SlideShare a Scribd company logo
1 of 47
Universidade Federal de Goiás
Mestrado em Educação em Ciências e
Matemática
Disciplina: Sociologia da Ciência e Ensino de Ciências
Prof.: Luiz Gonzaga Genovese
Zara Hoffmann
Seminário: Trabalhos com Vidro (Simon
Schaffer)
 British Academy Fellows
 Record for: SCHAFFER, Professor Simon
 Post: Professor of History of Science, University of
Cambridge
 Specialisms: Social & intellectual history of
experimental philosophy & exact sciences between
the seventeenth & nineteenth centuries;
historiography & sociology of scientific knowledge;
the sciences & European imperialism
 Elected to the Fellowship: 2012 § H10
 Website:
http://www.hps.cam.ac.uk/people/schaffer/
 Selected publications
 Leviathan and the air pump: Hobbes, Boyle and the
experimental life (with Steven Shapin) (Princeton: Princeton
University Press, 1985)
 The Uses of Experiment: studies in the natural
sciences (Cambridge: Cambridge University Press, 1989), coeditor
and contributor of 'Glass works: Newton's prisms and the uses
of experiment', 67-104
 William Whewell: a composite portrait (Oxford: Oxford University
Press, 1991), coeditor and contributor of 'The history and
geography of the intellectual world: Whewell's politics of
language', 201-31
 'Babbage's intelligence: calculating engines and the factory
system', Critical Inquiry 21 (1994), 203-27
 'The Leviathan of Parsonstown: literary technology and
scientific representation', in Timothy Lenoir, ed., Inscribing
science: scientific texts and the materiality of
communication (Stanford: Stanford University Press, 1998), 182-
222
 The sciences in enlightened Europe (Chicago: Chicago University
Press, 1999), coeditor and contributor of 'Enlightened automata',
126-65
Newton, Boyle, Hooke e outros
 Boyle – Irlandês, rico - 1627/1691 -inicia estudos
aos 12 anos: matemática, química, medicina, física,
astronomia etc etc – fundou a Royal Society of
London – Natureza da Luz como ação das
partículas sobre os corpos e não a relação da luz
com as cores
 Hooke – 1635/1707 – prof. Geometria Oxford,
assistente de Boyle – grande cientista experimenta:
física, matemática, astronomia, química,
biologia,geologia, arquitetura e tecnologia naval.
Chamado de virtuoso e negligenciado pela história.
Obra mais famosa:Micrografia em 1665 (28 anos) e
contribuições para a teoria ondulatória da luz, foi
secretário (curador) da Royal Society
 Experimentadores Jesuítas de Liége (Bélgica)
 Mariotte: (1620/1684) francês, padre, físico e estudos
em fisiologia vegetal. Iniciador da Física Experimental na
Europa (ótica, cores, previsão do tempo, mecânica dos
sólidos, hidráulica...). Membro da Académie de Sciences
 Henry Oldenburg (16119/1677), 1º. Secretário da Royal
Society, diplomata, editor chefe do Philosophical
Transactions.
 Leibniz: 1646/1716, filosofo, matemático, diplomata,
estudos em leis, política, religião, história, metafísica,
lógica e filosofia . Estudou com Huygens. Desenvolveu o
cálculo, funções.
 Prof. Lucasiano: cátedra matemática de Cambridge,
criada por Henry Lucas em 1663, um dos quesitos para o
cargo era não ter atividades religiosas. Newton, Paul
Dirac, Stephen Hawking.
 Huygens: (1629/1695) Holanda/Haia, física,
astronomia, matemática, ciências jurídicas
(diplomacia), estudos conservação da energia,
astronomia (anéis de saturno), teoria ondulatória da
luz, refração e reflexão, cores, etc.
 Newton: 1642/1727, filho de agricultores, inicia
estudos com 16 anos, matemática, física,
astronomia, alquimia, teologia. Peste 1665, Newton
fica em casa por 2 anos. Inimigo ferrenho de Hooke,
e mais capaz de influenciar a Royal Society e os
cientistas de sua época. Entra para Royal Society
assim que Hooke morre. Obras fundamentais:
Principia (1687) e Óptika (1704).
Alguma definições
 Refrangibilidade: raios mais refrangíveis são raios mais
desviados na refração
 Refração: mudança na direção de um raio de luz ao
atravessar uma fronteira entre dois meios. (Modifica a
velocidade e a direção de propagação e o comprimento
de onda, mas não a frequência da onda.)
 Refringência: termo usado para propriedade das
substâncias transparentes: a mais refringente é a que
produz o maior desvio. (um meio é mais refringente que
o outro quando seu índice de refração é maior que outro
(O etanol é mais refringente que água e a luz se propaga
por ele com menor velocidade)
 Difração: encurvamento que ocorre quando a luz passa
por um orifício ou por um obstáculo, contornando-o
Refração: mudança na direção de um raio de luz
ao atravessar uma fronteira entre dois meios.
Modifica a velocidade e a direção de propagação e o comprimento de onda, mas não a frequência da
onda.
Newton transforma os usos do
“prisma de vidro” (1666-1672)
 1664: Newton procurou imitar alguns testes de Boyle
com a mistura de cores mediante uso dos prismas –
não envolvia nenhuma projeção sobre tela ou
parede – examinou faixas de fios coloridos através
dos prismas – o que estimulava a ideia que os raios
produtores de azul eram mais refratas do que os
produtores de vermelho (diferentes
refrangibilidades). Só veio a registrar uma projeção
no manuscrito “Das cores”em 1666, após a leitura
de Micrografia de Hooke.
 1666: O manuscrito de Newton assinala uma
importante mudança nas técnicas prismáticas,
diferentes de Boyle e de Hooke (usou 3 prismas
diferentes, separados ou em conjunto).
Newton transforma os usos do
“prisma de vidro” (1666-1672)
 Também registrou o uso de um prisma perfeitamente
quadrado, de vidro polido, cheio de água, e de um
dispositivo construído com dois prismas amarrados,
base com base. Começa a transformar o prisma
triangular, comercial em instrumento experimental
complexo.
Newton transforma os usos do
“prisma de vidro” (1666-1672)
 Dois experimentos com prismas foram particularmente
importantes:
 7º.experimento: projeção prismática num espaço de (+-)
6m num aposento escuro. Imagem prismática era
oblonga (comprida, oval ou elíptica) e não circular. A
causa: diferentes refrangibilidades dos diferentes raios.
 Rigorosamente reescrito, reaparece em 1670 como a
primeira demonstração em Cambridge e em sua carta a
Oldenburg – o “célebre fenômeno das cores”.
 44º experimento: envolveu o uso de um segundo
prisma, para tornar a refratar os raios luminosos depois
de saírem do primeiro, para mostrar as diferentes
refrangibilidades das diferentes cores – mais tarde é
reelaborado e torna-se o Experimentum Crucis.
Experimento do artigo de 1672
Figura extraída do Artigo de Newton, publicado em 1672 – Philosophical
Transactions
Esquema do experimento, não aparece na
publicação de 1672 (7º. Experimento)
Figura extraída de artigo da Cibele Celestino Silva, 1997
Experimentum Crucis (44º. Experimento)
Newton transforma os usos do
“prisma de vidro” (1666-1672)
 Para compreender essas transformações na
exposição e no significado, bem como o papel
persuasivo que Newton pretendia que tivessem, é
preciso considerarmos o papel dos prismas nos
experimentos.
 As afirmações de Newton ficam subtendidas no
primeiro artigo em1666. As inovações não
aparecem. E a controvérsia instigou os
protagonistas a expor este conhecimento.
 Newton diz ter comprado um prisma na feira de
1665, e outro em 1666 , e três prismas em 1668.
Portando no Ensaio da Cores de 1666 ele já possuía
os prismas.
Newton transforma os usos do
“prisma de vidro” (1666-1672)
 O que isto implica para nós?
 1º. É evidente que os prismas eram comprados em feiras
comerciais, relativamente baratos para o projeto
newtoniano de uma filosofia natural prática.
 2º. Era claro para ele que a qualidade e o preparo dos
prismas era importante, mas ele não deixa isso em
detalhes no seu artigo e para os experimentadores de
Londres
 1672 “quero informar-lhes que, sem maiores cerimônias,
no início de 1666, adquiri um prisma triangular de vidro”.
E mais adiante indica as dimensões e o poder de
refração do vidro (valor que indicava ser incomum e
possuir chumbo), devia ser transparente e incolor, e
nenhuma especificações sobre o segundo prisma.
Newton transforma os usos do
“prisma de vidro” (1666-1672)
 Nos experimentos destinados a demonstrar que os
raios não compostos não podiam ser modificados –
Newton não deu nenhuma “receita”de como
proceder.
 As técnicas eram especiais e diferenciadas no
manejo dos prismas.
 “A maneira de fazer estas novas separações (dos
raios coloridos por um segundo prisma) não há de
ser difícil para quem considerar as leis das
refrações”- exatamente o objeto da disputa!
Newton transforma os usos do
“prisma de vidro” (1666-1672)
 A carreira posterior do experimentum crucis de
Newton e as interpretações detalhadas de seu autor
e seus críticos mostram como era vulnerável a
“obviedade” da exposição de Newton e como eram
importantes as “dificuldades” de seus instrumentos.
Os prismas de Newton e suas plateias
(1670-1672)
 1672 – Nas suas primeiras publicações escritas,
serviu-se de seus experimentos prismáticos
descritos em suas aulas lucasianas em Cambridge.
O contraste entre estas aulas e a versão que
Newton liberou para seu público ajuda a revelar
como ele procurou convencer a plateia.
 Pouquíssimos destes experimento foram resumidos
para a Royal Society na década de 1670. Nas aulas,
nenhum experimento parecia ser significativo e
pareciam precisar de equipamentos e técnicas
especiais.
 Mas nas comunicações com seus colegas
experimentadores, fez o experimentum crucis e
eliminou a maioria dos detalhes sobre seus
métodos.
Os prismas de Newton e suas plateias
(1670-1672)
 Em parte alguma nas versões anteriores de sua
palestras, Newton forneceu uma demonstração clara
de sua doutrina da imutabilidade da cor exibida
pelos raios “primários”.
 Não houve nenhum experimento crucial nas suas
palestras.
 Enquanto enriquecia as possíveis táticas dos
experimentos prismáticos, também abordou o
problema da qualidade e do modelos dos prismas.
 Estes instrumentos deveriam demonstrar uma teoria
nova e complexa sobre a origem da cor.
Os prismas de Newton e suas plateias
(1670-1672)
 As cores não eram geradas no interior do prisma, as
refrações decompunham a luz. Esta lei não poderia
ser sustentada se os prismas apresentassem
impurezas ou defeitos e fossem a causa da
dispersão. E tinham de ser capazes de separar os
raios “primários”.
 Ele identificou três dificuldades nos prismas comuns:
seus ângulos reduzidos, sua capacidade refrangente
e, o mais importante, o fato de muitos conterem
bolhas e riscos – por isso dizia que fazia seus
próprios prismas com pedaços de espelhos, ou
lâminas de vidro polido de ambos os lados, enchidos
com água límpida (os vidros tinham um toque de cor
– verde ou amarelo).
Os prismas de Newton e suas plateias
(1670-1672)
 Repetiu suas recomendações na 6ª. aula, ao discutir
reflexão interna total. Parte de seu trabalho centrou-
se na maneiras de determinar se os prismas
funcionavam adequadamente. Somente assim
poderiam confirmar sua nova doutrina. Para
convencer o público, deveria primeiro convencê-los
a usar os prismas corretamente.
 Tarefa problemática na década de 1670. Havia
ambiguidades nas lições que Newton tirava de
seus experimentos.
 No 44º experimento (1666) havia deduzido duas
consequências importantes:
Os prismas de Newton e suas plateias
(1670-1672)
 Primeiro: que os raios produtores de azul eram mais
refratados que os raios produtores de vermelho.
 Segundo: que esses raios não podiam ser divididos
em outras cores.
 Mas na década de 1670, essas duas consequências
foram separadas. Especialmente a segunda não era
fácil de reproduzir, até mesmo na sua 6ª aula não
demonstrou isso (1666), só o fazendo em 1674,
numa edição revista.
 Escrevendo em meio a suas disputas com seus
críticos, ele admitiu que “o experimento com dois
prismas ainda não está perfeito sob todos os
aspectos”.
Os prismas de Newton e suas plateias
(1670-1672)
 Nesse experimento, um raio produtor de vermelho,
não refrata se o segundo prisma estiver transversal
ao primeiro, só refrata se o segundo prisma estiver
paralelo ao primeiro (tons de amarelo). Isto parece
contestar a
doutrina fundamental da imutabilidade das cores de
Newton.
 Para evitar as críticas, mudou o protocolo do
experimento – sugeriu um orifício menor possível, e
várias refrações seguidas e não apenas duas.
