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RELACIONAMENTO  INTERPESSOAL  MEDIADO POR CÃES Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Estefânia Hikari de Oliveira Ávila Thais Machado Pereira Prática Interdisciplinar em Psicologia I
JUSTIFICATIVA ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
OBJETIVOS ,[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],OBJETIVOS ESPECÍFICOS
TEMAS  TRABALHADOS ,[object Object],[object Object]
AMOSTRA ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
METODOLOGIA ,[object Object],[object Object],[object Object]
METODOLOGIA ,[object Object],[object Object],[object Object]
COMPREENSÃO DO TEMA
Tendo em vista que o jovem adulto objetiva criar  laços íntimos  com seu grupo de pares (ERIKSON, 1998) é esperado que o indivíduo use de  estratégias  para que esta intimidade comece a se instituir. Uma forma de fazer isto é utilizando animais para facilitar a socialização.
Um dos motivos pelos quais os cachorros podem ser utilizados para fins de interação social é de que eles despertam a  atenção , a  curiosidade , o  carinho  de grande parte das pessoas. Isto fica evidente na maioria das observações, nas quais os donos costumam  elogiar e perguntar sobre os outros cães presentes .
Às vezes não se faz necessária nem mesmo a presença física do animal: observar a simples foto de um filhote de cachorro pode ativar uma série de  emoções positivas  nas pessoas.
Segundo Kirkwood (2005 apud FARACO, 2008) os mamíferos, dentre estes os humanos e os cães, são animais sencientes, ou seja, são seres capazes de  subjetivar emoções, de perceber e sentir .
OBSERVAÇÃO 1 – HCV – 27/03 Marido:  Vai demorar muito pra atenderem esse bicho aí? Maria:  Não fala assim, não fala assim dela! Olha aqui como ela não gosta de ti. Não quer nem olhar pra tua cara.  Tá tremendo de medo  e a culpa é tua. Só de tu ficar perto dela, ela fica desse jeito. (...) OBSERVAÇÃO 2 – HCV – 27/03 Veterinária:  Oi, Seu Carlos... O que aconteceu dessa vez? Carlos:  Doutora, eu não sei.  Tô achando ele meio triste, abatido ... Isso desde ontem à tarde. (...)
OBSERVAÇÃO 1 – HCV – 27/03 (...) Veterinária:  Eu já volto pra chamar vocês, espera só um momento. ( Jeff  late intensamente ao ver outro cachorro saindo do ambulatório.) Joana:   Ele não gosta dos outros [cachorros]! Pensa que é gente!
O animal também pode tomar o lugar que  a priori  deveria ser de um humano. Uma situação clássica deste tipo de  relação substitutiva  é ao vermos um cachorro sendo chamado de filho ou de bebê pelo seu dono. O animal exerce efetivamente um papel no grupo familiar e, por vezes, acaba sendo representado por uma figura humana que necessita de cuidados e proteção.
OBSERVAÇÃO 5 – CVP – 04/05 Veterinário:  Flor? Mãe:  Aqui, doutor! Veterinário:  O que a senhora é dela? Mãe:  Sou a mãe. Aquela ali, ó, é a irmã dela! Cláudia:  Ai mãe... faz favor! Veterinário: (risos)  Ok, podem entrar. OBSERVAÇÃO 6 – HCV – 27/03 Alice:  Oi? Lembra que eu te vi semana passada? Amanda:  Ah sim! Tudo bom? Imagina que eu tive que vir aqui de novo trazer  o meu nenê . Não consegui consulta aquele dia. Alice:  Capaz, hoje tá parecendo bem mais cheio. Como é que ele tá?  Amanda:  Ah, tá melhor, mas eu tenho medo de deixar assim sem saber nada com médico. Vai que o quadro piora né?  Eu não sei ficar sem meu nenê!  (...)
Para Bridger (1976 apud FARACO, 2003), ter um animal presente no contexto familiar permite que se faça projeção e deslocamento de sentimentos e atitudes, tais como cuidado, ansiedade, temor e preocupação. O animal pode  testar a capacidade  do indivíduo de poder, de autoridade, raiva, amor, independência e cooperação, preferências e rivalidades, como também o potencial destrutivo e criativo.
O modo como cada pessoa trata o animal, seja ao acariciar ou chamar, demonstram o quanto a pessoa está integrada na relação e como lida com os sentimentos.  Uma pessoa amorosa e cuidadosa com os animais tende a ser assim também nas suas relações interpessoais.  Kidd (1997 apud FARACO, 2003) salienta que o comportamento que as pessoas apresentam em relação aos animais sofre influência de  experiência prévia  no núcleo familiar.
OBSERVAÇÃO 1 – HCV – 27/03 Maria:  (...) meus filhos lá em casa adoram.  Eu sempre ensinei a cuidar bem dos animais, a dar carinho, porque eles são bons.   É uma companhia pra gente.  Tanto que o meu pequeno chama essa daqui de filha, de tão apegado que é com ela.
