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EscavitoeCargo
MAQUININHAS LTDA
Vovô Juca assobiava pela calçada a cami-
nho da escola onde ia pegar o Toninho.
Quando se aproximou do portão, ouviu duas
crianças gritando e discutindo. O barulho
vinha do parquinho.
— Minha nossa, — pensou. — Parece o
Toninho. É melhor eu descobrir o que está
acontecendo.
Ele correu até o parquinho e viu Toninho e
Pedro na torre do parquinho discutindo.
— O que está acontecendo aqui? — per-
guntou o vovô Juca. Mas os meninos estavam
tão distraídos discutindo que nem o ouviram e
continuaram discutindo.
— Meninos, isso é...
Mas antes do vovô conseguir terminar a
frase, Pedro empurrou Toninho. Toninho estava
na beirinha da ponte que ia de uma torre a
outra do parquinho, e perdeu o equilíbrio.
— Segure na borda! — disse o vovô Juca
chegando bem a tempo de segurar o Toninho
para ele não cair.
— Puxa vida! — disse Pedro, preocupado.
— Eu não queria fazer você cair.
Toninho desceu quietinho da torre.
O vovô Juca levou os dois meninos para
um banquinho no fim do parquinho da
escola.
— Então, qual dos dois vai me contar o
que aconteceu. — perguntou.
Pedro começou a chorar.
— Desculpa — disse. Toninho também
começou a chorar.
— Sei que os dois se sentem mal com o
que aconteceu — disse o vovô Juca — mas
sabem, discutir e brigar não resolve nada.
Toninho quase sofreu um acidente e teria sido
uma queda feia.
— Obrigado por me salvar, vovô. — agra-
deceu Toninho.
— Ainda bem que eu cheguei a tempo.
Olha, eu talvez possa ajudar vocês a se lem-
brarem desta lição.
— O senhor vai nos contar uma história?
— perguntou o Pedro todo animado.
— Vou, e é sobre algo parecido com o
que aconteceu hoje com vocês.
◆ ◆ ◆
Era uma vez, uma grande escavadeira e
um caminhão basculante que desciam ron-
cando até um terreno cheio de calombos. Eles
tinham que deixar a terra lisinha para constru-
írem ali um parquinho.
O caminhão basculante, o Cargo, como
seus amigos o chamavam, suspirou ao passar
Puxa vida!
Mais um dia
no sol quente.
Vamos ver.
Por onde devo
começar?
OBRAS!
pelos morrinhos de terra. Ele não queria ficar
o dia todo trabalhando no sol quente, carre-
gando terra de um lado para outro. Mas Esca-
vito gostava de trabalhar em parquinhos. Já
conseguia imaginar como ia ficar depois de
pronto.
— Vamos começar — disse Escavito.
— Podemos começar pela esquerda e depois
vamos fazendo tudo.
— Tá bom — resmungou Cargo dando ré
para ficar no lugar certo para Escavito colo-
car a terra na sua caçamba.
— Lá vai terra! — disse Escavito chegando
com a pá cheia de terra e despejando na
caçamba de Cargo.
Cargo resmungou e disse:
— Acho que é só isso que eu agüento. Vou
despejar essa terra.
— Mas sua caçamba só está pela metade
— disse Escavito.
— Já está cheia o bastante para mim.
Nisso, Cargo saiu para jogar a terra
fora da área onde o parquinho ia ser
construído. Mas ele não fechou bem a
traseira da caçamba e então a terra foi
caindo, deixando uma trilha por todo o
caminho.
Quando Cargo voltou, Escavito não estava
nada feliz.
— Você está me dando mais trabalho,
Cargo — disse Escavito. — Agora vou ter que
recolher toda a terra de novo!
— Vai ver que você não colocou a terra
em mim direito. Então talvez a culpa seja sua.
— Que nada! — disse Escavito, já ficando
zangado.
— Olha aqui, Escavito, — disse Cargo
— até agora eu fiz tudo que você falou. Não
quero mais fazer o que você diz. Acho que
tenho umas idéias de como podemos trabalhar.
— Você tem? — perguntou Escavito. — Por
que não diz nada?
— Eu, ã... — gaguejou Cargo — não
estou com vontade.
— Que nada, eu é que já trabalhei com par-
quinhos e sei mais que você — gritou Escavito.
