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

Albert Hourani(1915-1993), inglês,
filho de libaneses, convertido ao
catolicismo na fase adulta. Morreu
em janeiro de 1993. Até então fora
Membro Emérito de St.
Antony'sCollege, Oxford. As suas
publicações incluem Uma História dos
Povos Árabes (1990) e Islam in
Europeanthought (1991). Difundiu
seus conceitos, em forma de
conferências, na Universidade
Americana de Beirute, na Faculdade
das Artes e Ciências em Bagdá, em
Oxford, e no
InstitutdesHautesÉtudes de Túnis.





Publicada em 1991;
Traz uma história aprofundada do
desenvolvimento da civilização árabe,
contemplado o surgimento do Islã e a formação
do Império islâmico;
Historiciza o mundo islâmico em diferentes
aspectos: político, econômico, cultural;
•Local

•Como

de origem: Península Arábica

era antes: Sociedade politeísta Beduínos
•Líder

•Início

Maomé

da Pregação

•Sucessão

do Profeta

-

-

-

Parte I – A criação de um Mundo (séc. VII-X)
Mostra o quadro social antes do surgimento do
Islã;
Fala dos Impérios Bizantinos e Sassânidas
(Último Império Persa), em que às marges
deste, surge o Império Islâmico;
Evidencia a formação do Califado que abarcou
partes do Império Bizantino, Sassânida e
chegou às portas da Europa, na península
Ibérica.






Os árabes possuíam contatos com diferentes
povos do mediterrâneo;
Segundo Hourani, depois que Alexandre, o
Grande, conquistou o Irã e, 334-33 a.C., fazendo
com que este estabelecesse ligações mais estreitas
com o mundo do Mediterrâneo Oriental, as ideias
do mundo grego avançaram para o oriente,
enquanto que as de um mestre do Irã, Mani, que
tentara incorporar todos os profetas e mestre num
único sistema religioso, avançaram para o Oriente.
Sob os sassânidas, a doutrina do Zoroastro foi
revivida em moldes filosóficos.







A maior parte da península arábica era esterpe
ou deserto;
Os habitantes falavam vários dialetos do árabe;
Alguns eram nômades criadores de camelo,
tradicionalmente conhecidos como beduínos;
Não eram liderados por um poder de coerção
estável, mas por chefes que pertenciam a
famílias em torno das quais se reuniam grupos
de seguidores;










Surge uma linguagem poética comum a partir dos
dialetos árabes;
Desenvolve-se a partir do uso de uma linguagem
rítmica;
O árabe é uma língua semita central, parente
próximo do hebraico e das línguas neo-aramaicas;
Tem mais falantes do que qualquer outro idioma
semita, mais de 280 milhões de falantes;
Idioma oficial de 22 países, e uma língua litúrgica,
em razão de ser a língua original do Corão.


As mais antigas inscrições árabes, em escrita
aramaica, remontam ao século IV, e depois
evolui uma escrita árabe






No início do século VII, criou-se uma nova
ordem política, que incluiu toda a península
Arábica, todas as terras sassânidas, e as
províncias sírias e egípcias do Império
Bizantino;
Apagaram-se velhas fronteiras e surgiram
novas;
Nessa nova ordem, o grupo dominate foi
formado não pelos povos dos impérios, mas
pelos árabes da Arábia Ocidental, sobretudo
Meca.









Uma visão dada por Alá (Deus), por meio do
anjo Gabriel;
Religião monoteísta, distinta do judaísmo e do
cristianismo;
Família pertencente a tribo dos coraixitas;
Família de mercadores que tinham acordos
com tribos pastoris próximos a Meca;
Casa-se com Cadija, uma viúva comerciante, e
assume os negócios dela;









Dizia ter recebido uma mensagem enviada por
Deus;
Surge em torno dele um grupo de crentes;
Em 622, devido a situação difícil em Meca, foge
para um Oásis localizado 300 km ao norte –
Yatreb (Medina);
Eis a Hégira, que marca o início da Era
muçulmana;
Hégira fuga=proteção;
“[…] Assim, Maoméassumiu o papel de
profeta, renegou a antigareligiãopoliteísta
e passou a pregar a crença a
umaúnicadivindade, chamadaAlá. Nascia,
assim,
o
islamismo,
cujosseguidoresseriamchamados
de
muslimin
(mulçumanos),
ouseja,
submetidos a Alá”.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1007229-editor-que-publicou-charge-de-maome-vive-sob-escoltapolicial.shtml








Em Medina, Maomé começa a acumular
poderes e alianças e arquiteta planos para
tomar Meca;
Com o desenvolvimento da doutrina, Maomé
muda a relação com os judeus de Medina;
Depois da morte de Cadija, estabelece
casamentos com fins políticos;
Submete outras tribos
Após a morte de Maomé, cria-se uma dúvida
quanto à sua sucessão;
Dentre os 3 grupos possíveis sucessores do
profeta:
1. Grupo que fizera a hégira com Maomé, ligados
por laços endógamos;
2. Homens importantes de Medina, que fizera
aliança com ele;
3.
Os membros das principais famílias de Meca,
de conversão recente







