1. Área Disciplinar de Filosofia Página 1 de 5
Escola Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima
Departamento de Ciências Sociais e Humanas
Plano de conteúdos e de objectivos - Disciplina de Filosofia - 11º Ano de escolaridade
Ano letivo 2017/2018
Objectivos Conteúdos
- Definir o objeto da Lógica
- Clarificar o objetivo da Lógica
- Identificar o problema lógico da verdade e da validade
dos raciocínios
- Clarificar o problema lógico da verdade e da validade
dos raciocínios
- Identificar os tipos de raciocínio.
- Caracterizar os tipos de raciocínio
- Definir conceito e termo
- Relacionar conceito e termo
- Clarificar as características do conceito
- Definir extensão e compreensão
- Caracterizar o conceito quanto às suas propriedades
lógicas
- Distinguir Juízo de Proposição
- Classificar as proposições quanto à qualidade e
quantidade, aplicando o quadrado lógico
- Explicar as regras da distribuição dos termos
- Definir silogismo
- Clarificar a estrutura do silogismo categórico
- Identificar os modos do silogismo categórico
- Identificar as figuras do silogismo categórico
- Explicar cada uma das regras do silogismo categórico
- Definir falácia
- Distinguir os vários tipos de falácias formais
- Aplicar as regras do silogismo para detectar falácias
-Formalizar argumentos por redução à forma canónica.
- Explicar a insuficiência da lógica formal
- Definir retórica
- Clarificar a distinção entre demonstração e
argumentação com base nas características de ambas
- Justificar as diversas características da
argumentação
1.º PERÍODO
MÓDULO III - Racionalidade argumentativa e Filosofia:
1. Argumentação e Lógica Formal
6+4 tempos letivos (TL)
1.1. A validade e a verdade
1.1.1. A Lógica formal
a) O seu objeto
b) O seu objetivo
1.1.2. Validade formal e a verdade material: o valor lógico dos
raciocínios e o valor lógico das proposições
1.2. Percurso A) Lógica Aristotélica
1.2.1. Os instrumentos lógicos do raciocínio
a) O conceito e o termo e as propriedades lógicas do conceito:
Extensão e Compreensão
b) O Juízo e proposição
- A sua definição e a sua relação
- Classificação de proposições quanto à qualidade e quantidade
- O quadrado lógico
- A distribuição dos termos
c) Os tipos do raciocínio
- Dedutivo: a necessidade lógica e constringente da conclusão
- Não dedutivos: a probabilidade ou verosimilitude da conclusão
1.2.1. O silogismo categórico
a) A estrutura do silogismo e recondução à forma canónica
b) Os modos do silogismo e as figuras do silogismo
d) As regras do silogismo
1.2.2. Avaliação formal de Silogismos categóricos
1.2.2. Falácias formais: ilícita menor; ilícita maior; termo médio não
distribuído
2. Racionalidade Argumentativa e retórica
3+4 TL
2.1 A insuficiência da lógica formal e a necessidade do discurso
argumentativo: A definição de retórica
2.2. Argumentação e demonstração
A distinção entre argumentação e demonstração quanto:
a) ao ponto de partida
b) ao domínio de aplicação
c) ao tipo de lógica e de linguagem
d) à relação com o auditório:
- contexto
- pessoalidade
- intensidade da adesão
- adaptação/adaptabilidade
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- Explicitar os meios de persuasão dependentes do
orador
- Clarificar a importância do poder de contestação do
auditório
- Explicar a necessidade de adaptação do discurso ao
auditório.
- Explicitar a noção de acordo prévio
- Identificar os tipos de auditório
- Explicitar os vários tipos de argumentos.
- Identificar o argumento de autoridade, por analogia e
entimema
- Distinguir falácia formal de falácia informal
- Identificar as várias falácias informais
- Exemplificar as várias falácias informais
- Contrapor pelas diferenças específicas persuasão e
manipulação
- Identificar exemplos de manipulação na propaganda
política.
- Clarificar a estrutura retórica de uma imagem
- Problematizar a questão da retórica como técnica de
manipulação
- Esclarecer o uso ético da retórica
- Identificar os princípios éticos que regem a retórica
- Relacionar democracia e retórica
- Identificar os elementos que tornam a retórica uma
propedêutica para a democracia
- Relacionar o discurso argumentativo com a
organização democrática das sociedades
- Mostrar o papel da retórica no pensamento sofista.
