SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 44
Baixar para ler offline
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA
CATARINA - CAMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL MECÂNICA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE PRODUTO
MÓDULO I I – PROJETO INTEGRADOR
PROJETO
O ATO DE BRINCAR PARA CRIANÇAS SURDAS EM 2034
ANA PAULA SILVA
BIANCA NASCIMENTO
MARIANA ELEONORA BEHR NUNES
STHÉFANY CECHINEL
FLORIANÓPOLIS
MARÇO DE 2014
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 02
2 PROBLEMA ....................................................................................................................... 03
3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 03
3.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 03
3.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 03
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 03
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 05
5.1 Surdez ............................................................................................................................ 05
5.1.1 Aspectos da Categoria Médica .................................................................................... 06
5.1.2 Aspectos da Categoria Cultura .................................................................................... 08
5.1.3 Aspectos da Categoria Educativa ................................................................................ 12
5.2 A Infância e o Brincar ...................................................................................................... 13
5.2.1 O Brincar e o Brinquedo .............................................................................................. 19
5.2.2 Tecnologia .................................................................................................................... 21
5.3 Publico Alvo .................................................................................................................... 24
6 METODOLOGIA ................................................................................................................ 27
7 CRONOGRAMA ................................................................................................................. 40
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 41
APÊNDICE QUESTIONÁRIO ............................................................................................... 44
2
1 INTRODUÇÃO
No segundo módulo do curso superior de tecnologia em design de produto do
Instituto Federal de Santa Catarina foi proposta a criação de um projeto com o tema o ato
de brincar para surdos em 2034. Com este projeto pretende-se criar um produto que
proporcione o ato de brincar para crianças surdas e pais ouvintes em 2034, para que as
mesmas possam interagir com familiares melhorando a comunicação, a interação e a
inclusão.
Com base em estudos bibliográficos percebe-se que é no período de
desenvolvimento infantil onde as crianças iniciam sua interação social, que caracteriza o seu
crescimento através da capacidade de brincar, imaginar e se comunicar, segundo as
autoras Razuck, Tacca e Tunes (2007) que citam Luria. Com isso, entende-se que é durante
a infância e através de brincadeiras as quais moldam e criam suas visões do real, de acordo
com Silva et al (2005). Logo quando as mesmas brincam de “faz de conta” elas vão alem do
brinquedo. Conclui - se que ambos, brinquedo e brincadeira, são constitutivos da infância.
Porém, com a evolução tecnológica o brincar, as brincadeiras e os brinquedos
também evoluíram. No entanto, com todo esse progresso, a infância com seu caráter
imaginário foi perdendo espaço para jogos individuais que diminuem a interação social
presente neste período. Tal perda gera preocupações quanto à integração e inclusão,
principalmente para crianças com deficiências, pois mesmo com projetos de leis que
prevêem uma integração social, elas ainda se encontram à margem da socialização com
crianças não deficientes.
Segundo o censo do IBGE de 2010, 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência
auditiva, ou seja 5,1% da população. E referente a crianças, estima-se que há um milhão de
crianças surdas. tem pais ouvintes. De acordo com Zwang e Nicoloso (2007) o convívio
com adultos é importante pois proporciona a construção da identidade da criança surda,
como no trecho de Silva et al (2005):
“Uma vez que o tempo transcorrido entre a infância e a idade adulta é muito
grande, e o espaço social da criança se restringe a pequenos grupos, como
a casa dos familiares e a escola, essas referencias assumem uma
importância significativa, pois é em torno delas que as lembranças da
infância vão sendo tecidas. Elas quase sempre se constroem a partir das
lembranças dos adultos, e dependendo da ligação que o indivíduo
estabelecer com o seu grupo familiar, as lembranças da infância se
renovam e se completam com maior facilidade.”
3
Do ponto de vista dos autores citados, se percebe a importância da relação familiar para
o desenvolvimento psicológico, social e cognitivo. Pois para a criança surda é muito
importante a interação, com o desenvolvimento da tecnologia as crianças dessa época
tendem a serem mais independentes de interações sociais. Assim, planeja-se uma
retomada da infância criativa e caracterizada pelas brincadeiras com a aparência moderna e
futurística com e as características de brincadeiras atrativas para o público alvo. Sendo um
brinquedo que desperte na criança surda e o seu pai ouvinte em 2034 o interesse de
comprar e brincar com o brinquedo, contendo nele o estimulo da comunicação entre eles.
2 PROBLEMA
Que produto atende as necessidades de interação e comunicação das crianças
surdas com seus pais ouvintes por meio do ato de brincar em 2034?
3 OBJETIVOS
Através do tema proposto foram definidos os seguintes objetivos.
3.1 Objetivo Geral
Foi estabelecido como objetivo geral criar um produto que atenda as necessidades
de interação e comunicação para crianças surdas com seus pais ouvintes através do ato de
brincar no ano de 2034.
3.2 Objetivos Específicos
Para o desenvolvimento deste projeto foram definidas as seguintes metas:
a) pesquisar as necessidades/dificuldades da criança surda;
b) compreender as tendências tecnológicas e sociais para o ano de 2034;
c) investigar possibilidades na interação de crianças surdas e sua família;
d) desenvolver um produto que adéque as necessidades de interação entre crianças
surdas e seus familiares;
4 JUSTIFICATIVA
O ato de brincar é importante pelo fato de estimular a criatividade, imaginação,
cognição, paciência, atenção, como na citação de Lira, “Sutton-Smith (1986) entende o
4
brincar como uma construção social que se modifica ao longo dos tempos e culturas, mas
que garante em todos os espaços a liberdade da criança de tomar decisões, de participar e
assim se envolver.” Assim foi definido as crianças surdas com algum grau de entendimento
na Língua Brasileira de Sinais (Libras) como publico alvo pois para Zwang e Nicoloso (2007)
“O surdo poderá apresentar atraso em seu desenvolvimento em virtude da pobreza de
experiências e de trocas comunicativas no meio social, da falta ou limitações na linguagem
ou de um diagnóstico tardio, e não por ser uma característica da surdez” logo, as mesmas
se desenvolvem como as crianças ouvintes, no entanto nota-se que há uma dificuldade de
comunicação e interação entre as crianças surdas e seu pais ouvintes já que para os pais a
primeira língua é o português e para seu(sua) filho(a) é a Libras.
Foi possível perceber que os brinquedos voltados para esse público não são
atrativos e muitos chegam a ser desinteressantes. E por serem um nicho nesse mercado, os
brinquedos para os surdos são pouco desenvolvidos, no entanto de acordo com o censo do
IBGE de 2010, 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva, ou seja 5,1% da
população. E referente a crianças, estima-se que há um milhão de crianças surdas. Em vista
desse dado, nota-se uma brecha para o desenvolvimento de um brinquedo que satisfaça as
necessidades dessas crianças de interagirem com suas famílias ouvintes.
Com isso pretende-se projetar um brinquedo que satisfaça as necessidades das
crianças surdas através da proposta o ato de brincar para crianças surdas em 2034 com
a pretensão de enxergar novas possibilidades para esse publico que muitas vezes é deixado
de lado por um mercado que atende somente a maioria. Tal proposta será impulsionada
pelos recursos tecnológicos que serão usados como ferramenta de comunicação e
interação. Já que cada vez mais esta tecnologia favorece a comunicação e também é
auxiliadora das atividades do dia-a-dia. Logo, será utilizada a ciência tecnológica como uma
ferramenta cujo papel se dará em aproximar familiarmente as crianças surdas dos seus pais
ouvintes.
Assim, este projeto irá atuar nos lares desse publico com intuito de auxiliar essas
famílias, inclusive pela característica de que as famílias das crianças surdas estão passando
a se importarem com as necessidades e anseios dos seus filhos, proporcionando a essas
crianças um desenvolvimento pleno. Visto que é no ambiente familiar onde a comunicação
propicia o desenvolvimento linguístico e cognitivo, inclusive os padrões de interações sociais
dependem dos seguintes fatores: compreendimento de libras por parte das crianças e a
utilização de sistemas manuais de comunicação por seus pais (gestos caseiros). E através
do projeto será proporcionado às crianças surdas um meio de brincar e se intercomunicar1
através da tecnologia com seus pais ouvintes no ano de 2034.
11
inter+comunicar - vtd 1 Abrir ou possibilitar passagem de um a outro lugar.vpr 2 Comunicar-se mutuamente;
5
A classe social do publico alvo foi decidida em vista de não ter muitas opções de
brinquedos específicos para este e por serem uma minoria,são pouco trabalhados e também
poucos os investimentos de brinquedos para os mesmos. Logo, foi escolhida a classe C (de
três a cinco salários mínimos) em vista do maior índice de consumo dessa classe, assim
esse projeto iria alcançar uma maior porcentagem de crianças surdas. Já que este produto
teria um diferencial, que seria o ato de brincar sem que o som possa influenciar na
brincadeira, más não abrir mão do mesmo, já que seria para Filhos surdos e Pais ouvintes.
