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Práticas Pedagógicas em Unidades 
de Internamento de Adolescentes 
Autores de Atos Infracionais 
Curso: Psicologia 
Matéria: Prática 
Integrativa II 
Profª.: Francielle 
Equipe: Estefânia, Fernanda, 
Jezaías, Micaella e Paulo
Introdução 
 ECA 
 Propõe a aplicação de medidas 
socioeducativas que vão da advertência à 
internação em estabelecimento socioeducativo. 
A aplicação destas medidas deverá observar: 
 Manutenção dos vínculos comunitários e sociais; 
 Privação de liberdade cabível apenas em casos 
extremos (mediante flagrante de ato infracional ou 
decisão judicial de acordo)
Introdução 
 ECA 
 Visa proporcionar ao adolescente uma condição 
especial de pessoa em desenvolvimento, 
reeducando o menor, levando a uma reflexão 
do ato infracional que cometeu e suas 
conseqüências, para que desta forma, o 
adolescente não mais cometa nenhum ato 
infracional.
Dados de Pesquisas 
 Pesquisa do Governo Federal com as 190 
instituições socioeducativas em meio 
fechado no Brasil (2003): 
 A maioria sofria com superlotação; 
 70% não tinha estrutura física adequada e 
péssimas condições de conservação e higiene;
Dados de Pesquisas 
 Estas instituições tem sido ineficazes em 
exercer seu papel socioeducativo, com altos 
índices de reincidência e refletem a 
realidade carcerária brasileira, enfatizando 
o uso da punição e castigo enquanto bases 
pedagógicas.
Dados de Pesquisas 
 Comparação entre duas instituições 
socioeducativas: 
 Atos de violência e rebeliões eram mais 
frequentes na instituição na qual predominava um 
sistema opressor-repressivo. 
 Por outro lado, na instituição na qual era adorada 
uma pedagogia voltada para o ensino de 
valores.
Dados de Pesquisas 
 Pesquisa realizada pela FEBEM de São 
Paulo, de maio de 2006, nos da uma idéia a 
nível nacional, que a maioria dos detentos 
são réus primários, tendo grande chances 
de, se devidamente trabalhados 
psicologicamente e se capacitados para 
alguma profissão, voltar ao convívio social 
com efeitos desse período de privação muito 
positivos.
Dados de Pesquisas
Dados de Pesquisas 
 Ainda na FEBEM de São Paulo, verificou-se 
que detentos possuem expectativas 
positivas quanto à liberdade, contrariando 
a visão de parte da sociedade que associam 
essas pessoas à pré-disposição para o 
crime.
Dados de Pesquisas
Contribuição da Psicologia do 
Desenvolvimento Sócio-moral 
 Obra Piagetiana 
 Fases: 
 Anomia 
 Heteronomia 
 Autonomia
Contribuição da Psicologia do 
Desenvolvimento Sócio-moral 
 Obra Piagetiana 
Fases: 
Anomia (ausência de regras/normas); 
Heteronomia (obediência irrestrita às regras 
estabelecidas por figuras de autoridade); 
Autonomia (sujeito supera a consciência de regra 
como algo exterior).
Pesquisa 
 Investigação das relações entre práticas e 
modelo pedagógicos adotados numa 
unidade socioeducativa do interior de 
Pernambuco-PE e as concepções morais 
desenvolvidas por socioeducadores e 
adolescentes daquela instituição, à luz da 
psicologia do desenvolvimento sócio-moral e 
do ECA.
Pesquisa 
 Entrevista 
 Com os funcionários sobre suas concepções de 
justiça e leis, e satisfação com seu trabalho; e 
 Com os adolescentes sobre cotidiano da 
instituição e suas concepções de justiça e leis; 
 Aplicação de um dilema moral: “prisioneiro 
foragido”. em ambos os grupos.
Resultados 
 38% dos adolescentes entrevistados eram 
reincidentes; 
Monitores se queixam da inadequação da 
estrutura física da instituição; 
 Preocupações quanto falta de capacitação 
profissional: 
 Muitos monitores são terceirizados de empresas 
de segurança pessoal e chegam à unidade 
socioeducativa capacitados para vigiar e punir.
Resultados 
 Convívio social restrito: 
 Adolescentes na maior parte do tempo 
confinados em seus alojamentos, sendo, até 
mesmo as refeições realizadas dentro das 
“celas”. 