— Não sabe nada. Você só pensa que é
melhor do que eu.
— Ora, talvez eu seja mesmo.
— Que nada! — respondeu Cargo zan-
gado.
Enquanto discutiam, Escavito continuou
carregando Cargo com terra. Levantou sua
pá cheia de terra para encher a caçamba de
Cargo, mas como estava zangado, Cargo
saiu do lugar bem na hora que Escavito
despejou a terra e caiu tudo no chão.
Cargo deu risada.
— Não acredito que você fez isso! —
disse Escavito.
— Ora, achei que a terra ficava melhor aí
no chão... e não na minha caçamba. E sabe
do que mais? Acho que essa terra que estou
carregando deveria ficar bem aqui.
Cargo voltou ao lugar onde Escavito tinha
acabado de tirar terra com cuidado e levan-
tou a caçamba, fazendo toda a terra cair de
volta no chão.
— Já chega! Não agüento mais! — disse
Escavito.
Ele abaixou a pá e foi na direção de
Cargo, que ainda ria despejando a terra.
Escavito avançou de novo e tentou pegar a
terra para jogar na caçamba de Cargo, mas
como a caçamba estava levantada, ele não
conseguiu.
Agora sim o Escavito estava zangado
mesmo. Ele recuou, foi mais uma vez até
Cargo. Mas dessa vez, colocou sua pá em
baixo da caçamba e começou a levantá-la.
Cargo parou de rir quando começou a ser
inclinado para frente.
— Pare! Pare! — gritou. — Você vai me
fazer capotar.
— Parem com isso, vocês dois — disse o
Sr. Supervisor. — Escavito, ponha o Cargo no
chão.
— Eu não mandei vocês aplainarem esse
terreno e tirarem a terra?
— Sim, senhor — responderam sussur-
rando.
— Então por que não estão fazendo isso?
— Não conseguimos chegar a um acordo
sobre como fazer o trabalho. — explicou
Cargo.
— Vejam bem, se vocês não consegui-
rem trabalhar juntos nesta tarefa, vai demo-
rar muito mais para terminarem. É isso o que
vocês querem?
— Não, — concordaram Cargo e Escavito.
— Eu quero que vocês conversem e deci-
dam como vão fazer o trabalho. Está bem?
— Sim, senhor.
Escavito e Cargo passaram alguns minu-
tos conversando. Quando decidiram o plano,
conseguiram trabalhar felizes até terminarem
tudo.
No final do dia, ao pôr do sol, o Sr. Super-
visor veio ver como andava o trabalho.
— Estou impressionado! — disse. — Vocês
terminaram tudo bem mais rápido do que eu
imaginava. E fizeram um ótimo trabalho. Que
bom que conseguiram se entender.
— Tem razão — disse Escavito.
— Vejo vocês aqui amanhã — disse o Sr.
Supervisor. — Ainda temos muito trabalho
pela frente e vai ser bom ter uma equipe que
sabe trabalhar unida.
— Até amanhã — disseram Cargo e Esca-
vito.
— Que história legal, vovô. — disse Toni-
nho. — Pedro e eu devíamos ter conversado
para resolver as coisas sem brigar.
— É verdade — disse o vovô Juca. — Dis-
cutir e brigar não resolve nada. E se conver-
sarem, vão descobrir que não é muito difícil
resolver as coisas.
— Ah, aí está você. Eu estava te pro-
curando.
Era a mãe de Pedro.
— O vovô Juca estava nos contando uma
história — disse Pedro.
— Que legal — disse a mãe de Pedro.
— Obrigada, vovô Juca. Pedro, por que não
me conta a história a caminho de casa?
— Está bem. Tchau, Toninho. Tchau vovô
Juca. — disse Pedro acenando. — Até ama-
nhã na escola.
— Amanhã podemos jogar o que você qui-
ser — disse Toninho enquanto Pedro ia embora.
— Isso foi muito gentil, Toninho. — disse
o vovô Juca depois que Pedro foi embora.
— Vamos para casa.
— Claro.
— Tem razão — disse Escavito.— Vejo vocês aqui amanhã — disse o Sr.
Supervisor. — Ainda temos
muito trabalho
eram sussur-
endo isso?a um acordoexplicou
nseguiremmorar
que
sca-
eci-
m?
Essa bola
é minha! Mas eu
peguei
primeiro.
