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Thiago Barbosa Soares
 Quais as diferenças entre fala e escrita?
 Uma pode influenciar a outra?
 O que é leitura? Qual o papel da leitura na
fala e na escrita?
A língua é usada em diferentes
registros, quer dizer, em diferentes
modalidades, como a escrita e a
fala. Cada uma dessas carrega
características, que, segundo Koch e
Elis (2010, p. 16), são:
Fala:
 contextualizada;
 implícita;
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 não planejada;
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 fragmentada;
 incompleta;
 pouco elaborada;
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informacional;
 predominância de frases
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 pequena frequência de
passivas;
 menor densidade lexical.
Escrita:
 descontextualizada;
 explícita;
 condensada;
 planejada;
 sintática;
 não fragmentada;
 completa;
 elaborada;
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 predominância de frases
complexas;
 emprego de passivas;
 maior densidade lexical.
 Todavia, as marcas da escrita podem estar
presentes na fala e vice versa, como acontece
em um pronunciamento presidencial em que o
texto escrito é lido, de maneira a produzir
uma oralização da escrita. Cada contexto de
uso específico da língua demandará ou
permitirá que marcas da escrita ou da fala
estejam presentes na produção comunicativa.
 GERENTE: Gerência do banco de investimentos. Em
que eu posso ajudá-lo?
 CLIENTE: Estou interessado em financiamento para
compra de veículo. Gostaria de saber quais as
modalidades de crédito que o banco oferece.
 GERENTE: Nós dispomos de várias modalidades. O
senhor é nosso cliente? Com quem estou falando, por
favor.
 CLIENTE: Eu sou Júlio César Fontoura, também sou
funcionário do banco.
 GERENTE: Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê
tá em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência
de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversá com
calma. E vamo vê o seu financiamento.
 (BORTONI-RICARDO, 2004, adaptado)
A maneira de falar da gerente foi
alterada de repente devido à
adequação de sua fala à conversa
com um amigo, caracterizada pela
informalidade.
 O uso da língua produz necessariamente
gêneros textuais. Esses referem-se a textos
materializados em situações comunicativas
correntes. “São os textos que encontramos
em nossa vida diária e que apresentam
padrões sociocomunicativos característicos
definidos por composições funcionais,
objetivos enunciativos e estilos
concretamente realizáveis” (MARCUSHCHI,
2008, p. 155).
 Carta;
 Romance;
 Artigo de opinião;
 Conto;
 Fábula;
 Lenda;
 Narrativa de ficção
científica;
 Receita;
 Diário;
 Autobiografia;
 Curriculum vitae;
 Biografia;
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 Carta de solicitação;
 Editorial;
 Resenhas críticas;
 Relatório científico;
 Regulamento;
 Textos prescritivos.
 Propaganda;
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 Piada;
 Relato de viagem;
 Relato histórico;
 Ensaio;
 Seminário;
 Conferência;
 Debate;
 Aula;
 Palestra;
 Entrevista/Reportagem
 Questionário.
 Vício na fala
(Oswald de Andrade)
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
A oralidade, mais do que a escrita,
tem a capacidade de imprimir traços
econômicos, culturais e regionais nas
interações comunicativas.
 A leitura transcende o mero ato de decodificar
a mensagem codificada, de simplesmente ler,
para se tornar a "leitura do mundo". Já que "A
leitura do mundo precede a leitura da palavra,
daí que a posterior leitura desta não possa
prescindir da continuidade da leitura daquele"
(FREIRE, 2011, p. 19-20).
 É aplicada tanto à oralidade quanto à escrita,
ou seja, a todos os gêneros textuais por se
tratarem de textos produzidos a partir de
condições específicas, terem estrutura
relativamente estável e objetivos rastreáveis.
"Leitura, vista em sua acepção mais ampla,
pode ser entendida como 'atribuição de
sentidos'. Daí ser utilizada indiferentemente
tanto para a escrita quanto para a oralidade"
(ORLANDI, 2008, p. 7).
