1.
GEOGRAFIA
ENSINO MÉDIO
Volume Único
Nathalie Ribeiro Silva
Virna Salgado Barra
2012
2.
CONTEÚDO – TELECURSO – GEOGRAFIA – ENSINO MÉDIO
1. ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO............................................................................2
1.1 - A paisagem e o espaço geográfico.............................................................................................2
1.2 - Representação do espaço - tipos de mapas...............................................................................3
1.3 - Novas tecnologias cartográficas – uso de computador e programas computacionais...............3
1.4 - Conceitos: território, Estado, nação, limites, fronteira..............................................................3
2. A DINÂMICA DA NATUREZA E A QUESTÃO AMBIENTAL................................................................3
2.1 - Terra: estrutura e história geológica, formação e transformação do relevo..............................3
2.2 - Dinâmica da atmosfera: clima mundial......................................................................................6
2.3 - Solos - formação, desenvolvimento e tipos................................................................................8
2.4 - As formações vegetais no mundo e suas interações..................................................................9
2.5 - Fontes de energia: utilização e impactos ambientais...............................................................13
2.6 - Impactos da atividade humana sobre o meio ambiente..........................................................16
2.7 - Desenvolvimento Sustentável..................................................................................................17
3 - ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO..................................................................................18
3.1 - Desenvolvimento dos meios de comunicação e informação....................................................18
3.2 - Fases do capitalismo................................................................................................................19
3.3 - Organização do trabalho e da produção – Taylorismo, Fordismo e Toyotismo........................20
3.4 - Fases da Revolução Industrial..................................................................................................20
3.5 - Novas tecnologias aplicadas à agropecuária............................................................................21
3.6 - Dinâmica demográfica - ritmos e movimentos.........................................................................22
3.7 - Urbanização e problemas urbanos...........................................................................................25
4. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO..................................................................................28
4.1 - Expansão territorial..................................................................................................................28
4.2 - Formação étnica do povo brasileiro.........................................................................................31
4.3 - Migrações populacionais..........................................................................................................32
4.4 - Urbanização - história, metropolização, hierarquia e redes urbanas.......................................33
4.5 - O espaço da atividade industrial..............................................................................................36
4.6 - A regionalização do espaço (regiões geoeconômicas - Centro-Sul, Nordeste e Amazônia).....42
4.7 - Desigualdades regionais e sustentabilidade.............................................................................44
4.8 - O Brasil e a integração latino-americana..................................................................................45
5. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL.........................................................................................48
1
3.
5.1 - Guerra Fria - Capitalismo X Socialismo.....................................................................................48
5.2 - Desintegração dos países socialistas........................................................................................52
5.3 - A nova ordem mundial (conflitos Norte x Sul) e blocos econômicos........................................55
5.4 - O sistema financeiro global......................................................................................................59
5.5 - Organizações internacionais e regionais..................................................................................61
5.6 - Consequências socioeconômicas da globalização....................................................................63
5.7 - Pluralidade cultural: conflitos e tensões no mundo.................................................................64
5.8 - Desafios da sociedade humana - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - desigualdades
mundiais...........................................................................................................................................66
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES...............................................................................................69
GABARITO.......................................................................................................................................83
1. ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO
1.1 - A paisagem e o espaço geográfico
Paisagem: é a porção do espaço que nossa visão alcança e é produto da percepção.
Espaço geográfico: é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um
passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que
habitaram ou habitam os diferentes lugares. “O espaço geográfico é o palco das realizações
humanas”.
2
4.
1.2 - Representação do espaço - tipos de mapas.
Mapas físicos:
* mapa geomorfológico - representa as características do relevo de uma região;
* mapa climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região;
* mapa hidrográfico - mostra os rios e bacias que cortam uma região.
Mapas humanos:
* mapa político - aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municípios;
* mapa econômico - indica as atividades produtivas do homem em determinada região;
* mapa demográfico - apresenta a distribuição da população em determinada região;
* mapa rodoviário - estuda as rodovias e as estradas de um país.
1.3 - Novas tecnologias cartográficas – uso de computador e programas computacionais
* sensoriamento remoto - obtenção de informações através de sensores acoplados em satélites,
aviões e balões;
* foto aérea - são fotos extraídas por meio de câmeras fotográficas fixadas em aviões;
* imagens de satélite - produzidas por satélite;
* sistema GPS (Sistema de Posicionamento Global) - calcula a posição dos satélites por meio de sinais
e determina com exatidão a posição de qualquer objeto na superfície da Terra, fornecendo para isso
as coordenadas geográficas e a altitude do lugar.
1.4 - Conceitos: território, Estado, nação, limites, fronteira
* território - divisão administrativa, delimitado por fronteiras entre países, regiões, estados,
municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. É caracterizado pela
ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado para
os seus habitantes, independentemente da extensão territorial;
* Estado - instituição social politicamente organizada que exerce soberania sobre um território;
exerce a soberania sobre um território delimitado por fronteiras, guardadas pelas Forças Armadas e
com limites precisos; tem uma burocracia administrativa e é organizado em três esferas de poder. No
Brasil, denominamos essas três esferas União, estados e municípios – ou esfera federal, estadual e
municipal;
* nação - é constituída pela sociedade politicamente organizada com governos e leis próprias, para
elaboração e realização do cumprimento de tais leis caracteriza o papel do estado. Tem o seu povo
ou etnia (raça, língua, cultura, religião)
* limites - é um fator de separação, são estabelecidos, na maioria das vezes, por acordos e tratados
entre dois ou mais países. Esses limites indicam os lugares onde termina o território de um país e
começa o de outro. Está ligado a uma concepção precisa, linear e perfeitamente definida no terreno.
* fronteiras - faixa do território de um país que se estende ao longo da linha limite. É mais
abrangente e se refere a uma região ou faixa ao longo do limite.
2. A DINÂMICA DA NATUREZA E A QUESTÃO AMBIENTAL
2.1 - Terra: estrutura e história geológica, formação e transformação do relevo.
História geológica:
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5.
- Período Pré-cambriano ou Era Proterozóica: origem da história geológica da Terra, há cerca de 4,5
bilhões de anos;
- Era Paleozóica: apareceram as primeiras formas estruturadas de vida nos oceanos, e os continentes
formavam um bloco único: a Pangéia (há cerca de 200 milhões de anos);
- Era Mesozóica: desenvolveu-se a vida nas terras emersas e iniciou-se a deriva dos continentes;
- Era Cenozóica: a vida evoluiu, com o surgimento de novas espécies; formaram-se as grandes
cadeias de montanhas jovens por dobramentos em áreas de colisão de placas; surgimento do
homem.
O conhecimento da estrutura geológica da Terra é importante para explicar as formas do relevo.
Estrutura geológica da Terra: se referem à composição rochosa da crosta terrestre.
Relevo: se refere às formas como elas se apresentam na superfície. A ciência que estuda as formas
do relevo, os processos de origem e sua evolução e transformação é a Geomorfologia. As diversas
formas do relevo acontecem a partir de forças internas (tectonismo, vulcanismo e sismos) e externas
(rios, chuvas, geleiras, ventos, alternância de temperatura e os seres vivos, principalmente o ser
humano).
Formas de relevo:
Cadeias de montanhas: grandes elevações de superfície, apresentam relevo acidentado, encostas
ingrimes e vales profundos. Exemplo: Cordilheira do Himalaia, dos Andes (Fig.1)
Planaltos: apresentam altitudes e formas variadas, como os morros e serras e elevações com um
extenso topo plano, como as chapadas. Exemplo: Serra da Mantiqueira (Fig.2), da Canastra.
Depressões: é um compartimento de relevo mais plano que o planalto, geralmente encaixadas entre
regiões de planalto (Fig.3).
Planícies: são áreas relativamente planas, formadas por deposição de sedimentos. No Brasil, essa
forma se restringe aos terrenos situados ao longo dos grandes rios e próximos de lagos e lagoas,
onde é mais intensa a deposição de material erodido de outras unidades de relevo. (Fig.3).
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6.
As formas de relevo podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento das atividades humanas. Muitas
vezes tornam-se obstáculos naturais, que dificultam as comunicações, atividades agrícolas e a
instalação de comunidades humanas. A construção de pontes, túneis, estradas são alguns dos
recursos utilizados pela engenharia para transpor os obstáculos naturais do relevo. Tanto as obras de
engenharia como o desenvolvimento de outras atividades (mineração e agricultura) devem levar em
conta as características socioambientais do lugar em que serão realizadas. Numa área urbana, por
exemplo, precisam ser considerados os mananciais e as áreas em que pode haver erosão. É preciso
planejar adequadamente as construções urbanas para evitar danos ao ambiente e evitar acidentes.
Unidades do relevo brasileiro (Classificação de Jurandyr Ross)
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1. Vista parcial da cordilheira dos Andes, uma
das principais cadeias montanhosas da Terra. 2. Serra da Mantiqueira em MG.
3. As grandes unidades do relevo.
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2.2 - Dinâmica da atmosfera: clima mundial.
Clima – conjunto de variações do tempo em uma determinada região, durante um longo período
(cerca de 30 anos).
Para determinar o clima de um local é necessário analisar o comportamento dos fenômenos
atmosféricos ou também chamados elementos climáticos: temperatura do ar, pressão atmosférica,
vento, umidade, precipitação (como chuva, granizo e neve), geadas, massas de ar.
Assim os elementos climáticos interferem no comportamento da atmosfera, e os fatores climáticos
influenciam a dinâmica desses elementos. São fatores climáticos: latitude, longitude, disposição do
relevo, a vegetação, inclusive, os relacionados às atividades humanas, como a formação de grandes
cidades.
Climatologia – é o estudo científico do clima.
Meteorologia – é uma das ciências que estudam a atmosfera terrestre, que tem como foco o estudo
dos fenômenos atmosféricos e a previsão do tempo.
TIPOS DE CLIMA
Equatorial – apresenta elevadas temperaturas e grande umidade durante todo o ano. com pequena
amplitude térmica anual (diferença entre as temperaturas máxima e a mínima). Do mesmo modo
que a temperatura, a pluviosidade é elevada em todos os meses do ano.
Tropical – apresenta elevadas temperaturas e alternâncias entre estações secas (inverno) e úmidas
(verão).
Subtropical – apresenta temperaturas baixas durante o inverno, principalmente em áreas de maior
altitude, no entanto temperaturas elevadas no verão. A pluviosidade apresenta uma redução em
relação ao clima tropical, mantendo uma regularidade na distribuição ao longo do ano.
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8.
