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FAEscrava Isaura
autor: Bernardo Guimarães
movimento: Romantismo - Segunda Geração
RESUMO
Isaura, escrava de pele branca, foi criada como filha na família em que serve. Foi
durante muito tempo a protegida da matriarca, que prometeu que após a sua morte a
moça deveria ser liberta. Entretanto, esse último desejo não foi satisfeito e Isaura se
tornou propriedade de Leôncio, um jovem sem caráter que por ela se interessa, apesar
de casado.
A beleza da jovem cativa desperta paixões em vários dos personagens, além de Leôncio,
o jardineiro Belchior, o feitor da fazenda e até o irmão de Malvina, esposa de Leôncio,
fazem propostas à moça.
O pai da escrava, um homem livre chamado Miguel, reúne a vultosa quantia que fora
pedida pelo pai de Leôncio para libertá-la, porém, o vilão encontra uma maneira para
descumprir a promessa do pai, fingindo luto por sua morte. Inconformada com a
situação, Malvina retorna para a casa de seus pais, fato que deixa Leôncio livre para
atormentar Isaura.
O pai de Isaura, Miguel, decide então fugir com a filha para o nordeste do país. Os dois
se instalam em Recife e adotam novos nomes. Na nova cidade Isaura conhece Álvaro,
homem por quem se apaixona e é correspondida. Ele fica sabendo que ela é uma escrava
fugida da pior maneira, ao levá-la a um baile um estudante a denuncia na frente de
todos. Isaura é obrigada, então, a assumir sua condição, Álvaro, porém, defende a
amada.
Quer ler A Escrava Isaura? O livro de Bernardo Guimarães está disponível para
download.
Descoberta, Isaura volta a ser escrava de Leôncio. Numa manobra, Isaura é convencida
a se casar com Belchior, porém, antes que a cerimônia fosse realizada, surge Álvaro,
que havia descoberto a falência de Leôncio e adquirido sua dívida. Dessa forma, ele
passa a ser dono de todas as propriedades do vilão, incluindo Isaura. Leôncio se mata e
a história tem um desfecho feliz.
CONTEXTO
Sobre o autor
Bernardo Guimarães conseguiu destaque entre os escritores do romantismo
especialmente por sua abordagem do tema escravidão. A Escrava Isaura representa um
marco na literatura abolicionista.
Importância do livro
A Escrava Isaura se tornou um livro muito popular já na época de sua publicação graças
ao apelo abolicionista mesclado ao sentimentalismo. O romance foi um sucesso
sobretudo entre o público feminino que se compadeceu do sofrimento da heroína
cativa.
Período histórico
O livro de Guimarães foi publicado em 1875, época em que a escravidão era
questionada por muitos intelectuais. A abolição da escravatura de fato só aconteceu em
1888.
ANÁLISE
Uma vez que A Escrava Isaura se trata de uma obra romântica, seu enredo segue a risca
todas as convenções da escola literária. A construção dos personagens, por exemplo,
obedece às fórmulas do gênero: Isaura, a protagonista, é extremamente idealizada,
portadora de todo tipo de virtudes e de uma beleza que acompanha essa nobreza de
caráter, além disso é uma defensora ferrenha de sua honra e não aceita nenhum tipo de
galanteio até encontrar o homem que chega a amar. O mesmo vale para Álvaro, seu
par.
A Escrava Isaura virou novela na Rede
Globo (Foto: Divulgação/Tv Globo)
Os vilões, por sua vez, são dotados exclusivamente de características negativas, sendo
incapazes de gestos bondosos. Personagens como Belchior, que tem todo tipo de defeito
físico, refletem também em sua constituição física suas falhas de caráter.
O amor também é construído de acordo com as convenções românticas. Isaura e Álvaro
se apaixonam à primeira vista, como costumava acontecer nos folhetins da época.
Sobre a linguagem, como obra romântica, a adjetivação é intensa e elaborada, são
abundantes as descrições tanto das personagens quanto da natureza que as cerca, outro
valor vinculado ao romantismo. Além disso, o romance apresenta foco narrativo na
terceira pessoa.
Embora seja contraditório que o símbolo da literatura abolicionista brasileira fosse uma
escrava branca e educada, esse elemento se torna compreensível quando se reflete sobre
o público que acompanhava esse tipo de romance na época. Dessa forma, mesmo
destoando do perfil dos escravos africanos, o enredo do livro teve grande impacto para
uma parcela da sociedade.
PERSONAGENS
- Isaura: escrava de pele branca, é filha de um português com uma escrava negra. Foi
criada como filha pela família que a possuía, porém, com a morte da matriarca que era
sua protetora fica a mercê das crueldades de seu filho, Leôncio.
- Leôncio: com a morte dos pais se torna o dono de Isaura. É casado, porém apaixonado
pela escrava. Homem sem escrúpulos fará todo o possível para possuí-la
- Álvaro: homem rico, se apaixona por Isaura e fica extremamente chocado com a
maneira como ela é tratada. Faz todo o possível para libertá-la e pretende se casar com
ela, mesmo ciente do escândalo que isso representa.
- Miguel: Pai de Isaura, homem simples e trabalhador.