 Então, vimos que a fala é muito mais dinâmica
do que a escrita, sendo que uma pode
influenciar a outra. Cada qual tem seus recursos.
 O uso da fala e da escrita funda os gêneros
textuais, que são composições textuais orais ou
escritas com estruturas mais ou menos estáveis,
com conteúdos específicos em relação aos seus
objetivos e com contextos comunicacionais de
uso.
 A leitura, para além do ato de ler, é atribuição
de sentido tanto para o uso oral da língua quanto
para o uso escrito. Numa palavra, leitura é
interpretação.
 Para responder as posteriores questões, leia abaixo o
texto de Jô Soares:
Português é fácil de aprender porque é uma língua
que se escreve exatamente como se fala
“Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender,
purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti
cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi
di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi
algumas palavras. Im purtuguêis não. É só
prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais
doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui
é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a
minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi
iscrevê”.
(Revista Veja, 28 de novembro de 1990, p. 19)
 a) A leitura permite o rastreio de objetivos dos
textos. Nela estão contempladas a estrutura do
texto, as condições de sua produção e seu conteúdo.
A partir de sua leitura, qual o assunto do texto e a
qual a intenção de Jô Soares em escrevê-lo?
 b) Em qual registro de uso da língua é produzido o
texto? Há interferência de outra modalidade?
Explique sua resposta com elementos do texto.
 c) Ao considerar o gênero textual como o uso da
língua em situação concreta de comunicação, em
qual gênero textual se enquadra o texto de Jô
Soares? A modalidade de emprego da língua está
adequada ao gênero? Explique.
 a) Reescreva o texto de Jô Soares vertendo
sua característica oral para a escrita.
 b) Depois de reescrito o texto, ele mantém a
mesma intenção?
 c) Em que medida a leitura, como uma
ferramenta de interpretação, te auxiliou na
respostas de todas as questões? Explique.
 ANDRADE, O. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1971.
 BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna.
São Paulo: Parábola, 2004.
 FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos
que se completam. 51ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.
 MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e
compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
 KOCH. I.V; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de
produção textual. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2010.
 ORLANDI, E. Discurso e Leitura. 8ª ed. São Paulo: Cortez,
2008.
 SOARES, J. Português é fácil de aprender porque é uma
língua que se escreve exatamente como se fala. Revista
Veja 28 de novembro de 1990, p. 19.
 http://humortadela.bol.uol.com.br/charges/33888.
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Língua portuguesa na educação profissional de nível médio

  • 2.  Quais as diferenças entre fala e escrita?  Uma pode influenciar a outra?  O que é leitura? Qual o papel da leitura na fala e na escrita?
  • 3. A língua é usada em diferentes registros, quer dizer, em diferentes modalidades, como a escrita e a fala. Cada uma dessas carrega características, que, segundo Koch e Elis (2010, p. 16), são:
  • 4. Fala:  contextualizada;  implícita;  redundante;  não planejada;  pragmática;  fragmentada;  incompleta;  pouco elaborada;  pouca densidade informacional;  predominância de frases curtas;  pequena frequência de passivas;  menor densidade lexical. Escrita:  descontextualizada;  explícita;  condensada;  planejada;  sintática;  não fragmentada;  completa;  elaborada;  densidade informacional;  predominância de frases complexas;  emprego de passivas;  maior densidade lexical.
  • 5.  Todavia, as marcas da escrita podem estar presentes na fala e vice versa, como acontece em um pronunciamento presidencial em que o texto escrito é lido, de maneira a produzir uma oralização da escrita. Cada contexto de uso específico da língua demandará ou permitirá que marcas da escrita ou da fala estejam presentes na produção comunicativa.
