterações vasculares
secundárias.
James MF et al. J Physiol. 1999;519:415-425.
Fisiopatologia da enxaqueca
Envolvimento do tronco encefálico na enxaqueca
• Núcleos aminérgicos do tronco encefálico podem modificar o
processamento da dor trigeminal.
• A PET comprova a ativação do tronco encefálico em ataques
espontâneos de enxaqueca.
• A ativação do tronco encefálico
persiste após o tratamento
bem-sucedido da cefaléia.
• Tronco encefálico: gerador
ou modulador?

PET = tomografia por emissão de pósitrons.
Weiller C et al. Nat Med. 1995;1:658-660.
ENXAQUECA
fisiopatologia
Fisiopatologia da enxaqueca
Mecanismos propostos para a enxaqueca
Atividade
anormal

cortical

Funcionamento
anormal
do
tronco encefálico

Cérebro
hiperexcitável
(Ca++, Glu, Mg++)
Depressão Alastrante no Córtex

Excitação
tronco
encefálico,
etc.

Ativação/Sensibilização do sistema trigêminovascular

do
SCP

Cefaléia

Vasodilatação
Inflamação
neurogênica

Sensibilização
Central

Adaptado de Pietrobon D, Striessnig J. Nat Rev Neurosci. 2003;4:386-398.
Normal Pathway
NO
The "pre-sensitization" of the
Trigeminal Sensory Nucleus
EXCESSIVE NOXIOUS AFFERENT
ACTIVITY
"mal-occlusion"
INHIBITION OF NOXIOUS SENSORY ACTIVITY
(resulting in reduction of migraine attacks)
Enxaqueca - tratamento
Enxaqueca :Tratamento Profilático

Quando ?
Quando ?
Enxaqueca: tratamento

“Todo mundo é capaz de suportar uma dor,
com exceção de quem a sente ”.
W. SHAKESPEARE
Enxaqueca :Tratamento Profilático
1.
2.
3.
4.
5.
6.

MAIS DE 2 CRISES/MÊS
CONSIDERAR COMORBIDADES
MONOTERAPIA
ESCALONAMENTO DA DOSE
TEMPO MÍNIMO P/ EFICÁCIA
POR PELO MENOS 6 MESES
Tratamento Não-Farmacológico
•
•
•
•
•
•
•
•

Exercícios físicos regulares.
Dieta adequada.
Manutenção adequada do sono.
Estresse.
Biofeedback, Ioga, Meditação e Relaxamento.
Psicoterapia e Fisioterapia.
Evitar álcool.
Evitar jejum prolongado / hipoglicemias.
Tratamento da Crise Fraca
Droga

Dose/Posologia

Dose Máxima/Dia

Ácido Acetilsalicílico

1000mg VO; repetir 2-4h s/n

3g

Paracetamol

1000mg VO; repetir 2-4h s/n

3g

Naproxeno Sódico

750-1250mg VO; repetir 2-4h

1650mg

Ibuprofeno

800-1200mg VO; repetir 2-4h

1600mg

Diclofenaco de Sódio

50-100mg VO; repetir 2-4h

200mg

Ácido Tolfenâmico

200-400mg VO; repetir 2-4h

600mg

Dipirona

500mg VO; repetir 2-4h

2g

Clonixinato de Lisina

250mg VO; repetir 2-4h

500mg

Todas podemos
associar com

Metoclopramida 20mg VO ou
Domperidona 20mg VO

Outra Opção:

Isometepteno 65mg + Cafeína
100mg + Dipirona 300mg VO
Tratamento da Crise Moderada
Droga

Dose/Posologia

Dose Máxima/Dia

Ácido Acetilsalicílico

1000mg VO; repetir 2-4h s/n

3g

Ácido Tolfenâmico

200-400mg VO; repetir 2-4h

600mg

Clonixinato de Lisina

250mg VO; repetir 2-4h

500mg

Tartarato de
Ergotamina

1-2mg VO; repetir 1-2h

4mg

Mesilato de
Diidroergotamina

0,5mg em cada narina; repetir
15min após s/n

2mg

Sumatriptano

50-100mg VO; 20mg IN; repetir

200mg

Naratriptano

2,5mg VO; repetir s/n

5mg

Zolmitriptano

2,5-5mg VO; repetir s/n

7,5mg

Rizatriptano

5-10mg VO; 10mg disco
dispersível sobre a língua

20mg

Triptanos

Em caso de recorrência:
associar Naproxeno 550mg VO

Ou ácido tolfenâmico
200mg VO
Tratamento da Crise Forte
Droga

Dose/Posologia

Dose Máxima/Dia

Dipirona

1g IV diluído em SF 0,9%

2g

Clonixinato de Lisina

200mg IV diluído em 20mL SF
0,9%

500mg

Sumatriptano

6mg SC, 20mg IN ou 50-100mg
VO

Rizatriptano

5-10mg VO; 10mg em disco
dispersível sobre a língua

Zolmitriptano

2,5-5mg VO

Indometacina

100mg IR; repetir 1h após s/n

Clorpromazina

0,1-0,7mg/Kg IM ou IV diluído
em SF 0,9%; repetir até 3x/24h

Dexametasona (????)

4mg IV; repetir 12-24h s/n

Triptanos

Recorrências: associar
naproxeno 550mg VO ou

200mg

Ácido Tolfenâmico 200mg
VO
Locais de Ação dos Triptanos
Cefaléias Primárias
2. Cefaléia tipo tensional
2.1 CTT episódica infreqüente (<1/mês)
2.2 CTT episódica freqüente (>1 e <15/mês)
2.3 CTT crônica ( >15 dias/mês)
2.4 provável cefaléia tipo tensional
Obs: associada ou não a dolorimento pericranianno
Cefaléia Tipo Tensional

Descrição
episódios de dor de freqüência variável,com
duração de minutos a dias. A dor é tipicamente
bilateral, descrita como“em pressão” ou “em
aperto”, de intensidade leve a moderada, não
piorando com a atividade física rotineira. Não há
naúsea, mas fotofobia ou fonofobia podem estar
presentes.
Cefaléia tipo tensional- crônica
descrição
Cefaléia que ocorre em número igual ou maior
15 dias ao mês, durante pelo menos 3 meses.
Geralmente descrita com caráter em pressão
ou aperto, de fraca a moderada intensidade,
de localização bilateral e que não piora com
atividade física.
CEFALÉIAS PRIMÁRIAS
3.