- Belchior: jardineiro da casa, também é apaixonado por Isaura. Homem deformado,
pretende se casar com a escrava.
- Malvina: Esposa de Leôncio, simpatizava com Isaura até que percebeu as reais
intenções de seu marido em relação à moça.
- Rosa: escrava bonita, porém invejosa da atenção que todos dão a Isaura.
AUTOR
Bernardo Guimarães
15 de Agosto de 1825
10 de Março de 1884 (58 anos)
ver página do autor
A ESCRAVA ISAURA
LITERATURA
1. Nome da Obra: A Escrava Isaura
Autor: Bernardo Guimarães
Editora: Martin Claret
Ano de Publicação: 2001
Edição: 1
2. FOCO NARRATIVO
O foco narrativo do livro Escrava Isaura é na terceira pessoa.
3. PROTAGONISTA
Isaura: Uma escrava branca, da cor do marfim, magra, estatura pequena, cabelos longos, muito
bonita, pura, virginal, possuía um caráter nobre, inteligente, era dotada de natural bondade e muito
singela de coração, além disso, sabia ler e escrever, falava italiano, francês e tocava piano.
4. ANTAGONISTA
Leôncio é o vilão leviano, devasso e insensível que, de “criança incorrigível e insubordinada” e
adolescente que sangra a carteira do pai com suas aventuras, acaba por tornar-se um homem cruele
inescrupuloso. Homem de aparência rude era o herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do
comendador, seu pai. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor.
5. OUTROS PERSONAGENS
Comendador Almeida (Dono da Fazenda) um homem rude, imundo, avarento e canalha.
Feitor Miguel (pai de Isaura e Capataz da Fazenda), homem bom e forte. Tratara bem aos escravos.
Juliana (mãe de Isaura). Era a mais linda escrava e sofria de privações, por não querer ser amante do
Comendador Almeida.
Leôncio (filho do Comendador Almeida), mau caráter, dominador, mandão, mas de boa aparência.
Malvina (esposa de Leôncio), mulher dócil e bonita.
Henrique (cunhado de Leôncio), rapaz bom, estudioso e rico.
Elvira e Anselmo (nomes de Isaura e Miguel, quando fogem e vão morar em Recife)
Álvaro (abolicionista), moço bonito, rico, liberal e republicano.
Martinho (estudante), ganancioso e desprezível, cabeça grande, cara larga, feições grosseiras, olhos
pardos e pequeninos.
Belchior (Jardineiro), um ser disforme e desprezível. É o símbolo da estupidez submissa e também
sua descrição física se presta a demonstrar sua conduta: feio, cabeludo, atarracado e corcunda.
Dr. Geraldo: é um advogado conceituado, que serve como fiel da balança para Álvaro, já que
procura equilibrar os arroubos do amigo, mostrando-lhe a realidade dos fatos.
6. TEMPO (QUANDO A DURAÇÃO APROXIMADAMENTE DA HISTÓRIA)
Escrito na campanha abolicionista (1875). O autor pretende, nesta obra, fazer uma acusação
documentada anti - escravo e da liberdade. O autor explorou uma das questões mais polêmicas da
sociedade brasileira da época: a escravidão.
7. LUGAR (ES) ONDE ACONTECEU O ROMANCE.
Município de Campos de Goitacases (Rio de Janeiro) e Recife.
8. RELATE O ENREDO DA OBRA.
Em uma bela fazenda, no município de Campos de Goitacases (RJ), morava Isaura, uma linda
escrava de cor de marfim. Isaura era filha de uma bonita escrava que por não se sujeitar aos sórdidos
desejos do senhor comendador Almeida (dono da casa) sofreu as mais terríveis privações. Esta
escrava teve um caso com o feitor Miguel, que era um bom homem e não aceitou castigá-la como
mandou o seu senhor, sendo Isaura fruto desse relacionamento. Isaura foi educada pela mulher do
comendador, e era dotada de natural bondade e candura do coração além de saber ler, escrever,
italiano, francês e piano. A mulher do comendador tinha desejo de libertar Isaura, porém não fazia
para conservá-la perto e assim ter companhia.
O Sr. Almeida se aposenta, retirando-se para a corte e entrega a fazenda a seu filho Leôncio. Este era
digno herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador.
Casou-se por especulação. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. Ele chega à fazenda com
sua mulher - Malvina - e seu cunhado - Henrique. Malvina era mulher dócil e tratava Isaura muito
bem. Henrique era um filho rico, estudante de medicina, e também ficou tocado pela beleza de
Isaura. Morre a mãe de Leôncio sem deixar testamento que libertasse Isaura.
Henrique rapidamente percebe as intenções de Leôncio para com Isaura. Temendo que ele traia sua
irmã, adverte que não vai tolerar tal ato. Henrique se oferece como amante para Isaura e daria em
troca sua liberdade. O jardineiro da fazenda, um ser disforme e desprezível, também se oferece como
amante. Isaura não dá atenção a essas propostas, e diz nunca casar sem amor. Leôncio é avistado por
Henrique e Malvina quando fazia semelhante proposta à Isaura. Malvina sentencia: ou ela (Isaura)
ou eu.
