O documento discute os principais pensadores e ideias do Iluminismo no século XVIII, como a crença na razão, no empirismo e no progresso trazido pelas "luzes" da razão. Apresenta também as teorias de pensadores como Locke, Montesquieu e Rousseau sobre liberalismo político e divisão de poderes.
2. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• As preocupações dos pensadores do século
XVIII eram muito distintas daquelas do início da
era moderna.
• Definir limites para os regimes totalitários;
• Crença na superioridade da razão;
• A ideia de Liberdade.
3. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• O cientista inglês Isaac Newton era uma
personalidade consagrada.
• Newton deixou de lado as hipóteses que não
podiam ser explicadas matematicamente nem
comprovadas pela experiência (como a
existência de Deus); aceitava assim as
limitações do entendimento humano.
4. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• Os pensadores se afastaram das discussões
metafísicas e buscaram aplicar a nova metodologia
emprestada das ciências da natureza em outros
campos de investigação, como a moral, a política e
a estética.
• Seu lema era denunciar todas as ideias
obscuras, dogmáticas, autoritárias que impediam o
crescimento humano e a solução dos problemas
sociais.
5. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• Esses intelectuais acreditavam na capacidade
racional de todos os homens, quando livres da
opressão, do medo e das superstições.
• Denominaram a própria época em que viveram
de Século das Luzes e o movimento intelectual
da qual faziam parte de iluminismo ou
ilustração.
6. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• Pretendiam iluminar as trevas da
ignorância tendo por instrumento a luz
natural a todos os homens, ou seja, a
razão.
• A filosofia das luzes teve como palco
principal a França, deslocando-se mais
tarde para a Alemanha.
7. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• A TESE EMPIRISTA de que toda filosofia válida
deve partir de noções que o homem possa
conhecer e comprovar com seus próprios sentidos
é abraçada pela maioria dos pensadores franceses.
• O escritor naturalista francês Georges-Louis
Leclerc Buffon, voltando-se para a
natureza, concentra sua observação sobre os seres
vivos, suas características físicas e fisiológicas, e
produz, com uma equipe de colaboradores, uma
monumental História natural, em 44 volumes.
8. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• Georges-Louis além de classificar o reino animal
em grupos de seres semelhantes entre si, ele
organizou essas espécies numa série
contínua, realizando um trabalho precursor da
teoria da evolução das espécies.
• De acordo com a teoria da evolução, todas as
espécies de plantas e animais teriam um
antepassado comum e seriam o resultado de um
conjunto de transformações de caracteres ocorrido
de geração em geração.
9. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• O primeiro a enunciar essa teoria foi o
naturalista francês Jean-Baptiste de Monet, para
quem o meio é o principal fator de mudança: a
modificação do meio leva à mudança de
necessidade da espécie; a nova necessidade
modifica os hábitos, a estes, por fim, os órgãos
e as formas do corpo, segundo o princípio de
que um órgão não utilizado se atrofia e o que é
mantido em uso se desenvolve.
10. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• Para o naturalista inglês Charles Darwin, que
formulou a primeira teoria realmente científica
da evolução, a adaptação das espécies resulta
da sobrevivência dos mais aptos, isto é, de um
processo de seleção natural em que formas
vivas novas eliminam ou ocupam o lugar das
suas ancestrais.
11. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• Buffon, em sua teoria sobre a formação da
vida, dispensa a noção de Deus como criador
da natureza: para ele, a vida é resultado apenas
de processos físicos e químicos no interior da
matéria, e esses processos não apresentam
nenhuma finalidade, como concebia a filosofia
aristotélica-tomista.
12. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• Trata-se de uma concepção materialista da
natureza, isto é, que enfatiza o papel da matéria
nos processos naturais.
• O médico e filósofo francês Julien Offroy de La
Mettrie radicaliza essa tendência, afirma que tudo é
matéria, até mesmo a alma humana, concebendo a
realidade como uma cadeia contínua que vai da
matéria inanimada até o homem.
13. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• La Mettrie em sua obra O homem-máquina, alia a
seu materialismo um mecanicismo de inspiração
cartesiana, pois, para ele, a natureza não passa de
uma máquina composta de inúmeros mecanismos.
• O filósofo francês Étienne Bonnot de Condillac
concebia o conhecimento como um conjunto de
sensações transformadas na mente e fixadas pela
linguagem, formulando uma teoria denominada
SENSACIONISTA ou SENSUALISTA
14. MATERIALISMO E SENSACIONALISMO
• SENSUALISTA
• Nome que se deve à ênfase que filósofo dá à
sensação, da qual brotariam todas as demais
ideias presentes no espírito humano por meio de
transformações sucessivas.
• Condillac desenvolveu também uma teoria da
linguagem, segundo a qual a ciência é uma
“linguagem bem feita”, cujos termos não são jamais
arbitrários e na qual cada palavra tem o seu
correspondente invariável nas sensações.
15. EDUCAÇÃO E PROGRESSO
• Os pensadores franceses desse período
acreditavam numa evolução do pensamento e
do conhecimento e que isso um dia traria
melhores condições de vida pra todas as
pessoas.
• Esses filósofos achavam que as “luzes” da
razão trariam o progresso e que este conduziria
os homens à felicidade.
16. EDUCAÇÃO E PROGRESSO
• O homem é um ser que se pode construir por meio
da educação.
• Para o filósofo francês Claude-Adrien Helvétius, em
sua obra Sobre o espírito e Sobre o homem, diz
que todos os homens têm a mesma “sensibilidade
física” .
• O homem é uma espécie de “tábula rasa” que vai
sendo gravada pelo meio em que vive desde o
momento do nascimento.
17. EDUCAÇÃO E PROGRESSO
• Helvétius propunha uma educação dos
indivíduos baseada no conhecimento dos
mecanismos do comportamento humano e
voltada para o interesse geral.
• O interesse geral seria proporcionar o máximo
de felicidade a todos e o mínimo de dor a cada
indivíduo.
18. EDUCAÇÃO E PROGRESSO
• Os principais obstáculos para alcançar esse
objetivo seriam, segundo Helvétius, a religião
cristã e as estruturas feudais.
• Paul-Henri Dietrich, ou barão de Holbach, diz
que as religiões são um instrumento poderoso
para manter o domínio sobre os homens. Elas
também seriam antinaturais, uma vez que
condenam o prazer.
19. EDUCAÇÃO E PROGRESSO
• Holbach propunha uma reforma da sociedade
que fizesse com que cada indivíduo tivesse
prazer em desejar o bem-estar do outro.
• Um dos principais monumentos iluministas do
ideal de propagação do conhecimento e da
confiança no progresso da humanidade é a
Enciclopédia, obra composta de 35
volumes, publicada de 1751 a 1772.
20. EDUCAÇÃO E PROGRESSO
• A intenção da Enciclopédia era reunir e divulgar, da
maneira mais completa possível, o conjunto das
realizações técnicas, científicas e humanísticas
alcançadas pelo homem até então.
• A maioria dos pensadores iluministas colaborou
com a Enciclopédia escrevendo um ou mais
verbetes.
• Por isso se tornaram conhecidos também como
ENCICLOPEDISTAS.
21. EDUCAÇÃO E PROGRESSO
• O pensamento de Diderot é uma síntese dos
ideais iluministas, Materialista e empirista, ele
afirmava que “uma boa observação vale mais do
que cem teorias” e era avesso ao “espírito de
sistema” dos filósofos racionalistas, pois
considerava um absurdo alguém pretender
explicar tudo numa cadeia de razões claras e
distintas.
22. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• Locke em sua obra “Dois tratados sobre o
governo civil”, diz que os homens em estado de
natureza são livres, iguais e
independentes, podendo dispor de seu corpo
para o que desejarem, desde que isso não
prejudique os demais.
