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Sétima Parte
Currículo Para Um Novo Curso de Geologi




           Currículo Para um Novo Curso de Geologia

	        Até o meio do século passado não existiam cursos de Geologia no Brasil. A escola de Mi-
nas e Metalurgia de Ouro Preto, hoje Universidade Federal de Ouro Preto, formava engenheiros de
minas, e estes por necessidade, foram adaptados aos serviços da Geologia especialmente para servir
às necessidades da Petrobras que dava os seus primeiros passos no caminho da pesquisa de petróleo.
A estatal do petróleo crescia e necessitava de mais técnicos para o seu serviço, e o leque na busca
da formação de geólogos foi ampliada. Vieram técnicos de outras áreas para cursos de adaptação ao
currículo geológico. Muitos engenheiros de minas e civis foram mandados aos Estados Unidos para
cursos adaptativos, e posteriormente foram trazidos os professores daquele país para fazerem escola
aqui no Brasil. Os professores americanos fizeram um grande trabalho, formando um bom número
de geólogos. Desse ponto em diante, nos anos das décadas de 50/60, os brasileiros tomaram conta da
tarefa de trabalhar e ensinar o que aprenderam com eles. Assim, pode-se dizer que a escola brasileira
de Geologia é um segmento da escola americana. Não só a Geologia, mas toda a indústria de petróleo
brasileira era um segmento da escola americana. A perfuração dos poços, os testes de formação, as
perfilagens, os cursos especializados para que pudesse dar conta da indústria do petróleo no Brasil
foram e ainda são um espelho da escola americana.
	        O problema surgiria neste ponto.
	        Mesmo aos americanos faltavam definições, faltava coerência nos discursos e os congressos
de Geologia se sucediam sem render nada (como ainda hoje não rendem) na elucidação de problemas
geológicos. Não havia explicação coerente para nenhum problema: montanhas e bacias, terremotos e
tsunamis, vulcões e petróleo eram mistérios insondáveis. Para fazer mapas eram usadas pranchetas,
alidades, barômetros, bússolas, que naquele tempo era a melhor técnica e as melhores ferramentas
que existiam para desvendar os mistérios da ciência.
	        Com tais limitações foram criados os currículos dos diversos cursos de Geologia que exis-
tem no Brasil. Aos primeiros problemas do ensino foram acrescentados muitos outros, e ele ficou
distorcido até a balbúrdia total. Os professores ensinavam o que não tinham aprendido corretamen-
te, e os novos profissionais espalhavam os erros que se amontoaram até o ponto de reconhecer-se,
formalmente, o estado caótico do ensino e da profissionalização da carreira. Em 1982 uma enquete
feita sob os auspícios da Sociedade Brasileira de Geologia1, 2 mostrava que havia descontentamento
e decepções com o curso tomado sob qualquer ponto de vista. Cinqüenta anos depois do início dos
cursos de Geologia (Pernambuco, Ouro Preto, S.Paulo e R.G. do Sul iniciaram em 1957), o quadro é
cada dia pior. As disciplinas são um delírio e o resultado prático uma decepção.
	        Ver alguns dos currículos3,4,5,6 e 7 das principais Universidades do Brasil, quando se sente a
dificuldade tanto para o ensino, como para o aprendizado desta ciência.
	        Os cursos são da mesma ciência, mas são poucas as semelhanças entre eles. Provavelmente,
depois de diplomado, um geólogo pernambucano não entenderá o seu colega carioca, e o paulista não
poderá conversar com o baiano. Um geólogo é um profissional treinado para fazer mapas das rochas
que formam a litosfera, ou seja, reduzir ao papel, a natureza das rochas no campo. Procurar minas e