No mesmo momento da calorosa discussão, aparece o pai de Isaura com o dinheiro suficiente, uma
enorme quantia de 10 contos de réis, para comprar a liberdade dela conforme havia prometido o
comendador Almeida. Leôncio não aceita o dinheiro e dá desculpas .
Morre o pai de Leôncio e ele finge imensa tristeza por dias, e fica temporariamente sem brigar com a
mulher. Passado certo tempo, Malvina continua a pressão para libertar Isaura. Com as desculpas e
adiamentos de Leôncio, ela decide voltar para casa do seu pai. A sua saída era caminho livre para os
intentos indecentes de Leôncio. Como Isaura continuava a resistir, Leôncio ameaça com torturas.
Miguel, sabendo do acontecido, decide fugir com Isaura para o Norte.
Chegando a Recife, Isaura muda seu nome para Elvira e Miguel para Anselmo (para ninguém os
descobrirem) passando a morarem numa chácara no bairro de Santo Antônio. Álvaro era um moço
rico, filho de uma distinta e opulente família, liberal, republicano e abolicionista ao extremo.
Ele avista Isaura ao passear perto da sua chácara e a conhece, passando a visitá-la constantemente.
Álvaro se utiliza de todos os meios para convencer Isaura a ir a um baile com ele. Isaura não queria
ir para não enganar a sociedade e iludir o seu amante. Ela por diversas vezes tentou contar a Álvaro
que se tratava de uma escrava fugida, mas não tinha coragem.
No baile, Isaura se destaca no meio de todas as mulheres devido a sua beleza e por tocar muito bem
piano. Contudo, é reconhecida por Martinho - um estudante de sórdida ganância e espírito de cobiça
- que havia guardado um anúncio de escravo fugido. Ele provoca um escândalo durante o baile e
Isaura confessa diante de toda a sociedade se tratar de uma escrava. Álvaro, não obstante, defende
Isaura das mãos imundas de Martinho. Martinho, sem conseguir levá-la, escreve para Leôncio
informando que havia achado sua escrava.
Graças à valiosa intervenção de Álvaro, Miguel e Isaura continuam na sua chácara em Santo
Antônio na espera das ações que ele havia prometido tomar. Isaura conta que fugiu para escapar do
amor de um senhor cruel. Enquanto Álvaro se encontrava na chácara, Leôncio aparece para sua
surpresa e exige levar Isaura. Leôncio encontrava-se munido de um mandado de prisão contra
Miguel e guardas para levar sua escrava.
A aparição é seguida de forte discussão e Álvaro avança contra Leôncio. A briga é cessada com a
aparição de Isaura que se entrega ao seu senhor.
Isaura volta à fazenda onde fica na mais completa reclusão. Leôncio volta para Malvina, pois iria
precisar do seu dinheiro. Miguel é ludibriado na cadeia e convencido
a tentar persuadir Isaura a se casar com Belchior, o jardineiro da fazenda, em troca da liberdade sua e
da filha.
Isaura aceita o sacrifício, pois estava sem forças e sem esperança. Leôncio já havia tomado todas as
providências para o casamento, quando é informado que alguns cavalheiros chegaram. Pensando se
tratar do vigário e do tabelião, manda eles entrarem. Fica surpreso ao ver Álvaro. Este tinha ido ao
Rio de Janeiro e descobre com alguns comerciantes que Leôncio estava falido. Compra os seus
créditos e fica dono de toda a dívida de Leôncio.
Álvaro fala para Leôncio que nada mais o pertence, que toda a sua fazenda incluindo os escravos
passava a ser dele com a execução dos débitos. Isaura abraça Álvaro. Leôncio jura que nunca irá
implorar a sua generosidade para abrandar a dívida. Ele se ausenta da sala e se mata.
A Escrava Isaura - Bernardo Guimarães
Em a Escrava Isaura, a temática abolicionista é tratada com simpatia e a
ação se Passa no Rio e em Recife. A nota abolicionista soa neste romance
considerado uma réplica do Uncle Tom's Cabim, de Harriet Beecher Stowe. (EEUU,
1851) (A cabana do Pai Tomás, nacional) .
Tem como enredo as aventuras e desventuras de uma bela escrava que
fugindo da luxúria de seu senhor, Leôncio, encontra um jovem, Álvaro, de idéias
igualitárias, que a liberta do cativeiro e casa-se com ela. Embora posto a serviço da
causa abolicionista, é interessante observar o cuidado com que Bernardo branqueia
a personagem, fazendo-a mais branca que as brancas.
"O coração é livre; ninguém pode escravizá-lo, nem o próprio dono."
Resumo
Em uma magnífica fazenda, no município de Campos de Goitacases (RJ),
morava Isaura, uma linda escrava de cor de marfim. Isaura era filha de uma bonita
escrava que por não se sujeitar aos sórdidos desejos do senhor comendador
Almeida (dono da casa) sofreu as mais terríveis privações. Esta escrava teve um
caso com o feitor Miguel, que era um bom homem e não aceitou castigá-la como
mandou o seu senhor, sendo Isaura fruto desse relacionamento. Isaura foi educada
pela mulher do comendador, e era dotada de natural bondade e candura do coração
além de saber ler, escrever, italiano, francês e piano. A mulher do comendador
tinha desejo de libertar Isaura, porém não o fazia para conservá-la perto e assim
ter companhia.