 Esta foi a estratégia usada por Newton na
publicação do Óptica anos depois (1704).
Os prismas de Newton e suas plateias
(1670-1672)
 As diferenças de apresentação fomentaram disputas
entre Newton e suas plateias.
 No artigo a Oldenburg (1672), escolheu alguns de
seus primeiros experimentos, escreveu sua
biografia, omitiu detalhes importantes.
 O Experimentum Crucis foi uma forma simplificada e
resumida de um grande número de experimentos
expostos na 3ª. e na 6ª aulas de Cambridge – onde
Newton extrai as refrangibilidades diferentes,e não a
imutabilidade da cor.
 Mas em outras partes do artigo defende a
imutabilidade.
Os prismas de Newton e suas plateias
(1670-1672)
 1673 –Em maio disse a Huygens (por carta ou
artigo) que havia fornecido detalhes suficientes
“àqueles que sabem examinar se uma cor é simples
ou composta” e em junho disse que a proposição
da imutabilidade “poderia ainda ser demonstrada por
experimentos demasiadamente longos para serem
descritos.”
 Isso fazia parte de seu esforço de ganhar aceitação
para sua nova doutrina. Portanto se os
experimentos pudessem mostrar que a
imutabilidade da cor era falsa, afirmavam eles (os
críticos) que a sua doutrina cairia por terra.
 Os prismas e os detalhes dos experimentos eram
elementos fundamentais nessa disputa.
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 Reações variadas ao primeiro artigo de Newton: uns
consideravam seu trabalho “dramático e
convincente”.
 Mas nem todos se convenceram.
 Essas diferenças evidenciam tecnologias e filosofias
experimentais contrastantes.
 Hooke reproduziu tretes com dois prismas, mas
negou seu papel decisivo.
 Newton também foi contestado por um grupo de
Jesuítas ingleses de Liége (Bélgica) – contestaram
os pressupostos dos testes newtonianos e alguns de
seus próprios experimentos
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 Os Jesuítas relataram que não haviam conseguido
reproduzir o pretenso resultado do experimentum
crucis, não houve acordo sobre como deveria ser o
uso apropriado dos prismas.
 Tampouco quanto à autoridade e ao significado do
mesmo experimento.
 Os críticos também contestaram o fato de que
Newton afirmava que o experimentum crucis
dispensava a realização de uma série de outros
testes.
 “Não é o número, mas o peso dos experimentos que
se deve levar em consideração”.
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 Em 1677, Newton negou “haver usado o
experimentum crucis para provar tudo”.
 Hooke negou que este experimento provasse algo
de decisivo: “não é o que ele assim denomina que
resolverá a questão, pois o mesmo fenômeno é
resolvido tanto por minha hipótese quanto pela
dele”.
 Na verdade Hooke deixou implícito que uma das
falhas de Newton, era o número reduzido de
experimentos relatados por ele em contrate com “as
muitas centenas” de testes executados e descritos
por ele mesmo (Hooke): não construiu uma hipótese
“sem primeiro tentar algumas centenas de vezes.”
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 Hooke, Boyle e Seth Ward foram designados pela
Royal Society para comentar o artigo de Newton em
1672.
 Hooke também realizara um experimentum crucis
em 1665, sem utilizar prismas, que a seu ver
comprovava sua hipótese da cor. E os usou contra
Descartes. Envolviam mica, películas finas e vidros
cheios de líquidos de diversas cores.
 Hooke e Newton usavam tecnologia experimentais
diferentes e extraíam conclusões diferentes.
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 Hooke dizia que estes testes só podiam provar as
diferentes refrangibilidades, mas não que haviam
diferentes raios (cores) antes da luz branca passar
pelo prisma.
 Em 1675 Hooke fala que reproduziu os
experimentos de Newton, mas nega que eram
convincentes, e propõe sua teoria vibratória sobre a
luz e a cor.
 Ao final de 1675 Newton afirma que Hooke havia
“acomodado sua hipótese a essa minha sugestão”
da origem das cores. Por sua vez, Hooke acusa
Newton de plagiar sua sugestão já feita no
Micrografia.
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 Em 1672 – os críticos jesuítas também debatem
técnicas rivais e Newton se sente obrigado a
fornecer mais detalhes do que seu artigo inicial e
envia uma retificação à Oldenburg.
 Em 1674 – Line e outros jesuítas mostraram como
era difícil para Newton ganhar autoridade perante o
público.
 Em 1675 Newton recorre à Royal Society para que
retificasse sua afirmação de que o Exp. C. fora
replicado em Londres e que seria fácil de executar
em qualquer lugar.
 Em 1676 os Jesuítas conduziram seus próprios
experimentos, perante testemunhas e que o
resultado era conflitante – apenas uma diferença na
posição do prisma poderia explicar (não relatada por
Newton).
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 Em 1676 Newton dá mais detalhes, devido à estas
discussões mais acirradas com os jesuítas, para que
o experimento fosse reduplicado, em público,
deixando implícito que os jesuítas eram
deliberadamente incompetentes.
 O experimento foi apresentado á Royal Society em
abril de 1676, mas só convenceu Oldemburg. Os
filósofos de Liége reagiram, não convencidos,
menos Lucas que, escreve a Oldemburg que os
experimentos de ambos (Liége e Royal Society)
concordam, mas que diferem um pouco dos de
Newton.
 Continuando a refutar a doutrina de Newton, que
ficou perplexo. Retirou-se da discussão em 1678
(p.12)
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 A controvérsia (p.13)
 Em 1676 – Lucas realiza o experimentum crucis e
obtém um resultado diferente de Newton, constata
que os raios violetas depois da 2ª refração, exibiam
raios vermelhos. Newton diz que não havia feito este
experimento para provar as diferentes
refrangibilidades de diferentes cores (mas em junho
e 1672 havia afirmado isso), mas para provar que a
luz era composta de raios diferentemente
refrangíveis (sem considerar as cores).
 Esta controvérsia demonstra um problema central
da replicação e da instrumentação.
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 Estas discussões demonstram que o Status do
Exp.C. era difícil de estabelecer.
 A replicabilidade e o significado dependiam do
estabelecimento deste emblema.
 Os argumentos de Newton diante de Lucas e de
Hooke eram: ou o experimento não era adequado
ou os prismas não tinham boa qualidade.
 Em 1676 Newton dá mais detalhes sobre como
realizar o experimentum crucis: ângulos dos
prismas, lados planos, diferenças no vidros, para
tentar convencer Lucas (e outros) de que isso
influenciava nas diferentes conclusões.
Os experimentadores debatem “as
instruções do Sr. Newton” (1672-1678)
 E em 1720 o status é estabelecido finalmente – a
qualidade e o posicionamento dos prismas e a “luz
refratada não muda de cor”. (p.15)
 Em 1722, Newton preparou imagens para a edição
francesa do Óptica, onde dava um lugar de honra
aos prismas, que atestam a veracidade do fato
incontestável da imutabilidade da cor.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 Duas versões da história (p.15):
 1 – Dos que aceitaram o caráter emblemático do
Exp.C. e dos prismas – produziram uma história que
explica pq. o experimento e os instrumentos não
convenciam os críticos
 2 – Dos textos populares (Voltaire, Algarotti) –
afirmam que quem não conseguia reproduzir o
Exp.C. não foram felizes na escolha dos prismas, e
desconsideraram os ensaios divergentes.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 Em 1703 – Hooke morre e Newton assume a
presidência da Royal Society e produz o
Óptica(1704) e afirma que qqr. experimento de ótica,
se executado com os prismas certos, garantiria a
veracidade de sua doutrina.
 Em Londres o prisma havia se tornado um
instrumento “transparente”. Uma conquista dele e
seus aliados.
 Exige uma reconstrução pública dos registros das
controvérsias da óptica – que implicou a exposição
pública de novas técnicas e uma reinterpretação das
falhas anteriores na reprodução de suas afirmações.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 Á medida que Newton domina os recursos
fundamentais da filosofia experimental, a óptica
newtoniana adquire uma história disciplinar e uma
tecnologia padronizada.
 A publicação do Óptica(1704) foi um evento chave
neste processo (foi composto durante a década de
1690).
 O exame de suas partes iniciais mostra como o
autor reconstruiu seus experimentos de modo a
impor sua autoridade na comunidade experimental.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 Mariotte – década de 1670 – desenvolve uma teoria
da luz presumindo que a cor dos raios luminosos
poderiam ser alteradas na refração, refutando a
teoria de Newton.
 Era citado por Leibnitz como tento feito uma
contestação importante da teoria de Newton.
 Nem Mariotte nem Lucas foram mencionados no
Óptica, apenas uma leve menção de Hooke, nem
usou o termo experimentum crucis.
 Newton desloca o peso de sua argumentação para a
constância da cor e para a descrição e colocação
dos instrumentos utilizados.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 Posicionamento de uma lente á frente do primeiro
prisma, tipos de vidros – livres de bolhas e veias –
planos e não convexos, polidos criteriosamente (não
utilizar potéia), as bordas deveriam ser cobertas
com papel preto, disse que fazia seus primas com
espelho cheios de água da chuva com sais de
chumbo para aumentar a refração, não usar vidros
coloridos, só os transparentes.
 Detalhes nos ângulos dos prismas e sobre os
líquidos só foram anotados em seu exemplar – mais
uma vez alterações na forma de manejar os
instrumentos.
 Estava preparado o terreno para firmar que os
experimentos que não desses certo é pq não
usavam prismas corretos, indicados por ele.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 Newton valeu-se de seu poder na Royal Society
contra seus críticos e faz uma campanha a favor dos
prismas ingleses, que supostamente eram de
melhor qualidade.
 Como afirmou Steven Shapin, foi uma campanha de
repercussões políticas importantíssima.
 Afirmação dos experimentos de Londres
 1707 – Leibniz soube do interesse francês pelo
Óptica e aconselha os mesmos a reproduzirem os
experimentos do relatório de Mariotte.
 No mesmo instante, Newton manda reproduzir os
experimentos do Óptica, publicamente.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 A guerra recomeça agora com Leibnitz, que resolve
publicar sua idéias sobre Mariotte no Jornal de
Leipzig.
 1714 – Newton orienta o experimentador oficial da
RS a mostrar que as cores não compostas podiam
ser reproduzidas, que os instrumentos de Mariotte
eram falhos e que Leibnitz estava errado.
 Desaguilier (o experimentador) teve que abordar o
tema replicabilidade tinha que apresentar
experimentos da década de 1670, e não poderia
usar um número excessivo de experimentos com o
novo protocolo do Óptica. E vai a Newton para pedir
ajuda sobre o que fazer.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 Newton ajuda Desaguilier escrever um artigo que
enfatizou que os relatórios produzidos anteriormente
eram suficientes; que havia seguido as instruções
publicadas por Newton no Óptica. Desaguilier
também admitiu que eram necessárias muitas
informações novas para que os experimentos
fossem replicados com sucesso
 Reconheceu também que a técnica só foi publicada
em 1704, por isso Lucas e Mariotte não obtiveram
sucesso.
 Desaguilier também reconstrói o Exp.C. numa
combinação de outros dois e acrescenta muitos
detalhes novos: vidros verdes e uma lente.
Uma escolha infeliz de prismas”a conquista
da transparência (1704 – 1722)
 Após um ensaio em casa, faz o experimento perante a
RS e perante filósofos visitantes (Alemanha, França e
Itália) que os replicaram em outros lugares.
 2 consequências disso:
 1 –Mostrou que Mariotte falhou porque seus
instrumentos eram ruins
 2 – Afirmou que todo experimentador deveria usar
prismas de Londres.
 Quando os filósofos vinham a Londres buscar os
prismas, Newton aproveitava para convencê-los dessa
nova prática.
 Primeiro obteve o consenso sobre a doutrina da
imutabilidade as cores e depois definiu os bons prismas
para obter estes resultados.
Referências
 SCHAFFER, S. Trabalhos com vidros. In: COHEN,
B. & WESTFALL, R. Newton: textos, antecedentes,
comentários. Rio de Janeiro: Contraponto, 2002.
(p.250-269 + ficha catalográfica)