                                               229
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

minerais é uma conseqüência posterior ao mapeamento.
	        Dessa forma temos três conceitos que precisam ser firmados:
         •	 Geologia é o estudo do planeta Terra, feito com o auxílio da estratigrafia.
         •	 Geólogo: profissional que estuda o globo terrestre utilizando a estratigrafia como ciência
            de execução de mapas geológicos.
         •	 Garimpeiro: profissional que procura minas e minérios, aleatoriamente, sem a necessida-
            de de mapas.
	Neste documento apresentamos uma alternativa para ser ensinada, com ênfase nos problemas
de treinamento no campo, para formar geólogos que possam falar a mesma linguagem e solucionar
problemas de economia, história geológica, e especialmente sobre problemas de energia e pesquisa
de petróleo. Observar o abandono da matemática, do desenho, e outras matérias sem relação com a
Geologia.
	        A grande novidade está no fato de ter sido identificada, em 1986, a unidade básica dos ma-
peamentos geológicos, ou seja, o objeto natural que deve ser mapeado no campo para que se possa
entender a evolução do planeta. Há um método definido para o estudo da Terra: o método estratigrá-
fico. O método somente pode ser aprendido no campo, que é o laboratório natural do geólogo. Sendo
assim, sobre a base firme da análise estratigráfica, da determinação do mecanismo genético de cada
fenômeno e do seu encadeamento com os outros, anteriores e posteriores, têm os geólogos a chave
para desvendar os segredos da Terra e a exploração das suas riquezas.
	Na base desta idéia há necessidade de repensar-se o currículo para o ensino da Geologia, de
maneira que a ciência tome uma forma essencialmente coerente e sem dificuldade para entender-se
a mesma.
	        O curso de Geologia, atualmente ensinado nas universidades, precisa ser mudado, e esta é a
nossa contribuição.
	        Seu roteiro geral tem a estrutura que segue abaixo, com a finalidade de mostrar que a Geo-
logia só pode ser entendida, completamente, se estudada como um todo, indivisível.

1 - HISTÓRIA DA CIÊNCIA GEOLÓGICA
	       1.1 - ANTIGÜIDADE: OS GRANDES PENSADORES
	       1.2 - FORMA – TAMANHO E MATÉRIA PRIMA DA TERRA
	       1.3 - POSIÇÃO DA TERRA NO SISTEMA SOLAR
	       1.4 - RENASCENÇA
	       1.5 – ASTRONOMIA
	       1.6 - O SISTEMA HELIOCÊNTRICO
	       1.7 - O TELESCÓPIO
	       1.8 - A PALEONTOLOGIA
	       1.9 - TAXIONOMIA CIENTÍFICA
	       1.10 - CITOLOGIA
	       1.11 - 0 MICROSCÓPIO
	       1.12 - A IMPRENSA
	       1.13 - SENSORES – AS IMAGENS E FOTOGRAFIAS
	       1.14 - AS LEIS DA SEDIMENTAÇÃO
	       1.15 - A FOTOSSÍNTESE