- Clarificar as críticas platónicas à sofística
- Enunciar as razões da revalorização aristotélica da
retórica
- Enunciar concepções de verdade
2.3. Os meios de persuasão dependentes do orador, identificados
por Aristóteles
a) Ethos
b) Logos
c) Pathos
2.4. O papel do auditório:
a) Legitimidade e capacidade de contestação.
b) Necessidade de adaptação do discurso e o acordo
prévio.
c) Tipos de auditório: Individual; Particular; Universal
2.5. O discurso argumentativo: principais argumentos e falácias.
2.5.1. Os vários tipos de argumentos:
a) Argumento indutivo generalizante
b) Argumentos dedutivo: o entimema
d) Argumentos de autoridade
e) Argumentos por analogia
2.5.2. A distinção entre falácia formal e falácia informal
2.5.3. Falácias informais:
a) ad hominem
b) derrapagem (bola de neve)
c) falsa causa
d) Apelo à ignorância
e) boneco de palha (espantalho)
f) Falso dilema
g) Petição de princípio
2.6. Persuasão e manipulação ou os dois usos da retórica.
2.6.1. Distinção entre persuasão e manipulação
2.6.2. O mau uso da retórica: a manipulação
A) O exemplo da propaganda política
B) O exemplo da publicidade
2.6.3. O bom uso da retórica: a persuasão.
a) Uso ético da retórica
b) Princípios éticos da retórica
3. Argumentação e Filosofia
5 TL
3.1. Filosofia, retórica e democracia
3.1.1. Democracia e Retórica:
- a democracia como condição do exercício da argumentação
- a retórica como propedêutica da democracia
3.1.2. Retórica e Filosofia
3.1.2.1. O movimento sofista e a função da retórica
3.1.2.2. A crítica platónica aos sofistas
3.1.2.2. A recuperação aristotélica da argumentação e da retórica
3.2. Argumentação, verdade e ser
Módulo IV – O conhecimento e a racionalidade científica e
tecnológica
12 TL
1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva
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- Distinguir os dois significados do termo
conhecimento: acto e representação.
- Esclarecer a natureza relacional e construtiva do
conhecimento.
- Distinguir os juízos a priori dos juízos a posterior
- Definir conhecimento na perspectiva de Platão
- Explicar as condições necessárias e as condições
suficientes do conhecimento
- Explicar a insuficiência da definição de conhecimento
como crença verdadeira justificada.
- Clarificar as características do racionalismo e
empirismo
- Justificar a dúvida como ponto de partida do
cartesianismo.
- Explicitar as regras do método
- Justificar a hipótese do génio maligno
- Explicitar a ideia de cogito como superação da dúvida
radical cartesiana.
- Justificar o carácter inato e exclusivamente racional
da ideia de cogito.
- Clarificar as ideias inatas, adventícias e factícias.
- Enunciar uma prova da existência de Deus.
- esclarecer como Deus é garantia da verdade.
- Problamtiza o percurso lógico do pensamento
cartesiano
- Identificar a origem do conhecimento para Hume.
- Identificar os princípios de associação entre as ideias.
- Identificar os limites da razão no princípio de
causalidade
- Identificar o hábito como único guião da razão.
- Definir senso comum
- Caracterizar o senso comum
- Caracterizar o conhecimento científico
- Justificar as características do senso comum e do
conhecimento científico
- Justificar os factos da ciência como factos
construídos
- Justificar a importância do método na construção da
ciência moderna
- Definir indução
- Descrever o método indutivo
- Esclarecer sobre os limites do conhecimento por
1.1. Estrutura do acto de conhecer
1.1.1. O conhecimento como relação entre sujeito e objeto:
- a natureza relacional, processual e construtiva do conhecimento -
a perceção como exemplo.
