O poema expressa saudades do passado, quando havia mais respeito, educação e inocência. Ele sente falta de momentos simples como café com pão, beijos no portão, dizer boa noite aos pais e fazer o sinal da cruz na igreja. Também sente falta de quando a polícia era respeitada, o hino nacional cantado com orgulho e as crianças não corriam risco de doenças. Expressa ainda saudades de tempos em que os presidentes eram respeitados e a cadeia era para ladrões.
3. Ando com saudades de café com pão; De namorados dando beijinhos no portão;
4. De pedir bênção a pai e mãe (“Deus te abençoe”); Do sinal-da-cruz que fazia quando passava na frente da igreja;
5. De ver um varal cheio de roupa com cheiro apenas de sabão; De ver alguém sorrindo enquanto lava a louça com bucha vegetal;
6. De sentir respeito pela polícia; De cantar o Hino Nacional com mão no peito e lágrimas nos olhos;
7. De saber que o Zezinho, filho do porteiro, não vai morrer de dengue; E que Maria feirante poderá ter um filho médico.
8. Saudades de homens que usavam apenas o assobio como galanteio. “Fiu-fiu!”.
9. Morro de saudades do tempo em que um presidente de uma nação era o mais respeitado cidadão do país. Que cadeia era lugar só de ladrão. Acho que andaram invertendo a situação.
10. Ando com saudades de galinha de galinheiro; De macarrão feito em casa com tempero sem agrotóxico; De só poder tomar guaraná em dia de festa;
11. De homens de gravatas; De novela com final feliz; De pipoca doce de pipoqueiro;
12. De dar “Bom dia” à vizinha; De ouvir alguém dizer “Obrigado” ao motorista e ele frear devagarinho, preocupado com o passageiro.
14. Saudades do tempo em que educação não era confundida com autenticidade. Hoje, se fala o que quer em nome de uma "tal" verdade e pedir perdão virou raridade.
15. Ando com saudades de ver no céu pipas não atingidas pelo efeito estufa. Saudades das chuvas sem acidez, que não causavam aridez.
16. Saudades de poder viajar sem medo de homem-bomba, de ser recebida com pompa em outra nação. Atualmente, reina a desconfiança no coração.
17. Sinto muitas saudades do rubor das faces de minha mãe quando se falava de sexo totalmente sem nexo. Hoje, ele é tão banal que até eu banalizei.
18. Acho que a maior saudade que tenho é a saudade de tudo que acreditei. Para minha filha não poderei deixar sequer a esperança. Hoje, já não se nasce criança.
19. Texto: autor desconhecido Música: “A Saudade mata a gente”, Waldir Azevedo Formatações: Neu [email_address] DEUS TE ABENÇOE!!!