More Related Content

What's hot

Trabalho de Matemática - Isaac Newton
Trabalho de Matemática - Isaac NewtonTrabalho de Matemática - Isaac Newton
Trabalho de Matemática - Isaac NewtonEmanoel
 
Isaac Newton e sua contribuição na História da Matemática
Isaac Newton e sua contribuição na História da MatemáticaIsaac Newton e sua contribuição na História da Matemática
Isaac Newton e sua contribuição na História da MatemáticaElton Ribeiro da Cruz
 
Isaac Newton
Isaac NewtonIsaac Newton
Isaac Newtonedson
 
Galileu Galilei
Galileu GalileiGalileu Galilei
Galileu Galileiedson
 
Aula inaugural de química
Aula inaugural de químicaAula inaugural de química
Aula inaugural de químicaMarco Bumba
 
Historia das ciencias fisicas e quimicas 1
Historia das ciencias fisicas e quimicas 1Historia das ciencias fisicas e quimicas 1
Historia das ciencias fisicas e quimicas 1José Palma
 
Resumo currier radioatidade c
Resumo currier radioatidade cResumo currier radioatidade c
Resumo currier radioatidade cadalberto miran
 
Albert einstein apresentação margarida ameixa
Albert einstein   apresentação margarida ameixaAlbert einstein   apresentação margarida ameixa
Albert einstein apresentação margarida ameixaceufaias
 
Albert einstein 1905
Albert einstein   1905Albert einstein   1905
Albert einstein 1905Chris x-MS
 
Vida de Albert einstein
Vida de Albert einsteinVida de Albert einstein
Vida de Albert einsteinWilliam Santos
 
Seminário: Nascimento da Mecânica Quântica
Seminário: Nascimento da Mecânica QuânticaSeminário: Nascimento da Mecânica Quântica
Seminário: Nascimento da Mecânica QuânticaMaria Teresa Thomaz
 
Cfq catarina e bruno-7ºb
Cfq catarina e bruno-7ºbCfq catarina e bruno-7ºb
Cfq catarina e bruno-7ºbBia Dreamstime
 
Max planck beariz fr 9ºb
Max planck beariz fr 9ºbMax planck beariz fr 9ºb
Max planck beariz fr 9ºbceufaias
 

What's hot (20)

Trabalho de Matemática - Isaac Newton
Trabalho de Matemática - Isaac NewtonTrabalho de Matemática - Isaac Newton
Trabalho de Matemática - Isaac Newton
 
Isaac Newton e sua contribuição na História da Matemática
Isaac Newton e sua contribuição na História da MatemáticaIsaac Newton e sua contribuição na História da Matemática
Isaac Newton e sua contribuição na História da Matemática
 
Isaac Newton
Isaac NewtonIsaac Newton
Isaac Newton
 
Galileu Galilei
Galileu GalileiGalileu Galilei
Galileu Galilei
 
Aula inaugural de química
Aula inaugural de químicaAula inaugural de química
Aula inaugural de química
 
Historia das ciencias fisicas e quimicas 1
Historia das ciencias fisicas e quimicas 1Historia das ciencias fisicas e quimicas 1
Historia das ciencias fisicas e quimicas 1
 
O passado secreto da química!
O passado secreto da química!O passado secreto da química!
O passado secreto da química!
 