Em relação aos seus similares e tal diferencial afetaria no preço do produto e assim
acredita-se que seja mais acessível da classe C para cima.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A partir do tema e do público alvo foram feitos os seguintes estudos, bibliográficos e
iconográficos.
5.1 Surdez
A partir de pesquisas feitas, percebe-se com o desenvolvimento histórico da surdez,
que tem uma diferença comunicativa, é confundido com uma deficiência mental, pois muitos
surdos não desenvolvem a fala oral, o que dificulta no aprendizado e a comunicação com os
ouvintes. Em vista dessa dificuldade os surdos não conseguiam se expressar e comunicar e
assim eram excluídos. Com isso os surdos começaram a se comunicar através de sinais,
mas este meio de comunicação não era aceito por lei.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 foi aprovada pela Assembleia
Geral das Nações Unidas, na qual afirma o princípio da não discriminação e proclama o
direito de toda pessoa à Educação. Mas só com a Declaração de Salamanca (1994) que
passou considerar a questão lingüística dos deficientes sensoriais, no caso os surdos e dos
surdos-cegos. Ela assegura a importância das minorias linguísticas, como meio de
comunicação para os surdos e para aqueles deficientes que beneficiarem-se dela, mas que
seja evidentemente a de seu país e de sua cultura. O Brasil aderiu a essas leis, e a partir
disso decretou leis de direito a educação em 1996 (Lei federal nº 7.853/89). Inclusive nessa
época a Libras foi reconhecida como língua, contendo características gramaticais e
morfológicas.
Segundo o censo feito em 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) há 9.722.163 pessoas com deficiência auditiva no Brasil, sendo 347.481 surdos
profundos, 1.799.885 varia entre a severa e moderadamente severa, 7.574.797 possuem
corresponder-se; dar e receber informação. Dicionário Michaelis
6
surdez leve a moderada
“[...] A língua de sinais tem estrutura própria, e é autônoma, ou seja,
independente de qualquer língua oral em sua concepção linguística.
Educacionalmente, o uso do português sinalizado tem sido alvo de muitas
criticas, porque se insere na filosofia do bimodalismo. Dentro dessa visão,
encara-se a língua de sinais como um meio para se atingir um fim, ou seja,
um recurso para ensinar a falar uma língua oral (no Brasil, o português),
funcionando como um amálgama dos sinais e de fala.” (Gesser, 2009)
Essa mudança possibilitou a criação de uma identidade cultural a partir da língua
LIBRAS. A língua facilita a comunicação, troca experiências, proporcionando, assim, uma
cultura própria dos surdos. Alem de possuírem sua própria cultura, os surdos tendem a
aprender a gramática da língua de seu país, tornando-se bi cultura, bilíngue e/ou
multilíngue.
Em vista desse contexto histórico, os surdos se sentem ofendidos quando definidos como
deficientes2
, pois para eles a surdez não é uma deficiência e sim uma dificuldade, como dito
no trecho “Não é a surdez que compromete o desenvolvimento do surdo, e sim a falta de
acesso a um língua” Gesser (2009). Mesmo os surdos tendo essa dificuldade não os tornam
indivíduos com possibilidades a menos que os ouvintes e sim com possibilidades diferentes.
A surdez pode ser definida em três categorias: a médica, a cultural e a educacional.
5.1.1 Aspectos da Categoria Médica
Pelo ponto de vista médico a surdez, é vista como deficiência auditiva, como cita no
livro “Libras que língua é essa?” de Gesser (2009) “o discurso médico tem muito mais força
e prestígio do que o discurso da diversidade, do reconhecimento linguístico e cultural das
minorias surdas. A surdez é construída na perspectiva do déficit, da falta, da anormalidade.
O “normal3
” é ouvir, o que diverge desse padrão deve ser corrigido, “normalizado” ”. Assim
para os médicos a surdez é algo a ser tratado, pois pode ser hereditária ou causada por
doenças como rubéola, sífilis, toxoplasmose podendo ser em alguns casos uma surdez
permanente ou temporária. Logo, existem três tipos de surdez: Condutiva, neurossensorial e
mista.
A condutiva é quando ocorre uma alteração na orelha externa (meato acústico) ou
média (membrana timpânica, cadeia ossicular, janelas oval e redonda e tuba auditiva),
2
Que é falho, incompleto, imperfeito. 2-Escasso. (Michaelis, 2009)
3
Normal: 1-Conforme à norma; regular. 2-Exemplar, modelar. 3-Geom. Perpendicular. (Michaelis, 2009)
"Ser "normal" é ser homem, branco, ocidente, letrado, heterossexual, usuário de língua oral padrão, ouvinte, não
cadeirante, vidente, sem "desvios" cognitivos, mentais e/ou sociais." (Gesser, 2009)
7
(Figura 2), nesse caso, dependendo do nível de surdez, o individuo surdo pode optar pelo
uso do aparelho auditivo (Figura 1), não como uma cura, mas sim como uma forma de
proteção, pois o aparelho só irá ampliar o som proporcionando a identificar ruídos de maior
magnitude.
“A crença de que os aparelhos auditivos funcionariam para restabelecer a
audição do surdo profundo é compartilhada por muitas pessoas. Puro
engano. O que os aparelhos auditivos
4
fazem é amplificar um som que
possivelmente funcionaria para pessoas mais idosas que, com o passar de
tempo, perder parte de sua audição, ou mesmo para aqueles que têm um
resíduo auditivo maior.” Gesser (2009)
Figura 1 – Aparelhos Auditivos
Fonte: http://www.mdsaude.com/2012/01/surdez-deficiencia-auditiva.html
O neurossensorial tem a cóclea afetada ou o nervo auditivo, nesse caso, pode haver através
de cirurgias uma recuperação auditiva. Também há as perdas auditivas mistas as quais são
caracterizadas por alterações condutivas e neurossensoriais.
Figura 2 - Divisão da Orelha
4
Aparelhos Auditivos: Dispositivos eletrônicos, miniamplificadores, cuja função é conduzir o som à orelha através
da coleta e transmissão da onda sonora. (Gesser,2009)
8
Fonte: http://clariceabreu.com.br/cirurgia-craniomaxilofacial/reconstrucao-de-orelha/
Assim a surdez pode ser dividia em níveis: leve, moderada, moderadamente severa,
severa, profundo. Há uma classificação para os níveis de surdez. São cinco diferentes
níveis, sendo eles: normal, leve (26 a 40 dB), moderada (41 a 55 dB), moderadamente
severa(56 a 70 dB), severa (71 a 90 dB) e profunda (acima 91dB).
Esta classificação de níveis de surdez leva a limitação do entendimento das relações
estabelecidas pelos surdos com a cultura surda. Ex.: Uma pessoa com nível profundo pode
não se identificar com a cultura dos surdos e optar exclusivamente pela oralização, da
mesma forma que um indivíduo com nível leve pode preferir a cultura dos surdos. Neste
caso, não se pode rotular pessoas com algum nível de perda de audição como um individuo
optante pela cultura surda, caso os mesmos não se identifiquem, pois seus meios de
comunicação podem variar muito de acordo com sua bagagem ideológica, seu convívio com
familiares e amigos, o meio onde está inserido na sociedade, a maneira como a cultura
surda é passada, etc.
5.1.2 Aspectos da Categoria Cultural
“O termo cultura possui vários significados. Sociologicamente, “é tudo aquilo
que simboliza o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um
determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo que
pertença”. Antropologicamente é "o complexo que inclui conhecimento,
crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos
pelo homem como membro da sociedade”. Filosoficamente diz que “cultura
é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou
comportamento natural”. Apesar de todos esses conceitos, um fato é
inegável é que ela é dinâmica e inerente a qualquer ser humano.” Almeida,
et al (2010).
9
Compreendendo o significado de cultura. Entende-se que os surdos estão inseridos
em um grupo cultural identitário, caracterizado por elementos próprios que marcam sua
diferença. Por conta de sua língua, expressões, estratégias visuais, costumes, forma de
convivência social etc.
Os primeiros contados da criança com o mundo é muito visual, desenvolvendo a fala
posteriormente. Quando se trata da educação de um surdo, um dos principais recursos
usado para ensinar é a estratégia visual, usando imagens, expressões, luzes, cores, a
língua libras, etc. Um indivíduo com déficit de audição tem os outros sentidos mais
aguçados, geralmente tendo uma boa memória. Por a cultura surda ser tão visual, é
considerado falta de educação enquanto conversam não olhar para os sinais e expressões,
apagar a luz, passar no frente, etc. e as expressões do rosto contam muito na comunicação,
por elas terem interpretações diferentes. Assim quanto mais cedo é descoberto a surdes,
mais fácil será de aprender essas estratégias visuais e a língua de sinais (Libras).
