1. O documento apresenta um plano de negócios para uma rede WiMAX em São Paulo utilizando a tecnologia WiMAX em 2,5GHz.
2. É realizada uma análise do contexto externo e interno incluindo tendências do mercado de banda larga, demanda, oferta e competidores.
3. O plano de negócios inclui parâmetros de entrada como área de cobertura, investimentos e previsão de assinantes, e parâmetros de saída como indicadores financeiros.
1. FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE
MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio
utilizando tecnologia WiMAX
Sergio Cruzes
São Paulo
2009
2. FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE
MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio
utilizando tecnologia WiMAX
Monografia apresentada ao Programa de MBA da
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas –
FIPE, como requisito parcial para a obtenção do
grau de MBA.
Orientador:
Prof. Renato Borgheresi
São Paulo
2009
2
3. PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA REDE BANDA LARGA SEM FIO
UTILIZANDO TECNOLOGIA WIMAX / Sergio Cruzes. São Paulo: FIPE,
2009.
130 f.
Monografia de MBA – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas,
2009
1. Plano de Negócios – Monografia 2. WiMAX 3. Gestão de Projetos 4.
LTE I. Cruzes, Sergio II. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
MBA em Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica III. Plano de negócios
para uma rede banda larga sem fio utilizando tecnologia WiMAX
3
4. DEDICATÓRIA
À Daniela, minha esposa, e ao Arthur,
meu filho, que compreenderam o tempo
dedicado a este trabalho e que me
suportaram de todas as formas para a
construção deste projeto.
4
5. RESUMO
O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última
milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica
(IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide
Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma
organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia.
O objetivo deste trabalho é capturar os ítens com maior influência na
elaboração de um plano de negócios de uma rede WiMAX em 2,5 GHz e prover
subsídios para que se diminuam as incertezas e riscos em uma implementação de
uma rede WiMAX. É apresentado um exemplo de uma rede para a cidade de São
Paulo com um certo número de ERBs (estações rádio base) e assinantes com
estimativa de período de retorno e taxa interna de retorno.
O estudo se inicia com uma análise do microambiente externo dos serviços de
banda larga móvel e fixa, culminando com um sumário de previsões de usuários de
banda larga móvel fornecido por diversos institutos de pesquisa.
Na análise do macroambiente deve-se destacar o ambiente tecnológico onde
ainda há escassez de dispositivos como laptops e smartphones contendo o modem
WiMAX embutido. É citada a opção da tecnologia LTE que está sendo desenvolvida
praticamente por todos os principais fornececedores de infra-estrutura de rede. No
ambiente político-legal há uma forte pressão por parte das operadoras de telefonia
celular para que se restrinja o uso do WiMAX.
Por fim é relatada a importância do planejamento do projeto, a caracterização
e a definição do escopo, a definição da EAP (Estrutura analítica de projeto) de um
projeto WiMAX com a decomposição das atividades até os pacotes de trabalhos, o
sequenciamento das atividades, custos envolvidos, principais riscos envolvidos e
plano de resposta a estes riscos, cronograma e caminho crítico.
Palavras-chave: Banda Larga ♦ Plano de Negócios ♦ WiMAX ♦ LTE ♦
Gerência de Projetos
5
6. ABSTRACT
WiMAX is a wireless broadband access technology for the last mile based on
802.16 standard from the Institute of Electrical and Electronic Engineering (IEEE).
WiMAX means Worldwide Interoperability for Microwave Access. This name was
introduced by the WiMAX Forum which is an organization with a goal to promote,
standardize and define the strategy of WiMAX.
The aim of this work is to capture the most important items that influence the
WiMAX business case at 2,5 GHz band and provide insights to minimize risks and
uncertainties that occur in the deployment of a WiMAX network. It is shown an
example of deployment in São Paulo city, Brazil, containing numbers of base
stations, subscribers, payback period and internal rate of return.
The study begins with the analysis of the micro-environment providing a
summary containing subscribers forecast for the next years.
It is also described the macro-environment analysis. On the technological
environment should be noted the delay in the availability of WiMAX-embedded
devices while on the 3G side there are more than 800 hundred devices available
worldwide. It is also commented about the LTE technology which is being developed
by most of the greater telecommunications vendors. On the legal-political
environment, it should be noted the delays on the spectrum auctions and the power
of cellular operators which influence the rules for WIMAX such as mobility and
spectrum usage restriction.
It is also emphasized the importance of the project planning, scope
characterization and definition, work breakdown structure definition containing the
decomposition of the work to be executed up to the package level, the activities
sequencing, costs involved, risks and response plans, schedule and critical path.
Keywords: Broadband ♦ Business Plan ♦ WiMAX ♦ LTE ♦ Project
Management
6
7. Índice
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................16
1.1 Contextualização do Trabalho .................................................................... 17
1.2 Problema da Pesquisa .................................................................................... 21
1.3 Justificativa ..................................................................................................... 22
1.4 Objetivos do trabalho ...................................................................................... 23
1.5 Questões propostas e proposições assumidas............................................... 24
1.6 Metodologia empregada na pesquisa ............................................................. 24
2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO ....................................................................26
2.1 Microambiente externo.................................................................................... 31
2.1.1 Definição .................................................................................................. 31
2.1.2 Análise da demanda ................................................................................. 31
2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa .................................................. 37
2.1.4 Banda larga móvel.................................................................................... 39
2.1.5 Tendências da Banda Larga .................................................................... 41
2.1.6 Receitas da Banda Larga ......................................................................... 46
2.1.7 Barreiras ................................................................................................... 47
2.1.8 Consumidor .............................................................................................. 51
2.1.9 Oferta de Banda Larga ............................................................................. 57
2.1.10 Modelo da Atratividade da Indústria por Michael Porter ......................... 60
2.1.11 Cadeia de Valor ...................................................................................... 62
2.1.12 Considerações para o uso do WiMAX .................................................... 64
2.2 Macroambiente ............................................................................................... 65
2.2.1 Ambiente sócio cultural ............................................................................ 65
2.2.2 Ambiente demográfico.............................................................................. 65
2.2.3 Ambiente econômico ................................................................................ 66
2.2.4 Ambiente tecnológico ............................................................................... 67
2.2.5 Ambiente político-legal ............................................................................. 70
2.3 Microambiente interno..................................................................................... 71
2.4 Fatores críticos de sucesso ............................................................................ 73
2.5 Quadro referencial para a concepção do negócio .......................................... 74
3. CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO ............................................................................76
3.1 Definição do Plano de Negócio ....................................................................... 76
3.2 Planejamento Estratégico ............................................................................... 77
3.3 Propósito da organização: visão, missão, crenças & valores e objetivos ....... 79
3.4 Estratégias competitivas genéricas ................................................................. 81
3.5 Estratégia de Marketing .................................................................................. 82
3.5.1 Definição do Plano de Marketing .............................................................. 83
3.5.2 Segmentação de mercado ....................................................................... 85
3.5.3 Mix de marketing ................................................................................. 87
4. PLANO DE NEGÓCIO DA REDE WiMAX.........................................................90
4.1 Parâmetros de entrada............................................................................... 91
4.1.1 Área morfológica ................................................................................. 91
4.1.2 Espectro e largura de banda ............................................................... 91
4.1.3 Área de cobertura – Engenharia de Rádio-frequência ............................ 92
4.1.4 Premissas para capital de investimento – CAPEX .............................. 93
4.1.5 Premissas para evolução da base de assinantes ............................... 98
7
8. 4.1.6 Premissas para operação da rede – OPEX ...................................... 100
4.2 Parâmetros de saída ................................................................................ 101
5. IMPLANTAÇÃO DA REDE WiMAX.................................................................103
5.1 Modelo Diamante ..................................................................................... 105
5.2 Project Charter – Termo de Abertura do Projeto ...................................... 107
5.3 Detalhamento do Escopo – WBS (Work Breakdown Structure) ou EAP
(Estrutura Analítica do Projeto) ........................................................................... 109
5.4 Planejamento – Estimativa das atividades ............................................... 110
5.5 Planejamento – Seqüência das atividades ................................................... 112
5.4 Riscos ........................................................................................................... 113
5.5 Ajustes .......................................................................................................... 114
6. APÊNDICE A – TECNOLOGIA WIMAX ..........................................................116
6.1 Introdução ..................................................................................................... 116
6.2 Arquitetura de Rede ...................................................................................... 117
7. APÊNDICE B - TECNOLOGIA LTE.................................................................120
8. BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................122
9. GLOSSÁRIO ....................................................................................................126
8
9. LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celular (Fonte Teleco) ........ .......27
Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Receita Bruta de Serviços (Fonte:
Teleco) ................................................................................................. ....................28
Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e evolução da
banda larga fixa no Brasil ..........................................................................................28
Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte: Teleco)
....................................................................................................................................29
Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte: Teleco)
....................................................................................................................................29
Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de acessos banda larga (Fonte:
Teleco) ................................................................................................................ ......32
Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil versus média mundial (Fonte:
Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) ..................................................... ....33
Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes para celulares, telefones fixos e
banda larga (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) .........................33
Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda larga (Fonte: Teleco) .............34
Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de banda larga
fixa (2008) ..................................................................................................................36
Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecnologia (Fonte: Teleco) ...........37
Figura 2.12 – Crescimento dos acesso de banda larga por tecnologia no Brasil
(Fonte: Barômetro Cisco) ................................................................................... ......38
Figura 2.13 – Participação das tecnologias de banda larga fixa na esfera mundial
....................................................................................................................................38
Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo (fonte: revista
Exame – edição de 15/07/2009 página 91) ...............................................................41
9
10. Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda larga no Brasil (Fonte: Yankee
Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetcis Research). Assume-se
que o WiMAX capturará 2% do total dos assinantes 3G (Pyramid Research) e 6%
dos assinantes 3G (Infonetics Research) ..................................................................44
Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimento da banda larga no estado de
São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson assumindo
que o estado de São Paulo apresentará a mesma taxa de crescimento nacional dos
acessos de banda larga móvel) – Fonte: Yankee Group e Ericsson, Pyramid
Research, Teleco e Infonetics Research ...................................................................44
Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel em 2008 (Fontes:
Infonetics Research e Teleco) ...................................................................................45
Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classes sociais ...........54
Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obtido a partir de
informações da revista Exame (08/04/2009) e IBGE ................................................54
Figura 2.20 - Crescimento previsto de usuários de WIMAX entre 2008 e 2014 no
Brasil e estado de São Paulo. * Número de usuários de WIMAX no estado de São
Paulo em 2008 é estimado .......................................................................................57
Figura 2.21 – Principais fornecedores de banda larga fixa e respectivos números de
acessos ....................................................................................................................58
Figura 2.22 - Competição fixa no estado de São Paulo e percentagem de cobertura
em termos de habitantes dos municípios atendidos (nem toda a área urbana dos
munícipios cobertos é atendida) ................................................................................59
Figura 2.23 – Competição móvel no estado de São Paulo percentagem de cobertura
....................................................................................................................................59
Figura 5.1 – Modelo Diamante da rede WIMAX ....................................................105
Figura 5.2 – EAP: implantação de rede WiMAX ....................................................109
Figura 5.3 – Sequenciamento do projeto WiMAX ...................................................111
Figura 6.1 – Topologia WIMAX ponto-a-ponto .......................................................117
Figura 6.2 – Canal WiMAX com suas várias sub-portadoras .................................117
10
11. LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos estados ..................................34
Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013 (Fonte:
Pyramid Research) ....................................................................................................36
Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários para o WIMAX em função do
estudo de companhias de pesquisas ........................................................................46
Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móvel em função do nível de
educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial consumidor ..........53
Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no Brasil em função
das classes sociais (critério da Associação das Empresas de Pesquisa), perfil dos
usuários de internet (Pesquisa TIC Domicílios 2008) – Número total de potenciais
usuários é de 15.788 jovens (entre 20 e 30 anos) ....................................................55
Tabela 2.6 - Número potencial de usuários de internet móvel em função da faixa
etária e poder econômico das classes sociais ..........................................................56
Tabela 2.7 – Comparação de desempenho entre tecnologias de acesso ................68
Tabela 2.8 – Quadro referencial para a concepção do negócio ...............................75
Tabela 3.1 – Resumo da concepção do negócio ......................................................89
Tabela 4.1 – Perfil das áreas a serem atendidas .....................................................91
Tabela 4.2 – Link Budget do downlink (1.5 Mbps na borda da célula) .....................92
Tabela 4.3 – Link Budget do uplink (512 kbps na borda da célula) e raio e área
efetivos de cobertura .................................................................................................93
Tabela 4.4 – Estratégia de uso das estações ..........................................................94
Tabela 4.5 – Custos de aquisição de ERBs, antenas e links de rádio .....................95
Tabela 4.6 – Custos de infra-estrutura civil assumindo sites novos para 30% dos
casos .........................................................................................................................96
Tabela 4.7 – Custos da rede Core ............................................................................97
11
12. Tabela 4.8 – Plano de serviços (QoS: Quality of service, DL: downlink, OSR:
oversubscription rate) ..............................................................................................100
Tabela 4.9 – Premissas de OPEX ..........................................................................101
Tabela 5.1 – Termo de Abertura do Projeto ...........................................................109
Tabela 5.2 – Sumário das responsabilidades .........................................................111
Tabela 5.3 – Plano de resposta à riscos – contingência ........................................113
Tabela 5.4 – Plano de resposta à riscos – preventiva ............................................114
12
13. LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
1T, 2T .. Primeiro trimestre, segundo trimestre, ..
2G Segunda geração de redes celulares
3G Terceira geração de redes celulares
4G Quarta gração de redes celulares
AAA Authorization, Authentication and Accounting
ARPS Average revenue per subscription
ARPU Average revenue per user
BTS Base transceiver station
CAGR Compound annual growth rate
CAPEX Capital expenditure
CDMA Code division multiple access (padrão de rede celular)
CDMA 1xEVDO Code division multiple access 1x evolution data optmized
(tecnologia de redes celulares para transmissão de
dados)
CLEC Competitive local exchange carrier
CPE Customer premises equipment
CRM Customer relationship management
DSL Digital subscriber line
EAP Estrutura analítica do projeto
ERB Estação radio base
FDC Fluxo de caixa descontado
FTTH Fiber to home
FTTx Fiber to the end user’s location
Gbps Gigabits per second
13
14. GSM Global system for mobile communications (padrão de rede
celular)
HSPA High speed packet access (tecnologia de transmissão de
dados de terceira geração)
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IMS IP multimedia system
IP Internet protocol
IPC Índice de potencial de consumo
IPTV internet protocol television
LLU Local loop unbundling
LOS Line of sight
LTE Long term evolution (padrão de rede celular de quarta
geração)
MB Megabyte
Mbps Megabits per second
MHz Megahertz
MIMO Multiple-input and multiple-output (tecnologia de antenas)
MMDS Multichannel, Multipoint Distribution System
NLOS Non-line of sight
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico
OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing
OFDMA Orthogonal Frequency Division Multiple Access
PC Personal computer
PCMCIA Personal Computer Memory Card International
Association
14
15. PDA Personal digital assistant
PDH Plesiochronous digital hierarchy
PSTN Public switched telephone network
RF Radio-frequência
SDH Synchronous digital hierarchy
SLA Service-level agreement
SMP Serviço móvel pessoal
STFC Serviço telefônico fixo comutado
UIT União Internacional de Telecomunicações
UMTS Universal mobile telecommunications system (padrão de
rede cellular de Terceira geração)
VDSL Very high bitrate digital subscriber line
VoD Video on demand
VoIP Voice over IP
VPL Valor presente líquido
WCDMA Wideband CDMA (também chamado de UMTS)
WiFi Wireless fidelity (tecnologia de acesso sem fio)
WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Access
WLAN Wireless local area network
xDSL Variações do tipo de DSL
15
16. 1. INTRODUÇÃO
As diversas formas de acessar a internet estão transformando o
comportamento das pessoas. Seja no ambiente de negócios, seja a lazer em casa
ou em qualquer outro lugar, pode-se acessar a internet.
As estatísticas mostram que o número de usuários de internet no Brasil
aumentou a uma taxa superior a 40% ao ano entre 2000 e 2008 (Barômetro Cisco)
sendo que o Brasil alcançou a quinta posição no ranking mundial em número de
pessoas que acessam a internet, de acordo com estudo realizado pela consultoria
Everis, em parceria com Escola de Negócios da Universidade de Navarra, da
Espanha.
Segundo o Ibope Nielsen (Fonte: Meio & Mensagem 22/06/2009), o número de
usuários de internet atingiu 62,3 milhões no Brasil no primeiro trimestre de 2009.
Entretanto o número de contas de internet banda larga no Brasil é de apenas 15,05
milhões (10,43 milhões de internet fixa e 4,62 milhões de internet banda-larga
móvel).
Ao mesmo tempo as operadoras de telefonia fixa já observam uma redução do
crescimento de sua base de assinantes (cometnado por J.M.M. Rios e outros, 2008,
p. 10). Estas operadoras estão investimento pesadamente para ofereçar serviços de
banda-larga cuja demanda aumenta a taxas expressivas. As operadoras de telefonia
celular com a implantação de suas redes 3G oferecem acesso a internet com
velocidades razoáveis e este serviço cada vez mais representa uma maior parcela
de suas receitas.
A necessidade de oferta de banda larga está introduzindo grandes inovações
tecnológicas de acesso a rede por meio de tecnologias como VDSL, FTTH, 3G,
WiMAX e LTE.
Diante deste quadro entende-se como oportuno verificar-se a viabilidade para
o desenvolvimento de projetos para oferta de banda-larga usando a tecnologia de
16
17. acesso sem fio WiMAX. Redes sem fio podem ser implantadas com muito mais
rapidez e menor custo do que redes baseadas em cabo.
O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última
milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica
(IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide
Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma
organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia.
A tecnologia WiMAX está ainda em sua fase inicial. Falta ainda a experiência
de operação de uma grande operadora no mundo para que esta tecnologia atinja a
maturidade. O lançamento da rede da Clearwire nos Estados Unidados irá
impulsionar o desenvolvimento desta tecnologia.
No início de Abril deste ano (2009), o Fórum WiMAX anunciou o lançamento
do programa de Certificação de Testes de Interoperabilidade (IOT) nos Estados
Unidos onde fabricantes poderão utilizar a rede comercial da Clearwire para testar a
interoperabilidades dos dispositivos WiMAX em 2.5 GHz.
Outra fonte de inovações está vindo do desenvolvimento de conteúdo e
aplicações a serem disponibilizados as operadoras de telefonia como IPTV, portais
para celular, jogos, etc..
Grandes inovações tecnológicas estão sendo introduzidas nos dispositivos de
acesso móveis como laptops com modems embutidos e smartphones.