 Apenas quatro adolescentes internados eram 
residentes na cidade da instituição.
Resultados 
 Práticas pedagógicas associadas ao cotidiano da 
instituição são marcadas por: 
 Desconfiança; 
 Abuso de poder; 
 Violência psicológica e física por parte dos agentes 
socioeducadores; 
 Normas em momento algum foram negociadas entre a 
instituição e os adolescentes,ou seja, não foi dada a 
possibilidade de estes jovens negociarem.
Discussão 
 Práticas pedagógicas coercitivas estão 
ligadas à moral heterônoma, enquanto 
práticas que consideram a cooperação, 
negociação e autonomia do sujeito têm 
sido relacionadas com o desenvolvimento de 
uma moralidade autônoma.
Discussão 
 Observou-se da pesquisa, uma maior valorização 
da manutenção da ordem social pelo 
cumprimento cego às normas do que à 
consideração da importância da justiça e das leis 
enquanto garantia de direitos; 
 Não se discute nem se vivencia a justiça nas ações 
do seu cotidiano; 
 Modelo pedagógico da instituição: baseado na 
punição, disciplina e hierarquia das relações, além 
da descrença quanto à ressocialização dos 
adolescentes (reprodução do modelo carcerário);
Discussão 
 Torna-se coerente afirmar que as práticas 
pedagógicas adotadas nessa unidade 
dificultam o desenvolvimento da moralidade 
autônoma e reforçam a perpetuação da 
heteronomia.
Discussão 
 Reproduz: 
 Violação dos direitos fundamentais dos 
adolescentes. 
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 Uma noção de leis e justiça que apenas serve 
com o propósito de vigiar e punir aqueles a quem 
deveriam garantir “todas as oportunidades e 
facilidades a fim de facultar o desenvolvimento 
físico, mental, moral, espiritual e social, em 
condições de liberdade e dignidade” (ECA,1990, Art. 3º, 
grifos nossos)
Discussão 
 As medidas socioeducativas, assim como as 
penas, possuem três características: castigo, 
prevenção e regeneração, porém essa 
regeneração não é alcançada de maneira plausível, 
motivados pelos próprios métodos utilizados dentro 
das instituições. 
 Faz-se necessário um tratamento de respeito para o 
interno em todas as medidas privativas de 
liberdade, independente de qual o crime cometido.

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Práticas pedagógicas em unidades de internamento de adolescentes autores de atos infracionais

  • 1. Práticas Pedagógicas em Unidades de Internamento de Adolescentes Autores de Atos Infracionais Curso: Psicologia Matéria: Prática Integrativa II Profª.: Francielle Equipe: Estefânia, Fernanda, Jezaías, Micaella e Paulo
  • 2. Introdução  ECA  Propõe a aplicação de medidas socioeducativas que vão da advertência à internação em estabelecimento socioeducativo. A aplicação destas medidas deverá observar:  Manutenção dos vínculos comunitários e sociais;  Privação de liberdade cabível apenas em casos extremos (mediante flagrante de ato infracional ou decisão judicial de acordo)
  • 3. Introdução  ECA  Visa proporcionar ao adolescente uma condição especial de pessoa em desenvolvimento, reeducando o menor, levando a uma reflexão do ato infracional que cometeu e suas conseqüências, para que desta forma, o adolescente não mais cometa nenhum ato infracional.
  • 4. Dados de Pesquisas  Pesquisa do Governo Federal com as 190 instituições socioeducativas em meio fechado no Brasil (2003):  A maioria sofria com superlotação;  70% não tinha estrutura física adequada e péssimas condições de conservação e higiene;
  • 5. Dados de Pesquisas  Estas instituições tem sido ineficazes em exercer seu papel socioeducativo, com altos índices de reincidência e refletem a realidade carcerária brasileira, enfatizando o uso da punição e castigo enquanto bases pedagógicas.
  • 6. Dados de Pesquisas  Comparação entre duas instituições socioeducativas:  Atos de violência e rebeliões eram mais frequentes na instituição na qual predominava um sistema opressor-repressivo.  Por outro lado, na instituição na qual era adorada uma pedagogia voltada para o ensino de valores.