OBSERVAÇÃO 1 – HCV – 27/03 Maria  (para  Joana ):   O meu marido ficou me esperando em algum lugar. Ele me trouxe de carro,  mas não fica perto de onde tem bicho.  (...) Marido:  Pára com isso, mulher, isso daí não entende nada.  Não é criança, é bicho.  OBSERVAÇÃO 8 – ENCOL – 10/05 (...) Lídia:  Já sei! Vou te dar um filhotinho de presente, tua filha iria adorar! Geórgia:  São tão lindinhos mas dão tanto trabalho! Mal tenho tido tempo de fazer as unhas  imagina cuidar de um cachorro ?! Prefiro assim.
Na maior parte das observações foi possível notar a presença de muitos sentimentos e  atitudes de   zelo e temor em relação aos animais , não apenas nos diálogos, como também nas expressões corporais.
TRECHOS DE OBSERVAÇÕES (3, 4, 6 e 7) João:  Essa doença é infecciosa, acho que é com saliva que pega.  Não deixa a tua cachorrinha vir pra cá . Luana:  E é bom saber o que acontece com ela.  Qualquer coisinha diferente já me assusta. Daniela:  O Kiko só tem oito meses, ainda dou banho nele em casa.  É perigoso  levar eles tão novinhos nessas  pet shops ,  eles podem pegar doenças... Amanda:   Eu tenho medo de deixar ele assim  sem saber nada com médico. Vai que o quadro piora né?
Em relação ao conteúdo dos diálogos, foi observado que pouco se manifestou além de elementos relacionados  diretamente  aos animais .   Saúde   e   comportamento animal   foram os assuntos mais abordados.
Algumas pessoas suscitaram outros conteúdos, os quais também apresentavam alguma relação, embora  indireta , com os animais.
OBSERVAÇÃO 4 – CVP – 23/04 (...) Luana : Uma vez eu fiquei o fim de semana inteiro em função da Mel. Pra gente que trabalha é complicado né? Não sei de ti, mas ainda acho mais fácil que cuidar de criança! Pedro : Ah é, com certeza. (risos) Se bem que eu não tenho experiência com criança pequena, não tem nenhum na família assim. Luana :  Uma vez eu tentei trabalhar de babá, assim, meio turno. Mas não deu muito certo. Criança tu tem que ficar olhando o tempo todo, cachorro não. Pedro : Eu particularmente gosto de criança. E de cachorro. Cuidar tu tem que cuidar igual. Luana : Sim, sim, só que entre cuidar de um ou de outro eu fico com os cachorrinhos.  Eu prefiro umas dez Mel a ter que cuidar de uma criança pequena. Dá muito trabalho. Não nasci pra isso.  (risos)
CONSIDERAÇÕES FINAIS

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  • 1. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL MEDIADO POR CÃES Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Estefânia Hikari de Oliveira Ávila Thais Machado Pereira Prática Interdisciplinar em Psicologia I
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 10. Tendo em vista que o jovem adulto objetiva criar laços íntimos com seu grupo de pares (ERIKSON, 1998) é esperado que o indivíduo use de estratégias para que esta intimidade comece a se instituir. Uma forma de fazer isto é utilizando animais para facilitar a socialização.
  • 11. Um dos motivos pelos quais os cachorros podem ser utilizados para fins de interação social é de que eles despertam a atenção , a curiosidade , o carinho de grande parte das pessoas. Isto fica evidente na maioria das observações, nas quais os donos costumam elogiar e perguntar sobre os outros cães presentes .
  • 12. Às vezes não se faz necessária nem mesmo a presença física do animal: observar a simples foto de um filhote de cachorro pode ativar uma série de emoções positivas nas pessoas.
  • 13. Segundo Kirkwood (2005 apud FARACO, 2008) os mamíferos, dentre estes os humanos e os cães, são animais sencientes, ou seja, são seres capazes de subjetivar emoções, de perceber e sentir .
  • 14. OBSERVAÇÃO 1 – HCV – 27/03 Marido: Vai demorar muito pra atenderem esse bicho aí? Maria: Não fala assim, não fala assim dela! Olha aqui como ela não gosta de ti. Não quer nem olhar pra tua cara. Tá tremendo de medo e a culpa é tua. Só de tu ficar perto dela, ela fica desse jeito. (...) OBSERVAÇÃO 2 – HCV – 27/03 Veterinária: Oi, Seu Carlos... O que aconteceu dessa vez? Carlos: Doutora, eu não sei. Tô achando ele meio triste, abatido ... Isso desde ontem à tarde. (...)
  • 15. OBSERVAÇÃO 1 – HCV – 27/03 (...) Veterinária: Eu já volto pra chamar vocês, espera só um momento. ( Jeff late intensamente ao ver outro cachorro saindo do ambulatório.) Joana: Ele não gosta dos outros [cachorros]! Pensa que é gente!