Este trabalho apresentará um plano de negócios para uma rede WiMAX, assim
como discutir as inovações envolvidas neste ambiente.
1.1 Contextualização do Trabalho
Primeiramente é importante se definir o que é banda larga. A Anatel tem a
seguinte definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de
transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol
geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades
17
18. iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga,
como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256 kbps.
Com a estagnação e a diminuição do crescimento das receitas dos serviços de
voz das operadoras de telefonia fixa e telefonia celular, a banda larga está se
tornando a nova fonte de crescimento de receitas. Fatores que contribuem para isto
são a portabilidade, tendência de competição acirrada, serviços de comunicação via
internet como Skype e Yahoo. Para compensar estas perdas, as operadoras de
telefonia fixa estão investindo pesadamente em tecnologias de banda larga. Entre
estas tecnologias incluem xDSL, Cable Modem, FTTx e WIMAX. As operadoras de
telefonia celular estão investindo pesadamente em serviços de dados 3G com o
intuito de aumentar suas receitas assim como enfrentar o desafio de outras
tecnologias de banda larga como o xDSL e o WiMAX.
O WIMAX é a tecnologia que possibilitará operadoras novas a rapidamente
obterem receitas com serviços de acesso a internet (e aplicações e conteúdo) e
também voz com a tecnologia VoIP. Será destacado também que o período para a
implantação de uma rede WiMAX deve ser o mínimo possível, possibilitando a
entrada de receitas o mais cedo possível. Neste aspecto, deve ser enfatizada a
importância do gerenciamento da implantação da rede WiMAX, onde há um grande
desafio de coordenação e planejamento do projeto para se atingir metas agressivas
em termos de prazo, orçamento e qualidade.
Análise da demanda
Efetuar-se-á uma análise da demanda para identificar os diversos usuários que
utilizarão e beneficiar-se-ão deste negócio, procurando identificar aspectos relativos
a compra do serviço de banda-larga e aplicativos. Objetivar-se-á nesta etapa obter o
dimensionamento de um possível número de usuários para o projeto em questão.
18
19. Análise da oferta
Por meio da análise da oferta se buscará identificar quem são os fornecedores
de serviços de banda-larga no Brasil, os pacotes oferecidos e os preços cobrados
pelo mercado.
Sistema de valor
A análise do sistema de valor procurará obter informações relativas aos
participantes do sistema de valores, com o objetivo de identificar empresas com
potencialidades e interesses em integrações para frente e para trás. A cadeia de
valor pode ser compreendida como produção de conteúdo, programação,
disponibilidade e consumo.
Análise do macroambiente
Será efetuada uma análise macroambiental com destaque aos ambientes
econômico (evolução da venda de PCs), tecnológico (evolução e desenvolvimento
da tecnologia WiMAX e outras tecnologias de acesso banda larga), político-legal
(Anatel e leilões de novas faixas de espectro para o WIMAX), sociocultural e
demográfico.
Quadro referencial para a definição do negócio
De forma a compreender o contexto de atuação em que se pretende verificar a
viabilidade do negócio, será elaborado um quadro sinóptico contendo quantidade de
19
20. usuários de banda larga e tendências, níveis de faturamento e tendências de preços;
expectativas não atendidas pelos provedores atuais e usos de novas tecnologias.
Em termos de ameaças, se procurará avaliar os riscos pertinentes ao poder das
operadoras incumbemtes frente ao governo e Anatel (podendo limitar a forma de
utlização do WiMAX como limitação de mobilidade, espectro e outros), a
possibilidade de integração para frente e para trás das operadoras incumbemtes
(celular e fixa) e também pelo fato da comoditização do acesso banda larga
(cidades digitais).
Este estudo irá analisar também qual posicionamento que os provedores de
rede de acesso tem usado para esta tecnologia e quais as possíveis opções para o
futuro em função da evolução desta tecnologia, quais as razões pela escolha desta
tecnologia, quais os diferenciais explorados desta tecnologia, precificação do
serviço, possíveis modelos de inovações do gerenciamento do negócio, ambientes
viáveis de oferta de serviços (área urbana, suburbana, rural, comercial, etc),
consumidores alvos e principalmente as principais tecnologias concorrentes (celular
3G/4G, xDSL, Cable Modem, FTTH).
O Plano de negócios irá tratar os ítens descritos acima, estimar o investimento
necessário para se implantar uma rede WIMAX assim como as despesas de
operação desta rede.
Em resumo, este trabalho irá descrever o plano de negócio e suas exigências
para a rentabilidade do empreendimento incluindo aspectos econômicos,
demográficos e sociais dos possíveis usuários. A importãncia de se ter uma solução
de baixo custo será enfatizada sendo que será destacada a necessidade desta
solução proporcionar o início da operação do negócio a partir de uma rede mínima.
Será destacada a importância de um planejamento elaborado do projeto de
implantação assim como a necessidade de uma coordenação firme entre os
diversos fornecedores de serviços e equipamentos necessários para a implantação
deste projeto.
20
21. 1.2 Problema da Pesquisa
Como o negócio de um rede WIMAX pode se tornar viável e lucrativo ? Este
trabalho mostrará quais os pontos chaves no plano de negócio que possibilitarão o
sucesso do negócio em termos financeiros, compatibilizando recursos humanos,
recursos tecnológicos e operacionais.
Um modelo de negócio viável para a implantação de uma rede WIMAX deve
incluir baixos custos até o início da operação. A operação deve-se iniciar com uma
rede compacta e se expandir assim que se aumente a quantidade de usuários. A
implantação da rede deve ser rápida onde se deve enfatizar a necessidade do
gerenciamento do projeto de implantação.
As estimativas e premissas assumidas no plano de negócios devem ser firmes
e consistentes. Observa-se a grande importância das estimativas de crescimento
econômico para o sucesso do negócio visto que a penetração de uso de banda
larga de um país está estritamente interligada com a renda per capita deste. Além
disso deve-se incluir como cruciais as estimativas de cobertura dos sinais de radio-
frequência das estações rádio base assim como a capacidade destas, a
disponibilidade e tamanho do espectro de frequência.
A Anatel irá efetuar licitação da faixa de frequências de 3,5 GHZ neste ano
(2009). Serão leiloados blocos de frequências de 5 MHz sendo que cada empresa
não poderá adquirir mais que 30 MHz de espectro.
Considero que 30 MHz de espectro é o mínimo necessário para se construir
uma rede de qualidade onde haja capacidade e o mínimo de interferência.
O sucesso da implantação de um projeto de rede WIMAX dependerá
principalmente da escolha correta da área geográfica a ser atendida, da
disponibilidade em larga escala de laptops, smartphones contendo o modem WIMAX
embutido, modems externos com preço acessível e tamalho reduzidos, da qualidade
do plano de negócio e suas premissas, da disponibilidade de uma rede de qualidade
21
22. onde haja cobertura de radio-frequência suficiente e de qualidade (sem
interferência), da disponbilidade de recursos humanos capacitados para implementar
este projeto, operar a rede e gerenciar o negócio.
1.3 Justificativa
Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX:
grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou
empresas alternativas ?.
O Brasil apresenta baixa penetração de uso de banda larga. Esta
característica constitui uma oportunidade para uso de tecnologias alternativas.
A infra-estrutura de rede WiMAX é mais efetiva em termos de custo que as
tecnologias DSL, conexão a cabo e fibra óptica. Esse é o fator crucial para que
novas operadoras com restrição de capital entrem neste mercado.
O grande diferencial do WIMAX é que esta tecnologia suporta diferentes
cenários de uso (como o serviço de internet sem fio fixo, o serviço portátil e o serviço
de acesso móvel) em uma mesma rede, aumentando as alternativas de seu
mercado alvo. Esta possibilidade de vários modos de uso desta tecnologia aumenta
o espectro de aplicações e dispositvos desde laptops, PCs, PDAs e outros, todos
apresentando o modem WiMAX embutido.
Outras características interessantes e convicentes desta tecnologia são:
• Rapidez de implantação já que redes wireless são implantadas com
muito mais velocidade do que redes fixas
• Oportunidade de se implantar a rede somente em áreas gerográficas
que reflitam as características do mercado alvo. Isto é, flexibilidade de
cobertura
• Mobilidade. Este é o grande diferencial do WiMAX comparado com o
DSL. A mobilidade permite a conquista de diferentes mercados.
22
23. • Arquitetura IP. Como o WiMAX é baseado no protocolo IP, a introdução
de novos serviços é rápida.
• Custo do espectro comparado com o espectro do 3G: o espectro do
WiMAX deverá ser bem menos custoso.
Este trabalho é importante porque tenta descrever as oportunidades dentro do
segmento de banda larga e buscará classificar o nicho para esta tecnologia.
Estudos mostram que há uma relação direta entre a penetração do uso da
banda larga, e a renda per capita do país. Entretanto, acredita-se que a oferta e
popularização do uso da banda-larga irão causar um grande impacto no
desenvolvimento social e econômico de um país.
A tecnologia WiMAX é um ponto chave para se aumentar os índices de
penetração de uso da banda larga no Brasil de uma maneira não tão dispendiosa
como as tecnologias tradicionais (xDSL, Cable Modem).
O plano de negócios a ser apresentado neste estudo contêm informações
cruciais baseadas em experiência em projetos desta tecnologia em países da
America Latina.
1.4 Objetivos do trabalho
O objetivo deste trabalho é mostrar em que condições uma implantação de
uma rede banda larga WiMAX é viável técnicamente, economicamente e
financeiramente.
