SlideShare a Scribd company logo
1 of 26
ENFERMAGEM
ENFERMAGEM:
CUIDANDO EM
EMERGência
Organizadora
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
2a
edição revisada
Copyright © 2006 Yendis Editora Ltda.
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial,
por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora.
Editor: Maxwell M. Fernandes
Coordenação editorial: Anna Yue e Juliana Simionato
Projeto gráfico e editoração eletrônica: Francisco Lavorini
Revisão de português: Rafael Faber Fernandes
Capa: Lizandra Maluf Pichinini
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Enfermagem : cuidando em emergência / organizadora Nébia Maria Almeida de Figueiredo. – 2. ed. rev.
– São Caetano do Sul, SP : Yendis ­Editora, 2006.
Bibliografia
ISBN 85-98859-86-9
1. Enfermagem em emergências I. Figueiredo, Nébia Maria Almeida de.
06-8273	 CDD-610.7361
Índices para catálogo sistemático:
1. Cuidados de enfermagem : Emergências médicas : Ciências médicas  610.7361
2. Emergências médicas : Cuidados de enfermagem : Ciências médicas  610.7361
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Yendis Editora Ltda.
Av. Guido Aliberti, 3069 – São Caetano do Sul – SP
Tel./Fax: (11) 4224-9400
yendis@yendis.com.br
www.yendis.com.br
V
Organizadora
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Pró-reitora de extensão e assuntos comunitários. Livre-docente em Administração de
EnfermagempelaUniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro(UniRio).Doutoraem
Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Coordenadora do cur-
so de pós-graduação (mestrado) e Professora Titular em Fundamentos de Enfermagem
da UNIRIO. Área de atuação/produção: Cuidados de Enfermagem, Fundamentos de
Enfermagem e Administração de Enfermagem.
VII
Álvaro Alberto de Bittencourt Vieira
Doutor em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Mestre
em Enfermagem pela UniRio. Área de atuação: Enfermagem de Emergência, Saber de
Enfermagem Hospitalar, Cuidado de Enfermagem Hospitalar, Administração Hospitalar e
Direito Médico.
Carlos Roberto Lyra da Silva
Doutorando em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ).
Mestre em Enfermagem pela UNIRIO. Professor Assistente da Escola de Enfermagem
Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO). Área de atuação/produção: Fundamentos de Enfermagem,
Cuidado de Enfermagem.
Colaboradores
VIII
Enfermagem: Cuidando em Emergência
Iraci dos Santos
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Livre-docente/Professora Titular em Pesquisa de
Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Área de atuação/
produção: Administração de Enfermagem e Pesquisa Sociopoética.
Joséte Luzia Leite
Livre-docente pela UniRio. Professora Visitante da Escola de Enfermagem Anna Nery
(EEAN/UFRJ). Professora Emérita pela UniRio.
Maria Aparecida de Luca Nascimento
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Professora Adjunta da Escola de Enfermagem
Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO). Área de atuação/produção: Enfermagem Pediátrica.
Maria José Coelho
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Pesquisadora do CNPq. Áreas de atuação:
Enfermagem Médico-cirúrgica, Enfermagem de Doenças Contagiosas, Ensino–
Aprendizagem e Administração de Unidades Educativas.
Marluci Andrade Conceição Stipp
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Professora Adjunta da Escola de Enfermagem
Anna Nery (EEAN/UFRJ). Área de atuação/produção: Enfermagem Cardiovascular,
Gerência, Cuidados de Enfermagem.
Nalva Pereira Caldas
Livre-docenteeDoutoraemAdministraçãodeEnfermagempelaPontifíciaUniversidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Mestre em Administração Pública e Especialista
em Administração de Pessoal e Organização e Métodos pela Escola Brasileira de
Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV). Professora Emérita pela
Uerj. Área de atuação: orientação de pesquisas de iniciação científica e de extensão,
e responsável pelo Centro de Memória da Faculdade de Enfermagem da Uerj.
Roberto Carlos Lyra da Silva
Enfermeiro. Doutorando em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery
(EEAN/UFRJ). Mestre em Enfermagem pela UERJ. Professor Assistente da Disciplina de
Colaboradores
IX
Semiologia, nos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu do Departamento
de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/
UNIRIO).
Teresa Tonini
Doutoranda em Medicina Social pela UERJ. Mestre em Enfermagem Psiquiátrica pela
UERJ. Professora Assistente do Departamento de Enfermagem Fundamental da
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO). Especialista em Administração
dos Serviços de Saúde. Área de atuação/produção: Fundamentos de Enfermagem e
Saúde Coletiva, Administração e Cuidados de Enfermagem, Gestão em Saúde.
Terezinha Feliciano
Vilma de Carvalho
Enfermeira pela Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Pós-graduação em
Teaching Medical – Surgical Nursing pela Wayne State University, Detroit (Michigan,
EUA). Bacharela e licenciada em Filosofia pela Uerj. Livre-docente/Professora Titular
em Enfermagem de Saúde Pública da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ).
Professora emérita pela UFRJ.
Wiliam César Alves Machado
DoutoremEnfermagempelaEscoladeEnfermagemAnnaNery(EEAN/UFRJ).Professor
Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem
Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO). Professor Titular da Faculdade de Ciências da Saúde
de Juiz de Fora da Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac). Pesquisador da
Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular (Funadesp).
Área de atuação/produção: Enfermagem Fundamental, Cuidados de Enfermagem,
História da Enfermagem, Reabilitação, Inclusão Social das Pessoas com Deficiência.
X
Enfermagem: Cuidando em Emergência
Coordenadora Fotográfica e Revisão Técnica
Dirce Laplaca Viana
Mestre em Ciências pelo Departamento de Enfermagem da Unifesp-EPM. Especialista
em Pediatria pelo Instituto da Criança – Hospital das Clínicas/FMUSP. Docente no cur-
so de Especialização em Enfermagem Hospitalar à Criança e ao Adolescente e no cur-
so de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos e Emergência à Criança
e ao Adolescente no Instituto da Criança – Hospital das Clínicas/FMUSP. Enfermeira na
Educação Continuada do Instituto da Criança – Hospital das Clínicas/FMUSP.
XI
Sumário
Apresentação  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 	 XV
1. O Corpo em Emergências Básicas  .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 1
Anatomia Humana  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 13
Sistema Musculoesquelético   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 9
2. O Atendimento de Emergência no Brasil  .   .   .   .   .   .   .  	 13
Cuidando do Cliente no Hospital e na Emergência   .   .   .   . 	 19
3. Cuidando em Acidentes  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 31
Riscos Concretos   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 32
Riscos Subjetivos   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 61
XII
Enfermagem: Cuidando em Emergência
4. O Atendimento Pré-hospitalar  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 	 63
Conceitos  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 64
Objetivos   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 65
Recursos Humanos  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 	 66
Veículos de Pré-hospitalar  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 68
Equipamentos   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 71
Material para Liberação das Vias Aéreas  .  .  .  .  .  .  . 	 78
Triagem  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 87
Simple Triage and Rapid Treatment
(Start – Triagem Simples e Tratamento Rápido)  .   .   .   .  	 91
Parâmetros Normais dos Sinais Vitais  .   .   .   .   .   .   .   .  	 95
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)  .   .   .   .   .   .   .   .  	 100
Elaboração de um Relatório de Emergência  .  .  .  .  .  . 	 110
5. Conceitos em Emergência Hospitalar  .   .   .   .   .   .   .   .  	 115
O Cuidado de Enfermagem  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 116
Organização  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 117
Apoio Legal   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 117
Condições de Trabalho   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 118
Unidade de Emergência  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 118
O Trabalho de Enfermagem   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 123
6. Cuidando em Emergência Hospitalar   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 127
Introdução  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 	 127
Procedimentos  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 129
Triagem  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 134
Doenças mais Comuns na Emergência  .  .  .  .  .  .  .  . 	 137
Cuidados Domiciliares  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 	 165
7. Tipos de Cuidado em Emergência   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 167
Considerações   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 168
Funções da Enfermagem na Emergência  .  .  .  .  .  .  . 	 169
Os Cuidados de Emergência em Enfermagem  .   .   .   .   .  	 170
Considerações Finais  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 178
Sumário
XIII
8. Ética no Atendimento de Pronto-socorro  .  .  .  .  .  .  . 	 181
Ética em Emergência  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 183
O Cliente   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   . 	 188
A Legislação  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 191
9. Emergências em Cardiologia  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 195
Dor Torácica  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 196
Exame Físico  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 205
Avaliação dos Clientes  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 	 207
10. Emergências Pediátricas  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 215
Principais Emergências Respiratórias  .   .   .   .   .   .   .   .  	 217