Cefaléia em salvas e outras cefaléias
trigeminoautônomicas
3.1 Cefaléia em salvas
3.1.1 CS episódica
3.1.2 CS crônica
3.2 Hemicrânia paroxística
3.2.1 HP episódica
3.2.2 HP crônica
3.3 SUNCT
3.4 Provável cefaléia trigeminoautônomica
Cefaléia em salvas
•
•
•
•
•
•

baixa prevalência - 0,4 a 1%
relação H/M – 6:1
primeiros surtos entre 20 e 40 anos
pico de dor entre 2 a 15 minutos
10 a 20 % referem pontadas no globo ocular
surtos podem trocar de lado em 15% dos
pacientes e podem ter início sempre no mesmo
horário
• 50% pacientes despertam pela dor ( primeira fase
sono REM).
Cefaléia em salvas
A – 5 crises + B a D
B – unilateral, facada, intensa, orbitária, supra-orbitária e/ou
temporal, 15 a 180 minutos (noturnos)
C – 1 sintoma ipsilateral: hiperemia conjuntival/
lacrimejamento, congestão nasal/rinorréia, sudorese fronte e
face, miose/ptose, edema palpebral, inquietude/agitação
D – 1 crise a cada 2 dias a 8 crises/dia
E – não atribuída a outro transtorno
SINONÍMIA: NEURALGIA CILIAR, ERITROPROSAPALGIA DE BING, ERITRO-MELALGIA DA CABEÇA,
CEFALÉIA HISTAMÍNICA, CEFALÉIA DE HORTON, ETC...
Cefaléia em salvas
Cefaléia em salvas
3.1.1 Cefaléia em salvas episódica
crises que ocorrem de 7 dias a 1 ano,separadas por
períodos assintomáticos superiores a 1 mês.
Critérios diagnósticos
A. Crises que preencham critérios A-E – 3.1
B. Pelo menos 2 períodos de salva durando de 7 a 365
dias e separados por períodos livres de dor
superiores a 30 dias
NOTA- os períodos de salva geralmente duram de 2
semanas a 3 meses
Cefaléia em salvas
3.1.2 Cefaléia em salvas crônica
crises que ocorrem por mais de 1 ano sem remissão
ou com remissão durando menos de 30 dias
Critérios diagnósticos
A. Crises que preencham critérios A-E
B. crises que ocorrem por mais de 1 ano sem
remissão ou com remissão durando menos de 30
dias
COMENTÁRIOS: os surtos podem se iniciar primariamente
crônicos ou evoluirem de uma forma episódica
Cefaléia em salvas
 10 A 15% FICAM SEM RESPOSTA AO TRATAMENTO.
 5% APRESENTAM UMA HERANÇA AUTOSSÔMICA
DOMINANTE.
 27% DOS PACIENTES PODEM APRESENTAR APENAS UM
SURTO NA VIDA.
 DESENCADEANTES DE CRISES: INGESTÃO DE ÁLCOOL ,
HISTAMINA E NITROGLICERINA.
 PACIENTES SÃO GERALMENTE TABAGISTAS E ETILISTAS
PESADOS. (FACIES LEONINO)
 DEMORA NO DIAGNÓSTICO:
 1.960 CERCA DE 22 ANOS
 1.990 CERCA DE 2,2 ANOS
Cefaléia em salvas - fisiopatologia
 As crises envolvem ativação da subst. Cinzenta do
hipotálamo posterior
• Ativação do sistema trigeminovascular com aumento de
CGRP
• Aumento da atividade parassimpática reflexa craniana com
aumento do VIP
• Neuropeptídeo Y e Subst. P – não se alteram
• Arco reflexo (tronco cerebral):
– aferência : V nervo
– eferência: VII nervo
• O2 e sumatriptano SC – normalizam CGRP
• Opióide – melhora a dor e não bloqueia atividade Sist.
trigeminovascular
Cefaléia em salvas
TRATAMENTO DA CRISE


•
•
•

•

SUMATRIPTANO INJETÁVEL – 6 MG SC
SUMATRIPTANO SPRAY NASAL – 20MG
DIHIDROERGOTAMINA SPRAY NASAL
TARTARATO DE ERGOTAMINA SUB LINGUAL – 2 MG
LIDOCAÍNA 4% GOTAS NASAIS.
INALAÇÃO DE OXIGÊNIO PURO.
METILPREDINISOLONA EV – 250 MG POR 3 DIAS?
Cefaléia em salvas
TRATAMENTO PROFILÁTICO
 VERAPAMIL 120 A 480 MG AO DIA ( ATÉ 900 MG).
 PREDNISONA 40 A 80 MG/DIA.
 MALEATO DE METISERGIDA - 3 A 8 MG /DIA.
•
•
•

TARTARATO DE ERGOTAMINA ?
TRIPTANO COM MEIA VIDA LONGA?
VALPROATO DE SÓDIO – 500 A 2000 MG/DIA

•
•
•
•
•
•

TOPIRAMATO – 25 A 200 MG/DIA
MELATONINA – 3 A 9 MG/DIA??
BLOQUEIO DO NERVO OCCIPITAL MAIOR?
RIZOTOMIA TRIGEMINAL POR RADIOFREQUENCIA.
GAMMA KINIFE ?
ESTIMULAÇÃO ESTEREOTÁTICA HIPOTALÂMICA?