Para tanto, será definido o grupo alvo de clientes a partir da análise da
demanda, os propósitos do negócio, antecipando aspectos relativos à visão, missão,
valores e objetivos que irão nortear as atividades da empresa.
Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX:
grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou
empresas alternativas. Esta é a questão a ser respondida.
23
24. 1.5 Questões propostas e proposições assumidas
O histórico das primeiras implantações de redes WIMAX é marcado por certo
desapontamento em relação ao número de usários e desempenho da rede. Fica
claro que existe uma grande dificuldade para o WiMAX competir com a tecnologia
3G que está sendo implantadas nas operadoras de telefonia celular.
A tecnologia WIMAX está ainda em sua fase inicial e grandes
desenvolvimentos prometem aumentar consideravelmente sua capacidade e
velocidade de transmisssão.
A hipótese deste estudo é confirmar se realmente os fatores descritos na
literatura como fundamentais para o sucesso de um projeto de rede WiMAX
poderão ser aplicados a realidade brasileira e se existem outros fatores não tão
explorados e que são relevantes a nossa realidade.
1.6 Metodologia empregada na pesquisa
Na elaboração do plano de negócios serão utilizadas informações
disponíbilizadas pela Anatel, site Teleco, site Teletime news, etc. A análise da
demanda será efetuada com base nas informações disponibilizadas por estes meios,
isto é, estatísticas do setor e também por estudos de comportamentos e
necessidades. A análise da oferta se baseará somente por estatísticas do setor.
A análise da atratividade do negócio será baseada em estatísticas sobre o
serviço de banda larga e a literatura sobre métodos de avaliação de negócios.
A análise do sistema de valor será baseda na identificação e informações
sobre as empresas envolvidas na cadeia de valor.
Em relação ao macroambiente, será efetuada uma análise dos fatores
exógenos que impactam o negócio: ambientes sócio-cultural, demográfico,
econômico, tecnológico e político-legal. Para isso, serão usadas fontes como a
revista Teletime e o site Teleco.
24
25. A pesquisa deste trabalho procura se fundamentar em artigos de plano de
negócios de rede WiMAX, artigos técnicos sobre WiMAX , propagação de RF e
redes celulares e também artigos sobre gerenciamento de projetos. A pesquisa será
fundamentada nos artigos descritos abaixo:
• WiMAX Forum (Maio 2005), “WiMAX: The Business Case for Fixed
Wireless Access in Emerging Markets”. Apresenta considerações para
uma estratégia de implantação de uma rede WiMAX rentável. Apresenta
modelos de vendas de serviços, estimativa de receita média por
assinante, estimativas de preço de infra-estrutura dos componentes das
estações rádio base.
• WiMAX Forum (Junho 2008), “A Comparative Analysis of Spectrum
Alternatives for WiMAX Networks with Deployment Scenarios Based on
the U.S. 700 MHz Band”. Apresenta estimativas de cobertura baseadas
em modelos mais aceitos de propagação.
• Bart Lanoo, e outros, “Business Scenarios for a WiMAX Deployment in
Belgium”. Apresenta uma avaliação técnico-comercial para o mercado
da Bélgica. Será usada somente como referência.
• André Riedel, e outros, “Optimising WiMAX Business Models Using
Incentive Engineering”. Artigo contêm análise de diferentes meios de
incentivo que afetam a redução de consumo de banda larga em
períodos de congestionamento. Isto permite aumentar a taxa de
“overbook” de assinantes do projeto.
O livro “WiMAX Handobook – Building 802.16 Wireless Networks”, de Frank
Ohrtman, editora McGraw-Hill, contem descrições das vantagens da tecnologia
WiMAX perante as tecnologias tradicionais, descritivo técnico do WIMAX e
vantagens econômicas do WiMAX.
A espinha dorsal do desenvolvimento do plano de negócios será baseada no
livro “A Construção do Plano de Negócio” de Antonio Renato Cecconello e Alberto
Ajzental, editora Saraiva, 2008.
25
26. 2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO
O crescimento das receitas dos serviços telefonia fixa começa a declinar no
Brasil e em outros países da América Latina. Entre o primeiro trimestre de 2008 e o
primeiro trimestre de 2009, o crescimento do número de linhas de telefonia fixa no
Brasil foi de 5,5% passando de 39.514 milhões para 41.7 milhões (fonte: Anatel e
Teleco). A previsão do instituto de pesquisa Pyramid Research (2008) é que o
crescimento do número de linhas irá reduzir ainda mais nos próximos anos. Esta
redução do crescimento está diretamente relacionada ao crescimento do número de
linhas da telefonia móvel, ao surgimento de serviços VoIP de qualidade como os
serviços via internet Skype, Yahoo e outros.
As companhias de telefonia fixa partiram então para o investimento em
serviços de banda larga cujo setor vem apresentando altas taxas de crescimento.
As companhias de telefonia celular também já estão percebendo a redução no
crescimento da receita de seus serviços de voz. Atualmente existe uma grande
dificuldade em prover serviços de voz diferenciados em telefonia celular. A
competição de preços entre as operadoras é a principal causa da redução do
crescimento da receita. E com a introdução da portabilidade no Brasil, a guerra de
preços para os serviços de voz poderá aumentar ainda mais.
Apesar do crescimento de 24,23 % no número de assinantes entre Maio/2008
e Maio/2009 (de 130,5 milhões para 157,5 milhões) do número de assinantes de
telefonia móvel, a percentagem de assinantes pré-pagos passou de 80,95% para
81,75% (fonte: Teleco).
A figura 2.1 mostra a queda do ARPU (average revenue per user) das
operadoras de telefonia celular no Brasil.
26
27. A queda do ARPU das operadoras de
32 celular
30 30,1
29,3 29,4 29,6
28
27,5 27,3 27,1 27,2
R$ 26 ARPU
24,8
24
22
20
1T07 2T07 3T07 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09
Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celular (Fonte Teleco)
Nas principais operadoras 3G no mundo, a receita de dados já representa
mais de 20% da receita líquida de serviços.
A figura 2.2 apresenta a participação das receitas dos serviços de dados na
receita bruta de serviços das operadoras no Brasil (A Claro não divulga estas
informações de forma sistematica mas declarou que dados representarm 11% do
seu ARPU no 1T09).
Diante deste cenário, a banda larga torna-se o principal gerador de receitas
para as operadoras de telefonia fixa e telefonia celular.
O Brasil terminou o primeiro trimestre de 2009 com 10,4 milhões de acesso
banda larga por ADSL, TV por assinatura e outros meios. A figura 2.3 detalha a
evolução da banda larga fixa no Brasil.
27
28. % dos dados na receita bruta de serviços
15,00%
10,00%
5,00% Vivo
Tim
0,00%
1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 Oi/BrT
Vivo 10,30% 11,30% 10,90% 10,90% 13,10% Brasil
Tim 8,40% 9,80% 9,70% 10,80% 11,20%
Oi/BrT 6,30% 6% 6,40% 6,80% 5,60%
Brasil 8,70% 9,50% 9,40% 9,90% 11,30%
Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Receita Bruta de
Serviços (Fonte: Teleco)
Banda Larga Fixa por tecnologia (em mil conexões)
12.000
10.000
8.000
6.000
ADSL
4.000
Cable Modem
2.000
Outros (rádio)
0
1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 Total
ADSL 5.936 6.322 6.706 7.001 7.258
Cable Modem 1.943 2.100 2.431 2.589 2.757
Outros (rádio) 405 415 420 420 420
Total 8.284 8.837 9.557 10.010 10.435
Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e
evolução da banda larga fixa no Brasil
A figura 2.4 detalha a participação de cada tecnologia no 1T09.
28
29. Participação das tecnologias de banda
larga no 1T09 (em mil conexões)
ADSL
7.258 Cable Modem
10.435
Outros (rádio)
Total
2.757
420
Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte:
Teleco)
A figura 2.5 mostra a evolução da penetração da banda larga no Brasil.
Acessos/ 100 hab
6
5,5 5,47
5,26
5 5,04
4,67
4,5 Acessos/ 100 hab
4,39
4
3,5
3
1T08 2T08 3T08 4T08 1T09
Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte:
Teleco)
Em relação a banda larga móvel, os números são mais impressionantes. O
número de acessos de comunicação de dados em banda larga no serviço móvel
29
30. cresceu de 1,802 milhão, em outubro de 2008, para 3,234 milhões em fevereiro de
2009. Um aumento de 79% em cinco meses, de acordo com Jarbas Valente,
superintendente de serviços privados da Agência Nacional de Telecomunicações,
em sua palestra no 5o. Wireless Mundi.
Os avanços nas tecnologias móveis e as velocidades de acesso à internet
cada vez maiores prometem revolucionar a experiência multimídia dos usuários. O
conteúdo que antes era visto somente na televisão agora pode ser visto no PC e no
celular.
30
31. 2.1 Microambiente externo
2.1.1 Definição
O microambiente externo é representado por um conjunto de fatores, como a
ameaça de novos entrantes, fornecedores e poder de barganha de compradores,
produtos substitutos e o grau de intensidade de rivalidade entre concorrentes, que
exercem influência direta sobre a empresa, suas ações e reações competititvas.
Neste item serão efetuadas as análises da oferta e da demanda. A análise da
demanda irá proporcionar identificar um dos fatores mais importantes na
implantação de uma estratégia , que é conhecer quem, onde, quando e como se dá
o consumo (dados qualitativos), que servirão de parâmetros para a obtenção dos
dados quantitativos.
