1. Universidade Federal da Bahia-UFBA
Instituto de Ciências da Saúde-ICS
Departamento de Biorregulação
Fisiologia IIIA-ICS-040-Curso de Odontologia
Docente: Darizy Vasconcelos
Discentes: Thais Aparecida de França Rocha
Thaline Eveli Martins Araújo
Mecanismos
Defensivos Reflexos das
Vias Aéreas
2. Função primária dos reflexos protetores das vias aéreas:
- Manter a permeabilidade transaérea
ou
Fluxo aéreo transaéreo
= condutância
= viscosidade
Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica, 11ª edição, 2006.
3. •Observação:
= viscosidade
Qualidade física do fluxo aéreo
Características viscosas das paredes dos ductos aéreos( secreção mucosa )
•Mecanismos principais:
Tosse Espirro
É a partir desses preceitos que o organismo monta respostas
reflexas, de modo a manter a permeabilidade à passagem do fluxo
aéreo através das vias.
4. Elementos dos Reflexos Protetores:
Receptor: próximo ao epitélio das vias aéreas
Vias aferentes: representada fundamentalmente pelo
nervo Vago
Centros nervosos: se integram na formação reticular
bulbar
Vias efetoras motoras: nervos cranianos e espinhais
Órgãos efetores: músculos respiratórios e cervicais e
estomatognáticos.
5. Vias aferentes das vias aéreas
superiores
• Vias iniciadas no nariz:
Receptores amielínicos;
Via do nervo trigêmio pelos ramos etmoidais e maxilares;
Sensíveis: gases aldeídicos, amônia, nicotina, capsaicina. Frio e
variações de pressão.
Reflexo: espirro e apnéia
• Vias iniciadas na faringe:
Receptores amielínicos;
Nasofaringe: nervo maxilar, ramo do trigêmio;
Outras porções: nervo glossofaríngeo, através do plexo faríngeo
Sensíveis: estímulos pressóricos, modificações volumétricas( distensão,
retração e deformação da mucosa).
6. • Vias iniciadas na laringe:
Mucosa supraglótica: nervo laríngeo superior.
Mucosa subglótica: nervo laríngeo inferior.
Sensíveis: frio, pressão transmural ou deslocamento da laringe
Receptores mecânicos e químicos.
• Vias iniciadas na traquéia e brônquios:
Porção extratorácica da traquéia: nervo laríngeo superior, inferior e
pararrecorrente.
Sensíveis: distensão das vias aéreas
Porção intratorácica(bifurcação brônquica): nervo vago
Sensíveis: distensões da parede brônquica
- Receptores quimiossensíveis.
Reflexo: tosse
7. Centro de integração do reflexo aéreo
• Nervos vago, trigêmio e
glossofaríngeo partem dos
receptores aéreos;
• Núcleo do Trato Solitário;
• Zonas internucleares da
formação reticular bulbar;
• Núcleo constitui o centro
mais importante da
integração dos reflexos;
• Área reticular integrativa
no bulbo centrada no
núcleo do trato solitário.
8. Vias e órgãos efetores motores
• Músculos respiratórios (diafragma e
os intercostais inspiratórios e expiratórios,
abdominais anteriores, intercostais internos
posteriores);
- Músculos estomatognáticos, faríngeos e
laríngeos e alguns faciais;
• GRD (NTS): recebe os aferentes dos
pares dos nervos cranianos IX e X
(glossofaríngeo e vago). Enviam eferentes
para os motoneurônios frênicos, no
diafragma, e para o grupo respiratório
ventral;
• GRV(NRA): possui neurônios
expiratórios que comandam os músculos
abdominais.
9. Principais Reflexos das vias Aéreas
Reflexo de oclusão laríngea
Deglutição e tosse;
Irritação mecânica ou química da mucosa laríngea;
Músculos tireo-aritenóideos;
Nervo laríngeo inferior ou recorrente.
R. Putz e R. Pabst. Sobotta – Atlas de anatomia humana. 22ª edição, 2008.
10. Principais Reflexos das vias Aéreas
Reflexo apnéico
Impedir a aspiração de material não aéreo;
Mucosa nasal e laringe;
Detenção da respiração (fase expiratória);
Relaxamento dos músculos inspiratórios (depressão dos neurônios do grupo
dorsal);
Contração tônica da musculatura expiratória (excitação do grupo ventral bulbar);
Engasgo: apnéia seguida de tosse, irritação da mucosa laríngea.
11. Principais Reflexos das vias Aéreas
Reflexo da deglutição
Mucosa laríngea (prevenção de uma aspiração recorrente);
- Requer na sua mecânica efeito integrado do centro respiratório e dos núcleos do
trato solitário e ambíguo com participação do SN Autônomo em grau variado.
Mucosa faríngea ou bucal posterior;
- Parada respiratória (por inibição inspiratória), fechamento da glote e fechamento
das falsas cordas vocais.
Indivíduo desperto: 80% das deglutições ocorrem na fase expiratórias;
Indivíduo dormindo: fases inspiratórias e expiratórias
Reflexo expiratório
Breve expiração não precedida da inspiração;
Receptores nas pregas vocais ;
Previne a entrada de material nocivo no trato respiratório.
12. Principais Reflexos das vias Aéreas
Reflexo de pressão negativa das vias aéreas
superiores
Evitar a obstrução aérea;
Efeito excitatório nos músculos dilatadores das vias aéreas superiores;
Prolongamento dos tempos da inspiração e expiração;
Efeitos nos músculos dilatadores e a inibição da musculatura da parede torácica;
Aumentaria a força dilatadora e reduziria a força colapsante;
Aplicação tópica de anestésicos locais ou secção do nervo laríngeo superior.