Isaac newton
Isaac newtonIsaac newton
Isaac newton
 
Resumo currier radioatidade c
Resumo currier radioatidade cResumo currier radioatidade c
Resumo currier radioatidade c
 
Albert einstein apresentação margarida ameixa
Albert einstein   apresentação margarida ameixaAlbert einstein   apresentação margarida ameixa
Albert einstein apresentação margarida ameixa
 
Albert einstein 1905
Albert einstein   1905Albert einstein   1905
Albert einstein 1905
 
Vida de Albert einstein
Vida de Albert einsteinVida de Albert einstein
Vida de Albert einstein
 
Seminário: Nascimento da Mecânica Quântica
Seminário: Nascimento da Mecânica QuânticaSeminário: Nascimento da Mecânica Quântica
Seminário: Nascimento da Mecânica Quântica
 
Albert Einstein
Albert EinsteinAlbert Einstein
Albert Einstein
 
Albert Einstein
Albert EinsteinAlbert Einstein
Albert Einstein
 
Cfq catarina e bruno-7ºb
Cfq catarina e bruno-7ºbCfq catarina e bruno-7ºb
Cfq catarina e bruno-7ºb
 
Max planck beariz fr 9ºb
Max planck beariz fr 9ºbMax planck beariz fr 9ºb
Max planck beariz fr 9ºb
 
História da luz
História da luzHistória da luz
História da luz
 
Max karl ernst ludwig planck
Max karl ernst ludwig  planckMax karl ernst ludwig  planck
Max karl ernst ludwig planck
 
Albert Einstein
Albert EinsteinAlbert Einstein
Albert Einstein
 

Similar to Newton transforma os usos do prisma de vidro

Introducao a espectroscopia
Introducao a espectroscopiaIntroducao a espectroscopia
Introducao a espectroscopiaWilson Passos
 
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômicaCapítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômicaMárcio Martins
 
Crônica da Ótica Clássica
Crônica da Ótica ClássicaCrônica da Ótica Clássica
Crônica da Ótica ClássicaLucas Guimaraes
 
Curso telescopio Aula 1
Curso telescopio Aula 1Curso telescopio Aula 1
Curso telescopio Aula 1Maracaju Vip
 
Hiperfosforecencia becquerel e thomson
Hiperfosforecencia becquerel e thomsonHiperfosforecencia becquerel e thomson
Hiperfosforecencia becquerel e thomsonTGGOMES
 
História da Física das Radiações Apresentação
História da Física das Radiações ApresentaçãoHistória da Física das Radiações Apresentação
História da Física das Radiações ApresentaçãoCristian Souza
 
100 maiores invenções do mundo registro de marca e patente em santa catarin...
100 maiores invenções do mundo   registro de marca e patente em santa catarin...100 maiores invenções do mundo   registro de marca e patente em santa catarin...
100 maiores invenções do mundo registro de marca e patente em santa catarin...Cicero Allysson Barbosa Silva
 
Teorias Modernas do Espaço-Tempo
Teorias Modernas do Espaço-TempoTeorias Modernas do Espaço-Tempo
Teorias Modernas do Espaço-TempoHenrique Carnette
 
Teorias Modernas do Espaço-Tempo
Teorias Modernas do Espaço-TempoTeorias Modernas do Espaço-Tempo
Teorias Modernas do Espaço-Tempoelliando dias
 
biografiaisaacnewton-130920130528-phpapp01 (1).pdf
biografiaisaacnewton-130920130528-phpapp01 (1).pdfbiografiaisaacnewton-130920130528-phpapp01 (1).pdf
biografiaisaacnewton-130920130528-phpapp01 (1).pdfACDUARDO
 

Similar to Newton transforma os usos do prisma de vidro (20)

Introducao a espectroscopia
Introducao a espectroscopiaIntroducao a espectroscopia
Introducao a espectroscopia
 
Historia da inorganica
Historia da inorganicaHistoria da inorganica
Historia da inorganica
 
Luz nova
Luz novaLuz nova
Luz nova
 
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômicaCapítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
 
Biografia robert hook
Biografia robert hookBiografia robert hook
Biografia robert hook
 
Crônica da Ótica Clássica
Crônica da Ótica ClássicaCrônica da Ótica Clássica
Crônica da Ótica Clássica
 
Newton e Leibniz
Newton e LeibnizNewton e Leibniz
Newton e Leibniz
 
Apostila raio x
Apostila raio xApostila raio x
Apostila raio x
 
Curso telescopio Aula 1
Curso telescopio Aula 1Curso telescopio Aula 1
Curso telescopio Aula 1
 
Slide de física
Slide de físicaSlide de física
Slide de física
 
4 as revoluções da modernidade - agrícola, religiosa e científica
4   as revoluções da modernidade - agrícola, religiosa e científica4   as revoluções da modernidade - agrícola, religiosa e científica
4 as revoluções da modernidade - agrícola, religiosa e científica
 
Hiperfosforecencia becquerel e thomson
Hiperfosforecencia becquerel e thomsonHiperfosforecencia becquerel e thomson
Hiperfosforecencia becquerel e thomson
 
História da Física das Radiações Apresentação
História da Física das Radiações ApresentaçãoHistória da Física das Radiações Apresentação
História da Física das Radiações Apresentação
 
Isaacnewton 100131090527-phpapp01
Isaacnewton 100131090527-phpapp01Isaacnewton 100131090527-phpapp01
Isaacnewton 100131090527-phpapp01
 
100 maiores invenções do mundo registro de marca e patente em santa catarin...
100 maiores invenções do mundo   registro de marca e patente em santa catarin...100 maiores invenções do mundo   registro de marca e patente em santa catarin...
100 maiores invenções do mundo registro de marca e patente em santa catarin...
 
Teorias Modernas do Espaço-Tempo
Teorias Modernas do Espaço-TempoTeorias Modernas do Espaço-Tempo
Teorias Modernas do Espaço-Tempo
 
Teorias Modernas do Espaço-Tempo
Teorias Modernas do Espaço-TempoTeorias Modernas do Espaço-Tempo
Teorias Modernas do Espaço-Tempo
 
biografiaisaacnewton-130920130528-phpapp01 (1).pdf
biografiaisaacnewton-130920130528-phpapp01 (1).pdfbiografiaisaacnewton-130920130528-phpapp01 (1).pdf
biografiaisaacnewton-130920130528-phpapp01 (1).pdf
 
Memoria305 (1)
Memoria305 (1)Memoria305 (1)
Memoria305 (1)
 
A espectroscopia e a química
A espectroscopia e a química A espectroscopia e a química
A espectroscopia e a química
 

More from Zara Hoffmann

Resumo: limites do crescimento cap 1-4 e 5
Resumo: limites do crescimento cap 1-4 e 5Resumo: limites do crescimento cap 1-4 e 5
Resumo: limites do crescimento cap 1-4 e 5Zara Hoffmann
 
Modelo de Como preencher a Plataforma Brasil
Modelo de Como preencher a Plataforma BrasilModelo de Como preencher a Plataforma Brasil
Modelo de Como preencher a Plataforma BrasilZara Hoffmann
 
Modelo de cadastro de usuário ao comitê de ética na Plataforma Brasil 2014
Modelo de cadastro de usuário ao comitê de ética na Plataforma Brasil 2014Modelo de cadastro de usuário ao comitê de ética na Plataforma Brasil 2014
Modelo de cadastro de usuário ao comitê de ética na Plataforma Brasil 2014Zara Hoffmann
 
Modelo de submissão ao comitê de ética na UFG
Modelo de submissão ao comitê de ética na UFGModelo de submissão ao comitê de ética na UFG
Modelo de submissão ao comitê de ética na UFGZara Hoffmann
 
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardianoO ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardianoZara Hoffmann
 
