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OBaúdeNatal
Dino e CIA
Era o primeiro dia de dezembro. A tarde
estava fria e a neve caía suavemente lá
fora. Toninho e Pedro estavam entretidos
montando um calendário de Natal. Era um
desenho de uma manjedoura, com janeli-
nhas cortadas para cada dia do mês de dezem-
bro, e ao abrir cada uma, se encontrava escrito
uma pequena atividade ou projeto que as crian-
ças deveriam fazer.
Era meio difícil montar certas partes do calen-
dário, e Pedro estava tentando fazer tudo direiti-
nho. Toninho observava impaciente:
— Deixa que eu faço! — disse ele uma vez. E
pouco depois voltou a insistir!
E aquilo continuou por mais um tempo,
mas a cada interrupção, Pedro
sacudia a cabeça e continuava
tentando.
Toninho acabou ficando zangado:
— Você não está fazendo direito!
Esse calendário é meu, e agora quero
montá-lo!
— Mas eu estou montando — respondeu
Pedro.
— Não importa. Eu quero agora! Não devia
ter convidado você para vir me ajudar.
A discussão esquentou e os dois garotos
estavam cada vez mais zangados e começa-
ram a gritar e a dizer coisas feias um para o
outro.
82
— Chega, meninos! — disse vovô Juca
entrando no quarto. — Estava ouvindo
vocês discutirem lá do corredor. Precisam
tentar resolver as coisas da maneira
certa. Brigar não resolve o problema e
só deixa vocês mais zangados.
Toninho e Pedro se entreolharam cabis-
baixos.
— Já lhes contei a história do baú de Natal?
— perguntou o vovô Juca.
Ah, como isso iluminou o rostinho dos dois
meninos!
— Não — responderam. — Conte vovô!
— Está bem. Acho que essa história vai ajudar
vocês.
Cada Natal, a mãe de Dina e Dino pegava
o baú de Natal da família. Era um baú grande
onde ela guardava vários itens que ia recolhendo
durante o ano. Dina e Dino podiam então usar
esses artigos variados em seus projetos e enfeites
de Natal. Neste determinado ano o baú estava
repleto de coisinhas e bugigangas interessan-
tes.
Dino e Dina convidaram seus amigos,
e todos se reuniram ao redor do baú
para observar Dino levantar a tampa.
Dina esticou o braço e retirou um
pedaço de fita colorida.
— Que linda! — disse Susi.
84
Logo os amigos estavam remexendo
os artigos procurando o que queriam, e
falando sobre o que fariam com os dife-
rentes itens.
— Vejam o que encontrei! — disse
Lilico, batendo os olhos numa concha
grande.
— Eu vi primeiro! — disse Milton tirando a
concha da mão do amigo.
— Não achou, não — respondeu Lilico, ten-
tando agarrar a concha do Milton.
Não demorou muito e os outros também esta-
vam discutindo entre si, cada um querendo o que
o outro tinha.
— Esse baú de Natal é meu — disse Dino — e
se vão pegar o que eu quero não podem ficar
aqui.
— O baú também é meu — disse Dina. — É
de nós dois.
— Não fale assim — disse Lilico.
— Vocês não estão
sendo justos — comentou
Milton.
E a discussão conti-
nuou.
— Parem, pessoal! — gritou
Susi.
Então todos pararam e olharam para
ela.
— O Natal é uma
época na qual devía-
86
88
mos ser mais amorosos e gentis do que o
normal...
— Susi tem razão — disse Milton.
— Sinto muito ter tirado a concha da sua
mão, Lilico. Pode ficar com ela.
— Também peço desculpas — disse
Lilico.
— Eu também! — disseram os outros todos
juntos.
— Podíamos usar algumas dessas coisas para
enfeitar nossa sala de aula e fazer uma surpresa
para todos — sugeriu Lilico.
— E podíamos também fazer uma guirlanda
bonita para o professor Nestor — acrescentou
Bela.
— Podemos também ajudar a enfeitar a árvore
de Natal do nosso bairro — disse Dino.
— Gosto dessa idéia de fazer lembranças
para nossos amigos — disse Dina.
— E que tal usarmos os carrinhos de puxar
que a Bela e eu temos para entregarmos os pre-
sentes? — perguntou Milton.
— Que idéias geniais! — exclamou Susi. — E
se trabalharmos todos juntos, não vamos nos preo-
cupar querendo saber quem vai ficar com o quê.
Susi pegou papel e caneta, e juntos decidiram
para quem fariam os presentes.
Decidiram que Dino e Bela fariam a guirlanda
de Natal para o Seu Nestor, e Dina e Lilico enfei-
tariam a sala de aula. Milton e Susi se juntaram
para ajudar a enfeitar a árvore de Natal do
90
bairro. Se ainda lhes sobrasse tempo
depois disso, decidiriam para quem mais
iam fazer lembrancinhas.
— Podemos usar este pisca-pisca para
a sala de aula — disse Lilico.
