2. INTRODUÇÃO
Na área da disciplina de biologia, foi-nos proposto apresentar um trabalho sobre um dos
cinco reinos do sistema de classificação de whittaker.
A escolha do nosso grupo incidiu sobre o reino dos fungos ou reino Fungi.
Este reino é composto por cerca de 70 mil espécies de fungos, na sua grande maioria
terrestres, sendo os mesmos considerados até 1969 como vegetais.
3. CARACTERÍSTICAS DOS
FUNGOS
São eucariontes e geralmente multicelulares;
São heterotróficos por absorção e não possuem pigmentos fotossintéticos;
Podem atuar como decompositores, como parasitas, ou ainda, como simbiontes;
Os fungos multicelulares, estruturalmente, são constituídos por hifas que formam o
micélio;
A parede celular, quando existente, é constituída por quitina e não contém celulose
(exceto em alguns fungos aquáticos);
A reprodução dos fungos ocorre, na grande maioria das vezes, através de reprodução
assexuada;
Desenvolvem-se, preferencialmente, em ambientes húmidos;
4. ALIMENTAÇÃO
Os fungos não possuem clorofilas, por isso não podem realizar fotossíntese, e
consequentemente, não produzem o seu próprio alimento. Capturam os seus
alimentos, libertando uma enzima digestiva na sua superfície, a exoenzima,
que permite a digestão de moléculas orgânicas no meio ambiente, sendo a
mesma chamada de digestão extracorporal.
Os fungos também se alimentam de organismos vivos ou mortos, consoante o
seu tipo (saprófitos, parasitas ou simbiontes).
Os fungos multicelulares são compostos por hifas, redes filamentosas
ramificadas que se geram como formações tubulares a partir de esporos, e que
constituem o micélio. O mesmo, estende-se até ao alimento e absorve todos os
nutrientes necessários.
As hifas podem transformar-se para produzir estruturas celulares altamente
especializadas.
5. FUNGOS SIMBIONTES
Fig.1- Liquenes na
São fungos que estabelecem relações de simbiose com outros seres, madeira
nomeadamente seres
autotróficos (produtores). Estas relações são benéficas para ambos e permitem ao fungo
sobreviver num habitat, submetido às condições do mesmo. Sem a simbiose o fungo não
poderia resistir.
Exemplos:
Líquenes:
Os Líquenes são organismos resultantes de associações simbióticas estáveis entre um fungo
(micobionte) e pelo menos um parceiro fotossintético (fotobionte), podendo ser uma alga,
uma cianobactéria ou ambos. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas
que tinham inicialmente, passando a formar parte do corpo do líquen. Os líquenes
reproduzem-se de forma assexuada e podem viver em condições climáticas extremas.
Micorrizos
Os Micorrizos são associações simbióticas de fungos com raízes de plantas. Cerca de 90% das
grandes árvores possuem micorrizos, bem como a maioria das plantas vasculares mais
pequenas.
As plantas com micorrizos parecem ser mais resistentes que outras às alterações climáticas
(seca, frio, chuvas ácidas) e á falta de nutrientes.
6. FUNGOS PARASITAS
São fungos que retiram o seu alimento do corpo do seu hospedeiro.
Os fungos parasitas podem prejudicar gravemente o
desenvolvimento de forma saudável do seu hospedeiro.
Reproduzem-se por fragmentação, esporulação ou
gemiparidade, podendo afetar humanos, animais e plantas.
Têm hifas especializadas chamadas de haustórios.
Fig.2,3,4- Fungos parasitas nos troncos de árvores e nas folhas.
7. FUNGOS SAPRÓFITOS
São fungos que se alimentam a partir de matéria orgânica morta, tendo
assim a função de decompositores do ecossistema, obtendo os nutrientes
através de parte do micélio que cresce por cima da fonte de alimento,
originando estruturas reprodutoras. O resto do micélio desenvolve-se no
interior do substrato permitindo a sua decomposição.
Existem muitos fungos saprófitos comestíveis e venenosos.
