O documento discute as consequências do trabalho contemporâneo, incluindo a superficialidade do trabalho em equipe, a precarização do trabalho, e a ética perversa do grupo moderno. Também aborda questões como imediatismo, gestão por resultados, e como romper com um modelo de trabalho exploratório.
4. O trabalho em equipe nos conduz ao
domínio da superficialidade que
assedia o trabalho na
contemporaneidade;
O coletivismo empresarial não é
social;
As aptidões pessoais necessárias
para estas equipes são portáteis e as
regras são inventadas à medida que o
jogo avança;
5.
Produzem-se máscaras de cooperação e
ficções
de
trabalho
em
equipe,
precarizando ainda mais o trabalho;
Diferente da antiga ética do trabalho, ética
de grupo da sociedade moderna pode ser
perversa, pois, o trabalho em equipe
enfatiza mais a responsabilidade mútua e
faz com que as relações humanas sejam
encenadas como uma farsa.
Sennett (2009)
9.
Um dos aspectos que suscita
incômodo ao abordar a questão do
imediatismo tem a ver com o tempo,
não temos mais as mesmas relações
com o tempo, com o mundo e
conosco. Mudou a relação com o
tempo, mudou também a nossa
percepção dele. Com os recursos
tecnológicos o ser e estar confundemse e muitas vezes se diluem.
Pelletier (2001)
10. “(...), na cultura da urgência, o tempo
tornou-se conceito associado à
possessão, à rentabilidade e aos
resultados, como se sua relação com
o movimento já não fosse elemento
essencial de sua existência e de sua
percepção.”
Malvezzi (2010:29)
11.
Assim, a vida atual torna-se angustiante
para muitas pessoas, que se veem
obrigadas a viver sob a tirania dos
prazos,
das
urgências,
do
emergencialismo na realização das suas
tarefas, sejam elas pessoais ou
profissionais e tendo que agir sob esta
dinâmica, pessoas, grupos, empresas e
projetos mergulham na instantaneidade
das comunicações, na rapidez do fluxo
de capitais, na intensificação da
competitividade, etc.
12.
E então, essa competitividade gerada
a partir das redes se torna também
uma nova forma de gestão.
13.
O que fazer diante de tudo isso?
Como romper com um modelo de
funcionamento que torna o trabalho
um mecanismo de exploração mais do
que um meio de emancipação e
realização?
É possível pensar numa prática não
afetada por tudo isso?
14. Problemas práticos para o
Psicólogo organizacional
Irmã discriminada das outras
psicologias?
Construção de tecnologias
psicossociais (testes, diagnósticos,
inventários, escalas, etc.)
Ética de trabalho
16. Princípios fundamentais
II. O psicólogo trabalhará visando
promover a saúde e a qualidade de vida
das pessoas e das coletividades e
contribuirá para a eliminação de
quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, vi
olência, crueldade e opressão;
III. O psicólogo atuará com
responsabilidade social, analisando crítica
e historicamente a realidade
17.
VII. O psicólogo considerará as
relações de poder nos contextos em
que atua e os impactos dessas
relações sobre as suas atividades
profissionais, posicionando-se de
forma crítica e em consonância com
os demais princípios deste Código.
18. Referências bibliográficas
MALVEZZI, S. (2010). Urgência atrapalha ou
ajuda? Revista de Marketing Industrial, vol
47, Jan. IMI, SP.
PELLETIER, D. (2001). S’orienter dans un
monde incertain. In: D. Pelletier (Org.), Pour une
approache orientante de l’école québécoise:
concepts et pratiques à l’usage des intervenants
(pp. 7-23). Québec: Septembre.
SENNETT, R. (2009). A corrosão do caráter. Ed.
Record. Rio de Janeiro.