Este documento descreve a anatomia, biomecânica e lesões do tendão de Aquiles. O tendão de Aquiles é o maior e mais forte do corpo, conectando os músculos gastrocnêmio e sóleo ao calcanhar. Sua estrutura de colágeno o torna resistente, porém também vulnerável a lesões quando submetido a forças excessivas, especialmente na região avascular próxima à inserção óssea. Rupturas são comuns em atletas e podem ocorrer devido a fatores mecânicos como supina
2. História
• Aquiles
levou
os
gregos
a
conquistarem
Tróia;
• Foi
mergulhado
no
rio
Styx
para
tornar-‐se
invencível,
tendo
apenas
uma
área
vulnerável;
• Personagem
principal
e
maior
guerreiro
da
Ilíada
de
Homero,
considerado
imbaJvel,
foi
morto
com
flechada
no
calcâneo.
3. Morfologia
• Tecido
conecNvo
denso
e
regular;
• RelaNvamente
acelular;
• Matriz
extra
celular
(componente
orgânico
primário):
– Colágeno
– Glicoproteínas
– Proteoglicanos
• Predominância
de
colágno
Npo
I
(95%)
em
relação
ao
Npo
III
5. Anatomia
• Maior
tendão
do
corpo;
• F o r m a d o
p o r
p o r ç õ e s
t e n d í n e a s
d o s
m ú s c u l o s
gastrocnêmio
e
sóleo;
– Gastrocnêmio:
11-‐26
cm
– Sóleo:
3-‐11
cm
• Apresenta
uma
bainha
sinovial
verdadeira
• Paratendão
tem
camadas
visceral
e
parietal
• Permite
a
1,5
cenJmetros
de
deslizamento
dos
tendões
6. Anatomia
• O
tendão
se
apresenta
progressivamente
arredondado;
• A
cerca
de
4
cm,
proximalmente
à
inserção,
torna-‐se
mais
plano;
• Na
sua
inserção
2-‐5
cm
distais
à
extremidade
da
tuberosidade
do
calcâneo,
as
fibras
do
gastrocnêmio
estendem-‐se
lateralmente,
e
as
do
sóleo
medialmente;
• As
fibras
se
apresentam
em
espiral
na
direção
de
sua
inserção,
o
que
facilita
a
liberação
e
posterior
absorção
elásNca
de
enorme
quanNdade
de
energia
potencial.
7. Anatomia
• Suprimento
de
sangue:
– Ramos
arteriais
na
junção
músculotendínea;
– Ramos
arteriais
ósseos
e
do
periósteo
na
inserção;
– Vasos
mesoteliais;
• Vasos
Mesoteliais
são
ramos
transversais
que
transportam
o
sangue
do
lado
de
fora
do
paratendão
ao
tendão
subjacente;
• Esparsas
4-‐6
cm
proximal
à
inserção
• Menor
capacidade
de
reparar
após
sobrecarga
de
tração
repeNNva
• Fornecimento
de
sangue
diminui
com
a
idade
8. Função
• Transdutor
de
força;
• Complexo
Gastrocnêmio-‐Sóleo-‐Aquiles:
– Flexor
plantar
(arNc.
Tibiotalar);
– Flexor
da
arNculação
do
joelho;
– Inversão
(supinador
arNc.
subtalar).
• 700N
sobre
a
elevação
do
calcanhar;
• Até
4000N
durante
a
função
(elasNcidade).
9. Epidemiologia
• Incidência
de
18
por
100.000
(LeppilahN
et
al.,
1994)
– 75-‐80%
estão
relacionados
a
esportes
que
uNlizam
raquete
e
bola
(saltos,
corrida,
desaceleração)
10. Biomecânica
• Em
repouso,
o
tendão
tem
configuração
ondulada
quando
está
sob
tensão
de
tração,
sofre
perda
dessas
ondas;
• As
fibras
de
colágeno
respondem
linearmente
a
tensões
e,
podem
voltar
a
configuração
original
com
cargas
fisiológicas;
• Se
a
força
de
tensão
for
maior
que
a
fisiológica,
ligações
cruzadas
serão
danificadas
e,
finalmente,
ocorre
a
ruptura
macroscópica.
11. ENologia
•
•
•
•
•
•
Condicionamento
-‐
”Atletas
de
final
de
semana”;
Uso
prolongado
de
corNcosteróides;
Hipertermia
local;
Condições
inflamatórias
e
auto-‐imunes
(Gota);
Anormalidades
do
colágeno;
Doenças
infecciosas.