2 - O SISTEMA PLANETÁRIO
	       2.1 - GENERALIDADES
	       2.2 - MECÂNICA CELESTE
	       2.3 - RELAÇÃO SOL/TERRA

                                                  230
Currículo Para Um Novo Curso de Geologi


3 - O SOL
	       3.1 - ESTRUTURA E MECÂNICA DO SOL
	       3.2 - FUNCIONAMENTO DO SOL

4 - A TERRA
	       4.1 - ESTRUTURA ESTÁTICA
	       4.2 - DIMENSÕES E PRINCIPAIS MEDIDAS
	       4.3 - ENERGIA
	       4.4 - ORIGEM E MECANISMO DA ENERGIA INTERIOR E EXTERIOR
	       4.5 - TECTÔNICA - FUNCIONAMENTO DA ESTRUTURA DO GLOBO
                4.5.1 – DINÂMICA INTERIOR – CONVECÇÃO - FUNCIONAMENTO INTERNO
                        4.5.1.1 - CÉLULAS CONVECTIVAS: MECÂNICA DE FUNCIONAMENTO
                        4.5.1.2 - MOVIMENTOS VERTICAIS E HORIZONTAIS – VULCANISMO
                        4.5.1.3 - MONTANHAS;ABISMOS;BACIAS;ORIGEM;AMBIENTE
                        4.5.1.4 - ESTRUTURAÇÃO E COMPOSIÇÃO MINERAL DA CROSTA
                  4.5.2 – DINÂMICA EXTERIOR
                          4.5.2.1 - ATMOSFERA – MECANISMO E FUNCIONAMENTO
                          4.5.2.2 - CLIMAS – CAUSAS E EFEITOS
                          4.5.2.3 - MECANISMO E FUNCIONAMENTO DA HIDROSFERA
                          4.5.2.4 - MARÉS – ONDAS E CORRENTES – CAUSAS E EFEITOS
                 4.5.3 – MECANISMOS E FUNCIONAMENTO DA LITOSFERA
                         4.5.3.1 – EVIDÊNCIAS- CAUSAS E EFEITOS
                 4.5.4 – PRESSÃO ATMOSFÉRICA
                 4.5.5 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA ATMOSFERA

5 - MOVIMENTOS DA TERRA
	     5.1 - NO SISTEMA PLANETÁRIO
	     5.2 - NA GALÁXIA
	     5.3 - NA LITOSFERA
	     5.4 - INTERNOS

6 - TEMPO
	      6.1 - TEMPO HUMANO: UNIDADES DE TEMPO - MEDIDAS
	      6.2 - TEMPO GEOLÓGICO: FORMAÇÕES, ERAS E PERÍODOS

7 - FUNDAMENTOS DA GEOLOGIA
	      7.1 - FORMAÇÃO GEOLÓGICA
	      7.2 - LEIS DA SEDIMENTAÇÃO
	      7.3 - LEI DA SUCESSÃO FAUNAL
	      7.4 - NÍVEL DE BASE
	      7.5 - AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO
	      7.6 - UNIFORMISMO
	      7.7 - LITOLOGIA
	      7.8 - CORRELAÇÃO
	      7.9 - METAMORFISMO
	      7.10 -ESCALAS


                                     231
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

8 - PROCESSOS DE SEDIMENTAÇÃO
	      8.1 - A ATMOSFERA
	      8.2 - CICLO DA ÁGUA
	      8.3 - SOLOS
	      8.4 - SEDIMENTOS
	      8.5 - EROSÃO
	      8.6 - TRANSPORTE
	      8.7 - ESPALHAMENTO
	      8.8 - SEDIMENTAÇÃO
	      8.9 – DIAGÊNESE

9 - BACIAS DE SEDIMENTAÇÃO E PRODUTOS DA SEDIMENTAÇÃO
	      9.1 – SIGNIFICAÇÃO GEOLÓGICA

10 - A LITOSFERA – AS FORMAÇÕES GEOLÓGICAS
	       10.1 – TEMPO GEOLÓGICO

11 - TEXTURA
	      11.1 - TAMANHO
	      11.2 - ARREDONDAMENTO
	      11.3 - ESFERICIDADE
	      11.4 - COR
	      11.5 - POROSIDADE
	      11.6 – PERMEABILIDADE

12 - ESTRUTURAS
	      12.1 – INTERNAS
	      12.2 - EXTERNAS
	      12.3 – SIGNIFICAÇÃO GEOLÓGICA

13 - MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICA
	      13.1 – EM SUPERFÍCIE
              13.1.1 – O MAPEAMENTO REGIONAL
	             13.1.2 – O MAPEAMENTO DETALHADO
	      13.2 – EM SUBSUPERFÍCIE
	             13.2.1 – PERFIS ELÉTRICOS INDUTIVOS E MAGNÉTICOS
	             13.2.2 - SÍSMICA
	             13.2.3 - GRAVIMETRIA
	             13.2.4 - PALEONTOLOGIA
	             13.2.5 – PERFURAÇÃO DA CROSTA – POÇOS