Jornal Diferente: Ninguém é igual à ninguém
Jornal Diferente: Ninguém é igual à ninguémJornal Diferente: Ninguém é igual à ninguém
Jornal Diferente: Ninguém é igual à ninguémZara Hoffmann
 
Historia e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: alquimia
Historia e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: alquimiaHistoria e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: alquimia
Historia e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: alquimiaZara Hoffmann
 
O uso das TIC pelo professor indígena em formação
O uso das TIC pelo professor indígena em formaçãoO uso das TIC pelo professor indígena em formação
O uso das TIC pelo professor indígena em formaçãoZara Hoffmann
 
Transdisciplinaridade no Curso Intercultural da UFG
Transdisciplinaridade no Curso Intercultural da UFGTransdisciplinaridade no Curso Intercultural da UFG
Transdisciplinaridade no Curso Intercultural da UFGZara Hoffmann
 
Apres filosofias africanas ubuntu e a globalização
Apres    filosofias africanas ubuntu e a globalizaçãoApres    filosofias africanas ubuntu e a globalização
Apres filosofias africanas ubuntu e a globalizaçãoZara Hoffmann
 
A Nova Aliança - resumo do livro
A Nova Aliança - resumo do livroA Nova Aliança - resumo do livro
A Nova Aliança - resumo do livroZara Hoffmann
 
A Nova Aliança cap.1
A Nova Aliança cap.1A Nova Aliança cap.1
A Nova Aliança cap.1Zara Hoffmann
 
Conflitos e Ambiente
Conflitos e AmbienteConflitos e Ambiente
Conflitos e AmbienteZara Hoffmann
 
Destilação / Disttilation
Destilação / DisttilationDestilação / Disttilation
Destilação / DisttilationZara Hoffmann
 
Titulação/ Acid-base volumetry
Titulação/ Acid-base volumetryTitulação/ Acid-base volumetry
Titulação/ Acid-base volumetryZara Hoffmann
 
Cromatografia / chromatography
Cromatografia / chromatographyCromatografia / chromatography
Cromatografia / chromatographyZara Hoffmann
 

More from Zara Hoffmann (17)

Resumo: limites do crescimento cap 1-4 e 5
Resumo: limites do crescimento cap 1-4 e 5Resumo: limites do crescimento cap 1-4 e 5
Resumo: limites do crescimento cap 1-4 e 5
 
Modelo de Como preencher a Plataforma Brasil
Modelo de Como preencher a Plataforma BrasilModelo de Como preencher a Plataforma Brasil
Modelo de Como preencher a Plataforma Brasil
 
Modelo de cadastro de usuário ao comitê de ética na Plataforma Brasil 2014
Modelo de cadastro de usuário ao comitê de ética na Plataforma Brasil 2014Modelo de cadastro de usuário ao comitê de ética na Plataforma Brasil 2014
Modelo de cadastro de usuário ao comitê de ética na Plataforma Brasil 2014
 
Modelo de submissão ao comitê de ética na UFG
Modelo de submissão ao comitê de ética na UFGModelo de submissão ao comitê de ética na UFG
Modelo de submissão ao comitê de ética na UFG
 
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardianoO ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
 
Jornal Diferente: Ninguém é igual à ninguém
Jornal Diferente: Ninguém é igual à ninguémJornal Diferente: Ninguém é igual à ninguém
Jornal Diferente: Ninguém é igual à ninguém
 
Historia e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: alquimia
Historia e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: alquimiaHistoria e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: alquimia
Historia e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: alquimia
 
O uso das TIC pelo professor indígena em formação
O uso das TIC pelo professor indígena em formaçãoO uso das TIC pelo professor indígena em formação
O uso das TIC pelo professor indígena em formação
 
Transdisciplinaridade no Curso Intercultural da UFG
Transdisciplinaridade no Curso Intercultural da UFGTransdisciplinaridade no Curso Intercultural da UFG
Transdisciplinaridade no Curso Intercultural da UFG
 
Apres filosofias africanas ubuntu e a globalização
Apres    filosofias africanas ubuntu e a globalizaçãoApres    filosofias africanas ubuntu e a globalização
Apres filosofias africanas ubuntu e a globalização
 
A Nova Aliança - resumo do livro
A Nova Aliança - resumo do livroA Nova Aliança - resumo do livro
A Nova Aliança - resumo do livro
 
A Nova Aliança cap.1
A Nova Aliança cap.1A Nova Aliança cap.1
A Nova Aliança cap.1
 
Conflitos e Ambiente
Conflitos e AmbienteConflitos e Ambiente
Conflitos e Ambiente
 
Destilação / Disttilation
Destilação / DisttilationDestilação / Disttilation
Destilação / Disttilation
 
Titulação/ Acid-base volumetry
Titulação/ Acid-base volumetryTitulação/ Acid-base volumetry
Titulação/ Acid-base volumetry
 
Cromatografia / chromatography
Cromatografia / chromatographyCromatografia / chromatography
Cromatografia / chromatography
 
Síntese do AAS
Síntese do AASSíntese do AAS
Síntese do AAS
 

Recently uploaded

Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbyasminlarissa371
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfNoções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfdottoor
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 

Recently uploaded (20)

Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfNoções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 

