1. A VIDA E O MEIO AMBIENTE
PEDEM SOCORRO – PARTE II
TEXTO, IMAGENS,
EDIÇÃO DE SLIDE E VIDEO
LUIZ ALVES
MÚSICA: PERFEIÇÃO
LEGIÃO URBANA
2. Outro dia eSSE Zé Ninguém Caminhava pelas ruas do centro e
bairros, visando encontrar soluções a diversos problemas
particulares, no qual, não encontrava a porta de saída e
amaldiçoava essa droga de vida problemática, alterando
consideravelmente minha tensão emocional, assemelhando um
vulcão preste a explodir ou uma fera selvagem presa numa jaula
na selva de pedra. Pensei... O que seria melhor: Viver com os
diversos problemas? Ou morrer, fugindo de maneira covarde!
3. Nesse momento cheguei à conclusão que, o ser humano se
adapta com a fartura e também com a miséria. Então perguntei
a mim mesmo: Onde estaria a assistência social e habitação
naquele momento? AS ONGS DE CUNHO SOCIAL? O presidente do
bairro? Principalmente o administrativo e o legislativo
MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL? Não sei! ...Talvez estivessem
almoçando NUM APRTAMENTO OU numa casa aconchegante à
frente de uma mesa farta! Ou quem sabe, estivessem tirando
uma soneca após o almoço, se recuperando dos desgastantes
problemas secundários da comunidade!
4. E no meio dessas interrogações sem respostas, deparei com
uma visão revoltante diante daquela injustiça social: Uma
família miserável e sem nenhuma opção, constrói um pequeno
barraco de lona plástica velha e toda cheia de buracos. No
momento chega até minha mente, em tempo de verão seria um
sofrimento ameno! Mas as condições se tornavam criticas em
tempo de frio e chuva! Sentei numa pedra a beira da rua, e
observei as crianças brincando contentes e uma mulher
estendendo roupa num varal improvisado. Em seu rosto estava
estampada a sua árdua luta em sobreviver à deplorável rotina
injusta, mas não estava à mostra nenhum índice de depressão
social e psicológica.
5. Perdido nessas perguntas prossegui minha caminhada, logo
adiante deparei com outro quadro miserável, um homem estava
escorando um pequeno barraco com madeira velha, que o vento
da noite anterior pendeu para o lado. Disse-me que quando
ventava forte, ele, a mulher e os três filhos dormiam na casa do
vizinho. Perguntei-lhe se já tinha tomado alguma providência,
relatando a atual administração municipal? Respondeu-me que
sim! Disseram-lhe que quando o calçamento passar pelo local,
então tomariam providência, até isso acontecer, o homem reza
para todos os santos ajudar e o vento se sensibilize com a sua
situação flagelada. E agora, faço as mesmas perguntas
anteriores e fico novamente sem respostas.
6. Continuo a minha via-crúcis social, vejo CORREGOS, ESGOTO A CÉU
ABERTO E um pequeno riacho POLUIDO E INFECTADO COM MILHÕES DE
BACTÉRIAS à beira de várias casas. E para criticar mais o
panorama, crianças tomam banho no local. E outra vez me
pergunto: A saúde pública e o meio ambiente tiraram férias ou
não encontraram um tempinho para ver tudo isso!
Sentei no gramado já meio queimado pelas diversas geadas, na
minha mente desfilavam imagens estarrecedoras do genocídio
social: A ignorância e injustiça sofrida pelos nossos
antepassados, que procuraram o paraíso e o poder coronelista
AMBICIOSO E CORRUPTO trouxeram um inferno devastador. O
descaso quase por completo no resgate de nossa identidade e o
abstrato apoio em manter a identidade no presente.
7. A constante onda de prostituição infantil, onde crianças se
vendem por um mísero dinheiro ou para manter o seu vicio. A
falta de diálogo entre pais e filhos, preparando-os para as
surpresas da vida, em que a rebeldia os leva ao destruidor
mundo das drogas e da marginalidade.
A FALTA DE MÉDICOS E O PÉSSIMO ATENDIMENTO EM SETORES DO SUS
e hospital regional, onde muitos seres humanos são atendidos
como gados no matadouro. O crescimento consideravelmente de
meninos de rua e alcoólicos nas praças, deixando como única
opção sobreviver essa injustiça social. Problemas desfilaram
em minha mente, mas relatarei em outra oportunidade, talvez,
quem sabe, se acaso me deixarem relatar.
8. E diante de tudo isso, levantei e fui à igreja, ajoelhei em
frente do altar, rezei e agradeci a Deus por ter jogado aos
meus ombros uma cruz tão pequena e insignificante: Pois tinha
amigos, uma família e um teto para morar decentemente, saúde e
uma vida para viver.
Enquanto estava me lamentando, muitos estavam morrendo
de fome, sede, frio ou agonizando por uma doença terminal na
cidade, estado e Brasil. Enquanto eu tinha alguma coisa para se
preocupar, muitos se preocupavam por não ter nada. Enquanto
vivia como um ser humano, muitos viviam em condições desumanas.
Enquanto eu tinha motivo para sobreviver, tantos sobrevivem
porque não POSSUEM OUTRA alternativa. Enquanto eu tinha um
dia de desespero, muitos o desespero já era rotina.
9. Depois sai da igreja, mais aliviado e conformado com meus
problemas insignificantes, pronto para enfrentar os tropeços
do dia a dia e fazer a minha parte para tornar desse mundo
melhor para se viver. Desejo sinceramente que muitos outros
tirem a venda de seus olhos, e veja o quanto ainda está por
fazer, e com certeza, um futuro mais humano nos aguarda... Pelo
menos espero... Meu povão.
10. LIXO, MATAGAL E ESGOTO A CÉU ABERTO
RUA VALTER SHMIDT
BAIRRO SÃO LUIZ