 CARBONATO DE LÍTIO – 300 A 900 MG/DIA
Diagnóstico diferencial das cefaléias primárias
Característica
Clínica

Enxaqueca

Cefaléia
salvas

em

Cefaléia
tensional

tipo

História familiar

Sim

Não?

Sim

Sexo

Mais em mulheres

mais em homens

Mais em mulheres

Início

Variável

sono

Sob stress

Localização

Geralmente
unilateral (adultos)

atrás do olho ou
periorbitária

Bilateral (80-90%), faixa
em volta da cabeça

Qualidade

Pulsátil ,intensidade

Excruciante / aguda /
constante
forte

Incômoda / persistente
pressão / aperto
fraca a moderada

15–180 min/ crise
1–8 crises / dia
3–16 semanas
1–2 episódios / ano

30 min a 7 dias
3–4 crises / semana
a 1–2 crises / ano

moderada a forte

freqüência e

4–72 hs / crise,

duração
Sintomas
associados

Aura visual
Fonofobia
Fotofobia
Palidez
Náusea / vômito
Afasia

Sudorese
Rubor facial
Congestão nasal
Ptose
Lacrimejamento
Mudanças pupilares

Fotofobia leve
Fonofobia leve
Anorexia

Dubose et al (1995); Goadsby (1999); Marks e Rapoport (1997)
4.Outras cefaléias primárias
•
•
•
•

Cefaléia primária em facada
Cefaléia primária da tosse
Cefaléia primária do esforço físico
Cefaléia primária associada à atividade
sexual
Cefaléia hípnica
• Cefaléia trovoada primária
• Hemicrania contínua
• Cefaléia persistente e diária desde o início
Classificação Internacional das Cefaléias 2a edição, 2004
Cefaléia e Sono
Cefaléia Hípnica
cefaléia que aparece durante o sono e desperta o
paciente. Ocorre mais de 15 vezes no mês,com
duração média entre 15 e 30 minutos após o
despertar. A intensidade é fraca ou moderada e
de localização bilateral. Geralmente se inicia após
os 50 anos de idade.Há ausência de sinais
autonômicos. Pode ser acompanhada de naúsea
ou fotofobia ou fonofobia.Boa resposta ao
carbonato de lítio e cafeína.
13.Neuralgias cranianas e
causas centrais de dor facial
13.1 Neuralgia clássica do trigêmeo
13.2 Neuralgia sintomática do
trigêmeo

13.18.4
Dor
idiopática

facial

persistente
NEURALGIA TRIGEMINAL
“ Transtorno unilateral, paroxístico, caracterizado por

dores de curta duração, referidas como em choque
ou descarga elétrica,com duração de segundos, que
se repetem incontáveis vezes durante um mesmo
dia e se restringem a uma ou mais divisões do
nervo trigêmeo.”

 início após 40 anos de idade
 sexo feminino
 Zonas de gatilho
 Causas ?
 Tratamento : Clínico/ Cirúrgico
13.18.4 dor facial persistente
idiopática

Descrição: dor facial persistente sem as
características das neuralgias cranianas
descritas e não atribuída a outro transtorno
dor facial persistente idiopática
Critérios diagnósticos
A. Dor na face, presente diariamente e persistindo
a maior parte do dia, preenchendo os critérios
BeC
B. A dor é restrita, no início, a uma área limitada
de uma hemiface e é profunda e mal localizada
C. A dor não está associada a perda sensitiva ou a
outros sinais físicos
D. Investigação complementar, sem anormalidade
relevante
dor facial persistente idiopática
Cefaléias secundárias
Cefaléias Secundárias
Conceito:
cefaléia à qual consegue-se atribuir
causa orgânica com alteração do exame
neurológico
e/ou
exames
complementares. O alívio dos sintomas
depende diretamente da compensação
do fator causal.
Grandes Grupos
•
•
•
•
•

Anormalidades Vasculares Cranianas
Distúrbios Intracranianos não Vasculares
Anormalidades sistêmicas
Distúrbios de nervos cranianos
Distúrbios de outras estruturas cranianas
Anormalidades Vasculares Cranianas
• Hipertensão arterial
• AVE
• Malformação vascular
Distúrbios
Vasculares

Intra-cranianos

Infecções intracranianas
• Meningite aguda
• Neurotuberculose
• Abscessos

não
Distúrbios Intra-cranianos não Vasculares
• Infecções peculiares aos pacientes
imunodeprimidos, em especial HIV
positivos
Neurotoxoplasmose
Neurocriptococose
Neurotuberculose

(criptococoma)
Anormalidades sistêmicas
• Infecção sistêmica
• Distúrbio metabólico
 Hipóxia / Apnéia do sono
 Hipercapnia
 Hipoglicemia
 Diálise
Anormalidades sistêmicas
• Induzidas
por
substâncias,
exposição e abstinência

 Álcool
 Anfotericina/ Fluconazol
 Cimetidina/ Ranitidina
 Diclofenaco
 Opiáceos/ Barbitúricos
 Nifedipina
 Verapamil
 Ergotamina
 Estrogênio
Distúrbios de nervos cranianos
• Neuralgia do trigêmio
• Herpes-Zoster
Distúrbios
cranianas
 Sinusite
 Glaucoma
 Dor dentária

de

outras

estruturas
Investigação
Investigação
- Sinais de alerta presentes?
1. Início súbito ou durante esforço
2. Anormalidade ao exame neurológico ou
estado mental
3. Idade maior que 50 anos
4. Piora durante o período de observação
5. Alteração dos sinais vitais - febre
6. Cefaléia inicial em portadores de câncer ou
HIV
7. Primeira e pior cefaléia da vida
Sinais de Alerta e Diagnóstico Diferencial
Achado Clínico

