Esta fábula narra o diálogo entre um homem cansado e sediento que encontra abrigo embaixo de uma árvore. A árvore tenta ensinar ao homem sobre a paciência, harmonia e propósito encontrados na natureza. No final, a árvore faz o homem perceber que a verdade que ele buscava estava dentro de si o tempo todo.
2. Vinha um homem caminhando em uma
região desértica, com a cabeça exposta ao
calor escaldante do sol, coberto de
andrajos, com suas sandálias rotas,
sentindo também seus pés escaldarem na
areia quente, era um pobre andarilho.
Eis que, olhando em frente deslumbrou a
orla de uma floresta verdejante e para lá
em continente se dirigiu.
Chegando ao abrigo de uma frondosa
árvore ouviu:
3. - Pobre homem, o quanto de ti sinto pena.
E ele num misto de surpresa e revolta,
respondeu:
- Quem és tu, pobre e insignificante
criatura, para de mim sentires pena?
Ela calmamente respondeu:
- Senta-te a minha sombra, encosta tuas
costas cansadas em meu tronco, aproveita
o refrigério de minha sombra, acalma-te e
observa... Levanta a cabeça e olha minha
copa, estais vendo a claridade radiante de
nosso “Astro Rei” a incidir em minhas
folhas? Observa bem os clarões que ele
derrama entre minhas folhas sem me
violentar, aquilo que a ti castiga a mim
não prejudica, porque a carícia do vento
que balança minha copa, refrigera minha
seiva reconduzindo-a a minha raiz, mais
4. E ele em sua revolta disse:
- Cala-te inerte, não vês que com meu machado
posso destruir-te?
- Sim. Disse ela, porém somente a ti
violentarás, derruba meu tronco, ele se
deteriorará, fortificando minhas raízes, que
continuam vivas e eu estarei mais forte. Disse
que de ti tenho pena, porque de fato eu tenho,
sendo tu, privilegiado pelo nosso “Grande
Criador’, que em sua grande sabedoria deu-te a
outorga da locomoção, o da palavra articulada
para a comunicação, deu-te ainda o raciocínio e
o livre-arbitrio, tornando-te o dono de nosso
plano terreno. Diga-me pobre homem o porque
dessa caminhada em desespero, o que procuras?
- Disse ele: A verdade.
5. - A verdade? Olha esse riacho que ao meu
lado corre.
- Esse é um desesperado como eu, disse ele,
pois que está sempre correndo em
desespero.
- Engano teu, disse-lhe a árvore, a correria
é aparente porque ele tem um destino pré
determinado, vê bem, ouve o som de seu
marulho.
- É um grito de revolta, disse o homem.
6. - Engana-te novamente, no som de seu
marulho, ele canta um hino de louvor ao
nosso “grande criador”, pois que, desde sua
nascente, conduz em seu leito, folhas mortas,
flores, sementes, criaturas do meu reino que
sabiamente em suas margens vai depositando,
fortificando-as com nascimento de novas
faunas, e com sua umidade traz o abraço
fraterno de todas as minhas irmãs. Acalma-te
pobre homem, levanta tua cabeça novamente e
reflete, olha novamente minha copa, vê o
brilho do “astro rei”, a carícia do vento, a
harmonia do balançar de minhas folhas, o
cântico dos pássaros, o zumbido dos insetos,
a minha postura, embora inerte, vê bem,
reflete, pois que em meus ramos os pássaros
midificam, criam seus filhotes, de meus frutos
se alimentam em seu bojo minhas sementes
conduzem, semeando-as adiante, para que
novas árvores nasçam e novos pássaros se
7. E ele levanta-se, sai e olhando para traz diz:
- Como ousas inerte e insignificante criatura
falar-me dessa maneira?
8. E ela responde:
- Eu falei? Mais um engano teu pobre
homem, eu sou árvore, eu não falo, tudo
que ouviste está dentro de ti, vai, segue,
procura uma companheira, cria raízes,
funda teu lar, verás então que no primeiro
vagido de uma criança sentirás todas as
alegrias que nosso “grande criador” em sua
misericórdia tem me concebido.
Autoria de ANDRÉ SILVA
9. Saudade é prolongamento de um espírito
afastado,
vive longe no momento e está sempre ao
nosso lado
Esta foi uma das formas que encontrei para homenagear alguém que
embora já tenha partido deste mundo, ainda vive em meu coração,
faz parte de minha vida e de muitos aos quais foi companheiro,
amigo, irmão, pai, sogro, sobretudo um grande homem, exemplo de
dignidade, meu querido e amado avô.
Anália Viviane
10. FORMATAÇÃO
Autor do Slide: Prado Slides
E-mail: jpamador@superig.com.br
Texto: André Silva – In Memorian
Imagens: Cadê
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