A língua de libras não pode ser considerada mímica, são sinais que representam
palavras (Pereira, 2014), que se manifesta não apenas nas articulações das mãos, mas
também na expressão facial e essas articulações são limitadas do quadril ate o topo da
cabeça, não podendo fazer um sinal esticando demais os braços e o corpo para frente, ou
para baixo chegando aos pés, e nem para os lados, conforme Langevin e Ferreira Brito
(1988). A figura 3 mostra os limites do espaço de sinalização.
Figura 3 – ilustração dos limites espaciais dos sinais na Libras
10
Fonte: acervo Lengevin e Brito, 1988:1
Para que as articulações sejam compreendidas se faz necessário a utilização de
expressões faciais. As expressões faciais são muito importantes para o entendimento real
do sinal, pois a entonação em Língua de Sinais é projetada por essas expressões. Tais
expressões podem ser afetivas ou gramaticais (lexicais e sentenciais), segundo Quadros e
Pimenta (2006).
• Afetivas – São expressões ligadas a sentimentos/emoções. Exemplo figura 4.
Figura 4
Fonte: Brecailo (2012)
• Gramaticais lexicais– São expressões ligadas ao grau dos adjetivos como na figura
5.
Figura 5
Fonte: Brecailo (2012)
11
• Gramaticais sentenciais - São expressões ligadas às sentenças: Exemplo Figura 6,7
e 8.
• Interrogativas
Figura 6
Fonte: Brecailo (2012)
• Afirmativas e negativas
Figura 7
Fonte: Brecailo (2012)
• Exclamativas
Figura 8
12
Fonte: Brecailo (2012)
A língua LIBRAS pode ser comparada com qualquer outra língua em relação a
complexidade e expressividade. Esta língua tem suas próprias estruturas gramaticais,
não sendo derivada do português, podendo assim, ser compreendida da mesma forma
que as outras.
5.1.3 Aspectos da Categoria Cultural
Em relação à escolarização do surdo havia um conflito interno entre os profissionais
na educação dos mesmos, pois alguns acreditam que a melhor maneira de um surdo ser
introduzido no meio dos ouvintes seria aprendendo a leitura labial, não usando libras para se
comunicar. Muitos não conseguem, e para um surdo de nascença é muito mais complicado,
pois não tiveram a experiência sonora. Hoje em dia esse aprendizado oral ainda é uma
imposição por parte dos ouvintes, pois eles não sabem como se comunicarem com os
surdos, caso os mesmo não saibam leitura labial.
Alguns surdos também conseguem se comunicar através da escrita, caso não
saibam a leitura labial e o ouvinte não conheça a língua Libras. No entanto, para os surdos
há uma dificuldade no aprendizado do português, pois é uma língua oral e sua escrita é
baseada em sua oralidade. Assim quando os surdos aprendem o português, eles decoram a
escrita, pois os símbolos utilizados para a escrita de Libras se diferem muito das palavras da
escrita portuguesa.
A inclusão social e escolar para surdos, como afirma Machado (2008), se deu pela
reformulação do sistema de ensino e assim efetivando uma política de interação. Porém,
mesmo com tal política, os surdos ainda sofrem por não estarem completamente incluídos
13
socialmente. Visto ainda que as escolas comuns não receberam um preparo adequado, pois
faltam professores intérpretes e os estudantes ouvintes ainda não conhecem a libras. Com
isso os estudantes não ouvintes sofrem com um atraso de ensino e se sentem pouco
inseridos no meio escolar.
5.2 A Infância e o Brincar
Segundo a citação de Rodrigues (2009) “Faria (1997, p.9) ressalta que ‘a criança
será percebida pela sociedade de forma diversificada ao longo dos tempos, conforme as
determinações das relações de produção vigentes em cada época’”. Já que em cada época
a mesma era vista e cumpria funções sociais diferentes. Inclusive entende-se que a mesma
quando nasce já esta inserida em uma sociedade e em determinada classe social, inclusive
(Rodrigues, 2009) o conceito de infância está intrinsecamente vinculado à inserção social da
criança na sua classe.
Para o entendimento da infância, se pode perceber que na Idade Média não havia
nenhuma diferenciação da criança para o adulto, sendo esta vista como um “adulto de
pequeno tamanho” (de acordo com Rodrigues, 2009). A infância nessa época era vista como
uma transição para a vida adulta que dispensava tratamentos diferenciados, pois a partir dos
sete anos a criança era colocada em uma família estranha para que aprendesse através da
prática. Alem de que o anfitrião era chamado de mestre e a criança de aprendiz. Inclusive, a
família desta época não nutria um sentimentalismo entre pais e filhos, já que “a família era
uma realidade moral e social, mais do sentimental” citação que Rodrigues (2009) faz de
Aries (2006, p 158).
Em contra partida, os primeiros registros de atendimento a infância ocorreram
interligados ao contexto do Iluminismo e da Revolução Industrial. Onde, como descreve
Rodrigues (2009), as crianças filhas de mães operárias eram abrigadas em locais
denominados “asilos” ou “refúgios”, sendo essas iniciativas datadas por volta de 1774 na
França. Nesse encadeamento da transição para o capitalismo onde houveram mudanças na
organização: familiar, escolar e no sentimento da infância. Logo a criança se tornou fonte de
alegria para a família, tornando tudo o que a mesma faz ou diz “bonitinho”.
Já no século XVII, a “paparicação” passou a ser considerada prejudicial à criança.
Perdendo a característica de que é agradável e passando a ser vista como educável. Como
no trecho:
A criança deixou de ser divertida e agradável e tornou-se educável. A
substituição da educação prática pela teórica e o apelo dos moralistas foram
correspondidos pelos pais através da preocupação “de vigiar seus filhos
mais de perto e de não abandoná-los mais, mesmo temporariamente, aos
14
cuidados de uma outra família” (Ariès,2006, p.159). Esta aproximação pais-
criança, gerou um sentimento de família e de infância que outrora não
existia, e a criança tornou-se o centro das atenções, pois a família começou
a se organizar em torno dela.
Assim, as famílias passaram a educar e cuidar de suas crianças. E junto desse
carinho, a educação passa a tornar-se essencial para formar posteriormente indivíduos
racionais, de bom caráter, incumbindo e responsabilizando o colégio essa tarefa. Na
primeira metade do século XVII a primeira infância era limitada aos seis anos e com os sete
anos já era possível o ingresso na escola. Na segunda metade do século o começo da idade
escolar foi adiado para os dez anos já que havia uma preocupação com a precocidade e
também com a fraqueza, incapacidade e “imbecilidade” dos meninos (Rodrigues, 2009).
Nessa época também foram criados vestimentas que serviam para diferenciar a idade e
condição social de cada criança. O ensino só foi estendido para as meninas no século XVIII.
E nesse mesmo século foi criado o ensino para o povo e para os burgueses que gerou uma
discriminação social no sistema educacional.
Pode-se compreender, pelo ponto de vista de Lira que a infância é considerada um
momento propício para a educação e escolarização devido a flexibilidade, maleabilidade de
aprender da criança. Também reforçado por Rodrigues (2009) que utiliza a teoria burguesa
para definir a criança como a-historico, a-político, a-crítico, fraco e incompleto. Por isso a
mesma deve ser ensinada, educada e escolarizada com o intuito de (Lira) de levá-la a
aquisição de hábitos de obediência e ordem “concretizando-se formas de controle e
configurando-se em um assistencialismo dirigido especialmente aos pobres, com um projeto
educacional para formar sujeitos para uma cultura de maior submissão e silêncio” Para
Rodrigues, a escolarização tinha a intenção de segregar entre classes e separar as crianças
dos adultos como no trecho:
Foi instituído o ensino primário às classes populares que tinha um ciclo de
pequena duração e exclusivamente prático com o intuito de formar mão-de-
obra. Já para a burguesia e a aristocracia, instituiu-se o ensino secundário
que privilegiava a formação de eruditos, pensantes e mandantes e,
consequentemente, sucessores dos grupos hegemônicos.
Assim de acordo com Lira “As primeiras instituições de educação infantil
representaram uma intensa articulação dos adultos em torno da infância e sua educação já
que o cuidado com a infância e sua educação era proclamado como um dos elementos para
15
o progresso da nação.” Inclusive a teoria froebeliana5
passa a orientar as instituições com a
visão de que as crianças são “sementeiras do por vir” e que as mesmas devem ser
educadas e dirigidas para que crescessem e “desabrochassem” como seres humanos bons
e desenvolvidos. Assim “as escolas têm uma intencionalidade formadora, que busca não só
transmitir conhecimentos, mas também formar pessoas produzindo comportamentos.”
No Brasil escravista a infância se encerrava entre cinco e seis anos. E dos seis aos
doze a criança escrava desempenhava pequenas tarefas e depois dos doze a mesma era
vista como adulta para o trabalho e para sexualidade. Rodrigues comenta que nos séculos
XVIII e XIX datam registros da Roda, onde se recebiam crianças de qualquer cor, mas seus
usuários eram geralmente filhos de escravas, pois as mães destes eram utilizadas como
amas-de-leite, e estas tarefas não permitiam a essas mulheres a possibilidade de cuidar
integralmente de seus filhos.