O Sr. Almeida se aposenta, retirando-se para a corte e entrega a
fazenda a seu filho Leôncio. Este era digno herdeiro de todos os maus instintos e
devassidão do comendador. Casou-se por especulação. Nutre por Isaura o mais
cego e violento amor. Ele chega à fazenda com sua mulher - Malvina - e seu
cunhado - Henrique. Malvina era mulher dócil e tratava Isaura muito bem. Henrique
era um filho rico, estudante de medicina, e também ficou tocado pela beleza de
Isaura. Morre a mãe de Leôncio sem deixar testamento que libertasse Isaura.
Henrique rapidamente percebe as intenções de Leôncio para com Isaura.
Temendo que ele traia sua irmã, adverte-o que não tolerará tal ato. Henrique se
oferece como amante para Isaura e daria em troca sua liberdade. O jardineiro da
fazenda, um ser disforme e objetável, também se oferece como amante. Isaura não
dá atenção a essas propostas, e diz nunca casar sem amor. Leôncio é avistado por
Henrique e Malvina quando fazia semelhante proposta à Isaura. Malvina sentencia:
ou ela (Isaura) ou eu. No mesmo momento da calorosa discussão, aparece o pai de
Isaura com o dinheiro suficiente, uma enorme quantia de 10 contos de réis, para
comprar a liberdade dela conforme havia prometido o comendador Almeida.
Leôncio não aceita o dinheiro e dá desculpas vazias.
Morre o pai de Leôncio e ele finge imensa tristeza por dias, o que o alija
temporariamente de brigar com a mulher. Passado certo tempo, Malvina continua a
pressão para que se liberta Isaura. Com as desculpas e adiamentos de Leôncio, ela
decide voltar à casa do seu pai. A sua saída era caminho livre para os intentos
indecentes de Leôncio. Como Isaura continuava a resistir, Leôncio ameaça com
torturas. Miguel, sabendo do acontecido, decide fugir com Isaura para o Norte.
Chegando em Recife, a linda Veneza Americana, Isaura muda seu nome
para Elvira e Miguel para Anselmo passando a morarem numa chácara no bairro de
Santo Antônio. Álvaro era um moço rico, filho de uma distinta e opulenta família,
liberal, republicano e abolicionista extremado. Ele avista Isaura ao passear perto da
sua chácara e a conhece, passando a visitá-la constantemente. Álvaro se utiliza de
todos os meios para convencer Isaura a ir a um baile com ele. Isaura não queria ir
para não enganar a sociedade e iludir o seu amante. Ela por diversas vezes tentou
contar a Álvaro que se tratava de uma escrava fugida, mas não tinha coragem. Ela
só aceita ir diante do argumento de que tanta reclusão estaria despertando a
atenção da polícia. Isaura sente um mau presságio desse baile.
No baile, Isaura se destaca no meio de todas as mulheres devido a sua
beleza e por tocar muito bem piano. Contudo, é reconhecida por Martinho - um
estudante de sórdida ganância e espírito de cobiça - que havia guardado um
anúncio de escravo fugido. Ele provoca um escândalo durante o baile e Isaura
confessa diante de toda a sociedade se tratar de uma escrava. Álvaro, não
obstante, defende-a e devido a sua influência a toma por fiador, sem deixar que ela
caísse nas mãos imundas de Martinho. Este, sem conseguir levá-la, escreve para
Leôncio informando que havia achado sua escrava.
Graças a valiosa intervenção de Álvaro, Miguel e Isaura continuam na
sua chácara em Santo Antônio na espera das ações que ele havia prometido tomar.
Isaura conta que fugiu para escapar do amor de um senhor libidinoso e cruel.
Enquanto Álvaro se encontrava na chácara, Leôncio aparece para sua surpresa e
exige levar Isaura. Leôncio encontrava-se munido de um mandado de prisão contra
Miguel e guardas para levar sua escrava. A aparição é seguida de forte discussão e
Álvaro avança contra Leôncio. A briga é cessada com a aparição de Isaura que se
entrega ao seu senhor.
Isaura volta a fazenda onde fica na mais completa reclusão. Leôncio se reconciliara
com Malvina, pois iria precisar do seu dinheiro. Miguel é ludibriado na cadeia e
convencido a tentar persuadir Isaura a se casar com Belchior, o jardineiro da
fazenda, em troca da liberdade sua e da filha.
Isaura aceita o sacrifício pois estava sem forças e sem esperança.
Leôncio já havia tomado todas as providências para o casamento, quando é
informado que alguns cavalheiros chegaram. Pensando se tratar do vigário e do
tabelião, mando-os entrar. É tomado de surpresa ao avistar Álvaro. Este tinha ido
ao Rio de Janeiro e descobre com alguns comerciantes que Leôncio estava falido.
Compra os seus créditos e fica dono de toda a dívida de Leôncio.