Desértico – apresenta-se com uma pronunciada queda na pluviosidade e uma acentuada amplitude
térmica entre as estações do ano.
CLIMA NA TERRA
Semi-árido – são climas de transição, que se caracterizam por apresentar chuvas escassas e mal
distribuídas ao longo do ano. São encontrados tanto em regiões tropicais (onde as temperaturas são
elevadas o ano inteiro) quanto em zonas temperadas (onde os invernos são frios). Também
apresenta amplitudes térmicas pronunciadas.
Mediterrâneo – apresenta verões quentes e secos, invernos amenos e chuvosos. As temperaturas
são bastante parecidos com climas tropicais, no entanto as precipitações são menores,
concentrando-se no outono e no inverno.
Temperado – possui uma definição clara das quatro estações do ano: primavera, verão, outono,
inverno. Os valores de pluviosidade se caraterizam pela moderação e regularidade em que se
manifestam durante o ano. Apresenta temperaturas amenas durante o ano, com pequena amplitude
térmica.
Frio de montanha ou de altitude – frio constante durante todo o ano em razão das altas altitudes
das montanhas, com médias anuais de 0°C e abaixo de zero, com presença de neve constante em
altitudes mais elevadas.
Polar – ocorre em latitudes extremamente elevadas, próximas aos círculos polares Ártico e Antártico.
Frio extremo com temperaturas baixas o ano inteiro, atingindo no máximo 10°C no verão. As
precipitações são escassas e ocorrem, predominantemente, sob a forma de neve.
Climogramas – alguns exemplos
7
9.
CLIMA NO BRASIL
2.3 - Solos - formação, desenvolvimento e tipos.
O QUE É SOLO? COMO ELE SE FORMA?
Uma rocha qualquer, ao sofrer intemperismo, transforma-se em solo, adquire maior porosidade e
como decorrência, há penetração de ar e água, o que cria condições propícias para o
desenvolvimento de formas vegetais e animais. Estas, por sua vez, passam a fornecer matéria
orgânica à superfície do solo, aumentando cada vez mais sua fertilidade. Assim, o solo é constituído
por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica, formando um manto de intemperismo que
recobre superficialmente as rochas da crosta terrestre.
PROCESSO DE FORMAÇÃO DO SOLO: PEDOGÊNESE
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Polar Mediterrâneo Semi-árido Equatorial
10.
HORIZONTES DO SOLO
TIPO DE SOLOS
Podzólico: solos ácidos, profundos, horizonte B argiloso o que dificulta a penetração da água e
favorece a erosão, podem apresentar maior fertilidade, se formam sobre uma vegetação de taiga
(região fria) na qual os restos vegetais demoram a se decompor.
Lixiviados: típico das florestas equatoriais (como a Amazônica), sofre com a falta de nutrientes
devido a grande quantidade de chuvas que carregam tais nutrientes tornando o solo pobre.
Latossolos: predominantes no Brasil, resistente ao processo de erosão, possui boas propriedades
físicas: permeabilidade à água e ar, é acido o que deixa sem reserva de nutrientes.
Solos negros das planícies / solos das pradarias: encontrados na Eurásia (conjunto da Europa e Ásia)
e EUA são muito férteis e ricos em matéria orgânica, por isso possuem a cor escura, são solos de
horizontes bem estruturados.
Solos jovens e poucos desenvolvidos: regiões desérticas e semi-áridas, a ausência água leva ao
pouco desenvolvimento de seus horizontes, o solo árido não possui o horizonte B pois a camada
superficial está diretamente assentada sobre a rocha-mãe. Outro tipo de solo razo e pouco
desenvolvido são os típicos das regiões frias, nas vegetação de tundra composta por musgos e
liquens.
2.4 - As formações vegetais no mundo e suas interações.
CLIMA TEMPERADO – FLORESTAS TEMPERADAS, ESTEPES OU PRADARIAS
Abrange amplos territórios do hemisfério norte: América no Norte, Europa e uma faixa alongada
central da Ásia, que se estende até parte da China e Japão. No hemisfério Sul, sua ocorrência é
bastante restrita. Caracteriza-se pelas quatro estações bem demarcadas, que são visíveis na
paisagem vegetal. É constituída por árvores de porte médio, espaçadas umas das outras, que trocam
suas folhas nas estações mais frias, a cada outono e inverno (caducifólias).
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O: Camada mais superficial do solo, rica em organismos decompositores e
matéria orgânica.
A: ocorre a decomposição de organismos vivos, é rico em matéria orgânica.
B: camada intermediária, podem estar presentes materiais transportados de
outros lugares.
C: solo mais velho, formado pela intemperização da rocha-mãe.
R: rocha-matriz
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Floresta Temperada
As formações herbáceas também são típicas dessa região climática e recebem o nome de estepes ou
pradarias. Constitui uma pastagem natural, muito utilizada para criação de gado. Ex.: pampas
argentinos, pradarias no centro-oeste do Canadá e dos Estados Unidos, no Brasil esse tipo de
vegetação é denominado campos encontrado no sul do RS (clima subtropical - transição entre o
tropical e o temperado).
Pampas - RS
Quatro estações bem demarcadas – Clima Temperado
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Primavera Verão
Outono Inverno
12.
CLIMA MEDITERRÂNEO E VEGETAÇÃO MEDITERRÂNEA
Localiza-se em pequenas áreas, normalmente situadas próximas a desertos como na Califórnia, nos
EUA, nos extremos norte e sul da África, e no sul da Europa. É um clima caracterizado por verões
quentes e secos – devido à expansão das massas de ar seco dos desertos vizinhos – e por invernos
brandos e úmidos – período em que essas massas de ar recuam e ficam estacionarias dos desertos.
CLIMA FRIO (CONTINENTAL) E FLORESTA BOREAL
Está situado em elevadas latitudes, caracteriza-se a maior parte do território canadense, o extremo
norte da Europa, e a Sibéria, na Rússia. As precipitações maiores ocorrem no inverno, quase sempre
sob forma de neve. Nesse clima desenvolve-se a floresta boreal, cuja vegetação é de grande porte,
espaçada e relativamente homogênea, nela predomina o pinheiro e o cipreste, de folhas
acicufoliadas (forma de agulhas) Ex.: Taiga siberiana, na Rússia, uma das maiores do mundo.
CLIMA POLAR E TUNDRA
Está nos extremos norte e sul da Terra. Nessas regiões são registradas as mais baixas temperaturas
do planeta. Na maior parte dos territórios, o solo mantém uma cobertura de gelo, sem vegetação.
Em outras regiões, durante o verão, o degelo deixa o solo exposto e nele brota a tundra, que termina
seu ciclo no inverno, com a queda das temperaturas. Essa cobertura vegetal é de pequeno porte.
11
13.
CLIMA DE MONTANHA E VEGETAÇÃO DE ALTITUDE
Nas altas latitudes, o solo apresenta-se coberto por neve, praticamente o ano todo, até mesmo em
locais de baixas altitudes. No clima de montanha a neve (influenciada pela altitude) cobre o solo
durante todo o ano. Essa cobertura permanente de neve ocorre, inclusive, nas baixa latitudes das
regiões tropicais, sendo que, no sopé das montanhas, a vegetação é a mesma da região do entorno.
Monte Kilinanjaro (ao fundo), no Quênia (África), contrastam com
a paisagem de clima quente no entorno da montanha
CLIMA DESÉRTICO E XERÓFILAS
Caracteriza-se pela aridez (escassez de água). Nessas regiões há pouca (ou nenhuma) vegetação. Os
desertos estão localizados em áreas próximas aos trópicos são quentes, como o de Saara no norte da
África, os situados em latitudes elevadas são frios, como o da Patagônia, na Argentina. Geralmente,
os desertos situam-se em regiões continentais, mas aparecem também junto a oceanos. Neste caso,
formam-se devido à ação de correntes frias, que condensam as massas de ar quente e úmido, as
quais se precipitam no mar antes de atingir o continente. É o caso, por exemplo, do deserto de
Atacama, no Chile. As formações vegetais presentes são espécies rasteiras, arbustos espinhosos,
quase sem folhas, denominadas Xerófilas, as quais se adaptam à pouca umidade.
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14.
Deserto de Atacama (Chile)
Exemplo de cacto no deserto
2.5 - Fontes de energia: utilização e impactos ambientais.
O desenvolvimento econômico e social - ligado - desenvolvimento das fontes de energia.
Há uma interdependência: o progresso econômico e social resulta da ativação de fontes de energia, a
qual ocorre em consequência das demandas da economia e da sociedade.
Fontes de energia primária: petróleo, carvão mineral, gás natural, urânio, e hidráulica (da água).
Renováveis: sol, água dos rios, vento, etc.
Não-renováveis: petróleo, carvão mineral, urânio. As fontes não-renováveis podem se esgotar.
PETRÓLEO
É um combustível fóssil (originados de restos de seres vivos que habitaram a Terra há milhões de
anos, ou seja, da decomposição do material orgânico ao longo de milhares de anos.
Outros exemplos: carvão mineral, gás natural). Com a Revolução Industrial, esses combustíveis
fósseis começaram a ser utilizados como fontes de energia.
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15.
A exploração dos combustíveis fósseis deu a base para o desenvolvimento da sociedade industrial, e
o petróleo se tornou a principal fonte de energia da sociedade contemporânea, ele representa
aproximadamente 40% da energia comercial do mundo.
Fazemos parte de uma “civilização do petróleo”.
• Cerca de 50% do total do petróleo extraído no mundo é consumido pelo setor de
transportes;
• entre 20 e 25% é utilizado para aquecimento industrial e doméstico;
• pouco menos de 10% é transformado na indústria química, como matéria-prima de plásticos
diversos, solventes, cosméticos,
medicamentos, detergentes, tintas, fibras sintéticas, etc.;
• cerca de 10% é consumida na geração de energia, em usinas termelétricas.
Principais reservas: Oriente Médio (65%), Sibéria (Rússia), golfo de Bohai (China); na Ásia central
(região do Cáucaso), etc.
Países produtores: Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Irã e México, responsáveis por cerca de
40% de petróleo produzido no mundo.
GÁS NATURAL
É um hidrocarboneto, frequentemente encontrado junto com o petróleo por se formar do mesmo
modo e por se acumular no mesmo tipo de terreno. Esse produto teve um aumento substancial de
consumo nas ultimas décadas, tanto para a geração de energia quanto para utilização como
combustíveis nos veículos, especialmente ônibus e automóveis.