  • 7. Dados de Pesquisas  Pesquisa realizada pela FEBEM de São Paulo, de maio de 2006, nos da uma idéia a nível nacional, que a maioria dos detentos são réus primários, tendo grande chances de, se devidamente trabalhados psicologicamente e se capacitados para alguma profissão, voltar ao convívio social com efeitos desse período de privação muito positivos.
  • 9. Dados de Pesquisas  Ainda na FEBEM de São Paulo, verificou-se que detentos possuem expectativas positivas quanto à liberdade, contrariando a visão de parte da sociedade que associam essas pessoas à pré-disposição para o crime.
  • 11. Contribuição da Psicologia do Desenvolvimento Sócio-moral  Obra Piagetiana  Fases:  Anomia  Heteronomia  Autonomia
  • 12. Contribuição da Psicologia do Desenvolvimento Sócio-moral  Obra Piagetiana Fases: Anomia (ausência de regras/normas); Heteronomia (obediência irrestrita às regras estabelecidas por figuras de autoridade); Autonomia (sujeito supera a consciência de regra como algo exterior).
  • 13. Pesquisa  Investigação das relações entre práticas e modelo pedagógicos adotados numa unidade socioeducativa do interior de Pernambuco-PE e as concepções morais desenvolvidas por socioeducadores e adolescentes daquela instituição, à luz da psicologia do desenvolvimento sócio-moral e do ECA.
  • 14. Pesquisa  Entrevista  Com os funcionários sobre suas concepções de justiça e leis, e satisfação com seu trabalho; e  Com os adolescentes sobre cotidiano da instituição e suas concepções de justiça e leis;  Aplicação de um dilema moral: “prisioneiro foragido”. em ambos os grupos.
  • 15. Resultados  38% dos adolescentes entrevistados eram reincidentes; Monitores se queixam da inadequação da estrutura física da instituição;  Preocupações quanto falta de capacitação profissional:  Muitos monitores são terceirizados de empresas de segurança pessoal e chegam à unidade socioeducativa capacitados para vigiar e punir.
  • 16. Resultados  Convívio social restrito:  Adolescentes na maior parte do tempo confinados em seus alojamentos, sendo, até mesmo as refeições realizadas dentro das “celas”.  Apenas quatro adolescentes internados eram residentes na cidade da instituição.
  • 17. Resultados  Práticas pedagógicas associadas ao cotidiano da instituição são marcadas por:  Desconfiança;  Abuso de poder;  Violência psicológica e física por parte dos agentes socioeducadores;  Normas em momento algum foram negociadas entre a instituição e os adolescentes,ou seja, não foi dada a possibilidade de estes jovens negociarem.
  • 18.
  • 19.
  • 20. Discussão  Práticas pedagógicas coercitivas estão ligadas à moral heterônoma, enquanto práticas que consideram a cooperação, negociação e autonomia do sujeito têm sido relacionadas com o desenvolvimento de uma moralidade autônoma.
  • 21. Discussão  Observou-se da pesquisa, uma maior valorização da manutenção da ordem social pelo cumprimento cego às normas do que à consideração da importância da justiça e das leis enquanto garantia de direitos;  Não se discute nem se vivencia a justiça nas ações do seu cotidiano;  Modelo pedagógico da instituição: baseado na punição, disciplina e hierarquia das relações, além da descrença quanto à ressocialização dos adolescentes (reprodução do modelo carcerário);
  • 22. Discussão  Torna-se coerente afirmar que as práticas pedagógicas adotadas nessa unidade dificultam o desenvolvimento da moralidade autônoma e reforçam a perpetuação da heteronomia.
  • 23. Discussão  Reproduz:  Violação dos direitos fundamentais dos adolescentes.  Perpetua:  Uma noção de leis e justiça que apenas serve com o propósito de vigiar e punir aqueles a quem deveriam garantir “todas as oportunidades e facilidades a fim de facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (ECA,1990, Art. 3º, grifos nossos)
  • 24. Discussão  As medidas socioeducativas, assim como as penas, possuem três características: castigo, prevenção e regeneração, porém essa regeneração não é alcançada de maneira plausível, motivados pelos próprios métodos utilizados dentro das instituições.  Faz-se necessário um tratamento de respeito para o interno em todas as medidas privativas de liberdade, independente de qual o crime cometido.