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FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE

MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA




  Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio
             utilizando tecnologia WiMAX




                                              Sergio Cruzes




                     São Paulo

                       2009
FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE

MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA




    Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio
               utilizando tecnologia WiMAX




                     Monografia apresentada ao Programa de MBA da

                       Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas –

                       FIPE, como requisito parcial para a obtenção do

                                                        grau de MBA.



                                                          Orientador:

                                              Prof. Renato Borgheresi




                          São Paulo

                            2009




                           2
PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA REDE BANDA LARGA SEM FIO
UTILIZANDO TECNOLOGIA WIMAX / Sergio Cruzes. São Paulo: FIPE,
2009.

       130 f.

       Monografia de MBA – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas,
2009

     1. Plano de Negócios – Monografia 2. WiMAX 3. Gestão de Projetos 4.
LTE I. Cruzes, Sergio II. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
MBA em Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica III. Plano de negócios
para uma rede banda larga sem fio utilizando tecnologia WiMAX




                                 3
DEDICATÓRIA



À Daniela, minha esposa, e ao Arthur,
meu filho, que compreenderam o tempo
dedicado a este trabalho e que me
suportaram de todas as formas para a
construção deste projeto.




4
RESUMO

     O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última
milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica
(IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide
Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma
organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia.

     O objetivo deste trabalho é capturar os ítens com maior influência        na
elaboração de um plano de negócios de uma rede WiMAX em 2,5 GHz e prover
subsídios para que se diminuam as incertezas e riscos em uma implementação de
uma rede WiMAX. É apresentado um exemplo de uma rede para a cidade de São
Paulo com um certo número de ERBs (estações rádio base) e assinantes com
estimativa de período de retorno e taxa interna de retorno.

     O estudo se inicia com uma análise do microambiente externo dos serviços de
banda larga móvel e fixa, culminando com um sumário de previsões de usuários de
banda larga móvel fornecido por diversos institutos de pesquisa.

     Na análise do macroambiente deve-se destacar o ambiente tecnológico onde
ainda há escassez de dispositivos como laptops e smartphones contendo o modem
WiMAX embutido. É citada a opção da tecnologia LTE que está sendo desenvolvida
praticamente por todos os principais fornececedores de infra-estrutura de rede. No
ambiente político-legal há uma forte pressão por parte das operadoras de telefonia
celular para que se restrinja o uso do WiMAX.

     Por fim é relatada a importância do planejamento do projeto, a caracterização
e a definição do escopo, a definição da EAP (Estrutura analítica de projeto) de um
projeto WiMAX com a decomposição das atividades até os pacotes de trabalhos, o
sequenciamento das atividades, custos envolvidos, principais riscos envolvidos e
plano de resposta a estes riscos, cronograma e caminho crítico.



     Palavras-chave: Banda Larga ♦ Plano de Negócios ♦ WiMAX ♦ LTE ♦
Gerência de Projetos




                                          5
ABSTRACT

      WiMAX is a wireless broadband access technology for the last mile based on
802.16 standard from the Institute of Electrical and Electronic Engineering (IEEE).
WiMAX means Worldwide Interoperability for Microwave Access. This name was
introduced by the WiMAX Forum which is an organization with a goal to promote,
standardize and define the strategy of WiMAX.

      The aim of this work is to capture the most important items that influence the
WiMAX business case at 2,5 GHz band and provide insights to minimize risks and
uncertainties that occur in the deployment of a WiMAX network. It is shown an
example of deployment in São Paulo city, Brazil, containing numbers of base
stations, subscribers, payback period and internal rate of return.

      The study begins with the analysis of the micro-environment providing a
summary containing subscribers forecast for the next years.

      It is also described the macro-environment analysis. On the technological
environment should be noted the delay in the availability of WiMAX-embedded
devices while on the 3G side there are more than 800 hundred devices available
worldwide. It is also commented about the LTE technology which is being developed
by most of the greater telecommunications vendors. On the legal-political
environment, it should be noted the delays on the spectrum auctions and the power
of cellular operators which influence the rules for WIMAX such as mobility and
spectrum usage restriction.

      It is also emphasized the importance of the project planning, scope
characterization and definition, work breakdown structure definition containing the
decomposition of the work to be executed up to the package level, the activities
sequencing, costs involved, risks and response plans, schedule and critical path.



      Keywords: Broadband ♦ Business Plan ♦ WiMAX ♦ LTE ♦ Project
Management




                                           6
Índice

1.  INTRODUÇÃO ...................................................................................................16
  1.1    Contextualização do Trabalho .................................................................... 17
  1.2 Problema da Pesquisa .................................................................................... 21
  1.3 Justificativa ..................................................................................................... 22
  1.4 Objetivos do trabalho ...................................................................................... 23
  1.5 Questões propostas e proposições assumidas............................................... 24
  1.6 Metodologia empregada na pesquisa ............................................................. 24
2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO ....................................................................26
  2.1 Microambiente externo.................................................................................... 31
    2.1.1 Definição .................................................................................................. 31
    2.1.2 Análise da demanda ................................................................................. 31
    2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa .................................................. 37
    2.1.4 Banda larga móvel.................................................................................... 39
    2.1.5 Tendências da Banda Larga .................................................................... 41
    2.1.6 Receitas da Banda Larga ......................................................................... 46
    2.1.7 Barreiras ................................................................................................... 47
    2.1.8 Consumidor .............................................................................................. 51
    2.1.9 Oferta de Banda Larga ............................................................................. 57
    2.1.10 Modelo da Atratividade da Indústria por Michael Porter ......................... 60
    2.1.11 Cadeia de Valor ...................................................................................... 62
    2.1.12 Considerações para o uso do WiMAX .................................................... 64
  2.2 Macroambiente ............................................................................................... 65
    2.2.1 Ambiente sócio cultural ............................................................................ 65
    2.2.2 Ambiente demográfico.............................................................................. 65
    2.2.3 Ambiente econômico ................................................................................ 66
    2.2.4 Ambiente tecnológico ............................................................................... 67
    2.2.5 Ambiente político-legal ............................................................................. 70
  2.3 Microambiente interno..................................................................................... 71
  2.4 Fatores críticos de sucesso ............................................................................ 73
  2.5 Quadro referencial para a concepção do negócio .......................................... 74
3. CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO ............................................................................76
  3.1 Definição do Plano de Negócio ....................................................................... 76
  3.2 Planejamento Estratégico ............................................................................... 77
  3.3 Propósito da organização: visão, missão, crenças & valores e objetivos ....... 79
  3.4 Estratégias competitivas genéricas ................................................................. 81
  3.5 Estratégia de Marketing .................................................................................. 82
    3.5.1 Definição do Plano de Marketing .............................................................. 83
    3.5.2 Segmentação de mercado ....................................................................... 85
    3.5.3     Mix de marketing ................................................................................. 87
4. PLANO DE NEGÓCIO DA REDE WiMAX.........................................................90
  4.1    Parâmetros de entrada............................................................................... 91
    4.1.1     Área morfológica ................................................................................. 91
    4.1.2     Espectro e largura de banda ............................................................... 91
    4.1.3 Área de cobertura – Engenharia de Rádio-frequência ............................ 92
    4.1.4     Premissas para capital de investimento – CAPEX .............................. 93
    4.1.5     Premissas para evolução da base de assinantes ............................... 98



                                                             7
4.1.6     Premissas para operação da rede – OPEX ...................................... 100
  4.2     Parâmetros de saída ................................................................................ 101
5. IMPLANTAÇÃO DA REDE WiMAX.................................................................103
  5.1     Modelo Diamante ..................................................................................... 105
  5.2     Project Charter – Termo de Abertura do Projeto ...................................... 107
  5.3     Detalhamento do Escopo – WBS (Work Breakdown Structure) ou EAP
  (Estrutura Analítica do Projeto) ........................................................................... 109
  5.4     Planejamento – Estimativa das atividades ............................................... 110
  5.5 Planejamento – Seqüência das atividades ................................................... 112
  5.4 Riscos ........................................................................................................... 113
  5.5 Ajustes .......................................................................................................... 114
6. APÊNDICE A – TECNOLOGIA WIMAX ..........................................................116
  6.1 Introdução ..................................................................................................... 116
  6.2 Arquitetura de Rede ...................................................................................... 117
7. APÊNDICE B - TECNOLOGIA LTE.................................................................120
8. BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................122
9. GLOSSÁRIO ....................................................................................................126




                                                             8
LISTA DE FIGURAS



Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celular (Fonte Teleco) ........ .......27

Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Receita Bruta de Serviços (Fonte:
Teleco) ................................................................................................. ....................28

Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e evolução da
banda larga fixa no Brasil ..........................................................................................28

Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte: Teleco)
....................................................................................................................................29

Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte: Teleco)
....................................................................................................................................29

Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de acessos banda larga (Fonte:
Teleco) ................................................................................................................ ......32

Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil versus média mundial (Fonte:
Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) ..................................................... ....33

Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes para celulares, telefones fixos e
banda larga (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) .........................33

Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda larga (Fonte: Teleco) .............34

Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de banda larga
fixa (2008) ..................................................................................................................36

Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecnologia (Fonte: Teleco) ...........37

Figura 2.12 – Crescimento dos acesso de banda larga por tecnologia no Brasil
(Fonte: Barômetro Cisco) ................................................................................... ......38

Figura 2.13 – Participação das tecnologias de banda larga fixa na esfera mundial
....................................................................................................................................38

Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo (fonte: revista
Exame – edição de 15/07/2009 página 91) ...............................................................41



                                                                  9
Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda larga no Brasil (Fonte: Yankee
Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetcis Research). Assume-se
que o WiMAX capturará 2% do total dos assinantes 3G (Pyramid Research) e 6%
dos assinantes 3G (Infonetics Research) ..................................................................44

Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimento da banda larga no estado de
São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson assumindo
que o estado de São Paulo apresentará a mesma taxa de crescimento nacional dos
acessos de banda larga móvel) – Fonte: Yankee Group e Ericsson, Pyramid
Research, Teleco e Infonetics Research ...................................................................44

Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel em 2008 (Fontes:
Infonetics Research e Teleco) ...................................................................................45

Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classes sociais ...........54

Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obtido a partir de
informações da revista Exame (08/04/2009) e IBGE ................................................54

Figura 2.20 - Crescimento previsto de usuários de WIMAX entre 2008 e 2014 no
Brasil e estado de São Paulo. * Número de usuários de WIMAX no estado de São
Paulo em 2008 é estimado .......................................................................................57

Figura 2.21 – Principais fornecedores de banda larga fixa e respectivos números de
acessos ....................................................................................................................58

Figura 2.22 - Competição fixa no estado de São Paulo e percentagem de cobertura
em termos de habitantes dos municípios atendidos (nem toda a área urbana dos
munícipios cobertos é atendida) ................................................................................59

Figura 2.23 – Competição móvel no estado de São Paulo percentagem de cobertura
....................................................................................................................................59

Figura 5.1 – Modelo Diamante da rede WIMAX ....................................................105

Figura 5.2 – EAP: implantação de rede WiMAX ....................................................109

Figura 5.3 – Sequenciamento do projeto WiMAX ...................................................111

Figura 6.1 – Topologia WIMAX ponto-a-ponto .......................................................117

Figura 6.2 – Canal WiMAX com suas várias sub-portadoras .................................117



                                                                 10
LISTA DE TABELAS


Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos estados ..................................34

Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013 (Fonte:
Pyramid Research) ....................................................................................................36

Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários para o WIMAX em função do
estudo de companhias de pesquisas ........................................................................46

Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móvel em função do nível de
educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial consumidor ..........53

Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no Brasil em função
das classes sociais (critério da Associação das Empresas de Pesquisa), perfil dos
usuários de internet (Pesquisa TIC Domicílios 2008) – Número total de potenciais
usuários é de 15.788 jovens (entre 20 e 30 anos) ....................................................55

Tabela 2.6 - Número potencial de usuários de internet móvel em função da faixa
etária e poder econômico das classes sociais ..........................................................56

Tabela 2.7 – Comparação de desempenho entre tecnologias de acesso ................68

Tabela 2.8 – Quadro referencial para a concepção do negócio ...............................75

Tabela 3.1 – Resumo da concepção do negócio ......................................................89

Tabela 4.1 – Perfil das áreas a serem atendidas .....................................................91

Tabela 4.2 – Link Budget do downlink (1.5 Mbps na borda da célula) .....................92

Tabela 4.3 – Link Budget do uplink (512 kbps na borda da célula) e raio e área
efetivos de cobertura .................................................................................................93

Tabela 4.4 – Estratégia de uso das estações ..........................................................94

Tabela 4.5 – Custos de aquisição de ERBs, antenas e links de rádio .....................95

Tabela 4.6 – Custos de infra-estrutura civil assumindo sites novos para 30% dos
casos .........................................................................................................................96

Tabela 4.7 – Custos da rede Core ............................................................................97




                                                               11
Tabela 4.8 – Plano de serviços (QoS: Quality of service, DL: downlink, OSR:
oversubscription rate) ..............................................................................................100

Tabela 4.9 – Premissas de OPEX ..........................................................................101

Tabela 5.1 – Termo de Abertura do Projeto ...........................................................109

Tabela 5.2 – Sumário das responsabilidades .........................................................111

Tabela 5.3 – Plano de resposta à riscos – contingência ........................................113

Tabela 5.4 – Plano de resposta à riscos – preventiva ............................................114




                                                          12
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES



    1T, 2T ..       Primeiro trimestre, segundo trimestre, ..

    2G              Segunda geração de redes celulares

    3G              Terceira geração de redes celulares

    4G              Quarta gração de redes celulares

    AAA             Authorization, Authentication and Accounting

    ARPS            Average revenue per subscription

    ARPU            Average revenue per user

    BTS             Base transceiver station

    CAGR            Compound annual growth rate

    CAPEX           Capital expenditure

    CDMA            Code division multiple access (padrão de rede celular)

    CDMA 1xEVDO    Code division multiple access 1x evolution data optmized
                   (tecnologia de redes celulares para transmissão de
                   dados)

    CLEC            Competitive local exchange carrier

    CPE             Customer premises equipment

    CRM             Customer relationship management

    DSL             Digital subscriber line

    EAP             Estrutura analítica do projeto

    ERB             Estação radio base

    FDC             Fluxo de caixa descontado

    FTTH            Fiber to home

    FTTx            Fiber to the end user’s location

    Gbps            Gigabits per second



                                    13
GSM      Global system for mobile communications (padrão de rede
         celular)

HSPA     High speed packet access (tecnologia de transmissão de
         dados de terceira geração)

IEEE     Institute of Electrical and Electronics Engineers

IMS      IP multimedia system

IP       Internet protocol

IPC      Índice de potencial de consumo

IPTV     internet protocol television

LLU      Local loop unbundling

LOS      Line of sight

LTE      Long term evolution (padrão de rede celular de quarta
         geração)

MB       Megabyte

Mbps     Megabits per second

MHz      Megahertz

MIMO     Multiple-input and multiple-output (tecnologia de antenas)

MMDS     Multichannel, Multipoint Distribution System

NLOS     Non-line of sight

OCDE     Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
         Econômico

OFDM     Orthogonal Frequency Division Multiplexing

OFDMA    Orthogonal Frequency Division Multiple Access

PC       Personal computer

PCMCIA   Personal        Computer   Memory      Card     International
         Association




                          14
PDA     Personal digital assistant

PDH     Plesiochronous digital hierarchy

PSTN    Public switched telephone network

RF      Radio-frequência

SDH     Synchronous digital hierarchy

SLA     Service-level agreement

SMP     Serviço móvel pessoal

STFC    Serviço telefônico fixo comutado

UIT     União Internacional de Telecomunicações

UMTS    Universal mobile telecommunications system (padrão de
        rede cellular de Terceira geração)

VDSL    Very high bitrate digital subscriber line

VoD     Video on demand

VoIP    Voice over IP

VPL     Valor presente líquido

WCDMA   Wideband CDMA (também chamado de UMTS)

WiFi    Wireless fidelity (tecnologia de acesso sem fio)

WiMAX   Worldwide Interoperability for Microwave Access

WLAN    Wireless local area network

xDSL    Variações do tipo de DSL




                        15
1.    INTRODUÇÃO



      As diversas formas de acessar a internet estão transformando o
comportamento das pessoas. Seja no ambiente de negócios, seja a lazer em casa
ou em qualquer outro lugar, pode-se acessar a internet.

     As estatísticas mostram que o número de usuários de internet no Brasil
aumentou a uma taxa superior a 40% ao ano entre 2000 e 2008 (Barômetro Cisco)
sendo que o Brasil alcançou a quinta posição no ranking mundial em número de
pessoas que acessam a internet, de acordo com estudo realizado pela consultoria
Everis, em parceria com Escola de Negócios da Universidade de Navarra, da
Espanha.

     Segundo o Ibope Nielsen (Fonte: Meio & Mensagem 22/06/2009), o número de
usuários de internet atingiu 62,3 milhões no Brasil no primeiro trimestre de 2009.
Entretanto o número de contas de internet banda larga no Brasil é de apenas 15,05
milhões (10,43 milhões de internet fixa e 4,62 milhões de internet banda-larga
móvel).

     Ao mesmo tempo as operadoras de telefonia fixa já observam uma redução do
crescimento de sua base de assinantes (cometnado por J.M.M. Rios e outros, 2008,
p. 10). Estas operadoras estão investimento pesadamente para ofereçar serviços de
banda-larga cuja demanda aumenta a taxas expressivas. As operadoras de telefonia
celular com a implantação de suas redes 3G oferecem acesso a internet com
velocidades razoáveis e este serviço cada vez mais representa uma maior parcela
de suas receitas.

     A necessidade de oferta de banda larga está introduzindo grandes inovações
tecnológicas de acesso a rede por meio de tecnologias como VDSL, FTTH, 3G,
WiMAX e LTE.

     Diante deste quadro entende-se como oportuno verificar-se a viabilidade para
o desenvolvimento de projetos para oferta de banda-larga usando a tecnologia de




                                        16
acesso sem fio WiMAX. Redes sem fio podem ser implantadas com muito mais
rapidez e menor custo do que redes baseadas em cabo.

      O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última
milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica
(IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide
Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma
organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia.

      A tecnologia WiMAX está ainda em sua fase inicial. Falta ainda a experiência
de operação de uma grande operadora no mundo para que esta tecnologia atinja a
maturidade. O lançamento da rede da Clearwire nos Estados Unidados irá
impulsionar o desenvolvimento desta tecnologia.

      No início de Abril deste ano (2009), o Fórum WiMAX anunciou o lançamento
do programa de Certificação de Testes de Interoperabilidade (IOT) nos Estados
Unidos onde fabricantes poderão utilizar a rede comercial da Clearwire para testar a
interoperabilidades dos dispositivos WiMAX em 2.5 GHz.