— Mas queríamos usá-lo para o enfeite
do professor — disse Dino, esticando o braço para
pegar o pisca-pisca. — Mas é comprido demais
para a guirlanda — acrescentou Dina — e vai ficar
bem mais bonito na sala de aula.
— Dina...! — exclamou Dino, já meio com
raiva. Mas percebeu e parou. — Puxa, quase
fiquei zangado com você de novo. Isso não é
bom. Pode ficar com as luzinhas. O fio é mesmo
comprido demais para a guirlanda, e podemos
usar outra coisa.
Dina agradeceu a Dino e lhe deu uns sininhos
que havia tirado do baú.
— Perfeito! — disse Dino. — E vão ficar
bem melhor na guirlanda do que o pisca-pisca.
Naquelas semanas antes do Natal, os
amigos aproveitaram os momentos de folga
para fazer lembrancinhas e enfeites para sua
família e amigos.
Trabalharam felizes em seus projetos até
aprontarem tudo, e usaram todas as bugigangas
e coisinhas que estavam no baú de Natal.
As lembranças foram colocadas no carrinho
de Bela e Milton, e distribuídas para os amigos
e familiares. Todos ficaram muito contentes e foi,
sem dúvida alguma, o Natal mais feliz que tive-
92
ram, porque todos tinham pensado nos
outros em vez de em si mesmos.
— Vovô, por que as pessoas sempre
dizem que o Natal é uma época de generosi-
dade? — perguntou Toninho.
— Boa pergunta! É porque Deus nos deu um
presente muito especial há muitos e muitos anos,
no primeiro Natal. Sabem o que foi?
Toninho pensou por um instante e disse com os
olhinhos brilhando:
— Jesus!
— Isso mesmo. Deus enviou Jesus à Terra por
causa de cada um de nós. Foi o presente de
Natal que Ele nos deu. E quando incluímos Jesus
em nossa vida, somos muito mais felizes e nos
sentimos bem mais satisfeitos!
— Mas por que damos presentes?
— As pessoas gostam de ganhar presentes,
então quando lhes damos algo demonstramos que
as amamos e pensamos nelas.
— Gosto de deixar as pessoas felizes
fazendo coisas legais para elas — disse
Toninho.
— Que linda história de Natal! Muito
obrigado, vovô, por nos contar esta histó-
ria. — acrescentou Pedro.
— O prazer foi todo meu — respon-
deu o vovô Juca.
94
Moral: Seja gentil com os outros e
resolva as suas diferenças com
amor. Assim vai se dar bem com
as pessoas, e todos ficarão bem
mais felizes.
Mas, se lembra que
combinamos que
todos iam se vestir
de anjo?
96

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O Baú de Natal ensina sobre generosidade

  • 2. Era o primeiro dia de dezembro. A tarde estava fria e a neve caía suavemente lá fora. Toninho e Pedro estavam entretidos montando um calendário de Natal. Era um desenho de uma manjedoura, com janeli- nhas cortadas para cada dia do mês de dezem- bro, e ao abrir cada uma, se encontrava escrito uma pequena atividade ou projeto que as crian- ças deveriam fazer. Era meio difícil montar certas partes do calen- dário, e Pedro estava tentando fazer tudo direiti- nho. Toninho observava impaciente: — Deixa que eu faço! — disse ele uma vez. E pouco depois voltou a insistir! E aquilo continuou por mais um tempo, mas a cada interrupção, Pedro sacudia a cabeça e continuava tentando. Toninho acabou ficando zangado: — Você não está fazendo direito! Esse calendário é meu, e agora quero montá-lo! — Mas eu estou montando — respondeu Pedro. — Não importa. Eu quero agora! Não devia ter convidado você para vir me ajudar. A discussão esquentou e os dois garotos estavam cada vez mais zangados e começa- ram a gritar e a dizer coisas feias um para o outro. 82
  • 3.
  • 4. — Chega, meninos! — disse vovô Juca entrando no quarto. — Estava ouvindo vocês discutirem lá do corredor. Precisam tentar resolver as coisas da maneira certa. Brigar não resolve o problema e só deixa vocês mais zangados. Toninho e Pedro se entreolharam cabis- baixos. — Já lhes contei a história do baú de Natal? — perguntou o vovô Juca. Ah, como isso iluminou o rostinho dos dois meninos! — Não — responderam. — Conte vovô! — Está bem. Acho que essa história vai ajudar vocês. Cada Natal, a mãe de Dina e Dino pegava o baú de Natal da família. Era um baú grande onde ela guardava vários itens que ia recolhendo durante o ano. Dina e Dino podiam então usar esses artigos variados em seus projetos e enfeites de Natal. Neste determinado ano o baú estava repleto de coisinhas e bugigangas interessan- tes. Dino e Dina convidaram seus amigos, e todos se reuniram ao redor do baú para observar Dino levantar a tampa. Dina esticou o braço e retirou um pedaço de fita colorida. — Que linda! — disse Susi. 84
  • 5.