Diagnóstico Diferencial

Conduta Diagnóstica

Cefaléia de início >50a

Arterite Temporal, Lesão
expansiva

VHS, Neuroimagem

Cefaléia de início súbito

AVEh, lesão expansiva

Neuroimagem e LCR

Cefaléia com Aumento da
frequência e intensidade

Lesão expansiva, hematoma
subdural, medicamentos em
excesso

Neuroimagem e screening
farmacológico

Início de cefaléia em pacientes
HIV/Imunodep e neoplásicos

Meningite, Abscessos,
Toxoplasmose, Metástases

Neuroimagem e LCR

Cefaléia com sinais de
doenças sistêmicas

Meningites, encefalites,
infecções sistêmicas e
colagenoses

Neuroimagem, LCR e
Sorologia

Sinais neurológicos focais ou
sinais de doença neurológica

Lesão expansiva, MAV, AVE,
Vasculite, Aneurismas

Neuroimagem, LCR

Papiledema

Lesão expansiva, Pseudotumor
cerebri e Meningite

Neuroimagem, LCR

Cefaléia pós TCE

Hemorragia, Hematoma,
Cefaléia pós-traumática

Neuroimagem
Investigação – Cefaléia Primária
Critérios de cefaléia
primária?

sim

não

Sinais de alerta
presentes?

Investigar

sim

não

investigar

Analgesia
Crise de enxaqueca
Repouso

Náuseas e/ou vômitos proeminentes

Não

Sim

Crise curta
Sim

Metroclopramida
Não

Sem melhora

Intensidade da crise
Fraca

Moderada

Forte

Analgésicos
Aines
Sem melhora
Específicos
Cefaléias Primárias: Aspectos Clínicos e Trapêuticos

Não específicos
Específicos
Sem melhora
Clorpromazina
Dexametasona
Cefaléias Trigêmino-Autonômicas
• Hemicrânia Paroxística
– Dor unilateral intensa, supra-orbital ou temporal.
– Duração: 2-30min.
– Hiperemia conjuntival, congestão nasal, edema
palpebral, miose e ptose, rinorréia, sudorese
ipsilateral.
– Mínimo: 5 crises/dia.
– Critério diagnóstico = TTO: Indometacina
150mg/dia VO ou Retal ou 100mg/dia IV.
Cefaléias Trigêmino-Autonômicas
• Hemicrânia Contínua
– Cefaléia estritamente unilateral, diária e contínua,
sem intervalos de dor por mais de 3 meses.
– Intensidade variada com períodos de piora.
– Hiperemia conjuntival com ou sem lacrimejamento.
– Congestão nasal com ou sem rinorréia.
– Ptose ou miose.
Cefaléias Trigêmino-Autonômicas
• SUNCT (Short-Lasting Unilateral Neuralgiform
Headache Attacks with Conjunctival Injection and
Tearing).
– Doença raríssima.
– Múltiplas crises diárias com duração 5-240
segundos.
– Frequência 3-200 crises/dia.
– Dor unilateral orbital, supra-orbital e ou temporal,
em facada ou pulsátil com intenso lacrimejamento
com injeção conjuntival.
– Envolvimento do SN Vegetativo.
Cefaléias: causas, tipos e tratamento

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Cefaléias: causas, tipos e tratamento