É importante que se defina o conceito de banda larga. A Anatel tem a seguinte
definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de
transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol
geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades
iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga,
como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256kbps.
2.1.2 Análise da demanda
No primeiro trimestre de 2009 o número de assinaturas de banda larga fixa no
Brasil atingiu o número de mais de 10,43 milhões, um aumento de mais de 2 milhões
em comparação ao ano anterior (fonte: Teleco).
O Brasil terminou 2008 com 10 milhões de acessos Banda Larga (fixa) e está
entre os 10 países com mais acessos Banda Larga no mundo (fonte Teleco). A
figura 2.6 apresenta os países com maiores quantidades de acessos de banda larga
fixa.
31
32. Acessso Banda Larga (Milhões)
Canadá 9,6
Brasil 10,1
Itália 11,3
Coréia do Sul 15,5
Reino Unido 17,3 Acessso Banda Larga
França 17,7 (Milhões)
Alemanha 22,6
Japão 30,1
Estudos … 79
China 83,4
0 50 100
Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de acessos banda larga
(Fonte: Teleco)
No Brasil, a penetração das conexões de banda larga por 100 habitantes
alcançou a percentagem de 5,16% no final de 2008 (fonte: barômetro Cisco) e
5.47% no 1T09 (Fonte: Teleco).
Já em termos de densidade de Banda Larga (acessos/ 100 hab.) o Brasil está
abaixo da média mundial (UIT), ao contrário do que ocorre com a densidade de
telefones fixos e celulares. A figura 2.7 apresenta os números da banda larga (Brasil
versus Mundo) e A figura 2.8 apresenta o número de acessos por 100 habitantes
para celulares, telefones fixos e banda larga.
32
33. Densidade Banda Larga: Brasil versus
Mundo (por 100 hab.)
7
6 6,1
5,1 5,3
5 Brasil
4,3 4,1 Mundo
4
3 3
2
2006 2007 2008
Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil versus média mundial
(Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research)
Acessos por 100 hab. (2008): Brasil
versus Mundo
79,2
80
59,7
60
Brasil
40
21,6 19,1 Mundo
20 5,3 6,1
0
Celulares Fixos Banda Larga
Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes para celulares,
telefones fixos e banda larga (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid
Research)
Conforme o site Teleco, o Brasil é o 67º país em densidade de Banda Larga no
Mundo atrás do México (7,1 acessos/100 hab.) e da Argentina (8,0 acessos/100
hab.).
33
34. A figura 2.9 detalha a densidade de cada estado no 1T09 e ajuda a entender
melhor as causas desta baixa densidade.
Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda larga (Fonte: Teleco)
A Tabela abaixo apresenta os estados com maior penetração de banda larga
fixa no Brasil.
Participação
Acessos/100 no Total
UF hab. Brasil
DF 15,9 3,8%
SP 9,8 37,6%
SC 8,4 4,8%
PR 7,9 7,9%
RS 7,4 7,5%
RJ 7,2 10,6%
Total 8,9 72,1
Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos estados
34
35. Na análise por segmento de mercado, as residências lideram com 88,6% do
total de conexões fixas, enquanto as empresas respondem por 11,4% (fonte:
Barõmetro Cisco 2008).
Considerando a penetração dos acessos residenciais sobre os lares
brasileiros, a penetração média é de 15,94%, o que deixa espaço para um
crescimento expressivo para os próximos anos (fonte: Barômetro Cisco – Dezembro
2008).
Um estudo feito pela consultoria Everis em parceria com a Escola de Negócios
da Universidade de Navarra (IESE Business School), aponta que dos 1,6 bilhão de
usuários de internet no mundo, 10% estão na América Latina e, desse número,
praticamente a metade está no Brasil.
Segundo o levantamento, os internautas brasileiros já somam 76,2 milhões
dos 159 milhões na América Latina (ano 2008). O estudo, feito com base nas
estatísticas da União Internacional das Telecomunicações (ITU), aponta um número
maior que o do Ibope, que em maio apontou 62,3 milhões de usuários brasileiros
com acesso à internet em qualquer ambiente (residência, lan-houses, trabalho,
telecentros, escolas e bibliotecas). O estudo apresentado pela Teleco (fonte TIC
domicílios) aponta um total de 53,9 milhões de usuários de internet em 2008 no
Brasil. A definição de usuário de internet da pesquisa TIC domicílios é dada por
população de 10 anos ou mais de idade que acessou a Internet, pelo menos uma
vez, por meio de computador, em algum local (domicílio, local de trabalho, escola,
centro de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro
local) nos 90 dias que antecederam à entrevistra.
A figura 2.10 apresenta as diferenças expressivas (em milhões de usuários)
entre usuários de internet fixa e número de acesso banda larga de internet fixa no
Brasil para o ano de 2008 (fonte Teleco). Esta figura sinaliza a potencial demanda
por serviços de internet no Brasil.
35
36. 53,9
60
50
40
Usuarios de internet
30 Acessos banda larga fixo
20 10,43
10
0
Brasil
Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de
banda larga fixa (2008)
O Brasil está entre os 10 mercados que apresentarão maiores crescimentos de
assinaturas de banda larga fixa entre 2008 e 2013 (fonte: Pyramid Research (2008))
conforme a tabela 2.2 abaixo:
Mercado Assinaturas
China 221,3
EUA 101,1
Japão 37,8
Alemanha 32,8
França 26,6
Inglaterra 22,4
Brasil 18,9
Itália 17,3
Espanha 15,8
Coréia do Sul 15,4
Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013
(Fonte: Pyramid Research)
36
37. 2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa
Na distribuição total de conexões por tecnologia de banda larga fixa para o
primeiro trimestre de 2009, o ADSL é o mais adotado no Brasil atingindo 7,258
milhões de conexões (69,55%), o Cable Modem atingiu 2,757 de conexões (26,42%)
e outros sistemas (rádio) com 420 mil conexões (4,2%) . O total de conexões de
banda larga fixa no Brasil no final do primeiro trimestre de 2009 foi de 10,435
milhões. A figura 2.11 segmenta essas conexões por tecnologia (fonte Teleco).
Conexões de banda larga (em milhares)
12.000 10.435
10.000
8.000 7.258
6.000 Conexões de banda larga
4.000 2.757
2.000 420
0
ADSL Cable Outros Total
Modem (Rádio)
Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecnologia (Fonte: Teleco)
A figura 2.12 apresenta o crescimento das conexões (em milhares) de banda
larga para as tecnologias ADSL e Cable Modem entre 2005 e 2008 (fonte Barômetro
Cisco). Neste período as conexões por ADSL aumentaram 112,02% enquanto que
as conexões via Cable modem aumentaram 340,64% (aumento médio de 152,17%).
37
38. 6.967
7.000
6.000 5.520
5.000 4.431
4.000 3.286
ADSL
2.613
3.000 Cable Modem
1.746
2.000 1.134
593
1.000
0
2005 2006 2007 2008
Figura 2.12 – Crescimento dos acessos de banda larga por tecnologia no
Brasil (Fonte: Barômetro Cisco)
Globalmente, o ADSL também tem a maior penetração de mercado para
serviços de internet fixa. Com aproximadamente 290 milhões de linhas, o ADSL
atende 68% das conexões de banda larga no mundo contra 21% do Cable Modem e
9% do FTTx (fonte: Pyramid Research (2008)). A figura 2.13 detalha a participação
das tecnologias de banda larga fixa no mundo.
Conexões de banda larga no mundo
80%
60%
40% Conexões de banda larga
no mundo
20%
0%
ADSL Cable FTTx Outros
Modem
Figura 2.13 – Participação das tecnologias de banda larga fixa na esfera
mundial
38
39. Espera-se que a tecnologia FTTx terá o maior crescimento nos próximos 5
anos comparada com as outras tecnologias concorrentes.
Muitas operadoras têm partido para a tecnologia VDSL mas a competição
acirrada tem sinalizado a necessidade de se partir para o FTTx que proporciona as
maiores velocidades de tranmsissão de dados (fonte Pyramid Research (2008)). Isto
é, a demanda crescente por altas velocidades está tornando a fibra cada vez mais
competitiva contra o cobre (onde as tecnologias ADSL e VDSL são baseadas).
Estudos da Pyramid Research (2008) prevêem que o WiMAX irá capturar 2%
dos usuários de banda larga móvel até 2013, atigindo um total de 42 milhões de
usuários no mundo, enquanto estudos da Informa Telecom & Media (2008) prevêem
que o WiMAX irá capturar 6% do mercado mundial de banda larga sem fio.
2.1.4 Banda larga móvel
Em relação a banda larga móvel, serviço oferecido pelas operadoras de
telefonia celular, existiam 4,618 milhões de conexões no primeiro trimestre de 2009
(Fonte: Teleco).
No estado de São Paulo, as conexões de banda larga no primeiro de trimestre
de 2009 atingiram o número de 1.188 mil divididos entre conexões HSPA e CDMA
2000 (fonte: Anatel).
O Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2009 revela que em 2008, 91,7% da
população brasileira estava em municípios onde há serviço de telefonia móvel. Ao
longo de 2009 e 2010, cerca de 1,7 mil cidades que hoje não têm nenhuma
cobertura ainda deverão ser atendidas pelas redes de telefonia celular por conta da
política de expansão criada pela Anatel através dos editais de 3G. Em 2010, todos
os municípios devem estar cobertos.