Vamos resolver
isso de outro
jeito?
MORAL: Resolvam suas
desavenças com amor.
Se conversarem, poderão
resolver suas diferenças e
encontrar soluções.

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Escavito e Cargo

  • 2. Vovô Juca assobiava pela calçada a cami- nho da escola onde ia pegar o Toninho. Quando se aproximou do portão, ouviu duas crianças gritando e discutindo. O barulho vinha do parquinho. — Minha nossa, — pensou. — Parece o Toninho. É melhor eu descobrir o que está acontecendo. Ele correu até o parquinho e viu Toninho e Pedro na torre do parquinho discutindo. — O que está acontecendo aqui? — per- guntou o vovô Juca. Mas os meninos estavam tão distraídos discutindo que nem o ouviram e continuaram discutindo. — Meninos, isso é... Mas antes do vovô conseguir terminar a frase, Pedro empurrou Toninho. Toninho estava na beirinha da ponte que ia de uma torre a outra do parquinho, e perdeu o equilíbrio. — Segure na borda! — disse o vovô Juca chegando bem a tempo de segurar o Toninho para ele não cair. — Puxa vida! — disse Pedro, preocupado. — Eu não queria fazer você cair. Toninho desceu quietinho da torre. O vovô Juca levou os dois meninos para um banquinho no fim do parquinho da escola.
  • 3.
  • 4. — Então, qual dos dois vai me contar o que aconteceu. — perguntou. Pedro começou a chorar. — Desculpa — disse. Toninho também começou a chorar. — Sei que os dois se sentem mal com o que aconteceu — disse o vovô Juca — mas sabem, discutir e brigar não resolve nada. Toninho quase sofreu um acidente e teria sido uma queda feia. — Obrigado por me salvar, vovô. — agra- deceu Toninho. — Ainda bem que eu cheguei a tempo. Olha, eu talvez possa ajudar vocês a se lem- brarem desta lição. — O senhor vai nos contar uma história? — perguntou o Pedro todo animado. — Vou, e é sobre algo parecido com o que aconteceu hoje com vocês. ◆ ◆ ◆ Era uma vez, uma grande escavadeira e um caminhão basculante que desciam ron- cando até um terreno cheio de calombos. Eles tinham que deixar a terra lisinha para constru- írem ali um parquinho. O caminhão basculante, o Cargo, como seus amigos o chamavam, suspirou ao passar
  • 5. Puxa vida! Mais um dia no sol quente. Vamos ver. Por onde devo começar? OBRAS!
  • 6. pelos morrinhos de terra. Ele não queria ficar o dia todo trabalhando no sol quente, carre- gando terra de um lado para outro. Mas Esca- vito gostava de trabalhar em parquinhos. Já conseguia imaginar como ia ficar depois de pronto. — Vamos começar — disse Escavito. — Podemos começar pela esquerda e depois vamos fazendo tudo. — Tá bom — resmungou Cargo dando ré para ficar no lugar certo para Escavito colo- car a terra na sua caçamba. — Lá vai terra! — disse Escavito chegando com a pá cheia de terra e despejando na caçamba de Cargo. Cargo resmungou e disse: — Acho que é só isso que eu agüento. Vou despejar essa terra. — Mas sua caçamba só está pela metade — disse Escavito. — Já está cheia o bastante para mim. Nisso, Cargo saiu para jogar a terra fora da área onde o parquinho ia ser construído. Mas ele não fechou bem a traseira da caçamba e então a terra foi caindo, deixando uma trilha por todo o caminho. Quando Cargo voltou, Escavito não estava nada feliz.
  • 7.
  • 8. — Você está me dando mais trabalho, Cargo — disse Escavito. — Agora vou ter que recolher toda a terra de novo! — Vai ver que você não colocou a terra em mim direito. Então talvez a culpa seja sua. — Que nada! — disse Escavito, já ficando zangado. — Olha aqui, Escavito, — disse Cargo — até agora eu fiz tudo que você falou. Não quero mais fazer o que você diz. Acho que tenho umas idéias de como podemos trabalhar. — Você tem? — perguntou Escavito. — Por que não diz nada? — Eu, ã... — gaguejou Cargo — não estou com vontade. — Que nada, eu é que já trabalhei com par- quinhos e sei mais que você — gritou Escavito. — Não sabe nada. Você só pensa que é melhor do que eu. — Ora, talvez eu seja mesmo. — Que nada! — respondeu Cargo zan- gado. Enquanto discutiam, Escavito continuou carregando Cargo com terra. Levantou sua pá cheia de terra para encher a caçamba de Cargo, mas como estava zangado, Cargo saiu do lugar bem na hora que Escavito despejou a terra e caiu tudo no chão. Cargo deu risada.