  • 2.
  • 3. Epidemiologia - Cefaléias • 90% dos Homens e 95% das Mulheres apresentam cefaléia por ano. • 90% dos casos são BENIGNOS. – Enxaquecas. – Cefaléia Tensional. – Cefaléia em Salvas. • 9,3% das queixas médicas. • Importante impacto negativo na qualidade de vida = INCAPACITANTES!!!
  • 4. Lancet Neurol 2008; 7: 354–61
  • 5. Lancet Neurol 2008; 7: 354–61
  • 6. Influência na Qualidade de Vida Lancet Neurol 2008; 7: 354–61
  • 7. ANAMNESE EM CEFALÉIA “A anamnese, o procedimento mais sofisticado da Medicina, é uma técnica de investigação extraordinária, em pouquíssimas outras formas de pesquisa científica o objeto observado fala.” Alvan Feinstein
  • 8. Anamnese - Cefaléia • • • • • • Identificação do paciente. Caracterização do início da cefaléia. Evolução/Mudança do padrão temporal da dor. Semiologia da dor. Comorbidades. Características pessoais.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 13. CEFALÉIAS PRIMÁRIAS 1. 2. 3. 4. ENXAQUECA COM E SEM AURA CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL CEFALÉIA EM SALVAS E OUTRAS CTas OUTRAS CEFALÉIAS PRIMÁRIAS
  • 14.
  • 16.
  • 17. Prevalência de enxaqueca: sexo e idade Mulheres Homens Prevalência da enxaqueca (%) 30 25 20 15 10 5 20 30 40 50 60 Idade (anos) Estudo americano de enxaqueca ( n=2479 pacientes ) 70 80 10 Lipton (1993)
  • 18.
  • 19. Sintomas Premonitórios Sintomas Psicológicos Sintomas Neurológicos Sintomas Gerais Depressão Fotofobia Dor Cervical Hiperatividade Dificuldade em Concentração Fissura por Alimentos Euforia Fonofobia Frio Irritabilidade Disfasia Anorexia Sonolência Hiperosmia Fadiga Cansaço Bocejos Diarréia ou Constipação Retenção de Fluidos
  • 20. CEFALÉIAS PRIMÁRIAS 1. ENXAQUECA 1.1 Enxaqueca sem aura 1.2 Enxaqueca com aura 1.3 Síndromes periódicas da criança 1.4 Enxaqueca retiniana 1.5 Complicações da enxaqueca 1.6 Provável enxaqueca
  • 21. ENXAQUECA SEM AURA Descrição: cefaléia recorrente manifestando-se em crises com duração de 4 a 72 horas ”. As características típicas da cefaléia são: - localização unilateral (60-70%) - caráter pulsátil - intensidade moderada ou forte - exacerbada por atividade física rotineira - associada a naúseas ou vômitos e/ou - foto ou fonofobia
  • 22. Enxaqueca - Alimentos 4, 5 e 10 são benéficos!!!
  • 23. Ciclo Menstrual e Enxaqueca
  • 24. Comorbidades - Enxaqueca • • • • • Ansiedade. Depressão. Transtornos Afetivos. Ideação Suicida. Dependência: – Álcool. – Nicotina. – Drogas Ilícitas.
  • 25. CEFALÉIAS PRIMÁRIAS 1.2 Enxaqueca com aura 1.2.1 aura típica com cefaléia migranosa 1.2.2 aura típica aura típica com cefaléia não migranosa 1.2.3 aura típica sem cefaléia 1.2.4 enxaqueca hemiplégica familiar 1.2.5 enxaqueca hemiplégica esporádica 1.2.6 enxaqueca do tipo basilar
  • 26. ENXAQUECA COM AURA Descrição transtorno recorrente que se manifesta na forma de crises de sintomas neurológicos focais reversíveis que geralmente se desenvolvem gradualmente em 5 a 20 minutos e que duram menos de 60 minutos. Uma cefaléia com características de “enxaqueca sem aura” geralmente sucede os sintomas da aura. Entretanto a cefaléia pode estar ausente. Enxaqueca com aura são MENOS comuns!!!
  • 27.
  • 28. Características Clínicas da Enxaqueca Normal Normal Cefaléia Vômito Apetite Intolerância alimentar Apetite Vigília/Sono Vigília/Sono Tolerância à luz Tolerância à luz Emoções Barulho Alteradas Odor Odor Balanço hídrico Normal Barulho Diurese I II Pródromos Aura III Cefaléia IV resolução Balanço hídrico V Após a cefaléia Normal Blau (1992)
  • 29. CEFALÉIAS PRIMÁRIAS 1.5 Complicações da enxaqueca 1.5.1 1.5.2 1.5.3 1.5.4 1.5.5 Enxaqueca crônica (>15dias/mês + 3 meses) Estado migranoso (>72h de crise) Aura persistente sem infarto Infarto migranoso Crise epiléptica desencadeada por enxaqueca
  • 30. Fisiopatologia da enxaqueca Sinopse • A enxaqueca é uma doença hereditária do sistema nervoso central (SNC). • Vítimas de enxaqueca têm o cérebro hiperexcitável. • Vítimas de enxaqueca têm o cérebro com dificuldade de inibição. •A enxaqueca como doença dismodulatória.
  • 31. Fisiopatologia da enxaqueca Fluxo sangüíneo nas fases da aura e da cefaléia CBF=cerebral blood flow. Laurizen M. Brain. 1994;118:199-210.
  • 32. Fisiopatologia da enxaqueca O fundamento genético  Canal de Cálcio++ do tipo P/Q.  Pré-sináptico.  Voltagem-dependente.  Córtex occipital.  Núcleo caudal trigeminal.  Vínculo com o cromossomo 19.  Bomba de sódio/potássio e ATP.  Vínculo com o cromossomo 1. Figura cortesia do AHS Ambassadors Program. Obhoff et al. Cell. 1996;87:543-552. De Fusco M et al. Nat Genet. 2003;33:192-196
  • 33. Fisiopatologia da enxaqueca Córtex hiperexcitável Vítimas de enxaqueca têm limiar mais baixo de excitação do córtex occipital do que controles. Provavelmente devido a:  Hiperatividade da neurotransmissão excitatória. - Canais de sódio+, cálcio++, glutamato.  Menor atividade da neurotransmissão inibitória. - GABA.  Componente genético: - Canal de cálcio do tipo P/Q, ATPase Sódio+/Potássio+. - Defeitos mitocondriais. GABA = ácido gama-aminobutírico. Aurora SK et al. Neurology. 1998;50:1111-1114.
  • 34. Fisiopatologia da enxaqueca Imagem da depressão alastrante cortical (DAC) Hadjikhani N et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2001;98:4687-4692.