Principais Emergências Neurológicas  .   .   .   .   .   .   .   .  	 218
Principais Emergências Ginecológicas  .   .   .   .   .   .   .   .  	 220
Cuidados de Enfermagem  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 220
O Ambiente no Pronto-socorro ou Unidade
de Emergência  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 230
Referências Bibliográficas  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .  	 323
XV
Apresentação
Acidentes são eventos que não escolhem vítimas. Podem acometer crian-
ças, adultos e idosos. Acontecem, na grande maioria das vezes, inesperada-
mente, embora em alguns casos sejam perfeitamente previsíveis, mas que, por
alguma falha, geralmente inobservância de medidas de segurança, acabam
acontecendo. Acidentes podem acontecer em casa, na rua ou no trabalho,
exigindo intervenção imediata na tentativa de minimizar os danos que pode-
rão pôr em risco a vida de suas vítimas.
Essas intervenções são freqüentemente denominadas intervenções de
emergência ou de urgência. Elas podem ser clínicas ou cirúrgicas, dependen-
do da gravidade do comprometimento orgânico.
A presente obra é ousada, pois ensina não somente a enfermeiros, técni-
cos, auxiliares e acadêmicos de enfermagem, mas também a leitores leigos,
que serão capazes de cuidar de pessoas em situações de emergência, vitima-
XVI
Enfermagem: Cuidando em Emergência
das por acidentes domésticos, urbanos e de trabalho. De posse dos conhe-
cimentos e ensinamentos deste livro, poderão prestar cuidados básicos e
serão capazes de garantir uma sobrevida, até que medidas mais avançadas
sejam tomadas, pois esta obra não pretende, em hipótese alguma, apresen-
tar cuidados relacionados ao suporte avançado de vida.
Neste livro, consideramos oportuno abordar, entre outros assuntos, os
aspectos relacionados ao corpo em situação de emergência, bem como apre-
sentar um breve contexto histórico do atendimento de emergência no Brasil,
por considerá-los temas pouco explorados nas literaturas especializadas.
Como não poderia deixar de ser, reservamos um capítulo para tratar dos
cuidados de enfermagem em situações de emergências pediátricas, pois acre-
ditamos tratar-se de uma clientela que necessita de intervenções e cuidados
altamente especializados.
Desejamos que nossos leitores aproveitem ao máximo os ensinamentos
presentes neste livro, produto da experiência profissional de cada um de
nós. Tenham todos uma boa leitura.
Professor Roberto Carlos Lyra da Silva
167
Capítulo 7
Tipos de Cuidado em Emergência
Este capítulo é mais que atual e traz para conhecimento de estudantes de
graduação e de nível técnico resultados de um estudo de tese de doutorado
sobre a morfologia do cuidar em emergência, realizado pela Dra. Maria José
Coelho.
Nesse estudo, foram encontrados 14 tipos de cuidados, identificados em
diversas situações de emergência em meio à ordem e à desordem que se cria
para se manter e salvar uma vida.
São tipos de cuidados com diversas variações, mas comportando a mesma
essência, todos descritos pela enfermagem de nível superior e técnico.
As ações de cuidar também são carregadas de silêncio na imensa confusão
e tensão em que o cuidado acontece. Essas ações são desenvolvidas na relação
cliente/enfermagem, numa convivência interdisciplinar e multiprofissional,
em que todos percebem e vêem o que a enfermagem faz. Porém, em nível
Maria José Coelho
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Vilma de Carvalho
168
Enfermagem: Cuidando em Emergência
macrossocial, poucas pessoas conseguem apreender a complexidade e a es-
pecificidade de suas ações.
Considerações
Os cuidados de enfermagem fazem parte de um mundo silencioso, res-
trito geralmente à unidade, setor ou local conhecidos como cenário de
cuidar. Para o público em geral, em seu imaginário popular, a função da
enfermagem restringe-se a fazer curativos e ministrar medicação. Daí sa-
ber que a enfermagem trabalha num mundo próprio que, na emergência,
é mais diferenciado, pois é nele que circulam as possibilidades de vida e
morte. É nessa fronteira que a enfermagem se faz presente.
A prática da enfermagem é composta por uma multiplicidade de téc-
nicas e táticas bem articuladas. Os cuidados acontecem em momentos rá-
pidos e muitas vezes aparentemente descoordenados. Portanto, apreender
tudo isso às vezes pode ser uma tarefa difícil ou até mesmo impossível. No
entanto, o profissional nunca deve desanimar, pois é o desejo de manter
uma vida que o faz presente com seus cuidados.
Durante o desenvolvimento de sua tese em especial na fase de coleta de
dados em uma unidade de emergência, Coelho (1997) questionava como
um recurso tecnológico poderia apreender a especificidade e a distinção do
cuidado em toda a sua dinâmica e sequência de ações que, num primeiro
momento, parecem o caos, mas que contém, em seu núcleo, uma ordem e
uma sequência lógica. No cotidiano, nos serviços de emergência, tudo se
desarmoniza no ambiente. É a desordem buscando uma ordem: a vida.
A equipe de saúde e de enfermagem que faz a emergência funcionar
atua como peça fundamental para que toda a máquina funcione. Se a en-
fermagem pára ou não faz com competência e compromisso o seu traba-
lho, o atendimento pára e isso pode colocar tudo em risco.
Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência
169
Observando a enfermagem trabalhar é que se dá conta do quanto é
importante seu trabalho, que não se trata apenas de parceria, mas também
de apoio, articulação e provisão de condições e materiais para que o cuidado
de todos seja realizado de forma satisfatória.
Funções da Enfermagem na Emergência
Durante todo o processo do cuidar não se pode esquecer que esta ação
é sócio-histórica. No cotidiano da emergência surgem situações que exi-
gem do profissional competência, intuição e ação; estética e ambiência;
criatividade para criar habilidades motoras e sensibilidade para moldar o
cuidado.
Esse processo de cuidar que envolve saber-­fazer acontece em diversos
momentos, caracterizados como:
•	 diagnóstico: trata-se do histórico e da evolução da situação. Durante essa
fase são observados:
–	 comportamento, sinais e signos objetivos e subjetivos;
–	 emoções que se apresentam nas relações e interações;
•	 intervenção: são consideradas todas as dimensões: biológica, psicológica,
sociológica e espiritual.
Cuidar em emergência é um ritual específico e distinto, que compreen-
de basicamente vigiar e vigilância:
•	 cuidado com o ambiente;
•	 cuidado com as pessoas que atuam na emergência.
170
Enfermagem: Cuidando em Emergência
Atenção
Vigiar e vigilância exigem também, além da ação racional fundamental, que os profis-
sionais sejam intuitivos; criativos; solidários; sensíveis e que considerem o conheci-
mento do senso comum de sua equipe.
Cuidados de Emergência em Enfermagem
Cuidado de alerta
O que é relevante aqui, é a idéia de intensidade dos cuidados, bem
como os equipamentos, material e pessoal especializado, obedecendo-se a
princípios de interação e funcionalidade. Tudo deve estar preparado nos
mínimos detalhes técnicos. Não pode faltar o necessário para o estabele-
cimento do diagnóstico e a implementação terapêutica para a prestação
de cuidados necessários para salvar vidas. Tais cuidados exigem, predo-
minantemente, atividades cognitivas psicomotoras. O cuidado de alerta
não segue a rotina dos outros setores. Tudo é imediato; uma expectativa
constante pelo que poderá chegar ou acontecer.
Cuidado de guerra
Emerge do confronto entre a vida e a morte. A todo momento chegam
clientes com os mais diversos tipos de queixas e há também as enormes
filas. No cuidado de guerra, destacam-se as ações de triar, diagnosticar e
atender à fase aguda, além da de manter em observação aqueles clientes
sem condições de serem liberados. Tudo isso requer uma semiótica por
Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência
171
parte da equipe de enfermagem, que deve saber identificar sinais e sinto-
mas indicadores de gravidade. A leitura e a interpretação dos sinais, sen-
sações e sintomas corporais, da evolução da doença ou das circunstâncias
que envolvem o cliente e sua perspectiva de cura e de morte são pontos
básicos para o cuidado de guerra. Trata-se de um confronto entre a vida e
a morte, numa utilização de todos os recursos que a enfermagem dispõe
para utilizar.
Cuidado contingencial
Delineia-se pelo investimento de todos os recursos de que a enfermei-
ra e sua equipe dispõem. São os esforços coletivos para salvar o cliente
numa atitude de vigilância, uma espécie de “radar” para detectar qualquer
anormalidade ou sintoma alarmante. A sua principal característica são os
modos e a tecnologia do cuidar como ato concreto, além de uma atenção
especial aos aspectos subjetivos que se encontram no ambiente e nos clien-
tes, já que estes necessitam de uma observação detalhada. É importante
que o profissional fique vigilante para detectar qualquer anormalidade ou
aparecimento de sintomas intensos.
Cuidado contínuo
É o momento em que ocorrem a manutenção e a seqüência do cui-
dar diário. Envolve os rituais diários, como a higiene por exemplo. Tem a
função de prevenção, manutenção da vida e impedimento do surgimento
de seqüelas que possam agravar o quadro do cliente. Fundamenta-se nas
necessidades universais do ser humano e exige cuidados básicos de enfer-
magem, é o cuidar do corpo em seqüência, numa sistematização contínua
172
Enfermagem: Cuidando em Emergência
que determina regras e modos de proceder. Visa inicialmente a correção de
situações que ameaçam a vida do cliente ou ao atendimento de uma série
de desvios clínicos agudizados.
Cuidado dinâmico
Engloba os cuidados feitos num contato relativamente curto e rápido.
Os clientes são atendidos de forma simultânea: enquanto alguns estão sen-
do cuidados, outros chegam, somando-se àqueles. Uma das características
do cuidado dinâmico é a intensidade com que são realizados os cuidados
(devido a concentração numérica de clientes graves sujeitos a possíveis mu-
danças abruptas em suas condições orgânicas).
Cuidado expressivo
Assume a forma de encorajamento, com o intuito de incentivar o clien-
te a lutar e reagir. O profissional se utiliza dos sentidos, através de uma rela-
ção interpessoal, que contém a linguagem verbal e não verbal para ampliar