• Assim a vítima tem o direito de guerra, que é
castigar o criminoso.
23. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• Mas como isso tem o inconveniente de que o
julgamento feito pela vítima pode ser parcial e
injusto e o castigo, excessivo, os homens
decidiram renunciar à sua liberdade natural por
meio de um pacto, entregando a um corpo
político (o governo) o seu direito de executar a
lei natural para que garanta a segurança, o
conforto e a paz da comunidade.
24. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• O corpo político deve ser dividido em poderes:
• O LEGISLATIVO que faz as leis; é o principal
e a ele subordinam-se:
• O EXECUTIVO que aplica as leis;
• O FEDERATIVO que cuida das relações com
outras comunidades.
25. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• O que legitima o PODER POLÍTICO é a adesão
ao pacto feita pela maioria.
• Quando não há o consentimento da
maioria, não há uma lei legítima e sim
arbitrariedade.
• Outra concepção importante do liberalismo
lockiano é a de que a propriedade privada é o
resultado do trabalho.
26. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• Qualquer atentado à propriedade privada é uma
transgressão à lei natural e deve ser reprimido e
castigado pelo corpo político.
• Locke também defendeu a tolerância religiosa
em sua obra Carta acerca da tolerância.
• Para Locke, a intolerância resultava de uma
confusão entre autoridade política e autoridade
religiosa, ou entre comunidade e Igreja.
27. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• O nome mais destacado do liberalismo francês foi o
de Voltaire – pseudônimo usado pelo filósofo
François Marie Arouet.
• Agitador, panfletário e satirista feroz, ele sabia que
educar apenas não bastava para promover o
progresso e a felicidade geral.
• Sem LIBERDADE não haveria o fim da prepotência
dos poderosos e das injustiças sociais.
28. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• Voltaire afirmava: “Posso não concordar com
nenhuma palavra que você diz, mas defenderei
até a morte seu direito de dizê-la”.
• Foi o principal propagandista dos ideais
libertários do Iluminismo.
• Escreveu com humor e inteligência contra a
religião, a metafísica, a superstição, os
fanatismos e os preconceitos.
29. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• Os argumentos de Voltaire, expostos em seu
Tratado de Metafísica, são favoráveis à
existência de um ser superior que tudo teria
criado e que se revela à humanidade por meio
apenas da natureza e da regularidade de suas
leis, como uma espécie de relojoeiro divino.
• Mas Voltaire não via utilidade nas discussões
sobre a essência de Deus.
30. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• Após um exílio de dois anos na Inglaterra, Voltaire
tornou-se também um dos principais defensores do
liberalismo político e da tolerância religiosa.
• O que é a tolerância?
• “É o apanágio da humanidade. Somos todos cheios
de fraquezas e de erros; perdoemo-nos
reciprocamente as nossas tolices, tal é a primeira
lei da natureza”.
31. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• A separação entre política e religião também é
apregoada pelo filósofo francês Charles-Louis de
Secondat, barão de Montesquieu, um dos principais
teóricos do liberalismo político.
• Montesquieu dizia que não apenas o corpo político
e as leis governam os homens, mas muitas outras
coisas: o clima, a religião, os costumes, os
exemplos das coisas passadas, etc.
32. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• Para Montesquieu estes outros fatores formam
o espírito geral de uma sociedade.
• A liberdade, para Montesquieu, é o “direito de
fazer tudo o que as leis permitem”.
• Dedicou-se à tarefa de verificar em que
condições esse direito seria o mais amplo
possível.
33. O LIBERALISMO NA FRANÇA: VOLTAIRE E
MONTESQUIEU
• Propôs a divisão do Estado em:
LEGISLATIVO, EXECUTIVO e JUDICIÁRIO.
• Nessa divisão, cada poder deve agir
independentemente mas, ao mesmo tempo, em
articulação com os demais poderes, de modo
que eles se limitem mutuamente.
34. • Nasceu fraco e
doente, em
Genebra.