      Outra fonte de inovações está vindo do desenvolvimento de conteúdo e
aplicações a serem disponibilizados as operadoras de telefonia como IPTV, portais
para celular, jogos, etc..

      Grandes inovações tecnológicas estão sendo introduzidas nos dispositivos de
acesso móveis como laptops com modems embutidos e smartphones.

      Este trabalho apresentará um plano de negócios para uma rede WiMAX, assim
como discutir as inovações envolvidas neste ambiente.



      1.1 Contextualização do Trabalho


      Primeiramente é importante se definir o que é banda larga. A Anatel tem a
seguinte definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de
transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol
geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades




                                        17
iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga,
como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256 kbps.


     Com a estagnação e a diminuição do crescimento das receitas dos serviços de
voz das operadoras de telefonia fixa e     telefonia celular, a banda larga está se
tornando a nova fonte de crescimento de receitas. Fatores que contribuem para isto
são a portabilidade, tendência de competição acirrada, serviços de comunicação via
internet como Skype e Yahoo. Para compensar estas perdas, as operadoras de
telefonia fixa estão investindo pesadamente em tecnologias de banda larga. Entre
estas tecnologias incluem xDSL, Cable Modem, FTTx e WIMAX. As operadoras de
telefonia celular estão investindo pesadamente em serviços de dados 3G com o
intuito de aumentar suas receitas assim como enfrentar o desafio de outras
tecnologias de banda larga como o xDSL e o WiMAX.

     O WIMAX é a tecnologia que possibilitará operadoras novas a rapidamente
obterem receitas com serviços de acesso a internet (e aplicações e conteúdo) e
também voz com a tecnologia VoIP. Será destacado também que o período para a
implantação de uma rede WiMAX deve ser o mínimo possível, possibilitando a
entrada de receitas o mais cedo possível. Neste aspecto, deve ser enfatizada a
importância do gerenciamento da implantação da rede WiMAX, onde há um grande
desafio de coordenação e planejamento do projeto para se atingir metas agressivas
em termos de prazo, orçamento e qualidade.



     Análise da demanda



     Efetuar-se-á uma análise da demanda para identificar os diversos usuários que
utilizarão e beneficiar-se-ão deste negócio, procurando identificar aspectos relativos
a compra do serviço de banda-larga e aplicativos. Objetivar-se-á nesta etapa obter o
dimensionamento de um possível número de usuários para o projeto em questão.




                                         18
Análise da oferta



     Por meio da análise da oferta se buscará identificar quem são os fornecedores
de serviços de banda-larga no Brasil, os pacotes oferecidos e os preços cobrados
pelo mercado.



     Sistema de valor



     A análise do sistema de valor procurará obter informações relativas aos
participantes do sistema de valores, com o objetivo de identificar empresas com
potencialidades e interesses em integrações para frente e para trás. A cadeia de
valor pode ser compreendida como produção de conteúdo, programação,
disponibilidade e consumo.



     Análise do macroambiente



     Será efetuada   uma análise macroambiental com destaque aos ambientes
econômico (evolução da venda de PCs), tecnológico (evolução e desenvolvimento
da tecnologia WiMAX e outras tecnologias de acesso banda larga), político-legal
(Anatel e leilões de novas faixas de espectro para o WIMAX), sociocultural e
demográfico.



     Quadro referencial para a definição do negócio



     De forma a compreender o contexto de atuação em que se pretende verificar a
viabilidade do negócio, será elaborado um quadro sinóptico contendo quantidade de



                                       19
usuários de banda larga e tendências, níveis de faturamento e tendências de preços;
expectativas não atendidas pelos provedores atuais e usos de novas tecnologias.
Em termos de ameaças, se procurará avaliar os riscos pertinentes ao poder das
operadoras incumbemtes frente ao governo e Anatel (podendo limitar a forma de
utlização do WiMAX como limitação de mobilidade, espectro e outros), a
possibilidade de integração para frente e para trás das operadoras incumbemtes
(celular e fixa) e também pelo fato da comoditização do acesso banda            larga
(cidades digitais).

       Este estudo irá analisar também qual posicionamento que os provedores de
rede de acesso tem usado para esta tecnologia e quais as possíveis opções para o
futuro em função da evolução desta tecnologia, quais as razões pela escolha desta
tecnologia, quais os diferenciais explorados desta tecnologia, precificação do
serviço, possíveis modelos de inovações do gerenciamento do negócio, ambientes
viáveis de oferta de serviços (área urbana, suburbana, rural, comercial, etc),
consumidores alvos e principalmente as principais tecnologias concorrentes (celular
3G/4G, xDSL, Cable Modem, FTTH).

       O Plano de negócios irá tratar os ítens descritos acima, estimar o investimento
necessário para se implantar uma rede WIMAX assim como as despesas de
operação desta rede.

       Em resumo, este trabalho irá descrever o plano de negócio e suas exigências
para    a   rentabilidade   do   empreendimento   incluindo   aspectos   econômicos,
demográficos e sociais dos possíveis usuários. A importãncia de se ter uma solução
de baixo custo será enfatizada sendo que será destacada a necessidade desta
solução proporcionar o início da operação do negócio a partir de uma rede mínima.
Será destacada a importância de um planejamento elaborado do projeto de
implantação assim como a necessidade de uma coordenação firme entre os
diversos fornecedores de serviços e equipamentos necessários para a implantação
deste projeto.




                                          20
1.2 Problema da Pesquisa




     Como o negócio de um rede WIMAX pode se tornar viável e lucrativo ? Este
trabalho mostrará quais os pontos chaves no plano de negócio que possibilitarão o
sucesso do negócio em termos financeiros, compatibilizando recursos humanos,
recursos tecnológicos e operacionais.

     Um modelo de negócio viável para a implantação de uma rede WIMAX deve
incluir baixos custos até o início da operação. A operação deve-se iniciar com uma
rede compacta e se expandir assim que se aumente a quantidade de usuários. A
implantação da rede deve ser rápida onde se deve enfatizar a necessidade do
gerenciamento do projeto de implantação.

     As estimativas e premissas assumidas no plano de negócios devem ser firmes
e consistentes. Observa-se a grande importância das estimativas de crescimento
econômico para o sucesso do negócio visto que a penetração de uso de banda
larga de um país está estritamente interligada com a renda per capita deste. Além
disso deve-se incluir como cruciais as estimativas de cobertura dos sinais de radio-
frequência das estações rádio base assim como a capacidade destas, a
disponibilidade e tamanho do espectro de frequência.

     A Anatel irá efetuar licitação da faixa de frequências de 3,5 GHZ neste ano
(2009). Serão leiloados blocos de frequências de 5 MHz sendo que cada empresa
não poderá adquirir mais que 30 MHz de espectro.

     Considero que 30 MHz de espectro é o mínimo necessário para se construir
uma rede de qualidade onde haja capacidade e o mínimo de interferência.

     O sucesso da implantação de um projeto de rede WIMAX dependerá
principalmente da escolha correta da área geográfica a ser atendida, da
disponibilidade em larga escala de laptops, smartphones contendo o modem WIMAX
embutido, modems externos com preço acessível e tamalho reduzidos, da qualidade
do plano de negócio e suas premissas, da disponibilidade de uma rede de qualidade




                                        21
onde haja cobertura de radio-frequência suficiente e de qualidade (sem
interferência), da disponbilidade de recursos humanos capacitados para implementar
este projeto, operar a rede e gerenciar o negócio.




      1.3 Justificativa



      Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX:
grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou
empresas alternativas ?.

      O Brasil apresenta baixa penetração de uso de banda larga. Esta
característica constitui uma oportunidade para uso de tecnologias alternativas.

      A infra-estrutura de rede WiMAX é mais efetiva em termos de custo que as
tecnologias DSL, conexão a cabo e fibra óptica. Esse é o fator crucial para que
novas operadoras com restrição de capital entrem neste mercado.

      O grande diferencial do WIMAX é que esta tecnologia suporta diferentes
cenários de uso (como o serviço de internet sem fio fixo, o serviço portátil e o serviço
de acesso móvel) em uma mesma rede, aumentando as alternativas de seu
mercado alvo. Esta possibilidade de vários modos de uso desta tecnologia aumenta
o espectro de aplicações e dispositvos desde laptops, PCs, PDAs e outros, todos
apresentando o modem WiMAX embutido.

      Outras características interessantes e convicentes desta tecnologia são:

         •   Rapidez de implantação já que redes wireless são implantadas com
             muito mais velocidade do que redes fixas

         •   Oportunidade de se implantar a rede somente em áreas gerográficas
             que reflitam as características do mercado alvo. Isto é, flexibilidade de
             cobertura

         •   Mobilidade. Este é o grande diferencial do WiMAX comparado com o
             DSL. A mobilidade permite a conquista de diferentes mercados.



                                          22
•   Arquitetura IP. Como o WiMAX é baseado no protocolo IP, a introdução
             de novos serviços é rápida.

         •   Custo do espectro comparado com o espectro do 3G: o espectro do
             WiMAX deverá ser bem menos custoso.



     Este trabalho é importante porque tenta descrever as oportunidades dentro do
segmento de banda larga e buscará classificar o nicho para esta tecnologia.

     Estudos mostram que há uma relação direta entre a penetração do uso da
banda larga, e a renda per capita do país. Entretanto, acredita-se que a oferta e
popularização do uso da banda-larga irão causar um grande impacto no
desenvolvimento social e econômico de um país.

     A tecnologia WiMAX é um ponto chave para se aumentar os índices de
penetração de uso da banda larga no Brasil de uma maneira não tão dispendiosa
como as tecnologias tradicionais (xDSL, Cable Modem).

     O plano de negócios a ser apresentado neste estudo contêm informações
cruciais baseadas em experiência em projetos desta tecnologia em países da
America Latina.



     1.4 Objetivos do trabalho



     O objetivo deste trabalho é mostrar em que condições uma implantação de
uma rede banda larga WiMAX é viável técnicamente, economicamente e
financeiramente.

     Para tanto, será definido o grupo alvo de clientes a partir da análise da
demanda, os propósitos do negócio, antecipando aspectos relativos à visão, missão,
valores e objetivos que irão nortear as atividades da empresa.

     Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX:
grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou
empresas alternativas. Esta é a questão a ser respondida.



                                           23
1.5 Questões propostas e proposições assumidas



      O histórico das primeiras implantações de redes WIMAX é marcado por certo
desapontamento em relação ao número de usários e desempenho da rede. Fica
claro que existe uma grande dificuldade para o WiMAX competir com a tecnologia
3G que está sendo implantadas nas operadoras de telefonia celular.

      A      tecnologia    WIMAX    está    ainda    em    sua   fase   inicial   e   grandes
desenvolvimentos prometem aumentar consideravelmente sua capacidade e
velocidade de transmisssão.

      A hipótese deste estudo é confirmar se realmente os fatores descritos na
literatura    como fundamentais para o sucesso de um projeto de rede WiMAX
poderão ser aplicados a realidade brasileira e se existem outros fatores não tão
explorados e que são relevantes a nossa realidade.



      1.6 Metodologia empregada na pesquisa



      Na      elaboração    do   plano     de   negócios   serão   utilizadas     informações
disponíbilizadas pela Anatel, site Teleco, site Teletime news, etc. A análise da
demanda será efetuada com base nas informações disponibilizadas por estes meios,
isto é, estatísticas do setor e também por estudos de comportamentos e
necessidades. A análise da oferta se baseará somente por estatísticas do setor.

      A análise da atratividade do negócio será baseada em estatísticas sobre o
serviço de banda larga e a literatura sobre métodos de avaliação de negócios.

      A análise do sistema de valor será baseda na identificação e informações
sobre as empresas envolvidas na cadeia de valor.

      Em relação ao macroambiente, será efetuada uma análise dos fatores
exógenos que impactam o negócio: ambientes sócio-cultural, demográfico,
econômico, tecnológico e político-legal.         Para isso, serão usadas fontes como a
revista Teletime e o site Teleco.




                                                24
A pesquisa deste trabalho procura se fundamentar em artigos de plano de
negócios de rede WiMAX, artigos técnicos sobre WiMAX , propagação de RF e
redes celulares e também artigos sobre gerenciamento de projetos. A pesquisa será
fundamentada nos artigos descritos abaixo:

         •   WiMAX Forum (Maio 2005), “WiMAX: The Business Case for Fixed
             Wireless Access in Emerging Markets”. Apresenta considerações para
             uma estratégia de implantação de uma rede WiMAX rentável. Apresenta
             modelos de vendas de serviços, estimativa de receita média por
             assinante, estimativas de preço de infra-estrutura dos componentes das
             estações rádio base.

         •   WiMAX Forum (Junho 2008), “A Comparative Analysis of Spectrum
             Alternatives for WiMAX Networks with Deployment Scenarios Based on
             the U.S. 700 MHz Band”. Apresenta estimativas de cobertura baseadas
             em modelos mais aceitos de propagação.

         •   Bart Lanoo, e outros, “Business Scenarios for a WiMAX Deployment in
             Belgium”. Apresenta uma avaliação técnico-comercial para o mercado
             da Bélgica. Será usada somente como referência.

         •   André Riedel, e outros, “Optimising WiMAX Business Models Using
             Incentive Engineering”. Artigo contêm análise de diferentes meios de
             incentivo que afetam a redução de consumo de banda larga em
             períodos de congestionamento. Isto permite aumentar a taxa de
             “overbook” de assinantes do projeto.



     O livro “WiMAX Handobook – Building 802.16 Wireless Networks”, de Frank
Ohrtman, editora McGraw-Hill, contem descrições das vantagens da tecnologia
WiMAX perante as tecnologias tradicionais, descritivo técnico do WIMAX e
vantagens econômicas do WiMAX.

     A espinha dorsal do desenvolvimento do plano de negócios será baseada no
livro “A Construção do Plano de Negócio” de Antonio Renato Cecconello e Alberto
Ajzental, editora Saraiva, 2008.




                                         25
2.     COMPREENSÃO DO CONTEXTO



         O crescimento das receitas dos serviços telefonia fixa começa a declinar no
Brasil e em outros países da América Latina. Entre o primeiro trimestre de 2008 e o
primeiro trimestre de 2009, o crescimento do número de linhas de telefonia fixa no
Brasil        foi de 5,5% passando de 39.514 milhões para 41.7 milhões (fonte: Anatel e
Teleco). A previsão do instituto de pesquisa Pyramid Research (2008) é que o
crescimento do número de linhas irá reduzir ainda mais nos próximos anos. Esta
redução do crescimento está diretamente relacionada ao crescimento do número de
linhas da telefonia móvel, ao surgimento de serviços VoIP de qualidade como os
serviços via internet Skype, Yahoo e outros.

         As companhias de telefonia fixa partiram então para o investimento em
serviços de banda larga cujo setor vem apresentando altas taxas de crescimento.

         As companhias de telefonia celular também já estão percebendo a redução no
crescimento da receita de seus serviços de voz. Atualmente existe uma grande
dificuldade em prover serviços de voz diferenciados em telefonia celular.            A
competição de preços entre as operadoras é a principal causa da redução do
crescimento da receita. E com a introdução da portabilidade no Brasil, a guerra de
preços para os serviços de voz poderá aumentar ainda mais.

         Apesar do crescimento de 24,23 % no número de assinantes entre Maio/2008
e Maio/2009 (de 130,5 milhões para 157,5 milhões) do número de assinantes de
telefonia móvel, a percentagem de assinantes pré-pagos passou de 80,95% para
81,75% (fonte: Teleco).

         A figura 2.1 mostra a queda do ARPU (average revenue per user) das
operadoras de telefonia celular no Brasil.




                                             26
A queda do ARPU das operadoras de
            32                   celular
            30                            30,1
                     29,3   29,4   29,6
            28
                                                  27,5   27,3   27,1   27,2
         R$ 26                                                                       ARPU
                                                                              24,8
            24

            22

            20
                 1T07   2T07   3T07   4T07   1T08     2T08   3T08   4T08   1T09



      Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celular (Fonte Teleco)



      Nas principais operadoras 3G no mundo, a receita de dados já representa
mais de 20% da receita líquida de serviços.

      A figura 2.2 apresenta a participação das receitas dos serviços de dados na
receita bruta de serviços das operadoras no Brasil (A Claro não divulga estas
informações de forma sistematica mas declarou que dados representarm 11% do
seu ARPU no 1T09).

      Diante deste cenário, a banda larga torna-se o principal gerador de receitas
para as operadoras de telefonia fixa e telefonia celular.

      O Brasil terminou o primeiro trimestre de 2009 com 10,4 milhões de acesso
banda larga por ADSL, TV por assinatura e outros meios. A figura 2.3 detalha a
evolução da banda larga fixa no Brasil.




                                                 27
% dos dados na receita bruta de serviços
                         15,00%

                         10,00%

                           5,00%                                                           Vivo
                                                                                           Tim
                           0,00%
                                       1T08   2T08   3T08   4T08   1T09                    Oi/BrT
                            Vivo      10,30% 11,30% 10,90% 10,90% 13,10%                   Brasil
                            Tim       8,40%     9,80%    9,70% 10,80% 11,20%
                            Oi/BrT 6,30%         6%      6,40%    6,80%   5,60%
                            Brasil    8,70%     9,50%    9,40%    9,90% 11,30%




     Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Receita Bruta de
Serviços (Fonte: Teleco)




                         Banda Larga Fixa por tecnologia (em mil conexões)
                       12.000
                       10.000
                        8.000
                        6.000
                                                                                   ADSL
                        4.000
                                                                                   Cable Modem
                        2.000
                                                                                   Outros (rádio)
                           0
                                   1T08       2T08      3T08     4T08     1T09     Total
               ADSL                5.936      6.322     6.706    7.001    7.258
               Cable Modem         1.943      2.100     2.431    2.589    2.757
               Outros (rádio)        405      415       420       420      420
               Total               8.284      8.837     9.557    10.010   10.435


     Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e
evolução da banda larga fixa no Brasil



     A figura 2.4 detalha a participação de cada tecnologia no 1T09.




                                                        28
Participação das tecnologias de banda
                  larga no 1T09 (em mil conexões)


                                                                        ADSL
                                      7.258                             Cable Modem
                           10.435
                                                                        Outros (rádio)
                                                                        Total
                                          2.757
                                    420




     Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte:
Teleco)



     A figura 2.5 mostra a evolução da penetração da banda larga no Brasil.