Álvaro afirma a Leôncio que nada mais o pertence, que toda a sua
fazenda incluindo os escravos passavam a ser dele com a execução dos débitos.
Isaura abraça Álvaro. Leôncio jura que nunca irá implorar a sua generosidade para
abrandar a dívida. Ele ausenta-se da sala e se suicida.

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A escrava isaura

  • 1. FAEscrava Isaura autor: Bernardo Guimarães movimento: Romantismo - Segunda Geração RESUMO Isaura, escrava de pele branca, foi criada como filha na família em que serve. Foi durante muito tempo a protegida da matriarca, que prometeu que após a sua morte a moça deveria ser liberta. Entretanto, esse último desejo não foi satisfeito e Isaura se tornou propriedade de Leôncio, um jovem sem caráter que por ela se interessa, apesar de casado. A beleza da jovem cativa desperta paixões em vários dos personagens, além de Leôncio, o jardineiro Belchior, o feitor da fazenda e até o irmão de Malvina, esposa de Leôncio, fazem propostas à moça. O pai da escrava, um homem livre chamado Miguel, reúne a vultosa quantia que fora pedida pelo pai de Leôncio para libertá-la, porém, o vilão encontra uma maneira para descumprir a promessa do pai, fingindo luto por sua morte. Inconformada com a situação, Malvina retorna para a casa de seus pais, fato que deixa Leôncio livre para atormentar Isaura. O pai de Isaura, Miguel, decide então fugir com a filha para o nordeste do país. Os dois se instalam em Recife e adotam novos nomes. Na nova cidade Isaura conhece Álvaro, homem por quem se apaixona e é correspondida. Ele fica sabendo que ela é uma escrava fugida da pior maneira, ao levá-la a um baile um estudante a denuncia na frente de todos. Isaura é obrigada, então, a assumir sua condição, Álvaro, porém, defende a amada. Quer ler A Escrava Isaura? O livro de Bernardo Guimarães está disponível para download. Descoberta, Isaura volta a ser escrava de Leôncio. Numa manobra, Isaura é convencida a se casar com Belchior, porém, antes que a cerimônia fosse realizada, surge Álvaro, que havia descoberto a falência de Leôncio e adquirido sua dívida. Dessa forma, ele passa a ser dono de todas as propriedades do vilão, incluindo Isaura. Leôncio se mata e a história tem um desfecho feliz. CONTEXTO Sobre o autor Bernardo Guimarães conseguiu destaque entre os escritores do romantismo especialmente por sua abordagem do tema escravidão. A Escrava Isaura representa um marco na literatura abolicionista. Importância do livro A Escrava Isaura se tornou um livro muito popular já na época de sua publicação graças ao apelo abolicionista mesclado ao sentimentalismo. O romance foi um sucesso sobretudo entre o público feminino que se compadeceu do sofrimento da heroína cativa. Período histórico O livro de Guimarães foi publicado em 1875, época em que a escravidão era
  • 2. questionada por muitos intelectuais. A abolição da escravatura de fato só aconteceu em 1888. ANÁLISE Uma vez que A Escrava Isaura se trata de uma obra romântica, seu enredo segue a risca todas as convenções da escola literária. A construção dos personagens, por exemplo, obedece às fórmulas do gênero: Isaura, a protagonista, é extremamente idealizada, portadora de todo tipo de virtudes e de uma beleza que acompanha essa nobreza de caráter, além disso é uma defensora ferrenha de sua honra e não aceita nenhum tipo de galanteio até encontrar o homem que chega a amar. O mesmo vale para Álvaro, seu par. A Escrava Isaura virou novela na Rede Globo (Foto: Divulgação/Tv Globo) Os vilões, por sua vez, são dotados exclusivamente de características negativas, sendo incapazes de gestos bondosos. Personagens como Belchior, que tem todo tipo de defeito físico, refletem também em sua constituição física suas falhas de caráter. O amor também é construído de acordo com as convenções românticas. Isaura e Álvaro se apaixonam à primeira vista, como costumava acontecer nos folhetins da época. Sobre a linguagem, como obra romântica, a adjetivação é intensa e elaborada, são abundantes as descrições tanto das personagens quanto da natureza que as cerca, outro valor vinculado ao romantismo. Além disso, o romance apresenta foco narrativo na terceira pessoa. Embora seja contraditório que o símbolo da literatura abolicionista brasileira fosse uma escrava branca e educada, esse elemento se torna compreensível quando se reflete sobre o público que acompanhava esse tipo de romance na época. Dessa forma, mesmo destoando do perfil dos escravos africanos, o enredo do livro teve grande impacto para uma parcela da sociedade. PERSONAGENS - Isaura: escrava de pele branca, é filha de um português com uma escrava negra. Foi criada como filha pela família que a possuía, porém, com a morte da matriarca que era sua protetora fica a mercê das crueldades de seu filho, Leôncio. - Leôncio: com a morte dos pais se torna o dono de Isaura. É casado, porém apaixonado pela escrava. Homem sem escrúpulos fará todo o possível para possuí-la - Álvaro: homem rico, se apaixona por Isaura e fica extremamente chocado com a maneira como ela é tratada. Faz todo o possível para libertá-la e pretende se casar com ela, mesmo ciente do escândalo que isso representa.