• Perdeu a mãe ao
nascer.
• Foi criado por uma
tia e pelo pai.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
35. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
• A partir dos 10 anos de idade, ficou sob a
tutela de várias pessoas diferentes.
• Aos 16, resolveu fugir da cidade onde vivia
para levar uma vida independente.
• Passou fome e privação, mudou várias
vezes de trabalho, de mulher e de país.
36. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
• Em 1742 chega a Paris, como professor de
música, trazendo na bagagem um novo
sistema de notação musical, uma
ópera, uma comédia, uma coletânea de
poemas.
• Em 1749, despontou como filósofo ao
escrever sua primeira obra, Discurso sobre
as ciências e as artes.
37. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
• Escreveu ainda Emílio e Do contrato
social, obras consideradas ofensivas pelas
autoridades, então foi obrigado a fugir de
Paris para não ser preso.
• O exílio não foi tranquilo e Rousseau teve
de mudar de residência diversas vezes.
38. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
• Em 1776, seu estado de saúde se agravou
– ao lado da pobreza, a saúde frágil lhe
servira de desculpa para não criar nenhum
dos 5 filhos, que foram deixados em
orfanatos.
39. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• A Academia de Dijon propôs, num concurso, a
seguinte questão: “O restabelecimento das
ciências e das artes terá contribuído para
aprimorar os costumes?”.
• “Não”, respondeu Rousseau. As ciências e as
artes, tanto quanto a civilização não eram boas
como se pensava.
40. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• O homem nasce bom, a sociedade é que o
corrompe.
• Na obra Discurso sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade entre os
homens, descreveu minuciosamente como
teria sido o homem em estado de natureza.
41. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• O homem em estado de natureza teria
primeiro vivido livre, solitário e feliz pelas
florestas, orientado apenas pelo seu
instinto de autopreservação, sem precisar
de ninguém para nada.
• Suas paixões eram basicamente
querer, desejar e temer.
42. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• Buscava o prazer elementar e fugia da dor.
• Ele não poderia ser considerado nem bom nem
mau.
• Esse estado seria, na verdade, segundo
Rousseau, “o mais propício à paz e mais
conveniente ao gênero humano”, pois a
ignorância do vício e a tranquilidade do
coração seriam as condições mais favoráveis
ao surgimento da virtude.
43. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• E a única virtude que o filósofo concebe
como sendo natural ao homem, e não
produto do convívio social, é a piedade.
• Para Rousseau, sem piedade, de nada
serviria a razão, e os homens não
passariam de monstros.
44. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• Esse bom selvagem teria também uma qualidade
potencial inata que o distinguiria dos outros animais: a
perfectibilidade, ou faculdade de aperfeiçoar-se.
• Essa capacidade se tornaria “a fonte de todos os males”
da humanidade, quando, por um conjunto de
circunstâncias e coincidências, foi sendo despertada de
seu estado de dormência e tirou o homem de sua
condição original de tranquilidade e inocência, fazendo
desabrochar “suas luzes e erros, seus vícios e suas
virtudes” e tornando-o “tirano de si mesmo e da
natureza”.
45. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• Rousseau imagina que tudo isso começou
quando, um dia, os homens se associaram
espontaneamente para realizar algumas
tarefas que exigia o concurso de várias
mãos, como, por exemplo, defender-se de
um animal perigoso.
46. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• Esse processo teria se repetido várias vezes, e
os homens passaram a dar preferência a viver
juntos, formando as primeiras famílias.
• Desenvolveram, então, sentimentos mais
refinados, como o amor pelo outro e pelos
filhos, e daí necessitaram criar códigos de
comunicação (as línguas) e atividades de
socialização, como o canto e a dança.
47. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• As diferenças entre os homens, no início
muito sutis, passaram a ficar perceptíveis.
• Os mais hábeis, fortes e belos começaram
a sobressair. Surgiu toda sorte de paixões
e vícios, como o orgulho, a cobiça, a inveja
e a hipocrisia.
48. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• O surgimento da propriedade privada teria
sido o passo fundamental no processo de
corrupção do homem, pois, a partir
dele, realizou-se a divisão social entre ricos e
pobres.
• A esse momento seguiu um estado de guerra
generalizado entre os mais poderosos e os
primeiros ocupantes das terras.
49. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O BOM SELVAGEM
• Os ricos percebendo que eles próprios eram os
que mais tinham a perder com a
guerra, idealizaram um projeto que empregava
em seu favor as forças daqueles que os
atacavam: um contrato social.
• Prometendo paz, justiça e segurança para
todos e garantindo que manteriam seus
bens, os ricos enganaram os grosseiros e
ingênuos.
50. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A VONTADE GERAL
• O contrato social que vigorava
seria, portanto, de acordo com
Rousseau, uma enganação.
• Como legitimar, isto é, tornar direito e
justo, aquilo que um dia não passou de
uma armadilha?
51. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A VONTADE GERAL
• Na obra Do contrato social, responde à
questão dizendo que dada a impossibilidade
de o homem voltar a seu estado primordial, o
filósofo se empenha em conceber um contrato
social, ou forma de associação, “que defenda e
proteja a pessoa e os bens de cada associado
com toda a força comum, e pela qual cada
um, unindo-se a todos, só obedece contudo a
si mesmo, permanecendo assim tão livre
quanto antes”.
52. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A VONTADE GERAL
• O pacto social deve nascer da entrega total de
cada indivíduo à comunidade, com o que ele
não perde nada, pois, diz Rousseau, “cada um
dando-se a todos não se dá a ninguém”.
• Todos se mantêm livres e iguais ao ingressar
na sociedade civil, isto é, o corpo político.
• Rousseau concebe o corpo político como um
todo, uma unidade orgânica, com vida e
vontade próprias.
53. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A VONTADE GERAL
• E o que dá vida ao corpo político é a
própria união de seus membros, ou seja, a
coletividade.
• As leis desse corpo político devem ser o
reflexo da vontade geral, conceito
importantíssimo da filosofia política de
Rousseau.
54. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A VONTADE GERAL
• A vontade geral é a que busca o melhor
para a sociedade como um todo, ou
seja, aquela que satisfaz o interesse
público, e não o de particulares.
55. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
• Rousseau queria uma sociedade em
que as pessoas fossem não apenas
livres e iguais, mas também
soberanas, isto é, que tivessem um
papel ativo dentro do contexto geral.
56. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
• Para isso seria preciso ensiná-las a ser:
• Livres realizar o que o coração manda;
• Autênticas reconhecer e mostrar os
verdadeiros sentimentos;
• Autônomas conduzir o próprio destino.
57. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
• Essa tarefa de “civilizar a civilização”
deveria partir da educação das crianças
(obra: Emílio).
• A tese fundamental de Rousseau é a de
que o homem é naturalmente bom, mas foi
corrompido pela sociedade.
58. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
• A criança criada numa sociedade civilizada
vai perdendo o contato com seus instintos
naturais e sentimentos à medida que eles
vão sendo reprimidos ou à medida que ela
aprende, por meio de uma série de normas
e conceitos abstratos, a não revelar certas
emoções e a fingir outras.
59. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
• O resultado é a perda de contato consigo
mesma e a necessidade de mostrar-se
diferente do que realmente é. Depois vêm a
falsidade, a hipocrisia e todos os outros vícios.
• Em Emílio Rousseau inspira-se no homem
natural e defende uma pedagogia que siga a
natureza.
60. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
• Emílio é afastado do convívio social até os 15
anos de idade, evitando assim qualquer
influência corruptora da sociedade.
• O que o filósofo propõe de fundamental e
inovador é uma educação que procura
incentivar a expressão das tendências
naturais da criança, em vez de reprimi-las ou
discipliná-las, como era mais comum até
aquela época.