Gasoduto para transporte do gás natural
Vantagens: menos poluente que o petróleo, as reservas conhecidas podem durar cerca de 60 anos,
estão melhor distribuídas pelos diversos continentes, o custo de geração de energia elétrica é menor
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16.
em relação ao carvão mineral e ao urânio. Porém, os custos de exploração e de transporte
(construção de gasodutos) são maiores do que os do petróleo.
CARVÃO MINERAL
Foi a fonte de energia básica da 1ª Revolução Industrial. Dos combustíveis fósseis, o carvão é o mais
abundante (as reservas existentes devem durar dois séculos), principalmente no hemisfério norte.
A participação dessa fonte aumentou significativamente a partir das crises do petróleo em 1973,
1979 e 1991 que levaram os países a substituí-lo por outras fontes de energia.
A estrutura molecular do carvão contém enorme quantidade de carbono e enxofre que, após sua
queima, são liberados para a atmosfera na forma de gás carbônico (CO²), que agrava o efeito estufa,
e dióxido de enxofre (SO²), o grande responsável pela chuva ácida.
O carvão mineral além de ser usado como fonte de energia, é também utilizado nas indústrias
siderúrgicas, para a produção de aço, e nas indústrias químicas, para fabricar piche, asfalto, eletrodos
para baterias, corantes, tintas, plásticos, naftalina, etc.
PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
ENERGIA ATÔMICA OU NUCLEAR
É o mesmo princípio da produção de energia termelétrica, a diferença é que o calor que esquenta a
caldeira e gera o vapor é produzido por uma reação atômica, ou seja, quebra de átomos de urânio
dentro de um reator.
Atualmente, muitos países desenvolvidos e também subdesenvolvidos industrializados (Índia, Taiwan
e China, por exemplo) investem no desenvolvimento e no aprimoramento da energia nuclear.
Os EUA lideram a produção, mas os países mais dependentes da eletricidade nuclear são França,
Suécia, Finlândia e Bélgica. O custo de instalação é elevado e a tecnologia incorporada ao processo é
avançada.
As usinas nucleares são extremamente perigosas, por utilizarem fontes primárias radiativas de
energia. Em caso de acidentes (como o Chernobyl, na Ucrânia), a radiatividade leva anos ou até
séculos para se dissipar.
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17.
ENERGIA HIDRELÉTRICA
Aproveita a força da água para mover suas turbinas que estão ligadas a um gerador, esse gerador
produz a energia elétrica que é transportada para os consumidores através das linhas de
transmissão.
Os países que possuem relevo acidentado, com muitos rios contam com grande potencial hidráulico
como o Brasil, Canadá, EUA, China, Rússia, etc. Suas vantagens são o fato de ser uma energia
renovável e de não poluir a atmosfera. Além disso o tempo de vida das usinas é longo e o custo de
manutenção é relativamente baixo.
Porém, a construção de usinas hidrelétricas costuma causar grande impacto socioambiental, o
represamento do rio provoca inundações destruindo extensas áreas de vegetação natural,
desmoronamento das margens do rio, comprometimento da vida aquática, além de desabrigar
populações ribeirinhas, pequenos agricultores, povoados e até pequenas cidades.
Hidrelétrica de Itaipu – Brasil
2.6 - Impactos da atividade humana sobre o meio ambiente.
As atividades humanas começaram a causar maior impacto na natureza nos últimos 250 anos, o
processo da industrialização intensificou o consumo de matérias primas, as quais são retiradas do
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18.
solo, dos rios, das florestas, etc., a modernização e a expansão agrícola tornaram-se fundamental
para o abastecimento da população, que acelerou o ritmo de crescimento e passou a aglomerar-se,
cada vez mais, nas áreas urbanas. A cidade é a expressão mais acabada da alteração no espaço
natural.
Vivemos em uma sociedade de consumo, assim, o desenvolvimento econômico visa abastecer, cada
vez mais, aqueles que têm capacidade de consumir.
Para fomentar a aquisição de bens, o mercado cria hábitos de consumo, reduz a vida útil de diversos
produtos e multiplica as opções de mercadorias descartáveis.
Essa “lógica de mercado” acelera o desenvolvimento econômico, o qual por sua vez, agrava o
desperdício dos recursos naturais.
As pessoas são estimuladas pelos meios de comunicação – principalmente, a televisão – a
consumirem cada vez mais. As mensagens publicitárias, por exemplo, costumam relacionar a imagem
do produto ao sucesso, ao prazer e à felicidade, o que provoca nas pessoas a aquisição de um certo
produto lhe dão ascensão social e realização pessoal. Isso leva a um consumo desenfreado de bens,
produtos e serviços pela população, o que exige dos sistemas naturais algo que vai muito além de
suas capacidades de renovação e sustentação.
Nem sempre o processo de crescimento e de desenvolvimento considerou a questão ambiental, o
que tem levado a sérios problemas de redução de recursos e esgotamento de fontes de energia. Com
isso, houve um despertar de consciência e preocupação das atividades humanas sobre o meio
ambiente.
Impactos ambientais em ecossistemas naturais
- Extração da madeira para fins comerciais;
- instalação de projetos agropecuários: poluição com agrotóxicos, erosão do solo;
- implantação de projetos de mineração;
- construção de usinas hidrelétricas;
- propagação de fogo resultante de incêndios;
- desmatamento o que leva: destruição da biodiversidade, erosão e empobrecimento do solo,
enchentes e assoreamento dos rios, proliferação de pragas e doenças, etc.
Impactos em ecossistemas urbanos
- poluição do ar: indústrias, automóveis, problemas agravantes do efeito estufa, ilha de calor nas
grandes cidades, chuvas ácidas,
- poluição da água (rios)
- poluição do solo;
- geração de resíduos: problema do lixo, sua destinação correta, como aterros sanitários.
2.7 - Desenvolvimento Sustentável
Com a crescente expansão do processo de industrialização/urbanização, os impactos provocados
pelo homem aumentaram de tal forma que passaram a ter consequencias globais.
O alerta foi dado no início da década de 1970, na Conferência de Estocolmo, onde chefes de Estado
se encontraram para debater as questões sobre meio ambiente e desenvolvimento.
A partir disso o conceito de Desenvolvimento Sustentável começou a ser elaborado:
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19.
o atendimento às necessidades básicas das populações, no presente, não deve comprometer os
padrões de vida das gerações futuras, ou seja, sustentabilidade significa usar os recursos naturais
com respeito ao próximo e ao meio ambiente.
Preservar os bens naturais e à dignidade humana. É o desenvolvimento que não esgota os recursos,
conciliando crescimento econômico e preservação da natureza.
A viabilização do desenvolvimento sustentável exige também o estabelecimento de políticas
governamentais, ações empresariais, sociedade civil, exige modificação dos padrões de consumo das
sociedades do mundo desenvolvido, as quais devem diminuir a demanda por recursos da natureza e
a produção de resíduos sólidos, líquidos e gasosos.
CONSUMO SUSTENTÁVEL – para que a proposta de desenvolvimento sustentável torne-se viável é
preciso promover mudanças de hábitos de consumo, e também de modo a evitar desperdícios, seja
de água, de energia elétrica, dentre outros. As ONGs tem desempenhado papel fundamental na
conscientização e organização da sociedade civil na luta pela preservação dos ecossistemas do
planeta.
Discussões acerca da problemática ambiental levaram a criação de diversas propostas e
compromissos com o meio ambiente. A seguir alguns desses eventos:
Conferência de Estocolmo – a tomada de consciência (1972): foi a primeira atitude mundial em
tentar organizar as relações de Homem e Meio Ambiente;
Rio 92 – A II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano,
realizada em 1992 no Rio de Janeiro, teve como principal tema a discussão sobre o desenvolvimento
sustentável e sobre como de reverter o atual processo de degradação ambiental. Uma série de
convenções, acordos e protocolos foram firmados durante a conferência. O mais importante deles, a
chamada Agenda 21, comprometia as nações signatárias a adotar métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica, criando um Fundo para o Meio Ambiente, para ser o suporte
financeiro das metas fixadas.
Protocolo de Kyoto (1997 - Japão): tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais
para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera,
principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de
maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento.
3 - ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
3.1 - Desenvolvimento dos meios de comunicação e informação.
Como a nossa vida cotidiana é marcada pela nova tecnologia da informação?
INTEGRAÇAO MUNDIAL – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
MEIO GEOGRÁFICO – DOMINADO PELA TECNOLOGIA, CIÊNCIA E INFORMAÇÃO, CHEGA VELOZ,
INSTANTÂNEA E SIMULTANEAMENTE EM VÁRIOS LUGARES MUNDIAIS.
O MUNDO ESTÁ LIGADO PELA TV, PCs, TRANSMISSÕES VIA SATÉLITE – MILHÕES DE PESSOAS PODEM
ACOMPANHAR O MESMO EVENTO SIMULTANEAMENTE, NÃO IMPORTA ONDE ESTEJAM.
Ex. Copa do Mundo, código de barras (informações: especificação do produto, preço, estoque, etc.)
O desenvolvimento dos meios de comunicação reduziu a distância entre os lugares.
18
20.
Antigamente, da Europa para o Brasil – mais de 2 meses de viagem. Hoje – poucas horas.
Brasil – ligado de norte a sul – pelas estradas e meios de comunicação.
VELOCIDADE DA INFORMAÇÃO, SIMULTANEA – característica do MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO
INFORMACIONAL: é um meio geográfico onde o território inclui, obrigatoriamente, ciência,
tecnologia e informação.
- Mundo em que vivemos hoje – marcado pela tecnologia da informação.
- Economia de mercado (CAPITALISMO) busca reduzir as distâncias – SIGNIFICA – reduzir o tempo de
produção, circulação, de custos PARA O consumo de mercadorias – e ACELERAR OS LUCROS.
SEC XIX – 1ª metade do SEC XX - grandes avanços: surgiram as estradas de ferro, cabo submarino,
telégrafos sem fio, telefone, automóvel, rádio, avião a jato, TV. Com passar o tempo essas
INOVAÇOES foram se interligando umas as outras -> formando as redes de integração territoriais – o
homem foi quebrando as barreiras físicas que dificultavam o transporte e circulação de matérias
primas, de mercadorias, pessoas, etc.
COM ISSO – INTERNACIONALIZAÇAO DA ECONOMIA.
Ex. produtos importados de diversos países, como no supermercado, nas concessionárias – vivemos
em um MUNDO INTEGRADO, ACABANDO COM AS FRONTEIRAS ECONÔMICAS, REESTRUTURAÇÃO DA
PRODUÇAO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NO SISTEMA CAPITALISTA: modificação da maneira de
produzir (a produção ficou mais rápida, pois os sistemas de comunicação e fluxo de informação
foram aperfeiçoados, esses sistemas associados a técnicas mais racionais de distribuição (ex.
empacotamento, controle de estoque, conteinerização) – permite a aceleração de atividades e da
circulação de mercadorias.