A Roda, no entanto, começa a entrar em desuso a partir de 1871 e com isso surge
um novo problema, já que não se sabia o que fazer com os filhos das escravas. E em
seguida, de acordo com Rodrigues (2009), “Surgem então, as primeiras creches brasileiras
que foram implantadas por médicos com a ajuda das mulheres burguesas, visando o
atendimento dos filhos dessas trabalhadoras domésticas.” Assim, se percebe que as
iniciativas voltadas para a infância no Brasil foram marcadas pelo pensamento médico-
sanitarista enquanto na Europa as iniciativas eram voltadas para a educação visando a
formação de mão de obra e a formação de eruditos que se tornariam sucessores de grupos
hegemônicos.
Com a Abolição da Escravatura em 1888 e a Proclamação da República em 1889
ocorrem profundas transformações sociais e políticas que possibilitaram (Rodrigues, 2009) a
abertura de um caminho para a construção de uma nova sociedade de tipo capitalista e
urbano-industrial. Tal construção trouxe ao Brasil a teoria froebeliana para as instituições
(Lira).
Na modernidade há uma contradição segundo Rodrigues (2009) entre “moralizar
(treinar, conduzir, controlar a criança) e paparicar (achá-la engraçadinha, ingênua, pura,
querer mantê-la como criança)”. Inclusive a autora referencia o seguinte trecho:
Segundo Kramer (2007, p.15):
“Crianças são sujeitos sociais e históricos, marcadas, portanto, pelas
contradições das sociedades em que estão inseridas. A criança não se
resume a ser alguém que não é, mas que se tornará (adulto, no dia em que
deixar de ser criança). Reconhecemos o que é específico da infância: seu
5
O primeiro jardim de infância foi criando por Froebel na Alemanha em 1840, sendo que estas instituições
difundiram-se por todo o mundo, principalmente a partir do início do século XX.
16
poder de imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira entendida como
experiência de cultura. Crianças são cidadãs, pessoas detentoras de
direitos, que produzem cultura e são nela produzidas. Esse modo de ver as
crianças favorece entendê-las e também ver o mundo a partir do seu ponto
de vista. A infância, mais que estágio, é categoria da história: existe uma
história humana porque o homem tem infância”.
Assim a infância pode ser vista como um paradoxo onde por um lado há a
escolarização e formação da criança e por outro lado há a vontade de querer mantê-la
ingênua e pura. Já para Zwang e Nicoloso (2007) “A Educação Infantil tem como objetivo
auxiliar o desenvolvimento da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, comprometendo a ação da família e da comunidade e cumprindo duas funções
indispensáveis, como cuidar e educar.” Mas logo também há estudos quantos quanto à
psicologia da infância e teorias quanto a formação do caráter e do desenvolvimento
cognitivo.
Bee e Boyd (2008) utilizam a Teoria de Freud e explicam que o bebê e a criança
pequena são totalmente id6
sem a força repressora do ego7
ou do superego. O ego começa
a se formar de dois a cinco anos, nesse estágio de formação a criança “aprende a adaptar
suas estratégias de gratificação instantânea”. E o superego8
começa a se desenvolver antes
da idade escolar, quando a criança incorpora tradições e valores culturais de seus pais. Bee
e Boyd também usufruem da Teoria de Erikison a qual afirma que os estágios psicossociais9
são “influenciados muito menos pelo amadurecimento e muito mais por demandas sociais
comuns para a criança de uma determinada idade” pois para Erikison toda a criança passa
por uma sequência fixa de tarefas e cada uma delas esta voltada para uma faceta da
identidade a ser desenvolvida. Assim para criança “satisfazer as demandas desses estágios
dependerá muito fortemente das interações que ela tem com a família e com os objetos em
seu mundo”. Então se a criança não se desenvolve adequadamente em um estagio, esta
carência pode vir a afetar o desenvolvimento de tarefas ou estágios posteriores.
Na Teoria de Piaget (Bee e Boyd, 2008), o psicólogo supôs que a criança busca se
adaptar e entender o ambiente em que esta inserida. Para isso “ela explora, manipula e
examina objetos e pessoas em seu mundo”. Logo, para entender o mundo a criança utiliza
do lúdico para compreendê-lo e moldar sua visão do real.
6
Na teoria freudiana, a proporção inata, primitiva da personalidade, o depósito da libido (energia sexual básica,
inconsciente, instintiva em cada indivíduo) que exige continuamente gratificação imediata.
7
Na teoria freudiana, porção da personalidade que organiza, planeja e mantém a pessoa em contato com a
realidade. Linguagem e pensamento são funções do ego
8
Na teoria freudiana, a parte “consciência” da personalidade que contém valores e atitudes parentais e sociais
incorporados durante a infância
9
Estágios do desenvolvimento da personalidade sugeridos por Erikson, envolvendo confiança básica,
autonomia, iniciativa, diligencia, identidade, intimidade, generatividade e integridade do ego
17
Segundo Souza e Silva (2010):
Na brincadeira, a criança pequena tenta agir como adulto,
incorporando aspectos da cultura. Tal ação, guiada pela imaginação, resulta
da necessidade da criança e de seu desejo de incorporar elementos
dispostos no real, por meio da construção de cenários lúdicos e da
assunção de papéis sociais. A criança assume vários personagens para
atingir seus objetivos nas interações, utilizando-se da palavra e do corpo
como elementos que revelam os aspectos imitativos e criativos configurados
nas relações criança-criança.
Nesse sentido, o faz-de-conta possibilita que a criança internalize
aspectos do universo adulto e das relações sociais não apenas
reproduzindo o mundo, como se o brincar fosse uma colagem, mas
transformando, ao brincar, a sua experiência pessoal (Góes, 2000; Silva,
2006).
Assim, o brincar permite que a criança vá alem do cotidiano sem se prender ao
significado real e sim atribuindo novos significados. No entanto, mesmo que a criança vá
alem durante o brincar a mesma se atem as regras da brincadeira. Por exemplo, quando
uma criança brinca de faz-de-conta, esta brincadeira estimula a capacidade de respeitar
regras e de ativar a criatividade, pois através da escolha de papeis terá que criar a vivência
representada na brincadeira. Rodrigues (2009) cita Vygotsky “o brincar é uma atividade
humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas
possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de
novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos”. Para
Vygotsky a criança reproduz o mundo através das brincadeiras de faz-de-conta, mas por
outro lado afirma que essa reprodução não se faz passivamente e sim de forma ativa de
reinterpretação do mundo, a qual abre possibilidade para a invenção e entendimento de
novos significados, saberes e praticas.
De acordo com Rodrigues (2009):
O brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e
aprendizagem. Ele envolve complexos processos de articulação entre o já
dado e o novo, entre a experiência, a memória e a imaginação, entre a
realidade e a fantasia, sendo marcado como uma forma particular de
relação com o mundo, distanciando-se da realidade da vida comum, ainda
que nela referenciada. A brincadeira é de fundamental importância para o
desenvolvimento infantil, na medida em que a criança pode transformar e
18
produzir novos significados. O brincar não só requer muitas aprendizagens
como também constitui um espaço de aprendizagem.
. Pode-se compreender que o brincar é importante para o desenvolvimento social e
inclusive de autoconhecimento para a criança. Alem de que serve como meio de
aprendizagem e entendimento cultural, social e simbólico.
Rodrigues (2009) cita Borba (2007) o qual ressalta que a experiência do brincar
transpõe diferentes tempos e lugares, passados, presentes e futuros, mas marcada inclusive
pela mudança. Essa experiência não é somente reproduzida e sim recriada a partir daquilo
que a criança trás de novo graças à sua capacidade de imaginar, cria, reinventar e produzir
cultura. Inclusive aprende-se a brinca desde de cedo, nas relações que se estabelecem com
outros e com a cultura. A referencia da autora “é uma atividade que, ao mesmo tempo,
identifica e diversifica os seres humanos em diferentes tempos e espaços. É também uma
forma de ação que contribui para a construção da vida social coletiva. Para as crianças, a
brincadeira é uma forma privilegiada de interação com os outros sujeitos, adultos e crianças,
e com os objetos e a natureza à sua volta”. O brincar é para Rodrigues uma experiência de
cultura importante não apenas nos primeiro anos da infância mas como também durante
todo o percurso de vida.
Para Rodrigues (2009) há elementos externos a brincadeira que acabam refletindo e
afetando o modo como as crianças brincam, como: o mundo contemporâneo marcado pela
falta de espaça nas grandes cidades, a pressa, a influência da mídia, o consumismo e a
violência. A autora ainda cita “Borba (2006) assinala que essa influência pode ser tanto pelo
contexto físico do ambiente, a partir dos recursos naturais e materiais disponíveis, como
também pelo contexto simbólico, ou seja, pelos significados preexistentes e partilhados pelo
grupo de crianças.”