  • 3. - Miguel: Pai de Isaura, homem simples e trabalhador. - Belchior: jardineiro da casa, também é apaixonado por Isaura. Homem deformado, pretende se casar com a escrava. - Malvina: Esposa de Leôncio, simpatizava com Isaura até que percebeu as reais intenções de seu marido em relação à moça. - Rosa: escrava bonita, porém invejosa da atenção que todos dão a Isaura. AUTOR Bernardo Guimarães 15 de Agosto de 1825 10 de Março de 1884 (58 anos) ver página do autor A ESCRAVA ISAURA LITERATURA 1. Nome da Obra: A Escrava Isaura Autor: Bernardo Guimarães Editora: Martin Claret Ano de Publicação: 2001 Edição: 1 2. FOCO NARRATIVO O foco narrativo do livro Escrava Isaura é na terceira pessoa. 3. PROTAGONISTA
  • 4. Isaura: Uma escrava branca, da cor do marfim, magra, estatura pequena, cabelos longos, muito bonita, pura, virginal, possuía um caráter nobre, inteligente, era dotada de natural bondade e muito singela de coração, além disso, sabia ler e escrever, falava italiano, francês e tocava piano. 4. ANTAGONISTA Leôncio é o vilão leviano, devasso e insensível que, de “criança incorrigível e insubordinada” e adolescente que sangra a carteira do pai com suas aventuras, acaba por tornar-se um homem cruele inescrupuloso. Homem de aparência rude era o herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador, seu pai. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. 5. OUTROS PERSONAGENS Comendador Almeida (Dono da Fazenda) um homem rude, imundo, avarento e canalha. Feitor Miguel (pai de Isaura e Capataz da Fazenda), homem bom e forte. Tratara bem aos escravos. Juliana (mãe de Isaura). Era a mais linda escrava e sofria de privações, por não querer ser amante do Comendador Almeida. Leôncio (filho do Comendador Almeida), mau caráter, dominador, mandão, mas de boa aparência. Malvina (esposa de Leôncio), mulher dócil e bonita. Henrique (cunhado de Leôncio), rapaz bom, estudioso e rico. Elvira e Anselmo (nomes de Isaura e Miguel, quando fogem e vão morar em Recife) Álvaro (abolicionista), moço bonito, rico, liberal e republicano. Martinho (estudante), ganancioso e desprezível, cabeça grande, cara larga, feições grosseiras, olhos pardos e pequeninos. Belchior (Jardineiro), um ser disforme e desprezível. É o símbolo da estupidez submissa e também sua descrição física se presta a demonstrar sua conduta: feio, cabeludo, atarracado e corcunda. Dr. Geraldo: é um advogado conceituado, que serve como fiel da balança para Álvaro, já que procura equilibrar os arroubos do amigo, mostrando-lhe a realidade dos fatos. 6. TEMPO (QUANDO A DURAÇÃO APROXIMADAMENTE DA HISTÓRIA) Escrito na campanha abolicionista (1875). O autor pretende, nesta obra, fazer uma acusação documentada anti - escravo e da liberdade. O autor explorou uma das questões mais polêmicas da sociedade brasileira da época: a escravidão. 7. LUGAR (ES) ONDE ACONTECEU O ROMANCE.
  • 5. Município de Campos de Goitacases (Rio de Janeiro) e Recife. 8. RELATE O ENREDO DA OBRA. Em uma bela fazenda, no município de Campos de Goitacases (RJ), morava Isaura, uma linda escrava de cor de marfim. Isaura era filha de uma bonita escrava que por não se sujeitar aos sórdidos desejos do senhor comendador Almeida (dono da casa) sofreu as mais terríveis privações. Esta escrava teve um caso com o feitor Miguel, que era um bom homem e não aceitou castigá-la como mandou o seu senhor, sendo Isaura fruto desse relacionamento. Isaura foi educada pela mulher do comendador, e era dotada de natural bondade e candura do coração além de saber ler, escrever, italiano, francês e piano. A mulher do comendador tinha desejo de libertar Isaura, porém não fazia para conservá-la perto e assim ter companhia. O Sr. Almeida se aposenta, retirando-se para a corte e entrega a fazenda a seu filho Leôncio. Este era digno herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador. Casou-se por especulação. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. Ele chega à fazenda com sua mulher - Malvina - e seu cunhado - Henrique. Malvina era mulher dócil e tratava Isaura muito bem. Henrique era um filho rico, estudante de medicina, e também ficou tocado pela beleza de Isaura. Morre a mãe de Leôncio sem deixar testamento que libertasse Isaura. Henrique rapidamente percebe as intenções de Leôncio para com Isaura. Temendo que ele traia sua irmã, adverte que não vai tolerar tal ato. Henrique se oferece como amante para Isaura e daria em troca sua liberdade. O jardineiro da fazenda, um ser disforme e desprezível, também se oferece como amante. Isaura não dá atenção a essas propostas, e diz nunca casar sem amor. Leôncio é avistado por Henrique e Malvina quando fazia semelhante proposta à Isaura. Malvina sentencia: ou ela (Isaura) ou eu. No mesmo momento da calorosa discussão, aparece o pai de Isaura com o dinheiro