Embora esses avanços permitam a maior integração do espaço mundial, ainda há muitos homens,
países e nações excluídos dos benefícios desta integração.
3.2 - Fases do capitalismo.
Pré-capitalismo: Período de emergência da economia mercantil, na qual o comércio e a produção
artesanal começam a ganhar força. Nessa época, aproximadamente séculos XII a XV, não se
generalizou o trabalho assalariado. Predominavam os trabalhadores independentes (artesãos), que
vendiam o produto de seu trabalho, mas não sua força de trabalho. Os artesãos eram os donos de
suas oficinas e ferramentas (meios de produção), assim como das matérias-primas. Trabalhadores
sem meios de produção, obrigados a produzir mediante pagamento de salário (jornaleiros), só
existiam em pequena escala nos centros mais desenvolvidos.
Capitalismo comercial: Estende-se do século XVI ao XVIII. Apesar de predominar o produtor
independente, expande-se o trabalho assalariado. A denominação comercial se relaciona ao fato de
existir preponderância do capital mercantil sobre a produção. A maior parte do lucro concentrava-se
na mão dos comerciantes, intermediários entre o produtor e o consumidor. Lucrava mais quem
comprava e vendia a mercadoria, não quem a produzia. Por isso, o capital se acumulava na
circulação, no comércio, não na produção. Essa fase – também denominada fase de acumulação
originária ou primitiva de capital – permitiria mais tarde a Revolução Industrial.
Capitalismo industrial: Tem início na segunda metade do século XVIII na Inglaterra. O capital
acumulado na circulação de mercadorias é investido na produção; o capital industrial passa então a
dominar o conjunto da produção, distribuição e circulação de riquezas. O trabalho assalariado se
instala definitivamente, em prejuízo dos artesãos, separando claramente os possuidores de meios de
produção (a burguesia) e a massa de trabalhadores (o proletariado), ou classe operária. O processo
se espalha, inicialmente, pela Europa, América do Norte e Ásia. Nas últimas décadas do século XIX e
início do século XX predomina em quase todas as regiões do mundo. Numerosas nações, então,
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21.
passam a lutar para atingir a condição de país industrializado; algumas para conquistar hegemonia no
mercado internacional.
Capitalismo financeiro: Fase atual. Começa a se delinear em fins do século XIX, mas cristaliza-se no
século XX: o sistema bancário e grandes corporações financeiras tornam-se dominantes e passam a
controlar as demais atividades – indústria, comércio, agricultura e pecuária. As empresas concentram
diversas atividades e tornam-se cada vez mais poderosas, assumem dimensão internacional: são as
multinacionais. Devido à concentração do capital, com a formação de empresas gigantescas que
dominam grandes setores da produção, podemos também chamar essa fase de capitalismo
monopolista. Sobretudo a partir da década de 1980, assistimos a uma vertiginosa aceleração da
mobilidade do capital, facilitado pela informática, num processo de globalização no qual o capital
financeiro se torna cada vez mais desvinculado das atividades produtivas, buscando o máximo de
lucro no menor tempo possível.
3.3 - Organização do trabalho e da produção – Taylorismo, Fordismo e Toyotismo.
3.4 - Fases da Revolução Industrial.
1ª Revolução Industrial (1750 - 1870) – invenção da máquina a vapor (energia produzida pela queima
do carvão mineral), fábricas próximas as cidades, produção de mercadorias: maior quantidade em
menor tempo, e menores custos com mão de obra. Divisão social do trabalho (DST) – cada
trabalhador realizava uma etapa do processo produtivo. Livre concorrência entre as empresas e os
países. Liberalismo: sem a intervenção do Estado na produção e distribuição das riquezas.
2ª Revolução Industrial (1870 - 1945) – novas tecnologias, novas fontes de energia, e expansão da
atividade industrial. Expansão das ferrovias como transporte e como atividade empresarial. Livre
concorrência substituída pelo monopólio: concentração de atividades produtivas por um pequeno
grupo de empresas.
Novas técnicas de produção industrial:
Taylorismo: implantado por Frederick Taylor. Divisão das tarefas de trabalho dentro de uma
empresa; especialização do trabalhador. O conhecimento do processo produtivo era uma tarefa
exclusiva do gerente, que deveria determinar e fiscalizar cada etapa dos trabalhos a serem feitos no
menor espaço de tempo e sem perda de qualidade. O operário não é nada mais que operário.
Fordismo: Henry Ford na produção de automóveis, no início do Sec. XX, um sistema baseado numa
linha de montagem. O trabalhador especializado realizava sua tarefa em tempo determinado e o
automóvel passava na esteira até a instalação da última peça. Trabalho repetitivo e desgastante,
além da falta de visão geral sobre todas as etapas de produção e baixa qualificação profissional.
3ª Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica (após 1945): avanço nos sistemas de
telecomunicações, informática, microeletrônica, robótica, engenharia genética, energia nuclear. Gera
muitas riquezas com menor nº de trabalhadores por causa dos avanços nos equipamentos
industriais. Grandes empresas multinacionais possuem seus próprios centros de pesquisa. O Estado
estimula o desenvolvimento tecnológico, por meio de universidades e instituições de pesquisa,
visando o desenvolvimento econômico. Modelo de produção:
Toyotismo: conhecida por just-in- time (tempo justo), a matéria prima que entra na fábrica
corresponde exatamente à quantidade de mercadorias que serão produzidas, ou seja, produzir
somente o necessário, no tempo necessário e na quantidade necessária. Sistema flexível, em que o
trabalhador pode ser deslocado para realizar diferentes funções de acordo com as necessidades de
produção. Mão-de-obra multifuncional e bem qualificada. Além disso, esse processo aumenta o nº
de trabalhadores temporários por contratarem de acordo com a demanda.
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3.5 - Novas tecnologias aplicadas à agropecuária.
Atualmente a tecnologia faz parte de diversos setores e na agricultura não poderia ser diferente. A
busca por maior produtividade e qualidade faz com que agricultores recorram a equipamentos
tecnológicos para usarem em suas plantações, e os que ainda se recusam a fazer uso da tecnologia
acabam perdendo o espaço no mercado.
Para atender às necessidades do aumento do consumo de alimentos a agricultura evoluiu
extensivamente, com a incorporação de novas áreas antes consideradas impróprias para o cultivo,
e evoluiu intensivamente, com a utilização de técnicas de produção cada vez mais avançadas, de
insumos agropecuários cada vez mais eficientes e da aplicação dos conhecimentos científicos às
diferentes práticas e etapas da produção de alimentos. A partir de 1950, a produção agrícola cresceu
em um ritmo mais acelerado do que em qualquer outro período da história, realizando uma
verdadeira Revolução Verde. Nas últimas décadas, a agricultura registrou índices cada vez mais
elevados de produtividade, à medida que foi se integrando ao setor industrial. A indústria passou a
fornecer uma parte crescente das necessidades de consumo da agricultura, desde os fertilizantes e
defensivos químicos até as máquinas mais modernas.
Hoje podemos falar de um verdadeiro sistema alimentar mundial, no qual vem aumentando a
participação desses conglomerados, sediados nos países desenvolvidos, na produção e
comercialização dos produtos alimentícios. E, mais do que isso, esse sistema está criando novos
hábitos alimentares e de consumo, como no caso das refeições ligeiras, cujo cardápio mundial pode
ser um refrigerante, um hambúrguer ou uma pizza.
Os avanços da produção agropecuária alteraram a tradicional divisão do trabalho entre países
desenvolvidos e subdesenvolvidos, no setor de alimentos. Muitos países são, ao mesmo tempo,
vendedores e compradores de alimentos.
A mecanização da agricultura começou há mais de cem anos e foi anunciada como um triunfo da
sociedade industrial. Ela começou com o arado de aço puxado a cavalo, em meados do século
passado. A seguir, o motor a gasolina instalado nos tratores e nas máquinas agrícolas faziam o
trabalho pesado nas fazendas. Hoje, a mecanização está praticamente concluída com a introdução de
equipamentos computadorizados. A mecanização evoluiu junto com as novas técnicas de cultivo e
com a genética agrícola.
Dos avanços conquistados pela produção de alimentos, os mais extraordinários deles têm sido, nos
últimos anos, os obtidos no campo da biotecnologia, isto é, “qualquer técnica que use processos
vivos para modificar produtos, melhorar plantas ou animais, ou desenvolver microrganismos para
usos específicos”. A engenharia genética, ou seja, a aplicação de padrões de engenharia à
manipulação dos genes, consegue acrescentar, eliminar, reorganizar materiais genéticos, criando
novos organismos ou alterando o ritmo de crescimento.
O desenvolvimento da informática aplicada à agricultura ajudará os agricultores a monitorar o meio
ambiente, a estabelecer estratégias de ação, e a identificar áreas problemáticas. Os produtores
agrícolas serão, num futuro próximo, informados das mudanças meteorológicas e das condições de
solo. A seguir, equipamentos automatizados executarão as diferentes tarefas agrícolas,
transformando as fazendas modernas em fábricas automatizadas.
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23.
Considerações
- A mecanização da agricultura começou há mais de cem anos e a produção de equipamentos e
insumos agrícolas transformou a agricultura numa atividade subordinada à indústria. Atividades
agrícolas e industriais estão integradas nos complexos agro-industriais;
- Hoje, no final do século XX, a agropecuár ia passa por uma nova e extraordinária revolução técnico -
cientifica. O uso de equipamentos computadorizados transformou a organização do trabalho rural; a
produção de fertilizantes mais eficientes alterou profundamente as condições naturais do solo; a
genética aplicada à agricultura tornou possível a obtenção de espécies mais resistentes e melhor
adaptadas às condições ambientais;
- A biotecnologia possibilitou melhor combate às pragas e maior proteção àscolheitas, mas existem
sérios riscos envolvidos na perda de postos de trabalho no campo e na difusão de novos organismos
criados artificialmente.
3.6 - Dinâmica demográfica - ritmos e movimentos.
A grande expansão demográfica do mundo contemporâneo começou com a Revolução Industrial. A
partir do século XVIII assistimos a um extraordinário crescimento demográfico, e a população
mundial, em 1830, atingiu pela primeira vez um bilhão de habitantes. Apenas oitenta anos depois
atingiu 2 bilhões.
