1. F O R D I S M O
O Fordismo é um sistema racional de produção em massa, que
transformou radicalmente a indústria automobilística na primeira metade do
século XX.
O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de
produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número
possível de consumidores. Desta forma, dentro deste sistema de produção,
uma esteira rolante conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis, e cada
funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não
precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de
produção. Também não era necessária utilização de mão-de-obra muito
capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa
dentro de sua etapa de produção. O Fordismo absorveu aspectos do taylorismo
que consistia em organizar a linha de montagem de cada fabrica para produzir
mais, controlando melhor as fontes de matérias-primas e de energias, os
transportes, a formação de mão-de-obra Ele adotou três princípios básicos:
1) Principio da intensificação: Diminuir o tempo de duração com o
emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida
colocação do produto no mercado.
2) Princípio de Economia: Consiste em reduzir ao mínimo o volume do
estoque da matéria-prima em transformação.
3) Princípio de Produtividade: Aumentar a capacidade
de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio
da
especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o
empresário tem maior produção.
Seu idealizador, Henry Ford, praticou à risca os projetos de
padronização e simplificação criados por Taylor e promoveu novas tecnologias
para o período histórico. Além do mais, Ford também criou o mercado de
massa para os automóveis. Seu grande objetivo era o de ter um produto muito
barato, para que todos podessem comprá-lo.
O empreendedor Henry Ford nasceu em 1863, numa fazenda em Deaborn, no
Estado norte-americano de Michigan. Quando tinha 12 anos, seu pai o levou
até Detroit, para apreciarem uma composição de trem. Disto, Ford já pensou
numa máquina com 20% das dimensões da locomotiva que havia conhecido.
Entre 1883 e 1887, Ford foi estudar na Detroit Edison Lighting Company. Neste
período, alugou uma garagem na Bagley Avenue. Enquanto vários estudiosos
discutiam em torno da idéia de se usar motor a vapor ou elétrico, Ford partiu
para experiências com motores à combustão interna, com uso de Etanol e de
Gasolina como combustíveis.
2. Em 1896, Ford finalmente inaugurou sua garagem, quando construiu
um quadriciclo de motor traseiro, de 4 cilindros, com radiador de água e com
rodas de bicicletas. Após conhecer este veículo motorizado, a Detroit
Automotive Company o contratou.
Pensando em ficar conhecido, Ford dedicou seu tempo na construção de um
automóvel de corridas. Assim, em 1901, Ford construiu o “Sweepstakes” –
automóvel com motor de dois cilindros e 8.8 L de cilindradas. Em outubro deste
mesmo ano, em sua primeira corrida, em Gross Point, Michigan, o automóvel
saiu vencedor. No ano seguinte, Ford lançou o 999, ou seja, mais um
automóvel de corridas. Esta máquina fazia 60 milhas por hora. Agora,
conhecido pelos seus “bólidos”, em 1903, o empreendedor fundou a Ford Motor
Company.
Em 1908, apresentou o famoso Modelo T – “The Universal Automobile”.
O sucesso desse automóvel foi tão grande que, num prazo de 12 meses
aproximadamente, foram vendidas 10 mil unidades. No início, com sua linha de
produção, Ford oferecia o Modelo T ao preço de US$ 850,00 e em cinco cores:
cinza, verde, vermelho, pérola e preto. E, para atrair seus potenciais
compradores, Ford anunciava: “Ford é o melhor automóvel, não porque é mais
barato, mas porque vale mais”. Com este marketing, Henry Ford passou a
vender 18 mil unidades/ano. Contudo, em 1913, esta marca chegou a 200 mil
unidades/ano. Mas o sucesso de tamanha produção e grande venda estava na
Linha de Montagem idealizada por Ford, quando esta fazia com que cada peça
chegasse ao trabalhador que tinha função específica. Aí, as peças se moviam
de “estação” em “estação de trabalho”.
Este sistema de estações, curiosamente, foi idealizado por Ford, depois
que ele tinha conhecido o trabalho dos empacotadores de carne, em Chicago,
onde os pedaços de carne se moviam em ganchos, que corriam pela Linha,
para que a carcaça do animal fosse desmontada. Assim, juntando com as
teorias do Taylorismo, Ford pensou na reversão do processo, ou seja, a Linha
de Produção para montagem de automóveis.
A partir de 1913, a produção Fordista fez com que cada automóvel fosse
montado em 93 min. Neste contexto, em 1914, Ford lançou sua mais famosa
frase: “Quanto ao meu automóvel, as pessoas podem tê-lo em qualquer cor,
desde que seja preta!”. Acontece que, para a Linha de Produção Fordista, a cor
preta é o que secava mais rápido.
No entanto, a Linha de Produção Fordista era entendiante. Com isto, por
anos, cada trabalhador estava apenas numa execução de tarefas. Mas Ford,
tomando consciência disso e para promover o entusiasmo dos trabalhadores,
em 1914 lançou o Cinco Dólares/dia; baixou de 10 horas para 8 horas/dia.
Além disso, Ford criou o Departamento Sociológico: assim, passou a
estabelecer regras de convivência para seus trabalhadores.
E, para a felicidade daqueles que apreciavam a Revolução Industrial Fordista,
3. em 1924, o Modelo T de número 10 milhões, custava US$ 290,00. Assim, com
seu baixíssimo custo, em 27 de maio de 1927, foi produzido o último Ford
Modelo T, sob nº. 15.007.003.
No Brasil, o sistema Fordismo foi adotado por grandes empresas na
década de 1940. Mas desde os anos 1920 o país já abrigava outra iniciativa de
Ford: seringais nas cidades de Fordlândia e Belterra, no Pará, que tinham
como objetivo produzir matéria-prima para a fabricação de pneus. As rígidas
regras nem sempre foram bem recebidas pelos funcionários, e parte da
infraestrutura local chegou a ser destruída. As cidades foram abandonadas na
década de 1940 por causa de pragas nas plantações e, mais adiante, devido
às experiências bem-sucedidas de produção de borracha sintética com base
em petróleo.
Na década de 1980, o Fordismo entrou em declínio com o surgimento de
um novo sistema de produção mais eficiente. O Toyotismo, surgido no Japão,
seguia um sistema enxuto de produção, aumentando a produção, reduzindo
custos e garantindo melhor qualidade e eficiência no sistema produtivo.