  • 16. O animal também pode tomar o lugar que a priori deveria ser de um humano. Uma situação clássica deste tipo de relação substitutiva é ao vermos um cachorro sendo chamado de filho ou de bebê pelo seu dono. O animal exerce efetivamente um papel no grupo familiar e, por vezes, acaba sendo representado por uma figura humana que necessita de cuidados e proteção.
  • 17. OBSERVAÇÃO 5 – CVP – 04/05 Veterinário: Flor? Mãe: Aqui, doutor! Veterinário: O que a senhora é dela? Mãe: Sou a mãe. Aquela ali, ó, é a irmã dela! Cláudia: Ai mãe... faz favor! Veterinário: (risos) Ok, podem entrar. OBSERVAÇÃO 6 – HCV – 27/03 Alice: Oi? Lembra que eu te vi semana passada? Amanda: Ah sim! Tudo bom? Imagina que eu tive que vir aqui de novo trazer o meu nenê . Não consegui consulta aquele dia. Alice: Capaz, hoje tá parecendo bem mais cheio. Como é que ele tá? Amanda: Ah, tá melhor, mas eu tenho medo de deixar assim sem saber nada com médico. Vai que o quadro piora né? Eu não sei ficar sem meu nenê! (...)
  • 18. Para Bridger (1976 apud FARACO, 2003), ter um animal presente no contexto familiar permite que se faça projeção e deslocamento de sentimentos e atitudes, tais como cuidado, ansiedade, temor e preocupação. O animal pode testar a capacidade do indivíduo de poder, de autoridade, raiva, amor, independência e cooperação, preferências e rivalidades, como também o potencial destrutivo e criativo.
  • 19. O modo como cada pessoa trata o animal, seja ao acariciar ou chamar, demonstram o quanto a pessoa está integrada na relação e como lida com os sentimentos. Uma pessoa amorosa e cuidadosa com os animais tende a ser assim também nas suas relações interpessoais. Kidd (1997 apud FARACO, 2003) salienta que o comportamento que as pessoas apresentam em relação aos animais sofre influência de experiência prévia no núcleo familiar.
  • 20. OBSERVAÇÃO 1 – HCV – 27/03 Maria: (...) meus filhos lá em casa adoram. Eu sempre ensinei a cuidar bem dos animais, a dar carinho, porque eles são bons. É uma companhia pra gente. Tanto que o meu pequeno chama essa daqui de filha, de tão apegado que é com ela.
  • 21. OBSERVAÇÃO 1 – HCV – 27/03 Maria (para Joana ): O meu marido ficou me esperando em algum lugar. Ele me trouxe de carro, mas não fica perto de onde tem bicho. (...) Marido: Pára com isso, mulher, isso daí não entende nada. Não é criança, é bicho. OBSERVAÇÃO 8 – ENCOL – 10/05 (...) Lídia: Já sei! Vou te dar um filhotinho de presente, tua filha iria adorar! Geórgia: São tão lindinhos mas dão tanto trabalho! Mal tenho tido tempo de fazer as unhas imagina cuidar de um cachorro ?! Prefiro assim.
  • 22. Na maior parte das observações foi possível notar a presença de muitos sentimentos e atitudes de zelo e temor em relação aos animais , não apenas nos diálogos, como também nas expressões corporais.
  • 23. TRECHOS DE OBSERVAÇÕES (3, 4, 6 e 7) João: Essa doença é infecciosa, acho que é com saliva que pega. Não deixa a tua cachorrinha vir pra cá . Luana: E é bom saber o que acontece com ela. Qualquer coisinha diferente já me assusta. Daniela: O Kiko só tem oito meses, ainda dou banho nele em casa. É perigoso levar eles tão novinhos nessas pet shops , eles podem pegar doenças... Amanda: Eu tenho medo de deixar ele assim sem saber nada com médico. Vai que o quadro piora né?
  • 24. Em relação ao conteúdo dos diálogos, foi observado que pouco se manifestou além de elementos relacionados diretamente aos animais . Saúde e comportamento animal foram os assuntos mais abordados.
  • 25. Algumas pessoas suscitaram outros conteúdos, os quais também apresentavam alguma relação, embora indireta , com os animais.
  • 26. OBSERVAÇÃO 4 – CVP – 23/04 (...) Luana : Uma vez eu fiquei o fim de semana inteiro em função da Mel. Pra gente que trabalha é complicado né? Não sei de ti, mas ainda acho mais fácil que cuidar de criança! Pedro : Ah é, com certeza. (risos) Se bem que eu não tenho experiência com criança pequena, não tem nenhum na família assim. Luana : Uma vez eu tentei trabalhar de babá, assim, meio turno. Mas não deu muito certo. Criança tu tem que ficar olhando o tempo todo, cachorro não. Pedro : Eu particularmente gosto de criança. E de cachorro. Cuidar tu tem que cuidar igual. Luana : Sim, sim, só que entre cuidar de um ou de outro eu fico com os cachorrinhos. Eu prefiro umas dez Mel a ter que cuidar de uma criança pequena. Dá muito trabalho. Não nasci pra isso. (risos)