Entre 1930 e 1975 - em 45 anos, dobrou de novo. Em 1987 foi anunciado o nascimento do habitante
de número 5 bilhões. Em 150 anos a população do nosso planeta quintuplicou.
O crescimento extraordinário da população mundial nos últimos duzentos anos e a desaceleração
atual permitiram elaborar um modelo explicativo para a evolução da população mundial: a transição
demográfica.
A transição demográfica consiste em uma sucessão de fases pelas quais uma população passa à
medida que penetra no que chamamos de modernidade, isto é, uma sociedade agrária tradicional
transforma-se numa sociedade moderna, industrial e urbana.
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24.
Ao longo do processo de transição, é possível identificar a primeira fase na qual se registra um
pequeno crescimento da população porque a alta taxa de natalidade é anulada pela alta taxa de
mortalidade. A segunda fase caracteriza-se por um rápido crescimento demográfico por causa do
desencontro entre as duas taxas. Essa aceleração é explicada pelo recuo da mortalidade, graças à
revolução sanitária, isto é, ao desenvolvimento de uma infra-estrutura de serviços coletivos de
higiene e à adoção de medidas de profilaxia. O terceiro momento tem um pequeno crescimento, um
novo equilíbrio entre as duas taxas que, agora, se apresentam muito baixas.
Após a Segunda Guerra Mundial podemos identificar quatro grandes fluxos migratórios
internacionais:
· O primeiro refere-se aos deslocamentos de população para fazer coincidir a “nova” fronteira
política com os grupos étnicos. O exemplo mais significativo ocorreu após a divisão política da União
Indiana, em 1947, quando
aproximadamente 15 milhões de pessoas foram deslocadas entre a Índia e o Paquistão. Outro
exemplo, mais recente, deu-se na região balcânica, quando houve a fragmentação política da
Iugoslávia.
· O segundo diz respeito aos refugiados políticos, que chegam hoje a mais de 25 milhões de
pessoas. Eles procedem dos “pontos quentes”, ou seja, das áreas de conflitos internos, nas quais
uma facção temporariamente derrotada se refugia em outro país. A situação trágica desses grupos é
marcada pela indefinição e pela precariedade das condições de vida que anulam, em grande parte, a
ação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O Sudeste Asiático, o
Oriente Médio, a América
Central e a África Oriental são as principais regiões desses refugiados. O Leste Europeu, enquanto
esteve isolado pela chamada Cortina de Ferro, dava origem a numerosos contingentes de refugiados
políticos. A crise de 1989 facilitou o deslocamento de mais de um milhão e trezentos mil emigrantes
que deixaram seus países em direção à Europa Ocidental, por razões basicamente econômicas, e que
solicitavam, no país de acolhimento, o estatuto de refugiados políticos.
· O terceiro é marcado pelo deslocamento de “cérebros”. A migração de pessoas com alta
qualificação profissional e/ou de estudos significa uma vantagem enorme para os países que as
recebem porque as despesas para sua formação foram desembolsadas pelos países de origem. Os
Estados Unidos são beneficiados por esses movimentos porque entre 1970 e 1990 receberam perto
de um milhão de imigrantes altamente qualificados, procedentes de todo o mundo, embora no
mesmo período tenham sido adotadas leis cada vez mais restritivas à imigração de mão-de-obra não
qualificada.
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25.
· Finalmente, o quarto fluxo agrupa as migrações de trabalhadores. Após a Segunda Guerra
Mundial, a Europa Norte-Ocidental se abastecia de mão-de-obra nas regiões de economia deprimida
da bacia mediterrânea. Já os Estados Unidos recorriam a seus vizinhos mais próximos, o México e o
Caribe. No entanto, a partir da crise dos anos 70 e da adoção das novas técnicas de produção do
modelo de industrialização pós-fordista, agravou-se a situação de desemprego nesses países. Nas
antigas áreas de acolhimento de imigrantes cresceram os sentimentos xenófobos (do grego: xeno =
estrangeiro + fobia = aversão) e os movimentos de pressão para a adoção de leis restritivas à
imigração. Os problemas surgidos com os árabes na França são análogos aos dos turcos na Alemanha
e aos dos jamaicanos na Inglaterra. Hoje, na Europa e nos Estados Unidos, a imigração é uma questão
social e política preocupante.
DINÂMICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL
A dinâmica demográfica brasileira ilustra o acelerado crescimento ocorrido a partir de 1940, com as
conquistas medicas e a consequente queda das taxas de mortalidade nos países subdesenvolvidos.
Esse processo foi até os anos 1960, quando o crescimento atingiu o ápice com taxas médias de
crescimento quase 3% ao ano.
A partir daquela década, as taxas de crescimento começaram a declinar até atingir 1,6% (censo de
2000-IBGE). Esse declínio, como visto, deve-se à maior inserção da mulher no mercado de trabalho, à
disseminação do uso de pílulas anticoncepcionais, ao aumento do número de abortos provocados e a
esterilização de mulheres, entre outros fatores, relacionados ao rápido processo de urbanização que
caracterizou o Brasil na 2ª metade do século passado. Como resultado as famílias brasileiras
diminuíram de tamanho.
O censo ou recenseamento demográfico é um estudo estatístico referente a uma população que
possibilita a recolha de várias informações, tais como o número de habitantes, o número de homens,
mulheres, crianças e idosos, onde e como vivem as pessoas, profissão, entre outras coisas. Esse
estudo é realizado, normalmente, de dez em dez anos, na maioria dos países. Através dessas
informações é possível elaborar a pirâmide etária, também conhecida como pirâmide demográfica
ou pirâmide populacional é uma ilustração gráfica que mostra a distribuição de diferentes grupos
etários em uma população (tipicamente de um país ou região do mundo), em que normalmente cria-se
a forma de uma pirâmide. Esse gráfico é constituído de dois conjuntos de barras que representam
o sexo e a idade de um determinado grupo populacional. É baseado numa estrutura etária da
população, ou seja, a repartição da população por idades.
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26.
Considerações
- O crescimento da população mundial é desigual no tempo e no espaço. Os países desenvolvidos
têm, hoje, pequeno crescimento vegetativo pois já completaram sua transição demográfica. Alguns
países subdesenvolvidos iniciaram essa transição enquanto outros ainda dependem do
desenvolvimento sócio-econômico para realizá-la;
- Os mais importantes fluxos migratórios internacionais contemporâneos são realizados por grupos
étnicos à procura da nova fronteira política,pelos refugiados políticos, por técnicos altamente
qualificados e, com mais
destaque, por homens em busca de trabalho;
3.7 - Urbanização e problemas urbanos.
Consequências e Características da Urbanização
Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo
esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao
crescimento da população rural. Somente na segunda metade do século 20, o Brasil tornou-se um
país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década
de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve,
sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956,
sendo esta a principal conseqüência entre uma série de outras, da "política desenvolvimentista" do
governo Juscelino Kubitschek. É importante salientar que os processos de industrialização e de
urbanização brasileiros estão intimamente ligados, pois as unidades fabris eram instaladas em locais
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onde houvesse infra-estrutura, oferta de mão-de-obra e mercado consumidor. No momento que os
investimentos no setor agrícola, especialmente no setor cafeeiro, deixavam de ser rentáveis, além
das dificuldades de importação ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial e pela Segunda, passou-se
a empregar mais investimentos no setor industrial.
Êxodo rural
As indústrias, sobretudo a têxtil e a alimentícia, difundiam-se, principalmente nos Estados de São
Paulo e Rio de Janeiro. Esse desenvolvimento industrial acelerado necessitava de grande quantidade
de mão-de-obra para trabalhar nas unidades fabris, na construção civil, no comércio ou nos serviços,
o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (êxodo rural). O processo de
urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural. A migração rural-urbana tem
múltiplas causas, sendo as principais a perda de trabalho no setor agropecuário - em conseqüência
da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina e a estrutura
fundiária concentradora, resultando numa carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais.
Assim, destituídos dos meios de sobrevivência na zona rural, os migrantes dirigem-se às cidades em
busca de empregos, salários e, acima de tudo, melhores condições de vida.
População urbana
Atualmente, a participação da população urbana no total da população brasileira atinge níveis
próximos aos dos países de antiga urbanização da Europa e da América do Norte. Em 1940, os
moradores das cidades somavam 12,9 milhões de habitantes, cerca de 30% do total da população do
país, esse percentual cresceu aceleradamente: em 1970, mais da metade dos brasileiros já viviam nas
cidades (55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população brasileira é agora majoritariamente
urbana (81,2%), sendo que de cada dez habitantes do Brasil, oito moram em cidades. Segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de
84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que
vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. Em termos absolutos, serão 237,751 milhões de
pessoas morando nas cidades do país na metade deste século. Por outro lado, a população rural terá
caído de 29,462 milhões para 16,335 milhões entre 2005 e 2050. O processo de urbanização no Brasil
difere do europeu pela rapidez de seu crescimento. Na Europa esse processo é mais antigo. Com
exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século 19, a
maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do século 19 e a primeira
metade do século 20. Além disso, nesses países a urbanização foi menos intensa, menos volumosa e
acompanhada pela oferta de empregos urbanos, moradias, escolas, saneamento básico, etc. Em
nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população rural e os de população
urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de
graves problemas.
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Favelização e outros problemas da urbanização
A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às necessidades
básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se
o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água. Relatório do Programa
Habitat, órgão ligado à ONU, revela que 52,3 milhões de brasileiros - cerca de 28% da população -
vivem nas 16.433 favelas cadastradas no país, contingente que chegará a 55 milhões de pessoas em
2020. O Brasil sempre foi uma terra de contrastes e, nesse aspecto, também não ocorrerá uma
exceção: a urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o território nacional,
conforme podemos observar na tabela abaixo. Muito pelo contrário, ela se concentra na região
Sudeste, formada pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Região Sudeste
Apesar desses quatro Estados ocuparem somente 10% do território brasileiro, a segunda menor em
área, neles se encontram mais de 78 milhões de habitantes (IBGE, 2005), 90,5% dos quais vivem em
cidades. É também no Sudeste que se encontram três das cidades brasileiras com mais de 1 milhão
de habitantes (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), bem como 50% das cidades com
população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes. As sucessivas crises econômicas que o país
conheceu nas últimas décadas fez seu ritmo de crescimento em geral diminuir e com isso o fluxo
migratório para o Sudeste se reduziu e continua em declínio.