                                           Acessos/ 100 hab
           6

          5,5                                                    5,47
                                                       5,26
           5                               5,04
                             4,67
          4,5                                                                   Acessos/ 100 hab
                   4,39
           4

          3,5

           3
                1T08      2T08        3T08         4T08       1T09



     Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte:
Teleco)



     Em relação a banda larga móvel, os números são mais impressionantes. O
número de acessos de comunicação de dados em banda larga no serviço móvel



                                                  29
cresceu de 1,802 milhão, em outubro de 2008, para 3,234 milhões em fevereiro de
2009. Um aumento de 79% em cinco meses, de acordo com Jarbas Valente,
superintendente de serviços privados da Agência Nacional de Telecomunicações,
em sua palestra no 5o. Wireless Mundi.

      Os avanços nas tecnologias móveis e as velocidades de acesso à internet
cada vez maiores prometem revolucionar a experiência multimídia dos usuários. O
conteúdo que antes era visto somente na televisão agora pode ser visto no PC e no
celular.




                                         30
2.1 Microambiente externo

        2.1.1 Definição



        O microambiente externo é representado por um conjunto de fatores, como a
ameaça de novos entrantes, fornecedores e poder de barganha de compradores,
produtos substitutos e o grau de intensidade de rivalidade entre concorrentes, que
exercem influência direta sobre a empresa, suas ações e reações competititvas.

        Neste item serão efetuadas as análises da oferta e da demanda. A análise da
demanda irá proporcionar         identificar um dos fatores mais importantes na
implantação de uma estratégia , que é conhecer quem, onde, quando e como se dá
o consumo (dados qualitativos), que servirão de parâmetros para a obtenção dos
dados quantitativos.

        É importante que se defina o conceito de banda larga. A Anatel tem a seguinte
definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de
transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol
geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades
iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga,
como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256kbps.



        2.1.2 Análise da demanda



        No primeiro trimestre de 2009 o número de assinaturas de banda larga fixa no
Brasil atingiu o número de mais de 10,43 milhões, um aumento de mais de 2 milhões
em comparação ao ano anterior (fonte: Teleco).

        O Brasil terminou 2008 com 10 milhões de acessos Banda Larga (fixa) e está
entre os 10 países com mais acessos Banda Larga no mundo (fonte Teleco). A
figura 2.6 apresenta os países com maiores quantidades de acessos de banda larga
fixa.




                                          31
Acessso Banda Larga (Milhões)
             Canadá          9,6
               Brasil        10,1
                Itália       11,3
        Coréia do Sul          15,5
         Reino Unido           17,3                                   Acessso Banda Larga
              França               17,7                               (Milhões)

           Alemanha                 22,6
               Japão                      30,1
             Estudos …                                     79
               China                                        83,4

                         0                       50             100



      Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de acessos banda larga
(Fonte: Teleco)



     No Brasil, a penetração das conexões de banda larga por 100 habitantes
alcançou a percentagem de 5,16% no final de 2008 (fonte: barômetro Cisco) e
5.47% no 1T09 (Fonte: Teleco).

     Já em termos de densidade de Banda Larga (acessos/ 100 hab.) o Brasil está
abaixo da média mundial (UIT), ao contrário do que ocorre com a densidade de
telefones fixos e celulares. A figura 2.7 apresenta os números da banda larga (Brasil
versus Mundo) e A figura 2.8 apresenta o número de acessos por 100 habitantes
para celulares, telefones fixos e banda larga.




                                                      32
Densidade Banda Larga: Brasil versus
                           Mundo (por 100 hab.)
           7

           6                                                            6,1

                                                 5,1                    5,3
           5                                                                           Brasil
                          4,3                    4,1                                   Mundo
           4

           3              3

           2
                      2006                2007                       2008



         Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil versus média mundial
(Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research)




                      Acessos por 100 hab. (2008): Brasil
                               versus Mundo
                       79,2
               80
                              59,7
               60
                                                                              Brasil
               40
                                     21,6 19,1                                Mundo
               20                                        5,3 6,1

               0
                      Celulares      Fixos             Banda Larga


         Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes para celulares,
telefones fixos e banda larga (Fonte:                   Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid
Research)

         Conforme o site Teleco, o Brasil é o 67º país em densidade de Banda Larga no
Mundo atrás do México (7,1 acessos/100 hab.) e da Argentina (8,0 acessos/100
hab.).




                                                 33
A figura 2.9 detalha a densidade de cada estado no 1T09 e ajuda a entender
melhor as causas desta baixa densidade.




      Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda larga (Fonte: Teleco)



       A Tabela abaixo apresenta os estados com maior penetração de banda larga
fixa no Brasil.

                                Participação
                  Acessos/100   no Total
       UF         hab.          Brasil
       DF         15,9          3,8%
       SP         9,8           37,6%
       SC         8,4           4,8%
       PR         7,9           7,9%
       RS         7,4           7,5%
       RJ         7,2           10,6%
       Total      8,9           72,1

      Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos estados




                                               34
Na análise por segmento de mercado, as residências lideram com 88,6% do
total de conexões fixas, enquanto as empresas respondem por 11,4% (fonte:
Barõmetro Cisco 2008).

      Considerando a penetração dos acessos residenciais sobre os lares
brasileiros, a penetração média       é de 15,94%, o que deixa espaço para um
crescimento expressivo para os próximos anos (fonte: Barômetro Cisco – Dezembro
2008).

      Um estudo feito pela consultoria Everis em parceria com a Escola de Negócios
da Universidade de Navarra (IESE Business School), aponta que dos 1,6 bilhão de
usuários de internet no mundo, 10% estão na América Latina e, desse número,
praticamente a metade está no Brasil.

      Segundo o levantamento, os internautas brasileiros já somam 76,2 milhões
dos 159 milhões na América Latina (ano 2008). O estudo, feito com base nas
estatísticas da União Internacional das Telecomunicações (ITU), aponta um número
maior que o do Ibope, que em maio apontou 62,3 milhões de usuários brasileiros
com acesso à internet em qualquer ambiente (residência, lan-houses, trabalho,
telecentros, escolas e bibliotecas). O estudo apresentado pela Teleco (fonte TIC
domicílios) aponta um total de 53,9 milhões de usuários de internet em 2008 no
Brasil. A definição de usuário de internet da pesquisa TIC domicílios é dada por
população de 10 anos ou mais de idade que acessou a Internet, pelo menos uma
vez, por meio de computador, em algum local (domicílio, local de trabalho, escola,
centro de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro
local) nos 90 dias que antecederam à entrevistra.

      A figura 2.10 apresenta as diferenças expressivas (em milhões de usuários)
entre usuários de internet fixa e número de acesso banda larga de internet fixa no
Brasil para o ano de 2008 (fonte Teleco). Esta figura sinaliza a potencial demanda
por serviços de internet no Brasil.




                                         35
53,9
        60

        50

        40
                                                         Usuarios de internet
        30                                               Acessos banda larga fixo
        20                           10,43

        10

         0
                            Brasil


      Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de
banda larga fixa (2008)



     O Brasil está entre os 10 mercados que apresentarão maiores crescimentos de
assinaturas de banda larga fixa entre 2008 e 2013 (fonte: Pyramid Research (2008))
conforme a tabela 2.2 abaixo:



        Mercado        Assinaturas
          China           221,3
           EUA            101,1
          Japão            37,8
        Alemanha           32,8
          França           26,6
        Inglaterra         22,4
           Brasil          18,9
           Itália          17,3
         Espanha           15,8
       Coréia do Sul       15,4
     Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013
(Fonte: Pyramid Research)




                                             36
2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa



     Na distribuição total de conexões por tecnologia de banda larga fixa para o
primeiro trimestre de 2009, o ADSL é o mais adotado no Brasil atingindo 7,258
milhões de conexões (69,55%), o Cable Modem atingiu 2,757 de conexões (26,42%)
e outros sistemas (rádio) com 420 mil conexões (4,2%) . O total de conexões de
banda larga fixa no Brasil no final do primeiro trimestre de 2009 foi de 10,435
milhões. A figura 2.11 segmenta essas conexões por tecnologia (fonte Teleco).




                         Conexões de banda larga (em milhares)
       12.000                                   10.435
       10.000
        8.000    7.258

        6.000                                             Conexões de banda larga
        4.000               2.757
        2.000                        420
           0
                 ADSL       Cable   Outros      Total
                           Modem    (Rádio)



     Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecnologia (Fonte: Teleco)



     A figura 2.12 apresenta o crescimento das conexões (em milhares) de banda
larga para as tecnologias ADSL e Cable Modem entre 2005 e 2008 (fonte Barômetro
Cisco). Neste período as conexões por ADSL aumentaram 112,02% enquanto que
as conexões via Cable modem aumentaram 340,64% (aumento médio de 152,17%).




                                           37
6.967
        7.000

        6.000                                5.520

        5.000                4.431

        4.000   3.286
                                                                               ADSL
                                                             2.613
        3.000                                                                  Cable Modem
                                                  1.746
        2.000                      1.134
                    593
        1.000

           0
                 2005          2006           2007         2008


      Figura 2.12 – Crescimento dos acessos de banda larga por tecnologia no
Brasil (Fonte: Barômetro Cisco)



     Globalmente, o ADSL também tem a maior penetração de mercado para
serviços de internet fixa. Com aproximadamente 290 milhões de linhas, o ADSL
atende 68% das conexões de banda larga no mundo contra 21% do Cable Modem e
9% do FTTx (fonte: Pyramid Research (2008)). A figura 2.13 detalha a participação
das tecnologias de banda larga fixa no mundo.




                              Conexões de banda larga no mundo
          80%

          60%

          40%                                                     Conexões de banda larga
                                                                  no mundo
          20%

           0%
                 ADSL      Cable      FTTx    Outros
                          Modem



      Figura 2.13 – Participação das tecnologias de banda larga fixa na esfera
mundial



                                             38
Espera-se que a tecnologia FTTx terá o maior crescimento nos próximos 5
anos comparada com as outras tecnologias concorrentes.

      Muitas operadoras têm partido para a tecnologia VDSL mas a competição
acirrada tem sinalizado a necessidade de se partir para o FTTx que proporciona as
maiores velocidades de tranmsissão de dados (fonte Pyramid Research (2008)). Isto
é, a demanda crescente por altas velocidades está tornando a fibra cada vez mais
competitiva contra o cobre (onde as tecnologias ADSL e VDSL são baseadas).

      Estudos da Pyramid Research (2008) prevêem que o WiMAX irá capturar 2%
dos usuários de banda larga móvel até 2013, atigindo um total de 42 milhões de
usuários no mundo, enquanto estudos da Informa Telecom & Media (2008) prevêem
que o WiMAX irá capturar 6% do mercado mundial de banda larga sem fio.



      2.1.4 Banda larga móvel



      Em relação a banda larga móvel, serviço oferecido pelas operadoras de
telefonia celular, existiam 4,618 milhões de conexões no primeiro trimestre de 2009
(Fonte: Teleco).

      No estado de São Paulo, as conexões de banda larga no primeiro de trimestre
de 2009 atingiram o número de 1.188 mil divididos entre conexões HSPA e CDMA
2000 (fonte: Anatel).

      O Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2009 revela que em 2008, 91,7% da
população brasileira estava em municípios onde há serviço de telefonia móvel. Ao
longo de 2009 e 2010, cerca de 1,7 mil cidades que hoje não têm nenhuma
cobertura ainda deverão ser atendidas pelas redes de telefonia celular por conta da
política de expansão criada pela Anatel através dos editais de 3G. Em 2010, todos
os municípios devem estar cobertos.

      Outro destaque do mercado de telefonia móvel em 2008 foi a marca de mais
de 355 municípios atendidos por redes HSPA. Parece um número baixo, mas estes
municípios    representam   segundo    levantamento    do   Atlas   Brasileiro   de
Telecomunicações, 67% do potencial de consumo do Brasil (IPC), 100,8 milhões de



                                        39
habitantes, 28,7 milhões de domicílios, sendo 11 milhões de domicílios A/B (ou 73%
do total).

      As operadoras de telefonia celular Tim, Claro e Vivo já alertam sobre a
necessidade de planejamento da expansão do espectro de frequências para que a
oferta de serviços de banda larga móvel seja atendida. Há um consenso que a
banda larga móvel atingirá o limite em 2012 (A TIM estima que haverá 8,6 milhões
de usuários de terceira geração em 2012).

      As operadoras argumentam sobre a necessidade de se obter mais espectro. E
já estão de olho na faixa de frequências de 2,5 GHz, ocupada atualmente pelas
redes MMDS (Serviço de Distribuição Multiponto Multicanal) usadas para
disponibilização de TV por assinatura e serviços de acesso à internet. As operadoras
de MMDS têm baixa penetração no mercado de TV por assinatura, utilizam uma
tecnologia desatualizada e ocupam uma banda de 190 MHz.

      As operadoras de telefonia celular desejam 140 MHz do total de 190 MHz
desta faixa. A intenção é explorar essa faixa de frequências com a tecnologia LTE
(essa tecnologia será provavelmente a substituta da atual tecnologia 3G. Se espera
que a implantação do LTE acontecerá a partir de 2011 no Brasil), ficando apenas 50
MHZ para o uso do WIMAX e MMDS.

      Tanto o LTE quanto o WiMAX são baseados em uma estrutura de rede IP
plana, o que torna muito eficiente o processo de disponibilização de serviços de
banda larga comparado com a atual tecnologia 3G.

      Outra banda reservada em diversos países para serviços de acesso banda
larga sem fio é a faixa de frequências de 3,5 GHz. Algumas operadoras já oferecem
serviços de WIMAX no Brasil nessa faixa. Entretanto, a maior parte desse espectro
continua aguardando licitação.




                                        40
2.1.5 Tendências da Banda Larga


     Nos países desenvolvidos está acontecendo um aumento expressivo da
competição no fornecimento de banda larga com consequente quedas dos preços
dos serviços de acesso à internet.

     No Brasil, grande parte da população não é ainda atentida pelos serviços de
banda larga. Para muitos moradores do estado de São Paulo, o serviço Speedy (que
utliza a tecnologia ADSL), da Telefônica, é a única opção para quem precisa de
internet rápida. Enquanto que as redes de TV paga que oferecem internet banda
larga via tecnologia Cable Modem, oferecem serviços de acesso à internet em
apenas parte do estado.

     A figura 2.14 apresenta o cenário de cobertura da banda larga fixa no estado
de São Paulo.




                             Cobertura da banda larga fixa
                100%
                 90%
                 80%
                 70%
                 60%
                 50%
                 40%                                                Cobertura
                 30%
                 20%
                 10%
                  0%
                        Speedy   NET Virtua        Ajato   Outras
            Cobertura    97%       59%             26%      9%


      Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo
(fonte: revista Exame – edição de 15/07/2009 página 91)



     Apesar da maior parte dos acessos banda larga existentes no Brasil serem
providos por operadoras de telefonia fixa ou de TV por Assinatura, eles não são os
únicos a oferecerem estes serviços ao mercado.



                                              41
Além destes provedores, existem cerca de 1.761 outros provedores de acesso
banda larga, presentes em 74,2% dos municípios brasileiros, que ampliam a
capilaridade da oferta de banda larga no Brasil, atendendo mercados onde os
grandes provedores não estão presentes. O meio mais utilizado para o provimento
do acesso é o rádio (68,4% dos provedores) (Fonte: Teleco).

      Apesar deste cenário de poucas opções de banda larga, começam a se
intensificar no Brasil o surgimento das cidades digitais, interligando orgãos
municipais e oferendo acesso livre e gratuito à internet em pontos públicos.
Conforme o Guia das Cidades Digitais, estão sendo implantados no Brasil projetos
de redes sem fio em Almerin (PA), Belo Horizonte (MG), Ouro Preto (MG), Parintins
(AM), Piraí (RJ), entre outras.

      A tendência é portanto uma queda do preço da banda larga para os próximos
anos. Conforme pesquisa da Pyramid Research (2008), a banda larga se tornará
uma commodity nos próximos anos.

      Em relação aos serviços de banda larga móvel que são oferecidos pelas
operadoras de telefonia celular, estes são em alguns casos a única alternativa ao
Speedy. As velocidades proporcionadas pelos serviços 3G não são tão competitivas
ainda quando comparadas com as tecnologias ADSL e Cable Modem. Mas o fator
crucial é que 80% da população brasileira usa tecnologia móvel, não fixa. Além
disso, o grande diferencial da tecnologia 3G é a mobilidade.

      Segundo dados da Pyramid Research (publicado pela Teletime News online,
31/07/2009), o número de conexões de internet em banda larga móvel ultrapassará
o de fixas no Brasil até 2011, quando atingirá 28 milhões de usuários. Os modems
USB serão os principais impulsionadores da adoção da banda larga móvel no país e
se tornarão uma grande alternativa à banda larga fixa. Atualmente (Fonte Teleco,
Maio 2009) existem 4.955 mil dispositivos de acesso de banda larga móvel no Brasil.

      Conforme estudo do Yankee Group e Ericsson (Publicado em 29/07/2009 pela
Teletime News online), em 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46
milhões e mais da metade da base utilizará telefones celulares para acessar a rede
3G.




                                         42
Conforme descrito no item anterior, o número de conexões de banda larga no
estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2009 foi de 1.118 mil. Assumindo o
mesmo crescimento previsto para o Brasil conforme a Pyramid Research (2009),
estima-se que em 2011, haverá 6.275 mil usuários 3G no estado de São Paulo
contra 28 milhões no Brasil.

     Segundo um estudo da Pyramid Research (2008), o WiMAX capturará apenas
2% dos usuários 3G até 2013. Assumindo esta mesma percentagem para 2011,
estima-se um número de 144 mil usuários de banda larga utilizando a tecnologia
WiMAX no Estado de São Paulo. Para o Brasil seriam 560 mil usuários. Entretanto
deve-se enfatizar que em 2008 o WiMAX representou 6% do total de conexões de
banda larga móvel no Brasil. Esse percentagem deve cair nos próximos anos visto
que se vê uma explosão das vendas de dispositivos móveis 3G atualmente.

     Já um estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o WiMAX
capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga móvel em 2013. Atualmente, o
WiMAX representa 2% dos assinantes mundiais de banda larga móvel.

     Baseado na pesquisa do Yankee Group e Ericsson, em 2012, com o WiMAX
capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G (previsão Pyramid
Research), haverá 920 mil usuários desta tecnologia. Para o estado de São Paulo,
assumindo a mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil assinantes de
3G e 206 mil assinantes de WiMAX.

     Já o estudo da consultoria Infonetics Research (2009) é muito mais otimista
que o da Pyramid Research em termos de usuários de WiMAX no Brasil. De acordo
com a Infonetics Research, o Brasil é um dos maiores mercados potenciais para a
tecnologia de banda larga sem fio WiMAX. A previsão da empresa é que o país salte
de 184 mil assinantes do serviço, registrados em 2008, para quase 8 milhões até
2013. A consultoria acredita que o WiMAX pode se tornar a principal forma de
acesso à Internet em banda larga sem fio no país.