Em reunião de colaboradores e líderes, escolheuse um dos primeiros grupos como sucessores do
Profeta (khalifa): Abu Bakr, um seguidor e cuja
filha (A’isha) era esposa do profeta Maomé;
Coloca-se o exercício do poder religioso e político,
com uma dimensão maior do que exercido pelo
profeta, afirma-se a autoridade pelo poder militar;
No fim do reinado do segundo califa, Umar alKhattab, toda a Arábia, parte do Império Sassânida
e a província Síria e Egípcia do Império Bizantino
haviamnsido conquistadas – cria-se uma teocracia
imperial
Os cinco pilares do Islamismo é o nome dado
aos cinco principais atos exigidos do Islamismo.
 Os cinco pilares são:
 Professar e aceitar o credo (Shahada);
 Orar cinco vezes ao longo do dia (Salah);
 Pagar dádivas rituais (Zakah);
 Observar as obrigações do Ramadã;
 Fazer a peregrinação a Meca (Haj).


É uma declaração através da qual o
muçulmano atesta que "Não há outro Deus
para além de Alá e Maomé é o seu
mensageiro". Em contextos ocidentais, a
shahada é por vezes chamada de "credo", mas
esta frase nunca foi alvo de um debate
teológico controverso e não resulta de uma
elaboração doutrinal.










Os muçulmanos devem realizar cinco orações
diárias:
Ao alvorecer;
Depois do meio-dia;
Entre o meio-dia e o pôr-do-sol;
Logo após o pôr-do-sol;
Aproximadamente uma hora após o pôr-do-sol.
Os muçulmanos podem realizar estas orações em
qualquer local, desde que este seja um local limpo.
É obrigatório virar-se no sentido da cidade
de Meca para realizar as orações.


Durante o mês do Ramadã, os muçulmanos abstêm-se
de comida, de bebida, de fumar, de relações sexuais ou
de pensamentos negativos durante o período que
decorre entre o amanhecer até ao pôr-do-sol. As
pessoas idosas, os doentes e as mulheres grávidas estão
dispensadas deste jejum, mas devem realizá-lo noutra
altura ou então alimentar pobres durante um período
de dias correspondente aos dias que faltaram ao jejum.
As crianças também não realizam o jejum. A primeira
vez que um muçulmano realiza o jejum funciona como
uma espécie de ritual de entrada na vida adulta. (“Mês
do Ramadão foi o mês em que foi revelado o Alcorão,
orientação para a humanidade e evidência de
orientação e discernimento”. Fonte: Al Corão, 2:185. –
nono mês islâmico
BEDUÍNOS

Homensnômades do deserto
Após
a
morte
de
Maomé,
osmuçulmanostiveramquedecidirquemocu
paria
o
lugardeixadoporele.
A
disputasucessóriaprovocouumahostilidade
gratuita entre osmuçulmanos, dividindo-os
entre sunitas e xiitas.
“OsXiitas,
ou
“partidários
de
Ali”(shi
„it‟
Ali),
eramosquecondicionavamsualealdade
à
família
do
Profeta,
perpetuadapelosfilhos de Fátima, a únicafilha de Maomé, e Ali, seugenro.
Osxiitasnãoadmitiamque o governante fosse um meroadministrador da Lei
[…] o líderdeveriatambémser um guiaespiritualquecontinuaria a receber a
Revelaçãopeloparentesco com o Profeta. […] Para osxiitas, o governofundase
em
bases
teocráticas.
Emoposiçãoestavamossunitas.
Estes
ortodoxoscomeçaram
a
surgirapós
a
morte
de
Maomé,
quandoseusensinamentos e a própriaRevelaçãopassaram a serescritos e
estudados. […] Para ossunitas, a Revelaçãoestavacompleta. A religião e a
políticaestavaminterligadaspelopapel , sobretudo moral, dos califas de
zelarempelocumprimento da Lei, semquepudessemextrairdaínenhumtipo de
poderdivino.
Elaine Senise Barbosa. A encruzilhada das civilizações: católicos, ortodoxos
e muçulmanos no Velho Mundo. SãoPaulo: Moderna, 1997. p. 54-5.
As duasimagensmostram a cidade de Mecaemdoismomentos . A menorretrata a
cidadeem 1930, já a maior é umafotoatual. Baseadonasimagens e no textoresponda as
seguintesquestões:

Fé no progresso
A Grande Mesquita em 1930 (à esq.) e hoje: a Arábia Saudita investe 345 bilhões de dólares na construção de prédios de luxo e um shopping center, que deram ensejo a uma corrida
imobiliária
(Fotos Keystone-France/Getty Images e Mustafa Ozer/AFP )
Bibi Aisha, afegãqueteve as orelhas e o
narizcortadospelomarido,
comocastigoparafugir
de
casa.
(grandevencedora do World Press Foto)