14 - CÓDIGO DE NOMENCLATURA ESTRATIGRÁFICA
	      14.1 - INTRODUÇÃO
	      14.2 – O NOVO CÓDIGO
                 14.2.1 - AS FORMAÇÕES, AS ERAS E OS PERÍODOS

15 - A ENERGIA
	       15.1 – ORIGEM E EFEITOS

                                              232
Currículo Para Um Novo Curso de Geologi

	    15.2 – O CICLO DA ENERGIA
	    15.3 – ORIGEM DA VIDA
	           15.3.1 – OS FATORES VITAIS E SUA VARIAÇÃO
	           15.3.2 – A SEDIMENTAÇÃO DA ATMOSFERA - MECANISMO
	           15.3.3 – ORIGEM E FIM DAS ESPÉCIES
	    15.4 – ORIGEM DO PETRÓLEO

16 - HISTÓRIA GEOLÓGICA
	       16.1 – EVOLUÇÃO DA TERRA AO LONGO DO TEMPO
	       16.2 – EVIDÊNCIAS

17 - ASTRONOMIA; ASTROFÍSICA E GEOLOGIA - CONTESTAÇÕES
	      17.1 – SOZINHOS OU ACOMPANHADOS?
	      17.2 – O TEMPO
	      17.3 – COMBUSTÍVEL DO SOL E DAS ESTRELAS
	      17.4 – GÊNESE SEGUNDO A ASTROFÍSICA
	      17.5 – O MODELO GEOLÓGICO
	      17.6 – O TEMPO E A HUMANIDADE
	      17.7 – A INTERPRETAÇÃO GEOLÓGICA DOS FATOS
	      17.8 – CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS DA NATUREZA
	      17.9 - ESTRUTURA DA TERRA
	             17.9.1 – O NÚCLEO
	             17.9.2 – O MANTO
	             17.9.3 – A LITOSFERA
	             17.9.4 – A ATMOSFERA

18 - RECURSOS DA CROSTA TERRESTRE
	      18.1 – RECURSOS ORGÂNICOS – PETRÓLEO, CARVÃO, TURFA E FLORESTAS
	      18.2 – RECURSOS INORGÂNICOS – MINÉRIOS E MINERAIS




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Currículo Geologia ênfase mapeamento estratigráfico