  • 35. Fisiopatologia da enxaqueca Depressão alastrante cortical: características • Uma onda de oligoemia se inicia no córtex occipital e alastra-se a uma velocidade de 2 a 3 mm/min. – Inicia-se com a aura e persiste durante horas após o início da cefaléia. – As alterações no FSC, não seguem distribuição de qualquer território arterial cerebral. – Compatível com evento neuronal primário que produz alterações vasculares secundárias. James MF et al. J Physiol. 1999;519:415-425.
  • 36. Fisiopatologia da enxaqueca Envolvimento do tronco encefálico na enxaqueca • Núcleos aminérgicos do tronco encefálico podem modificar o processamento da dor trigeminal. • A PET comprova a ativação do tronco encefálico em ataques espontâneos de enxaqueca. • A ativação do tronco encefálico persiste após o tratamento bem-sucedido da cefaléia. • Tronco encefálico: gerador ou modulador? PET = tomografia por emissão de pósitrons. Weiller C et al. Nat Med. 1995;1:658-660.
  • 38. Fisiopatologia da enxaqueca Mecanismos propostos para a enxaqueca Atividade anormal cortical Funcionamento anormal do tronco encefálico Cérebro hiperexcitável (Ca++, Glu, Mg++) Depressão Alastrante no Córtex Excitação tronco encefálico, etc. Ativação/Sensibilização do sistema trigêminovascular do SCP Cefaléia Vasodilatação Inflamação neurogênica Sensibilização Central Adaptado de Pietrobon D, Striessnig J. Nat Rev Neurosci. 2003;4:386-398.
  • 40.
  • 41. NO
  • 42.
  • 43.
  • 44. The "pre-sensitization" of the Trigeminal Sensory Nucleus
  • 47. INHIBITION OF NOXIOUS SENSORY ACTIVITY (resulting in reduction of migraine attacks)
  • 48. Enxaqueca - tratamento Enxaqueca :Tratamento Profilático Quando ? Quando ?
  • 49. Enxaqueca: tratamento “Todo mundo é capaz de suportar uma dor, com exceção de quem a sente ”. W. SHAKESPEARE
  • 50. Enxaqueca :Tratamento Profilático 1. 2. 3. 4. 5. 6. MAIS DE 2 CRISES/MÊS CONSIDERAR COMORBIDADES MONOTERAPIA ESCALONAMENTO DA DOSE TEMPO MÍNIMO P/ EFICÁCIA POR PELO MENOS 6 MESES
  • 51. Tratamento Não-Farmacológico • • • • • • • • Exercícios físicos regulares. Dieta adequada. Manutenção adequada do sono. Estresse. Biofeedback, Ioga, Meditação e Relaxamento. Psicoterapia e Fisioterapia. Evitar álcool. Evitar jejum prolongado / hipoglicemias.
  • 52. Tratamento da Crise Fraca Droga Dose/Posologia Dose Máxima/Dia Ácido Acetilsalicílico 1000mg VO; repetir 2-4h s/n 3g Paracetamol 1000mg VO; repetir 2-4h s/n 3g Naproxeno Sódico 750-1250mg VO; repetir 2-4h 1650mg Ibuprofeno 800-1200mg VO; repetir 2-4h 1600mg Diclofenaco de Sódio 50-100mg VO; repetir 2-4h 200mg Ácido Tolfenâmico 200-400mg VO; repetir 2-4h 600mg Dipirona 500mg VO; repetir 2-4h 2g Clonixinato de Lisina 250mg VO; repetir 2-4h 500mg Todas podemos associar com Metoclopramida 20mg VO ou Domperidona 20mg VO Outra Opção: Isometepteno 65mg + Cafeína 100mg + Dipirona 300mg VO
  • 53. Tratamento da Crise Moderada Droga Dose/Posologia Dose Máxima/Dia Ácido Acetilsalicílico 1000mg VO; repetir 2-4h s/n 3g Ácido Tolfenâmico 200-400mg VO; repetir 2-4h 600mg Clonixinato de Lisina 250mg VO; repetir 2-4h 500mg Tartarato de Ergotamina 1-2mg VO; repetir 1-2h 4mg Mesilato de Diidroergotamina 0,5mg em cada narina; repetir 15min após s/n 2mg Sumatriptano 50-100mg VO; 20mg IN; repetir 200mg Naratriptano 2,5mg VO; repetir s/n 5mg Zolmitriptano 2,5-5mg VO; repetir s/n 7,5mg Rizatriptano 5-10mg VO; 10mg disco dispersível sobre a língua 20mg Triptanos Em caso de recorrência: associar Naproxeno 550mg VO Ou ácido tolfenâmico 200mg VO
  • 54. Tratamento da Crise Forte Droga Dose/Posologia Dose Máxima/Dia Dipirona 1g IV diluído em SF 0,9% 2g Clonixinato de Lisina 200mg IV diluído em 20mL SF 0,9% 500mg Sumatriptano 6mg SC, 20mg IN ou 50-100mg VO Rizatriptano 5-10mg VO; 10mg em disco dispersível sobre a língua Zolmitriptano 2,5-5mg VO Indometacina 100mg IR; repetir 1h após s/n Clorpromazina 0,1-0,7mg/Kg IM ou IV diluído em SF 0,9%; repetir até 3x/24h Dexametasona (????) 4mg IV; repetir 12-24h s/n Triptanos Recorrências: associar naproxeno 550mg VO ou 200mg Ácido Tolfenâmico 200mg VO
  • 55. Locais de Ação dos Triptanos
  • 56. Cefaléias Primárias 2. Cefaléia tipo tensional 2.1 CTT episódica infreqüente (<1/mês) 2.2 CTT episódica freqüente (>1 e <15/mês) 2.3 CTT crônica ( >15 dias/mês) 2.4 provável cefaléia tipo tensional Obs: associada ou não a dolorimento pericranianno
  • 57. Cefaléia Tipo Tensional Descrição episódios de dor de freqüência variável,com duração de minutos a dias. A dor é tipicamente bilateral, descrita como“em pressão” ou “em aperto”, de intensidade leve a moderada, não piorando com a atividade física rotineira. Não há naúsea, mas fotofobia ou fonofobia podem estar presentes.
  • 58. Cefaléia tipo tensional- crônica descrição Cefaléia que ocorre em número igual ou maior 15 dias ao mês, durante pelo menos 3 meses. Geralmente descrita com caráter em pressão ou aperto, de fraca a moderada intensidade, de localização bilateral e que não piora com atividade física.
  • 59. CEFALÉIAS PRIMÁRIAS 3. Cefaléia em salvas e outras cefaléias trigeminoautônomicas 3.1 Cefaléia em salvas 3.1.1 CS episódica 3.1.2 CS crônica 3.2 Hemicrânia paroxística 3.2.1 HP episódica 3.2.2 HP crônica 3.3 SUNCT 3.4 Provável cefaléia trigeminoautônomica