  • 6. Logo os amigos estavam remexendo os artigos procurando o que queriam, e falando sobre o que fariam com os dife- rentes itens. — Vejam o que encontrei! — disse Lilico, batendo os olhos numa concha grande. — Eu vi primeiro! — disse Milton tirando a concha da mão do amigo. — Não achou, não — respondeu Lilico, ten- tando agarrar a concha do Milton. Não demorou muito e os outros também esta- vam discutindo entre si, cada um querendo o que o outro tinha. — Esse baú de Natal é meu — disse Dino — e se vão pegar o que eu quero não podem ficar aqui. — O baú também é meu — disse Dina. — É de nós dois. — Não fale assim — disse Lilico. — Vocês não estão sendo justos — comentou Milton. E a discussão conti- nuou. — Parem, pessoal! — gritou Susi. Então todos pararam e olharam para ela. — O Natal é uma época na qual devía- 86
  • 7.
  • 8. 88
  • 9.
  • 10. mos ser mais amorosos e gentis do que o normal... — Susi tem razão — disse Milton. — Sinto muito ter tirado a concha da sua mão, Lilico. Pode ficar com ela. — Também peço desculpas — disse Lilico. — Eu também! — disseram os outros todos juntos. — Podíamos usar algumas dessas coisas para enfeitar nossa sala de aula e fazer uma surpresa para todos — sugeriu Lilico. — E podíamos também fazer uma guirlanda bonita para o professor Nestor — acrescentou Bela. — Podemos também ajudar a enfeitar a árvore de Natal do nosso bairro — disse Dino. — Gosto dessa idéia de fazer lembranças para nossos amigos — disse Dina. — E que tal usarmos os carrinhos de puxar que a Bela e eu temos para entregarmos os pre- sentes? — perguntou Milton. — Que idéias geniais! — exclamou Susi. — E se trabalharmos todos juntos, não vamos nos preo- cupar querendo saber quem vai ficar com o quê. Susi pegou papel e caneta, e juntos decidiram para quem fariam os presentes. Decidiram que Dino e Bela fariam a guirlanda de Natal para o Seu Nestor, e Dina e Lilico enfei- tariam a sala de aula. Milton e Susi se juntaram para ajudar a enfeitar a árvore de Natal do 90
  • 11.
  • 12. bairro. Se ainda lhes sobrasse tempo depois disso, decidiriam para quem mais iam fazer lembrancinhas. — Podemos usar este pisca-pisca para a sala de aula — disse Lilico. — Mas queríamos usá-lo para o enfeite do professor — disse Dino, esticando o braço para pegar o pisca-pisca. — Mas é comprido demais para a guirlanda — acrescentou Dina — e vai ficar bem mais bonito na sala de aula. — Dina...! — exclamou Dino, já meio com raiva. Mas percebeu e parou. — Puxa, quase fiquei zangado com você de novo. Isso não é bom. Pode ficar com as luzinhas. O fio é mesmo comprido demais para a guirlanda, e podemos usar outra coisa. Dina agradeceu a Dino e lhe deu uns sininhos que havia tirado do baú. — Perfeito! — disse Dino. — E vão ficar bem melhor na guirlanda do que o pisca-pisca. Naquelas semanas antes do Natal, os amigos aproveitaram os momentos de folga para fazer lembrancinhas e enfeites para sua família e amigos. Trabalharam felizes em seus projetos até aprontarem tudo, e usaram todas as bugigangas e coisinhas que estavam no baú de Natal. As lembranças foram colocadas no carrinho de Bela e Milton, e distribuídas para os amigos e familiares. Todos ficaram muito contentes e foi, sem dúvida alguma, o Natal mais feliz que tive- 92
  • 13.
  • 14. ram, porque todos tinham pensado nos outros em vez de em si mesmos. — Vovô, por que as pessoas sempre dizem que o Natal é uma época de generosi- dade? — perguntou Toninho. — Boa pergunta! É porque Deus nos deu um presente muito especial há muitos e muitos anos, no primeiro Natal. Sabem o que foi? Toninho pensou por um instante e disse com os olhinhos brilhando: — Jesus! — Isso mesmo. Deus enviou Jesus à Terra por causa de cada um de nós. Foi o presente de Natal que Ele nos deu. E quando incluímos Jesus em nossa vida, somos muito mais felizes e nos sentimos bem mais satisfeitos! — Mas por que damos presentes? — As pessoas gostam de ganhar presentes, então quando lhes damos algo demonstramos que as amamos e pensamos nelas. — Gosto de deixar as pessoas felizes fazendo coisas legais para elas — disse Toninho. — Que linda história de Natal! Muito obrigado, vovô, por nos contar esta histó- ria. — acrescentou Pedro. — O prazer foi todo meu — respon- deu o vovô Juca. 94
  • 15.
  • 16. Moral: Seja gentil com os outros e resolva as suas diferenças com amor. Assim vai se dar bem com as pessoas, e todos ficarão bem mais felizes. Mas, se lembra que combinamos que todos iam se vestir de anjo? 96