suficiente, uma enorme quantia de 10 contos de réis, para comprar a liberdade dela conforme havia prometido o comendador Almeida. Leôncio não aceita o dinheiro e dá desculpas . Morre o pai de Leôncio e ele finge imensa tristeza por dias, e fica temporariamente sem brigar com a mulher. Passado certo tempo, Malvina continua a pressão para libertar Isaura. Com as desculpas e adiamentos de Leôncio, ela decide voltar para casa do seu pai. A sua saída era caminho livre para os intentos indecentes de Leôncio. Como Isaura continuava a resistir, Leôncio ameaça com torturas. Miguel, sabendo do acontecido, decide fugir com Isaura para o Norte. Chegando a Recife, Isaura muda seu nome para Elvira e Miguel para Anselmo (para ninguém os descobrirem) passando a morarem numa chácara no bairro de Santo Antônio. Álvaro era um moço rico, filho de uma distinta e opulente família, liberal, republicano e abolicionista ao extremo. Ele avista Isaura ao passear perto da sua chácara e a conhece, passando a visitá-la constantemente. Álvaro se utiliza de todos os meios para convencer Isaura a ir a um baile com ele. Isaura não queria ir para não enganar a sociedade e iludir o seu amante. Ela por diversas vezes tentou contar a Álvaro que se tratava de uma escrava fugida, mas não tinha coragem. No baile, Isaura se destaca no meio de todas as mulheres devido a sua beleza e por tocar muito bem piano. Contudo, é reconhecida por Martinho - um estudante de sórdida ganância e espírito de cobiça
  • 6. - que havia guardado um anúncio de escravo fugido. Ele provoca um escândalo durante o baile e Isaura confessa diante de toda a sociedade se tratar de uma escrava. Álvaro, não obstante, defende Isaura das mãos imundas de Martinho. Martinho, sem conseguir levá-la, escreve para Leôncio informando que havia achado sua escrava. Graças à valiosa intervenção de Álvaro, Miguel e Isaura continuam na sua chácara em Santo Antônio na espera das ações que ele havia prometido tomar. Isaura conta que fugiu para escapar do amor de um senhor cruel. Enquanto Álvaro se encontrava na chácara, Leôncio aparece para sua surpresa e exige levar Isaura. Leôncio encontrava-se munido de um mandado de prisão contra Miguel e guardas para levar sua escrava. A aparição é seguida de forte discussão e Álvaro avança contra Leôncio. A briga é cessada com a aparição de Isaura que se entrega ao seu senhor. Isaura volta à fazenda onde fica na mais completa reclusão. Leôncio volta para Malvina, pois iria precisar do seu dinheiro. Miguel é ludibriado na cadeia e convencido a tentar persuadir Isaura a se casar com Belchior, o jardineiro da fazenda, em troca da liberdade sua e da filha. Isaura aceita o sacrifício, pois estava sem forças e sem esperança. Leôncio já havia tomado todas as providências para o casamento, quando é informado que alguns cavalheiros chegaram. Pensando se tratar do vigário e do tabelião, manda eles entrarem. Fica surpreso ao ver Álvaro. Este tinha ido ao Rio de Janeiro e descobre com alguns comerciantes que Leôncio estava falido. Compra os seus créditos e fica dono de toda a dívida de Leôncio. Álvaro fala para Leôncio que nada mais o pertence, que toda a sua fazenda incluindo os escravos passava a ser dele com a execução dos débitos. Isaura abraça Álvaro. Leôncio jura que nunca irá implorar a sua generosidade para abrandar a dívida. Ele se ausenta da sala e se mata. A Escrava Isaura - Bernardo Guimarães Em a Escrava Isaura, a temática abolicionista é tratada com simpatia e a ação se Passa no Rio e em Recife. A nota abolicionista soa neste romance considerado uma réplica do Uncle Tom's Cabim, de Harriet Beecher Stowe. (EEUU, 1851) (A cabana do Pai Tomás, nacional) . Tem como enredo as aventuras e desventuras de uma bela escrava que fugindo da luxúria de seu senhor, Leôncio, encontra um jovem, Álvaro, de idéias igualitárias, que a liberta do cativeiro e casa-se com ela. Embora posto a serviço da causa abolicionista, é interessante observar o cuidado com que Bernardo branqueia a personagem, fazendo-a mais branca que as brancas. "O coração é livre; ninguém pode escravizá-lo, nem o próprio dono." Resumo Em uma magnífica fazenda, no município de Campos de Goitacases (RJ), morava Isaura, uma linda escrava de cor de marfim. Isaura era filha de uma bonita escrava que por não se sujeitar aos sórdidos desejos do senhor comendador Almeida (dono da casa) sofreu as mais terríveis privações. Esta escrava teve um caso com o feitor Miguel, que era um bom homem e não aceitou castigá-la como mandou o seu senhor, sendo Isaura fruto desse relacionamento. Isaura foi educada pela mulher do comendador, e era dotada de natural bondade e candura do coração