Mulher muçulmana praticando esporte
TEXTO

1) […]
Meninasproibidas de ir à escola e
condenadasaoanalfabetismo. Mulheresimpedididas
de trabalhar e de andarnasruassozinhas. […]
Mulheres com osdedosdecepadosporcortar as unhas.
Casadas,
solteiras,
velhasoumoçasquesejamsuspeitas de agressões – e
tudo
o
quecompõe
a
vida
normal
é
vistocomotransgressãosãoespancadasouexecultadas. E portoda parte
aquelasimagensquejá se tornaram um símbolo:
grupo de figurasidênticas, sem forma e semrosto,
coberta das cabeçasaospésnassuastúnicas – as
burcas. […] O cenário de IdadeMédianão era
umaprerrogativaafegã.
Trata-se
de
umaavenidapermnentementeabertaaos
regimes
islâmicosquedesejeminterpretarosensinamentos do
Corão a ferro e fogo. A isso se dá o nome de
fundamentalismo.
Hápaíses
de
Islamismomaisflexível, como o Egito, e outros de
um rigor extremo, como a ArábiaSaudita. Para o
pensamentoortodoxomuçulmano, a mulher vale
menos do que o homem, explica Leila Ahmed,
especialistaemestudosdamulher
e
do
OrientePróximodaUniversidade de Massachussetts,
nosEstadosUnidos. Um „ínfiel‟ pode se converter e se
livrardainferioridadeque o separa dos „fiéis‟. Já a
inferioridadedamulher é imutável, escreveu Leila
num ensaiosobre o tema, em 1992.
O papeldamulher no Islamismo. Veja On line

http://veja.abril.com.br/idade//exclusivo/islamismo/
contexto_debate.html 2009

2) […]
Nãoexiste a mulhermuçulmana.
Existem
as
mulheresmuçulmanas.
Issodepende de váriosfatores, comocondição
social
e
país
de
origem.
A
mulhermuçulmanarezacincovezespordia,
masnãosãotodasquecumprem,
comoemqualquermandamentoreligioso.
[…] Porque a mulhermuçulmana é vista
peloOcidentecomoumamulherque
tem
menosdireitos, inferiorizada, submissa?
Atépelaprópriaveste se associaisso. Para o
Ocidente , o fato de a mulherusar o
véuésempreassociado à submissão e à
ignorância.Jápara a mulhermuçulmana, o
vé é entendidocomoalgoque a dignifica, dá
valor,
queimpõerespeito.
É
umaideiadiametralmenteoposta à que o
Ocidentefaz do véu e daprópriamulher.
Quantoaosdireitos e deveres, o Alcorão é
bemclaroquandodizque a mulher tem
direitossobre o marido e o maridosobre a
mulher.
O
Islãfoiumareligiãoqueinovounosdireitosda
mulheremcoisasque
a
Europasóconseguiuhápouco tempo. A
mulher
no
Ocidentenãovotava.
A
muçulmana tem essedireitodesde o
surgimento do Islã. A mulher tem o
direitoaodivórcio e á herança, o que é
bemmaisrecentenaEuropa.[…]
FabianaFevorini. O véudignifica a mulher.
Texto
TEXTO 1)
Vincular islamismo a terrorismo é como ligar catolicismo a pedofilia
São Paulo, 11 de agosto de 2011

“[…] Para estudiosos de teologia, apósosatentados de 11 de setembro as autoridadesislâmicas

se posicionaramfortemente contra o terrorismo, masmotivaçõespolíticasnortearam um esforço
do Ocidente de vincularinjustamente a religião a atos de extremaviolência. “Achoque a
gentepoderiafazerumamácomparaçãodizendoque o catolicismo é pedófilo, como se a
gentepassasse
a
trataralgoqueacontecessedentro
do
catolicismocomoalgumacoisacaracterizadora”, segere a professora de pós – graduação de
ciênciasdareligiãodaPontíficiaUniversidadeCatólica de São Paulo (PUC-SP) Maria José
Rosado Nunes
“No meuponto de vista, há um problema do Ocidentenessaidentificação de terrorismo e
Islamismo. Isso é umaquestãopolíticaquedeveria ser trabalhada e discutida. Não é justopara o
Islamismoessevínculo de terrorismo. O Islãnão é terrorista
http://noticias.terra.com.br/mundo/11-de-setembro-10-anos/noticias/0,,OI5279583-EI18316,00Vincular+islamismo+a+terrorismo+e+como+ligar+catolicismo+a+pedofilia.html
TEXTO 2) BIN LADEN: O PIOR INIMIGO DO ISLÃ
“A maioria dos muçulmanos compartilha com os não muçulmanos a preocupação com a
ameaça do extremismo religioso e o medo do terrorismo.
Por mais que se digam identificados com os textos sagrados do Islã, Bin Laden e
outros terroristas não são adequadamente muçulmanos. Não são devotos. Nada têm de
ortodoxos. Para lançarem-se em suas guerras profanas, eles ignoram ou violaram leis e
doutrinas básicas da religião que dizem defender. Eles desrespeitaram os requisitos
clássicos do Islã para uma Jihad justa e não reconhecem limites além daqueles
estabelecidos por eles próprios. Rejeitaram os regulamentos da lei islâmica sobre os
objetivos e meios da jihad: a violência só pode ser proporcional à agressão sofrida; o
invasor deve ser repelido com o uso da menor força suficiente para isso; é vedado o
ataque a não combatente; a jihad só pode ser declarada por um governante ou chefe de
estado.
A maioria dos muçulmanos enxerga Bin Laden como o pior inimigo do Islã.
Compartilha com os não muçulmanos a preocupação com a ameaça do extremismo
religioso e o medo do terrorismo dirigido a suas famílias e sociedades.”
Esposito, John L. Veja: EditoraAbril, ed. 2216 – ano 44 – n◦ 19 11 maio de 2011. pp 96-97






