As organizações não se adaptam ao ambiente. É o meio que as seleciona. A sobrevivência depende da natureza do seu ambiente e das situações competitivas.
4. O novo ambiente
acabou por selecionar
as espécies mais aptas
a sobreviver, de acordo
com as suas próprias
características.
Mariposas e chaminés
5. Seleção natural - Darwin
• A variabilidade das espécies promove
características que diferem um ser do outro.
• Tais características podem ser adequadas ou
não para cada tipo de ambiente.
• As espécies que possuem as características
mais adequadas, têm maiores chances de
sobreviver e se reproduzir, passando adiante
essa característica.
6. Ecologia Organizacional
Michael Hannan & John Freeman
As organizações não se adaptam ao
ambiente. É o meio que as seleciona. A
sobrevivência depende da natureza do seu
ambiente e das situações competitivas.
9. • Os seres humanos são capazes de tomar seus
rumos livremente, como seres autônomos.
• A ação organizacional é função dos gestores
da empresa e que, com isso, ela é capaz de
controlar seu destino através das decisões e
atitudes de seus dirigentes.
• A organização não depende apenas da
conjuntura em que está inserida, mas
também, e principalmente, das ações de
seus administradores, que podem alterá-la
ativamente.
Voluntarismo
10. • Os homens e suas atividades ocorrem
em função do ambiente, dependendo
da situação em que estão inseridos.
• As organizações não tem a opção de se
adaptar ativamente ao meio nem de
alterá-lo para que ele se ajuste às suas
próprias necessidades (limitação na
atuação do gestor).
• As empresas ficam a mercê daquilo
que ocorre em seu ambiente externo,
ou seja, de fatores fora do seu alcance
de atuação e controle.
Determinismo
11. • O ambiente não impõe uma estrutura
específica para as empresas.
• A mudança da estrutura organizacional é
possível a partir das ações dos
administradores.
• Essas ações variam de acordo com as
percepções, valores e interesses de cada
gestor, o que significa que o fator
determinante na sobrevivência da
organização é a escolha dos indivíduos
que estão no poder.
Escolha Estratégica
12. • O ambiente é o responsável pela seleção
das empresas que estão mais aptas para a
sobrevivência.
• O administrador tem um papel
meramente secundário, uma vez que suas
ações não influenciam as contingências
da organização de maneira eficaz.
• Ou seja, estar com as características
mais adequadas ao ambiente é o ideal de
acordo com tal raciocínio.
Ecologia Organizacional
14. Principais Conceitos
• Variedade: criada pela diversidade (por processos
planejados ou não).
• Seleção: algumas organizações são mais adaptadas
ao ambiente, e são elas que sobrevivem.
• Retenção: as organizações selecionadas são
preservadas e reproduzidas posteriormente.
15. Inércia Estrutural
• Não adianta a organização tentar
se adaptar ao ambiente. Ela possui
limitada capacidade de mudança.
• As mudanças que ocorrem nas
organizações não podem ser
controladas. O gestor possui
limitada capacidade de atuação.
• As respostas adaptativas não
somente são difíceis, como
perigosas.
16. Elementos de análise
1. Organização
2. População: conjunto de organizações em
atividades e padrões similares. As
populações formam-se por segregação ou
isolamento (tecnologia, regulamentações).
3. Comunidade: relação entre populações
engajadas em atividades distintas.
17. Foco dos estudos
Explicar:
• A diversidade (população e comunidade)
Pela análise das taxas de:
• Fundação x Fracasso
• Criação x Morte
18. Pressupostos
• A Diversidade é uma característica dos
agregados de organizações.
• As Organizações tem dificuldades para operar
num ambiente incerto.
• Uma Comunidade de organizações é raramente
estável.
19. 2 Críticas ao modelo
• Inércia estrutural – desconsideração da ação
humana (Van de Ven).
• As ações dos indivíduos não explicam a
diversidade nas populações de organizações.
21. Diferença essencial
Abordagem tradicional
• Fundação da Organização: traços
inatos, personalidade do indivíduo.
• Fracasso da Organização:
Inexperiência, incompetência
Administrativa.