  • 2. Currículo Para Um Novo Curso de Geologi Currículo Para um Novo Curso de Geologia Até o meio do século passado não existiam cursos de Geologia no Brasil. A escola de Mi- nas e Metalurgia de Ouro Preto, hoje Universidade Federal de Ouro Preto, formava engenheiros de minas, e estes por necessidade, foram adaptados aos serviços da Geologia especialmente para servir às necessidades da Petrobras que dava os seus primeiros passos no caminho da pesquisa de petróleo. A estatal do petróleo crescia e necessitava de mais técnicos para o seu serviço, e o leque na busca da formação de geólogos foi ampliada. Vieram técnicos de outras áreas para cursos de adaptação ao currículo geológico. Muitos engenheiros de minas e civis foram mandados aos Estados Unidos para cursos adaptativos, e posteriormente foram trazidos os professores daquele país para fazerem escola aqui no Brasil. Os professores americanos fizeram um grande trabalho, formando um bom número de geólogos. Desse ponto em diante, nos anos das décadas de 50/60, os brasileiros tomaram conta da tarefa de trabalhar e ensinar o que aprenderam com eles. Assim, pode-se dizer que a escola brasileira de Geologia é um segmento da escola americana. Não só a Geologia, mas toda a indústria de petróleo brasileira era um segmento da escola americana. A perfuração dos poços, os testes de formação, as perfilagens, os cursos especializados para que pudesse dar conta da indústria do petróleo no Brasil foram e ainda são um espelho da escola americana. O problema surgiria neste ponto. Mesmo aos americanos faltavam definições, faltava coerência nos discursos e os congressos de Geologia se sucediam sem render nada (como ainda hoje não rendem) na elucidação de problemas geológicos. Não havia explicação coerente para nenhum problema: montanhas e bacias, terremotos e tsunamis, vulcões e petróleo eram mistérios insondáveis. Para fazer mapas eram usadas pranchetas, alidades, barômetros, bússolas, que naquele tempo era a melhor técnica e as melhores ferramentas que existiam para desvendar os mistérios da ciência. Com tais limitações foram criados os currículos dos diversos cursos de Geologia que exis- tem no Brasil. Aos primeiros problemas do ensino foram acrescentados muitos outros, e ele ficou distorcido até a balbúrdia total. Os professores ensinavam o que não tinham aprendido corretamen- te, e os novos profissionais espalhavam os erros que se amontoaram até o ponto de reconhecer-se, formalmente, o estado caótico do ensino e da profissionalização da carreira. Em 1982 uma enquete feita sob os auspícios da Sociedade Brasileira de Geologia1, 2 mostrava que havia descontentamento e decepções com o curso tomado sob qualquer ponto de vista. Cinqüenta anos depois do início dos cursos de Geologia (Pernambuco, Ouro Preto, S.Paulo e R.G. do Sul iniciaram em 1957), o quadro é cada dia pior. As disciplinas são um delírio e o resultado prático uma decepção. Ver alguns dos currículos3,4,5,6 e 7 das principais Universidades do Brasil, quando se sente a dificuldade tanto para o ensino, como para o aprendizado desta ciência. Os cursos são da mesma ciência, mas são poucas as semelhanças entre eles. Provavelmente, depois de diplomado, um geólogo pernambucano não entenderá o seu colega carioca, e o paulista não poderá conversar com o baiano. Um geólogo é um profissional treinado para fazer mapas das rochas que formam a litosfera, ou seja, reduzir ao papel, a natureza das rochas no campo. Procurar minas e 229