A passagem de uma unidade política para
uma sociedade, tendo em vista a contradição
dos sistemas de governos descentralizados;
Surgem dinastias locais, como os safaridas no
Irã Oriental (867-1495); os samanidas no
Curasão (Ásia central), tulunidas, no Egito
(868-905), etc.
Mas isto não é sinal de fraqueza social, pois já
se criara um mundo muçulmano cimentado
por muitas ligações;






Comenta a disseminação da língua árabe para
outros povos, o que possibilitou o surgimento
de um novo tipo de literatura em que se
articulou o significado e as implicações da
revelação entregue a Maomé;
Esta disseminação mudou inclusive a natureza
do que nela (língua) estava escrito;
O Deus do Corão é transcedente e uno, na obra
é investido de atributos – vontade,
conhecimento, audição, visão e fala; o Corão é a
sua palavra






Neste período se expande na Anatólia e na
Índia, mas perde os territórios na Espanha;
Os turcos formam a elite dominante em grande
parte do lado oriental do mundo muçulmano;
Surge uma vasta divisão política em três áreas:
Iraque, em geral ligado ao Irã; Egito, que
dominava a Síria e a Arábia Ocidental; e as
várias regiões do Magreb;








Neste período, a maior parte do mundo
muçulmano foi integrada em três grandes
impérios – dos otomanos, safávidas e dos grãomongóis;
Todos países de língua árabe foram incluídos no
Império Otomano, com capital em Istambul;
O império foi um Estado burocrático e foi,
igualmente, a última grande expressão da
universalidade do mundo do Islã;
No fim do século XVIII, a elite Otomana começa a
observar o declínio de poder, em vistas do
fortalecimento dos Estados europeus;
A dinastia safávida teve sua origem na “Safawiyyah”,
que foi criada na cidade de Ardabil na região
do Azerbaijão iraniano. De sua base em Ardabil, os
safávidas estabeleceram controle sobre toda a Pérsia e
reafirmaram a identidade iraniana da região, tornandose assim a primeira dinastia nativa, desde aquela
do Império Sassânida, a criar um Estado unificado
iraniano.
Apesar do seu desaparecimento, em 1722, os safávidas
deixaram sua marca na era atual com a criação e
disseminação do Xiismo em grandes partes
do Cásucaso e da Ásia Ocidental, especialmente no Irã.
Ímpério Otomano

Ficou conhecido como Império Otomano um importanteestado que durou
de 1299 a 1922, e que compreendia vastos territórios no norte da África,
sudeste da Europa e Oriente Médio. Estabelecido por um ramo dos vários
povos turcos que migrou para a península da Anatólia (onde hoje existe o
moderno estado da Turquia), o Império Otomano é considerada a última
potência global do mundo islâmico até os dias atuais.
Seu nome é derivado de um de seus mais importantes líderes, Osman I (ou
Otman I), o fundador da Dinastia Otomana, que governaria este complexo,
poderoso e diverso estado a partir de várias capitais, sendo a primeira Söğüt,
depois Bursa, Edime e finalmente a histórica Constantinopla,
cuja conquista em 1453 marca o fim da Idade Média e início daModerna.
A característica marcante e explicativa da expansão do império era a
tolerância dos otomanos com as tradições e as religiões dos povos
conquistados. Sob a administração do sultão em Constantinopla, estavam
albaneses, sérvios, búlgaros, gregos, romenos, croatas, árabes, curdos, turcos,
berberes, e muitos outros; tais povos tinham várias denominações religiosas,
entre elas, cristãos católicos, maronitas, coptas e ortodoxos, muçulmanos
sunitas e xiitas, judeus, mandeus, drusos, entre outros. Tal era a extensão de
seu território, que este dividia-se em 29 províncias e
numerosos estados vassalos (pertencentes ao império, mas que haviam
chegado a um acordo com o soberano otomano para manter a estrutura
administrativa vigente).
Solimão, o Magnífico – 1520-1566

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Era de dominação da Europa;
Expansão do comércio em larga escala;
A primeira conquista de um país de língua árabe foi a da
Argélia pela França (1830-47);
O governo Otomano adotou novos métodos de organização
e administração militar, modelados nos da Europa;
Tunísia e Egito caem sob controle Europeu, seguidos por
Marrocos e Líbia;
O advento nacionalista acaba por interferir na própria
teocracia dos Estados islâmicos;
Segundo Hourani, “tirando raros momentos de levante, as
novas ideias quase não alteram a vida das pessoas no campo
e no deserto” (p.349)
O término da Segunda Guerra Mundial assinalou também o
desaparecimento final do Império Otomano.