Ecologia
As causas são ambientais
(sociais, econômicas e políticas)
: processos demográficos /
ecológicos e ambientais
23. Principais Abordagens
Processos Demográficos
• Dependência da idade
• Dependência do tamanho
Processo Ecológico
• Amplitude do nicho
• Dinâmica da população
• Dependência da densidade
• Interdependência da comunidade
Processos Ambientais
• Processos Institucionais
• Processos Tecnológicos
24. Processos Demográficos
Processos Variáveis chave Previsões Chave
Suscetibilidade das novatas
Suscetibilidade das adolescentes
Suscetibilidade da obsolescência
Dependência do
Tamanho
Tamanho
organizacional
Suscetibilidade das pequenas
Dependência de
Idade
Idade
Organizacional
25. Suscetibilidade das Jovens
• São mais vulneráveis pois tem que aprender e criar
novos papéis e rotinas num momento que os
recursos estão sendo exigidos até o limite
(Stintchcombe, 1965).
• Pressões seletivas favorecem as organizações que
demonstram confiança e justificação.
• Confiança e justificação dependem de alta
reprodutividade, que é gerada pela inércia
estrutural.
• Organizações mais antigas possuem estruturas mais
reprodutíveis. (Hannan & Freeman, 1984).
26. • Maior tamanho leva à inércia
estrutural. A inércia leva a uma
maior confiabilidade, com isso são
menos suscetíveis aos fracasso
(Hannan & Freeman, 1984).
• Tamanho tende a legitimar
organizações. Sucesso é um indicador
de um futuro confiável (Baum)
Suscetibilidade das Pequenas
27. Algumas Críticas
• Nos estudos há sempre uma
tendenciosidade da amostra (Katz &
Gardner, 1988).
• Existe sim a possibilidade das
organizações jovens adquirirem alta
legitimidade e acesso a recursos mais
cedo (Baum & Oliver, 1991).
28. Processo Ecológico
Processos Variáveis chave Previsões Chave
Estratégia de
Especialista
São favorecidos em ambientes
concentrados e refindados
Estratégia do
generalista
São favorecidos em ambientes de
grande variabilidade
Fundações
anteriores
Iniciar crescimento em fundações
prévias sinaliza oposrtunidades
Fracassos anteriores
Iniciar crescimento nas mortes
prematuras libera recursos estimula
novas fundações
Dependência de
densidade
Número de
organizações
Iniciar crescimento na densidade
aumenta legitimidade e diminue
fracassos.
Interdependência
de comunidade
Densidade da
população
Examina os efeitos da densidade em
polulações
Dinâmicas de
amplitude e Nicho
Dinâmica da
População
29. Amplitude de nicho
• Alguns estudos não confirmaram a
predominância de especialistas em
ambientes mais refinados.
Dependência de Densidade
• Há críticas sobre a generalização da
teoria da dependência. Essas
relações deveriam ser melhor
exploradas (Singh, 1983).
Algumas Críticas
30. Interdependência da
Comunidade
• As comunidades estudadas foram
limitadas em escala e escopo a
setores econômicos isolados de
atividade organizacional.
• A pesquisa organizacional
permanece focada no estudo das
populações.
Críticas
31. Processos Ambientais
Processos Variáveis chave Previsões Chave
Desordem política
Afetam fundações e fracassos,
relinhando recursos para utilização por
outras organizações
Regulações
governamentais
Afetam fundações e fracassos,
melhorando legitimidade, subsídios,
regulando competição
Ligações
Institucionais
Reduzem níveis de fracasso pois
conferem elgitimidade
Processos
Tecnológicos
Ciclos tecnológicos
Afetam fundações e fracassos,
mudando a importância relativa de
recursos, criando oportunidades
Processos
institucionais
32. Turbulência política
• Fundações de jornais na Argentina e na Irlanda.
• Aumento de fundações (Jornais).
Regulamentação Governamental
• São vistas como restrições na aquisição de recursos,
afetam a diversidade organizacional (Barnet &
Carroll, 1993; Hannan & Freeman, 1977).
Processos ambientais
33. Conexões institucionais
• Organizações tem mais chance de sobreviver se ela
obtém legitimidade, suporte social e aprovação do
ambiente institucional (DiMaggio & Powell, 1983).
Processos Tecnológicos
• Altera a natureza da competição (Cohen & Levinthal,
1990).
• Destruição criativa (Schumpeter, 1934; 1950).
Processos ambientais
34. As ligações de uma organização a um
processo ambiental maior (institucional,
tecnológico, político e governamental)
podem alterar as relações causais
básicas propostas na ecologia
organizacional. Isto sugere a
necessidade de pesquisas adicionais
sobre relações institucionais.