     A figura 2.15 apresenta o crescimento previsto da banda larga móvel no Brasil
segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson, e Pyramid Research.




                                        43
Banda Larga Móvel - Brasil (mil conexões)

                                      46.000
       50.000

       40.000

       30.000                                                 3G
                                                              WiMAX (Pyramid)
       20.000
                                                              WiMAX (Infonetics)*
                                                 8.000
       10.000       5.300
                            184 184        920
             0
                     Maio 2009        2012/2013*


     Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda larga no Brasil (Fonte:
Yankee Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research).
Assume-se que o WiMAX capturará 2% do total dos assinantes 3G (Pyramid
Research) e 6% dos assinantes 3G (Infonetics Research)



      A figura 2.16 apresenta a evolução das conexões de banda larga no estado
de São Paulo.




            Banda Larga Móvel - Estado de São Paulo (mil
                           conexões)
   12.000                              10.308
   10.000
    8.000                                                             3G
    6.000                                                             WiMAX (Pyramid)
    4.000                                             2.057           WiMAX (Infonetics)*
                 1.188
    2.000                47    47               206
       0
                  Maio 2009              2012/2013*


     Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimento da banda larga no
estado de São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson




                                               44
assumindo que o estado de São Paulo apresentará a mesma taxa de
crescimento nacional dos acessos de banda larga móvel) – Fonte: Yankee
Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research

      A figura 2.17 apresenta a participação das tecnologias móveis no Brasil no
final de 2008 (Fonte: Infonetics Research (2009) e Teleco).




             Participação por tecnologia móvel -
                        Brasil (2008)
                          6,13%
                 15,09%

                                                    UMTS/HSPA
                                                    EVDO
                                  78,78%            WiMAX




      Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel em 2008
(Fontes: Infonetics Research e Teleco)



      Conforme dito, os números da consultoria Infonetics Research (2009)
prevêem 8 milhões de acessos WIMAX no Brasil em 2013 a partir de 184 mil
acessos em 2008. Isso significa um CAGR de 112,64% (Estima-se 2,057 mil
usuários para o estado de São Paulo).

      Os números conforme a consultoria Pyramid Research (WIMAX capturará 2%
dos assinantes 3G) e o estudo do Yankee Group e Ericsson (46 milhões de usuários
de banda móvel em 2012) são: 920 mil usuários de WiMAX em 2012 no Brasil e 206
mil no estado de São Paulo, proporcionando um CAGR de 49,53%.

      A tabela 2.3 consolida diversos cenários em função das previsões dos estudos
de diversas companhias (Número de usuários WiMAX nos próximos anos varia entre
560 mil e 8 milhões no Brasil).




                                           45
Estado de São
      Tecnologia Cenário                                                      Brasil             Paulo
                 Usuários 3G no Brasil em 2011 conforme estudo Pyramid
                 Research (2009). Número de usuários do estado de São Paulo é
                 estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o
      3G         Brasil                                                       28 milhões         7,2 milhões
                 Usuários WiMAX em 2011 conforme estudo da Pyramid
                 Research (2008) (2% dos usuários 3G) e estudo Pyramid
                 Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número de
                 usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão
      WiMAX      de celulares entre o estado e o Brasil                       560 mil            144 mil

                 Pesquisa do Yankee Group e Ericsson (2009), em 2012, com o
                 WiMAX capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G
                 (previsão Pyramid Research 2008), haverá 920 mil usuários
                 desta tecnologia. Para o estado de São Paulo, assumindo a
                 mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil
      WiMAX      assinantes de 3G e 206 mil assinantes de WiMAX.                    920 mil      206 mil
                 Usuários WiMAX em 2013 conforme estudo da Informa
                 Telecoms & Media (2008) (6% dos usuários 3G) e estudo
                 Pyramid Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número
                 de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na
      WiMAX      razão de celulares entre o estado e o Brasil                       1,68 milhões 430 mil
                 Estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o
                 WiMAX capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga
                 móvel em 2013. Estudo do Yankee Group e Ericsson (2009), em
                 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46 milhões.
                 Assume-se que em 2013 os mesmos números de assinantes
      WiMAX      3G que em 2012.                                                    2,76 milhões 709 mil
                 A previsão da Infonetics Research (2009) é que o Brasil salte de
                 184 mil assinantes de WiMAX, registrados em 2008, para quase
      WiMAX      8 milhões até 2013.                                                8 milhões    2 milhões

     Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários para o WIMAX em
função do estudo de companhias de pesquisas.



     2.1.6 Receitas da Banda Larga



     A banda larga móvel será a principal impulsionadora das receitas das
operadoras de telefonia móvel na América Latina, de acordo com pesquisa da
consultoria Pyramid Research (fonte: Teletime 29/06/2009) assim como para as
operadoras de telefonia fixa. Os fatores que contribuirão para isto são:

         •    Uso de plataformas comuns baseadas no protocolo IP na implantação
              de novas redes




                                                 46
•   O aumento da competitividade com a entrada das redes WIMAX nos
             próximos anos sinaliza a necessidade de grandes investimentos para
             viabilizar o aumento das receitas com as redes de banda larga

         •   A implantação das redes LTE a partir de 2012, tanto pelas operadoras
             já existentes quanto por novas empresas que entrarão no setor,
             proporcionarão maiores receitas.



      O Speedy corresponde a quase 30% da receita total da Telefônica (fonte:
Abin- Agência Nacional de Inteligência), que, em 2008, foi de 23 milhões de reais
(fonte: Teleco).



      2.1.7 Barreiras



      Barreiras para massificação da banda larga



      O preço da banda larga no Brasil é a principal barreira para a massificação
desta tecnologia. Enquanto o Reino Unido e a Austrália (30 bilhões de dólares para
a implantação de fibras ópticas por todo o país) anunciaram planos ambiciosos para
garantir que todos os seus cidadãos tenha acesso de boa qualidade à internet, o
Brasil discute ainda timidamente como estender as conexões de alta velocidade por
todo o seu território e aumentar as opções de escolha dos usuários quando as
regiões mais remotas não atraem as operadoras e o governo não tem os recursos
necessários para liderar uma iniciativa semelhante.

      A alternativa para o Brasil é a implantação da banda larga móvel que requer
custos menores e apresentam implantação mais rápida comparada com o plano da
Austrália.

      Existem alguns exemplos no Brasil de inclusão digital como o plano do estado
do Ceará que pretende implantar um “cinturão digital” de 3 mil quilômetros de fibras
para garantir a infraestrutura de banda larga.



                                          47
A Anatel se prepara para colocar no mercado pelo menos duas licitações de
frequências em 2009 como forma de impulsionar o uso da banda larga no Brasil por
internet fixa e móvel. A Anatel pretende licitar a faixa de 3,5 GHz e também a faixa
de 2,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz será dedicada a tecnologia WiMAX. Já a faixa de 2,5
GHz se encontra em disputa entre as operadoras de TV paga e as operadoras de
telefonia celular. A tendência da Anatel é dedicar parte da faixa para o Serviço Móvel
Pessoal, sobretudo para o uso da tecnologia de quarta geração (LTE),
acompanhando a recomendação da UIT (União Internacional de Telecomunicações).
Já as operadoras de TV paga querem a permissão para usarem a tecnologia WiMAX
para oferta de banda larga sem fio a seus clientes.

     Em 2010, a Anatel quer avaliar o uso da faixa de espectro de 450 MHz para
atendimento às regiões rurais, suburbanas e fora da área de tarifa básica, com
banda larga sem fio, além de telefonia fixa e móvel. A decisão do Minicom é de licitar
a faixa já prevendo contrapartidas das operadoras, que terão de conectar mais de 80
mil escolas públicas rurais, não contempladas pelo programa “Banda Larga nas
Escolas”, resultante da troca de obrigações das operadoras fixas e que prevê a
conexão de mais de 55 mil escolas públicas urbanas.

     A Anatel iniciou também os estudos para usar a faixa de frequência de 1,5
GHz para a banda larga. Essa faixa ainda não foi harmonizada pela UIT, mas já
existem algumas aplicações nos Estados Unidos onde é usada para serviços de
banda larga.

     Conforme comentado no ínicio deste ítem, o preço é a principal barreira para o
crescimento da banda larga no Brasil. Um estudo das Nações Unidas feito em 154
países classificou o Brasil entre as nações com o serviço de banda larga mais caro
do mundo.

      Promovido pela União Internacional para as Telecomunicações (UIT), um
órgão da ONU, o estudo avaliou a qualidade da infraestrutura de telecomunicações
em 154 nações, o grau de inclusão digital em cada país e o custo que estas
tecnologias têm para o usuário final. Para calcular o custo em cada país, a UIT
desenvolveu um índice que relaciona o custo de um serviço telecom à renda per
capita em cada nação. Nos Estados Unidos, para ter um serviço de banda larga, o




                                         48
usuário compromete 0,4% de sua renda média. No Brasil se compromete 9,6% da
renda por habitante. O custo da banda larga coloca o Brasil na 77ª posição num
ranking de acesso a serviços de internet. Com o índice 9,6, o Brasil fica atrás de
outros países emergentes, como Argentina (7,6), México (5,3) e Rússia (2,2). Até na
China (9,6) a situação é melhor que no Brasil. O país asiático é muito prejudicado no
ranking, pois o custo da banda larga precisa ser comparado com a renda per capta
daquele país, que é baixa, afinal a China tem mais de 1,2 bilhão de habitantes.

      Os países do mundo onde a banda larga é mais barata são Estados Unidos,
Canadá, Suíça, Dinamarca, Luxemburgo e Taiwan. Nestas localidades, o índice é
igual ou menor que 0,7. A pior situação é a de Burkina Fasso, país africano. Lá,
uma pessoa precisa gastar 5.193 vezes a renda média de um cidadão para contratar
um link de internet.

      De acordo com os resultados da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da
Informação e da Comunicação no Brasil 2008, um quarto dos domicílios brasileiros
(25%) possui computadores. A pesquisa identificou que 71% dos lares com
computador possuem acesso à Internet. Essa diferença denota que, dos 14 milhões
de domicílios com computador, quatro milhões não possuem acesso à rede mundial
de computadores. A pesquisa identifica também que o acesso ao computador e à
Internet é fortemente determinado pela renda, pela classe social e pela região do
país. O acesso à Internet está presente em 25% dos domicílios da região Sudeste e
cerca de 20% nos domicílios das regiões Sul e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e
Nordeste, a proporção de domicílios com acesso à rede não ultrapassa 7%. No que
concerne à renda e à classe social, observa-se que, na faixa até um salário mínimo
e nas classes D e E, a penetração do acesso à Internet registra uma taxa de apenas
1%, enquanto atinge 81% na faixa de dez ou mais salários e 91% na classe A.

       O perfil do uso do computador e da Internet no país é muito semelhante com
relação às variáveis sociodemográficas. Conforme a renda, a classe social e o grau
de escolaridade aumentam, maior é a proporção de usuários das tecnologias acima
mencionadas. A proporção de usuários de Internet chega a 83% no nível superior e
somente a 7% entre os analfabetos e pessoas que têm somente educação infantil.
No que tange à renda, nota-se que,na faixa de até um salário mínimo, o percentual




                                         49
de usuários de Internet é de 10%, contra 81% de usuários de Internet na faixa de
dez ou mais salários. A diferenciação por classe social guarda a maior discrepância
entre suas categorias, na medida em que há uma diferença de 76 pontos
percentuais entre a classe A (89%) e as classes D e E (13%).

      Quanto ao uso da Internet, a pesquisa identifica as principais barreiras
mencionadas pelos respondentes que declararam nunca ter acessado a Internet em
2008. A principal barreira ao uso está associada à “falta de habilidade” com o
computador ou com a Internet propriamente dita, apontada por 61% dos
respondentes, seguida pela “falta de interesse” (44%) e a “falta de condições para
pagar o acesso” (23%). Interessante ressaltar que, quando se trata de motivos para
posse do computador e acesso à Internet, o custo é a principal barreira para a
aquisição dessas tecnologias. Porém, quando se trata de questões relativas ao uso
da Internet, a principal barreira é a falta de habilidade com o computador ou no
acesso à Internet.



     Barreiras para ser um fornecedor de acesso banda larga



     A principal barreira para ser um fornecedor de serviços de banda larga é a
necessidade de capital intensivo para se construir a infra-estrutura da rede. A
tecnologia Cable modem está restrita as operadoras de TV por assinatura como TVA
e NET. A tecnologia ADSL que depende dos pares de fios de cobres das linhas
telefônicas está restrita para a Telefonica no estado de São Paulo. A alternativa para
um novo entrante assim como para os fornecedores atuais é a tecnologia WiMAX
que exige licença de uma faixa do espectro para operação assim como aquisições
de espaço para a implantação das estações rádio-base.



     Outra barreira para a implantação do negócio é o preço do serviço de acesso à
internet que o novo entrante terá como despesa. Os preços desses serviços no
Brasil são caros demais quando comparado com os preços nos Estados Unidos.




                                         50
Além disso, os principais fornecedores de acesso a internet no Brasil estão restritos
à Telefonica, Embratel, Oi e GVT.



      2.1.8 Consumidor



      Para o consumidor de mídia, a TV aberta é a maior fornecedora de conteúdo
no Brasil.

      Contudo, há uma tendência de se buscar mais conteúdo, seja entretenimento
ou informação, em outras fontes e dispositivos como PCs e celular.

      O estudo da Accenture (publicado no site Converge Magazine em 13/04/2009:
Banda larga, canais fechados e tv aberta mudam perfil doconsumidor) mostra que a
TV linear não está morrendo, mas que o consumo não-linear de mídia está
crescendo e despertando o interesse do consumidor. A mudança, aponta a
Accenture, é liderada por consumidores de menos de 35 anos de idade. Além de ser
o grupo que se mostra mais insatisfeito com as opções da televisão, são os que se
mostram mais dispostos a ver conteúdo em dispositivos alternativos, e que tendem a
preferir o conteúdo sob demanda. O estudo mostra que, quanto mais novo é o
consumidor, mais ele está insatisfeito com a TV ao vivo e mais propenso a assimilar
o conteúdo por outros dispositivos. Esta realidade assusta empresas revendedoras
de computadores, já que será cada vez mais comum o acesso ao conteúdo on-line
através do celular.

      Segundo estudo da IDC Brasil (citado em http://guia.mercadolivre.com.br,
25/09/2008 artigo: “Brasil tem 4,7 mi de conexões banda larga, mas taxa de
penetração é de 2,2%”), o perfil do usuário de banda larga continua sendo
predominantemente de consumidores das classes A e B, sendo que a classe C
começa a ter maior participação.

      Conforme estudo da UIT (divulgado pela Gazeta Mercantil online news
4/03/2009), a banda larga custa em média 9,6% da renda per capita do brasileiro.
Com o aumento da concorrência, a tendência é de queda nos preços.




                                         51
Em 2008, 88,8% das conexões de banda larga fixa são de usuários
residenciais (fonte: Barômetro Cisco).

     Segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson (Teletime news, 29/07/2009),
o assinante 3G no Brasil é majoritariamente jovem e utiliza essa tecnologia
principalmente dentro de casa, em substituição ao acesso fixo. A razão para preferir
o acesso móvel é devido ao valor na mobilidade ou porque não há oferta de banda
larga fixa onde mora. De acordo com o estudo, 83% dos assinantes usam o serviço
em casa e 27%, no escritório (um certo grupo de assinantes usa o serviço em casa e
no escritório). Apenas 26% das linhas 3G são corporativas. Mas 42% dos assinantes
fazem um uso misto pessoal e profissional do serviço. 72% dos usuários têm entre
20 e 30 anos.

      No estado de São Paulo estima-se que a população entre 20 e 30 anos seja
de 7.250 mil pessoas (Fonte IBGE 2000 e projeções de crescimento da população).
Esta quantia corresponde aproximadamente a 18,2% da população do estado.
Conforme o estudo da Pesquisa de Condições de Vida 2006 (PCV), estima-se que
65% dos jovens do estado de São Paulo têm o ensino médio concluído. Assumindo
a conclusão do ensino médio como fator determinante para se ter uma assinatura de
banda larga móvel, obtem-se que 4.712 mil jovens são potenciais consumidores de
banda larga móvel. E extrapolando para toda a faixa etária da população do estado
de São Paulo (28% restantes dos usuários já que 72% se enquadram entre 20 e 30
anos de idade), obtem-se a estimativa de 6.545 mil potenciais assinantes de banda
larga móvel para o momento atual. Atualmente (Maio 2009) há 1.188 mil acessos de
banda larga móvel no estado de São Paulo. Em relação ao Brasil, estima-se que a
população entre 20 e 30 anos corresponda aproxidamente a 20% da população
brasileira (38 milhões de pessoas). Se assumirmos que 60% dos jovens brasileiros
possuem o ensino médio (no estado de São Paulo, este número é de 65%), temos
22,8 milhões de jovens entre 20 e 30 anos com potencial de consumo de banda
larga móvel. Extrapolando para o resto da população brasileira e assumindo que
28% desta população restante consumirá internet móvel, o mercado potencial
brasileiro será de 31,7 milhões de usuários de internet móvel. Entretanto, deve-se
notar que a internet fixa acaba sendo concorrente da internet móvel para a maior
parte da população brasileira. Somente uma pequena parte da população tem e terá



                                         52
assinatura de internet móvel e internet fixa. Conforme a pesquisa do Yankee Group
e Ericsson, 83% dos usuários de internet móvel, usam esse serviço em suas
residências.

     A tabela 2.4 sumariza a quantidade potencial de usuários de internet móvel em
função do nível de educação e perfil consumidor predominantemente jovem.



                            Potenciais usuários de
                            banda larga móvel (mil
                            usuários) em função de
                            educação e perfil do
      Região                usuário

      Brasil                                     31.700

      Estado de São Paulo                         6.545

     Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móvel em função do
nível de educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial
consumidor



     O número de usuários no mundo da tecnologia WiMAX deve superar 100
milhões até 2014, pelas projeções da consultoria Maravedis (2008). O crescimento
do número de usuários será impulsionado pelo lançamento dos laptops que trazem
embutidos os chipsets capazes de conectar o equipamento à rede sem fio.

     O grupo WiMax Forum (Dezembro 2008), que representa mais de 530
empresas comprometidas com essa tecnologia de banda larga sem fio, estima que
até 2012 a América Latina terá mais de 13 milhões de consumidores desse tipo de
conexão, volume que equivalerá a 10 por cento do total mundial.