Reflexo de re-orientação do fluxo aéreo superior
Excitação de receptores sensitivos na mucosa nasal;
Ventilação oral;
Músculos: Palatoglosso, Véu do palato;
Inervação: Glossofaríngeo, vago e acessório, coordenado pelo núcleo ambíguo.
13. Principais Reflexos das vias Aéreas
Reflexo broncomotor
Contratilidade da musculatura lisa brônquica;
Irritação na laringe;
Menor suscetibilidade ao colapso das vias aéreas durante a expiração forçada.
Reflexo cardiovascular de origem aérea
Excitação da mucosa laríngea;
Simultâneo com a resposta brônquica;
Excitação simpática do coração e vasos sanguíneos.
14. Principais Reflexos das vias Aéreas
Reflexo do espirro
Estimulação mecânica ou química
Depuração das vias aéreas superiores
Nervo trigêmio
Núcleo do trato solitário, núcleo ambíguo
Intervenção dos núcleos respiratórios, dorsal, ventral e núcleos motores de alguns
pares cranianos (glossofaríngeo, trigêmio, hipoglosso, vago e acessório)
Mecanismo:
- Inspiração inicial,
- expiração forçada,
- abertura da glote,
- fluxo aéreo respiratório explosivo
15. Principais Reflexos das vias Aéreas
Reflexo da tosse
Características semelhantes ao espirro
Afeta as vias aéreas superiores e inferiores
Provocada por sinais em território alheios (conduto auditivo externo, serosas)
Estímulos tussigênicos
- localização: laringe, faringe, traquéia e pleura
Mecanismo:
- Volume inspiratório acentuado,
- obliteração da laringe,
- expiração ativa,
- relaxamento do músculo crioaritenóideo,
- expulsão explosiva do ar.
16. Mecanismo tussigênico
Nervo vago
Nervos V, VII, IX, XI, XII
Grupo
dorsal e
Núcleo ambíguo ventral Eferências viscerais abdominais
Núcleo do trato solitário Núcleo dorsal do vago
Fibras vagais aferentes
18. Mecanismos tussigênicos
As vias nervosas que penetram no SNC se
originam em receptores, os receptores
polimodais
Fibras aferentes:
mielinizadas Aδ
não mielinizadas ou fibras C
19. Receptores nociceptivos de origem
visceral
Tussiceptores viscerais
Estímulos mecânicos e químicos
Substância P (taquicininas)
Receptores de neurocininas: NKa e NKb
CGRP (peptídeo relativo ao gene calcitonina)
RAR (receptor de adaptação rápida)
21. Principais formas da tosse
Tosse seca: Observada em tosses não originadas das vias aéreas, como as
provenientes do conduto auditivo externo ou da pleura.
Tosse produtiva: É acompanhada de secreção mucosa – expectoração que
acompanha a tosse – promovida por processos inflamatórios. A secreção de
muco é estimulada por leucotrienos, prostaglandinas e citocinas (fatores de
inflamação).
CURIOSIDADE: A sustentação de uma tosse histérica
consiste em uma voluntária indução da tosse,
mas não em outros fenômenos respiratórios como espirro,
soluço ou mesmo bocejo.
Foi um dos primeiros sintomas tratados na psicanálise por S. Freud.
22. Causas clínicas mais frenquentes da tosse
• Condições crônicas
Bronquite crônica
Asma brônquica
Refluxo gastro-esofágico
Condições agudas Bronquiectasia
Processos infecciosos das vias aéreas Ação de inibidores de ACE (bradicinina)
Faringite
Laringite
Traqueite
Bronquite
Ação de fumaça e cigarro
Ação de substâncias irritantes dissolvidas no ar
Otite externa
23.
24. Prospecções terapêuticas
• Alguns medicamentos podem ser administrados para diminuir a
intensidade da tosse. Eles atuam bloqueando principalmente os centros
determinantes da tosse ou as vias de transmissão do estímulo.
• Entre os diversos medicamentos, destacam-se a codeína,
dextramorfan, clobutinol e anti-histamínicos.
25. Relação com a Odontologia
Com o aumento da depressão pela anestesia geral, a medula espinhal
perde a capacidade de transmitir impulsos motores e sensoriais, não
havendo resposta muscular aos estímulos dolorosos. Com a depressão
dos centros medulares cessam a respiração e a circulação. Ou seja, o
reflexo das vias aereas são inibidos.
Entubação do paciente
- Uso de canûla atingindo a laringe.
- A entubação nasotraqueal é mais apropriada ao trabalho do cirurgião -
dentista, uma vez que possibilita que a boca fique livre para execução do
procedimento odontológico.
- Em Odontologia deve ser realizada na etapa anestésica mais superficial
possível, quando já retornou o reflexo da tosse e o paciente pode limpar a
árvore traqueobronquial. Em uma etapa anestésica mais profunda, o
paciente pode aspirar sangue ou muco.
26. Referências Bibliográficas
Douglas, C. R. Fisiologia Aplicada à Fonoaudiologia.
2ª ed. Editora Guanabara Koogan, 2007.
MONHEIM, L.M. - Anestesia General en la Practica
Dental. Buenos Aires, Mundi, 1962.
Como vem o espirro? Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=tEXZC-myJHg.
Acessado em 09/03/2013.