Visão Crítica
36. O estudo da Mudança Organizacional
A teoria da Inércia Estrutural de Hanna & Freeman
(1984) analisa duas questões principais:
1. Até que ponto a organização pode mudar
2. A mudança é benéfica?
38. Mudança e Inércia Estrutural
• As organizações sofrem pressões por uma
performance confiável e por ações responsáveis.
• Essas características requerem estruturas altamente
reprodutíveis (estáveis).
• Reprodutibilidade alcança-se pela institucionalização
e padronização.
Ambas são pressões inerciais contra
mudanças!
39. Pressões inerciais variam em função da estrutura
organizacional
A estrutura refere-se 2 tipos de características:
• Características centrais: objetivos organizacionais, formas
de autoridade, tecnologia principal, marketing.
• Características periféricas: número / tamanho de
subunidades, níveis hierárquicos, comunicação.
• As características centrais tem um caráter mais inercial.
Possibilidades de mudança em características centrais
declina com a idade e com o tamanho.
41. Relação entre mudança nas características
centrais e suscetibilidade dos novatos
• Mudanças nas características centrais produzem
suscetibilidade dos novatos.
• A tentativa de mudança diminui confiabilidade e a
justificabilidade fazendo a organização voltar aos
níveis de uma novata.
• Mudanças que visam promover a sobrevivência
expõem as organizações a um risco maior.
• As organizações podem fracassar como resultado
direto das suas tentativas de sobrevivência.
42. Organizações mais velhas embora com menor
probabilidade de mudanças nas características
centrais num primeiro momento, tem maior
probabilidade de morrer durante uma tentativa
de mudança desse tipo.
Relação entre mudança nas características
centrais e suscetibilidade das mais velhas
43. • Devido a teoria da Inércia estrutural há muitos
estudos sobre fundação / fracasso e poucos sobre
mudança organizacional (Hannan & Freeman, 1984).
• Pois a Mudança organizacional pouco reflete numa
mudança no nível da população.
• Isso até pouco tempo era verdade indiscutível.
Há um crescimento dos estudos relacionando a influência de
fatores ambientais nas taxas de mudança em organizações
individuais e a adaptabilidade dos diferentes tipos de mudanças
organizacionais.
Resumindo...
45. Conciliar adaptação e seleção
• As duas visões não são
totalmente incompatíveis.
• A complementaridade das duas
teorias foi refletida em diversas
pesquisas.
Baum e Singh, 1996.
46. • Organizações mudam
frequentemente em
resposta ao ambiente sem
nenhum efeito prejudicial.
• Taxas de mudança não são
compelidas pela idade e
tamanho (conforme teoria
da inércia estrutural).
Fraqueza da seleção Fraqueza da adaptação
• As mudanças parecem mais
ligadas a buscas aleatórias
do que a uma ação
estrategicamente
calculada.
47. Conclusão
• Uma análise completa do
ambiente-organização deve cobrir
tanto adaptação quanto seleção.
• Hora de expandir as fronteiras das
duas perspectivas e criar uma
abordagem combinada que veja a
adaptação e seleção como
complementares.
49. Em que a ecologia organizacional contribui
para o progresso dos estudos
organizacionais?
“A força desta teoria pode ser medida pela sua
capacidade para acumular problemas empíricos
resolvidos enquanto minimiza o escopo de
problemas empíricos e conceituais não
resolvidos”.
50. Principais Desafios...
• A ecologia organizacional avançou no conhecimento do espectro de
problemas empíricos, poucos (se algum) podem ser considerados
resolvidos.
• Há questionamentos sobre a validade dos teste das hipóteses teóricas
decorrente da utilização de banco de dados históricos.
• Os ecólogos organizacionais desejam uma teoria generalizável entre
populações organizacionais (nenhuma teoria pode ser precisa e geral ao
mesmo tempo)
• Teorias devem sacrificar algumas dimensões e maximizar outras.
• Um equívoco é generalizar a teoria da dependência da densidade ou da
teoria da inércia estrutural.
51. Direções futuras
• O sacrifício do realismo contextual e da precisão de medidas a favor
da generalidade pode esconder muitos problemas chaves da ecologia
organizacional.
• Sacrificar alguma generalidade poderia ser benéfica.
• Focar mais as anomalias (resultados inconsistentes uns com os
outros).
• Isso seria fundamental para especificar em que condições a teoria se
sustenta.