     No primeiro trimestre de 2009 foram adicionados 400 mil novos usuários de
WiMAX (incluindo as operações em faixas não licenciadas) no mundo, um
crescimento de 13% em relação ao último trimestre de 2008 e 75% na comparação
com o primeiro trimestre de 2008. Os dados fazem parte de uma pesquisa trimestral
divulgada pela consultoria Maravedis, que mostra que no mesmo período foram
adicionados 50 milhões de novos usuários em 3G.




                                            53
A Associação Brasileira de Pesquisas                              definiu as classes sociais no Brasil
conforme a figura 2.18.




                          Renda Familiar Média por Mês (em reais)
                          14.400
           15.000



           10.000                   8.100

                                                                                                          renda
                                            4.600
            5.000
                                                      2.300
                                                               1.400
                                                                           950   620     440
                 0
                          A1       A2       B1        B2       C1      C2        D      E



     Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classes sociais



     Baseado na reportagem da Revista Exame (08/04/2009) sobre o consumo das
famílias brasileiras em 2009 e informações do IBGE sobre a população brasileira,
deriva-se que as classes sociais no Brasil estão distribuídas conforme a figura 2.19.




        30,00%
                                                                   25,40%
        25,00%                                           21,80%
                                                20,70%
        20,00%
                                        15,70%
        15,00%
                                                                                     Percentagem Brasil
                                   8,90%
        10,00%
                           4,10%
         5,00%                                                       2,60%
                 0,90%
         0,00%
                     A1    A2      B1      B2    C1      C2    D       E



     Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obtido a partir
de informações da revista Exame (08/04/2009) e assumindo população
brasileira de 189,6 milhões de habitantes



                                                              54
Para facilitar a análise, a tabela 2.5 agrupa as classes sociais em um número
menor de divisões, apresenta o potencial de consumo de internet de cada classe
social (baseado na Pesquisa TIC Domicílios 2008) e o número potencial de
consumidores para o Brasil.




                                       Total de
                Percentagem da         jovens - 20 a Internet móvel   Potenciais
      Classes   população brasileira   30 anos (mil) (consumo)        usuários

      AeB                     29,60%         11.248             85%         9.561
      C                       42,50%         16.150             30%         4.845

      DeE                     28,00%         10.640             13%         1.383

     Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no Brasil em
função das classes sociais (critério da Associação das Empresas de
Pesquisa), perfil dos usuários de internet (Pesquisa TIC Domicílios 2008) –
Número total de potenciais usuários é de 15.788 jovens (entre 20 e 30 anos).



      Conforme a tabela 2.5, o número potencial de usuários de internet móvel no
Brasil é de 15.789 mil jovens. Extrapolando para o resto da população brasileira
assumindo que 72% dos consumidores de internet móvel são jovens, e asumindo
que a internet fixa capturará 30 % deste montante, obtem-se o número de 15.350 mil
potenciais usuários de internet móvel no Brasil.

      Extrapolando esses números para o estado de São Paulo (baseado na razão
atual de assinantes 3G entre Brasil e estado de São Paulo), obtem-se o número de
3.946 mil potenciais usuários de internet móvel.

     A tabela 2.6 sumariza o número potencial de usuários de internet móvel em
função da faixa etária e poder econômico das classes sociais.