  • 60. Cefaléia em salvas • • • • • • baixa prevalência - 0,4 a 1% relação H/M – 6:1 primeiros surtos entre 20 e 40 anos pico de dor entre 2 a 15 minutos 10 a 20 % referem pontadas no globo ocular surtos podem trocar de lado em 15% dos pacientes e podem ter início sempre no mesmo horário • 50% pacientes despertam pela dor ( primeira fase sono REM).
  • 61. Cefaléia em salvas A – 5 crises + B a D B – unilateral, facada, intensa, orbitária, supra-orbitária e/ou temporal, 15 a 180 minutos (noturnos) C – 1 sintoma ipsilateral: hiperemia conjuntival/ lacrimejamento, congestão nasal/rinorréia, sudorese fronte e face, miose/ptose, edema palpebral, inquietude/agitação D – 1 crise a cada 2 dias a 8 crises/dia E – não atribuída a outro transtorno SINONÍMIA: NEURALGIA CILIAR, ERITROPROSAPALGIA DE BING, ERITRO-MELALGIA DA CABEÇA, CEFALÉIA HISTAMÍNICA, CEFALÉIA DE HORTON, ETC...
  • 63. Cefaléia em salvas 3.1.1 Cefaléia em salvas episódica crises que ocorrem de 7 dias a 1 ano,separadas por períodos assintomáticos superiores a 1 mês. Critérios diagnósticos A. Crises que preencham critérios A-E – 3.1 B. Pelo menos 2 períodos de salva durando de 7 a 365 dias e separados por períodos livres de dor superiores a 30 dias NOTA- os períodos de salva geralmente duram de 2 semanas a 3 meses
  • 64. Cefaléia em salvas 3.1.2 Cefaléia em salvas crônica crises que ocorrem por mais de 1 ano sem remissão ou com remissão durando menos de 30 dias Critérios diagnósticos A. Crises que preencham critérios A-E B. crises que ocorrem por mais de 1 ano sem remissão ou com remissão durando menos de 30 dias COMENTÁRIOS: os surtos podem se iniciar primariamente crônicos ou evoluirem de uma forma episódica
  • 65. Cefaléia em salvas  10 A 15% FICAM SEM RESPOSTA AO TRATAMENTO.  5% APRESENTAM UMA HERANÇA AUTOSSÔMICA DOMINANTE.  27% DOS PACIENTES PODEM APRESENTAR APENAS UM SURTO NA VIDA.  DESENCADEANTES DE CRISES: INGESTÃO DE ÁLCOOL , HISTAMINA E NITROGLICERINA.  PACIENTES SÃO GERALMENTE TABAGISTAS E ETILISTAS PESADOS. (FACIES LEONINO)  DEMORA NO DIAGNÓSTICO:  1.960 CERCA DE 22 ANOS  1.990 CERCA DE 2,2 ANOS
  • 66.
  • 67. Cefaléia em salvas - fisiopatologia  As crises envolvem ativação da subst. Cinzenta do hipotálamo posterior • Ativação do sistema trigeminovascular com aumento de CGRP • Aumento da atividade parassimpática reflexa craniana com aumento do VIP • Neuropeptídeo Y e Subst. P – não se alteram • Arco reflexo (tronco cerebral): – aferência : V nervo – eferência: VII nervo • O2 e sumatriptano SC – normalizam CGRP • Opióide – melhora a dor e não bloqueia atividade Sist. trigeminovascular
  • 68. Cefaléia em salvas TRATAMENTO DA CRISE   • • •  • SUMATRIPTANO INJETÁVEL – 6 MG SC SUMATRIPTANO SPRAY NASAL – 20MG DIHIDROERGOTAMINA SPRAY NASAL TARTARATO DE ERGOTAMINA SUB LINGUAL – 2 MG LIDOCAÍNA 4% GOTAS NASAIS. INALAÇÃO DE OXIGÊNIO PURO. METILPREDINISOLONA EV – 250 MG POR 3 DIAS?
  • 69. Cefaléia em salvas TRATAMENTO PROFILÁTICO  VERAPAMIL 120 A 480 MG AO DIA ( ATÉ 900 MG).  PREDNISONA 40 A 80 MG/DIA.  MALEATO DE METISERGIDA - 3 A 8 MG /DIA. • • • TARTARATO DE ERGOTAMINA ? TRIPTANO COM MEIA VIDA LONGA? VALPROATO DE SÓDIO – 500 A 2000 MG/DIA • • • • • • TOPIRAMATO – 25 A 200 MG/DIA MELATONINA – 3 A 9 MG/DIA?? BLOQUEIO DO NERVO OCCIPITAL MAIOR? RIZOTOMIA TRIGEMINAL POR RADIOFREQUENCIA. GAMMA KINIFE ? ESTIMULAÇÃO ESTEREOTÁTICA HIPOTALÂMICA?  CARBONATO DE LÍTIO – 300 A 900 MG/DIA
  • 70. Diagnóstico diferencial das cefaléias primárias Característica Clínica Enxaqueca Cefaléia salvas em Cefaléia tensional tipo História familiar Sim Não? Sim Sexo Mais em mulheres mais em homens Mais em mulheres Início Variável sono Sob stress Localização Geralmente unilateral (adultos) atrás do olho ou periorbitária Bilateral (80-90%), faixa em volta da cabeça Qualidade Pulsátil ,intensidade Excruciante / aguda / constante forte Incômoda / persistente pressão / aperto fraca a moderada 15–180 min/ crise 1–8 crises / dia 3–16 semanas 1–2 episódios / ano 30 min a 7 dias 3–4 crises / semana a 1–2 crises / ano moderada a forte freqüência e 4–72 hs / crise, duração Sintomas associados Aura visual Fonofobia Fotofobia Palidez Náusea / vômito Afasia Sudorese Rubor facial Congestão nasal Ptose Lacrimejamento Mudanças pupilares Fotofobia leve Fonofobia leve Anorexia Dubose et al (1995); Goadsby (1999); Marks e Rapoport (1997)
  • 71. 4.Outras cefaléias primárias • • • • Cefaléia primária em facada Cefaléia primária da tosse Cefaléia primária do esforço físico Cefaléia primária associada à atividade sexual Cefaléia hípnica • Cefaléia trovoada primária • Hemicrania contínua • Cefaléia persistente e diária desde o início Classificação Internacional das Cefaléias 2a edição, 2004
  • 72. Cefaléia e Sono Cefaléia Hípnica cefaléia que aparece durante o sono e desperta o paciente. Ocorre mais de 15 vezes no mês,com duração média entre 15 e 30 minutos após o despertar. A intensidade é fraca ou moderada e de localização bilateral. Geralmente se inicia após os 50 anos de idade.Há ausência de sinais autonômicos. Pode ser acompanhada de naúsea ou fotofobia ou fonofobia.Boa resposta ao carbonato de lítio e cafeína.