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Partilha da África - Egito e Magreb;
Imperialismo;
Cultura do Imperialismo;
Ascensão da intelectualidade (intelligentsia);
Surgimento do nacionalismo;

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


Estrutura de poder do mundo alterada pela II GM;
A criação do Estado de Israel assinala uma derrotas dos
Árabes;
A ideia dominante nos anos 1950 e 1960 foi a do
nacionalismo árabe, aspirando a uma estreita relação
entre os países árabes; independência do jugo das
superpotências e reformas sociais para uma maior
igualdade, a exemplo das ideias encarnadas por
GamalAbd al-Nasser, governante do Egito;
Porém, a derrota de Egito, Síria e Jordânia, em 1967,
contra Israel, obliterou tais ideais;
Porém, o desenvolvimento do ramo petrolífero,
possibilitou um grande desenvolvimento dos países
árabes, acabando por atrair migrantes de outros países;
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A condição feminina no Islamismo

  • 1.
  • 2.  Albert Hourani(1915-1993), inglês, filho de libaneses, convertido ao catolicismo na fase adulta. Morreu em janeiro de 1993. Até então fora Membro Emérito de St. Antony'sCollege, Oxford. As suas publicações incluem Uma História dos Povos Árabes (1990) e Islam in Europeanthought (1991). Difundiu seus conceitos, em forma de conferências, na Universidade Americana de Beirute, na Faculdade das Artes e Ciências em Bagdá, em Oxford, e no InstitutdesHautesÉtudes de Túnis.
  • 3.    Publicada em 1991; Traz uma história aprofundada do desenvolvimento da civilização árabe, contemplado o surgimento do Islã e a formação do Império islâmico; Historiciza o mundo islâmico em diferentes aspectos: político, econômico, cultural;
  • 4. •Local •Como de origem: Península Arábica era antes: Sociedade politeísta Beduínos •Líder •Início Maomé da Pregação •Sucessão do Profeta
  • 5.  - - - Parte I – A criação de um Mundo (séc. VII-X) Mostra o quadro social antes do surgimento do Islã; Fala dos Impérios Bizantinos e Sassânidas (Último Império Persa), em que às marges deste, surge o Império Islâmico; Evidencia a formação do Califado que abarcou partes do Império Bizantino, Sassânida e chegou às portas da Europa, na península Ibérica.
  • 6.    Os árabes possuíam contatos com diferentes povos do mediterrâneo; Segundo Hourani, depois que Alexandre, o Grande, conquistou o Irã e, 334-33 a.C., fazendo com que este estabelecesse ligações mais estreitas com o mundo do Mediterrâneo Oriental, as ideias do mundo grego avançaram para o oriente, enquanto que as de um mestre do Irã, Mani, que tentara incorporar todos os profetas e mestre num único sistema religioso, avançaram para o Oriente. Sob os sassânidas, a doutrina do Zoroastro foi revivida em moldes filosóficos.
  • 7.     A maior parte da península arábica era esterpe ou deserto; Os habitantes falavam vários dialetos do árabe; Alguns eram nômades criadores de camelo, tradicionalmente conhecidos como beduínos; Não eram liderados por um poder de coerção estável, mas por chefes que pertenciam a famílias em torno das quais se reuniam grupos de seguidores;
  • 8.      Surge uma linguagem poética comum a partir dos dialetos árabes; Desenvolve-se a partir do uso de uma linguagem rítmica; O árabe é uma língua semita central, parente próximo do hebraico e das línguas neo-aramaicas; Tem mais falantes do que qualquer outro idioma semita, mais de 280 milhões de falantes; Idioma oficial de 22 países, e uma língua litúrgica, em razão de ser a língua original do Corão.
  • 9.  As mais antigas inscrições árabes, em escrita aramaica, remontam ao século IV, e depois evolui uma escrita árabe
  • 10.    No início do século VII, criou-se uma nova ordem política, que incluiu toda a península Arábica, todas as terras sassânidas, e as províncias sírias e egípcias do Império Bizantino; Apagaram-se velhas fronteiras e surgiram novas; Nessa nova ordem, o grupo dominate foi formado não pelos povos dos impérios, mas pelos árabes da Arábia Ocidental, sobretudo Meca.
  • 11.      Uma visão dada por Alá (Deus), por meio do anjo Gabriel; Religião monoteísta, distinta do judaísmo e do cristianismo; Família pertencente a tribo dos coraixitas; Família de mercadores que tinham acordos com tribos pastoris próximos a Meca; Casa-se com Cadija, uma viúva comerciante, e assume os negócios dela;
  • 12.      Dizia ter recebido uma mensagem enviada por Deus; Surge em torno dele um grupo de crentes; Em 622, devido a situação difícil em Meca, foge para um Oásis localizado 300 km ao norte – Yatreb (Medina); Eis a Hégira, que marca o início da Era muçulmana; Hégira fuga=proteção;
  • 13. “[…] Assim, Maoméassumiu o papel de profeta, renegou a antigareligiãopoliteísta e passou a pregar a crença a umaúnicadivindade, chamadaAlá. Nascia, assim, o islamismo, cujosseguidoresseriamchamados de muslimin (mulçumanos), ouseja, submetidos a Alá”. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1007229-editor-que-publicou-charge-de-maome-vive-sob-escoltapolicial.shtml