12. ENologia
(CorNcosteróides)
• Estudos
demonstraram
necrose
do
tendão
e
cicatrização
demorada
como
resposta
após
injeções
de
esteróides;
• Propriedades
anN-‐inflamatórias
e
analgésicas
podem
mascarar
os
sintomas
de
lesão
do
tendão
grave;
• As
injecções
podem
gerar
necrose
do
tecido
(tenócitos,
condrócitos
e
depleção
do
colágeno);
• Existe
uma
reparação
tecidual
com
a
formação
de
massa
amorfa
acelular
de
colágeno,
alterando
as
propriedades
de
arquitetura
e
biomecânica
do
tendão;
• CorNcosteróides
sistêmicos
também
tem
implicado
no
aumento
da
incidência
de
ruptura
aguda
do
tendão
de
Aquiles.
13. ENologia
(Hipertermia)
• Estudos
demonstraram
temperaturas
centrais
de
pico
no
tendão
de
45
°C,
após
7
minutos
de
corrida
(temperatura
críNca
para
tenócitos);
• O
fornecimento
de
sangue
adequado
é
conhecido
por
ajudar
a
manter
a
temperatura
normal
dos
tecidos.
• A
zona
avascular
do
tendão
de
Aquiles
pode
estar
em
risco.
14. ENologia
(Teoria
Mecânica)
• McMaster
(1933)
–
“O
tendão
saudável
não
se
romperá,
mesmo
quando
sujeito
a
uma
tensão
grave.”
• Atualmente:
-‐
T e n d ã o
t r a c i o n a d o
obliquamente
(supinação);
-‐ Quando
o
músculo
esNver
em
contração
máxima;
-‐ Quando
o
comprimento
inicial
do
tendão
for
curto;
-‐ Hiperpronação;
-‐ Uma
torção
sobre
o
tendão
pode
causar
um
evento
isquêmico
transitório
na
ou
perto
da
zona
avascular.
15. Mecanismo
de
Lesão
Arner
e
Lindholm
(1952):
• Revisão
com
92
rupturas
agudas
do
tendão
de
Aquiles
:
§
–
§
–
§
–
53%
-‐
aNvidades
de
“empurrar”
enquanto
estende
o
joelho
Comum
em
parNdas
de
sprint
e
esportes
de
salto
17%
-‐
dorsiflexão
súbita
e
inesperada
de
tornozelo
Entrando
em
um
buraco
ou
cair
de
escadas
10%
-‐
dorsiflexão
violenta
de
um
pé
em
flexão
plantar
Queda
de
altura
• 100%
-‐
Histologicamente
evidentes
alterações
degeneraNvas
16. Avaliação
• DiagnósNco
basicamente
clínico;
• A
ruptura
aguda:
– A
maioria
dos
pacientes
relatam
ter
sido
aNngidos
por
trás
(pedrada);
– Paciente
se
queixa
de
dor
súbita
e,
pode
ocorrer
estalido
audível
no
momento
da
lesão;
– Pode
ser
incapaz
de
suportar
o
peso
ou
impulsionar
na
marcha;
– O
tornozelo
afetado
geralmente
perde
força
fraco
e
fica
rígido.
• A
ruptura
crônica:
– Paciente
pode
ter
notado
pela
primeira
vez,
por
causa
da
lesão,
incapacidade
para
realizar
AVD`s
(Ex.:
subir
escadas)
17. Avaliação
• Presença
de
depressão
palpável
ou
tecido
cicatricial
proeminente;
• Fraqueza
acentuada
de
planNflexores;
• O
aumento
da
dorsiflexão
passiva
e
atrofia
da
panturrilha
com
rupturas
crônicas
21. • DiagnósNco
Clínico
x
Imaginologia
§ O
Teste
de
Thompson
é
suficiente?
§ Há
necessidade
de
exames
complementares
para
realização
de
cirurgia?
Qual?
22. • Tratamento:
§ Conservador
x
Cirúrgico
§ Quais
critérios
devem
ser
observados?
§ Cirúrgico:
qual
a
melhor
técnica
uNlizada?
§ Cirúrgico:
uNliza
imobilização
no
P.O.?
27. Tratamento
P.O.
• UNlização
de
Muletas
e
Órteses?
• Descarga
de
peso
imediato?
• Quando
iniciar
a
Fisioterapia?
• Existe
algum
cuidado
especial?
• Qual
a
conduta
FisioterapêuNca?
• Quais
os
critérios
de
alta?