O livro Crónica do Rei Pasmado descreve como o Rei Filipe IV da Espanha, após ver uma mulher nua pela primeira vez, deseja ver sua esposa, a Rainha Isabel, despida também. Isto gera debates na corte sobre se tal ato seria pecaminoso ou um direito do Rei. No final, o casal encontra-se clandestinamente com a ajuda de apoiantes do Rei, e este passa a governar de forma mais forte e independente.
1. REGISTO DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS
Por Maria Leonor Mota Nunes
Turma A do 12º ano
FIHA TÉCNICA DO LIVRO
Título: Crónica do Rei Pasmado
Autor: Gonzalo Torrente Ballester
Editora: Caminho
Local de Edição: Lisboa, Portugal
Ano de Edição: Janeiro de 1997
Ano de Publicação: 1989
RELATÓRIO DE LEITURA
Período de Leitura: Aproximadamente 4 dias.
Apresentação geral do livro: Após ter passado a noite com Marfisa, uma bonita
prostituta, ocasião em que pela primeira vez Filipe IV vê uma mulher nua, o jovem rei,
verdadeiramente enfeitiçado pela experiência, decide que quer também ver a sua
esposa, a Rainha Isabel de Bourbon despida, disposto, para isso, a quebrar todas as
regras protocolares em vigor. Numa época em que a Inquisição dominava Espanha as
opiniões de se o Rei deveria ou não encontrar-se com a Rainha dividiam-se. Por um
lado, os membros mais conservadores, onde se distinguia o Padre Villaescusa
defendiam que o desejo do Rei era pecado e que todo o povo seria castigado pelos
actos imorais que fossem cometidos por ele. Destacava-se também o Valido, que
apoiava o Padre Villaescusa por interesses próprios, de forma a poder culpar o Rei dos
eventuais fracassos da nação. Do outro lado estavam os clérigos mais liberais e aqueles
que julgavam que o desejo do Rei era um acto normal e de seu direito. Nesta posição
sobressaíam o Conde Peña Andrada, homem de confiança do Rei e que o auxiliava nos
seus encontros clandestinos e também o Padre Almeida, um jesuíta português que
2. com o seu poderoso poder argumentativo conseguiu convencer vários membros da
Igreja a pronunciarem-se a favor da ambição do Rei. Também o Inquisidor-Mor
mantém a imparcialidade e não deixa que as afirmações do Padre Villaescusa
influenciem a sua decisão. O casal encontra-se então clandestinamente num mosteiro,
ajudado por aqueles que defendiam a sua liberdade. Satisfeito o seu desejo, o Rei que
até então não dava atenção ao estado do reino, delegando as suas responsabilidades
ao Valido, toma as rédeas da situação e mostra-se um monarca mais forte e
independente.
Relação título – livro: O livro é intitulado Crónica do Rei Pasmado uma vez que toda a
acção se desenvolve após o Rei de Espanha da época ter contemplado pela primeira
vez uma mulher nua, tendo ficado encantado pela beleza do corpo feminino.
Transcrição de ideia(s)/frase(s) relevante(s):
“ - Excelência, o senhor acredita em Deus?
O Inquisidor-mor sorriu ternamente, mas o seu sorriso transformou-se num esgar
triste.
- Há muitos livros escritos sobre Deus, mas cabem todos numa palavra: ou sim, ou
não.”
Reacção pessoal ao livro: De uma forma geral a minha opinião sobre o livro é bastante
positiva. Embora o livro contenha partes descritivas bastante longas que a meu ver
poderiam ser mais sumárias, o que tornaria a leitura mais leve, gostei particularmente
do humor e sarcasmo presente em grande parte das personagens.
Do autor:
Gonzalo Torrente Ballester (13 de Junho de 1910 - 27 de Janeiro de 1999) foi um
importante professor, romancista, crítico literário e teatral, dramaturgo e jornalista
espanhol. Encontrava-se em Paris quando começou a guerra civil. Leccionou em
universidades em Madrid e Nova Iorque e também em vários liceus de Espanha. O seu
trabalho foi reconhecido em diversas áreas, quer na área da literatura, quer na
televisão, tendo sido condecorado inúmeras vezes.