  • 14.     Em Medina, Maomé começa a acumular poderes e alianças e arquiteta planos para tomar Meca; Com o desenvolvimento da doutrina, Maomé muda a relação com os judeus de Medina; Depois da morte de Cadija, estabelece casamentos com fins políticos; Submete outras tribos
  • 15. Após a morte de Maomé, cria-se uma dúvida quanto à sua sucessão; Dentre os 3 grupos possíveis sucessores do profeta: 1. Grupo que fizera a hégira com Maomé, ligados por laços endógamos; 2. Homens importantes de Medina, que fizera aliança com ele; 3. Os membros das principais famílias de Meca, de conversão recente 
  • 16.    Em reunião de colaboradores e líderes, escolheuse um dos primeiros grupos como sucessores do Profeta (khalifa): Abu Bakr, um seguidor e cuja filha (A’isha) era esposa do profeta Maomé; Coloca-se o exercício do poder religioso e político, com uma dimensão maior do que exercido pelo profeta, afirma-se a autoridade pelo poder militar; No fim do reinado do segundo califa, Umar alKhattab, toda a Arábia, parte do Império Sassânida e a província Síria e Egípcia do Império Bizantino haviamnsido conquistadas – cria-se uma teocracia imperial
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  • 19. Os cinco pilares do Islamismo é o nome dado aos cinco principais atos exigidos do Islamismo.  Os cinco pilares são:  Professar e aceitar o credo (Shahada);  Orar cinco vezes ao longo do dia (Salah);  Pagar dádivas rituais (Zakah);  Observar as obrigações do Ramadã;  Fazer a peregrinação a Meca (Haj).
  • 20.  É uma declaração através da qual o muçulmano atesta que "Não há outro Deus para além de Alá e Maomé é o seu mensageiro". Em contextos ocidentais, a shahada é por vezes chamada de "credo", mas esta frase nunca foi alvo de um debate teológico controverso e não resulta de uma elaboração doutrinal.
  • 21.        Os muçulmanos devem realizar cinco orações diárias: Ao alvorecer; Depois do meio-dia; Entre o meio-dia e o pôr-do-sol; Logo após o pôr-do-sol; Aproximadamente uma hora após o pôr-do-sol. Os muçulmanos podem realizar estas orações em qualquer local, desde que este seja um local limpo. É obrigatório virar-se no sentido da cidade de Meca para realizar as orações.
  • 22.  Durante o mês do Ramadã, os muçulmanos abstêm-se de comida, de bebida, de fumar, de relações sexuais ou de pensamentos negativos durante o período que decorre entre o amanhecer até ao pôr-do-sol. As pessoas idosas, os doentes e as mulheres grávidas estão dispensadas deste jejum, mas devem realizá-lo noutra altura ou então alimentar pobres durante um período de dias correspondente aos dias que faltaram ao jejum. As crianças também não realizam o jejum. A primeira vez que um muçulmano realiza o jejum funciona como uma espécie de ritual de entrada na vida adulta. (“Mês do Ramadão foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e evidência de orientação e discernimento”. Fonte: Al Corão, 2:185. – nono mês islâmico
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  • 27. Após a morte de Maomé, osmuçulmanostiveramquedecidirquemocu paria o lugardeixadoporele. A disputasucessóriaprovocouumahostilidade gratuita entre osmuçulmanos, dividindo-os entre sunitas e xiitas. “OsXiitas, ou “partidários de Ali”(shi „it‟ Ali), eramosquecondicionavamsualealdade à família do Profeta, perpetuadapelosfilhos de Fátima, a únicafilha de Maomé, e Ali, seugenro. Osxiitasnãoadmitiamque o governante fosse um meroadministrador da Lei […] o líderdeveriatambémser um guiaespiritualquecontinuaria a receber a Revelaçãopeloparentesco com o Profeta. […] Para osxiitas, o governofundase em bases teocráticas. Emoposiçãoestavamossunitas. Estes ortodoxoscomeçaram a surgirapós a morte de Maomé, quandoseusensinamentos e a própriaRevelaçãopassaram a serescritos e estudados. […] Para ossunitas, a Revelaçãoestavacompleta. A religião e a políticaestavaminterligadaspelopapel , sobretudo moral, dos califas de zelarempelocumprimento da Lei, semquepudessemextrairdaínenhumtipo de poderdivino. Elaine Senise Barbosa. A encruzilhada das civilizações: católicos, ortodoxos e muçulmanos no Velho Mundo. SãoPaulo: Moderna, 1997. p. 54-5.
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  • 29. As duasimagensmostram a cidade de Mecaemdoismomentos . A menorretrata a cidadeem 1930, já a maior é umafotoatual. Baseadonasimagens e no textoresponda as seguintesquestões: Fé no progresso A Grande Mesquita em 1930 (à esq.) e hoje: a Arábia Saudita investe 345 bilhões de dólares na construção de prédios de luxo e um shopping center, que deram ensejo a uma corrida imobiliária (Fotos Keystone-France/Getty Images e Mustafa Ozer/AFP )
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  • 31. Bibi Aisha, afegãqueteve as orelhas e o narizcortadospelomarido, comocastigoparafugir de casa. (grandevencedora do World Press Foto) Mulher muçulmana praticando esporte