  • 6.  GERENTE: Gerência do banco de investimentos. Em que eu posso ajudá-lo?  CLIENTE: Estou interessado em financiamento para compra de veículo. Gostaria de saber quais as modalidades de crédito que o banco oferece.  GERENTE: Nós dispomos de várias modalidades. O senhor é nosso cliente? Com quem estou falando, por favor.  CLIENTE: Eu sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco.  GERENTE: Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversá com calma. E vamo vê o seu financiamento.  (BORTONI-RICARDO, 2004, adaptado)
  • 7. A maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido à adequação de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade.
  • 8.  O uso da língua produz necessariamente gêneros textuais. Esses referem-se a textos materializados em situações comunicativas correntes. “São os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizáveis” (MARCUSHCHI, 2008, p. 155).
  • 9.  Carta;  Romance;  Artigo de opinião;  Conto;  Fábula;  Lenda;  Narrativa de ficção científica;  Receita;  Diário;  Autobiografia;  Curriculum vitae;  Biografia;  Carta de leitor;  Carta de solicitação;  Editorial;  Resenhas críticas;  Relatório científico;  Regulamento;  Textos prescritivos.
  • 10.  Propaganda;  Notícia;  Piada;  Relato de viagem;  Relato histórico;  Ensaio;  Seminário;  Conferência;  Debate;  Aula;  Palestra;  Entrevista/Reportagem  Questionário.
  • 11.  Vício na fala (Oswald de Andrade) Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados.
  • 12. A oralidade, mais do que a escrita, tem a capacidade de imprimir traços econômicos, culturais e regionais nas interações comunicativas.
  • 13.  A leitura transcende o mero ato de decodificar a mensagem codificada, de simplesmente ler, para se tornar a "leitura do mundo". Já que "A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele" (FREIRE, 2011, p. 19-20).
  • 14.  É aplicada tanto à oralidade quanto à escrita, ou seja, a todos os gêneros textuais por se tratarem de textos produzidos a partir de condições específicas, terem estrutura relativamente estável e objetivos rastreáveis. "Leitura, vista em sua acepção mais ampla, pode ser entendida como 'atribuição de sentidos'. Daí ser utilizada indiferentemente tanto para a escrita quanto para a oralidade" (ORLANDI, 2008, p. 7).
  • 15.  Então, vimos que a fala é muito mais dinâmica do que a escrita, sendo que uma pode influenciar a outra. Cada qual tem seus recursos.  O uso da fala e da escrita funda os gêneros textuais, que são composições textuais orais ou escritas com estruturas mais ou menos estáveis, com conteúdos específicos em relação aos seus objetivos e com contextos comunicacionais de uso.  A leitura, para além do ato de ler, é atribuição de sentido tanto para o uso oral da língua quanto para o uso escrito. Numa palavra, leitura é interpretação.
  • 16.  Para responder as posteriores questões, leia abaixo o texto de Jô Soares: Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala “Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê”. (Revista Veja, 28 de novembro de 1990, p. 19)
  • 17.  a) A leitura permite o rastreio de objetivos dos textos. Nela estão contempladas a estrutura do texto, as condições de sua produção e seu conteúdo. A partir de sua leitura, qual o assunto do texto e a qual a intenção de Jô Soares em escrevê-lo?  b) Em qual registro de uso da língua é produzido o texto? Há interferência de outra modalidade? Explique sua resposta com elementos do texto.  c) Ao considerar o gênero textual como o uso da língua em situação concreta de comunicação, em qual gênero textual se enquadra o texto de Jô Soares? A modalidade de emprego da língua está adequada ao gênero? Explique.
  • 18.  a) Reescreva o texto de Jô Soares vertendo sua característica oral para a escrita.  b) Depois de reescrito o texto, ele mantém a mesma intenção?  c) Em que medida a leitura, como uma ferramenta de interpretação, te auxiliou na respostas de todas as questões? Explique.
  • 19.  ANDRADE, O. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971.  BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004.  FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 51ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.  MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.  KOCH. I.V; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2010.  ORLANDI, E. Discurso e Leitura. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.  SOARES, J. Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala. Revista Veja 28 de novembro de 1990, p. 19.  http://humortadela.bol.uol.com.br/charges/33888.