Outro destaque do mercado de telefonia móvel em 2008 foi a marca de mais
de 355 municípios atendidos por redes HSPA. Parece um número baixo, mas estes
municípios representam segundo levantamento do Atlas Brasileiro de
Telecomunicações, 67% do potencial de consumo do Brasil (IPC), 100,8 milhões de
39
40. habitantes, 28,7 milhões de domicílios, sendo 11 milhões de domicílios A/B (ou 73%
do total).
As operadoras de telefonia celular Tim, Claro e Vivo já alertam sobre a
necessidade de planejamento da expansão do espectro de frequências para que a
oferta de serviços de banda larga móvel seja atendida. Há um consenso que a
banda larga móvel atingirá o limite em 2012 (A TIM estima que haverá 8,6 milhões
de usuários de terceira geração em 2012).
As operadoras argumentam sobre a necessidade de se obter mais espectro. E
já estão de olho na faixa de frequências de 2,5 GHz, ocupada atualmente pelas
redes MMDS (Serviço de Distribuição Multiponto Multicanal) usadas para
disponibilização de TV por assinatura e serviços de acesso à internet. As operadoras
de MMDS têm baixa penetração no mercado de TV por assinatura, utilizam uma
tecnologia desatualizada e ocupam uma banda de 190 MHz.
As operadoras de telefonia celular desejam 140 MHz do total de 190 MHz
desta faixa. A intenção é explorar essa faixa de frequências com a tecnologia LTE
(essa tecnologia será provavelmente a substituta da atual tecnologia 3G. Se espera
que a implantação do LTE acontecerá a partir de 2011 no Brasil), ficando apenas 50
MHZ para o uso do WIMAX e MMDS.
Tanto o LTE quanto o WiMAX são baseados em uma estrutura de rede IP
plana, o que torna muito eficiente o processo de disponibilização de serviços de
banda larga comparado com a atual tecnologia 3G.
Outra banda reservada em diversos países para serviços de acesso banda
larga sem fio é a faixa de frequências de 3,5 GHz. Algumas operadoras já oferecem
serviços de WIMAX no Brasil nessa faixa. Entretanto, a maior parte desse espectro
continua aguardando licitação.
40
41. 2.1.5 Tendências da Banda Larga
Nos países desenvolvidos está acontecendo um aumento expressivo da
competição no fornecimento de banda larga com consequente quedas dos preços
dos serviços de acesso à internet.
No Brasil, grande parte da população não é ainda atentida pelos serviços de
banda larga. Para muitos moradores do estado de São Paulo, o serviço Speedy (que
utliza a tecnologia ADSL), da Telefônica, é a única opção para quem precisa de
internet rápida. Enquanto que as redes de TV paga que oferecem internet banda
larga via tecnologia Cable Modem, oferecem serviços de acesso à internet em
apenas parte do estado.
A figura 2.14 apresenta o cenário de cobertura da banda larga fixa no estado
de São Paulo.
Cobertura da banda larga fixa
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40% Cobertura
30%
20%
10%
0%
Speedy NET Virtua Ajato Outras
Cobertura 97% 59% 26% 9%
Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo
(fonte: revista Exame – edição de 15/07/2009 página 91)
Apesar da maior parte dos acessos banda larga existentes no Brasil serem
providos por operadoras de telefonia fixa ou de TV por Assinatura, eles não são os
únicos a oferecerem estes serviços ao mercado.
41
42. Além destes provedores, existem cerca de 1.761 outros provedores de acesso
banda larga, presentes em 74,2% dos municípios brasileiros, que ampliam a
capilaridade da oferta de banda larga no Brasil, atendendo mercados onde os
grandes provedores não estão presentes. O meio mais utilizado para o provimento
do acesso é o rádio (68,4% dos provedores) (Fonte: Teleco).
Apesar deste cenário de poucas opções de banda larga, começam a se
intensificar no Brasil o surgimento das cidades digitais, interligando orgãos
municipais e oferendo acesso livre e gratuito à internet em pontos públicos.
Conforme o Guia das Cidades Digitais, estão sendo implantados no Brasil projetos
de redes sem fio em Almerin (PA), Belo Horizonte (MG), Ouro Preto (MG), Parintins
(AM), Piraí (RJ), entre outras.
A tendência é portanto uma queda do preço da banda larga para os próximos
anos. Conforme pesquisa da Pyramid Research (2008), a banda larga se tornará
uma commodity nos próximos anos.
Em relação aos serviços de banda larga móvel que são oferecidos pelas
operadoras de telefonia celular, estes são em alguns casos a única alternativa ao
Speedy. As velocidades proporcionadas pelos serviços 3G não são tão competitivas
ainda quando comparadas com as tecnologias ADSL e Cable Modem. Mas o fator
crucial é que 80% da população brasileira usa tecnologia móvel, não fixa. Além
disso, o grande diferencial da tecnologia 3G é a mobilidade.
Segundo dados da Pyramid Research (publicado pela Teletime News online,
31/07/2009), o número de conexões de internet em banda larga móvel ultrapassará
o de fixas no Brasil até 2011, quando atingirá 28 milhões de usuários. Os modems
USB serão os principais impulsionadores da adoção da banda larga móvel no país e
se tornarão uma grande alternativa à banda larga fixa. Atualmente (Fonte Teleco,
Maio 2009) existem 4.955 mil dispositivos de acesso de banda larga móvel no Brasil.
Conforme estudo do Yankee Group e Ericsson (Publicado em 29/07/2009 pela
Teletime News online), em 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46
milhões e mais da metade da base utilizará telefones celulares para acessar a rede
3G.
42
43. Conforme descrito no item anterior, o número de conexões de banda larga no
estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2009 foi de 1.118 mil. Assumindo o
mesmo crescimento previsto para o Brasil conforme a Pyramid Research (2009),
estima-se que em 2011, haverá 6.275 mil usuários 3G no estado de São Paulo
contra 28 milhões no Brasil.
Segundo um estudo da Pyramid Research (2008), o WiMAX capturará apenas
2% dos usuários 3G até 2013. Assumindo esta mesma percentagem para 2011,
estima-se um número de 144 mil usuários de banda larga utilizando a tecnologia
WiMAX no Estado de São Paulo. Para o Brasil seriam 560 mil usuários. Entretanto
deve-se enfatizar que em 2008 o WiMAX representou 6% do total de conexões de
banda larga móvel no Brasil. Esse percentagem deve cair nos próximos anos visto
que se vê uma explosão das vendas de dispositivos móveis 3G atualmente.
Já um estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o WiMAX
capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga móvel em 2013. Atualmente, o
WiMAX representa 2% dos assinantes mundiais de banda larga móvel.
Baseado na pesquisa do Yankee Group e Ericsson, em 2012, com o WiMAX
capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G (previsão Pyramid
Research), haverá 920 mil usuários desta tecnologia. Para o estado de São Paulo,
assumindo a mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil assinantes de
3G e 206 mil assinantes de WiMAX.
Já o estudo da consultoria Infonetics Research (2009) é muito mais otimista
que o da Pyramid Research em termos de usuários de WiMAX no Brasil. De acordo
com a Infonetics Research, o Brasil é um dos maiores mercados potenciais para a
tecnologia de banda larga sem fio WiMAX. A previsão da empresa é que o país salte
de 184 mil assinantes do serviço, registrados em 2008, para quase 8 milhões até
2013. A consultoria acredita que o WiMAX pode se tornar a principal forma de
acesso à Internet em banda larga sem fio no país.
A figura 2.15 apresenta o crescimento previsto da banda larga móvel no Brasil
segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson, e Pyramid Research.
43
44. Banda Larga Móvel - Brasil (mil conexões)
46.000
50.000
40.000
30.000 3G
WiMAX (Pyramid)
20.000
WiMAX (Infonetics)*
8.000
10.000 5.300
184 184 920
0
Maio 2009 2012/2013*
Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda larga no Brasil (Fonte:
Yankee Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research).
Assume-se que o WiMAX capturará 2% do total dos assinantes 3G (Pyramid
Research) e 6% dos assinantes 3G (Infonetics Research)
A figura 2.16 apresenta a evolução das conexões de banda larga no estado
de São Paulo.
Banda Larga Móvel - Estado de São Paulo (mil
conexões)
12.000 10.308
10.000
8.000 3G
6.000 WiMAX (Pyramid)
4.000 2.057 WiMAX (Infonetics)*
1.188
2.000 47 47 206
0
Maio 2009 2012/2013*
Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimento da banda larga no
estado de São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson
44
45. assumindo que o estado de São Paulo apresentará a mesma taxa de
crescimento nacional dos acessos de banda larga móvel) – Fonte: Yankee
Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research
A figura 2.17 apresenta a participação das tecnologias móveis no Brasil no
final de 2008 (Fonte: Infonetics Research (2009) e Teleco).
Participação por tecnologia móvel -
Brasil (2008)
6,13%
15,09%
UMTS/HSPA
EVDO
78,78% WiMAX
Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel em 2008
(Fontes: Infonetics Research e Teleco)
Conforme dito, os números da consultoria Infonetics Research (2009)
prevêem 8 milhões de acessos WIMAX no Brasil em 2013 a partir de 184 mil
acessos em 2008. Isso significa um CAGR de 112,64% (Estima-se 2,057 mil
usuários para o estado de São Paulo).
Os números conforme a consultoria Pyramid Research (WIMAX capturará 2%
dos assinantes 3G) e o estudo do Yankee Group e Ericsson (46 milhões de usuários
de banda móvel em 2012) são: 920 mil usuários de WiMAX em 2012 no Brasil e 206
mil no estado de São Paulo, proporcionando um CAGR de 49,53%.