1.1.2. O conhecimento a priori e o conhecimento a posteriori
1.1.3. O conhecimento proposicional como crença verdadeira
justificada:
a) A definição platónica de conhecimento no Teeteto: a
crença verdadeira e justificada.
b) Condições necessárias e condições suficientes para o
conhecimento
c) Problematização da definição de conhecimento como
crença verdadeira justificada: o problema da justificação
2.º PERÍODO
1. 2. Análise comparativa de duas teorias do conhecimento sobre a
origem do conhecimento: empirismo e racionalismo
1.2.1. O racionalismo cartesiano
1.2.1.1. O processo de conhecimento
a) A dúvida metódica e as razões para duvidar
b) O método cartesiano
c) Operações da razão: a intuição e a dedução
d) A clareza e a distinção das ideias como critério de
verdade.
1.2.1.2 O conhecimento racional
a) As ideias inatas, factícias e adventícias
b) A res cogitans como primeira certeza
c) O trânsito entre a res cogitans e a res divina.
d) O papel da existência de Deus - Deus como
garantia do método e da verdade.
1.2.1.3. Críticas a Descartes
1.3.1. O empirismo de David Hume.
1.3.1.1. A origem das ideias: a impressão.
a) As impressões e as ideias
b) A associação entre as ideias: os princípios da contiguidade,
semelhança e causa e efeito
c) A ilusão dos princípios da razão: o princípio da causalidade
e o costume ou hábito.
2. Estatuto do conhecimento científico
8 TL
2.1. Conhecimento vulgar e o conhecimento científico
2.1.1. O senso comum: definição e características
2.1.2. Conhecimento científico: caracterização
2.2. Ciência e construção - validade e verificabilidade das
hipóteses
2.2.1. O método indutivo-experimental
a) O processo de generalização
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indução.
- Reproduzir a crítica de Hume à indução
- Parafrasear a crítica popperiana ao método indutivo
- Descrever o método hipotético-dedutivo
- Definir hipótese
- Definir dedução
- Descrever o método verificacionista
- Problematizar o método verificacionista
- Descrever o método falsificacionista
- Distinguir verificacionismo de falsificacionismo
- Relacionar a filosofia de Kuhn com uma nova forma
de colocar a questão da ciência.
- Descrever a dinâmica do desenvolvimento da ciência
segundo Kuhn
- Definir ciência normal
- Definir comunidade científica
- Definir paradigma
- Definir ciência extraordinária
- Explicar o desenvolvimento da ciência segundo Kuhn
- Problematizar a noção de ciência objetiva
- Relacionar a racionalidade técnica com a noção de
deificação do homem
1. Na 1ª hipótese, poder-se-á pôr em evidência a
questão da verdade e da racionalidade nas suas
várias configurações, incidindo numa reflexão que
tematize filosoficamente o carácter limitado dos
nossos saberes, a riqueza e a diversidade da
realidade e questione uma racionalidade prática
pluridisciplinarmente apoiada.
2. Na 2ª hipótese, privilegiar-se-á a dimensão
política da filosofia e a sua contribuição para a
construção da cidadania, recapitulando a ideia de
que o vínculo que une filosofia e cidade vem das
origens. Filha da polis, bem cedo a filosofia na
cidade se assumiu como filosofia da cidade.
3. Na 3ª hipótese, deve incidir-se sobre a dimensão
pessoal do dar sentido à sua vida e sobre a
contextualização colectiva, histórica e ontológica
dessa decisão.
b) Características do conhecimento indutivo
c) Os limites da indução: a crítica de Hume e a
crítica de Popper
2.2.2. O método hipotético-dedutivo.
a) A hipótese
b) A dedução
2.2.3. A validação das hipóteses: o verificacionismo e o
falsificacionismo
a) O verificacionismo
b) O falsificacionismo
3.º PERÍODO
2.3. A racionalidade científica e a questão da objectividade
2.3.1. A teoria de T.Kuhn como expressão da problemática da
questão da objectividade científica
a) Descrição da estrutura das revoluções científicas: as
noções de ciência normal, comunidade, paradigma,
ciência extraordinária e revolução científica.