suas ações de cuidar. O corpo expressivo do enfermeiro traduz sentimento
e é o seu instrumento de trabalho e atuação, estando em sintonia com os
corpos expressivos dos clientes, no contexto do cuidar expressivo.
Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência
173
Cuidado anônimo
Existem quadros que só são vistos na unidade de emergência, e um de-
les é o cuidado anônimo. O cliente que não porta nenhum documento de
identidade e está inconsciente é inicialmente registrado como “desconhe-
cido”. No espaço reservado para o seu nome, no prontuário, esse cliente
é descrito por meio de expressões com as seguintes: “um homem”, “uma
mulher”, “uma criança”, assim como ocorre com a cor: branca, negra ou
parda e a idade aparente.
Alguns cuidados são fundamentais, tais como: fazer a pulseira do clien-
te, acompanhar as alterações do seu nível de consciência, registrar suas
decrições no boletim de atendimento e prendê-lo na maca-leito, sem dei-
xar que escape. Todas essas ações caracterizam o cuidado de preservação
nominal, que tem o intuito de resgatar a identidade do cliente, situando-o
no tempo e no espaço. No caso de morte violenta, evidente ou suspeita, o
corpo deverá ser encaminhado ao IML, com informações registradas em
uma guia especial, muitas vezes sem a identificação nominal.
Cuidado multifaces
É aquele que tem muitas outras faces interligando-o, tornando-o sin-
gular e múltiplo. Trata-se de uma intersecção entre várias áreas de conheci-
mento de saúde, aliadas a outros conhecimentos. Sua construção tem suas
bases nas áreas de antropologia, sociologia, economia, política e diploma-
cia (nos limites nacional e internacional), no caso de cuidados prestados a
estrangeiros, e envolvendo sua nacionalidade, cultura, idioma, símbolos e
vivências. É comum o cuidado a clientes portadores de mais de um mal,
174
Enfermagem: Cuidando em Emergência
como por exemplo, um acidentado com uma doença infecto-parasitária
ou crônica ou simplesmente com um quadro agudizado de tuberculose,
meningite, hepatite, tétano, escabiose, a pediculose, entre outras enfer-
midades. O profissional deve escutar o cliente e demonstrar interesse em
conhecer a história de cada uma das pessoas que estão sendo cuidadas fa-
zendo as devidas conexões.
Uma das funções do enfermeiro é discernir não só a gravidade do caso,
mas também o perigo de transmissão da doença básica para os outros clien-
tes e para a equipe de enfermagem, assim como os casos extremos de agi-
tação psicomotora. Nos casos dos clientes psiquiátricos ou com quadro
de desorientação psíquica causada por descompensação orgânica, deve-se
conquistar a sua confiança, penetrando de uma maneira positiva e terapêu-
tica no seu mundo interior, para que o cuidado ocorra satisfatóriamente.
Cuidado ao que se encontra à margem social
Trata-se do aspecto jurídico-policial das situações surgidas, quando o
cliente é levado à unidade de emergência por policiais, na maioria das vezes
ferido durante uma troca de tiros com as autoridades e em outras circuns-
tâncias similares. É preciso bom senso para se lidar com tal situação. No
caso de posse ou ingestão de drogas, o enfermeiro deve recolher, contar e
descrever o material na presença de uma testemunha, encaminhando-o ao
policial de plantão. Isso também deve ser feito com os projéteis e corpos
estranhos retirados das lesões, que deverão ser identificados, relacionados
e entregues à administração do hospital, para encaminhamento às autori-
dades competentes.
Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência
175
Cuidado à população de rua
É o cuidado prestado a crianças e idosos abandonados ou não pelos
familiares: crianças de rua, mendigos, pessoas sem residência fixa, que bus-
cam abrigo e comida na unidade de emergência. Representa a prescrição
de um corpo debilitado que precisa de alimentos e abrigo como forma
terapêutica.
O cuidado fundamental é confortar, proporcionar um espaço para abri-
gar o cliente na sala de atendimento, e comida para saciar a sua fome.
Trata-se também de uma questão social, de educação e de saúde pública.
Os cuidados desenvolvidos ultrapassam a terapêutica medicamentosa pre-
conizada pelo modelo biomédico.
Um dos incômodos é a ausência de higiene, com a qual se precisa convi-
ver, respeitando “a diferença”. Os cuidados tomam um sentido de propor-
cionar um conforto temporário, mas com dedicação, respeito e a expressão
da arte de unir ciência e humanidade.
Cuidado mural
O objetivo é o de advertência e de direção. Sua criação é fundamenta-
da na prevenção, na vigilância e na situação-limite, proporcionando um
esquema de ação ágil e seguro, num encadeamento lógico e coerente de
raciocínio. Trata-se da descrição de cuidados estratégicos, afixada nas pare-
des do posto de enfermagem, em local de destaque e de fácil visualização;
proporcionando uma ação rápida, como um mapa. Como exemplo têm-se
a escala de Glasgow e a classificação para afogados de Szpilman.
176
Enfermagem: Cuidando em Emergência
Cuidado perto/distante
Envolve os órgãos dos sentidos dos enfermeiros, acionados pela situação
de alerta, pelos instrumentos e equipamentos, ampliando a capacidade na-
tural de sentir, ouvir o ruído do respirador, a respiração estertorosa, gemi-
dos, silêncios prolongados, entre outros ruídos apreendidos pelos sentidos
e compostos de dados intuitivos, dos quais, mesmo distante, o enfermeiro
continua cuidando, captando e identificando, com os seus sentidos, uma
situação de risco para o cliente. Utiliza-se dos sentidos perceptivos como
olfato, tato, audição, visão, paladar e percepção como instrumentos de ma-
nutenção dos cuidados. Todos os sentidos estão presentes, impregnando os
cuidados dos enfermeiros e/ou dos técnicos de enfermagem.
Muitos clientes necessitam desse tipo de cuidado por conta da dificulda-
de de comunicação por meio da expressão verbal e de direção espaciotem-
poral. Essa dificuldade é causada por circunstâncias clínicas ou traumáticas,
impossibilitando a comunicação e a expressão. São situações que envolvem a
fala; deficiências auditivas, como o traumatismo bucofacial, traqueostomia,
surdo-mudez; deficiências visuais; deformidades congênitas ou adquiridas;
ausência de percepção tátil, entre outras. Às vezes, a própria circunstância
de sua admissão no setor de emergência requer tais cuidados.
Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência
177
Cuidado ao corpo (semi)morto
Esta é uma temática delicada, pois apresenta múltiplos aspectos, tanto
na unidade de emergência, quanto na forma geral. Na unidade de emer-
gência, existe a questão da responsabilidade, tanto no aspecto moral e éti-
co, como no jurídico-policial, principalmente no caso de mortes de origem
suspeita, as chamadas “C.P.” (caso policial). Na unidade de emergência são
muitas as polêmicas e poucas as respostas aos questionamentos surgidos no
enfrentamento do dilema vida/morte no cotidiano do cuidar.
De um lado, há a filosofia que norteia o cuidado de emergência para
salvar vidas e a valorização do desempenho técnico altamente qualificado;
do outro lado, há o momento de parar, sem incorrer na questão polêmica
da imprudência, imperícia, negligência ou eutanásia.
O direito de morrer em paz, com dignidade e sem sofrimento é algo
que não pode ser esquecido, pois implica o respeito ao ser humano. A linha
tênue entre salvar a vida e permitir a morte digna, no cuidado de emergên-
cia, é um desafio para o enfermeiro. A morte na emergência engloba uma
série de etapas, envolvendo recursos técnicos e podendo levar várias horas,
dias, meses ou anos. A morte de todo o corpo ou de uma de suas partes faz
parte do cotidiano do cuidar nas salas de atendimento de emergência.
Outro aspecto é o corpo semimorto, isto é, quando há constatação da
morte biológica (cerebral) por meios diagnósticos. É considerado fora de
possibilidade terapêutica, em morte cerebral. Os transplantes, implantes e
178
Enfermagem: Cuidando em Emergência
a biotecnologia, atualmente, fazem parte dos recursos terapêuticos, assim
como o óbito parcial.
Cuidado aos profissionais do cuidado
Pouco se fala do cuidado aos enfermeiros, técnicos e auxiliares de en-
fermagem, em que o primeiro cuida do segundo e assim por diante, numa
inter-relação entre a construção do cuidado à clientela e os seus medos
e sentimentos, que afloram em silêncio durante o cuidado. Nas salas de
atendimento de emergência, o inesperado constitui rotina, pois trata-se
de um local estressante, que leva à angústia, apreensão e ao sentimento de
medo. Esses sentimentos costumam envolver os enfermeiros e sua equi-
pe.
Cooperação e negociação configuram esse cotidiano de cuidados tão es-
peciais, distintos e específicos. As situações vivenciadas expressam momen-
tos de valorização e apoio para a equipe de enfermagem realizadas pelas
enfermeiras e, ao mesmo tempo, um ônus a mais ao polivalente exercício
profissional.
Considerações Finais
No cuidado de enfermagem em emergência, o senso comum faz parte
do conhecimento dos enfermeiros e envolve conhecimentos sobre política,
economia etc, além de obrigá-los a saber que os clientes são sócio-his-
tóricos e têm direitos humanos a serem assegurados, inclusive em nível
internacional.
O cuidado de enfermagem em emergência, quando operacionalizado,
dá origem aos cuidados entendidos como específicos encontrados em situa-
ções do cotidiano como as que foram descritas anteriormente. Os cuidados
Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência
179
de enfermagem, em sua totalidade, resumem a terapêutica de responsabi-
lidade do enfermeiro. O importante é que o profissional de enferma­gem
conheça o cotidiano de sua arte e saiba que o cuidado envolve questões
sociais, políticas, econômicas, de saúde pública e de educação, articuladas
a uma questão jurídico-penal e policial, englobando e articulando conhe-
cimentos que não pertencem à área de enfermagem.
As abordagens nessa área de conhecimento de enfermagem – a de emer-
gência – são peculiares e vitais, pois são ações que têm a função de man-
ter o cliente vivo. O cuidado de enfermagem em emergência articula-se
através de uma rede com várias linhas imaginárias, que partem de quatro
princípios: agilidade, criatividade, humanismo e tecnologia.