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Centro-Oeste e Sul
A segunda região de maior população urbana no país é a Centro-Oeste, onde 86,7% dos habitantes
vivem em cidades. A urbanização dessa região é ainda mais recente e foi impulsionada pela fundação
de Brasília, em 1960, e pelas rodovias de integração nacional que interligaram a nova capital com o
Sudeste, de um lado, e a Amazônia, de outro. Além disso, há o desenvolvimento do setor do
agronegócio. A agropecuária impulsionou a urbanização do Centro-Oeste, cujas cidades apresentam
atividades econômicas essencialmente de caráter agro-industrial. A região Sul, apesar de contar com
o terceiro maior contingente populacional do país - mais de 26 milhões de habitantes, 80,9% vivendo
em cidades - e uma economia vigorosa, também baseada na agropecuária apresenta um índice mais
baixo de urbanização. Ao contrário da região Centro-Oeste, a região Sul conheceu uma urbanização
mais lenta e limitada até o início da década de 1970. A estrutura agrária assentada na pequena
propriedade e no trabalho familiar, apoiado no parcelamento da terra nas áreas de planaltos
subtropicais, limitava a migração de pessoas do campo para o meio urbano. Depois, a mecanização
da agricultura e a concentração fundiária impulsionaram o êxodo rural.
Norte e Nordeste
O grau de urbanização da região Norte é o mais baixo do país: 69,9% em 2003. No entanto, é a região
que mais se urbanizou nos últimos anos. Entre 1991 e 2000, segundo o IBGE, o crescimento urbano
foi de 28,54%. Além de ter-se inserido tardiamente na dinâmica econômica nacional, a região tem
sua peculiaridade geográfica - a floresta Amazônica - que representa um obstáculo ao êxodo rural.
Ainda assim, Manaus (AM) e Belém (PA) são as principais regiões metropolitanas com mais de 1
milhão de habitantes cada. Com mais de 51 milhões de habitantes o Nordeste é a região brasileira
com o maior número de municípios (1.793), mas somente 69,1% de sua população é urbana. A
estrutura agrária baseada na pequena propriedade familiar, na faixa do Agreste, colaborou para
segurar a força de trabalho no campo e controlar o ritmo do êxodo rural. O baixo rendimento e a
baixa produtividade do setor agrícola restringiu a repulsão dos habitantes rurais, ao passo que o
insuficiente desenvolvimento do mercado regional limitou a atração exercida pelas cidades.
4. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO
4.1 - Expansão territorial.
Expansão Territorial do Brasil
No primeiro momento, temos a chegada dos portugueses que pouco se interessaram pelas novas
terras, pois não encontrastes aqui de imediato nada que fosse de grande valor (metais preciosos) a
não ser muito calor, povos desconhecidos e o famoso pau-brasil. Na verdade, as terras brasileiras
pertencentes a Portugal, limitava-se entre o Tratado de Tordesilhas e o Oceano Atlântico, ou seja,
uma estreita faixa de terra. A ocupação do território brasileiro no início foi um dos maiores
problemas enfrentados pela Metrópole. Enumeremos aqui os obstáculos: falta de recursos e de
pessoal, condições naturais (calor e mata fechada), ataques indígenas, índios antropófagos e outros.
As novas terras não ofereciam nenhum atrativo econômico. Esses fatores tornaram muito lenta a
colonização do litoral e impuseram enormes dificuldades ao povoamento do interior. Durante mais
ou menos trinta anos.
O Brasil Colônia fica apenas sendo patrulhado por algumas naus que a Corte portuguesa enviava para
garantir a soberania e tentar proibir a presença de corsários franceses, ingleses e holandeses. Num
determinado momento, os portugueses começam a despertar um interesse econômico e político. As
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30.
Índias já não representava tanto lucro para a metrópole. A distância e o desinteresse pelos
produtos desta região, já não eram tão lucrativo para a Coroa Portuguesa.
Observamos que a expansão e ocupação territorial foram consequências de ordem econômica e
política, visando aos interesses dos colonos e da Metrópole. Os principais fatores responsáveis pela
expansão territorial foram: as bandeiras, a pecuária e a expansão oficial.
As Bandeiras: foram expedições de caráter particular, estruturadas militarmente, cujos objetivos se
constituíram nas seguintes fases:
- De apresamento (ou caça ao índio), aqueles já catequizados de preferência;
- Ouro de lavagem e pedras preciosas;
- Sertanismo de contrato: os bandeirantes eram chamados, na maioria das vezes, para guerrear
contra tribos indígenas insurretas e contra os quilombos, pois conheciam muito bem o sertão e eram
chamados também de sertanejos.
Obs.: Tiveram como núcleo de irradiação a capitania de São Vicente, especialmente a cidade de São
Paulo. Com o declínio da produção açucareira, a capitania passa a viver de uma economia de
subsistência, escravizando índios para usá-los como mão-de-obra doméstica. Com uma população
pobre, o único recurso foi procurar recursos fora de São Paulo, daí a formação das Bandeiras.
· Monopolizando o tráfico negreiro, os holandeses só forneciam escravos às regiões brasileiras
que estavam sob seu domínio.
· A Bahia e o Rio de Janeiro, onde também se produzia açúcar, com a suspensão do tráfico,
passaram a se constituir em amplos mercados para a mão-de-obra indígena, alcançando aí
altos preços. Assim, o índio, que até então era caçado para o trabalho, passava agora a ser
caçado como mercadoria.
· Os bandeiras procuravam riquezas, submetendo índios, escravos fugidos e descobrindo
metais preciosos.
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· Os bandeirantes ingressaram então numa fase de apresamento maciço, penetrando no
sertão, atacando as missões jesuíticas de Guaíra, Itatim, Tapé, localizadas na região Paraná-
Paraguai e Rio Grande do Sul, onde milhares de índios trabalhavam na terra ou no pastoreio,
dirigidos e orientados pelos padres marianos. Dentre as bandeiras apresadoras destacaram-se
a de Antonio Raposo Tavares e Manuel Preto.
· Com a reconquista de Angola, em 1648, por Portugal, é restabelecido o tráfico negreiro para
o Brasil português. E, como o negro africano era considerado mais produtivo que o indígena
brasileiro, os colonos preferiam o trabalho do escravo negro. Além disso, os lucros do
comércio escravista passariam para os portugueses, deixando de ser dos colonos
bandeirantes.
Dessa forma, o apresamento entra em declínio, deixando como resultado a escravidão de
milhares de índios, a destruição das missões e a ruptura da linha de Tordesilhas, penetrando
em terras espanholas que seriam, mais tarde, incorporadas ao Brasil.
A Pecuária
O gado bovino, introduzido na Bahia por Tomé de Sousa, foi utilizado, na colônia, para alimentação,
transporte e tração. Funcionando como economia secundária, a pecuária esteve ligada durante os
séculos XVI e XVII à agricultura tropical e, durante o século XVIII, à mineração. A pecuária possibilitou
o aproveitamento da mão-de-obra disponível do índio e do mameluco com remuneração, os quais se
adaptaram ao trabalho do pastoreio. Pela característica do trabalho do vaqueiro, que tem de
percorrer longas distâncias a cavalo, não era possível usar escravos, que, provavelmente, fugiriam
abandonando os animais ou levando-os junto. Dessa forma, todo o trabalho ligado à pecuária era
feito por homens livres, que recebiam determinado pagamento pelo serviço realizado. Os vaqueiros,
homens responsáveis pelos animais, recebiam como pagamento uma cria a cada quatro bezerros
nascidos e acertavam contas com o fazendeiro a cada cinco anos. Os vaqueiros acabavam formando
pequenos rebanhos de sua propriedade e, muitos deles, partiam para a criação de sua própria
fazenda de gado. Com as novas fazendas, maior expansão territorial, maior conquista e avanço em
direção ao interior, a pecuária, que nasceu ligada às necessidades dos engenhos, tornou-se atividade
autônoma que se justificava economicamente.
Entradas: expedições organizadas pela metrópole portuguesa, com os objetivos de:
- defesa do território,
- exploração econômica da Amazônia e;
- aproveitamento econômico do Rio Prata.
A Mineração
Desde a descoberta e, posteriormente, com a colonização, os portugueses sonhavam em encontrar
metais preciosos no Brasil. Durante todo o século XVI, Portugal organizou “entradas” para o interior,
a fim de desbravar os sertões à procura de ouro. O movimento bandeirante, desenvolvido em
30
32.
princípios do século XVII, realizou diversas expedições pelo sertão à procura do ouro, até encontrá-lo
em Minas Gerais. Para que os escravos não engolissem as pedras encontradas, cada um era vigiado
por um feitor, numa espécie de linha de montagem.
A exploração do minério não exigia grandes capitais nem sequer técnicas avançadas, pois o ouro
obtido nesta época foi, basicamente, o “ouro de aluvião”, isto é, o ouro que fica na superfície dos
leitos dos rios ou do solo. A organização da produção foi feita através de unidades que se
compunham de dois tipos:
• Lavras – unidades de grande porte, dispondo de aparelhos mais sofisticados e usando um grande
número de escravos;
• Faisqueiras – unidades pequenas e móveis, trabalhadas pelos próprios interessados, ou por
escravos que pagavam aos seus senhores uma contribuição. Eram as unidades mais frequentes.
4.2 - Formação étnica do povo brasileiro.
Formação étnica da população brasileira: composição da população por cor de pele
O povo brasileiro é composto etnicamente por brancos de origem européia, negros de origem
africana, amarelos (indígenas e asiáticos) e mestiços. A partir do período colonial, no século XVI, a
miscigenação da população se tornou mais intensa. A relação entre colonos portugueses e escravos
gerou os mestiços, bem como o relacionamento entre negros e indígenas deu origem ao cafuzo.
Quanto à etnia, podemos dizer que a maioria da população brasileira é mestiça. Porém, os últimos
censos ressaltaram apenas a cor da pele da população.
Classificando a população quanto à cor da pele, podemos dizer que os indígenas estão reduzidos a
cerca de 0,4% da população brasileira, repercutindo o etnocídio a que foi sujeitada, com a extinção
de inúmeras nações indígenas. Os negros representam 6% da população total, os brancos
representam 53,8% e os mestiços (pardos) representam 39,1% da população brasileira. Vale lembrar
que esses índices não representam especificamente a formação étnica da população brasileira.
Segundo o IBGE, o número de índios cresceu consideravelmente de 1991 a 2000, com um aumento
de 138,5%, representando 0,4% da população brasileira. Porém, o chefe do departamento de
documentação da Funai (Fundação Nacional do Índio), André Ramos alerta que os números devem
ser considerados com ressalvas, pois segundo ele o IBGE usa critérios de autodeclaração, o que pode
causar distorções, no entanto, André acredita Ramos que há tendências de crescimento.
31
33.