Newton transforma os usos do prisma de vidro

  • 1. Universidade Federal de Goiás Mestrado em Educação em Ciências e Matemática Disciplina: Sociologia da Ciência e Ensino de Ciências Prof.: Luiz Gonzaga Genovese Zara Hoffmann Seminário: Trabalhos com Vidro (Simon Schaffer)
  • 2.  British Academy Fellows  Record for: SCHAFFER, Professor Simon  Post: Professor of History of Science, University of Cambridge  Specialisms: Social & intellectual history of experimental philosophy & exact sciences between the seventeenth & nineteenth centuries; historiography & sociology of scientific knowledge; the sciences & European imperialism  Elected to the Fellowship: 2012 § H10  Website: http://www.hps.cam.ac.uk/people/schaffer/
  • 3.  Selected publications  Leviathan and the air pump: Hobbes, Boyle and the experimental life (with Steven Shapin) (Princeton: Princeton University Press, 1985)  The Uses of Experiment: studies in the natural sciences (Cambridge: Cambridge University Press, 1989), coeditor and contributor of 'Glass works: Newton's prisms and the uses of experiment', 67-104  William Whewell: a composite portrait (Oxford: Oxford University Press, 1991), coeditor and contributor of 'The history and geography of the intellectual world: Whewell's politics of language', 201-31  'Babbage's intelligence: calculating engines and the factory system', Critical Inquiry 21 (1994), 203-27  'The Leviathan of Parsonstown: literary technology and scientific representation', in Timothy Lenoir, ed., Inscribing science: scientific texts and the materiality of communication (Stanford: Stanford University Press, 1998), 182- 222  The sciences in enlightened Europe (Chicago: Chicago University Press, 1999), coeditor and contributor of 'Enlightened automata', 126-65
  • 4. Newton, Boyle, Hooke e outros  Boyle – Irlandês, rico - 1627/1691 -inicia estudos aos 12 anos: matemática, química, medicina, física, astronomia etc etc – fundou a Royal Society of London – Natureza da Luz como ação das partículas sobre os corpos e não a relação da luz com as cores  Hooke – 1635/1707 – prof. Geometria Oxford, assistente de Boyle – grande cientista experimenta: física, matemática, astronomia, química, biologia,geologia, arquitetura e tecnologia naval. Chamado de virtuoso e negligenciado pela história. Obra mais famosa:Micrografia em 1665 (28 anos) e contribuições para a teoria ondulatória da luz, foi secretário (curador) da Royal Society
  • 5.  Experimentadores Jesuítas de Liége (Bélgica)  Mariotte: (1620/1684) francês, padre, físico e estudos em fisiologia vegetal. Iniciador da Física Experimental na Europa (ótica, cores, previsão do tempo, mecânica dos sólidos, hidráulica...). Membro da Académie de Sciences  Henry Oldenburg (16119/1677), 1º. Secretário da Royal Society, diplomata, editor chefe do Philosophical Transactions.  Leibniz: 1646/1716, filosofo, matemático, diplomata, estudos em leis, política, religião, história, metafísica, lógica e filosofia . Estudou com Huygens. Desenvolveu o cálculo, funções.  Prof. Lucasiano: cátedra matemática de Cambridge, criada por Henry Lucas em 1663, um dos quesitos para o cargo era não ter atividades religiosas. Newton, Paul Dirac, Stephen Hawking.
  • 6.  Huygens: (1629/1695) Holanda/Haia, física, astronomia, matemática, ciências jurídicas (diplomacia), estudos conservação da energia, astronomia (anéis de saturno), teoria ondulatória da luz, refração e reflexão, cores, etc.  Newton: 1642/1727, filho de agricultores, inicia estudos com 16 anos, matemática, física, astronomia, alquimia, teologia. Peste 1665, Newton fica em casa por 2 anos. Inimigo ferrenho de Hooke, e mais capaz de influenciar a Royal Society e os cientistas de sua época. Entra para Royal Society assim que Hooke morre. Obras fundamentais: Principia (1687) e Óptika (1704).
  • 7.
  • 8. Alguma definições  Refrangibilidade: raios mais refrangíveis são raios mais desviados na refração  Refração: mudança na direção de um raio de luz ao atravessar uma fronteira entre dois meios. (Modifica a velocidade e a direção de propagação e o comprimento de onda, mas não a frequência da onda.)  Refringência: termo usado para propriedade das substâncias transparentes: a mais refringente é a que produz o maior desvio. (um meio é mais refringente que o outro quando seu índice de refração é maior que outro (O etanol é mais refringente que água e a luz se propaga por ele com menor velocidade)  Difração: encurvamento que ocorre quando a luz passa por um orifício ou por um obstáculo, contornando-o
  • 9. Refração: mudança na direção de um raio de luz ao atravessar uma fronteira entre dois meios. Modifica a velocidade e a direção de propagação e o comprimento de onda, mas não a frequência da onda.
  • 10. Newton transforma os usos do “prisma de vidro” (1666-1672)  1664: Newton procurou imitar alguns testes de Boyle com a mistura de cores mediante uso dos prismas – não envolvia nenhuma projeção sobre tela ou parede – examinou faixas de fios coloridos através dos prismas – o que estimulava a ideia que os raios produtores de azul eram mais refratas do que os produtores de vermelho (diferentes refrangibilidades). Só veio a registrar uma projeção no manuscrito “Das cores”em 1666, após a leitura de Micrografia de Hooke.  1666: O manuscrito de Newton assinala uma importante mudança nas técnicas prismáticas, diferentes de Boyle e de Hooke (usou 3 prismas diferentes, separados ou em conjunto).
  • 11. Newton transforma os usos do “prisma de vidro” (1666-1672)  Também registrou o uso de um prisma perfeitamente quadrado, de vidro polido, cheio de água, e de um dispositivo construído com dois prismas amarrados, base com base. Começa a transformar o prisma triangular, comercial em instrumento experimental complexo.
  • 12. Newton transforma os usos do “prisma de vidro” (1666-1672)  Dois experimentos com prismas foram particularmente importantes:  7º.experimento: projeção prismática num espaço de (+-) 6m num aposento escuro. Imagem prismática era oblonga (comprida, oval ou elíptica) e não circular. A causa: diferentes refrangibilidades dos diferentes raios.  Rigorosamente reescrito, reaparece em 1670 como a primeira demonstração em Cambridge e em sua carta a Oldenburg – o “célebre fenômeno das cores”.  44º experimento: envolveu o uso de um segundo prisma, para tornar a refratar os raios luminosos depois de saírem do primeiro, para mostrar as diferentes refrangibilidades das diferentes cores – mais tarde é reelaborado e torna-se o Experimentum Crucis.
  • 13. Experimento do artigo de 1672 Figura extraída do Artigo de Newton, publicado em 1672 – Philosophical Transactions
  • 14. Esquema do experimento, não aparece na publicação de 1672 (7º. Experimento) Figura extraída de artigo da Cibele Celestino Silva, 1997
  • 16. Newton transforma os usos do “prisma de vidro” (1666-1672)  Para compreender essas transformações na exposição e no significado, bem como o papel persuasivo que Newton pretendia que tivessem, é preciso considerarmos o papel dos prismas nos experimentos.  As afirmações de Newton ficam subtendidas no primeiro artigo em1666. As inovações não aparecem. E a controvérsia instigou os protagonistas a expor este conhecimento.  Newton diz ter comprado um prisma na feira de 1665, e outro em 1666 , e três prismas em 1668. Portando no Ensaio da Cores de 1666 ele já possuía os prismas.
  • 17. Newton transforma os usos do “prisma de vidro” (1666-1672)  O que isto implica para nós?  1º. É evidente que os prismas eram comprados em feiras comerciais, relativamente baratos para o projeto newtoniano de uma filosofia natural prática.  2º. Era claro para ele que a qualidade e o preparo dos prismas era importante, mas ele não deixa isso em detalhes no seu artigo e para os experimentadores de Londres  1672 “quero informar-lhes que, sem maiores cerimônias, no início de 1666, adquiri um prisma triangular de vidro”. E mais adiante indica as dimensões e o poder de refração do vidro (valor que indicava ser incomum e possuir chumbo), devia ser transparente e incolor, e nenhuma especificações sobre o segundo prisma.
  • 18. Newton transforma os usos do “prisma de vidro” (1666-1672)  Nos experimentos destinados a demonstrar que os raios não compostos não podiam ser modificados – Newton não deu nenhuma “receita”de como proceder.  As técnicas eram especiais e diferenciadas no manejo dos prismas.  “A maneira de fazer estas novas separações (dos raios coloridos por um segundo prisma) não há de ser difícil para quem considerar as leis das refrações”- exatamente o objeto da disputa!
  • 19. Newton transforma os usos do “prisma de vidro” (1666-1672)  A carreira posterior do experimentum crucis de Newton e as interpretações detalhadas de seu autor e seus críticos mostram como era vulnerável a “obviedade” da exposição de Newton e como eram importantes as “dificuldades” de seus instrumentos.
  • 20. Os prismas de Newton e suas plateias (1670-1672)  1672 – Nas suas primeiras publicações escritas, serviu-se de seus experimentos prismáticos descritos em suas aulas lucasianas em Cambridge. O contraste entre estas aulas e a versão que Newton liberou para seu público ajuda a revelar como ele procurou convencer a plateia.  Pouquíssimos destes experimento foram resumidos para a Royal Society na década de 1670. Nas aulas, nenhum experimento parecia ser significativo e pareciam precisar de equipamentos e técnicas especiais.  Mas nas comunicações com seus colegas experimentadores, fez o experimentum crucis e eliminou a maioria dos detalhes sobre seus métodos.
  • 21. Os prismas de Newton e suas plateias (1670-1672)  Em parte alguma nas versões anteriores de sua palestras, Newton forneceu uma demonstração clara de sua doutrina da imutabilidade da cor exibida pelos raios “primários”.  Não houve nenhum experimento crucial nas suas palestras.  Enquanto enriquecia as possíveis táticas dos experimentos prismáticos, também abordou o problema da qualidade e do modelos dos prismas.  Estes instrumentos deveriam demonstrar uma teoria nova e complexa sobre a origem da cor.
  • 22. Os prismas de Newton e suas plateias (1670-1672)  As cores não eram geradas no interior do prisma, as refrações decompunham a luz. Esta lei não poderia ser sustentada se os prismas apresentassem impurezas ou defeitos e fossem a causa da dispersão. E tinham de ser capazes de separar os raios “primários”.  Ele identificou três dificuldades nos prismas comuns: seus ângulos reduzidos, sua capacidade refrangente e, o mais importante, o fato de muitos conterem bolhas e riscos – por isso dizia que fazia seus próprios prismas com pedaços de espelhos, ou lâminas de vidro polido de ambos os lados, enchidos com água límpida (os vidros tinham um toque de cor – verde ou amarelo).
  • 23. Os prismas de Newton e suas plateias (1670-1672)  Repetiu suas recomendações na 6ª. aula, ao discutir reflexão interna total. Parte de seu trabalho centrou- se na maneiras de determinar se os prismas funcionavam adequadamente. Somente assim poderiam confirmar sua nova doutrina. Para convencer o público, deveria primeiro convencê-los a usar os prismas corretamente.  Tarefa problemática na década de 1670. Havia ambiguidades nas lições que Newton tirava de seus experimentos.  No 44º experimento (1666) havia deduzido duas consequências importantes:
  • 24. Os prismas de Newton e suas plateias (1670-1672)  Primeiro: que os raios produtores de azul eram mais refratados que os raios produtores de vermelho.  Segundo: que esses raios não podiam ser divididos em outras cores.  Mas na década de 1670, essas duas consequências foram separadas. Especialmente a segunda não era fácil de reproduzir, até mesmo na sua 6ª aula não demonstrou isso (1666), só o fazendo em 1674, numa edição revista.  Escrevendo em meio a suas disputas com seus críticos, ele admitiu que “o experimento com dois prismas ainda não está perfeito sob todos os aspectos”.
  • 25. Os prismas de Newton e suas plateias (1670-1672)  Nesse experimento, um raio produtor de vermelho, não refrata se o segundo prisma estiver transversal ao primeiro, só refrata se o segundo prisma estiver paralelo ao primeiro (tons de amarelo). Isto parece contestar a doutrina fundamental da imutabilidade das cores de Newton.  Para evitar as críticas, mudou o protocolo do experimento – sugeriu um orifício menor possível, e várias refrações seguidas e não apenas duas.  Esta foi a estratégia usada por Newton na publicação do Óptica anos depois (1704).