61. JEAN-JACQUES ROUSSEAU
A EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
• Isso deveria ser feito com amor e
carinho, não com punições e castigos; no
seio da família – não na escola -, por meio
do exemplo e da prática, despertando na
criança, com naturalidade, os bons
sentimentos e deixando em segundo plano
o aspecto teórico, racional.
62. • Foi o principal
pensador do
Esclarecimento, desi
gnação pela qual
ficou conhecida a
filosofia das luzes na
Alemanha.
IMMANUEL KANT
63. IMMANUEL KANT
VIDA
• Nasceu em Königsberg (hoje
Kaliningrado), pequena cidade situada a
oeste da Prússia.
• Filho de um humilde artesão, estudou na
universidade local, da qual se tornou
professor brilhante e reitor.
64. IMMANUEL KANT
VIDA
• Pequeno e frágil, Kant levou uma
existência extremamente metódica, sem
grandes acontecimentos.
• Nunca se casou e jamais saiu de sua
cidade natal até seu falecimento.
65. IMMANUEL KANT
A NOVA REVOLUÇÃO COPERNICANA
• Kant foi o primeiro dos grandes filósofos
modernos a produzir seu pensamento dentro
de uma universidade, como acadêmico.
• Ele era professor universitário de filosofia.
• Na época em que Kant lecionava, o
pensamento racionalista ainda era forte entre
os pensadores do Esclarecimento.
66. IMMANUEL KANT
A NOVA REVOLUÇÃO COPERNICANA
• Kant também foi um estudioso dos iluministas
franceses.
• Com o mesmo espírito questionador de sua
época, o filósofo se empenhou na crítica da
própria razão, instaurando, como ele mesmo
diz, “um tribunal que, ao mesmo tempo que
assegure suas legítimas aspirações, rechace
todas as que sejam infundadas”.
67. IMMANUEL KANT
A NOVA REVOLUÇÃO COPERNICANA
• Desde Descartes, os filósofos se
dedicavam à investigação do
conhecimento na tentativa de explicar
como ele se dá e sobre o que é possível
conhecer.
• Os RACIONALISTA deram sua
resposta, baseada no poder de explicar
tudo.
68. IMMANUEL KANT
A NOVA REVOLUÇÃO COPERNICANA
• Os EMPIRISTAS reagiram destacando a
importância dos sentidos e seus limites.
• Kant achava que tanto os sentidos como a
razão são fatores determinantes no
processo de conhecimento das coisas
e, portanto, não adotou nenhuma das duas
posições.
69. IMMANUEL KANT
A NOVA REVOLUÇÃO COPERNICANA
• Para Kant, ambas apresentavam acertos e erros
e seria possível obter melhores resultados se elas
fossem sintetizadas numa perspectiva totalmente
nova de abordagem do conhecimento.
• Na obra “Crítica da razão pura”, Kant recorda o
sucesso de Copérnico quando o
astrônomo, percebendo que os princípios
explicativos da teoria geocêntrica se fragilizavam
diante de novas constatações, resolveu tirar a
Terra do centro do universo e colocar o Sol em
seu lugar.
70. IMMANUEL KANT
A NOVA REVOLUÇÃO COPERNICANA
• Kant propõe fazer o mesmo com a questão
do entendimento, ou seja, inverter o lugar
determinante que ocupa o objeto nas
abordagens tradicionais.
• Para ele, são “os objetos que têm de se
regular pelo nosso conhecimento”.
71. IMMANUEL KANT
A NOVA REVOLUÇÃO COPERNICANA
• EXEMPLO: quando vemos um objeto
qualquer, a imagem que se forma em
nossa mente não é determinada por esse
objeto, e sim o contrário: nós, por meio do
nosso modo próprio de perceber as
coisas, é que determinamos e formamos
essa imagem.
72. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DA SENSIBILIDADE
• Kant entendia que todos os nossos
conhecimentos começam com a
experiência, isto é, no momento em que
entramos em contato sensível com as coisas.