4.3 - Migrações populacionais.
“As migrações populacionais referem-se aos deslocamentos de populações entre regiões de um
mesmo país ou entre países. [...] Com a tendência mundial a uma estabilização do crescimento
vegetativo das populações, as migrações estão-se constituindo no elemento mais importante da vida
de grandes contingentes populacionais”. (Oliva, Jaime e Giansanti, Roberto. Espaço e Modernidade:
temas da Geografia Mundial. Atual. p. 190. 2001).
Tal deslocamento pressupõe causas estruturais. Ainda que existam causas político-ideológicas,
naturais, religiosas, psicológicas e bélicas, as causas econômicas, ao longo da História, têm sido
predominantes.
Outras causas que colocam milhões de pessoas em movimento são:
a) Perseguições políticas, religiosas ou étnicas.
b) Guerras.
c) Desastres naturais (cheias, secas, vulcões em erupção).
d) Estagnação econômica.
Da mesma forma, para que outras áreas possam-se constituir em lugares de atração, devem
apresentar, entre outras:
a) Expansão das atividades econômicas.
b) Tolerância política, ideológica, religiosa ou racial.
c) Dinamismo econômico.
d) Estímulos por parte do Estado.
Podemos classificar os movimentos migratórios segundo alguns aspectos. Entre eles merecem
destaque:
QUANTO AO TIPO:
a) Espontâneo ou voluntário - Quando a decisão da saída parte do próprio sujeito.
Exemplo - Italianos, alemães, espanhóis que vieram para a América.
b) Forçado – Quando o sujeito é obrigado a migrar. Exemplo – Tráfico de escravos
africanos.
c) Controlado – Quando a migração faz parte da política de um Estado que atua
regulando o fluxo de pessoas tanto para fora quanto para dentro de suas fronteiras.
Subdivide-se em:
1. Restringido - Quando o Estado impõe restrições, dificultando a imigração. Exemplo - A política
atual de imigração dos EUA.
2. Estimulado – Quando o Estado possibilita o fluxo migratório tanto interna quanto externamente
(entrada de estrangeiros). Exemplo – A migração estrangeira para as fazendas de café no Brasil.
32
34.
4.4 - Urbanização - história, metropolização, hierarquia e redes urbanas.
URBANIZAÇÃO E METROPOLIZAÇÃO NO BRASIL
As metrópoles são as maiores e mais bem equipadas cidades de um país. No Brasil, desenvolveu-se
uma urbanização concentradora, isto é, que forma grandes cidades e metrópoles. Em 1950, só
existiam duas cidades com população acima de 1 milhão de habitantes: Rio de Janeiro e São Paulo.
Em 2000, ambas apresentam mais de 5 milhões de habitantes, e 13 municípios passaram a contar
com população urbana superior a 1 milhão de habitantes.
Em 1950, São Paulo não se incluía entre as 20 cidades mais populosas do mundo. No ano 2015,
segundo estimativas da ONU, a região metropolitana de São Paulo, com 20,3 milhões de habitantes,
será a quarta maior aglomeração urbana no mundo, antecedida por Tóquio, no Japão (28,9 milhões),
Bombaim, na Índia (26,3 milhões) e Lagos, na Nigéria (24,6 milhões). Ela é a metrópole que melhor
reflete o caráter concentrador da urbanização no País.
O censo de 2000 mostrou que a população brasileira ainda se concentra nas grandes cidades e nas
metrópoles. Em 1970, as regiões metropolitanas reuniam 24,3 milhões de pessoas; em 2000,
passaram a contar com 67,8 milhões de pessoas, ou seja, esta população quase que triplicou em três
décadas, representando 40,0% do total do País. No entanto a população das capitais estaduais vem
crescendo mais lentamente do que a do País. Este é um dado recente e importante, porque as
grandes cidades ficam um pouco mais aliviadas dos problemas gerados pelo excesso de população.
33
35.
REDE E HIERARQUIA URBANAS
O processo de urbanização compõe a chamada rede urbana, um conjunto integrado ou articulado de
cidades em que se observam a influência e a liderança das maiores metrópoles sobre as menores
(centros locais). A hierarquia urbana é estabelecida na capacidade de alguns centros urbanos de
liderar e influenciar outros por meio da oferta de bens e serviços à população. Pode ser uma
metrópole nacional (se influencia todo o território nacional) ou uma metrópole regional (se
influencia certa porção ou região do País).
O ESPAÇO URBANO: PROBLEMAS E REFORMA
De um lado, há a cidade formal, na maior parte das vezes bem planejada, com bairros ricos, ruas
arborizadas, avenidas largas, privilegiada por equipamentos e serviços. Contrasta, de outro lado, com
a cidade informal, composta pela periferia pobre, pelos subúrbios, pelas favelas, com ruas estreitas,
sem planejamento, pela ocupação desordenada e sem infra-estrutura adequada.
Na cidade informal ou “oculta”, concentram-se os problemas urbanos, e sua população engrossa as
estatísticas dos desempregados, dos subempregados, da violência. A cidade formal, preocupada com
a violência, cerca-se de muros, guaritas, equipamentos de segurança (alarme, interfones, câmeras),
acentuando a segregação espacial.
Curiosidades
O censo 2000 mostra que São Paulo é o município mais populoso do país, com 10,4 milhões de
habitantes. O menos populoso é Borá, no interior paulista, com apenas 795 habitantes.
A METRÓPOLE É O CENTRO DA REDE URBANA:
Cidades que se relacionam entre si, trocando bens, serviços e capitais, além do movimento de
pessoas. Quanto mais desenvolvidos forem os meios de transporte e comunicação de uma região,
mais integrada será a rede urbana. Países desenvolvidos têm redes urbanas mais integradas.
· Metropolização: multiplicação de grandes cidades metropolitanas.
· Região Metropolitana de São Paulo: 39 municípios e 20 milhões de hab.
· Grande Rio: 17 municípios e 11 milhões de hab.
· Grande BH: 34 municípios e 5 milhões de hab.
34
36.
· A urbanização aumenta rapidamente a partir de 1940;
· Porém, o ímpeto da urbanização vem diminuindo. Isso indica que o processo está se
esgotando
TENDÊNCIAS DA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA
· Interiorização: as populações começam a procurar as cidades menores, de vida mais fácil.
· Na década de 1990, as cidades com população entre 100 mil e 500 mil hab. foram as que
mais cresceram.
· As metrópoles continuam crescendo, mas em ritmo menor.
· Periferização da Metrópole: os núcleos centrais crescem menos que as cidades periféricas.
CIDADE GLOBAL
· Não importa a quantidade de habitantes e sim a capacidade de se relacionar com os grandes
centros mundiais de poder econômico.
· Sedes de empresas transnacionais, organizações financeiras (Banco e Bolsa de Valores),
irradiam tecnologia. Existem várias categorias com diferentes graus de desenvolvimento.
CIDADES ALFA - com serviço completo
· 12 pontos: Londres, Nova York, Paris e Tóquio;
· 10 pontos: Los Angeles, Chicago, Frankfurt, Milão, Hong Kong e Singapura;
CIDADES BETA - MAIORES CIDADES GLOBAIS
· 9 pontos: San Francisco, Sydney, Toronto, Zurique;
· 8 pontos: São Paulo, Cidade do México, Madri, Bruxelas
· 7 pontos: Moscou e Seul;
CIDADES GAMA - MENORES CIDADES GLOBAIS
· 6 pontos: Amsterdã, Boston, Dallas, Caracas, Düsseldorf, Genebra, Houston, Jacarta,
Johannesburgo, Melbourne, Osaka, Praga, Taipé e Washington.
· 5 pontos: Bangcóc, Beijing, Montreal, Roma, Estocolmo, Varsóvia
35
37.
· 4 pontos: Atlanta, Barcelona, Berlim, Budapeste, Buenos Aires, Copenhague, Hamburgo,
Istambul, Kuala Lumpur, Manila, Miami, Minneapolis, Munique e Xangai.
· Há tempos, as indústrias vêm conquistando o seu espaço no Brasil, tornando-se um dos
elementos mais básicos de uma determinada região .Trazendo consigo, sempre uma
característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, tanto na cultura como na economia
ou até mesmo no espaço que ela ocupa e no impacto que ela causará em seu ambiente.
· A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indústrias, como e porque, que um lugar que
comporta uma ou várias indústrias se modifica, e modifica a vida de sua população;como os
meios de transporte e comunicação podem influenciar para a industrialização de uma
determinada região.
Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em uma determinada região?Como fica o
desenvolvimento de uma região pouco industrializada?Essas e outras questões, serão abordadas a
seguir,tendo como principal objetivo,fazer que se entenda melhor, o papel desta gigante, chamada
INDÚSTRIA !
4.5 - O espaço da atividade industrial.
A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL
A atividade industrial, muito concentrada no Sudeste brasileiro, de uns tempos pra cá, vem se
distribuindo melhor entre as diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma tendência mundial,
o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores
de desindustrialização, que vem ocorrendo intra - regionalmente e também entre as regiões. Dentro
da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando menores custos de
produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São
Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra,
transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de
vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos. A desconcentração industrial entre as regiões vem
determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros
formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um
movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e
vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.
A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE
A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi
determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o
estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias a saber:
capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes.
Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas,
acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo
36
38.
industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional
integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a
se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente
centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais.
A exemplo do que ocorre em outros países industrializados, existe no Brasil uma grande
concentração espacial da indústria no Sudeste. A concentração industrial no Sudeste é maior no
Estado de São Paulo, por motivos históricos. O processo de industrialização, entretanto, não atingiu
toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos diferenciados e grandes desigualdades
dentro da própria região. A cidade de São Paulo, o ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São
Caetano e Diadema) e centros próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos possuem
uma superconcentração industrial, elaborando espaços geográficos integrados à região
metropolitana de São Paulo. Esta área tornou-se o centro da industrialização, que se expandiu nas
seguintes direções: par a Baixada Santista, para a região de Sorocaba, para o Vale do Paraíba – Rio de
Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05 REGIÕES DO BRASIL
Sudeste:
37
39.
Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração industrial do
país. Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica, de produtos
químicos, alimentares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É
um centro poloindustrial, marcado pela variedade e volume de produção. Várias empresas
multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos,
petroquímicos, etc. As empresas governamentais atuam principalmente nos setores de siderurgia.
Petróleo e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diversificadas.