More Related Content

What's hot

Higienização das mãos
Higienização das mãosHigienização das mãos
Higienização das mãoscrisenf
 
Multiplas vitimas Prof Silvio
 Multiplas vitimas Prof Silvio Multiplas vitimas Prof Silvio
Multiplas vitimas Prof SilvioProf Silvio Rosa
 
Prevenção e combate a incêndios
Prevenção e combate a incêndiosPrevenção e combate a incêndios
Prevenção e combate a incêndiosHeitor Galvão
 
Trauma, colisão e quedas
Trauma, colisão e quedasTrauma, colisão e quedas
Trauma, colisão e quedasbodywinner
 
Biossegurança na enfermagem
Biossegurança na enfermagemBiossegurança na enfermagem
Biossegurança na enfermagemJuliana Maciel
 
Atendimento Pré Hospitalar
Atendimento Pré HospitalarAtendimento Pré Hospitalar
Atendimento Pré HospitalarVivi Medeiros
 
arrumação de leito.pptx
arrumação de leito.pptxarrumação de leito.pptx
arrumação de leito.pptxluciaitsp
 
CIT - RS- Peçonhentos - Bombeiros
CIT - RS- Peçonhentos - BombeirosCIT - RS- Peçonhentos - Bombeiros
CIT - RS- Peçonhentos - BombeirosDeise
 
Primeiros Socorros - manobra_de_heimlich_num_adulto_consciente[1]
Primeiros Socorros - manobra_de_heimlich_num_adulto_consciente[1]Primeiros Socorros - manobra_de_heimlich_num_adulto_consciente[1]
Primeiros Socorros - manobra_de_heimlich_num_adulto_consciente[1]João Pedro
 

What's hot (20)

Atendimento pré hospitalar aula 01 iesm
Atendimento pré hospitalar aula 01 iesmAtendimento pré hospitalar aula 01 iesm
Atendimento pré hospitalar aula 01 iesm
 
Ovace
OvaceOvace
Ovace
 
NR7 PCMSO
NR7 PCMSONR7 PCMSO
NR7 PCMSO
 
Primeiros socorros
Primeiros socorrosPrimeiros socorros
Primeiros socorros
 
Higienização das mãos
Higienização das mãosHigienização das mãos
Higienização das mãos
 
Multiplas vitimas Prof Silvio
 Multiplas vitimas Prof Silvio Multiplas vitimas Prof Silvio
Multiplas vitimas Prof Silvio
 
Nr 32
Nr 32Nr 32
Nr 32
 
Start
StartStart
Start
 
Prevenção e combate a incêndios
Prevenção e combate a incêndiosPrevenção e combate a incêndios
Prevenção e combate a incêndios
 
Trauma, colisão e quedas
Trauma, colisão e quedasTrauma, colisão e quedas
Trauma, colisão e quedas
 
Certificado cipa
Certificado cipaCertificado cipa
Certificado cipa
 
Biossegurança na enfermagem
Biossegurança na enfermagemBiossegurança na enfermagem
Biossegurança na enfermagem
 
Atendimento Pré Hospitalar
Atendimento Pré HospitalarAtendimento Pré Hospitalar
Atendimento Pré Hospitalar
 
Acidentes com multiplas vitimas
Acidentes com multiplas vitimasAcidentes com multiplas vitimas
Acidentes com multiplas vitimas
 
Urgência e emergência
Urgência e emergênciaUrgência e emergência
Urgência e emergência
 
Suporte Básico Vida
Suporte Básico VidaSuporte Básico Vida
Suporte Básico Vida
 
arrumação de leito.pptx
arrumação de leito.pptxarrumação de leito.pptx
arrumação de leito.pptx
 
CIT - RS- Peçonhentos - Bombeiros
CIT - RS- Peçonhentos - BombeirosCIT - RS- Peçonhentos - Bombeiros
CIT - RS- Peçonhentos - Bombeiros
 
Aula04FE.pdf
Aula04FE.pdfAula04FE.pdf
Aula04FE.pdf
 
Primeiros Socorros - manobra_de_heimlich_num_adulto_consciente[1]
Primeiros Socorros - manobra_de_heimlich_num_adulto_consciente[1]Primeiros Socorros - manobra_de_heimlich_num_adulto_consciente[1]
Primeiros Socorros - manobra_de_heimlich_num_adulto_consciente[1]
 

Similar to Livro cuidando em emergencia

Enfermagem em neonatologia
Enfermagem em neonatologiaEnfermagem em neonatologia
Enfermagem em neonatologiaCarlos Seabra
 
Hipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmicaHipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmicaVirginia Boger
 
CAB15 HIPERTENSÃO.pdf
CAB15 HIPERTENSÃO.pdfCAB15 HIPERTENSÃO.pdf
CAB15 HIPERTENSÃO.pdfMinBrenda
 
Modulo 4 medidas de prevencao de ira a saude
Modulo 4 medidas de prevencao de ira a saudeModulo 4 medidas de prevencao de ira a saude
Modulo 4 medidas de prevencao de ira a saudeLary Carla
 
Ministerio da saude - asma_rinite
Ministerio da saude - asma_riniteMinisterio da saude - asma_rinite
Ministerio da saude - asma_riniteNatha Fisioterapia
 