• Esse conhecimento não é simplesmente dado
pelas coisas, como se o sujeito que
conhecesse ficasse totalmente passivo no
processo.
73. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DA SENSIBILIDADE
• Buscou saber como é o sujeito puro, a
priori, isto é, o sujeito antes de qualquer
experiência sensível.
• Kant chegou à conclusão de que o sujeito
possui certas faculdades que possibilitam e
determinam a experiência e o
conhecimento.
74. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DA SENSIBILIDADE
• Uma dessas faculdades é a sensibilidade.
O filósofo observou que, quando
percebemos e representamos em nossa
mente qualquer coisa externa, essa
representação é sempre feita no tempo e
no espaço.
75. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DA SENSIBILIDADE
• Kant conclui então que TEMPO e ESPAÇO são
condições a priori de possibilidade da
experiência sensível ou intuição empírica.
• Em outras palavras, tempo e espaço não são
abstrações ou algo que existe fora de nós: eles
constituem formas da sensibilidade, isto é, são
ferramentas humanas inatas e necessárias ao
homem para que ele possa construir toda a
sua experiência do mundo.
76. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DA SENSIBILIDADE
• Essas formas da sensibilidade atuam como
filtros ou lentes que definem como
podemos perceber a realidade.
• São como receptáculos ou vasilhas vazias
que vão sendo preenchidas com alguma
matéria, isto é, os conteúdos que
compõem as sensações.
77. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DO ENTENDIMENTO
• Kant observou também que, quando
enunciamos um juízo, uma afirmação
qualquer, como, por exemplo, “o calor dilata os
corpos”, ocorre uma síntese das
representações “calor” e “dilata os corpos”.
• Essa síntese é feita por outra faculdade
humana: o entendimento ou faculdade de
pensar ou de julgar.
78. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DO ENTENDIMENTO
• Todo juízo é uma síntese efetuada pelo
entendimento, que unifica as múltiplas
representações que aparecem na sensibilidade.
• Analisando os diversos juízos possíveis, Kant
percebeu que todos se articulam de acordo com
certos princípios lógicos ou regras, apresentando
formas básicas ou puras, isto é, destituídas de
qualquer conteúdo e anteriores a qualquer
experiência vivida pelas pessoas.
79. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DO ENTENDIMENTO
• Do mesmo modo que existem formas da
sensibilidade (espaço e tempo), Kant diz que
existem formas do entendimento.
• A partir delas se estabelecem conceitos
puros, a priori, que existem desde sempre em
nossa consciência, como os conceitos de
causa, necessidade e substância
(categorias).
80. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DO ENTENDIMENTO
• São as categorias que permitem pensar tudo
aquilo que chega com a intuição ou
experiência sensível.
• EXEMPLO: o conceito de causa.
• Quando entramos numa sala aquecida pelo sol
da tarde, podemos dizer com base apenas
nessa intuição ou experiência sensível: “O sol
brilha na sala” e “A sala está quente”.
81. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DO ENTENDIMENTO
• Se, em seguida, relacionamos essas duas
intuições, subordinamos uma à outra, podemos
concluir: “O sol aquece a sala”.
• Kant diz que fazer essa relação é algo inerente
ao entendimento humano, que não consegue
deixar de empregar o princípio de que “todo
efeito tem de ter uma causa”.
82. IMMANUEL KANT
AS FORMAS DO ENTENDIMENTO
• Para Kant, a noção de causalidade é algo
que deriva do nosso entendimento, isto
é, nós é que criamos essa relação.
• Isso quer dizer que entender a natureza é
projetar sobre ela as nossas formas
próprias de conhecimento.
83. IMMANUEL KANT
A CRÍTICA À METAFÍSICA
• Se projetamos sobre a natureza as nossas
formas próprias de conhecer, o conhecimento
do mundo se restringe, pois nunca poderemos
saber com certeza como o mundo é em si, mas
apenas como ele aparece para nós.