  • 32. TEXTO 1) […] Meninasproibidas de ir à escola e condenadasaoanalfabetismo. Mulheresimpedididas de trabalhar e de andarnasruassozinhas. […] Mulheres com osdedosdecepadosporcortar as unhas. Casadas, solteiras, velhasoumoçasquesejamsuspeitas de agressões – e tudo o quecompõe a vida normal é vistocomotransgressãosãoespancadasouexecultadas. E portoda parte aquelasimagensquejá se tornaram um símbolo: grupo de figurasidênticas, sem forma e semrosto, coberta das cabeçasaospésnassuastúnicas – as burcas. […] O cenário de IdadeMédianão era umaprerrogativaafegã. Trata-se de umaavenidapermnentementeabertaaos regimes islâmicosquedesejeminterpretarosensinamentos do Corão a ferro e fogo. A isso se dá o nome de fundamentalismo. Hápaíses de Islamismomaisflexível, como o Egito, e outros de um rigor extremo, como a ArábiaSaudita. Para o pensamentoortodoxomuçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialistaemestudosdamulher e do OrientePróximodaUniversidade de Massachussetts, nosEstadosUnidos. Um „ínfiel‟ pode se converter e se livrardainferioridadeque o separa dos „fiéis‟. Já a inferioridadedamulher é imutável, escreveu Leila num ensaiosobre o tema, em 1992. O papeldamulher no Islamismo. Veja On line http://veja.abril.com.br/idade//exclusivo/islamismo/ contexto_debate.html 2009 2) […] Nãoexiste a mulhermuçulmana. Existem as mulheresmuçulmanas. Issodepende de váriosfatores, comocondição social e país de origem. A mulhermuçulmanarezacincovezespordia, masnãosãotodasquecumprem, comoemqualquermandamentoreligioso. […] Porque a mulhermuçulmana é vista peloOcidentecomoumamulherque tem menosdireitos, inferiorizada, submissa? Atépelaprópriaveste se associaisso. Para o Ocidente , o fato de a mulherusar o véuésempreassociado à submissão e à ignorância.Jápara a mulhermuçulmana, o vé é entendidocomoalgoque a dignifica, dá valor, queimpõerespeito. É umaideiadiametralmenteoposta à que o Ocidentefaz do véu e daprópriamulher. Quantoaosdireitos e deveres, o Alcorão é bemclaroquandodizque a mulher tem direitossobre o marido e o maridosobre a mulher. O Islãfoiumareligiãoqueinovounosdireitosda mulheremcoisasque a Europasóconseguiuhápouco tempo. A mulher no Ocidentenãovotava. A muçulmana tem essedireitodesde o surgimento do Islã. A mulher tem o direitoaodivórcio e á herança, o que é bemmaisrecentenaEuropa.[…] FabianaFevorini. O véudignifica a mulher. Texto
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  • 34. TEXTO 1) Vincular islamismo a terrorismo é como ligar catolicismo a pedofilia São Paulo, 11 de agosto de 2011 “[…] Para estudiosos de teologia, apósosatentados de 11 de setembro as autoridadesislâmicas se posicionaramfortemente contra o terrorismo, masmotivaçõespolíticasnortearam um esforço do Ocidente de vincularinjustamente a religião a atos de extremaviolência. “Achoque a gentepoderiafazerumamácomparaçãodizendoque o catolicismo é pedófilo, como se a gentepassasse a trataralgoqueacontecessedentro do catolicismocomoalgumacoisacaracterizadora”, segere a professora de pós – graduação de ciênciasdareligiãodaPontíficiaUniversidadeCatólica de São Paulo (PUC-SP) Maria José Rosado Nunes “No meuponto de vista, há um problema do Ocidentenessaidentificação de terrorismo e Islamismo. Isso é umaquestãopolíticaquedeveria ser trabalhada e discutida. Não é justopara o Islamismoessevínculo de terrorismo. O Islãnão é terrorista http://noticias.terra.com.br/mundo/11-de-setembro-10-anos/noticias/0,,OI5279583-EI18316,00Vincular+islamismo+a+terrorismo+e+como+ligar+catolicismo+a+pedofilia.html
  • 35. TEXTO 2) BIN LADEN: O PIOR INIMIGO DO ISLÃ “A maioria dos muçulmanos compartilha com os não muçulmanos a preocupação com a ameaça do extremismo religioso e o medo do terrorismo. Por mais que se digam identificados com os textos sagrados do Islã, Bin Laden e outros terroristas não são adequadamente muçulmanos. Não são devotos. Nada têm de ortodoxos. Para lançarem-se em suas guerras profanas, eles ignoram ou violaram leis e doutrinas básicas da religião que dizem defender. Eles desrespeitaram os requisitos clássicos do Islã para uma Jihad justa e não reconhecem limites além daqueles estabelecidos por eles próprios. Rejeitaram os regulamentos da lei islâmica sobre os objetivos e meios da jihad: a violência só pode ser proporcional à agressão sofrida; o invasor deve ser repelido com o uso da menor força suficiente para isso; é vedado o ataque a não combatente; a jihad só pode ser declarada por um governante ou chefe de estado. A maioria dos muçulmanos enxerga Bin Laden como o pior inimigo do Islã. Compartilha com os não muçulmanos a preocupação com a ameaça do extremismo religioso e o medo do terrorismo dirigido a suas famílias e sociedades.” Esposito, John L. Veja: EditoraAbril, ed. 2216 – ano 44 – n◦ 19 11 maio de 2011. pp 96-97
  • 36.    A passagem de uma unidade política para uma sociedade, tendo em vista a contradição dos sistemas de governos descentralizados; Surgem dinastias locais, como os safaridas no Irã Oriental (867-1495); os samanidas no Curasão (Ásia central), tulunidas, no Egito (868-905), etc. Mas isto não é sinal de fraqueza social, pois já se criara um mundo muçulmano cimentado por muitas ligações;