  • 3. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa minerais é uma conseqüência posterior ao mapeamento. Dessa forma temos três conceitos que precisam ser firmados: • Geologia é o estudo do planeta Terra, feito com o auxílio da estratigrafia. • Geólogo: profissional que estuda o globo terrestre utilizando a estratigrafia como ciência de execução de mapas geológicos. • Garimpeiro: profissional que procura minas e minérios, aleatoriamente, sem a necessida- de de mapas. Neste documento apresentamos uma alternativa para ser ensinada, com ênfase nos problemas de treinamento no campo, para formar geólogos que possam falar a mesma linguagem e solucionar problemas de economia, história geológica, e especialmente sobre problemas de energia e pesquisa de petróleo. Observar o abandono da matemática, do desenho, e outras matérias sem relação com a Geologia. A grande novidade está no fato de ter sido identificada, em 1986, a unidade básica dos ma- peamentos geológicos, ou seja, o objeto natural que deve ser mapeado no campo para que se possa entender a evolução do planeta. Há um método definido para o estudo da Terra: o método estratigrá- fico. O método somente pode ser aprendido no campo, que é o laboratório natural do geólogo. Sendo assim, sobre a base firme da análise estratigráfica, da determinação do mecanismo genético de cada fenômeno e do seu encadeamento com os outros, anteriores e posteriores, têm os geólogos a chave para desvendar os segredos da Terra e a exploração das suas riquezas. Na base desta idéia há necessidade de repensar-se o currículo para o ensino da Geologia, de maneira que a ciência tome uma forma essencialmente coerente e sem dificuldade para entender-se a mesma. O curso de Geologia, atualmente ensinado nas universidades, precisa ser mudado, e esta é a nossa contribuição. Seu roteiro geral tem a estrutura que segue abaixo, com a finalidade de mostrar que a Geo- logia só pode ser entendida, completamente, se estudada como um todo, indivisível. 1 - HISTÓRIA DA CIÊNCIA GEOLÓGICA 1.1 - ANTIGÜIDADE: OS GRANDES PENSADORES 1.2 - FORMA – TAMANHO E MATÉRIA PRIMA DA TERRA 1.3 - POSIÇÃO DA TERRA NO SISTEMA SOLAR 1.4 - RENASCENÇA 1.5 – ASTRONOMIA 1.6 - O SISTEMA HELIOCÊNTRICO 1.7 - O TELESCÓPIO 1.8 - A PALEONTOLOGIA 1.9 - TAXIONOMIA CIENTÍFICA 1.10 - CITOLOGIA 1.11 - 0 MICROSCÓPIO 1.12 - A IMPRENSA 1.13 - SENSORES – AS IMAGENS E FOTOGRAFIAS 1.14 - AS LEIS DA SEDIMENTAÇÃO 1.15 - A FOTOSSÍNTESE 2 - O SISTEMA PLANETÁRIO 2.1 - GENERALIDADES 2.2 - MECÂNICA CELESTE 2.3 - RELAÇÃO SOL/TERRA 230