Esses elementos externos localizados na escola, família, mídia televisiva, no baixo
ou outros espaços facilitadores de experiências sociais e culturais são reinterpretados pela
criança e articulados à sua experiência lúdica, logo geram-se novos modos de brincar
(Rodrigues, 2009).
Rodrigues também utiliza-se de:
Pereira e Santos (2008), a televisão não só transformou a cultura, a política
e o cotidiano das pessoas como também criou novos hábitos e
comportamentos, propondo identidades e linguagens, acelerando o ritmo
entre produção e consumo, sendo uma das principais difusoras de
informações. É a mídia que se tem maior acesso sendo possível até afirmar
sua participação nos processos de socialização e subjetivação infantis.
19
Porém, essas transformações trazem como pano de fundo as mudanças
econômicas e culturais do mundo capitalista que migra de uma lógica
centrada na produção e no trabalho do adulto, para a lógica do consumo,
em que a criança na condição de consumidora, já está inserida mesmo
antes de nascer. O mercado está cada vez mais atento ao público infantil,
grupo que tem por linguagem singular a brincadeira, onde o real e o
imaginário/fictício se entrelaçam.
Rodrigues (2009) que nos últimos anos é notável a mudança na cultura lúdica da
criança com um direcionamento constante para o domínio de objetos. No entanto a cultura
lúdica evoluiu com o desenvolvimento de recursos tecnológicos como jogos eletrônicos e o
videogame, os quais se fazem mais atraentes. E a parte disso estão as brincadeiras
desenvolvidas “nas ruas em coletividade, praticada por adultos e crianças, e geralmente,
transmitidas de geração para geração” como por exemplo: ciranda, amarelinha, cabo de
guerra, queimada. Hoje há uma espécie de insaciedade e insatisfação permanentes
(Rodrigues, 2009) já que esta cada vez mais difícil o ritmo de lançamentos de brinquedos ou
jogos.
E mesmo imersos em novas tecnologias e tendo dificuldades em encontrar um
espaço adequado para brincar, pode-se reconhecer que as brincadeiras coletivas onde o
corpo se faz presente é de grande valor para o desenvolvimento da interação social
(Rodrigues, 2009). As novas tecnologias e as novas formas de comunicação via internet e
jogos eletrônicos viabilizam a capacidade de interação social de forma visual e virtual,
porem reduzem esta capacidade presencial.
E de acordo com a Silva, et al (2005) que cita Kishinomoto (1997, p. 27), o brinquedo
e a brincadeira aparecem com significados opostos e contraditórios pois a brincadeira é vista
ora como ação livre e ora como atividade supervisionada pelo adulto. O brinquedo é
expresso por qualquer objeto que sirva de suporte para a brincadeira ou para o ensino.
Estas autoras ainda citam Brougère para afirmarem que o brinquedo é produto de uma
sociedade a qual possui traços culturais específicos, necessitando de uma análise de suas
facetas. A primeira como objeto cultural e a outra como algo que carrega funções sociais que
lhe são conferidas e lhe dão razão para existir.
5.2.1 O Brincar e o Brinquedo
O portal da educação define o brincar da forma mais abrangente como uma ação
importante no mundo infantil, através desse ato a criança descobre, interage e conhece por
meio de vivências, abrindo novos horizontes e possibilidades, do faz de conta, do mundo
imaginário. Trazendo um enfoque pedagógico onde expressam que: é uma das atividades
20
fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato da criança
ouvinte poder se comunicar por meio de gestos, sons e representar determinado papel na
brincadeira serve como facilitador do desenvolvimento da brincadeira. E é através da
brincadeira que a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção,
imitação, memória, imaginação. O dicionário Michaelis expressa o brincar como:
divertir-se infantilmente; entreter-se; folgar, foliar:Brincava a garotinha com
uma boneca. Os banhistas brincavam jovialmente. vint2 Agitar-se com
movimentos graciosos: As ondas como que brincavam. vti3 Não levar as
coisas a sério; galhofar, zombar: Não brinque com assunto tão grave. vti4
Divertir-se representando o papel de: Os meninos brincam de soldados. vti5
Divertir-se fingindo exercer qualquer atividade: Brincar de ler. vtd6 Ataviar,
enramalhetar, ornar excessivamente:Brincou suas vestes e seu penteado
para ir ao teatro. Brincar com fogo:tratar levianamente coisas de
ponderação ou perigosas. Fazer uma coisa brincando: fazê-la com muita
facilidade. Nem brincando!:expressão de repulsa a alguma coisa que nos
dizem ou propõem por a julgarmos inconveniente.
Nessa linha de pensamento o brinquedo passa a ser o estimulador. Segundo a
publicação da autora Cristine, no site mundo educação, a mesma considera notável os
brinquedos no processo de aprendizagem das crianças, principalmente para aquelas que
apresentam certa deficiência. Pois através do brincar é que a criança “desenvolve elementos
fundamentais na formação da personalidade, já que aprende, experimenta situações,
organiza suas emoções, processa informações, constrói autonomia de ação”.
A autora ressalta que o brinquedo utilizado pela criança surda, não é diferente de um
brinquedo utilizado por uma criança ouvinte, no entanto as surdas não conseguem utilizar
aqueles que se baseiam nos recursos sonoros. O momento de seleção deles é de extrema
importância. Falcão e Ramos (2002) afirmam que as crianças que tem contato com o
brinquedo desde bebê apuram o desenvolvimento das noções de tamanho, forma, textura.
As autoras Falcão e Ramos citam Kishimoto (1996)a qualexpõem que os brinquedos
devem ser comprados de acordo com a idade, capacidade e área de interesse para criança.
A mesma classifica os brinquedos como “brinquedos de berço, brinquedos do faz-de-conta;
brinquedos pedagógicos, brinquedos de construção,brincadeiras tradicionais
(folclore)”. Falcão e Ramos (2002) afirmam que também devem estar de acordo com o
gênero, a presença de companheiros, além de outros aspectos ligados a novidade,
surpresa, variabilidade, pois a criança pode brincar sozinha ou junto de outras crianças, e
assim alcançando ou não um grau elevado de cooperação para atingir um objetivo comum.
As autoras posteriormente frisam o quão importante é presença de companheiros, inclusive
21
a dos adultos, pois os mesmos podem auxiliar a brincadeira proporcionando novas
experiências e conceitos vivenciados para assim haver uma integração completa.
Falcão e Ramos (2002) ressaltam que o brinquedo e as brincadeiras são excelentes
oportunidades para estimular a linguagem verbal e a variedade de situações que o
brinquedo favorece a aquisição de novos conceitos. Já para Vygotsky (1989) citado também
pelas mesmas, o brincar proporciona o desenvolvimento de aspectos específicos de
personalidade, tais como: a afetividade, inteligência, sociabilidade, criatividade. Vygotsky
(1989) segundo Falcão e Ramos (2002), ainda conceitua o brinquedo como um suporte
determinado para auxiliar o ato de brincar, mais que produzirá novos significados através da
brincadeira, pois transmite um significado social e simbólico, ou seja o brinquedo não
conduzirá a ação da criança. Em contraponto, as crianças dependendo da quantidade de
repertório ficam presas ao significado do produto (brinquedo) e não consegue desvincular-se
“impossibilitando” assim a criação de uma nova brincadeira a partir do brinquedo.
Retornando para o contexto de onde surgiram, como se encontram hoje em dia e,o
material em queos brinquedos foram feitos,Falcão e Ramos (2002) citam Kishimoto (1996),a
mesma fala que a Alemanha foi o centro geográfico da Europa, durante o período pré-
revolução industrial, no que se refere no terreno dos brinquedos.
E nos dias atuais, alguns dos brinquedos – soldadinhos de chumbo, as mais velhas
bonecas que se tem registro provem de Munique, na Alemanha -ainda se encontram em
museus e nos quartos das crianças.
O brinquedo teria suas primeiras aparições (antes do século XIX) nas oficinas de
entalhadores de madeiras, fundidores de estanho. Somente no decorrer do século XVIII,
começa a aflorar uma fabricação especializada. Posteriormente as indústrias aderiram a
novos recursos tecnológicos,a utilização de novosdiferentes materiais mais “leves” como
plástico, pvc, pelúcia, papel para preparação de brinquedos.
5.2.2 Tecnologia
Neste item, pretende-se mostrar de forma mais sucinta possível, a definição e
evolução da tecnologia, no âmbito de conhecermos de modo geral alguns dos materiais
utilizados no passado, no presente e a partir desse paralelo, prever como serão esse
materiais (recursos) no futuro de 2034, visando utilizar esses estudos para auxiliar na
confecção do brinquedo.
Dependendo da época em que se situa, o espaço em que está inserida, a tecnologia pode
tornar-se obsoleta ou atual.