A tabela 2.3 consolida diversos cenários em função das previsões dos estudos
de diversas companhias (Número de usuários WiMAX nos próximos anos varia entre
560 mil e 8 milhões no Brasil).
45
46. Estado de São
Tecnologia Cenário Brasil Paulo
Usuários 3G no Brasil em 2011 conforme estudo Pyramid
Research (2009). Número de usuários do estado de São Paulo é
estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o
3G Brasil 28 milhões 7,2 milhões
Usuários WiMAX em 2011 conforme estudo da Pyramid
Research (2008) (2% dos usuários 3G) e estudo Pyramid
Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número de
usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão
WiMAX de celulares entre o estado e o Brasil 560 mil 144 mil
Pesquisa do Yankee Group e Ericsson (2009), em 2012, com o
WiMAX capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G
(previsão Pyramid Research 2008), haverá 920 mil usuários
desta tecnologia. Para o estado de São Paulo, assumindo a
mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil
WiMAX assinantes de 3G e 206 mil assinantes de WiMAX. 920 mil 206 mil
Usuários WiMAX em 2013 conforme estudo da Informa
Telecoms & Media (2008) (6% dos usuários 3G) e estudo
Pyramid Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número
de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na
WiMAX razão de celulares entre o estado e o Brasil 1,68 milhões 430 mil
Estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o
WiMAX capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga
móvel em 2013. Estudo do Yankee Group e Ericsson (2009), em
2012, o número de assinantes 3G saltará para 46 milhões.
Assume-se que em 2013 os mesmos números de assinantes
WiMAX 3G que em 2012. 2,76 milhões 709 mil
A previsão da Infonetics Research (2009) é que o Brasil salte de
184 mil assinantes de WiMAX, registrados em 2008, para quase
WiMAX 8 milhões até 2013. 8 milhões 2 milhões
Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários para o WIMAX em
função do estudo de companhias de pesquisas.
2.1.6 Receitas da Banda Larga
A banda larga móvel será a principal impulsionadora das receitas das
operadoras de telefonia móvel na América Latina, de acordo com pesquisa da
consultoria Pyramid Research (fonte: Teletime 29/06/2009) assim como para as
operadoras de telefonia fixa. Os fatores que contribuirão para isto são:
• Uso de plataformas comuns baseadas no protocolo IP na implantação
de novas redes
46
47. • O aumento da competitividade com a entrada das redes WIMAX nos
próximos anos sinaliza a necessidade de grandes investimentos para
viabilizar o aumento das receitas com as redes de banda larga
• A implantação das redes LTE a partir de 2012, tanto pelas operadoras
já existentes quanto por novas empresas que entrarão no setor,
proporcionarão maiores receitas.
O Speedy corresponde a quase 30% da receita total da Telefônica (fonte:
Abin- Agência Nacional de Inteligência), que, em 2008, foi de 23 milhões de reais
(fonte: Teleco).
2.1.7 Barreiras
Barreiras para massificação da banda larga
O preço da banda larga no Brasil é a principal barreira para a massificação
desta tecnologia. Enquanto o Reino Unido e a Austrália (30 bilhões de dólares para
a implantação de fibras ópticas por todo o país) anunciaram planos ambiciosos para
garantir que todos os seus cidadãos tenha acesso de boa qualidade à internet, o
Brasil discute ainda timidamente como estender as conexões de alta velocidade por
todo o seu território e aumentar as opções de escolha dos usuários quando as
regiões mais remotas não atraem as operadoras e o governo não tem os recursos
necessários para liderar uma iniciativa semelhante.
A alternativa para o Brasil é a implantação da banda larga móvel que requer
custos menores e apresentam implantação mais rápida comparada com o plano da
Austrália.
Existem alguns exemplos no Brasil de inclusão digital como o plano do estado
do Ceará que pretende implantar um “cinturão digital” de 3 mil quilômetros de fibras
para garantir a infraestrutura de banda larga.
47
48. A Anatel se prepara para colocar no mercado pelo menos duas licitações de
frequências em 2009 como forma de impulsionar o uso da banda larga no Brasil por
internet fixa e móvel. A Anatel pretende licitar a faixa de 3,5 GHz e também a faixa
de 2,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz será dedicada a tecnologia WiMAX. Já a faixa de 2,5
GHz se encontra em disputa entre as operadoras de TV paga e as operadoras de
telefonia celular. A tendência da Anatel é dedicar parte da faixa para o Serviço Móvel
Pessoal, sobretudo para o uso da tecnologia de quarta geração (LTE),
acompanhando a recomendação da UIT (União Internacional de Telecomunicações).
Já as operadoras de TV paga querem a permissão para usarem a tecnologia WiMAX
para oferta de banda larga sem fio a seus clientes.
Em 2010, a Anatel quer avaliar o uso da faixa de espectro de 450 MHz para
atendimento às regiões rurais, suburbanas e fora da área de tarifa básica, com
banda larga sem fio, além de telefonia fixa e móvel. A decisão do Minicom é de licitar
a faixa já prevendo contrapartidas das operadoras, que terão de conectar mais de 80
mil escolas públicas rurais, não contempladas pelo programa “Banda Larga nas
Escolas”, resultante da troca de obrigações das operadoras fixas e que prevê a
conexão de mais de 55 mil escolas públicas urbanas.
A Anatel iniciou também os estudos para usar a faixa de frequência de 1,5
GHz para a banda larga. Essa faixa ainda não foi harmonizada pela UIT, mas já
existem algumas aplicações nos Estados Unidos onde é usada para serviços de
banda larga.
Conforme comentado no ínicio deste ítem, o preço é a principal barreira para o
crescimento da banda larga no Brasil. Um estudo das Nações Unidas feito em 154
países classificou o Brasil entre as nações com o serviço de banda larga mais caro
do mundo.
Promovido pela União Internacional para as Telecomunicações (UIT), um
órgão da ONU, o estudo avaliou a qualidade da infraestrutura de telecomunicações
em 154 nações, o grau de inclusão digital em cada país e o custo que estas
tecnologias têm para o usuário final. Para calcular o custo em cada país, a UIT
desenvolveu um índice que relaciona o custo de um serviço telecom à renda per
capita em cada nação. Nos Estados Unidos, para ter um serviço de banda larga, o
48
49. usuário compromete 0,4% de sua renda média. No Brasil se compromete 9,6% da
renda por habitante. O custo da banda larga coloca o Brasil na 77ª posição num
ranking de acesso a serviços de internet. Com o índice 9,6, o Brasil fica atrás de
outros países emergentes, como Argentina (7,6), México (5,3) e Rússia (2,2). Até na
China (9,6) a situação é melhor que no Brasil. O país asiático é muito prejudicado no
ranking, pois o custo da banda larga precisa ser comparado com a renda per capta
daquele país, que é baixa, afinal a China tem mais de 1,2 bilhão de habitantes.
Os países do mundo onde a banda larga é mais barata são Estados Unidos,
Canadá, Suíça, Dinamarca, Luxemburgo e Taiwan. Nestas localidades, o índice é
igual ou menor que 0,7. A pior situação é a de Burkina Fasso, país africano. Lá,
uma pessoa precisa gastar 5.193 vezes a renda média de um cidadão para contratar
um link de internet.
De acordo com os resultados da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da
Informação e da Comunicação no Brasil 2008, um quarto dos domicílios brasileiros
(25%) possui computadores. A pesquisa identificou que 71% dos lares com
computador possuem acesso à Internet. Essa diferença denota que, dos 14 milhões
de domicílios com computador, quatro milhões não possuem acesso à rede mundial
de computadores. A pesquisa identifica também que o acesso ao computador e à
Internet é fortemente determinado pela renda, pela classe social e pela região do
país. O acesso à Internet está presente em 25% dos domicílios da região Sudeste e
cerca de 20% nos domicílios das regiões Sul e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e
Nordeste, a proporção de domicílios com acesso à rede não ultrapassa 7%. No que
concerne à renda e à classe social, observa-se que, na faixa até um salário mínimo
e nas classes D e E, a penetração do acesso à Internet registra uma taxa de apenas
1%, enquanto atinge 81% na faixa de dez ou mais salários e 91% na classe A.
O perfil do uso do computador e da Internet no país é muito semelhante com
relação às variáveis sociodemográficas. Conforme a renda, a classe social e o grau
de escolaridade aumentam, maior é a proporção de usuários das tecnologias acima
mencionadas. A proporção de usuários de Internet chega a 83% no nível superior e
somente a 7% entre os analfabetos e pessoas que têm somente educação infantil.
No que tange à renda, nota-se que,na faixa de até um salário mínimo, o percentual
49
50. de usuários de Internet é de 10%, contra 81% de usuários de Internet na faixa de
dez ou mais salários. A diferenciação por classe social guarda a maior discrepância
entre suas categorias, na medida em que há uma diferença de 76 pontos
percentuais entre a classe A (89%) e as classes D e E (13%).
Quanto ao uso da Internet, a pesquisa identifica as principais barreiras
mencionadas pelos respondentes que declararam nunca ter acessado a Internet em
2008. A principal barreira ao uso está associada à “falta de habilidade” com o
computador ou com a Internet propriamente dita, apontada por 61% dos
respondentes, seguida pela “falta de interesse” (44%) e a “falta de condições para
pagar o acesso” (23%). Interessante ressaltar que, quando se trata de motivos para
posse do computador e acesso à Internet, o custo é a principal barreira para a
aquisição dessas tecnologias. Porém, quando se trata de questões relativas ao uso
da Internet, a principal barreira é a falta de habilidade com o computador ou no
acesso à Internet.