0627-L - Atenção humanizada ao abortamento - Norma técnica
0627-L - Atenção humanizada ao abortamento - Norma técnica0627-L - Atenção humanizada ao abortamento - Norma técnica
0627-L - Atenção humanizada ao abortamento - Norma técnicabibliotecasaude
 
Atenção humanizada ao abortamento
Atenção humanizada ao abortamentoAtenção humanizada ao abortamento
Atenção humanizada ao abortamentoTâmara Lessa
 
manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf
manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdfmanual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf
manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdfMarcelaTessalia
 
1 assistência segura uma reflexão teórica aplicada à prática
1 assistência segura  uma reflexão teórica aplicada à prática1 assistência segura  uma reflexão teórica aplicada à prática
1 assistência segura uma reflexão teórica aplicada à práticaAlexandre Mattos
 
Livro1 assistência segura - anvisa
Livro1 assistência segura - anvisaLivro1 assistência segura - anvisa
Livro1 assistência segura - anvisagisorte
 
1 assistência segura uma reflexão teórica aplicada à prática
1 assistência segura  uma reflexão teórica aplicada à prática1 assistência segura  uma reflexão teórica aplicada à prática
1 assistência segura uma reflexão teórica aplicada à práticaAlexandre Mattos
 
INEM - Manual de Suporte Básico de Vida.pdf
INEM - Manual de Suporte Básico de Vida.pdfINEM - Manual de Suporte Básico de Vida.pdf
INEM - Manual de Suporte Básico de Vida.pdfClarisseMorris1
 
Manual vigilancia controle_leishmaniose_visceral_1edicao
Manual vigilancia controle_leishmaniose_visceral_1edicaoManual vigilancia controle_leishmaniose_visceral_1edicao
Manual vigilancia controle_leishmaniose_visceral_1edicaoCentro Universitário Ages
 
Manual pre natal_puerperio_3ed
Manual pre natal_puerperio_3edManual pre natal_puerperio_3ed
Manual pre natal_puerperio_3edSamantha Moreira
 
Manual TéCnico Pré Natal E PuerpéRio AtençãO Qualificada E Humanizada
Manual TéCnico   Pré Natal E PuerpéRio   AtençãO Qualificada E HumanizadaManual TéCnico   Pré Natal E PuerpéRio   AtençãO Qualificada E Humanizada
Manual TéCnico Pré Natal E PuerpéRio AtençãO Qualificada E HumanizadaBiblioteca Virtual
 
guia_coleta_sangue.pdf
guia_coleta_sangue.pdfguia_coleta_sangue.pdf
guia_coleta_sangue.pdfGeovana654578
 

Similar to Livro cuidando em emergencia (20)

Enfermagem em neonatologia
Enfermagem em neonatologiaEnfermagem em neonatologia
Enfermagem em neonatologia
 
Hipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmicaHipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmica
 
CAB15 HIPERTENSÃO.pdf
CAB15 HIPERTENSÃO.pdfCAB15 HIPERTENSÃO.pdf
CAB15 HIPERTENSÃO.pdf
 
Modulo 4 medidas de prevencao de ira a saude
Modulo 4 medidas de prevencao de ira a saudeModulo 4 medidas de prevencao de ira a saude
Modulo 4 medidas de prevencao de ira a saude
 
Asma e rinite
Asma e riniteAsma e rinite
Asma e rinite
 
Ministerio da saude - asma_rinite
Ministerio da saude - asma_riniteMinisterio da saude - asma_rinite
Ministerio da saude - asma_rinite
 
0627-L - Atenção humanizada ao abortamento - Norma técnica
0627-L - Atenção humanizada ao abortamento - Norma técnica0627-L - Atenção humanizada ao abortamento - Norma técnica
0627-L - Atenção humanizada ao abortamento - Norma técnica
 
Atenção humanizada ao abortamento
Atenção humanizada ao abortamentoAtenção humanizada ao abortamento
Atenção humanizada ao abortamento
 
manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf
manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdfmanual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf
manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf
 
Modulo principios epidemiologia_2
Modulo principios epidemiologia_2Modulo principios epidemiologia_2
Modulo principios epidemiologia_2
 
1 assistência segura uma reflexão teórica aplicada à prática
1 assistência segura  uma reflexão teórica aplicada à prática1 assistência segura  uma reflexão teórica aplicada à prática
1 assistência segura uma reflexão teórica aplicada à prática
 
Livro1 assistência segura - anvisa
Livro1 assistência segura - anvisaLivro1 assistência segura - anvisa
Livro1 assistência segura - anvisa
 
1 assistência segura uma reflexão teórica aplicada à prática
1 assistência segura  uma reflexão teórica aplicada à prática1 assistência segura  uma reflexão teórica aplicada à prática
1 assistência segura uma reflexão teórica aplicada à prática
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do paciente
 
INEM - Manual de Suporte Básico de Vida.pdf
INEM - Manual de Suporte Básico de Vida.pdfINEM - Manual de Suporte Básico de Vida.pdf
INEM - Manual de Suporte Básico de Vida.pdf
 
Manual vigilancia controle_leishmaniose_visceral_1edicao
Manual vigilancia controle_leishmaniose_visceral_1edicaoManual vigilancia controle_leishmaniose_visceral_1edicao
Manual vigilancia controle_leishmaniose_visceral_1edicao
 
Manual pre natal_puerperio_3ed
Manual pre natal_puerperio_3edManual pre natal_puerperio_3ed
Manual pre natal_puerperio_3ed
 
Manual TéCnico Pré Natal E PuerpéRio AtençãO Qualificada E Humanizada
Manual TéCnico   Pré Natal E PuerpéRio   AtençãO Qualificada E HumanizadaManual TéCnico   Pré Natal E PuerpéRio   AtençãO Qualificada E Humanizada
Manual TéCnico Pré Natal E PuerpéRio AtençãO Qualificada E Humanizada
 
guia_coleta_sangue.pdf
guia_coleta_sangue.pdfguia_coleta_sangue.pdf
guia_coleta_sangue.pdf
 
modulo-9-infeccoes-virais.pdf
modulo-9-infeccoes-virais.pdfmodulo-9-infeccoes-virais.pdf
modulo-9-infeccoes-virais.pdf
 

Recently uploaded

UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 

Recently uploaded (20)

UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 

Livro cuidando em emergencia

  • 2. ENFERMAGEM: CUIDANDO EM EMERGência Organizadora Nébia Maria Almeida de Figueiredo 2a edição revisada
  • 3. Copyright © 2006 Yendis Editora Ltda. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora. Editor: Maxwell M. Fernandes Coordenação editorial: Anna Yue e Juliana Simionato Projeto gráfico e editoração eletrônica: Francisco Lavorini Revisão de português: Rafael Faber Fernandes Capa: Lizandra Maluf Pichinini Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Enfermagem : cuidando em emergência / organizadora Nébia Maria Almeida de Figueiredo. – 2. ed. rev. – São Caetano do Sul, SP : Yendis ­Editora, 2006. Bibliografia ISBN 85-98859-86-9 1. Enfermagem em emergências I. Figueiredo, Nébia Maria Almeida de. 06-8273 CDD-610.7361 Índices para catálogo sistemático: 1. Cuidados de enfermagem : Emergências médicas : Ciências médicas  610.7361 2. Emergências médicas : Cuidados de enfermagem : Ciências médicas  610.7361 Impresso no Brasil Printed in Brazil Yendis Editora Ltda. Av. Guido Aliberti, 3069 – São Caetano do Sul – SP Tel./Fax: (11) 4224-9400 yendis@yendis.com.br www.yendis.com.br
  • 4. V Organizadora Nébia Maria Almeida de Figueiredo Pró-reitora de extensão e assuntos comunitários. Livre-docente em Administração de EnfermagempelaUniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro(UniRio).Doutoraem Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Coordenadora do cur- so de pós-graduação (mestrado) e Professora Titular em Fundamentos de Enfermagem da UNIRIO. Área de atuação/produção: Cuidados de Enfermagem, Fundamentos de Enfermagem e Administração de Enfermagem.
  • 5. VII Álvaro Alberto de Bittencourt Vieira Doutor em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Mestre em Enfermagem pela UniRio. Área de atuação: Enfermagem de Emergência, Saber de Enfermagem Hospitalar, Cuidado de Enfermagem Hospitalar, Administração Hospitalar e Direito Médico. Carlos Roberto Lyra da Silva Doutorando em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Mestre em Enfermagem pela UNIRIO. Professor Assistente da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO). Área de atuação/produção: Fundamentos de Enfermagem, Cuidado de Enfermagem. Colaboradores
  • 6. VIII Enfermagem: Cuidando em Emergência Iraci dos Santos Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Livre-docente/Professora Titular em Pesquisa de Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Área de atuação/ produção: Administração de Enfermagem e Pesquisa Sociopoética. Joséte Luzia Leite Livre-docente pela UniRio. Professora Visitante da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Professora Emérita pela UniRio. Maria Aparecida de Luca Nascimento Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Professora Adjunta da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO). Área de atuação/produção: Enfermagem Pediátrica. Maria José Coelho Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Pesquisadora do CNPq. Áreas de atuação: Enfermagem Médico-cirúrgica, Enfermagem de Doenças Contagiosas, Ensino– Aprendizagem e Administração de Unidades Educativas. Marluci Andrade Conceição Stipp Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Professora Adjunta da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Área de atuação/produção: Enfermagem Cardiovascular, Gerência, Cuidados de Enfermagem. Nalva Pereira Caldas Livre-docenteeDoutoraemAdministraçãodeEnfermagempelaPontifíciaUniversidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Mestre em Administração Pública e Especialista em Administração de Pessoal e Organização e Métodos pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV). Professora Emérita pela Uerj. Área de atuação: orientação de pesquisas de iniciação científica e de extensão, e responsável pelo Centro de Memória da Faculdade de Enfermagem da Uerj. Roberto Carlos Lyra da Silva Enfermeiro. Doutorando em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Mestre em Enfermagem pela UERJ. Professor Assistente da Disciplina de
  • 7. Colaboradores IX Semiologia, nos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/ UNIRIO). Teresa Tonini Doutoranda em Medicina Social pela UERJ. Mestre em Enfermagem Psiquiátrica pela UERJ. Professora Assistente do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO). Especialista em Administração dos Serviços de Saúde. Área de atuação/produção: Fundamentos de Enfermagem e Saúde Coletiva, Administração e Cuidados de Enfermagem, Gestão em Saúde. Terezinha Feliciano Vilma de Carvalho Enfermeira pela Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Pós-graduação em Teaching Medical – Surgical Nursing pela Wayne State University, Detroit (Michigan, EUA). Bacharela e licenciada em Filosofia pela Uerj. Livre-docente/Professora Titular em Enfermagem de Saúde Pública da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Professora emérita pela UFRJ. Wiliam César Alves Machado DoutoremEnfermagempelaEscoladeEnfermagemAnnaNery(EEAN/UFRJ).Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO). Professor Titular da Faculdade de Ciências da Saúde de Juiz de Fora da Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac). Pesquisador da Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular (Funadesp). Área de atuação/produção: Enfermagem Fundamental, Cuidados de Enfermagem, História da Enfermagem, Reabilitação, Inclusão Social das Pessoas com Deficiência.
  • 8. X Enfermagem: Cuidando em Emergência Coordenadora Fotográfica e Revisão Técnica Dirce Laplaca Viana Mestre em Ciências pelo Departamento de Enfermagem da Unifesp-EPM. Especialista em Pediatria pelo Instituto da Criança – Hospital das Clínicas/FMUSP. Docente no cur- so de Especialização em Enfermagem Hospitalar à Criança e ao Adolescente e no cur- so de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos e Emergência à Criança e ao Adolescente no Instituto da Criança – Hospital das Clínicas/FMUSP. Enfermeira na Educação Continuada do Instituto da Criança – Hospital das Clínicas/FMUSP.
  • 9. XI Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . XV 1. O Corpo em Emergências Básicas . . . . . . . . . 1 Anatomia Humana . . . . . . . . . . . . . . . 13 Sistema Musculoesquelético . . . . . . . . . . . . 9 2. O Atendimento de Emergência no Brasil . . . . . . . 13 Cuidando do Cliente no Hospital e na Emergência . . . . 19 3. Cuidando em Acidentes . . . . . . . . . . . . . 31 Riscos Concretos . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Riscos Subjetivos . . . . . . . . . . . . . . . . 61
  • 10. XII Enfermagem: Cuidando em Emergência 4. O Atendimento Pré-hospitalar . . . . . . . . . . . 63 Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Recursos Humanos . . . . . . . . . . . . . . . 66 Veículos de Pré-hospitalar . . . . . . . . . . . . 68 Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Material para Liberação das Vias Aéreas . . . . . . . 78 Triagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Simple Triage and Rapid Treatment (Start – Triagem Simples e Tratamento Rápido) . . . . 91 Parâmetros Normais dos Sinais Vitais . . . . . . . . 95 Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) . . . . . . . . 100 Elaboração de um Relatório de Emergência . . . . . . 110 5. Conceitos em Emergência Hospitalar . . . . . . . . 115 O Cuidado de Enfermagem . . . . . . . . . . . . 116 Organização . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Apoio Legal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Condições de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . 118 Unidade de Emergência . . . . . . . . . . . . . 118 O Trabalho de Enfermagem . . . . . . . . . . . . 123 6. Cuidando em Emergência Hospitalar . . . . . . . . . 127 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Triagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 Doenças mais Comuns na Emergência . . . . . . . . 137 Cuidados Domiciliares . . . . . . . . . . . . . . 165 7. Tipos de Cuidado em Emergência . . . . . . . . . . 167 Considerações . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 Funções da Enfermagem na Emergência . . . . . . . 169 Os Cuidados de Emergência em Enfermagem . . . . . 170 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . 178
  • 11. Sumário XIII 8. Ética no Atendimento de Pronto-socorro . . . . . . . 181 Ética em Emergência . . . . . . . . . . . . . . 183 O Cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 A Legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 9. Emergências em Cardiologia . . . . . . . . . . . 195 Dor Torácica . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 Exame Físico . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 Avaliação dos Clientes . . . . . . . . . . . . . . 207 10. Emergências Pediátricas . . . . . . . . . . . . 215 Principais Emergências Respiratórias . . . . . . . . 217 Principais Emergências Neurológicas . . . . . . . . 218 Principais Emergências Ginecológicas . . . . . . . . 220 Cuidados de Enfermagem . . . . . . . . . . . . 220 O Ambiente no Pronto-socorro ou Unidade de Emergência . . . . . . . . . . . . . . . . 230 Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . 323
  • 12. XV Apresentação Acidentes são eventos que não escolhem vítimas. Podem acometer crian- ças, adultos e idosos. Acontecem, na grande maioria das vezes, inesperada- mente, embora em alguns casos sejam perfeitamente previsíveis, mas que, por alguma falha, geralmente inobservância de medidas de segurança, acabam acontecendo. Acidentes podem acontecer em casa, na rua ou no trabalho, exigindo intervenção imediata na tentativa de minimizar os danos que pode- rão pôr em risco a vida de suas vítimas. Essas intervenções são freqüentemente denominadas intervenções de emergência ou de urgência. Elas podem ser clínicas ou cirúrgicas, dependen- do da gravidade do comprometimento orgânico. A presente obra é ousada, pois ensina não somente a enfermeiros, técni- cos, auxiliares e acadêmicos de enfermagem, mas também a leitores leigos, que serão capazes de cuidar de pessoas em situações de emergência, vitima-