  • 73. 13.Neuralgias cranianas e causas centrais de dor facial 13.1 Neuralgia clássica do trigêmeo 13.2 Neuralgia sintomática do trigêmeo 13.18.4 Dor idiopática facial persistente
  • 74.
  • 75. NEURALGIA TRIGEMINAL “ Transtorno unilateral, paroxístico, caracterizado por dores de curta duração, referidas como em choque ou descarga elétrica,com duração de segundos, que se repetem incontáveis vezes durante um mesmo dia e se restringem a uma ou mais divisões do nervo trigêmeo.”  início após 40 anos de idade  sexo feminino  Zonas de gatilho  Causas ?  Tratamento : Clínico/ Cirúrgico
  • 76. 13.18.4 dor facial persistente idiopática Descrição: dor facial persistente sem as características das neuralgias cranianas descritas e não atribuída a outro transtorno
  • 77. dor facial persistente idiopática Critérios diagnósticos A. Dor na face, presente diariamente e persistindo a maior parte do dia, preenchendo os critérios BeC B. A dor é restrita, no início, a uma área limitada de uma hemiface e é profunda e mal localizada C. A dor não está associada a perda sensitiva ou a outros sinais físicos D. Investigação complementar, sem anormalidade relevante
  • 78. dor facial persistente idiopática
  • 80. Cefaléias Secundárias Conceito: cefaléia à qual consegue-se atribuir causa orgânica com alteração do exame neurológico e/ou exames complementares. O alívio dos sintomas depende diretamente da compensação do fator causal.
  • 81. Grandes Grupos • • • • • Anormalidades Vasculares Cranianas Distúrbios Intracranianos não Vasculares Anormalidades sistêmicas Distúrbios de nervos cranianos Distúrbios de outras estruturas cranianas
  • 82. Anormalidades Vasculares Cranianas • Hipertensão arterial • AVE • Malformação vascular
  • 84. Distúrbios Intra-cranianos não Vasculares • Infecções peculiares aos pacientes imunodeprimidos, em especial HIV positivos Neurotoxoplasmose Neurocriptococose Neurotuberculose (criptococoma)
  • 85. Anormalidades sistêmicas • Infecção sistêmica • Distúrbio metabólico  Hipóxia / Apnéia do sono  Hipercapnia  Hipoglicemia  Diálise
  • 86. Anormalidades sistêmicas • Induzidas por substâncias, exposição e abstinência  Álcool  Anfotericina/ Fluconazol  Cimetidina/ Ranitidina  Diclofenaco  Opiáceos/ Barbitúricos  Nifedipina  Verapamil  Ergotamina  Estrogênio
  • 87. Distúrbios de nervos cranianos • Neuralgia do trigêmio • Herpes-Zoster
  • 88. Distúrbios cranianas  Sinusite  Glaucoma  Dor dentária de outras estruturas
  • 90. Investigação - Sinais de alerta presentes? 1. Início súbito ou durante esforço 2. Anormalidade ao exame neurológico ou estado mental 3. Idade maior que 50 anos 4. Piora durante o período de observação 5. Alteração dos sinais vitais - febre 6. Cefaléia inicial em portadores de câncer ou HIV 7. Primeira e pior cefaléia da vida
  • 91. Sinais de Alerta e Diagnóstico Diferencial Achado Clínico Diagnóstico Diferencial Conduta Diagnóstica Cefaléia de início >50a Arterite Temporal, Lesão expansiva VHS, Neuroimagem Cefaléia de início súbito AVEh, lesão expansiva Neuroimagem e LCR Cefaléia com Aumento da frequência e intensidade Lesão expansiva, hematoma subdural, medicamentos em excesso Neuroimagem e screening farmacológico Início de cefaléia em pacientes HIV/Imunodep e neoplásicos Meningite, Abscessos, Toxoplasmose, Metástases Neuroimagem e LCR Cefaléia com sinais de doenças sistêmicas Meningites, encefalites, infecções sistêmicas e colagenoses Neuroimagem, LCR e Sorologia Sinais neurológicos focais ou sinais de doença neurológica Lesão expansiva, MAV, AVE, Vasculite, Aneurismas Neuroimagem, LCR Papiledema Lesão expansiva, Pseudotumor cerebri e Meningite Neuroimagem, LCR Cefaléia pós TCE Hemorragia, Hematoma, Cefaléia pós-traumática Neuroimagem
  • 92. Investigação – Cefaléia Primária Critérios de cefaléia primária? sim não Sinais de alerta presentes? Investigar sim não investigar Analgesia
  • 93. Crise de enxaqueca Repouso Náuseas e/ou vômitos proeminentes Não Sim Crise curta Sim Metroclopramida Não Sem melhora Intensidade da crise Fraca Moderada Forte Analgésicos Aines Sem melhora Específicos Cefaléias Primárias: Aspectos Clínicos e Trapêuticos Não específicos Específicos Sem melhora Clorpromazina Dexametasona
  • 94. Cefaléias Trigêmino-Autonômicas • Hemicrânia Paroxística – Dor unilateral intensa, supra-orbital ou temporal. – Duração: 2-30min. – Hiperemia conjuntival, congestão nasal, edema palpebral, miose e ptose, rinorréia, sudorese ipsilateral. – Mínimo: 5 crises/dia. – Critério diagnóstico = TTO: Indometacina 150mg/dia VO ou Retal ou 100mg/dia IV.
  • 95. Cefaléias Trigêmino-Autonômicas • Hemicrânia Contínua – Cefaléia estritamente unilateral, diária e contínua, sem intervalos de dor por mais de 3 meses. – Intensidade variada com períodos de piora. – Hiperemia conjuntival com ou sem lacrimejamento. – Congestão nasal com ou sem rinorréia. – Ptose ou miose.
  • 96. Cefaléias Trigêmino-Autonômicas • SUNCT (Short-Lasting Unilateral Neuralgiform Headache Attacks with Conjunctival Injection and Tearing). – Doença raríssima. – Múltiplas crises diárias com duração 5-240 segundos. – Frequência 3-200 crises/dia. – Dor unilateral orbital, supra-orbital e ou temporal, em facada ou pulsátil com intenso lacrimejamento com injeção conjuntival. – Envolvimento do SN Vegetativo.