                                            55
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  • 1. FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio utilizando tecnologia WiMAX Sergio Cruzes São Paulo 2009
  • 2. FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio utilizando tecnologia WiMAX Monografia apresentada ao Programa de MBA da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, como requisito parcial para a obtenção do grau de MBA. Orientador: Prof. Renato Borgheresi São Paulo 2009 2
  • 3. PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA REDE BANDA LARGA SEM FIO UTILIZANDO TECNOLOGIA WIMAX / Sergio Cruzes. São Paulo: FIPE, 2009. 130 f. Monografia de MBA – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, 2009 1. Plano de Negócios – Monografia 2. WiMAX 3. Gestão de Projetos 4. LTE I. Cruzes, Sergio II. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. MBA em Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica III. Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio utilizando tecnologia WiMAX 3
  • 4. DEDICATÓRIA À Daniela, minha esposa, e ao Arthur, meu filho, que compreenderam o tempo dedicado a este trabalho e que me suportaram de todas as formas para a construção deste projeto. 4
  • 5. RESUMO O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica (IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia. O objetivo deste trabalho é capturar os ítens com maior influência na elaboração de um plano de negócios de uma rede WiMAX em 2,5 GHz e prover subsídios para que se diminuam as incertezas e riscos em uma implementação de uma rede WiMAX. É apresentado um exemplo de uma rede para a cidade de São Paulo com um certo número de ERBs (estações rádio base) e assinantes com estimativa de período de retorno e taxa interna de retorno. O estudo se inicia com uma análise do microambiente externo dos serviços de banda larga móvel e fixa, culminando com um sumário de previsões de usuários de banda larga móvel fornecido por diversos institutos de pesquisa. Na análise do macroambiente deve-se destacar o ambiente tecnológico onde ainda há escassez de dispositivos como laptops e smartphones contendo o modem WiMAX embutido. É citada a opção da tecnologia LTE que está sendo desenvolvida praticamente por todos os principais fornececedores de infra-estrutura de rede. No ambiente político-legal há uma forte pressão por parte das operadoras de telefonia celular para que se restrinja o uso do WiMAX. Por fim é relatada a importância do planejamento do projeto, a caracterização e a definição do escopo, a definição da EAP (Estrutura analítica de projeto) de um projeto WiMAX com a decomposição das atividades até os pacotes de trabalhos, o sequenciamento das atividades, custos envolvidos, principais riscos envolvidos e plano de resposta a estes riscos, cronograma e caminho crítico. Palavras-chave: Banda Larga ♦ Plano de Negócios ♦ WiMAX ♦ LTE ♦ Gerência de Projetos 5
  • 6. ABSTRACT WiMAX is a wireless broadband access technology for the last mile based on 802.16 standard from the Institute of Electrical and Electronic Engineering (IEEE). WiMAX means Worldwide Interoperability for Microwave Access. This name was introduced by the WiMAX Forum which is an organization with a goal to promote, standardize and define the strategy of WiMAX. The aim of this work is to capture the most important items that influence the WiMAX business case at 2,5 GHz band and provide insights to minimize risks and uncertainties that occur in the deployment of a WiMAX network. It is shown an example of deployment in São Paulo city, Brazil, containing numbers of base stations, subscribers, payback period and internal rate of return. The study begins with the analysis of the micro-environment providing a summary containing subscribers forecast for the next years. It is also described the macro-environment analysis. On the technological environment should be noted the delay in the availability of WiMAX-embedded devices while on the 3G side there are more than 800 hundred devices available worldwide. It is also commented about the LTE technology which is being developed by most of the greater telecommunications vendors. On the legal-political environment, it should be noted the delays on the spectrum auctions and the power of cellular operators which influence the rules for WIMAX such as mobility and spectrum usage restriction. It is also emphasized the importance of the project planning, scope characterization and definition, work breakdown structure definition containing the decomposition of the work to be executed up to the package level, the activities sequencing, costs involved, risks and response plans, schedule and critical path. Keywords: Broadband ♦ Business Plan ♦ WiMAX ♦ LTE ♦ Project Management 6
  • 7. Índice 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................16 1.1 Contextualização do Trabalho .................................................................... 17 1.2 Problema da Pesquisa .................................................................................... 21 1.3 Justificativa ..................................................................................................... 22 1.4 Objetivos do trabalho ...................................................................................... 23 1.5 Questões propostas e proposições assumidas............................................... 24 1.6 Metodologia empregada na pesquisa ............................................................. 24 2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO ....................................................................26 2.1 Microambiente externo.................................................................................... 31 2.1.1 Definição .................................................................................................. 31 2.1.2 Análise da demanda ................................................................................. 31 2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa .................................................. 37 2.1.4 Banda larga móvel.................................................................................... 39 2.1.5 Tendências da Banda Larga .................................................................... 41 2.1.6 Receitas da Banda Larga ......................................................................... 46 2.1.7 Barreiras ................................................................................................... 47 2.1.8 Consumidor .............................................................................................. 51 2.1.9 Oferta de Banda Larga ............................................................................. 57 2.1.10 Modelo da Atratividade da Indústria por Michael Porter ......................... 60 2.1.11 Cadeia de Valor ...................................................................................... 62 2.1.12 Considerações para o uso do WiMAX .................................................... 64 2.2 Macroambiente ............................................................................................... 65 2.2.1 Ambiente sócio cultural ............................................................................ 65 2.2.2 Ambiente demográfico.............................................................................. 65 2.2.3 Ambiente econômico ................................................................................ 66 2.2.4 Ambiente tecnológico ............................................................................... 67 2.2.5 Ambiente político-legal ............................................................................. 70 2.3 Microambiente interno..................................................................................... 71 2.4 Fatores críticos de sucesso ............................................................................ 73 2.5 Quadro referencial para a concepção do negócio .......................................... 74 3. CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO ............................................................................76 3.1 Definição do Plano de Negócio ....................................................................... 76 3.2 Planejamento Estratégico ............................................................................... 77 3.3 Propósito da organização: visão, missão, crenças & valores e objetivos ....... 79 3.4 Estratégias competitivas genéricas ................................................................. 81 3.5 Estratégia de Marketing .................................................................................. 82 3.5.1 Definição do Plano de Marketing .............................................................. 83 3.5.2 Segmentação de mercado ....................................................................... 85 3.5.3 Mix de marketing ................................................................................. 87 4. PLANO DE NEGÓCIO DA REDE WiMAX.........................................................90 4.1 Parâmetros de entrada............................................................................... 91 4.1.1 Área morfológica ................................................................................. 91 4.1.2 Espectro e largura de banda ............................................................... 91 4.1.3 Área de cobertura – Engenharia de Rádio-frequência ............................ 92 4.1.4 Premissas para capital de investimento – CAPEX .............................. 93 4.1.5 Premissas para evolução da base de assinantes ............................... 98 7
  • 8. 4.1.6 Premissas para operação da rede – OPEX ...................................... 100 4.2 Parâmetros de saída ................................................................................ 101 5. IMPLANTAÇÃO DA REDE WiMAX.................................................................103 5.1 Modelo Diamante ..................................................................................... 105 5.2 Project Charter – Termo de Abertura do Projeto ...................................... 107 5.3 Detalhamento do Escopo – WBS (Work Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projeto) ........................................................................... 109 5.4 Planejamento – Estimativa das atividades ............................................... 110 5.5 Planejamento – Seqüência das atividades ................................................... 112 5.4 Riscos ........................................................................................................... 113 5.5 Ajustes .......................................................................................................... 114 6. APÊNDICE A – TECNOLOGIA WIMAX ..........................................................116 6.1 Introdução ..................................................................................................... 116 6.2 Arquitetura de Rede ...................................................................................... 117 7. APÊNDICE B - TECNOLOGIA LTE.................................................................120 8. BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................122 9. GLOSSÁRIO ....................................................................................................126 8
  • 9. LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celular (Fonte Teleco) ........ .......27 Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Receita Bruta de Serviços (Fonte: Teleco) ................................................................................................. ....................28 Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e evolução da banda larga fixa no Brasil ..........................................................................................28 Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte: Teleco) ....................................................................................................................................29 Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte: Teleco) ....................................................................................................................................29 Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de acessos banda larga (Fonte: Teleco) ................................................................................................................ ......32 Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil versus média mundial (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) ..................................................... ....33 Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes para celulares, telefones fixos e banda larga (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) .........................33 Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda larga (Fonte: Teleco) .............34 Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de banda larga fixa (2008) ..................................................................................................................36 Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecnologia (Fonte: Teleco) ...........37 Figura 2.12 – Crescimento dos acesso de banda larga por tecnologia no Brasil (Fonte: Barômetro Cisco) ................................................................................... ......38 Figura 2.13 – Participação das tecnologias de banda larga fixa na esfera mundial ....................................................................................................................................38 Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo (fonte: revista Exame – edição de 15/07/2009 página 91) ...............................................................41 9
  • 10. Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda larga no Brasil (Fonte: Yankee Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetcis Research). Assume-se que o WiMAX capturará 2% do total dos assinantes 3G (Pyramid Research) e 6% dos assinantes 3G (Infonetics Research) ..................................................................44 Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimento da banda larga no estado de São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson assumindo que o estado de São Paulo apresentará a mesma taxa de crescimento nacional dos acessos de banda larga móvel) – Fonte: Yankee Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research ...................................................................44 Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel em 2008 (Fontes: Infonetics Research e Teleco) ...................................................................................45 Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classes sociais ...........54 Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obtido a partir de informações da revista Exame (08/04/2009) e IBGE ................................................54 Figura 2.20 - Crescimento previsto de usuários de WIMAX entre 2008 e 2014 no Brasil e estado de São Paulo. * Número de usuários de WIMAX no estado de São Paulo em 2008 é estimado .......................................................................................57 Figura 2.21 – Principais fornecedores de banda larga fixa e respectivos números de acessos ....................................................................................................................58 Figura 2.22 - Competição fixa no estado de São Paulo e percentagem de cobertura em termos de habitantes dos municípios atendidos (nem toda a área urbana dos munícipios cobertos é atendida) ................................................................................59 Figura 2.23 – Competição móvel no estado de São Paulo percentagem de cobertura ....................................................................................................................................59 Figura 5.1 – Modelo Diamante da rede WIMAX ....................................................105 Figura 5.2 – EAP: implantação de rede WiMAX ....................................................109 Figura 5.3 – Sequenciamento do projeto WiMAX ...................................................111 Figura 6.1 – Topologia WIMAX ponto-a-ponto .......................................................117 Figura 6.2 – Canal WiMAX com suas várias sub-portadoras .................................117 10
  • 11. LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos estados ..................................34 Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013 (Fonte: Pyramid Research) ....................................................................................................36 Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários para o WIMAX em função do estudo de companhias de pesquisas ........................................................................46 Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móvel em função do nível de educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial consumidor ..........53 Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no Brasil em função das classes sociais (critério da Associação das Empresas de Pesquisa), perfil dos usuários de internet (Pesquisa TIC Domicílios 2008) – Número total de potenciais usuários é de 15.788 jovens (entre 20 e 30 anos) ....................................................55 Tabela 2.6 - Número potencial de usuários de internet móvel em função da faixa etária e poder econômico das classes sociais ..........................................................56 Tabela 2.7 – Comparação de desempenho entre tecnologias de acesso ................68 Tabela 2.8 – Quadro referencial para a concepção do negócio ...............................75 Tabela 3.1 – Resumo da concepção do negócio ......................................................89 Tabela 4.1 – Perfil das áreas a serem atendidas .....................................................91 Tabela 4.2 – Link Budget do downlink (1.5 Mbps na borda da célula) .....................92 Tabela 4.3 – Link Budget do uplink (512 kbps na borda da célula) e raio e área efetivos de cobertura .................................................................................................93 Tabela 4.4 – Estratégia de uso das estações ..........................................................94 Tabela 4.5 – Custos de aquisição de ERBs, antenas e links de rádio .....................95 Tabela 4.6 – Custos de infra-estrutura civil assumindo sites novos para 30% dos casos .........................................................................................................................96 Tabela 4.7 – Custos da rede Core ............................................................................97 11
  • 12. Tabela 4.8 – Plano de serviços (QoS: Quality of service, DL: downlink, OSR: oversubscription rate) ..............................................................................................100 Tabela 4.9 – Premissas de OPEX ..........................................................................101 Tabela 5.1 – Termo de Abertura do Projeto ...........................................................109 Tabela 5.2 – Sumário das responsabilidades .........................................................111 Tabela 5.3 – Plano de resposta à riscos – contingência ........................................113 Tabela 5.4 – Plano de resposta à riscos – preventiva ............................................114 12
  • 13. LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES 1T, 2T .. Primeiro trimestre, segundo trimestre, .. 2G Segunda geração de redes celulares 3G Terceira geração de redes celulares 4G Quarta gração de redes celulares AAA Authorization, Authentication and Accounting ARPS Average revenue per subscription ARPU Average revenue per user BTS Base transceiver station CAGR Compound annual growth rate CAPEX Capital expenditure CDMA Code division multiple access (padrão de rede celular) CDMA 1xEVDO Code division multiple access 1x evolution data optmized (tecnologia de redes celulares para transmissão de dados) CLEC Competitive local exchange carrier CPE Customer premises equipment CRM Customer relationship management DSL Digital subscriber line EAP Estrutura analítica do projeto ERB Estação radio base FDC Fluxo de caixa descontado FTTH Fiber to home FTTx Fiber to the end user’s location Gbps Gigabits per second 13
  • 14. GSM Global system for mobile communications (padrão de rede celular) HSPA High speed packet access (tecnologia de transmissão de dados de terceira geração) IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers IMS IP multimedia system IP Internet protocol IPC Índice de potencial de consumo IPTV internet protocol television LLU Local loop unbundling LOS Line of sight LTE Long term evolution (padrão de rede celular de quarta geração) MB Megabyte Mbps Megabits per second MHz Megahertz MIMO Multiple-input and multiple-output (tecnologia de antenas) MMDS Multichannel, Multipoint Distribution System NLOS Non-line of sight OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing OFDMA Orthogonal Frequency Division Multiple Access PC Personal computer PCMCIA Personal Computer Memory Card International Association 14
  • 15. PDA Personal digital assistant PDH Plesiochronous digital hierarchy PSTN Public switched telephone network RF Radio-frequência SDH Synchronous digital hierarchy SLA Service-level agreement SMP Serviço móvel pessoal STFC Serviço telefônico fixo comutado UIT União Internacional de Telecomunicações UMTS Universal mobile telecommunications system (padrão de rede cellular de Terceira geração) VDSL Very high bitrate digital subscriber line VoD Video on demand VoIP Voice over IP VPL Valor presente líquido WCDMA Wideband CDMA (também chamado de UMTS) WiFi Wireless fidelity (tecnologia de acesso sem fio) WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Access WLAN Wireless local area network xDSL Variações do tipo de DSL 15
  • 16. 1. INTRODUÇÃO As diversas formas de acessar a internet estão transformando o comportamento das pessoas. Seja no ambiente de negócios, seja a lazer em casa ou em qualquer outro lugar, pode-se acessar a internet. As estatísticas mostram que o número de usuários de internet no Brasil aumentou a uma taxa superior a 40% ao ano entre 2000 e 2008 (Barômetro Cisco) sendo que o Brasil alcançou a quinta posição no ranking mundial em número de pessoas que acessam a internet, de acordo com estudo realizado pela consultoria Everis, em parceria com Escola de Negócios da Universidade de Navarra, da Espanha. Segundo o Ibope Nielsen (Fonte: Meio & Mensagem 22/06/2009), o número de usuários de internet atingiu 62,3 milhões no Brasil no primeiro trimestre de 2009. Entretanto o número de contas de internet banda larga no Brasil é de apenas 15,05 milhões (10,43 milhões de internet fixa e 4,62 milhões de internet banda-larga móvel). Ao mesmo tempo as operadoras de telefonia fixa já observam uma redução do crescimento de sua base de assinantes (cometnado por J.M.M. Rios e outros, 2008, p. 10). Estas operadoras estão investimento pesadamente para ofereçar serviços de banda-larga cuja demanda aumenta a taxas expressivas. As operadoras de telefonia celular com a implantação de suas redes 3G oferecem acesso a internet com velocidades razoáveis e este serviço cada vez mais representa uma maior parcela de suas receitas. A necessidade de oferta de banda larga está introduzindo grandes inovações tecnológicas de acesso a rede por meio de tecnologias como VDSL, FTTH, 3G, WiMAX e LTE. Diante deste quadro entende-se como oportuno verificar-se a viabilidade para o desenvolvimento de projetos para oferta de banda-larga usando a tecnologia de 16
  • 17. acesso sem fio WiMAX. Redes sem fio podem ser implantadas com muito mais rapidez e menor custo do que redes baseadas em cabo. O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica (IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia. A tecnologia WiMAX está ainda em sua fase inicial. Falta ainda a experiência de operação de uma grande operadora no mundo para que esta tecnologia atinja a maturidade. O lançamento da rede da Clearwire nos Estados Unidados irá impulsionar o desenvolvimento desta tecnologia. No início de Abril deste ano (2009), o Fórum WiMAX anunciou o lançamento do programa de Certificação de Testes de Interoperabilidade (IOT) nos Estados Unidos onde fabricantes poderão utilizar a rede comercial da Clearwire para testar a interoperabilidades dos dispositivos WiMAX em 2.5 GHz. Outra fonte de inovações está vindo do desenvolvimento de conteúdo e aplicações a serem disponibilizados as operadoras de telefonia como IPTV, portais para celular, jogos, etc.. Grandes inovações tecnológicas estão sendo introduzidas nos dispositivos de acesso móveis como laptops com modems embutidos e smartphones. Este trabalho apresentará um plano de negócios para uma rede WiMAX, assim como discutir as inovações envolvidas neste ambiente. 1.1 Contextualização do Trabalho Primeiramente é importante se definir o que é banda larga. A Anatel tem a seguinte definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades 17
  • 18. iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga, como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256 kbps. Com a estagnação e a diminuição do crescimento das receitas dos serviços de voz das operadoras de telefonia fixa e telefonia celular, a banda larga está se tornando a nova fonte de crescimento de receitas. Fatores que contribuem para isto são a portabilidade, tendência de competição acirrada, serviços de comunicação via internet como Skype e Yahoo. Para compensar estas perdas, as operadoras de telefonia fixa estão investindo pesadamente em tecnologias de banda larga. Entre estas tecnologias incluem xDSL, Cable Modem, FTTx e WIMAX. As operadoras de telefonia celular estão investindo pesadamente em serviços de dados 3G com o intuito de aumentar suas receitas assim como enfrentar o desafio de outras tecnologias de banda larga como o xDSL e o WiMAX. O WIMAX é a tecnologia que possibilitará operadoras novas a rapidamente obterem receitas com serviços de acesso a internet (e aplicações e conteúdo) e também voz com a tecnologia VoIP. Será destacado também que o período para a implantação de uma rede WiMAX deve ser o mínimo possível, possibilitando a entrada de receitas o mais cedo possível. Neste aspecto, deve ser enfatizada a importância do gerenciamento da implantação da rede WiMAX, onde há um grande desafio de coordenação e planejamento do projeto para se atingir metas agressivas em termos de prazo, orçamento e qualidade. Análise da demanda Efetuar-se-á uma análise da demanda para identificar os diversos usuários que utilizarão e beneficiar-se-ão deste negócio, procurando identificar aspectos relativos a compra do serviço de banda-larga e aplicativos. Objetivar-se-á nesta etapa obter o dimensionamento de um possível número de usuários para o projeto em questão. 18