  • 13. XVI Enfermagem: Cuidando em Emergência das por acidentes domésticos, urbanos e de trabalho. De posse dos conhe- cimentos e ensinamentos deste livro, poderão prestar cuidados básicos e serão capazes de garantir uma sobrevida, até que medidas mais avançadas sejam tomadas, pois esta obra não pretende, em hipótese alguma, apresen- tar cuidados relacionados ao suporte avançado de vida. Neste livro, consideramos oportuno abordar, entre outros assuntos, os aspectos relacionados ao corpo em situação de emergência, bem como apre- sentar um breve contexto histórico do atendimento de emergência no Brasil, por considerá-los temas pouco explorados nas literaturas especializadas. Como não poderia deixar de ser, reservamos um capítulo para tratar dos cuidados de enfermagem em situações de emergências pediátricas, pois acre- ditamos tratar-se de uma clientela que necessita de intervenções e cuidados altamente especializados. Desejamos que nossos leitores aproveitem ao máximo os ensinamentos presentes neste livro, produto da experiência profissional de cada um de nós. Tenham todos uma boa leitura. Professor Roberto Carlos Lyra da Silva
  • 14. 167 Capítulo 7 Tipos de Cuidado em Emergência Este capítulo é mais que atual e traz para conhecimento de estudantes de graduação e de nível técnico resultados de um estudo de tese de doutorado sobre a morfologia do cuidar em emergência, realizado pela Dra. Maria José Coelho. Nesse estudo, foram encontrados 14 tipos de cuidados, identificados em diversas situações de emergência em meio à ordem e à desordem que se cria para se manter e salvar uma vida. São tipos de cuidados com diversas variações, mas comportando a mesma essência, todos descritos pela enfermagem de nível superior e técnico. As ações de cuidar também são carregadas de silêncio na imensa confusão e tensão em que o cuidado acontece. Essas ações são desenvolvidas na relação cliente/enfermagem, numa convivência interdisciplinar e multiprofissional, em que todos percebem e vêem o que a enfermagem faz. Porém, em nível Maria José Coelho Nébia Maria Almeida de Figueiredo Vilma de Carvalho
  • 15. 168 Enfermagem: Cuidando em Emergência macrossocial, poucas pessoas conseguem apreender a complexidade e a es- pecificidade de suas ações. Considerações Os cuidados de enfermagem fazem parte de um mundo silencioso, res- trito geralmente à unidade, setor ou local conhecidos como cenário de cuidar. Para o público em geral, em seu imaginário popular, a função da enfermagem restringe-se a fazer curativos e ministrar medicação. Daí sa- ber que a enfermagem trabalha num mundo próprio que, na emergência, é mais diferenciado, pois é nele que circulam as possibilidades de vida e morte. É nessa fronteira que a enfermagem se faz presente. A prática da enfermagem é composta por uma multiplicidade de téc- nicas e táticas bem articuladas. Os cuidados acontecem em momentos rá- pidos e muitas vezes aparentemente descoordenados. Portanto, apreender tudo isso às vezes pode ser uma tarefa difícil ou até mesmo impossível. No entanto, o profissional nunca deve desanimar, pois é o desejo de manter uma vida que o faz presente com seus cuidados. Durante o desenvolvimento de sua tese em especial na fase de coleta de dados em uma unidade de emergência, Coelho (1997) questionava como um recurso tecnológico poderia apreender a especificidade e a distinção do cuidado em toda a sua dinâmica e sequência de ações que, num primeiro momento, parecem o caos, mas que contém, em seu núcleo, uma ordem e uma sequência lógica. No cotidiano, nos serviços de emergência, tudo se desarmoniza no ambiente. É a desordem buscando uma ordem: a vida. A equipe de saúde e de enfermagem que faz a emergência funcionar atua como peça fundamental para que toda a máquina funcione. Se a en- fermagem pára ou não faz com competência e compromisso o seu traba- lho, o atendimento pára e isso pode colocar tudo em risco.
  • 16. Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência 169 Observando a enfermagem trabalhar é que se dá conta do quanto é importante seu trabalho, que não se trata apenas de parceria, mas também de apoio, articulação e provisão de condições e materiais para que o cuidado de todos seja realizado de forma satisfatória. Funções da Enfermagem na Emergência Durante todo o processo do cuidar não se pode esquecer que esta ação é sócio-histórica. No cotidiano da emergência surgem situações que exi- gem do profissional competência, intuição e ação; estética e ambiência; criatividade para criar habilidades motoras e sensibilidade para moldar o cuidado. Esse processo de cuidar que envolve saber-­fazer acontece em diversos momentos, caracterizados como: • diagnóstico: trata-se do histórico e da evolução da situação. Durante essa fase são observados: – comportamento, sinais e signos objetivos e subjetivos; – emoções que se apresentam nas relações e interações; • intervenção: são consideradas todas as dimensões: biológica, psicológica, sociológica e espiritual. Cuidar em emergência é um ritual específico e distinto, que compreen- de basicamente vigiar e vigilância: • cuidado com o ambiente; • cuidado com as pessoas que atuam na emergência.
  • 17. 170 Enfermagem: Cuidando em Emergência Atenção Vigiar e vigilância exigem também, além da ação racional fundamental, que os profis- sionais sejam intuitivos; criativos; solidários; sensíveis e que considerem o conheci- mento do senso comum de sua equipe. Cuidados de Emergência em Enfermagem Cuidado de alerta O que é relevante aqui, é a idéia de intensidade dos cuidados, bem como os equipamentos, material e pessoal especializado, obedecendo-se a princípios de interação e funcionalidade. Tudo deve estar preparado nos mínimos detalhes técnicos. Não pode faltar o necessário para o estabele- cimento do diagnóstico e a implementação terapêutica para a prestação de cuidados necessários para salvar vidas. Tais cuidados exigem, predo- minantemente, atividades cognitivas psicomotoras. O cuidado de alerta não segue a rotina dos outros setores. Tudo é imediato; uma expectativa constante pelo que poderá chegar ou acontecer. Cuidado de guerra Emerge do confronto entre a vida e a morte. A todo momento chegam clientes com os mais diversos tipos de queixas e há também as enormes filas. No cuidado de guerra, destacam-se as ações de triar, diagnosticar e atender à fase aguda, além da de manter em observação aqueles clientes sem condições de serem liberados. Tudo isso requer uma semiótica por
  • 18. Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência 171 parte da equipe de enfermagem, que deve saber identificar sinais e sinto- mas indicadores de gravidade. A leitura e a interpretação dos sinais, sen- sações e sintomas corporais, da evolução da doença ou das circunstâncias que envolvem o cliente e sua perspectiva de cura e de morte são pontos básicos para o cuidado de guerra. Trata-se de um confronto entre a vida e a morte, numa utilização de todos os recursos que a enfermagem dispõe para utilizar. Cuidado contingencial Delineia-se pelo investimento de todos os recursos de que a enfermei- ra e sua equipe dispõem. São os esforços coletivos para salvar o cliente numa atitude de vigilância, uma espécie de “radar” para detectar qualquer anormalidade ou sintoma alarmante. A sua principal característica são os modos e a tecnologia do cuidar como ato concreto, além de uma atenção especial aos aspectos subjetivos que se encontram no ambiente e nos clien- tes, já que estes necessitam de uma observação detalhada. É importante que o profissional fique vigilante para detectar qualquer anormalidade ou aparecimento de sintomas intensos. Cuidado contínuo É o momento em que ocorrem a manutenção e a seqüência do cui- dar diário. Envolve os rituais diários, como a higiene por exemplo. Tem a função de prevenção, manutenção da vida e impedimento do surgimento de seqüelas que possam agravar o quadro do cliente. Fundamenta-se nas necessidades universais do ser humano e exige cuidados básicos de enfer- magem, é o cuidar do corpo em seqüência, numa sistematização contínua
  • 19. 172 Enfermagem: Cuidando em Emergência que determina regras e modos de proceder. Visa inicialmente a correção de situações que ameaçam a vida do cliente ou ao atendimento de uma série de desvios clínicos agudizados. Cuidado dinâmico Engloba os cuidados feitos num contato relativamente curto e rápido. Os clientes são atendidos de forma simultânea: enquanto alguns estão sen- do cuidados, outros chegam, somando-se àqueles. Uma das características do cuidado dinâmico é a intensidade com que são realizados os cuidados (devido a concentração numérica de clientes graves sujeitos a possíveis mu- danças abruptas em suas condições orgânicas). Cuidado expressivo Assume a forma de encorajamento, com o intuito de incentivar o clien- te a lutar e reagir. O profissional se utiliza dos sentidos, através de uma rela- ção interpessoal, que contém a linguagem verbal e não verbal para ampliar suas ações de cuidar. O corpo expressivo do enfermeiro traduz sentimento e é o seu instrumento de trabalho e atuação, estando em sintonia com os corpos expressivos dos clientes, no contexto do cuidar expressivo.