  • 7. além de saber ler, escrever, italiano, francês e piano. A mulher do comendador tinha desejo de libertar Isaura, porém não o fazia para conservá-la perto e assim ter companhia. O Sr. Almeida se aposenta, retirando-se para a corte e entrega a fazenda a seu filho Leôncio. Este era digno herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador. Casou-se por especulação. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. Ele chega à fazenda com sua mulher - Malvina - e seu cunhado - Henrique. Malvina era mulher dócil e tratava Isaura muito bem. Henrique era um filho rico, estudante de medicina, e também ficou tocado pela beleza de Isaura. Morre a mãe de Leôncio sem deixar testamento que libertasse Isaura. Henrique rapidamente percebe as intenções de Leôncio para com Isaura. Temendo que ele traia sua irmã, adverte-o que não tolerará tal ato. Henrique se oferece como amante para Isaura e daria em troca sua liberdade. O jardineiro da fazenda, um ser disforme e objetável, também se oferece como amante. Isaura não dá atenção a essas propostas, e diz nunca casar sem amor. Leôncio é avistado por Henrique e Malvina quando fazia semelhante proposta à Isaura. Malvina sentencia: ou ela (Isaura) ou eu. No mesmo momento da calorosa discussão, aparece o pai de Isaura com o dinheiro suficiente, uma enorme quantia de 10 contos de réis, para comprar a liberdade dela conforme havia prometido o comendador Almeida. Leôncio não aceita o dinheiro e dá desculpas vazias. Morre o pai de Leôncio e ele finge imensa tristeza por dias, o que o alija temporariamente de brigar com a mulher. Passado certo tempo, Malvina continua a pressão para que se liberta Isaura. Com as desculpas e adiamentos de Leôncio, ela decide voltar à casa do seu pai. A sua saída era caminho livre para os intentos indecentes de Leôncio. Como Isaura continuava a resistir, Leôncio ameaça com torturas. Miguel, sabendo do acontecido, decide fugir com Isaura para o Norte. Chegando em Recife, a linda Veneza Americana, Isaura muda seu nome para Elvira e Miguel para Anselmo passando a morarem numa chácara no bairro de Santo Antônio. Álvaro era um moço rico, filho de uma distinta e opulenta família, liberal, republicano e abolicionista extremado. Ele avista Isaura ao passear perto da sua chácara e a conhece, passando a visitá-la constantemente. Álvaro se utiliza de todos os meios para convencer Isaura a ir a um baile com ele. Isaura não queria ir para não enganar a sociedade e iludir o seu amante. Ela por diversas vezes tentou contar a Álvaro que se tratava de uma escrava fugida, mas não tinha coragem. Ela só aceita ir diante do argumento de que tanta reclusão estaria despertando a atenção da polícia. Isaura sente um mau presságio desse baile. No baile, Isaura se destaca no meio de todas as mulheres devido a sua beleza e por tocar muito bem piano. Contudo, é reconhecida por Martinho - um estudante de sórdida ganância e espírito de cobiça - que havia guardado um anúncio de escravo fugido. Ele provoca um escândalo durante o baile e Isaura confessa diante de toda a sociedade se tratar de uma escrava. Álvaro, não obstante, defende-a e devido a sua influência a toma por fiador, sem deixar que ela caísse nas mãos imundas de Martinho. Este, sem conseguir levá-la, escreve para Leôncio informando que havia achado sua escrava. Graças a valiosa intervenção de Álvaro, Miguel e Isaura continuam na sua chácara em Santo Antônio na espera das ações que ele havia prometido tomar. Isaura conta que fugiu para escapar do amor de um senhor libidinoso e cruel. Enquanto Álvaro se encontrava na chácara, Leôncio aparece para sua surpresa e exige levar Isaura. Leôncio encontrava-se munido de um mandado de prisão contra Miguel e guardas para levar sua escrava. A aparição é seguida de forte discussão e Álvaro avança contra Leôncio. A briga é cessada com a aparição de Isaura que se entrega ao seu senhor. Isaura volta a fazenda onde fica na mais completa reclusão. Leôncio se reconciliara com Malvina, pois iria precisar do seu dinheiro. Miguel é ludibriado na cadeia e convencido a tentar persuadir Isaura a se casar com Belchior, o jardineiro da fazenda, em troca da liberdade sua e da filha.
  • 8. Isaura aceita o sacrifício pois estava sem forças e sem esperança. Leôncio já havia tomado todas as providências para o casamento, quando é informado que alguns cavalheiros chegaram. Pensando se tratar do vigário e do tabelião, mando-os entrar. É tomado de surpresa ao avistar Álvaro. Este tinha ido ao Rio de Janeiro e descobre com alguns comerciantes que Leôncio estava falido. Compra os seus créditos e fica dono de toda a dívida de Leôncio. Álvaro afirma a Leôncio que nada mais o pertence, que toda a sua fazenda incluindo os escravos passavam a ser dele com a execução dos débitos. Isaura abraça Álvaro. Leôncio jura que nunca irá implorar a sua generosidade para abrandar a dívida. Ele ausenta-se da sala e se suicida.