  • 9.
  • 10. — Não acredito que você fez isso! — disse Escavito. — Ora, achei que a terra ficava melhor aí no chão... e não na minha caçamba. E sabe do que mais? Acho que essa terra que estou carregando deveria ficar bem aqui. Cargo voltou ao lugar onde Escavito tinha acabado de tirar terra com cuidado e levan- tou a caçamba, fazendo toda a terra cair de volta no chão. — Já chega! Não agüento mais! — disse Escavito. Ele abaixou a pá e foi na direção de Cargo, que ainda ria despejando a terra. Escavito avançou de novo e tentou pegar a terra para jogar na caçamba de Cargo, mas como a caçamba estava levantada, ele não conseguiu. Agora sim o Escavito estava zangado mesmo. Ele recuou, foi mais uma vez até Cargo. Mas dessa vez, colocou sua pá em baixo da caçamba e começou a levantá-la. Cargo parou de rir quando começou a ser inclinado para frente. — Pare! Pare! — gritou. — Você vai me fazer capotar. — Parem com isso, vocês dois — disse o Sr. Supervisor. — Escavito, ponha o Cargo no chão.
  • 11.
  • 12. — Eu não mandei vocês aplainarem esse terreno e tirarem a terra? — Sim, senhor — responderam sussur- rando. — Então por que não estão fazendo isso? — Não conseguimos chegar a um acordo sobre como fazer o trabalho. — explicou Cargo. — Vejam bem, se vocês não consegui- rem trabalhar juntos nesta tarefa, vai demo- rar muito mais para terminarem. É isso o que vocês querem? — Não, — concordaram Cargo e Escavito. — Eu quero que vocês conversem e deci- dam como vão fazer o trabalho. Está bem? — Sim, senhor. Escavito e Cargo passaram alguns minu- tos conversando. Quando decidiram o plano, conseguiram trabalhar felizes até terminarem tudo. No final do dia, ao pôr do sol, o Sr. Super- visor veio ver como andava o trabalho. — Estou impressionado! — disse. — Vocês terminaram tudo bem mais rápido do que eu imaginava. E fizeram um ótimo trabalho. Que bom que conseguiram se entender. — Tem razão — disse Escavito. — Vejo vocês aqui amanhã — disse o Sr. Supervisor. — Ainda temos muito trabalho
  • 13.
  • 14. pela frente e vai ser bom ter uma equipe que sabe trabalhar unida. — Até amanhã — disseram Cargo e Esca- vito. — Que história legal, vovô. — disse Toni- nho. — Pedro e eu devíamos ter conversado para resolver as coisas sem brigar. — É verdade — disse o vovô Juca. — Dis- cutir e brigar não resolve nada. E se conver- sarem, vão descobrir que não é muito difícil resolver as coisas. — Ah, aí está você. Eu estava te pro- curando. Era a mãe de Pedro. — O vovô Juca estava nos contando uma história — disse Pedro. — Que legal — disse a mãe de Pedro. — Obrigada, vovô Juca. Pedro, por que não me conta a história a caminho de casa? — Está bem. Tchau, Toninho. Tchau vovô Juca. — disse Pedro acenando. — Até ama- nhã na escola. — Amanhã podemos jogar o que você qui- ser — disse Toninho enquanto Pedro ia embora. — Isso foi muito gentil, Toninho. — disse o vovô Juca depois que Pedro foi embora. — Vamos para casa. — Claro.
  • 15. — Tem razão — disse Escavito.— Vejo vocês aqui amanhã — disse o Sr. Supervisor. — Ainda temos muito trabalho eram sussur- endo isso?a um acordoexplicou nseguiremmorar que sca- eci- m?
  • 16. Essa bola é minha! Mas eu peguei primeiro. Vamos resolver isso de outro jeito? MORAL: Resolvam suas desavenças com amor. Se conversarem, poderão resolver suas diferenças e encontrar soluções.