  • 19. Análise da oferta Por meio da análise da oferta se buscará identificar quem são os fornecedores de serviços de banda-larga no Brasil, os pacotes oferecidos e os preços cobrados pelo mercado. Sistema de valor A análise do sistema de valor procurará obter informações relativas aos participantes do sistema de valores, com o objetivo de identificar empresas com potencialidades e interesses em integrações para frente e para trás. A cadeia de valor pode ser compreendida como produção de conteúdo, programação, disponibilidade e consumo. Análise do macroambiente Será efetuada uma análise macroambiental com destaque aos ambientes econômico (evolução da venda de PCs), tecnológico (evolução e desenvolvimento da tecnologia WiMAX e outras tecnologias de acesso banda larga), político-legal (Anatel e leilões de novas faixas de espectro para o WIMAX), sociocultural e demográfico. Quadro referencial para a definição do negócio De forma a compreender o contexto de atuação em que se pretende verificar a viabilidade do negócio, será elaborado um quadro sinóptico contendo quantidade de 19
  • 20. usuários de banda larga e tendências, níveis de faturamento e tendências de preços; expectativas não atendidas pelos provedores atuais e usos de novas tecnologias. Em termos de ameaças, se procurará avaliar os riscos pertinentes ao poder das operadoras incumbemtes frente ao governo e Anatel (podendo limitar a forma de utlização do WiMAX como limitação de mobilidade, espectro e outros), a possibilidade de integração para frente e para trás das operadoras incumbemtes (celular e fixa) e também pelo fato da comoditização do acesso banda larga (cidades digitais). Este estudo irá analisar também qual posicionamento que os provedores de rede de acesso tem usado para esta tecnologia e quais as possíveis opções para o futuro em função da evolução desta tecnologia, quais as razões pela escolha desta tecnologia, quais os diferenciais explorados desta tecnologia, precificação do serviço, possíveis modelos de inovações do gerenciamento do negócio, ambientes viáveis de oferta de serviços (área urbana, suburbana, rural, comercial, etc), consumidores alvos e principalmente as principais tecnologias concorrentes (celular 3G/4G, xDSL, Cable Modem, FTTH). O Plano de negócios irá tratar os ítens descritos acima, estimar o investimento necessário para se implantar uma rede WIMAX assim como as despesas de operação desta rede. Em resumo, este trabalho irá descrever o plano de negócio e suas exigências para a rentabilidade do empreendimento incluindo aspectos econômicos, demográficos e sociais dos possíveis usuários. A importãncia de se ter uma solução de baixo custo será enfatizada sendo que será destacada a necessidade desta solução proporcionar o início da operação do negócio a partir de uma rede mínima. Será destacada a importância de um planejamento elaborado do projeto de implantação assim como a necessidade de uma coordenação firme entre os diversos fornecedores de serviços e equipamentos necessários para a implantação deste projeto. 20
  • 21. 1.2 Problema da Pesquisa Como o negócio de um rede WIMAX pode se tornar viável e lucrativo ? Este trabalho mostrará quais os pontos chaves no plano de negócio que possibilitarão o sucesso do negócio em termos financeiros, compatibilizando recursos humanos, recursos tecnológicos e operacionais. Um modelo de negócio viável para a implantação de uma rede WIMAX deve incluir baixos custos até o início da operação. A operação deve-se iniciar com uma rede compacta e se expandir assim que se aumente a quantidade de usuários. A implantação da rede deve ser rápida onde se deve enfatizar a necessidade do gerenciamento do projeto de implantação. As estimativas e premissas assumidas no plano de negócios devem ser firmes e consistentes. Observa-se a grande importância das estimativas de crescimento econômico para o sucesso do negócio visto que a penetração de uso de banda larga de um país está estritamente interligada com a renda per capita deste. Além disso deve-se incluir como cruciais as estimativas de cobertura dos sinais de radio- frequência das estações rádio base assim como a capacidade destas, a disponibilidade e tamanho do espectro de frequência. A Anatel irá efetuar licitação da faixa de frequências de 3,5 GHZ neste ano (2009). Serão leiloados blocos de frequências de 5 MHz sendo que cada empresa não poderá adquirir mais que 30 MHz de espectro. Considero que 30 MHz de espectro é o mínimo necessário para se construir uma rede de qualidade onde haja capacidade e o mínimo de interferência. O sucesso da implantação de um projeto de rede WIMAX dependerá principalmente da escolha correta da área geográfica a ser atendida, da disponibilidade em larga escala de laptops, smartphones contendo o modem WIMAX embutido, modems externos com preço acessível e tamalho reduzidos, da qualidade do plano de negócio e suas premissas, da disponibilidade de uma rede de qualidade 21
  • 22. onde haja cobertura de radio-frequência suficiente e de qualidade (sem interferência), da disponbilidade de recursos humanos capacitados para implementar este projeto, operar a rede e gerenciar o negócio. 1.3 Justificativa Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX: grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou empresas alternativas ?. O Brasil apresenta baixa penetração de uso de banda larga. Esta característica constitui uma oportunidade para uso de tecnologias alternativas. A infra-estrutura de rede WiMAX é mais efetiva em termos de custo que as tecnologias DSL, conexão a cabo e fibra óptica. Esse é o fator crucial para que novas operadoras com restrição de capital entrem neste mercado. O grande diferencial do WIMAX é que esta tecnologia suporta diferentes cenários de uso (como o serviço de internet sem fio fixo, o serviço portátil e o serviço de acesso móvel) em uma mesma rede, aumentando as alternativas de seu mercado alvo. Esta possibilidade de vários modos de uso desta tecnologia aumenta o espectro de aplicações e dispositvos desde laptops, PCs, PDAs e outros, todos apresentando o modem WiMAX embutido. Outras características interessantes e convicentes desta tecnologia são: • Rapidez de implantação já que redes wireless são implantadas com muito mais velocidade do que redes fixas • Oportunidade de se implantar a rede somente em áreas gerográficas que reflitam as características do mercado alvo. Isto é, flexibilidade de cobertura • Mobilidade. Este é o grande diferencial do WiMAX comparado com o DSL. A mobilidade permite a conquista de diferentes mercados. 22
  • 23. Arquitetura IP. Como o WiMAX é baseado no protocolo IP, a introdução de novos serviços é rápida. • Custo do espectro comparado com o espectro do 3G: o espectro do WiMAX deverá ser bem menos custoso. Este trabalho é importante porque tenta descrever as oportunidades dentro do segmento de banda larga e buscará classificar o nicho para esta tecnologia. Estudos mostram que há uma relação direta entre a penetração do uso da banda larga, e a renda per capita do país. Entretanto, acredita-se que a oferta e popularização do uso da banda-larga irão causar um grande impacto no desenvolvimento social e econômico de um país. A tecnologia WiMAX é um ponto chave para se aumentar os índices de penetração de uso da banda larga no Brasil de uma maneira não tão dispendiosa como as tecnologias tradicionais (xDSL, Cable Modem). O plano de negócios a ser apresentado neste estudo contêm informações cruciais baseadas em experiência em projetos desta tecnologia em países da America Latina. 1.4 Objetivos do trabalho O objetivo deste trabalho é mostrar em que condições uma implantação de uma rede banda larga WiMAX é viável técnicamente, economicamente e financeiramente. Para tanto, será definido o grupo alvo de clientes a partir da análise da demanda, os propósitos do negócio, antecipando aspectos relativos à visão, missão, valores e objetivos que irão nortear as atividades da empresa. Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX: grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou empresas alternativas. Esta é a questão a ser respondida. 23
  • 24. 1.5 Questões propostas e proposições assumidas O histórico das primeiras implantações de redes WIMAX é marcado por certo desapontamento em relação ao número de usários e desempenho da rede. Fica claro que existe uma grande dificuldade para o WiMAX competir com a tecnologia 3G que está sendo implantadas nas operadoras de telefonia celular. A tecnologia WIMAX está ainda em sua fase inicial e grandes desenvolvimentos prometem aumentar consideravelmente sua capacidade e velocidade de transmisssão. A hipótese deste estudo é confirmar se realmente os fatores descritos na literatura como fundamentais para o sucesso de um projeto de rede WiMAX poderão ser aplicados a realidade brasileira e se existem outros fatores não tão explorados e que são relevantes a nossa realidade. 1.6 Metodologia empregada na pesquisa Na elaboração do plano de negócios serão utilizadas informações disponíbilizadas pela Anatel, site Teleco, site Teletime news, etc. A análise da demanda será efetuada com base nas informações disponibilizadas por estes meios, isto é, estatísticas do setor e também por estudos de comportamentos e necessidades. A análise da oferta se baseará somente por estatísticas do setor. A análise da atratividade do negócio será baseada em estatísticas sobre o serviço de banda larga e a literatura sobre métodos de avaliação de negócios. A análise do sistema de valor será baseda na identificação e informações sobre as empresas envolvidas na cadeia de valor. Em relação ao macroambiente, será efetuada uma análise dos fatores exógenos que impactam o negócio: ambientes sócio-cultural, demográfico, econômico, tecnológico e político-legal. Para isso, serão usadas fontes como a revista Teletime e o site Teleco. 24
  • 25. A pesquisa deste trabalho procura se fundamentar em artigos de plano de negócios de rede WiMAX, artigos técnicos sobre WiMAX , propagação de RF e redes celulares e também artigos sobre gerenciamento de projetos. A pesquisa será fundamentada nos artigos descritos abaixo: • WiMAX Forum (Maio 2005), “WiMAX: The Business Case for Fixed Wireless Access in Emerging Markets”. Apresenta considerações para uma estratégia de implantação de uma rede WiMAX rentável. Apresenta modelos de vendas de serviços, estimativa de receita média por assinante, estimativas de preço de infra-estrutura dos componentes das estações rádio base. • WiMAX Forum (Junho 2008), “A Comparative Analysis of Spectrum Alternatives for WiMAX Networks with Deployment Scenarios Based on the U.S. 700 MHz Band”. Apresenta estimativas de cobertura baseadas em modelos mais aceitos de propagação. • Bart Lanoo, e outros, “Business Scenarios for a WiMAX Deployment in Belgium”. Apresenta uma avaliação técnico-comercial para o mercado da Bélgica. Será usada somente como referência. • André Riedel, e outros, “Optimising WiMAX Business Models Using Incentive Engineering”. Artigo contêm análise de diferentes meios de incentivo que afetam a redução de consumo de banda larga em períodos de congestionamento. Isto permite aumentar a taxa de “overbook” de assinantes do projeto. O livro “WiMAX Handobook – Building 802.16 Wireless Networks”, de Frank Ohrtman, editora McGraw-Hill, contem descrições das vantagens da tecnologia WiMAX perante as tecnologias tradicionais, descritivo técnico do WIMAX e vantagens econômicas do WiMAX. A espinha dorsal do desenvolvimento do plano de negócios será baseada no livro “A Construção do Plano de Negócio” de Antonio Renato Cecconello e Alberto Ajzental, editora Saraiva, 2008. 25
  • 26. 2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO O crescimento das receitas dos serviços telefonia fixa começa a declinar no Brasil e em outros países da América Latina. Entre o primeiro trimestre de 2008 e o primeiro trimestre de 2009, o crescimento do número de linhas de telefonia fixa no Brasil foi de 5,5% passando de 39.514 milhões para 41.7 milhões (fonte: Anatel e Teleco). A previsão do instituto de pesquisa Pyramid Research (2008) é que o crescimento do número de linhas irá reduzir ainda mais nos próximos anos. Esta redução do crescimento está diretamente relacionada ao crescimento do número de linhas da telefonia móvel, ao surgimento de serviços VoIP de qualidade como os serviços via internet Skype, Yahoo e outros. As companhias de telefonia fixa partiram então para o investimento em serviços de banda larga cujo setor vem apresentando altas taxas de crescimento. As companhias de telefonia celular também já estão percebendo a redução no crescimento da receita de seus serviços de voz. Atualmente existe uma grande dificuldade em prover serviços de voz diferenciados em telefonia celular. A competição de preços entre as operadoras é a principal causa da redução do crescimento da receita. E com a introdução da portabilidade no Brasil, a guerra de preços para os serviços de voz poderá aumentar ainda mais. Apesar do crescimento de 24,23 % no número de assinantes entre Maio/2008 e Maio/2009 (de 130,5 milhões para 157,5 milhões) do número de assinantes de telefonia móvel, a percentagem de assinantes pré-pagos passou de 80,95% para 81,75% (fonte: Teleco). A figura 2.1 mostra a queda do ARPU (average revenue per user) das operadoras de telefonia celular no Brasil. 26
  • 27. A queda do ARPU das operadoras de 32 celular 30 30,1 29,3 29,4 29,6 28 27,5 27,3 27,1 27,2 R$ 26 ARPU 24,8 24 22 20 1T07 2T07 3T07 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celular (Fonte Teleco) Nas principais operadoras 3G no mundo, a receita de dados já representa mais de 20% da receita líquida de serviços. A figura 2.2 apresenta a participação das receitas dos serviços de dados na receita bruta de serviços das operadoras no Brasil (A Claro não divulga estas informações de forma sistematica mas declarou que dados representarm 11% do seu ARPU no 1T09). Diante deste cenário, a banda larga torna-se o principal gerador de receitas para as operadoras de telefonia fixa e telefonia celular. O Brasil terminou o primeiro trimestre de 2009 com 10,4 milhões de acesso banda larga por ADSL, TV por assinatura e outros meios. A figura 2.3 detalha a evolução da banda larga fixa no Brasil. 27
  • 28. % dos dados na receita bruta de serviços 15,00% 10,00% 5,00% Vivo Tim 0,00% 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 Oi/BrT Vivo 10,30% 11,30% 10,90% 10,90% 13,10% Brasil Tim 8,40% 9,80% 9,70% 10,80% 11,20% Oi/BrT 6,30% 6% 6,40% 6,80% 5,60% Brasil 8,70% 9,50% 9,40% 9,90% 11,30% Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Receita Bruta de Serviços (Fonte: Teleco) Banda Larga Fixa por tecnologia (em mil conexões) 12.000 10.000 8.000 6.000 ADSL 4.000 Cable Modem 2.000 Outros (rádio) 0 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 Total ADSL 5.936 6.322 6.706 7.001 7.258 Cable Modem 1.943 2.100 2.431 2.589 2.757 Outros (rádio) 405 415 420 420 420 Total 8.284 8.837 9.557 10.010 10.435 Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e evolução da banda larga fixa no Brasil A figura 2.4 detalha a participação de cada tecnologia no 1T09. 28
  • 29. Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (em mil conexões) ADSL 7.258 Cable Modem 10.435 Outros (rádio) Total 2.757 420 Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte: Teleco) A figura 2.5 mostra a evolução da penetração da banda larga no Brasil. Acessos/ 100 hab 6 5,5 5,47 5,26 5 5,04 4,67 4,5 Acessos/ 100 hab 4,39 4 3,5 3 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte: Teleco) Em relação a banda larga móvel, os números são mais impressionantes. O número de acessos de comunicação de dados em banda larga no serviço móvel 29
  • 30. cresceu de 1,802 milhão, em outubro de 2008, para 3,234 milhões em fevereiro de 2009. Um aumento de 79% em cinco meses, de acordo com Jarbas Valente, superintendente de serviços privados da Agência Nacional de Telecomunicações, em sua palestra no 5o. Wireless Mundi. Os avanços nas tecnologias móveis e as velocidades de acesso à internet cada vez maiores prometem revolucionar a experiência multimídia dos usuários. O conteúdo que antes era visto somente na televisão agora pode ser visto no PC e no celular. 30
  • 31. 2.1 Microambiente externo 2.1.1 Definição O microambiente externo é representado por um conjunto de fatores, como a ameaça de novos entrantes, fornecedores e poder de barganha de compradores, produtos substitutos e o grau de intensidade de rivalidade entre concorrentes, que exercem influência direta sobre a empresa, suas ações e reações competititvas. Neste item serão efetuadas as análises da oferta e da demanda. A análise da demanda irá proporcionar identificar um dos fatores mais importantes na implantação de uma estratégia , que é conhecer quem, onde, quando e como se dá o consumo (dados qualitativos), que servirão de parâmetros para a obtenção dos dados quantitativos. É importante que se defina o conceito de banda larga. A Anatel tem a seguinte definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga, como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256kbps. 2.1.2 Análise da demanda No primeiro trimestre de 2009 o número de assinaturas de banda larga fixa no Brasil atingiu o número de mais de 10,43 milhões, um aumento de mais de 2 milhões em comparação ao ano anterior (fonte: Teleco). O Brasil terminou 2008 com 10 milhões de acessos Banda Larga (fixa) e está entre os 10 países com mais acessos Banda Larga no mundo (fonte Teleco). A figura 2.6 apresenta os países com maiores quantidades de acessos de banda larga fixa. 31
  • 32. Acessso Banda Larga (Milhões) Canadá 9,6 Brasil 10,1 Itália 11,3 Coréia do Sul 15,5 Reino Unido 17,3 Acessso Banda Larga França 17,7 (Milhões) Alemanha 22,6 Japão 30,1 Estudos … 79 China 83,4 0 50 100 Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de acessos banda larga (Fonte: Teleco) No Brasil, a penetração das conexões de banda larga por 100 habitantes alcançou a percentagem de 5,16% no final de 2008 (fonte: barômetro Cisco) e 5.47% no 1T09 (Fonte: Teleco). Já em termos de densidade de Banda Larga (acessos/ 100 hab.) o Brasil está abaixo da média mundial (UIT), ao contrário do que ocorre com a densidade de telefones fixos e celulares. A figura 2.7 apresenta os números da banda larga (Brasil versus Mundo) e A figura 2.8 apresenta o número de acessos por 100 habitantes para celulares, telefones fixos e banda larga. 32
  • 33. Densidade Banda Larga: Brasil versus Mundo (por 100 hab.) 7 6 6,1 5,1 5,3 5 Brasil 4,3 4,1 Mundo 4 3 3 2 2006 2007 2008 Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil versus média mundial (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) Acessos por 100 hab. (2008): Brasil versus Mundo 79,2 80 59,7 60 Brasil 40 21,6 19,1 Mundo 20 5,3 6,1 0 Celulares Fixos Banda Larga Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes para celulares, telefones fixos e banda larga (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) Conforme o site Teleco, o Brasil é o 67º país em densidade de Banda Larga no Mundo atrás do México (7,1 acessos/100 hab.) e da Argentina (8,0 acessos/100 hab.). 33
  • 34. A figura 2.9 detalha a densidade de cada estado no 1T09 e ajuda a entender melhor as causas desta baixa densidade. Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda larga (Fonte: Teleco) A Tabela abaixo apresenta os estados com maior penetração de banda larga fixa no Brasil. Participação Acessos/100 no Total UF hab. Brasil DF 15,9 3,8% SP 9,8 37,6% SC 8,4 4,8% PR 7,9 7,9% RS 7,4 7,5% RJ 7,2 10,6% Total 8,9 72,1 Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos estados 34
  • 35. Na análise por segmento de mercado, as residências lideram com 88,6% do total de conexões fixas, enquanto as empresas respondem por 11,4% (fonte: Barõmetro Cisco 2008). Considerando a penetração dos acessos residenciais sobre os lares brasileiros, a penetração média é de 15,94%, o que deixa espaço para um crescimento expressivo para os próximos anos (fonte: Barômetro Cisco – Dezembro 2008). Um estudo feito pela consultoria Everis em parceria com a Escola de Negócios da Universidade de Navarra (IESE Business School), aponta que dos 1,6 bilhão de usuários de internet no mundo, 10% estão na América Latina e, desse número, praticamente a metade está no Brasil. Segundo o levantamento, os internautas brasileiros já somam 76,2 milhões dos 159 milhões na América Latina (ano 2008). O estudo, feito com base nas estatísticas da União Internacional das Telecomunicações (ITU), aponta um número maior que o do Ibope, que em maio apontou 62,3 milhões de usuários brasileiros com acesso à internet em qualquer ambiente (residência, lan-houses, trabalho, telecentros, escolas e bibliotecas). O estudo apresentado pela Teleco (fonte TIC domicílios) aponta um total de 53,9 milhões de usuários de internet em 2008 no Brasil. A definição de usuário de internet da pesquisa TIC domicílios é dada por população de 10 anos ou mais de idade que acessou a Internet, pelo menos uma vez, por meio de computador, em algum local (domicílio, local de trabalho, escola, centro de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro local) nos 90 dias que antecederam à entrevistra. A figura 2.10 apresenta as diferenças expressivas (em milhões de usuários) entre usuários de internet fixa e número de acesso banda larga de internet fixa no Brasil para o ano de 2008 (fonte Teleco). Esta figura sinaliza a potencial demanda por serviços de internet no Brasil. 35
  • 36. 53,9 60 50 40 Usuarios de internet 30 Acessos banda larga fixo 20 10,43 10 0 Brasil Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de banda larga fixa (2008) O Brasil está entre os 10 mercados que apresentarão maiores crescimentos de assinaturas de banda larga fixa entre 2008 e 2013 (fonte: Pyramid Research (2008)) conforme a tabela 2.2 abaixo: Mercado Assinaturas China 221,3 EUA 101,1 Japão 37,8 Alemanha 32,8 França 26,6 Inglaterra 22,4 Brasil 18,9 Itália 17,3 Espanha 15,8 Coréia do Sul 15,4 Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013 (Fonte: Pyramid Research) 36
  • 37. 2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa Na distribuição total de conexões por tecnologia de banda larga fixa para o primeiro trimestre de 2009, o ADSL é o mais adotado no Brasil atingindo 7,258 milhões de conexões (69,55%), o Cable Modem atingiu 2,757 de conexões (26,42%) e outros sistemas (rádio) com 420 mil conexões (4,2%) . O total de conexões de banda larga fixa no Brasil no final do primeiro trimestre de 2009 foi de 10,435 milhões. A figura 2.11 segmenta essas conexões por tecnologia (fonte Teleco). Conexões de banda larga (em milhares) 12.000 10.435 10.000 8.000 7.258 6.000 Conexões de banda larga 4.000 2.757 2.000 420 0 ADSL Cable Outros Total Modem (Rádio) Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecnologia (Fonte: Teleco) A figura 2.12 apresenta o crescimento das conexões (em milhares) de banda larga para as tecnologias ADSL e Cable Modem entre 2005 e 2008 (fonte Barômetro Cisco). Neste período as conexões por ADSL aumentaram 112,02% enquanto que as conexões via Cable modem aumentaram 340,64% (aumento médio de 152,17%). 37
  • 38. 6.967 7.000 6.000 5.520 5.000 4.431 4.000 3.286 ADSL 2.613 3.000 Cable Modem 1.746 2.000 1.134 593 1.000 0 2005 2006 2007 2008 Figura 2.12 – Crescimento dos acessos de banda larga por tecnologia no Brasil (Fonte: Barômetro Cisco) Globalmente, o ADSL também tem a maior penetração de mercado para serviços de internet fixa. Com aproximadamente 290 milhões de linhas, o ADSL atende 68% das conexões de banda larga no mundo contra 21% do Cable Modem e 9% do FTTx (fonte: Pyramid Research (2008)). A figura 2.13 detalha a participação das tecnologias de banda larga fixa no mundo. Conexões de banda larga no mundo 80% 60% 40% Conexões de banda larga no mundo 20% 0% ADSL Cable FTTx Outros Modem Figura 2.13 – Participação das tecnologias de banda larga fixa na esfera mundial 38
  • 39. Espera-se que a tecnologia FTTx terá o maior crescimento nos próximos 5 anos comparada com as outras tecnologias concorrentes. Muitas operadoras têm partido para a tecnologia VDSL mas a competição acirrada tem sinalizado a necessidade de se partir para o FTTx que proporciona as maiores velocidades de tranmsissão de dados (fonte Pyramid Research (2008)). Isto é, a demanda crescente por altas velocidades está tornando a fibra cada vez mais competitiva contra o cobre (onde as tecnologias ADSL e VDSL são baseadas). Estudos da Pyramid Research (2008) prevêem que o WiMAX irá capturar 2% dos usuários de banda larga móvel até 2013, atigindo um total de 42 milhões de usuários no mundo, enquanto estudos da Informa Telecom & Media (2008) prevêem que o WiMAX irá capturar 6% do mercado mundial de banda larga sem fio. 2.1.4 Banda larga móvel Em relação a banda larga móvel, serviço oferecido pelas operadoras de telefonia celular, existiam 4,618 milhões de conexões no primeiro trimestre de 2009 (Fonte: Teleco). No estado de São Paulo, as conexões de banda larga no primeiro de trimestre de 2009 atingiram o número de 1.188 mil divididos entre conexões HSPA e CDMA 2000 (fonte: Anatel). O Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2009 revela que em 2008, 91,7% da população brasileira estava em municípios onde há serviço de telefonia móvel. Ao longo de 2009 e 2010, cerca de 1,7 mil cidades que hoje não têm nenhuma cobertura ainda deverão ser atendidas pelas redes de telefonia celular por conta da política de expansão criada pela Anatel através dos editais de 3G. Em 2010, todos os municípios devem estar cobertos. Outro destaque do mercado de telefonia móvel em 2008 foi a marca de mais de 355 municípios atendidos por redes HSPA. Parece um número baixo, mas estes municípios representam segundo levantamento do Atlas Brasileiro de Telecomunicações, 67% do potencial de consumo do Brasil (IPC), 100,8 milhões de 39