  • 37.    Comenta a disseminação da língua árabe para outros povos, o que possibilitou o surgimento de um novo tipo de literatura em que se articulou o significado e as implicações da revelação entregue a Maomé; Esta disseminação mudou inclusive a natureza do que nela (língua) estava escrito; O Deus do Corão é transcedente e uno, na obra é investido de atributos – vontade, conhecimento, audição, visão e fala; o Corão é a sua palavra
  • 38.    Neste período se expande na Anatólia e na Índia, mas perde os territórios na Espanha; Os turcos formam a elite dominante em grande parte do lado oriental do mundo muçulmano; Surge uma vasta divisão política em três áreas: Iraque, em geral ligado ao Irã; Egito, que dominava a Síria e a Arábia Ocidental; e as várias regiões do Magreb;
  • 39.     Neste período, a maior parte do mundo muçulmano foi integrada em três grandes impérios – dos otomanos, safávidas e dos grãomongóis; Todos países de língua árabe foram incluídos no Império Otomano, com capital em Istambul; O império foi um Estado burocrático e foi, igualmente, a última grande expressão da universalidade do mundo do Islã; No fim do século XVIII, a elite Otomana começa a observar o declínio de poder, em vistas do fortalecimento dos Estados europeus;
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  • 41. A dinastia safávida teve sua origem na “Safawiyyah”, que foi criada na cidade de Ardabil na região do Azerbaijão iraniano. De sua base em Ardabil, os safávidas estabeleceram controle sobre toda a Pérsia e reafirmaram a identidade iraniana da região, tornandose assim a primeira dinastia nativa, desde aquela do Império Sassânida, a criar um Estado unificado iraniano. Apesar do seu desaparecimento, em 1722, os safávidas deixaram sua marca na era atual com a criação e disseminação do Xiismo em grandes partes do Cásucaso e da Ásia Ocidental, especialmente no Irã.
  • 42. Ímpério Otomano Ficou conhecido como Império Otomano um importanteestado que durou de 1299 a 1922, e que compreendia vastos territórios no norte da África, sudeste da Europa e Oriente Médio. Estabelecido por um ramo dos vários povos turcos que migrou para a península da Anatólia (onde hoje existe o moderno estado da Turquia), o Império Otomano é considerada a última potência global do mundo islâmico até os dias atuais. Seu nome é derivado de um de seus mais importantes líderes, Osman I (ou Otman I), o fundador da Dinastia Otomana, que governaria este complexo, poderoso e diverso estado a partir de várias capitais, sendo a primeira Söğüt, depois Bursa, Edime e finalmente a histórica Constantinopla, cuja conquista em 1453 marca o fim da Idade Média e início daModerna. A característica marcante e explicativa da expansão do império era a tolerância dos otomanos com as tradições e as religiões dos povos conquistados. Sob a administração do sultão em Constantinopla, estavam albaneses, sérvios, búlgaros, gregos, romenos, croatas, árabes, curdos, turcos, berberes, e muitos outros; tais povos tinham várias denominações religiosas, entre elas, cristãos católicos, maronitas, coptas e ortodoxos, muçulmanos sunitas e xiitas, judeus, mandeus, drusos, entre outros. Tal era a extensão de seu território, que este dividia-se em 29 províncias e numerosos estados vassalos (pertencentes ao império, mas que haviam chegado a um acordo com o soberano otomano para manter a estrutura administrativa vigente).
  • 43. Solimão, o Magnífico – 1520-1566
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  • 45.         Era de dominação da Europa; Expansão do comércio em larga escala; A primeira conquista de um país de língua árabe foi a da Argélia pela França (1830-47); O governo Otomano adotou novos métodos de organização e administração militar, modelados nos da Europa; Tunísia e Egito caem sob controle Europeu, seguidos por Marrocos e Líbia; O advento nacionalista acaba por interferir na própria teocracia dos Estados islâmicos; Segundo Hourani, “tirando raros momentos de levante, as novas ideias quase não alteram a vida das pessoas no campo e no deserto” (p.349) O término da Segunda Guerra Mundial assinalou também o desaparecimento final do Império Otomano.
  • 46.      Partilha da África - Egito e Magreb; Imperialismo; Cultura do Imperialismo; Ascensão da intelectualidade (intelligentsia); Surgimento do nacionalismo;
  • 47.      Estrutura de poder do mundo alterada pela II GM; A criação do Estado de Israel assinala uma derrotas dos Árabes; A ideia dominante nos anos 1950 e 1960 foi a do nacionalismo árabe, aspirando a uma estreita relação entre os países árabes; independência do jugo das superpotências e reformas sociais para uma maior igualdade, a exemplo das ideias encarnadas por GamalAbd al-Nasser, governante do Egito; Porém, a derrota de Egito, Síria e Jordânia, em 1967, contra Israel, obliterou tais ideais; Porém, o desenvolvimento do ramo petrolífero, possibilitou um grande desenvolvimento dos países árabes, acabando por atrair migrantes de outros países;