O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo
forte mercado consumidor e pela exportação dos produtos industriais a preços mais baixos. Quem
observa a saída de navios dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunidade de verificar
quantos produtos industriais saem do Brasil para outros países. E aí vem a pergunta: com quem fica o
lucro dessas operações? Será que fica para os trabalhadores que as produziram? A cidade do Rio de
Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de
Brasília, possui também um grande parque industrial. Porém, não tem as mesmas características de
alta produção e concentração de São Paulo. Constitui-se também, de empresas de vários tipos,
destacando-se as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte,
tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc. Minas Gerais, de passado ligado à
mineração, assumiu importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mundial e passou a produzir
principalmente aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte
tornou-se um centro industrial diversificado, com indústrias que vão desde o extrativismo ao setor
automobilístico.
Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, existem no Sudeste outras áreas
industriais, a maioria apresentando ligação direta com algum produto ou com a ocorrência de
matéria-prima. É o caso de Volta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre
outras, ligadas à siderurgia. Outros centros industriais estão ligados à produção local, como Campos
e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itaperuna (leite e derivados), Franca e Nova
Serrana(calçados), Araguari e Uberlândia (cereais), etc. O estado do Espírito Santo é o menos
industrializado do Sudeste, tendo centros industriais especializados como: Aracruz , Ibiraçu,
Cachoeiro de Itapemirim. Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas,
relacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão. No
Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial: comércio, serviço público,
profissionais liberais, educação, serviços bancários, de comunicação, de transporte , etc. Quanto
maior a cidade, maior variedade de profissionais aparecem ligados às atividades urbanas.
Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do país, a
circulação de pessoas e mercadorias é muito intensa na região. Milhares de pessoas estão envolvidas
na comercialização, transporte e distribuição dos produtos destinados à industrialização, ao consumo
interno ou à exportação. Considerada também o centro cultural do país, a região possui uma vasta
rede de prestação de serviços em todos os ramos, com grande capacidade de expansão, graças ao
crescimento de suas cidades.
Sul:
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional
do trabalho visa o abastecimento do mercado interno e as exportações. O imigrante foi um elemento
muito importante no início da industrialização como mercado consumidor e no processo industrial
de produtos agrícolas, muitas vezes em estrutura familiar e artesanal. A industrialização de São Paulo
implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima, implicou também na
38
40.
incapacidade de concorrência das indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos
tradicionais como calçados e produtos alimentares, para o exterior.
Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão da soja, o Sul passou a ter
investimentos estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas. A indústria passou a se
diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sentido o sul
passou a complementar a produção do Sudeste. Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-
Sul. Objetivando a integração brasileira com os países do MERCOSUL, a indústria do Sul conta com
empresas no setor petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de ponta (informática e
química fina).
A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política nacional
que possibilite o aproveitamento das possibilidades de integração da agropecuária e da indústria, à
implantação e crescimento da produção de bens de capital (máquinas, equipamentos), de indústrias
de ponta em condições de concorrência com as indústrias de São Paulo.
Nordeste:
A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas sofre a concorrência com as
indústrias do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam um maquinário
tecnologicamente mais sofisticado. A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando
sobretudo a exportação do açúcar e do álcool. As indústrias continuam a tendência de intensificar a
produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas,
químicas, mecânicas e outras.
A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à produção
refino e utilização de derivados do petróleo. Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso,
não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na área de serviços ou fica desempregada.
As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos são muito
baixos, acarretando o empobrecimento da população operária. O sistema industrial do Nordeste,
concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somente em alguns
pontos dispersos e concentra-se sobretudo nas regiões metropolitanas:Recife, Salvador e Fortaleza.
Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no
final da década de 70 para atender ao escoamento da produção destinada ao mercado externo,
foram realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió.
A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A
construção da rodovia, ligando o Nordeste (Zona da Mata) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o
abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e o deslocamento da
população nordestina em direção a este.
Centro-Oeste:
Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de
máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor certo no Centro-
Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas mecanizadas. A
partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica visando a
exportação. Para atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua participação dentro da
divisão internacional do trabalho, caberia ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e carnes
para exportação. Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos
do País, sendo esta a atividade econômica mais importante da sub-região. Sua produção de carne
visa o mercado interno e externo. Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os
produtos de exportação. O abastecimento regional é feito pelos matadouros de porte médio e
39
41.
matadouros municipais, além dos abates clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de
Inspeção Federal.
Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de
reses o que contribui para o maior valor de sua produção industrial. As outras atividades industriais
são voltadas para a produção de bens de consumo, como: alimentos, móveis etc. A indústria de
alimentos, a partir de 1990, passou a se instalar nos pólos produtores de matérias-primas,
provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em Dourados MS, por
exemplo, já processa 50% da soja na própria área.
No estado de Goiás, por exemplo, existem indústrias em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio,
Catalão, Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior desenvolvimento
econômico da região, são os centros industriais mais significativos, graças ao seu mercado
consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial. Enquanto outras áreas apresentam
indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira, esta área possui certa
diversificação industrial. Contudo, os produtos alimentares representam o maior valor da produção
industrial.
Norte:
A atividade industrial no Norte é pouco expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras.
Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos transportes,
comunicações e energia possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor industrial , visando à
exportação. Grande parte das indústrias está localizada próxima à fonte de matérias-primas como a
extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos.
A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas diversas,
destacando-se a produção de laticínios; o processamento de carne, ossos e couro; a preservação do
pescado, por congelamento, defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de frutas; o
esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a destilação de essências florestais; prensagem
de juta, etc.Tais atividades, além de aumentarem o valor final da matéria-prima, geram empregos. As
principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do
país, a criação de áreas industriais de grandes dimensões. Mais adiante veremos sobre a criação da
Zona Franca de Manaus.
COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE
TRABALHO NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA
Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma indústria é implantada em determinada região,
várias mudanças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geográfico, mudanças culturais,e
principalmente, mudanças na economia. A implantação de uma indústria, modifica a cultura, pois,
um trabalho que artesanalmente era executado pelo povo, e tido como tradição, cede seu lugar,
muitas vezes à máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e em pouco tempo, o serviço que muitas
vezes, era desempenhado por várias pessoas e em um período de tempo muito maior.
Assim, milhares de postos de trabalho se extinguiam,fazendo-se aumentar o número de empregos
informais surgidos nessa região. Além de mudanças na cultura e economia, surgem também,
mudanças no espaço geográfico:em alguns casos, as industrias são implantadas, sem maior avaliação
dos danos que ela poderá causar, acarretando conseqüências gravíssimas posteriormente.
A ZONA FRANCA DE MANAUS (ZFM)
40
42.
A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei 3.173 com o objetivo de estabelecer em
Manaus um entreposto destinado ao beneficiamento de produtos para posterior exportação. Em
1967, a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA (pelo
Decreto-Lei nº 288).
O decreto estabelecia incentivos com vigência até o ano 1997. Ao longo dos anos 70, os incentivos
fiscais atraíram para a ZFM investimentos de empresas nacionais e estrangeiras anteriormente
instaladas no sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET, principalmente da indústria
eletrônica de consumo.
Nos anos 80, a Política Nacional de Informática impediu que a produção de computadores e
periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve
apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica. A Constituição de 1988 prorrogou a vigência
dos incentivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas com a abertura da economia, nos
anos 90, esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos fabricados na ZFM
passaram a enfrentar a concorrência com produtos importados no mercado doméstico brasileiro. As
empresas estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do emprego e
aumento do conteúdo importado dos produtos finais.
A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A
INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGIÃO
Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se implante uma
indústria em uma determinada região. Para ser determinado estratégico para a implantação de uma
indústria, um local tem que ter fácil acesso à rodovias, que escoem a sua produção para as diversas
regiões do país e os portos, visando a exportação. Os meios de comunicação, também são vitais, para
que sejam feitos os contatos necessários para se fechar grandes negócios, visando a obtenção de
lucros mais altos, para o crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e a velocidade
de comunicação. O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa, é
necessário que haja mercado para este produto, e o comércio tem o papel de intermediário entre o
produtor e o consumidor final.
OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA
As economias capitalistas tiveram, do pós-guerra até meados da década de 70, uma das fases de
maior expansão e transformações da estrutura produtiva, sob a égide do setor industrial. Essa
expansão foi liderada por dois grandes subsetores: o metal-mecânico (indústria de automotores,
bens de capital e do consumo duráveis) e a química (especialmente a petroquímica). A rápida
implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores produtivos da
41
43.
químico-petroquímica, da metal-mecânica, da indústria de material de transporte, da indústria
madeireira, de papel e celulose e de minerais não-metálicos todos com uma forte carga de impacto
sobre o meio ambiente.
De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor industrial
sobre o meio ambiente depende de três grandes fatores: da natureza da estrutura da indústria em
distintas relações com o meio natural; da intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos
industriais; e o padrão tecnológico do processo produtivo- tecnologias de filtragem e processamento
dos efluentes além do reaproveitamento econômico dos subprodutos. A industrialização maciça e
tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base nacional, mas ultrapassados no que se
refere ao meio ambiente, com escassos elementos tecnológicos de tratamento, reciclagem e
reprocessamento. Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a
economia mundial ingressa em um novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao contrário da
industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos naturais - matérias - primas,
"commodities" e energéticos, o novo padrão de crescimento tende a uma demanda elevada de
informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos ambientais e de
"produção" de efluentes poluidores.
CONCLUSÃO
Uma indústria em certa região, pode ser benéfica tanto quanto prejudicial, pois ao mesmo tempo
que contribui para o crescimento, ela pode estar executando a massificação da cultura de um
povo.Muitas vezes, o prejuízo natural causado por um acidente ambiental, tendo como protagonista
uma indústria, pode não ser revisto nunca mais, matando ecossistemas inteiros,um prejuízo sem
recuperação. Uma indústria, também pode contribuir fortemente para o desenvolvimento da
população, gerando inúmeros empregos diretos e indiretos. Será que hoje em dia a humanidade
conseguiria viver sem comodidade e tecnologia?Sem um celular ou um computador, ou mesmo uma
televisão ou um rádio? E se não existisse o carro?Ou mesmo você não pudesse nem sonhar em ir de
ônibus para o trabalho, tivesse que ir de carro de boi?Enfim, o mundo não seria o mesmo, sem seus
produtos industrializados!
4.6 - A regionalização do espaço (regiões geoeconômicas - Centro-Sul, Nordeste e Amazônia)
REGIÕES GEOECONÔMICAS DO Brasil
A divisão oficial do Brasil em cinco regiões foi criada, em 1969, pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística. Mas, antes disso, em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger já havia
proposto uma outra divisão regional do país, em três regiões geoeconômicas ou complexos
regionais. Ela se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta,
42
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