Barreiras para ser um fornecedor de acesso banda larga
A principal barreira para ser um fornecedor de serviços de banda larga é a
necessidade de capital intensivo para se construir a infra-estrutura da rede. A
tecnologia Cable modem está restrita as operadoras de TV por assinatura como TVA
e NET. A tecnologia ADSL que depende dos pares de fios de cobres das linhas
telefônicas está restrita para a Telefonica no estado de São Paulo. A alternativa para
um novo entrante assim como para os fornecedores atuais é a tecnologia WiMAX
que exige licença de uma faixa do espectro para operação assim como aquisições
de espaço para a implantação das estações rádio-base.
Outra barreira para a implantação do negócio é o preço do serviço de acesso à
internet que o novo entrante terá como despesa. Os preços desses serviços no
Brasil são caros demais quando comparado com os preços nos Estados Unidos.
50
51. Além disso, os principais fornecedores de acesso a internet no Brasil estão restritos
à Telefonica, Embratel, Oi e GVT.
2.1.8 Consumidor
Para o consumidor de mídia, a TV aberta é a maior fornecedora de conteúdo
no Brasil.
Contudo, há uma tendência de se buscar mais conteúdo, seja entretenimento
ou informação, em outras fontes e dispositivos como PCs e celular.
O estudo da Accenture (publicado no site Converge Magazine em 13/04/2009:
Banda larga, canais fechados e tv aberta mudam perfil doconsumidor) mostra que a
TV linear não está morrendo, mas que o consumo não-linear de mídia está
crescendo e despertando o interesse do consumidor. A mudança, aponta a
Accenture, é liderada por consumidores de menos de 35 anos de idade. Além de ser
o grupo que se mostra mais insatisfeito com as opções da televisão, são os que se
mostram mais dispostos a ver conteúdo em dispositivos alternativos, e que tendem a
preferir o conteúdo sob demanda. O estudo mostra que, quanto mais novo é o
consumidor, mais ele está insatisfeito com a TV ao vivo e mais propenso a assimilar
o conteúdo por outros dispositivos. Esta realidade assusta empresas revendedoras
de computadores, já que será cada vez mais comum o acesso ao conteúdo on-line
através do celular.
Segundo estudo da IDC Brasil (citado em http://guia.mercadolivre.com.br,
25/09/2008 artigo: “Brasil tem 4,7 mi de conexões banda larga, mas taxa de
penetração é de 2,2%”), o perfil do usuário de banda larga continua sendo
predominantemente de consumidores das classes A e B, sendo que a classe C
começa a ter maior participação.
Conforme estudo da UIT (divulgado pela Gazeta Mercantil online news
4/03/2009), a banda larga custa em média 9,6% da renda per capita do brasileiro.
Com o aumento da concorrência, a tendência é de queda nos preços.
51
52. Em 2008, 88,8% das conexões de banda larga fixa são de usuários
residenciais (fonte: Barômetro Cisco).
Segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson (Teletime news, 29/07/2009),
o assinante 3G no Brasil é majoritariamente jovem e utiliza essa tecnologia
principalmente dentro de casa, em substituição ao acesso fixo. A razão para preferir
o acesso móvel é devido ao valor na mobilidade ou porque não há oferta de banda
larga fixa onde mora. De acordo com o estudo, 83% dos assinantes usam o serviço
em casa e 27%, no escritório (um certo grupo de assinantes usa o serviço em casa e
no escritório). Apenas 26% das linhas 3G são corporativas. Mas 42% dos assinantes
fazem um uso misto pessoal e profissional do serviço. 72% dos usuários têm entre
20 e 30 anos.
No estado de São Paulo estima-se que a população entre 20 e 30 anos seja
de 7.250 mil pessoas (Fonte IBGE 2000 e projeções de crescimento da população).
Esta quantia corresponde aproximadamente a 18,2% da população do estado.
Conforme o estudo da Pesquisa de Condições de Vida 2006 (PCV), estima-se que
65% dos jovens do estado de São Paulo têm o ensino médio concluído. Assumindo
a conclusão do ensino médio como fator determinante para se ter uma assinatura de
banda larga móvel, obtem-se que 4.712 mil jovens são potenciais consumidores de
banda larga móvel. E extrapolando para toda a faixa etária da população do estado
de São Paulo (28% restantes dos usuários já que 72% se enquadram entre 20 e 30
anos de idade), obtem-se a estimativa de 6.545 mil potenciais assinantes de banda
larga móvel para o momento atual. Atualmente (Maio 2009) há 1.188 mil acessos de
banda larga móvel no estado de São Paulo. Em relação ao Brasil, estima-se que a
população entre 20 e 30 anos corresponda aproxidamente a 20% da população
brasileira (38 milhões de pessoas). Se assumirmos que 60% dos jovens brasileiros
possuem o ensino médio (no estado de São Paulo, este número é de 65%), temos
22,8 milhões de jovens entre 20 e 30 anos com potencial de consumo de banda
larga móvel. Extrapolando para o resto da população brasileira e assumindo que
28% desta população restante consumirá internet móvel, o mercado potencial
brasileiro será de 31,7 milhões de usuários de internet móvel. Entretanto, deve-se
notar que a internet fixa acaba sendo concorrente da internet móvel para a maior
parte da população brasileira. Somente uma pequena parte da população tem e terá
52
53. assinatura de internet móvel e internet fixa. Conforme a pesquisa do Yankee Group
e Ericsson, 83% dos usuários de internet móvel, usam esse serviço em suas
residências.
A tabela 2.4 sumariza a quantidade potencial de usuários de internet móvel em
função do nível de educação e perfil consumidor predominantemente jovem.
Potenciais usuários de
banda larga móvel (mil
usuários) em função de
educação e perfil do
Região usuário
Brasil 31.700
Estado de São Paulo 6.545
Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móvel em função do
nível de educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial
consumidor
O número de usuários no mundo da tecnologia WiMAX deve superar 100
milhões até 2014, pelas projeções da consultoria Maravedis (2008). O crescimento
do número de usuários será impulsionado pelo lançamento dos laptops que trazem
embutidos os chipsets capazes de conectar o equipamento à rede sem fio.
O grupo WiMax Forum (Dezembro 2008), que representa mais de 530
empresas comprometidas com essa tecnologia de banda larga sem fio, estima que
até 2012 a América Latina terá mais de 13 milhões de consumidores desse tipo de
conexão, volume que equivalerá a 10 por cento do total mundial.
No primeiro trimestre de 2009 foram adicionados 400 mil novos usuários de
WiMAX (incluindo as operações em faixas não licenciadas) no mundo, um
crescimento de 13% em relação ao último trimestre de 2008 e 75% na comparação
com o primeiro trimestre de 2008. Os dados fazem parte de uma pesquisa trimestral
divulgada pela consultoria Maravedis, que mostra que no mesmo período foram
adicionados 50 milhões de novos usuários em 3G.
53
54. A Associação Brasileira de Pesquisas definiu as classes sociais no Brasil
conforme a figura 2.18.
Renda Familiar Média por Mês (em reais)
14.400
15.000
10.000 8.100
renda
4.600
5.000
2.300
1.400
950 620 440
0
A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E
Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classes sociais
Baseado na reportagem da Revista Exame (08/04/2009) sobre o consumo das
famílias brasileiras em 2009 e informações do IBGE sobre a população brasileira,
deriva-se que as classes sociais no Brasil estão distribuídas conforme a figura 2.19.
30,00%
25,40%
25,00% 21,80%
20,70%
20,00%
15,70%
15,00%
Percentagem Brasil
8,90%
10,00%
4,10%
5,00% 2,60%
0,90%
0,00%
A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E
Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obtido a partir
de informações da revista Exame (08/04/2009) e assumindo população
brasileira de 189,6 milhões de habitantes
54
55. Para facilitar a análise, a tabela 2.5 agrupa as classes sociais em um número
menor de divisões, apresenta o potencial de consumo de internet de cada classe
social (baseado na Pesquisa TIC Domicílios 2008) e o número potencial de
consumidores para o Brasil.
Total de
Percentagem da jovens - 20 a Internet móvel Potenciais
Classes população brasileira 30 anos (mil) (consumo) usuários
AeB 29,60% 11.248 85% 9.561
C 42,50% 16.150 30% 4.845
DeE 28,00% 10.640 13% 1.383
Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no Brasil em
função das classes sociais (critério da Associação das Empresas de
Pesquisa), perfil dos usuários de internet (Pesquisa TIC Domicílios 2008) –
Número total de potenciais usuários é de 15.788 jovens (entre 20 e 30 anos).
Conforme a tabela 2.5, o número potencial de usuários de internet móvel no
Brasil é de 15.789 mil jovens. Extrapolando para o resto da população brasileira
assumindo que 72% dos consumidores de internet móvel são jovens, e asumindo
que a internet fixa capturará 30 % deste montante, obtem-se o número de 15.350 mil
potenciais usuários de internet móvel no Brasil.
Extrapolando esses números para o estado de São Paulo (baseado na razão
atual de assinantes 3G entre Brasil e estado de São Paulo), obtem-se o número de
3.946 mil potenciais usuários de internet móvel.
A tabela 2.6 sumariza o número potencial de usuários de internet móvel em
função da faixa etária e poder econômico das classes sociais.
55