  • 26. Os prismas de Newton e suas plateias (1670-1672)  As diferenças de apresentação fomentaram disputas entre Newton e suas plateias.  No artigo a Oldenburg (1672), escolheu alguns de seus primeiros experimentos, escreveu sua biografia, omitiu detalhes importantes.  O Experimentum Crucis foi uma forma simplificada e resumida de um grande número de experimentos expostos na 3ª. e na 6ª aulas de Cambridge – onde Newton extrai as refrangibilidades diferentes,e não a imutabilidade da cor.  Mas em outras partes do artigo defende a imutabilidade.
  • 27. Os prismas de Newton e suas plateias (1670-1672)  1673 –Em maio disse a Huygens (por carta ou artigo) que havia fornecido detalhes suficientes “àqueles que sabem examinar se uma cor é simples ou composta” e em junho disse que a proposição da imutabilidade “poderia ainda ser demonstrada por experimentos demasiadamente longos para serem descritos.”  Isso fazia parte de seu esforço de ganhar aceitação para sua nova doutrina. Portanto se os experimentos pudessem mostrar que a imutabilidade da cor era falsa, afirmavam eles (os críticos) que a sua doutrina cairia por terra.  Os prismas e os detalhes dos experimentos eram elementos fundamentais nessa disputa.
  • 28. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  Reações variadas ao primeiro artigo de Newton: uns consideravam seu trabalho “dramático e convincente”.  Mas nem todos se convenceram.  Essas diferenças evidenciam tecnologias e filosofias experimentais contrastantes.  Hooke reproduziu tretes com dois prismas, mas negou seu papel decisivo.  Newton também foi contestado por um grupo de Jesuítas ingleses de Liége (Bélgica) – contestaram os pressupostos dos testes newtonianos e alguns de seus próprios experimentos
  • 29. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  Os Jesuítas relataram que não haviam conseguido reproduzir o pretenso resultado do experimentum crucis, não houve acordo sobre como deveria ser o uso apropriado dos prismas.  Tampouco quanto à autoridade e ao significado do mesmo experimento.  Os críticos também contestaram o fato de que Newton afirmava que o experimentum crucis dispensava a realização de uma série de outros testes.  “Não é o número, mas o peso dos experimentos que se deve levar em consideração”.
  • 30. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  Em 1677, Newton negou “haver usado o experimentum crucis para provar tudo”.  Hooke negou que este experimento provasse algo de decisivo: “não é o que ele assim denomina que resolverá a questão, pois o mesmo fenômeno é resolvido tanto por minha hipótese quanto pela dele”.  Na verdade Hooke deixou implícito que uma das falhas de Newton, era o número reduzido de experimentos relatados por ele em contrate com “as muitas centenas” de testes executados e descritos por ele mesmo (Hooke): não construiu uma hipótese “sem primeiro tentar algumas centenas de vezes.”
  • 31. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  Hooke, Boyle e Seth Ward foram designados pela Royal Society para comentar o artigo de Newton em 1672.  Hooke também realizara um experimentum crucis em 1665, sem utilizar prismas, que a seu ver comprovava sua hipótese da cor. E os usou contra Descartes. Envolviam mica, películas finas e vidros cheios de líquidos de diversas cores.  Hooke e Newton usavam tecnologia experimentais diferentes e extraíam conclusões diferentes.
  • 32. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  Hooke dizia que estes testes só podiam provar as diferentes refrangibilidades, mas não que haviam diferentes raios (cores) antes da luz branca passar pelo prisma.  Em 1675 Hooke fala que reproduziu os experimentos de Newton, mas nega que eram convincentes, e propõe sua teoria vibratória sobre a luz e a cor.  Ao final de 1675 Newton afirma que Hooke havia “acomodado sua hipótese a essa minha sugestão” da origem das cores. Por sua vez, Hooke acusa Newton de plagiar sua sugestão já feita no Micrografia.
  • 33. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  Em 1672 – os críticos jesuítas também debatem técnicas rivais e Newton se sente obrigado a fornecer mais detalhes do que seu artigo inicial e envia uma retificação à Oldenburg.  Em 1674 – Line e outros jesuítas mostraram como era difícil para Newton ganhar autoridade perante o público.  Em 1675 Newton recorre à Royal Society para que retificasse sua afirmação de que o Exp. C. fora replicado em Londres e que seria fácil de executar em qualquer lugar.  Em 1676 os Jesuítas conduziram seus próprios experimentos, perante testemunhas e que o resultado era conflitante – apenas uma diferença na posição do prisma poderia explicar (não relatada por Newton).
  • 34. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  Em 1676 Newton dá mais detalhes, devido à estas discussões mais acirradas com os jesuítas, para que o experimento fosse reduplicado, em público, deixando implícito que os jesuítas eram deliberadamente incompetentes.  O experimento foi apresentado á Royal Society em abril de 1676, mas só convenceu Oldemburg. Os filósofos de Liége reagiram, não convencidos, menos Lucas que, escreve a Oldemburg que os experimentos de ambos (Liége e Royal Society) concordam, mas que diferem um pouco dos de Newton.  Continuando a refutar a doutrina de Newton, que ficou perplexo. Retirou-se da discussão em 1678 (p.12)
  • 35. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  A controvérsia (p.13)  Em 1676 – Lucas realiza o experimentum crucis e obtém um resultado diferente de Newton, constata que os raios violetas depois da 2ª refração, exibiam raios vermelhos. Newton diz que não havia feito este experimento para provar as diferentes refrangibilidades de diferentes cores (mas em junho e 1672 havia afirmado isso), mas para provar que a luz era composta de raios diferentemente refrangíveis (sem considerar as cores).  Esta controvérsia demonstra um problema central da replicação e da instrumentação.
  • 36. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  Estas discussões demonstram que o Status do Exp.C. era difícil de estabelecer.  A replicabilidade e o significado dependiam do estabelecimento deste emblema.  Os argumentos de Newton diante de Lucas e de Hooke eram: ou o experimento não era adequado ou os prismas não tinham boa qualidade.  Em 1676 Newton dá mais detalhes sobre como realizar o experimentum crucis: ângulos dos prismas, lados planos, diferenças no vidros, para tentar convencer Lucas (e outros) de que isso influenciava nas diferentes conclusões.
  • 37. Os experimentadores debatem “as instruções do Sr. Newton” (1672-1678)  E em 1720 o status é estabelecido finalmente – a qualidade e o posicionamento dos prismas e a “luz refratada não muda de cor”. (p.15)  Em 1722, Newton preparou imagens para a edição francesa do Óptica, onde dava um lugar de honra aos prismas, que atestam a veracidade do fato incontestável da imutabilidade da cor.
  • 38. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  Duas versões da história (p.15):  1 – Dos que aceitaram o caráter emblemático do Exp.C. e dos prismas – produziram uma história que explica pq. o experimento e os instrumentos não convenciam os críticos  2 – Dos textos populares (Voltaire, Algarotti) – afirmam que quem não conseguia reproduzir o Exp.C. não foram felizes na escolha dos prismas, e desconsideraram os ensaios divergentes.
  • 39. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  Em 1703 – Hooke morre e Newton assume a presidência da Royal Society e produz o Óptica(1704) e afirma que qqr. experimento de ótica, se executado com os prismas certos, garantiria a veracidade de sua doutrina.  Em Londres o prisma havia se tornado um instrumento “transparente”. Uma conquista dele e seus aliados.  Exige uma reconstrução pública dos registros das controvérsias da óptica – que implicou a exposição pública de novas técnicas e uma reinterpretação das falhas anteriores na reprodução de suas afirmações.
  • 40. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  Á medida que Newton domina os recursos fundamentais da filosofia experimental, a óptica newtoniana adquire uma história disciplinar e uma tecnologia padronizada.  A publicação do Óptica(1704) foi um evento chave neste processo (foi composto durante a década de 1690).  O exame de suas partes iniciais mostra como o autor reconstruiu seus experimentos de modo a impor sua autoridade na comunidade experimental.
  • 41. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  Mariotte – década de 1670 – desenvolve uma teoria da luz presumindo que a cor dos raios luminosos poderiam ser alteradas na refração, refutando a teoria de Newton.  Era citado por Leibnitz como tento feito uma contestação importante da teoria de Newton.  Nem Mariotte nem Lucas foram mencionados no Óptica, apenas uma leve menção de Hooke, nem usou o termo experimentum crucis.  Newton desloca o peso de sua argumentação para a constância da cor e para a descrição e colocação dos instrumentos utilizados.
  • 42. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  Posicionamento de uma lente á frente do primeiro prisma, tipos de vidros – livres de bolhas e veias – planos e não convexos, polidos criteriosamente (não utilizar potéia), as bordas deveriam ser cobertas com papel preto, disse que fazia seus primas com espelho cheios de água da chuva com sais de chumbo para aumentar a refração, não usar vidros coloridos, só os transparentes.  Detalhes nos ângulos dos prismas e sobre os líquidos só foram anotados em seu exemplar – mais uma vez alterações na forma de manejar os instrumentos.  Estava preparado o terreno para firmar que os experimentos que não desses certo é pq não usavam prismas corretos, indicados por ele.
  • 43. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  Newton valeu-se de seu poder na Royal Society contra seus críticos e faz uma campanha a favor dos prismas ingleses, que supostamente eram de melhor qualidade.  Como afirmou Steven Shapin, foi uma campanha de repercussões políticas importantíssima.  Afirmação dos experimentos de Londres  1707 – Leibniz soube do interesse francês pelo Óptica e aconselha os mesmos a reproduzirem os experimentos do relatório de Mariotte.  No mesmo instante, Newton manda reproduzir os experimentos do Óptica, publicamente.
  • 44. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  A guerra recomeça agora com Leibnitz, que resolve publicar sua idéias sobre Mariotte no Jornal de Leipzig.  1714 – Newton orienta o experimentador oficial da RS a mostrar que as cores não compostas podiam ser reproduzidas, que os instrumentos de Mariotte eram falhos e que Leibnitz estava errado.  Desaguilier (o experimentador) teve que abordar o tema replicabilidade tinha que apresentar experimentos da década de 1670, e não poderia usar um número excessivo de experimentos com o novo protocolo do Óptica. E vai a Newton para pedir ajuda sobre o que fazer.
  • 45. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  Newton ajuda Desaguilier escrever um artigo que enfatizou que os relatórios produzidos anteriormente eram suficientes; que havia seguido as instruções publicadas por Newton no Óptica. Desaguilier também admitiu que eram necessárias muitas informações novas para que os experimentos fossem replicados com sucesso  Reconheceu também que a técnica só foi publicada em 1704, por isso Lucas e Mariotte não obtiveram sucesso.  Desaguilier também reconstrói o Exp.C. numa combinação de outros dois e acrescenta muitos detalhes novos: vidros verdes e uma lente.
  • 46. Uma escolha infeliz de prismas”a conquista da transparência (1704 – 1722)  Após um ensaio em casa, faz o experimento perante a RS e perante filósofos visitantes (Alemanha, França e Itália) que os replicaram em outros lugares.  2 consequências disso:  1 –Mostrou que Mariotte falhou porque seus instrumentos eram ruins  2 – Afirmou que todo experimentador deveria usar prismas de Londres.  Quando os filósofos vinham a Londres buscar os prismas, Newton aproveitava para convencê-los dessa nova prática.  Primeiro obteve o consenso sobre a doutrina da imutabilidade as cores e depois definiu os bons prismas para obter estes resultados.
  • 47. Referências  SCHAFFER, S. Trabalhos com vidros. In: COHEN, B. & WESTFALL, R. Newton: textos, antecedentes, comentários. Rio de Janeiro: Contraponto, 2002. (p.250-269 + ficha catalográfica)