  • 4. Currículo Para Um Novo Curso de Geologi 3 - O SOL 3.1 - ESTRUTURA E MECÂNICA DO SOL 3.2 - FUNCIONAMENTO DO SOL 4 - A TERRA 4.1 - ESTRUTURA ESTÁTICA 4.2 - DIMENSÕES E PRINCIPAIS MEDIDAS 4.3 - ENERGIA 4.4 - ORIGEM E MECANISMO DA ENERGIA INTERIOR E EXTERIOR 4.5 - TECTÔNICA - FUNCIONAMENTO DA ESTRUTURA DO GLOBO 4.5.1 – DINÂMICA INTERIOR – CONVECÇÃO - FUNCIONAMENTO INTERNO 4.5.1.1 - CÉLULAS CONVECTIVAS: MECÂNICA DE FUNCIONAMENTO 4.5.1.2 - MOVIMENTOS VERTICAIS E HORIZONTAIS – VULCANISMO 4.5.1.3 - MONTANHAS;ABISMOS;BACIAS;ORIGEM;AMBIENTE 4.5.1.4 - ESTRUTURAÇÃO E COMPOSIÇÃO MINERAL DA CROSTA 4.5.2 – DINÂMICA EXTERIOR 4.5.2.1 - ATMOSFERA – MECANISMO E FUNCIONAMENTO 4.5.2.2 - CLIMAS – CAUSAS E EFEITOS 4.5.2.3 - MECANISMO E FUNCIONAMENTO DA HIDROSFERA 4.5.2.4 - MARÉS – ONDAS E CORRENTES – CAUSAS E EFEITOS 4.5.3 – MECANISMOS E FUNCIONAMENTO DA LITOSFERA 4.5.3.1 – EVIDÊNCIAS- CAUSAS E EFEITOS 4.5.4 – PRESSÃO ATMOSFÉRICA 4.5.5 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA ATMOSFERA 5 - MOVIMENTOS DA TERRA 5.1 - NO SISTEMA PLANETÁRIO 5.2 - NA GALÁXIA 5.3 - NA LITOSFERA 5.4 - INTERNOS 6 - TEMPO 6.1 - TEMPO HUMANO: UNIDADES DE TEMPO - MEDIDAS 6.2 - TEMPO GEOLÓGICO: FORMAÇÕES, ERAS E PERÍODOS 7 - FUNDAMENTOS DA GEOLOGIA 7.1 - FORMAÇÃO GEOLÓGICA 7.2 - LEIS DA SEDIMENTAÇÃO 7.3 - LEI DA SUCESSÃO FAUNAL 7.4 - NÍVEL DE BASE 7.5 - AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO 7.6 - UNIFORMISMO 7.7 - LITOLOGIA 7.8 - CORRELAÇÃO 7.9 - METAMORFISMO 7.10 -ESCALAS 231
  • 5. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa 8 - PROCESSOS DE SEDIMENTAÇÃO 8.1 - A ATMOSFERA 8.2 - CICLO DA ÁGUA 8.3 - SOLOS 8.4 - SEDIMENTOS 8.5 - EROSÃO 8.6 - TRANSPORTE 8.7 - ESPALHAMENTO 8.8 - SEDIMENTAÇÃO 8.9 – DIAGÊNESE 9 - BACIAS DE SEDIMENTAÇÃO E PRODUTOS DA SEDIMENTAÇÃO 9.1 – SIGNIFICAÇÃO GEOLÓGICA 10 - A LITOSFERA – AS FORMAÇÕES GEOLÓGICAS 10.1 – TEMPO GEOLÓGICO 11 - TEXTURA 11.1 - TAMANHO 11.2 - ARREDONDAMENTO 11.3 - ESFERICIDADE 11.4 - COR 11.5 - POROSIDADE 11.6 – PERMEABILIDADE 12 - ESTRUTURAS 12.1 – INTERNAS 12.2 - EXTERNAS 12.3 – SIGNIFICAÇÃO GEOLÓGICA 13 - MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICA 13.1 – EM SUPERFÍCIE 13.1.1 – O MAPEAMENTO REGIONAL 13.1.2 – O MAPEAMENTO DETALHADO 13.2 – EM SUBSUPERFÍCIE 13.2.1 – PERFIS ELÉTRICOS INDUTIVOS E MAGNÉTICOS 13.2.2 - SÍSMICA 13.2.3 - GRAVIMETRIA 13.2.4 - PALEONTOLOGIA 13.2.5 – PERFURAÇÃO DA CROSTA – POÇOS 14 - CÓDIGO DE NOMENCLATURA ESTRATIGRÁFICA 14.1 - INTRODUÇÃO 14.2 – O NOVO CÓDIGO 14.2.1 - AS FORMAÇÕES, AS ERAS E OS PERÍODOS 15 - A ENERGIA 15.1 – ORIGEM E EFEITOS 232
  • 6. Currículo Para Um Novo Curso de Geologi 15.2 – O CICLO DA ENERGIA 15.3 – ORIGEM DA VIDA 15.3.1 – OS FATORES VITAIS E SUA VARIAÇÃO 15.3.2 – A SEDIMENTAÇÃO DA ATMOSFERA - MECANISMO 15.3.3 – ORIGEM E FIM DAS ESPÉCIES 15.4 – ORIGEM DO PETRÓLEO 16 - HISTÓRIA GEOLÓGICA 16.1 – EVOLUÇÃO DA TERRA AO LONGO DO TEMPO 16.2 – EVIDÊNCIAS 17 - ASTRONOMIA; ASTROFÍSICA E GEOLOGIA - CONTESTAÇÕES 17.1 – SOZINHOS OU ACOMPANHADOS? 17.2 – O TEMPO 17.3 – COMBUSTÍVEL DO SOL E DAS ESTRELAS 17.4 – GÊNESE SEGUNDO A ASTROFÍSICA 17.5 – O MODELO GEOLÓGICO 17.6 – O TEMPO E A HUMANIDADE 17.7 – A INTERPRETAÇÃO GEOLÓGICA DOS FATOS 17.8 – CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS DA NATUREZA 17.9 - ESTRUTURA DA TERRA 17.9.1 – O NÚCLEO 17.9.2 – O MANTO 17.9.3 – A LITOSFERA 17.9.4 – A ATMOSFERA 18 - RECURSOS DA CROSTA TERRESTRE 18.1 – RECURSOS ORGÂNICOS – PETRÓLEO, CARVÃO, TURFA E FLORESTAS 18.2 – RECURSOS INORGÂNICOS – MINÉRIOS E MINERAIS 233