  • 20. Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência 173 Cuidado anônimo Existem quadros que só são vistos na unidade de emergência, e um de- les é o cuidado anônimo. O cliente que não porta nenhum documento de identidade e está inconsciente é inicialmente registrado como “desconhe- cido”. No espaço reservado para o seu nome, no prontuário, esse cliente é descrito por meio de expressões com as seguintes: “um homem”, “uma mulher”, “uma criança”, assim como ocorre com a cor: branca, negra ou parda e a idade aparente. Alguns cuidados são fundamentais, tais como: fazer a pulseira do clien- te, acompanhar as alterações do seu nível de consciência, registrar suas decrições no boletim de atendimento e prendê-lo na maca-leito, sem dei- xar que escape. Todas essas ações caracterizam o cuidado de preservação nominal, que tem o intuito de resgatar a identidade do cliente, situando-o no tempo e no espaço. No caso de morte violenta, evidente ou suspeita, o corpo deverá ser encaminhado ao IML, com informações registradas em uma guia especial, muitas vezes sem a identificação nominal. Cuidado multifaces É aquele que tem muitas outras faces interligando-o, tornando-o sin- gular e múltiplo. Trata-se de uma intersecção entre várias áreas de conheci- mento de saúde, aliadas a outros conhecimentos. Sua construção tem suas bases nas áreas de antropologia, sociologia, economia, política e diploma- cia (nos limites nacional e internacional), no caso de cuidados prestados a estrangeiros, e envolvendo sua nacionalidade, cultura, idioma, símbolos e vivências. É comum o cuidado a clientes portadores de mais de um mal,
  • 21. 174 Enfermagem: Cuidando em Emergência como por exemplo, um acidentado com uma doença infecto-parasitária ou crônica ou simplesmente com um quadro agudizado de tuberculose, meningite, hepatite, tétano, escabiose, a pediculose, entre outras enfer- midades. O profissional deve escutar o cliente e demonstrar interesse em conhecer a história de cada uma das pessoas que estão sendo cuidadas fa- zendo as devidas conexões. Uma das funções do enfermeiro é discernir não só a gravidade do caso, mas também o perigo de transmissão da doença básica para os outros clien- tes e para a equipe de enfermagem, assim como os casos extremos de agi- tação psicomotora. Nos casos dos clientes psiquiátricos ou com quadro de desorientação psíquica causada por descompensação orgânica, deve-se conquistar a sua confiança, penetrando de uma maneira positiva e terapêu- tica no seu mundo interior, para que o cuidado ocorra satisfatóriamente. Cuidado ao que se encontra à margem social Trata-se do aspecto jurídico-policial das situações surgidas, quando o cliente é levado à unidade de emergência por policiais, na maioria das vezes ferido durante uma troca de tiros com as autoridades e em outras circuns- tâncias similares. É preciso bom senso para se lidar com tal situação. No caso de posse ou ingestão de drogas, o enfermeiro deve recolher, contar e descrever o material na presença de uma testemunha, encaminhando-o ao policial de plantão. Isso também deve ser feito com os projéteis e corpos estranhos retirados das lesões, que deverão ser identificados, relacionados e entregues à administração do hospital, para encaminhamento às autori- dades competentes.
  • 22. Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência 175 Cuidado à população de rua É o cuidado prestado a crianças e idosos abandonados ou não pelos familiares: crianças de rua, mendigos, pessoas sem residência fixa, que bus- cam abrigo e comida na unidade de emergência. Representa a prescrição de um corpo debilitado que precisa de alimentos e abrigo como forma terapêutica. O cuidado fundamental é confortar, proporcionar um espaço para abri- gar o cliente na sala de atendimento, e comida para saciar a sua fome. Trata-se também de uma questão social, de educação e de saúde pública. Os cuidados desenvolvidos ultrapassam a terapêutica medicamentosa pre- conizada pelo modelo biomédico. Um dos incômodos é a ausência de higiene, com a qual se precisa convi- ver, respeitando “a diferença”. Os cuidados tomam um sentido de propor- cionar um conforto temporário, mas com dedicação, respeito e a expressão da arte de unir ciência e humanidade. Cuidado mural O objetivo é o de advertência e de direção. Sua criação é fundamenta- da na prevenção, na vigilância e na situação-limite, proporcionando um esquema de ação ágil e seguro, num encadeamento lógico e coerente de raciocínio. Trata-se da descrição de cuidados estratégicos, afixada nas pare- des do posto de enfermagem, em local de destaque e de fácil visualização; proporcionando uma ação rápida, como um mapa. Como exemplo têm-se a escala de Glasgow e a classificação para afogados de Szpilman.
  • 23. 176 Enfermagem: Cuidando em Emergência Cuidado perto/distante Envolve os órgãos dos sentidos dos enfermeiros, acionados pela situação de alerta, pelos instrumentos e equipamentos, ampliando a capacidade na- tural de sentir, ouvir o ruído do respirador, a respiração estertorosa, gemi- dos, silêncios prolongados, entre outros ruídos apreendidos pelos sentidos e compostos de dados intuitivos, dos quais, mesmo distante, o enfermeiro continua cuidando, captando e identificando, com os seus sentidos, uma situação de risco para o cliente. Utiliza-se dos sentidos perceptivos como olfato, tato, audição, visão, paladar e percepção como instrumentos de ma- nutenção dos cuidados. Todos os sentidos estão presentes, impregnando os cuidados dos enfermeiros e/ou dos técnicos de enfermagem. Muitos clientes necessitam desse tipo de cuidado por conta da dificulda- de de comunicação por meio da expressão verbal e de direção espaciotem- poral. Essa dificuldade é causada por circunstâncias clínicas ou traumáticas, impossibilitando a comunicação e a expressão. São situações que envolvem a fala; deficiências auditivas, como o traumatismo bucofacial, traqueostomia, surdo-mudez; deficiências visuais; deformidades congênitas ou adquiridas; ausência de percepção tátil, entre outras. Às vezes, a própria circunstância de sua admissão no setor de emergência requer tais cuidados.
  • 24. Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência 177 Cuidado ao corpo (semi)morto Esta é uma temática delicada, pois apresenta múltiplos aspectos, tanto na unidade de emergência, quanto na forma geral. Na unidade de emer- gência, existe a questão da responsabilidade, tanto no aspecto moral e éti- co, como no jurídico-policial, principalmente no caso de mortes de origem suspeita, as chamadas “C.P.” (caso policial). Na unidade de emergência são muitas as polêmicas e poucas as respostas aos questionamentos surgidos no enfrentamento do dilema vida/morte no cotidiano do cuidar. De um lado, há a filosofia que norteia o cuidado de emergência para salvar vidas e a valorização do desempenho técnico altamente qualificado; do outro lado, há o momento de parar, sem incorrer na questão polêmica da imprudência, imperícia, negligência ou eutanásia. O direito de morrer em paz, com dignidade e sem sofrimento é algo que não pode ser esquecido, pois implica o respeito ao ser humano. A linha tênue entre salvar a vida e permitir a morte digna, no cuidado de emergên- cia, é um desafio para o enfermeiro. A morte na emergência engloba uma série de etapas, envolvendo recursos técnicos e podendo levar várias horas, dias, meses ou anos. A morte de todo o corpo ou de uma de suas partes faz parte do cotidiano do cuidar nas salas de atendimento de emergência. Outro aspecto é o corpo semimorto, isto é, quando há constatação da morte biológica (cerebral) por meios diagnósticos. É considerado fora de possibilidade terapêutica, em morte cerebral. Os transplantes, implantes e
  • 25. 178 Enfermagem: Cuidando em Emergência a biotecnologia, atualmente, fazem parte dos recursos terapêuticos, assim como o óbito parcial. Cuidado aos profissionais do cuidado Pouco se fala do cuidado aos enfermeiros, técnicos e auxiliares de en- fermagem, em que o primeiro cuida do segundo e assim por diante, numa inter-relação entre a construção do cuidado à clientela e os seus medos e sentimentos, que afloram em silêncio durante o cuidado. Nas salas de atendimento de emergência, o inesperado constitui rotina, pois trata-se de um local estressante, que leva à angústia, apreensão e ao sentimento de medo. Esses sentimentos costumam envolver os enfermeiros e sua equi- pe. Cooperação e negociação configuram esse cotidiano de cuidados tão es- peciais, distintos e específicos. As situações vivenciadas expressam momen- tos de valorização e apoio para a equipe de enfermagem realizadas pelas enfermeiras e, ao mesmo tempo, um ônus a mais ao polivalente exercício profissional. Considerações Finais No cuidado de enfermagem em emergência, o senso comum faz parte do conhecimento dos enfermeiros e envolve conhecimentos sobre política, economia etc, além de obrigá-los a saber que os clientes são sócio-his- tóricos e têm direitos humanos a serem assegurados, inclusive em nível internacional. O cuidado de enfermagem em emergência, quando operacionalizado, dá origem aos cuidados entendidos como específicos encontrados em situa- ções do cotidiano como as que foram descritas anteriormente. Os cuidados
  • 26. Capítulo 7 – Tipos de Cuidado em Emergência 179 de enfermagem, em sua totalidade, resumem a terapêutica de responsabi- lidade do enfermeiro. O importante é que o profissional de enferma­gem conheça o cotidiano de sua arte e saiba que o cuidado envolve questões sociais, políticas, econômicas, de saúde pública e de educação, articuladas a uma questão jurídico-penal e policial, englobando e articulando conhe- cimentos que não pertencem à área de enfermagem. As abordagens nessa área de conhecimento de enfermagem – a de emer- gência – são peculiares e vitais, pois são ações que têm a função de man- ter o cliente vivo. O cuidado de enfermagem em emergência articula-se através de uma rede com várias linhas imaginárias, que partem de quatro princípios: agilidade, criatividade, humanismo e tecnologia.