A tecnologia é algo muito abrangente, pois quase tudo criado pelo homem pode ser
considerado tecnologia, pois trata-se de inovação. O site Significados traz dentro de um
contexto histórico em ordem crescente o que vem a ser e, exemplos datecnologia. As
22
tecnologias primitivas, também conhecidas como clássicas envolvem a descoberta do fogo,
a escrita. Já no período medieval, as invenções no ramo militar, como a criação de armas,
ou recursos que possibilitaram (permitiram) as expansões marítimas. As invenções
tecnológicas da revolução industrial (séc. XVIII) provocaram profundas transformações no
processo produtivo, de forma que impulsionou e acelerou a produção, fazendo com que os
recursos tecnológicos disseminassem-se rapidamente.
A partir do século XX, destacam-se as tecnologias de informação e comunicação
através da evolução das telecomunicações, utilização de computadores, expansão da
internet, e existem ainda tecnologias avançadas ou de ponta, que englobam a utilização de
energia nuclear, nanotecnologia, biotecnologia,etc.
O autor desconhecido que publica no site ainda tira suas conclusões de que, as
novas tecnologias são fruto do desenvolvimento tecnológico alcançado pelo ser humano e
tem um papel fundamental no âmbito da inovação, ou seja, as inovações baseiam-se em
referencias (algo já existente). Os avanços da tecnologia provocam grande impacto na
sociedade. Pelo lado positivo, a tecnologia resulta em inovações que proporcionam melhor
nível de vida ao homem, em outras palavras,a tecnologia é um advento que serve para
melhorar as atividades cotidianas. Como fatores negativos, surgem questões sociais
preocupantes como o desemprego, devido à substituição do homem pela máquina ou a
poluição ambiental que exige um contínuo e rigoroso controle.
O dicionário Michaelis define tecnologia como:
sf (tecno+logo
2
+ia
1
) 1 Tratado das artes em geral. 2 Conjunto dos processos
especiais relativos a uma determinada arte ou indústria. 3 Linguagem peculiar a um
ramo determinado do conhecimento, teórico ou prático. 4 Aplicação dos
conhecimentos científicos à produção em geral: Nossa era é a da grande
tecnologia. T. de montagem de superfície, Inform: método de fabricação de
placas de circuito, no qual os componentes eletrônicos são soldados diretamente
sobre a superfície da placa, e não inseridos em orifícios e soldados no local. T.
social, Sociol: conjunto de artes e técnicas sociais aplicadas para fundamentar o
trabalho social, a planificação e a engenharia, como formas de controle. De alta
tecnologia, Eletrôn e Inform: tecnologicamente avançado: Vendemos
computadores e vídeos de alta tecnologia. Sin: high-tech.
O dicionário Aurélio nos traz outra definição de tecnologia como “Estudo dos
instrumentos, processos e métodos empregados nos diversos ramos industriais.”
De acordo com Bazzo e Silveira a tecnologia foi considerada neutra durante muito
tempo. Todavia, os mesmos consideram essa visão ingênua, pois a tecnologia exerce
influencia de maneira ora positiva ora negativa em cada individuo, dependendo da forma
como é utilizada.
23
Conforme Miranda (2002), citada por Bazzo e Silveira, temos que repensar a direção
dada à tecnologia hoje, advertindo da necessidade de minimizar os riscos sem, contudo,
abdicar dos benefícios que a tecnologia propicia a humanidade. Com essa visão, Miranda
(2002) cita Kneller, que assim se expressou:
Alguma inovação tecnológica é essencial e desejável. Ela tem sido
necessária à modernização de todas as sociedades, e habilitará a nossa a
sobreviver e melhorar. O desenvolvimento de novas tecnologias deve ser encorajado
e o treinamento de tecnólogos imaginativos promovido. [...] A tecnologia pode criar
ou destruir, tornar o homem mais humano ou menos. Mas as civilizações, como os
indivíduos, devem correr riscos se quiserem progredir. Se exercermos prudência
para minimizar os danos da tecnologia e incentivar o máximo seus benefícios,
certamente valerá a pena aceitar o risco.
Os autores Bazzo e Silveira fazem referência a Miranda (2002) que
apresenta seu discurso da seguinte maneira:
Na modernidade (a partir do séc. XVI), devido a fatores históricos, sociais, culturais,
econômicos, políticos, a tecnologia sofre e propicia transformações profundas. E
muito além de alterar padrões de comportamento, a tecnologia, a partir da
modernidade, contribui para alterar a relação do ser humano com o mundo que o
cerca, implicando no estabelecimento de uma outra cosmovisão, diferentemente
daquela dos gregos ou dos medievais.
Na mesma linha de pensamento, Bazzo e Silveira expressam que a tecnologia
concede à ciência precisão e controle nos resultados de suas descobertas, facilitando não
só a relação do homem com o mundo como possibilitando dominar, controlar e transformar
esse mundo.
Até o momento, vimos que, a tecnologia é em parte produzida pelo homem, e outra
parte descoberta pelo mesmo (recursos naturais, que aprimorados e passam a ter utilidade
ao ser humano) e sofrem modificaçõesalterações dependendo de seus conhecimentos. Os
recursos tecnológicos atuais no quesito de brinquedos no cotidiano estão caracterizados por
jogos digitais, eletrônicos, alta tecnologia, estimamos que para 2034 que essa tendência
cresça, com a aprimoração nos mesmos, pois a cada dia que passa novas explorações,
estudos são feitos.
Estimamos que para 2034 continuará se utilizando muito os recursos digitais e
wireless, que vem expandindo-se de crescente forma, só que,com recursos visuais e
sensoriasmais elaborados, e cada vez mais presentes.
Norman (2010) deixa uma indagação “E se as coisas cotidianas a nossa volta
adquirissem vida”? E se elas pudessem sentir a nossa presença, o nosso foco de atenção e
24
nossas ações, se reagisse com informações relevantes, sugestões e ações? Se já existem
estudos que apontam que sim, o futuro é incerto.
5.3 Publico Alvo
Gesser (2009) e Silva (2006) afirmam que 95% dos surdos tem pais ouvintes sendo que
há 9,7 milhões de deficientes auditivos no Brasil segundo o censo de 2010. Assim percebe-
se que as crianças surdas com seus pais ouvintes tem uma dificuldade de comunicação e
interação, já que para os surdos a primeira língua é LIBRAS e para os seus pais ouvintes é
o português. Silva (2006) acredita que o maior problema além do comunicativo é a condição
de vida do surdo referente ao acesso à língua de sinais que geralmente é tardio e limitado,
assim afetando o desenvolvimento linguístico e cognitivo desse sujeito. De acordo com
Simões (2006):
No caso de crianças surdas, todo o vínculo entre os pais e o filho
surdo pode ser afetado pela forma como a família irá encarar essa
diferença. A mãe muitas vezes com o diagnóstico da surdez acaba
por deixar de se comunicar de qualquer forma com seu filho
acarretando danos ao seu desenvolvimento em todas as áreas como
cognitivas, afetivas,
simbólicas e lingüísticas. (ROSSI, 2000). Alguns pais não se dispõem
a aprender a língua de sinais, investindo como único meio de forma
de comunicação com seu filho à língua oral. Normalmente há um
(des) entendimento entre pais ouvintes e filhos surdos. O resultado
desses (des) entendimento acarreta no atraso de linguagem no seu
filho surdo. (SACKS, 1998).
Assim, percebe-se que os pais não estão preparados para receberem esses(essas)
filhos(as) surdos(as), e quando os(as) recebem primeiramente acabam procurando médicos
pois vêem a surdez como uma deficiência incapacitadora (Souza e Silva, 2010) e não como
uma criança surda que terá possibilidades diferentes, mas que se desenvolverá cognitiva e
psicologicamente como uma criança ouvinte e normal10
. Zwang e Nicoloso (2007) ressaltam
também que a criança surda não deve ser vista apenas por suas dificuldades, limitações ou
deficiência e sim pela dimensão humana, como pessoa com possibilidades e desafios a
vencer. Silva (2006) considera relevante a indagação sobre como a experiência lingüística
se articula e compõe o funcionamento imaginativo do surdo, o autor acredita que os modos
10
Segundo Gesse (2009), "Ser "normal" é ser homem, branco, ocidente, letrado, heterossexual, usuário de
língua oral padrão, ouvinte, não cadeirante, vidente, sem "desvios" cognitivos, mentais e/ou sociais"
25
de brincar ampliam a compreensão da criança surda em relação ao seu posicionamento
diante do mundo que a cerca e inclusive seu modo de interpretar e se expressar
sensivelmente sobre o real. Inclusive, sem uma aquisição de uma língua como a LIBRAS a
criança acaba criando gestos próprios e caseiros para conseguir se comunicar. Para Souza
e Silva (2010):
A língua tem um papel de destaque na formação dos processos mentais. A
criança adquire a língua por meio do contato informal com as pessoas com
quem convive, do uso contínuo e ativo desta, e não porque lhe é ensinado. O
primeiro lugar no qual o ser humano tem esta experiência é em sua casa,
com seus pais e familiares que serão facilitadores de comunicação,
permitindo que adquira sua cultura naturalmente. A criança a utilizará para
expressar seus sentimentos e estruturar pensamentos, embora nem todo o
pensamento seja expresso por meio de línguas.