  • 40. habitantes, 28,7 milhões de domicílios, sendo 11 milhões de domicílios A/B (ou 73% do total). As operadoras de telefonia celular Tim, Claro e Vivo já alertam sobre a necessidade de planejamento da expansão do espectro de frequências para que a oferta de serviços de banda larga móvel seja atendida. Há um consenso que a banda larga móvel atingirá o limite em 2012 (A TIM estima que haverá 8,6 milhões de usuários de terceira geração em 2012). As operadoras argumentam sobre a necessidade de se obter mais espectro. E já estão de olho na faixa de frequências de 2,5 GHz, ocupada atualmente pelas redes MMDS (Serviço de Distribuição Multiponto Multicanal) usadas para disponibilização de TV por assinatura e serviços de acesso à internet. As operadoras de MMDS têm baixa penetração no mercado de TV por assinatura, utilizam uma tecnologia desatualizada e ocupam uma banda de 190 MHz. As operadoras de telefonia celular desejam 140 MHz do total de 190 MHz desta faixa. A intenção é explorar essa faixa de frequências com a tecnologia LTE (essa tecnologia será provavelmente a substituta da atual tecnologia 3G. Se espera que a implantação do LTE acontecerá a partir de 2011 no Brasil), ficando apenas 50 MHZ para o uso do WIMAX e MMDS. Tanto o LTE quanto o WiMAX são baseados em uma estrutura de rede IP plana, o que torna muito eficiente o processo de disponibilização de serviços de banda larga comparado com a atual tecnologia 3G. Outra banda reservada em diversos países para serviços de acesso banda larga sem fio é a faixa de frequências de 3,5 GHz. Algumas operadoras já oferecem serviços de WIMAX no Brasil nessa faixa. Entretanto, a maior parte desse espectro continua aguardando licitação. 40
  • 41. 2.1.5 Tendências da Banda Larga Nos países desenvolvidos está acontecendo um aumento expressivo da competição no fornecimento de banda larga com consequente quedas dos preços dos serviços de acesso à internet. No Brasil, grande parte da população não é ainda atentida pelos serviços de banda larga. Para muitos moradores do estado de São Paulo, o serviço Speedy (que utliza a tecnologia ADSL), da Telefônica, é a única opção para quem precisa de internet rápida. Enquanto que as redes de TV paga que oferecem internet banda larga via tecnologia Cable Modem, oferecem serviços de acesso à internet em apenas parte do estado. A figura 2.14 apresenta o cenário de cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo. Cobertura da banda larga fixa 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% Cobertura 30% 20% 10% 0% Speedy NET Virtua Ajato Outras Cobertura 97% 59% 26% 9% Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo (fonte: revista Exame – edição de 15/07/2009 página 91) Apesar da maior parte dos acessos banda larga existentes no Brasil serem providos por operadoras de telefonia fixa ou de TV por Assinatura, eles não são os únicos a oferecerem estes serviços ao mercado. 41
  • 42. Além destes provedores, existem cerca de 1.761 outros provedores de acesso banda larga, presentes em 74,2% dos municípios brasileiros, que ampliam a capilaridade da oferta de banda larga no Brasil, atendendo mercados onde os grandes provedores não estão presentes. O meio mais utilizado para o provimento do acesso é o rádio (68,4% dos provedores) (Fonte: Teleco). Apesar deste cenário de poucas opções de banda larga, começam a se intensificar no Brasil o surgimento das cidades digitais, interligando orgãos municipais e oferendo acesso livre e gratuito à internet em pontos públicos. Conforme o Guia das Cidades Digitais, estão sendo implantados no Brasil projetos de redes sem fio em Almerin (PA), Belo Horizonte (MG), Ouro Preto (MG), Parintins (AM), Piraí (RJ), entre outras. A tendência é portanto uma queda do preço da banda larga para os próximos anos. Conforme pesquisa da Pyramid Research (2008), a banda larga se tornará uma commodity nos próximos anos. Em relação aos serviços de banda larga móvel que são oferecidos pelas operadoras de telefonia celular, estes são em alguns casos a única alternativa ao Speedy. As velocidades proporcionadas pelos serviços 3G não são tão competitivas ainda quando comparadas com as tecnologias ADSL e Cable Modem. Mas o fator crucial é que 80% da população brasileira usa tecnologia móvel, não fixa. Além disso, o grande diferencial da tecnologia 3G é a mobilidade. Segundo dados da Pyramid Research (publicado pela Teletime News online, 31/07/2009), o número de conexões de internet em banda larga móvel ultrapassará o de fixas no Brasil até 2011, quando atingirá 28 milhões de usuários. Os modems USB serão os principais impulsionadores da adoção da banda larga móvel no país e se tornarão uma grande alternativa à banda larga fixa. Atualmente (Fonte Teleco, Maio 2009) existem 4.955 mil dispositivos de acesso de banda larga móvel no Brasil. Conforme estudo do Yankee Group e Ericsson (Publicado em 29/07/2009 pela Teletime News online), em 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46 milhões e mais da metade da base utilizará telefones celulares para acessar a rede 3G. 42
  • 43. Conforme descrito no item anterior, o número de conexões de banda larga no estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2009 foi de 1.118 mil. Assumindo o mesmo crescimento previsto para o Brasil conforme a Pyramid Research (2009), estima-se que em 2011, haverá 6.275 mil usuários 3G no estado de São Paulo contra 28 milhões no Brasil. Segundo um estudo da Pyramid Research (2008), o WiMAX capturará apenas 2% dos usuários 3G até 2013. Assumindo esta mesma percentagem para 2011, estima-se um número de 144 mil usuários de banda larga utilizando a tecnologia WiMAX no Estado de São Paulo. Para o Brasil seriam 560 mil usuários. Entretanto deve-se enfatizar que em 2008 o WiMAX representou 6% do total de conexões de banda larga móvel no Brasil. Esse percentagem deve cair nos próximos anos visto que se vê uma explosão das vendas de dispositivos móveis 3G atualmente. Já um estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o WiMAX capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga móvel em 2013. Atualmente, o WiMAX representa 2% dos assinantes mundiais de banda larga móvel. Baseado na pesquisa do Yankee Group e Ericsson, em 2012, com o WiMAX capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G (previsão Pyramid Research), haverá 920 mil usuários desta tecnologia. Para o estado de São Paulo, assumindo a mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil assinantes de 3G e 206 mil assinantes de WiMAX. Já o estudo da consultoria Infonetics Research (2009) é muito mais otimista que o da Pyramid Research em termos de usuários de WiMAX no Brasil. De acordo com a Infonetics Research, o Brasil é um dos maiores mercados potenciais para a tecnologia de banda larga sem fio WiMAX. A previsão da empresa é que o país salte de 184 mil assinantes do serviço, registrados em 2008, para quase 8 milhões até 2013. A consultoria acredita que o WiMAX pode se tornar a principal forma de acesso à Internet em banda larga sem fio no país. A figura 2.15 apresenta o crescimento previsto da banda larga móvel no Brasil segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson, e Pyramid Research. 43
  • 44. Banda Larga Móvel - Brasil (mil conexões) 46.000 50.000 40.000 30.000 3G WiMAX (Pyramid) 20.000 WiMAX (Infonetics)* 8.000 10.000 5.300 184 184 920 0 Maio 2009 2012/2013* Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda larga no Brasil (Fonte: Yankee Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research). Assume-se que o WiMAX capturará 2% do total dos assinantes 3G (Pyramid Research) e 6% dos assinantes 3G (Infonetics Research) A figura 2.16 apresenta a evolução das conexões de banda larga no estado de São Paulo. Banda Larga Móvel - Estado de São Paulo (mil conexões) 12.000 10.308 10.000 8.000 3G 6.000 WiMAX (Pyramid) 4.000 2.057 WiMAX (Infonetics)* 1.188 2.000 47 47 206 0 Maio 2009 2012/2013* Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimento da banda larga no estado de São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson 44
  • 45. assumindo que o estado de São Paulo apresentará a mesma taxa de crescimento nacional dos acessos de banda larga móvel) – Fonte: Yankee Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research A figura 2.17 apresenta a participação das tecnologias móveis no Brasil no final de 2008 (Fonte: Infonetics Research (2009) e Teleco). Participação por tecnologia móvel - Brasil (2008) 6,13% 15,09% UMTS/HSPA EVDO 78,78% WiMAX Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel em 2008 (Fontes: Infonetics Research e Teleco) Conforme dito, os números da consultoria Infonetics Research (2009) prevêem 8 milhões de acessos WIMAX no Brasil em 2013 a partir de 184 mil acessos em 2008. Isso significa um CAGR de 112,64% (Estima-se 2,057 mil usuários para o estado de São Paulo). Os números conforme a consultoria Pyramid Research (WIMAX capturará 2% dos assinantes 3G) e o estudo do Yankee Group e Ericsson (46 milhões de usuários de banda móvel em 2012) são: 920 mil usuários de WiMAX em 2012 no Brasil e 206 mil no estado de São Paulo, proporcionando um CAGR de 49,53%. A tabela 2.3 consolida diversos cenários em função das previsões dos estudos de diversas companhias (Número de usuários WiMAX nos próximos anos varia entre 560 mil e 8 milhões no Brasil). 45
  • 46. Estado de São Tecnologia Cenário Brasil Paulo Usuários 3G no Brasil em 2011 conforme estudo Pyramid Research (2009). Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o 3G Brasil 28 milhões 7,2 milhões Usuários WiMAX em 2011 conforme estudo da Pyramid Research (2008) (2% dos usuários 3G) e estudo Pyramid Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão WiMAX de celulares entre o estado e o Brasil 560 mil 144 mil Pesquisa do Yankee Group e Ericsson (2009), em 2012, com o WiMAX capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G (previsão Pyramid Research 2008), haverá 920 mil usuários desta tecnologia. Para o estado de São Paulo, assumindo a mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil WiMAX assinantes de 3G e 206 mil assinantes de WiMAX. 920 mil 206 mil Usuários WiMAX em 2013 conforme estudo da Informa Telecoms & Media (2008) (6% dos usuários 3G) e estudo Pyramid Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na WiMAX razão de celulares entre o estado e o Brasil 1,68 milhões 430 mil Estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o WiMAX capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga móvel em 2013. Estudo do Yankee Group e Ericsson (2009), em 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46 milhões. Assume-se que em 2013 os mesmos números de assinantes WiMAX 3G que em 2012. 2,76 milhões 709 mil A previsão da Infonetics Research (2009) é que o Brasil salte de 184 mil assinantes de WiMAX, registrados em 2008, para quase WiMAX 8 milhões até 2013. 8 milhões 2 milhões Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários para o WIMAX em função do estudo de companhias de pesquisas. 2.1.6 Receitas da Banda Larga A banda larga móvel será a principal impulsionadora das receitas das operadoras de telefonia móvel na América Latina, de acordo com pesquisa da consultoria Pyramid Research (fonte: Teletime 29/06/2009) assim como para as operadoras de telefonia fixa. Os fatores que contribuirão para isto são: • Uso de plataformas comuns baseadas no protocolo IP na implantação de novas redes 46
  • 47. O aumento da competitividade com a entrada das redes WIMAX nos próximos anos sinaliza a necessidade de grandes investimentos para viabilizar o aumento das receitas com as redes de banda larga • A implantação das redes LTE a partir de 2012, tanto pelas operadoras já existentes quanto por novas empresas que entrarão no setor, proporcionarão maiores receitas. O Speedy corresponde a quase 30% da receita total da Telefônica (fonte: Abin- Agência Nacional de Inteligência), que, em 2008, foi de 23 milhões de reais (fonte: Teleco). 2.1.7 Barreiras Barreiras para massificação da banda larga O preço da banda larga no Brasil é a principal barreira para a massificação desta tecnologia. Enquanto o Reino Unido e a Austrália (30 bilhões de dólares para a implantação de fibras ópticas por todo o país) anunciaram planos ambiciosos para garantir que todos os seus cidadãos tenha acesso de boa qualidade à internet, o Brasil discute ainda timidamente como estender as conexões de alta velocidade por todo o seu território e aumentar as opções de escolha dos usuários quando as regiões mais remotas não atraem as operadoras e o governo não tem os recursos necessários para liderar uma iniciativa semelhante. A alternativa para o Brasil é a implantação da banda larga móvel que requer custos menores e apresentam implantação mais rápida comparada com o plano da Austrália. Existem alguns exemplos no Brasil de inclusão digital como o plano do estado do Ceará que pretende implantar um “cinturão digital” de 3 mil quilômetros de fibras para garantir a infraestrutura de banda larga. 47
  • 48. A Anatel se prepara para colocar no mercado pelo menos duas licitações de frequências em 2009 como forma de impulsionar o uso da banda larga no Brasil por internet fixa e móvel. A Anatel pretende licitar a faixa de 3,5 GHz e também a faixa de 2,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz será dedicada a tecnologia WiMAX. Já a faixa de 2,5 GHz se encontra em disputa entre as operadoras de TV paga e as operadoras de telefonia celular. A tendência da Anatel é dedicar parte da faixa para o Serviço Móvel Pessoal, sobretudo para o uso da tecnologia de quarta geração (LTE), acompanhando a recomendação da UIT (União Internacional de Telecomunicações). Já as operadoras de TV paga querem a permissão para usarem a tecnologia WiMAX para oferta de banda larga sem fio a seus clientes. Em 2010, a Anatel quer avaliar o uso da faixa de espectro de 450 MHz para atendimento às regiões rurais, suburbanas e fora da área de tarifa básica, com banda larga sem fio, além de telefonia fixa e móvel. A decisão do Minicom é de licitar a faixa já prevendo contrapartidas das operadoras, que terão de conectar mais de 80 mil escolas públicas rurais, não contempladas pelo programa “Banda Larga nas Escolas”, resultante da troca de obrigações das operadoras fixas e que prevê a conexão de mais de 55 mil escolas públicas urbanas. A Anatel iniciou também os estudos para usar a faixa de frequência de 1,5 GHz para a banda larga. Essa faixa ainda não foi harmonizada pela UIT, mas já existem algumas aplicações nos Estados Unidos onde é usada para serviços de banda larga. Conforme comentado no ínicio deste ítem, o preço é a principal barreira para o crescimento da banda larga no Brasil. Um estudo das Nações Unidas feito em 154 países classificou o Brasil entre as nações com o serviço de banda larga mais caro do mundo. Promovido pela União Internacional para as Telecomunicações (UIT), um órgão da ONU, o estudo avaliou a qualidade da infraestrutura de telecomunicações em 154 nações, o grau de inclusão digital em cada país e o custo que estas tecnologias têm para o usuário final. Para calcular o custo em cada país, a UIT desenvolveu um índice que relaciona o custo de um serviço telecom à renda per capita em cada nação. Nos Estados Unidos, para ter um serviço de banda larga, o 48
  • 49. usuário compromete 0,4% de sua renda média. No Brasil se compromete 9,6% da renda por habitante. O custo da banda larga coloca o Brasil na 77ª posição num ranking de acesso a serviços de internet. Com o índice 9,6, o Brasil fica atrás de outros países emergentes, como Argentina (7,6), México (5,3) e Rússia (2,2). Até na China (9,6) a situação é melhor que no Brasil. O país asiático é muito prejudicado no ranking, pois o custo da banda larga precisa ser comparado com a renda per capta daquele país, que é baixa, afinal a China tem mais de 1,2 bilhão de habitantes. Os países do mundo onde a banda larga é mais barata são Estados Unidos, Canadá, Suíça, Dinamarca, Luxemburgo e Taiwan. Nestas localidades, o índice é igual ou menor que 0,7. A pior situação é a de Burkina Fasso, país africano. Lá, uma pessoa precisa gastar 5.193 vezes a renda média de um cidadão para contratar um link de internet. De acordo com os resultados da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil 2008, um quarto dos domicílios brasileiros (25%) possui computadores. A pesquisa identificou que 71% dos lares com computador possuem acesso à Internet. Essa diferença denota que, dos 14 milhões de domicílios com computador, quatro milhões não possuem acesso à rede mundial de computadores. A pesquisa identifica também que o acesso ao computador e à Internet é fortemente determinado pela renda, pela classe social e pela região do país. O acesso à Internet está presente em 25% dos domicílios da região Sudeste e cerca de 20% nos domicílios das regiões Sul e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Nordeste, a proporção de domicílios com acesso à rede não ultrapassa 7%. No que concerne à renda e à classe social, observa-se que, na faixa até um salário mínimo e nas classes D e E, a penetração do acesso à Internet registra uma taxa de apenas 1%, enquanto atinge 81% na faixa de dez ou mais salários e 91% na classe A. O perfil do uso do computador e da Internet no país é muito semelhante com relação às variáveis sociodemográficas. Conforme a renda, a classe social e o grau de escolaridade aumentam, maior é a proporção de usuários das tecnologias acima mencionadas. A proporção de usuários de Internet chega a 83% no nível superior e somente a 7% entre os analfabetos e pessoas que têm somente educação infantil. No que tange à renda, nota-se que,na faixa de até um salário mínimo, o percentual 49
  • 50. de usuários de Internet é de 10%, contra 81% de usuários de Internet na faixa de dez ou mais salários. A diferenciação por classe social guarda a maior discrepância entre suas categorias, na medida em que há uma diferença de 76 pontos percentuais entre a classe A (89%) e as classes D e E (13%). Quanto ao uso da Internet, a pesquisa identifica as principais barreiras mencionadas pelos respondentes que declararam nunca ter acessado a Internet em 2008. A principal barreira ao uso está associada à “falta de habilidade” com o computador ou com a Internet propriamente dita, apontada por 61% dos respondentes, seguida pela “falta de interesse” (44%) e a “falta de condições para pagar o acesso” (23%). Interessante ressaltar que, quando se trata de motivos para posse do computador e acesso à Internet, o custo é a principal barreira para a aquisição dessas tecnologias. Porém, quando se trata de questões relativas ao uso da Internet, a principal barreira é a falta de habilidade com o computador ou no acesso à Internet. Barreiras para ser um fornecedor de acesso banda larga A principal barreira para ser um fornecedor de serviços de banda larga é a necessidade de capital intensivo para se construir a infra-estrutura da rede. A tecnologia Cable modem está restrita as operadoras de TV por assinatura como TVA e NET. A tecnologia ADSL que depende dos pares de fios de cobres das linhas telefônicas está restrita para a Telefonica no estado de São Paulo. A alternativa para um novo entrante assim como para os fornecedores atuais é a tecnologia WiMAX que exige licença de uma faixa do espectro para operação assim como aquisições de espaço para a implantação das estações rádio-base. Outra barreira para a implantação do negócio é o preço do serviço de acesso à internet que o novo entrante terá como despesa. Os preços desses serviços no Brasil são caros demais quando comparado com os preços nos Estados Unidos. 50
  • 51. Além disso, os principais fornecedores de acesso a internet no Brasil estão restritos à Telefonica, Embratel, Oi e GVT. 2.1.8 Consumidor Para o consumidor de mídia, a TV aberta é a maior fornecedora de conteúdo no Brasil. Contudo, há uma tendência de se buscar mais conteúdo, seja entretenimento ou informação, em outras fontes e dispositivos como PCs e celular. O estudo da Accenture (publicado no site Converge Magazine em 13/04/2009: Banda larga, canais fechados e tv aberta mudam perfil doconsumidor) mostra que a TV linear não está morrendo, mas que o consumo não-linear de mídia está crescendo e despertando o interesse do consumidor. A mudança, aponta a Accenture, é liderada por consumidores de menos de 35 anos de idade. Além de ser o grupo que se mostra mais insatisfeito com as opções da televisão, são os que se mostram mais dispostos a ver conteúdo em dispositivos alternativos, e que tendem a preferir o conteúdo sob demanda. O estudo mostra que, quanto mais novo é o consumidor, mais ele está insatisfeito com a TV ao vivo e mais propenso a assimilar o conteúdo por outros dispositivos. Esta realidade assusta empresas revendedoras de computadores, já que será cada vez mais comum o acesso ao conteúdo on-line através do celular. Segundo estudo da IDC Brasil (citado em http://guia.mercadolivre.com.br, 25/09/2008 artigo: “Brasil tem 4,7 mi de conexões banda larga, mas taxa de penetração é de 2,2%”), o perfil do usuário de banda larga continua sendo predominantemente de consumidores das classes A e B, sendo que a classe C começa a ter maior participação. Conforme estudo da UIT (divulgado pela Gazeta Mercantil online news 4/03/2009), a banda larga custa em média 9,6% da renda per capita do brasileiro. Com o aumento da concorrência, a tendência é de queda nos preços. 51
  • 52. Em 2008, 88,8% das conexões de banda larga fixa são de usuários residenciais (fonte: Barômetro Cisco). Segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson (Teletime news, 29/07/2009), o assinante 3G no Brasil é majoritariamente jovem e utiliza essa tecnologia principalmente dentro de casa, em substituição ao acesso fixo. A razão para preferir o acesso móvel é devido ao valor na mobilidade ou porque não há oferta de banda larga fixa onde mora. De acordo com o estudo, 83% dos assinantes usam o serviço em casa e 27%, no escritório (um certo grupo de assinantes usa o serviço em casa e no escritório). Apenas 26% das linhas 3G são corporativas. Mas 42% dos assinantes fazem um uso misto pessoal e profissional do serviço. 72% dos usuários têm entre 20 e 30 anos. No estado de São Paulo estima-se que a população entre 20 e 30 anos seja de 7.250 mil pessoas (Fonte IBGE 2000 e projeções de crescimento da população). Esta quantia corresponde aproximadamente a 18,2% da população do estado. Conforme o estudo da Pesquisa de Condições de Vida 2006 (PCV), estima-se que 65% dos jovens do estado de São Paulo têm o ensino médio concluído. Assumindo a conclusão do ensino médio como fator determinante para se ter uma assinatura de banda larga móvel, obtem-se que 4.712 mil jovens são potenciais consumidores de banda larga móvel. E extrapolando para toda a faixa etária da população do estado de São Paulo (28% restantes dos usuários já que 72% se enquadram entre 20 e 30 anos de idade), obtem-se a estimativa de 6.545 mil potenciais assinantes de banda larga móvel para o momento atual. Atualmente (Maio 2009) há 1.188 mil acessos de banda larga móvel no estado de São Paulo. Em relação ao Brasil, estima-se que a população entre 20 e 30 anos corresponda aproxidamente a 20% da população brasileira (38 milhões de pessoas). Se assumirmos que 60% dos jovens brasileiros possuem o ensino médio (no estado de São Paulo, este número é de 65%), temos 22,8 milhões de jovens entre 20 e 30 anos com potencial de consumo de banda larga móvel. Extrapolando para o resto da população brasileira e assumindo que 28% desta população restante consumirá internet móvel, o mercado potencial brasileiro será de 31,7 milhões de usuários de internet móvel. Entretanto, deve-se notar que a internet fixa acaba sendo concorrente da internet móvel para a maior parte da população brasileira. Somente uma pequena parte da população tem e terá 52
  • 53. assinatura de internet móvel e internet fixa. Conforme a pesquisa do Yankee Group e Ericsson, 83% dos usuários de internet móvel, usam esse serviço em suas residências. A tabela 2.4 sumariza a quantidade potencial de usuários de internet móvel em função do nível de educação e perfil consumidor predominantemente jovem. Potenciais usuários de banda larga móvel (mil usuários) em função de educação e perfil do Região usuário Brasil 31.700 Estado de São Paulo 6.545 Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móvel em função do nível de educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial consumidor O número de usuários no mundo da tecnologia WiMAX deve superar 100 milhões até 2014, pelas projeções da consultoria Maravedis (2008). O crescimento do número de usuários será impulsionado pelo lançamento dos laptops que trazem embutidos os chipsets capazes de conectar o equipamento à rede sem fio. O grupo WiMax Forum (Dezembro 2008), que representa mais de 530 empresas comprometidas com essa tecnologia de banda larga sem fio, estima que até 2012 a América Latina terá mais de 13 milhões de consumidores desse tipo de conexão, volume que equivalerá a 10 por cento do total mundial. No primeiro trimestre de 2009 foram adicionados 400 mil novos usuários de WiMAX (incluindo as operações em faixas não licenciadas) no mundo, um crescimento de 13% em relação ao último trimestre de 2008 e 75% na comparação com o primeiro trimestre de 2008. Os dados fazem parte de uma pesquisa trimestral divulgada pela consultoria Maravedis, que mostra que no mesmo período foram adicionados 50 milhões de novos usuários em 3G. 53
  • 54. A Associação Brasileira de Pesquisas definiu as classes sociais no Brasil conforme a figura 2.18. Renda Familiar Média por Mês (em reais) 14.400 15.000 10.000 8.100 renda 4.600 5.000 2.300 1.400 950 620 440 0 A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classes sociais Baseado na reportagem da Revista Exame (08/04/2009) sobre o consumo das famílias brasileiras em 2009 e informações do IBGE sobre a população brasileira, deriva-se que as classes sociais no Brasil estão distribuídas conforme a figura 2.19. 30,00% 25,40% 25,00% 21,80% 20,70% 20,00% 15,70% 15,00% Percentagem Brasil 8,90% 10,00% 4,10% 5,00% 2,60% 0,90% 0,00% A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obtido a partir de informações da revista Exame (08/04/2009) e assumindo população brasileira de 189,6 milhões de habitantes 54
  • 55. Para facilitar a análise, a tabela 2.5 agrupa as classes sociais em um número menor de divisões, apresenta o potencial de consumo de internet de cada classe social (baseado na Pesquisa TIC Domicílios 2008) e o número potencial de consumidores para o Brasil. Total de Percentagem da jovens - 20 a Internet móvel Potenciais Classes população brasileira 30 anos (mil) (consumo) usuários AeB 29,60% 11.248 85% 9.561 C 42,50% 16.150 30% 4.845 DeE 28,00% 10.640 13% 1.383 Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no Brasil em função das classes sociais (critério da Associação das Empresas de Pesquisa), perfil dos usuários de internet (Pesquisa TIC Domicílios 2008) – Número total de potenciais usuários é de 15.788 jovens (entre 20 e 30 anos). Conforme a tabela 2.5, o número potencial de usuários de internet móvel no Brasil é de 15.789 mil jovens. Extrapolando para o resto da população brasileira assumindo que 72% dos consumidores de internet móvel são jovens, e asumindo que a internet fixa capturará 30 % deste montante, obtem-se o número de 15.350 mil potenciais usuários de internet móvel no Brasil. Extrapolando esses números para o estado de São Paulo (baseado na razão atual de assinantes 3G entre Brasil e estado de São Paulo), obtem-se o número de 3.946 mil potenciais usuários de internet móvel. A tabela 2.6 sumariza o número potencial de usuários de internet móvel em função da faixa etária e poder econômico das classes sociais. 55