2.3.2. O desenvolvimento da ciência
3. Temas/problemas do mundo contemporâneo
A unidade didáctica Temas/problemas do mundo contemporâneo
do Módulo IV e o Módulo V, Desafios e horizontes da Filosofia,
poderão ser integrados/articulados com distintas unidades
didácticas, nomeadamente o Módulo V pode ser articulado com a
unidade Argumentação e Filosofia
8 TL
Temas:
- A ciência, o poder e os riscos
- O trabalho e as novas tecnologias
- O impacto da sociedade da informação na vida quotidiana
- A industrialização e o impacto ambiental
- A tecnociência e a ética
- …
Módulo V – Desafios e horizontes da filosofia
8 TL
Opção no Módulo V entre
1. A filosofia e os outros saberes
1.1. Realidade e verdade - a plurivocidade da verdade
1.2. Necessidade contemporânea de uma
racionalidade prática pluridisciplinar
ou
2. A filosofia na cidade
2.1. Espaço público e espaço privado
2.2. Convicção, tolerância e diálogo - a construção da cidadania
ou
3. A filosofia e o sentido
3.1. Finitude e temporalidade - a tarefa de se ser no mundo
3.2. Pensamento e memória – a responsabilidade do futuro
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Orientações metodológicas e avaliativas
1) A sequência dos conteúdos programáticos e a gestão dos tempos lectivos poderão sofrer alterações devido à
dinâmica do processo ensino-aprendizagem.
2) A temporização dos conteúdos deve respeitar os tempos lectivos definidos pelo programa de Filosofia do Ministério
de Educação.
3) Os tempos lectivos dedicados a cada unidade apresentam por vezes dois valores. O primeiro valor é a referência do
programa do Ministério da Educação para tratamento das unidades e que se assume como mínimo exigido. O segundo
valor aponta a possível dilatação do tratamento da unidade, de acordo com as exigências que os estilos de ensino-
aprendizagem requerem e sem por em causa o cumprimento do programa.
4) As metodologias e os procedimentos de avaliação seguem as orientações presentes no Programa de Filosofia do
Ministério de Educação, orientadas para a diversidade de estratégias e a pluralidade de instrumentos de avaliação.
5) Os conceitos operatórios
O trabalho filosófico distingue-se também pela especificidade da linguagem que utiliza, em particular pela
especificidade dos conceitos que mobiliza. Cunhados e apurados ao longo da história da filosofia, é com eles que a
filosofia configura o discurso sobre os temas/problemas abordados, assumindo portanto esses conceitos um carácter
heurístico e operatório ou instrumental.
De entre os conceitos operatórios com que trabalha a filosofia, tomados como instrumentos intelectuais de
análise e de reflexão, poder-se-ão distinguir três grupos maiores:
os conceitos gerais ou transversais.
os conceitos específicos ou regionais, aqueles com os quais a filosofia configura a abordagem de temas/problemas
particulares.
os conceitos metodológicos ou instrumentais, aqueles que dizem respeito às competências e à metodologia do
trabalho filosófico.
Relativamente aos conceitos gerais ou transversais e aos conceitos metodológicos ou instrumentais, que
hão-de informar, do princípio ao fim, o trabalho filosófico e a abordagem dos vários temas/problemas, entendeu-se por
bem dar-lhes um lugar de destaque (vide quadros abaixo).
Não se circunscrevem a nenhuma rubrica programática específica; eles hão-de sim ser introduzidos à
medida da sua oportunidade e conveniência. Deverão ser aprendidos como se aprende, naturalmente, uma língua.
Cada docente fará um uso permanente e rigoroso deles, sempre que os temas ou as actividades o exigirem; os alunos
e as alunas utilizá-los-ão, também, progressivamente: inicialmente de modo incerto, logo depois de forma mais segura
e explícita.
CONCEITOS GERAIS OU TRANSVERSAIS
absoluto / relativo
abstracto / concreto
antecedente / consequente
aparência / realidade
a priori / a posteriori
causalidade / finalidade
compreensão / explicação
contingente / necessário
dedução / indução
dogmático / crítico
dúvida / certeza
empírico / racional
essência / existência
finitude / infinitude
formal / material
identidade / contradição
imediatez / mediação
intuitivo / discursivo
particular / universal
saber / opinião
sensível / inteligível
sentido / referência
ser / devir
subjectivo / objectivo
substância / acidente
verdade / validade
teoria / prática
transcendente / imanente
CONCEITOS METODOLÓGICOS OU INSTRUMENTAIS
Conceptualizar / conceptualização
Aproximação linguística
Aproximação predicativa
Aproximação extensiva
Aproximação metafórica
Problematizar / problematização
Problema filosófico
Questionamento filosófico
Argumentar / argumentação
Tese
Argumento e contra-argumento
Defesa e refutação