Logo, o papel da família é importante para o desenvolvimento da criança, por isso se
inicaram projetos governamentais que estimulassem o entendimento dos parentes em
relação a surdez havendo até estudos psicológicos e congressos como o de Salamanca, na
Espanha em 1994 que difundem o entendimento sobre a surdez e fazendo (Souza e Silva,
2010) “emergir o problema das diferenças linguísticas, da diversidade cultural e do próprio
conceito de normalidade apresentando visões distintas sobre a ideia inclusão social
(Lacerda & Silva, 2006)”.
Simões (2006) evidencia que é relevante criar um ambiente linguístico para que a criança
surda possa adquirir a língua de sinais, no entanto isso pode não ocorrer devido a
resistência dos pais permitirem seu(sua) filho(a) de adquirir uma lingua que não seja a sua.
Para a autora “o desenvolvimento da criança surda deve ser compreendido como processo
social, e suas experiências de linguagem concebidas como instâncias de significação e de
mediação nas suas relações com a cultura, nas interações com o outro” (GÓES, 1999,
p.37)”. A qual também frisa que uma família composta por pais ouvintes e filhos surdos pode
fazer uso de brincadeiras em momentos de interação com a intenção de promover o
desenvolvimento da lingua de sinais e da relação entre pais e filhos. Pois o papel da família
é proporcionar um espaço de desenvolvimento seguro, onde as crianças poderão ser
humanas e desenvolver sua personalidade, sua auto-imagem e saber relacionar-se com a
sociedade em que vivem. Simões (2006) ainda comenta que nas famílias onde se dá o
apoio para o aprendizado da língua de sinais percebe-se os seguintes fatores:
Em crianças surdas de pais ouvintes o sinal inicia-se por volta dos 12 meses
sendo desenvolvido no período de até 2 anos. Diferente dos bebês surdos
filhos de pais surdos que seus primeiros sinais aparecem aproximadamente
26
aos 6 meses de idade. (QUADROS, 1997). As primeiras combinações de
sinais para a formulação de frases simples começam mais ou menos aos 2
anos nas crianças surdas. Aos 2 anos e meio a 3 anos de idade, as crianças,
quando expostas a um ambiente lingüístico adequado, apresentam a
explosão do vocabulário em sinais, sendo que o domínio completo dos
recursos morfológicos é por volta dos 5 anos, e aos 5 e 6 anos que se
utilizam os verbos flexionados de forma adequada, “[...]
criança surda de nascença, com acesso a uma língua espaço-visual
proporcionada pôr pais surdos, desenvolverá uma linguagem sem qualquer
deficiência ...os fundamentos da linguagem não estão baseados na forma do
sinal, mas, sim, na função lingüística que a serve” (QUADROS, 1997, p.7).
Simões (2006) conclui seu estudo com o entendimento de que “em relação ao
imaginário no brincar, podemos perceber que essas crianças que são constituídas desde a
primeira infância com a língua de sinais não apresentam déficit de linguagem, apresentando
o mesmo estágio de desenvolvimento das crianças ouvintes e significam o mundo por meio
dessa língua.” Segundo a mesma autora
O estudo possibilitou algumas reflexões sobre como a língua de sinais
favorece a brincadeira das crianças surdas e contribuiu para o
desenvolvimento lingüístico dessas crianças. A brincadeira desenvolve a
língua porque, para as crianças poderem contextualizar suas brincadeiras
precisam fazer uso de uma língua. Com isso há desenvolvimento tanto da
língua quanto da brincadeira, ou seja, uma completa a outra. Vale ressaltar
que essas crianças se comunicam predominantemente em língua de sinais.
O brincar nesse contexto desenvolve a língua de sinais e está possibilita que
a criança entenda o mundo em que vive e represente os papéis sociais
dentro do imaginário do brincar, ou seja, é a aquisição de uma língua que
proporciona significado desses brincar nas crianças surdas.
Ou seja o desenvolvimento de uma língua auxilia o entendimento de significados do
brincar. Inclusive (Simões, 2006) “as crianças encenam situações domesticas como:
cozinhar, limpar a casa, gostam de trocar de roupa, servir o café, fazer comidinha, brincar de
motorista de carro”. Assim é pela brincadeira as crianças acabam realizando desejos e
situações não realizáveis e dessa forma elas se inserem no mundo adulto como qualquer
outra criança.
27
6 METODOLOGIA
O pré-projeto se iniciou com a definição do tema o ato de brincar para surdos em
2034. E a partir disso foram iniciadas leituras referentes ao tema, assim definindo como
publico alvo a interação e comunicação das crianças surdas com as ouvintes. Justificado
pela pouca interação de ambas devido às dificuldades de comunicação e compreensão que
ocorria quando se relacionavam. A partir dessa problemática se iniciaram novas leituras
voltadas para as necessidades e anseios desse publico. No entanto, com base nestes
estudos literários percebeu-se que há um déficit maior entre a interação e comunicação das
crianças surdas e dos seus pais ouvintes do que uma dificuldade de interação e
comunicação entre as mesmas e as crianças ouvintes. Logo, redefinimos as atividades do
projeto onde o publico alvo passou a ser a comunicação e interação entre os pais ouvintes e
seus(suas) filhos(as) surdos(as). O problema encontrado é: Que produto atende as
necessidades de interação e comunicação das crianças surdas com seus pais ouvintes por
meio do ato de brincar em 2034?. Inclusive foram arrumados a justificativa e os objetivos:
geral e específicos condizentes com o público alvo escolhido.
Assim continuamos com as pesquisas bibliográficas, mas nesse segundo momento
mais aprofundadas e voltadas para as dificuldades de comunicação e interação das crianças
surdas e seus pais ouvintes. Logo ocorreu a realização de fichamentos dessas leituras para
melhor organização dos materiais de referencia e também houveram procuras quanto a
filmes e documentários, que trouxessem uma melhor perspetiva quanto a vida dos surdos e
seus pais ouvintes. Também se modificou a faixa etária das crianças que inicialmente era de
cinco a dez anos para uma definição de crianças que já tenham iniciado seu aprendizado na
Língua Braliseira de Sinais (libras), essa definição foi decidida com ajuda de leituras
aprofundadas e também é uma definição utilizada por Gesser (2009).
Para um aprofundamento quanto as necessidades das crianças surdas e seus pais
foram realizadas entrevistas informais com os educadores da Associação de Surdos da
Grande Florianópolis (ASFG) onde foi perguntado quais as brincadeiras com que as
crianças surdas mais tinham contato, qual a percepção das mesmas referente aos
brinquedos para surdos, qual a relação que as famílias tem com essas crianças, quais as
dificuldades que as mesmas encontram ao se comunicarem com seus pais, se esses pais
brincam com seus filhos e como esses educadores imaginam que seja a brincadeira daqui a
20 anos (2034). Com essa entrevista foi possível perceber que geralmente as famílias se
comunicam com seus filhos através de gestos caseiros, como os mesmos chamam, e não
de Libras. Que as famílias não estão preparadas pra receber uma criança deficiente e
quando a crianças surdas nascem a primeira ação da família é de procurar médicos. Já que
muitas famílias compreendem que seu(sua) filho(a) é um deficiente e não alguem com
28
possibilidades distintas. No entanto, para esses educadores essa visão esta mudando ao
longo dos últimos 40 anos, pois as famílias estão se tornando mais interessadas no
desenvolvimento dessas crianças.
Na segunda etapa do desenvolvimento do projeto foi as atividades do pré-projeto
corrigidas e refeitas, também o cronograma, a metodologia, a fundamentação teórica. Para a
realização da fundamentação teórica foram realizadas leituras relacionadas a surdez, a
tecnologia, a infância e o brincar. A concretização da metodologia ocorreu com a descrição
das atividades que foram e serão desenvolvidas, e com a coleta e análise de dados da
entrevista e do questionário. Para essa etapa será realizado inclusive o cronograma de
execução do projeto, onde consta o detalhamento e a duração das etapas com o período a
qual correspondem as executadas e as que estão previstas. Por fim, haverá um comentários
constando os resultados previstos para a conclusão do produto.
Entrevista Informal realizada com educadoras(surda e interprete) da ASGF.
1. Como as famílias vêem a surdez?
R: Tem muitas famílias que não acreditam que os filhos surdos sejam capazes de levar uma
vida normal
2. Como se comunicam com a família?
R: Teve um caso de um menino aprender "libras" com a família, não era libras de verdade,
era sinais próprios, inventados entre eles para se comunicar com o filho.