Fig.5,6,7,8- Fungos saprófitos decompondo matéria orgânica morta
8. REPRODUÇÃO
Reprodução Assexuada
A reprodução assexuada nos fungos realiza-se de três formas diferentes: esporulação,
gemulação e fragmentação. Na esporulação são produzidos esporos por mitoses sucessivas,
e os mesmos ao caírem num local/organismo que lhe forneça as condições necessárias ao
seu desenvolvimento, originam um novo bolor (fungo). Na gemulação dá-se o crescimento de
brotos/gomos no micélio, que separada do mesmo forma uma cadeia de novas células. Por
fim, na fragmentação, o micélio sofre uma separação, dando origem a novos micélios, como
no exemplo da Penicilina.
Reprodução Sexuada
No ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, a produção de gâmetas flagelados fundemse e geram zigotos que produzem por sua vez, novos indivíduos. Nos fungos terrestres, existe
um ciclo de reprodução no qual a produção de esporos é feita por meiose. Os esporos, ao
desenvolverem-se, geram hifas haplóides e quando estas se fundem entre si geram novas
hifas diplóides, dentro das quais ocorrem novas meioses para a produção de mais esporos
meióticos. A alternância de meiose e da fusão de hifas (que se comportam como gâmetas)
caracteriza o processo de reprodução sexuada, que normalmente ocorre quando as
condições do meio não são favoráveis, contribuindo para a diversidade de Fungos.
9.
10. METABOLISMO
Os fungos são microrganismos heterotróficos e, na sua maioria, aeróbios
obrigatórios. No entanto, certas leveduras podem ser aeróbias facultativas,
desenvolvendo-se em ambientes com pouco oxigénio ou mesmo na sua ausência.
O PH e a temperatura são fatores fundamentais para o desenvolvimento dos fungos.
O crescimento vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem em condições
anaeróbias, enquanto a reprodução sexuada ocorre apenas em condições aeróbias.
Os fungos, tal como os restantes seres vivos, necessitam de água para se
desenvolverem, no entanto alguns são halofílicos, desenvolvendo-se em ambientes
com elevada concentração de sal.
Fig.15- Diversidade de fungos
11. DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS:
Pitiríase versicolor: popularmente conhecida como impingem, ou inflamação da
pele.
Micoses: Desenvolvem-se nas zonas mais húmidas do corpo (virilhas, pregas
cutâneas, pés, espaço interdigital).
Inflamações nas unhas: Conhecidas por onicomicoses ou popularmente como
unheiros.
Candidíase: doença provocada pelo fungo cândida albicans, que se desenvolve
preferencialmente na cavidade oral, unhas ou genitais (DST).
Pitiríase Versicolor
Micose no couro cabeludo
Pé-de-atleta
Fig.9.10.11,12- Doenças causadas por fungos.
Candidíase Oral
12. Curiosidades
A palavra fungo deriva do termo latino Fungus (cogumelo) e do grego
Sphongos (esponja).
A ciência que estuda os fungos é a Micologia, palavra que deriva do grego
Mykes (cogumelo) e Logos (discurso).
Antigamente , os fungos eram abrangidos no Reino Plantae.
Os exemplos mais conhecidos são o bolor de pão, o mofo, as leveduras e os
cogumelos.
Têm uma grande importância ecológica e económica.
Os fungos são semelhantes aos insetos, devido á presença de quitina.
A descoberta da Penicilina,é uma das maiores descobertas na área da
medicina, e é produzida a partir do fungo Penicillium chrysogenum (bolor do
pão).
Fig.13,14- Alexander Fleming
( cientista que descobriu a penincilina).
14. CONCLUSÃO
Os fungos, constituintes do reino Fungi, encontram-se na natureza com os mais
diversos aspetos e em grande quantidade, podendo chegar aos milhares. Por este
motivo houve necessidade de dividir o reino Fungi em vários grupos: Os fungos
saprófitos, fungos simbiontes e fungos parasitas. Os fungos podem reproduzir-se
de forma sexuada ou assexuada, consoante as condições do meio. Os fungos têm
uma elevada importância a nível ecológico, pois são responsáveis pela
decomposição da matéria orgânica em matéria inorgânica e interferem no
desenvolvimento dos ecossistemas pelas suas relações de simbiose que
estabelecem com os outros seres vivos. Contudo têm uma especificidade menos
positiva, nomeadamente por serem grandes causadores de doenças.
A pesquisa realizada para a recolha de informação e de amostras para este
trabalho permite enriquecer os nossos conhecimentos científicos e quotidianos.
Disponibiliza-se assim a informação, recorrendo-se ao uso de imagens e
observação de amostras de forma a dinamizar a apresentação do mesmo trabalho.