• Kant faz distinção: “coisa em si” e “coisa para
nós”.
84. IMMANUEL KANT
A CRÍTICA À METAFÍSICA
• “COISA PARA NÓS” tudo o que
conhecemos do mundo são os fenômenos –
aquilo que aparece para nós já filtrado pelas
formas da sensibilidade.
• “COISA EM SI” Kant denomina de númeno
– não pode ser percebida pela razão humana
porque ultrapassa a experiência possível.
85. IMMANUEL KANT
A CRÍTICA À METAFÍSICA
• O processo de conhecer o mundo é mais ou menos como
fotografar uma festa animada, com muita música e
dança.
• A FESTA “a coisa em si”, o númeno.
• A MÁQUINA é o sujeito com suas formas, seu
aparelho próprio de conhecer.
• A IMAGEM “a coisa para nós”, o fenômeno, aquilo
que aparece para nós.
• A FOTO constitui a experiência possível, a
representação do fenômeno.
86. IMMANUEL KANT
A CRÍTICA À METAFÍSICA
• Com base nos resultados dessa
investigação, o filósofo criticará a pretensão da
metafísica de querer conhecer “o ser enquanto
ser”, as “coisas em si” – e pretende fazer isso
como ciência, como conhecimento teórico.
• Kant afirma que isso não é possível, que há aí
um uso ilegítimo da razão ao se pretender
conhecer aquilo que ultrapassa a experiência
possível.
87. IMMANUEL KANT
A CRÍTICA À METAFÍSICA
• O homem não pode provar que Deus
existe, que a alma é imortal, que o universo é
infinito, que o homem é livre.
• E, quando tenta fazer isso, surgem as
antinomias da razão pura (juízos que se
contradizem em tese e antítese)
• Nessas questões tanto parecerá provável uma
coisa como o seu contrário e sempre será
possível refutar as duas posições.
88. IMMANUEL KANT
A RAZÃO PRÁTICA
• Kant diz que o homem sempre vai sentir a
necessidade de saber de onde vem e para
onde vai.
• Essa é uma necessidade inerente à própria
razão.
• Por isso afirma que o homem também
possui uma razão prática.
89. IMMANUEL KANT
A RAZÃO PRÁTICA
• No campo prático da razão, idéias como
Deus, imortalidade e liberdade não devem
ser tratadas como conhecimento e sim
como noções reguladoras da prática
humana; elas têm uma função prática em
nossas vidas.
90. IMMANUEL KANT
A RAZÃO PRÁTICA
• Esse é o campo da moral e da religião, no qual o
homem afirma coisas que não pode
provar, porque isso favorece a sua existência
prática.
• São os postulados práticos, moralmente
necessários.
• A função prática e fundamental de acreditar na
imortalidade da alma é tirar a angústia causada
pela ideia do fim absoluto após a morte e motivar
uma conduta justa durante a vida inteira.
91. IMMANUEL KANT
A VONTADE LEGISLADORA
• Kant também entendia que a filosofia devia se
pôr ao lado dos interesses do homem; entre os
mais importantes, para ele, estava a liberdade.
• No campo da moral, propõe que as leis morais
são necessárias e universais, mas, ao mesmo
tempo, derivam dos próprios homens.
• Nesse sentido apesar de agir por dever, o
homem é livre, pois deve seguir a lei que ele
próprio criou.
92. IMMANUEL KANT
A VONTADE LEGISLADORA
• Parece contraditório pensar em dever e
liberdade ao mesmo tempo, mas não para
Kant.
• Entendia que todos nós nascemos com a
capacidade de distinguir o certo do errado.
• Existiria uma lei moral universal e inata que
orienta a ação de todos os homens, valendo
pra todos em todas as situações.
93. IMMANUEL KANT
A VONTADE LEGISLADORA
• Imperativo categórico: “Age apenas
segundo aquelas máximas por meio das
quais possas, ao mesmo tempo, querer
que elas se transformem em uma lei geral”.