Editor's Notes

  1. Schaffer é professor de história da ciência na Universidade de   Cambridge. Ele foi recentemente editor do British Journal para a História  da Ciência e curador do Museu Nacional da Ciência e Indústria. Ele co-editou As Ciências na Europa Iluminado  (1997),  A Mão Consciente: Investigação e Invenção do Renascimento tarde para industrialização precoce  (2007), e O Mundo Mediado: de intermediários e redes globais de 1770-1820 (2009). Ele é o principal investigador para um projeto de colaboração com o Museu Marítimo Nacional, financiado pelo AHRC, sobre a história do Conselho de Longitude 1714-1828. Para mais detalhes visite http://www.nmm.ac.uk/blogs/longitude/
  2. De acordo com Cibele foi o 6º. experimento
  3. Newton diz ter comprado na feira de 1665, quando ele não estava em Londres nesta data, e sim em sua residência no interior, depois, para mostrar experimentos que discordavam da Teoria das Cores de Descartes, comprou outro em 1666 na mesma feira (que não ocorreu em 1666). Anotações dele mostram que adquiriu 3 prismas no comércio de Londres em 1668 Em seus estudos sobre a luz, Descartes afirmou que ela seria o movimento dos glóbulos de éter propagado instantaneamente de um ponto a outro e que as cores estavam ligadas às diferentes velocidades em que os glóbulos de éter giravam, sendo que as partículas que rodavam mais rapidamente dariam a sensação de vermelho, as mais lentamente a de azul e verde e as outras cores produzidas por rotações de velocidades intermediárias a essas12. Newton rejeitou a teoria de Descartes para a luz (e também para a mecânica) por não acreditar que o pulso de éter se moveria em linha reta, que a luz se propagasse instantaneamente (a velocidade de propagação da luz foi medida em 1675, pelo astrônomo Röemer) e, talvez sua maior objeção, que as cores fossem modificações da uz branca13.
  4. Instruções que demonstraram ser poucas para seu público – poucos detalhes para os experimentadores reproduzirem e chegarem aos mesmos resultados.
  5. Nos experimentos destinados a demonstras que os raios não compostos não podiam ser modificados – Newton não deu nenhuma “receita”de como proceder, em vez disso afirmou que “é necessário que haja uma separação mais perfeita das cores do que é possível obter, de maneira acima descrita, através da refração de um único prisma”.
  6. Nas aulas descreveu experimentos que utilizavam diversos prismas, para mostrar que os raios luminosos eram diferentemente refrangíveis e que os raios de refração diferente exibiam cores diferentes. Cada raio, de uma cor, era novamente refratado por um segundo prisma, numa tela.
  7. Não houve nenhum experimento crucial. Em vez disso ensaiou variações no posicionamento das telas, da iluminação do aposento em que os experimentos eram realizados, e na movimentação, posicionamento e qualidade dos próprios prismas. Ele propos deslocar o primeiro prisma de seu lugar original, atráas daa primeira tela, para uma posição entre o Sol e a tela. Isso visava eliminar a suspeita de que os diferentes ângulos de refração dos raios diferentes pudessem dever-se a diferentes ângulos de incidência da luz solar no primeiro prisma. Ele experimentou cobrir a face principal do segundo prismaa com papel preto, perfurado por um único furo, a fim de permitir a penetração de alguns raios para segunda refração. Em sua sexta aula, também modificou a orientação dos dois prismas, para que em alguns momentos eles se cruzassem e, noutros, ficassem paralelos.
  8. Repetiu suas recomendaçòes na 6ª. Aula, ao discutir reflexão interna totall. Parte de seu trabalho centrou-se na maneiras de determinar se os prismas funcionavam adequadamente. Somente assim poderiam cofirmar sua nova doutrina. Para convencer o público, deveria primeiro convence-los a usar os prismas corretamente
  9. Mas não esclareceu estes detalhes no século XVII – só no Otica em 1704?
  10. Atreveu-se a afirmar que “quando qualquer tipo de raio é bem separado dos outros de outros tipos, depois ele retem obstinadamente sua cor, a despeito de meus maiores esforços para alterá-los.” A técnica de produzir um “raio bem separado”não foi explicitada (no artigo). Era redundante aos olhos dos críticos. Tautológico – pleonasmo ou redundância
  11. Essa reticência foi importante, por diversas razões. Ronald Laymon sugeriu que o experimentum crucis só funcionaria se fossem usadas descrições idealizadas dos experimentos. A idealização newtoniana desse fruto de experimentos exigia que seus prismas fossem visos como corriqueiros e que a disposição de seus experimentos fossem tratadas de forma sumamente abstrata. Isso fazia parte de seu esforço de ganhar aceitação
  12. “nossa feliz maravilha de engenhosidade e o melhor introdutor de novos esclarecimentos”. Jesuítas de Liége: Francis Line, John Gascoines e Anthony Lucas.
  13. Na verdade Hooke deixou implícito que uma das falhas de Newton, era o número reduzido de experimentos relatados por ele em contrate com “aas muitas centenas” de testes executados e descritos por ele mesmo (Hooke).
  14. Hipostes de Descartes sobre as cores: rotação de pequenas esferas, a luz do sol ra homogênea e apresentava apenas uma refringência – cors eram perturbações na movimentação do éter – diferentes velocidades de rotação das partículas do éter.
  15. Teoria de Hooke sobre a Luz (tb discorda de Descartes) - aluz era constituida de vibrações muito rápidas, transmitidas por um meio, mas intuia sobre o comportamento ondulatório da luz. Em 1690 Hooke disse que não havia teoria melhor que a dele, excluindo Newton desta história.
  16. Os Jesuítas e Line eram os experimentadores demonstram que era difícil chegar à um consenso
  17. Em 1672 Newton afirma que o Exp.C. provavaa que “raios de diversas cores, separadamente considerados, sofrem com incidências iguais, refrações diferentes. “Em 1676 – disse a Lucas que “eu o apresentei para provar (sem considerar as cores) que a luz compõe-se de raios diferentemente refrangíveis”.
  18. A replicabilidade e o significado dependiam do estabelecimento deste emblema.
  19. E em 1720 o status é estabelecido finalmente – a qualidade e o posicionamento dos prismas e a “luz refratada nãoa muda de cor”. (p.15) Em 1722, Newton preparou imagens para a edição francesa do Óptica, onde dava um lugar de honra aos prismas, que atestam a veracidade do fato incontestável da imutabilidade da cor.
  20. Experiencia de Mariotte na página
  21. Potéia – pó de óxido de estanho
  22. Uma conspiração de Leibnitz e os autores do jornal Acta Eruditorium