3. O que vocês acham dos brinquedos para os surdos?
R: Os brinquedos dos surdos são fracos, não são inteligentes, e os surdos são de mais
4. Como os surdos se relacionam com os recursos tecnológicos
R: Os surdos adoram a tecnologia, redes sociais, mas só os que sabem escrever o
português, que não são muitos, e mesmo sabendo escrever, o escrever deles é diferente do
nosso
5. As crianças surdas brincam com as ouvintes?
R: As crianças sudas brincam com as ouvintes. Não tem diferença nenhuma, porque não
existe preconceito, isso é ensinado pelos adultos
29
6. A família apóia os surdos a estarem na associação?
R: Para os surdos estarem aqui, é uma luta eu diaria, porque algumas famílias não querem
e acham perda de tempo.
7. Na sua opinião qual a diferença do brincar de 20 anos atrás para o de agora?
R: O ato de brincar mudou com o tempo, mas não considero o avanço da tecnologia o
motivo principal, os tempos mudaram, a cidade cresceu e ficou mais perigosa. As mãe
antigamente ficavam em casa cuidando do lar e deixava os filhos brincarem na rua, ja hoje
as mães saem pra trabalhar deixando o filho na creche.
Como as entrevistas informais não atenderam totalmente nosso problema, buscamos
estar dialogando com outro publico que não fosse os educadores, e sim os responsáveis
das crianças surdas e as mesmas, para assim conseguirmos um outro ponto de vista. Para
que isso ocorresse, fomos até o Instituto de Audição e Terapia da Linguagem – IATEL é uma
organização não governamental, fundada em 25 de março de 1969, localizada em
Florianópolis e atendente de crianças e adolescentes da Grande Florianópolis e de outras
cidades do estado. A Instituição desenvolve trabalhos educacionais específicos e clínicos,
voltados para os surdos, visando sua inclusão na sociedade, sua capacitação e
encaminhamento ao mercado de trabalho. Promovendo paralelamente ações preventivas,
no que diz respeito aos distúrbios fonoaudiológicos, primando pela qualidade da
comunicação oral e escrita.
Com um questionário destinado as criancas surdas e aos pais ouvintes. No entanto
houveram alguns obstáculos pois a quantidade de crianças que esperada era muito maior
do que as que realmente se encontravam ali. Eram cinco crianças, todas com algum grau de
entendimento em Libras, devido a pouca quantidade de crianças “que frequentavam tal local
” o questionário foi aplicado com o intuito de conhecer mesmo que não de forma quantitativa
essas crianças. As questões e respostas direcionadas a criança são as seguintes:
Questão 2, referente ao questionário das crianças
30
Fonte: Acervo próprio
Questão 3, referente ao questionário das crianças
Fonte: Acervo próprio
Questão 4, referente ao questionário das crianças
31
Fonte: Acervo próprio
Questão 5, referente ao questionário das crianças
Fonte: Acervo próprio
Questão 6, referente ao questionário das crianças
32
Fonte: Acervo próprio
Questão 10, referente ao questionário das crianças
Fonte: Acervo próprio
Questão 11, referente ao questionário das crianças
33
Fonte: Acervo próprio
5. Sente dificuldade em se comunicar? se sim por que ?
Surdo 1 R: Porque não tenho pouca libra.
Surdo 2 R: Não.
Surdo 3 R: Nem todo mundo me entende ou tem Libras.
Surdo 4 R: Eu não tenho muito conhecimento em libras.
Surdo 5 R: Não.
6. Você brinca com outras crianças surdas? se não, por que ?
Surdo 1 R: Sim
Surdo 2 R: Não, onde moro não tem crianças surdas da mesma idade.
Surdo 3 R: Sim
Surdo 4 R: Não, onde moro não tem crianças surdas na mesma idade.
Surdo 5 R: Sim
7. Você brinca com outras crianças ouvintes?
Todos responderam sim
8. Quais brincadeiras, brinquedos e/ou jogo você prefere?
Surdo 1 R:Videogame
Surdo 2 R: Jogos no celular, tablet, computador, qualquer um.
34
Surdo 3 R: Computador celular , carrinho, bola, pipa
Surdo 4 R: Jogos no celular, qualquer um.
Surdo 5 R: Eu prefiro todo os tipos de brinquedos ou jogos
9. Com quais brincadeiras, brinquedos e/ou jogos você prefere brincar com seus pais?
Surdo 1 R: Brinco sozinho.
Surdo 2 R: Eu uso celular, tablet.
Surdo 3 R: Carrinho, bola.
Surdo 4 R: Na minha casinha de boneca.
Surdo 5 R: Gosto de jogar bola.
10. Você tem alguma dificuldade ao brincar com os seus pais?
Surdo 1 R: Sim, mas não descreveu quais.
Surdo 2 R: Não.
Surdo 3 R: Sim, com meu pai porque ele não convive comigo.
Surdo 4 R: Sim, Porque não tenho total comunicação com meus pais.
Surdo 5 R: Não.
12. Como você imagina que seja as brincadeiras e os jogos no futuro?
Surdo 1 R: Que seja criativo
Surdo 2 R: Que no futuro as brincadeiras e os jogos fossem mas criativas e especificas para
surdos.
Surdo 3 R: Não.
Surdo 4 R: Que no futuro as brincadeiras e os jogos fossem mas criativas e especificas
para os surdos
Surdo 5 R: Um brinquedo educativo
A seguir, as questões e respostas direcionadas aos pais:
Questão 02, referente ao questionário dos pais
35
Fonte: Acervo próprio
Questão 04, referente ao questionário dos pais
Fonte: Acervo próprio
Questão 05, referente ao questionário dos pais
36
Fonte: Acervo próprio
Questão 06, referente ao questionário dos pais
Fonte: Acervo próprio
Questão 07, referente ao questionário dos pais
37
Fonte: Acervo próprio
Questão 10, referente ao questionário dos pais
Fonte: Acervo próprio
Questão 11, referente ao questionário dos pais
38
Fonte: Acervo próprio
Questão 12, referente ao questionário dos pais
Fonte: Acervo próprio
6. Você sente dificuldade em se comunicar com o seu(sua) filho(a)?
Mãe do surdo 1 R: Sim, porque tenho pouca libras.
39
Mãe do surdo 2 R: Não.
Mãe do surdo 3 R: Não.
Mãe do surdo 4 R: Sim, Porque eu não tenho total conhecimento em libras.
Mãe do surdo 5 R: Não.
8. Quais brinquedos e/ou jogos você utiliza com seu(sua) filho(a) ?
Mãe do surdo 1 R: Jogar de computador
Mãe do surdo 2 R: Dominó
Mãe do surdo 3 R: Pipa, bole, gibi
Mãe do surdo 4 R: Quebra cabeça e na casinha de boneca
Mãe do surdo 5 R: Todos os tipos de brincadeiras
9. Quais brincadeiras,brinquedos e/ou jogos você prefere utilizar com seu(sua) filho(a)?
Mãe do surdo 1 R: Bola , pipa
Mãe do surdo 2 R: Dominó
Mãe do surdo 3 R: Gibi, Skate.
Mãe do surdo 4 R: Quebra cabeça e na casinha de boneca.
Mãe do surdo 5 R: Não tem nenhum em especial.
10. Você tem alguma dificuldade ao brincar com o seu(sua) filho(a)?
Mãe do surdo 1 R: Sim, porque eu não tenho libras
Mãe do surdo 2 R: Não.
Mãe do surdo 3 R: Sim, quanto á utilização de regras.
Mãe do surdo 4 R: Sim, porque eu não tenho total conhecimento em Libras
Mãe do surdo 5 R: Não
13. Você conhece algum brinquedo tecnológico para crianças surdas?
Todos responderam não.
A entrevista e o questionário ajudaram a perceber algumas caracteristica do nosso publico
alvo, crianças surdas, tais como:
• Dificuldade em compreender regras;
• Atração por recursos tecnológicos;
• Maior parte das crianças não entendem o portuques;
• Sem dificuldade em libras;
• Dificuldade ao comunicar-se com ouvintes que não conhecem libras;
40
Em relação a família dos surdos, tivemos duas experiências diferentes. Com os
relatos das Educadoras da ASGF - Associação dos Surdos da Grande Florianópolis, foi visto
um grande descaso familiar com o aprendizado e evolução para com as crianças surdas.
Mas no Instituto de Audição e Terapia da Linguagem – IATEL foi observado que as mães
tem uma preocupação para com o aprendizado dos filhos surdos, pois as mesmas os levam
para o instituto com o intuito de lhes fornecer novos aprendizados e também o
aperfeiçoamento da libras. E essas mães também se preocupam em aprender a libras, para
assim poderem se comunicar com seu filho.
Essas experiências nos deram a visão de diferentes situações no convívio de pais
ouvintes e seus filhos surdos, sendo assim não temos apenas um ponto de vista a respeito
do publico alvo, pois tivemos contato com diferentes realidades. De alguma forma essas
experiências irão refletir nos conceitos de alguns modelos de estudo ou/e modelo fianal.
Na terceira etapa ocorrerá o desenvolvimento dos conceitos e do painel imagético,
sendo que ambos serão baseados na pesquisa com o consumidor e nos estudos
iconográficos de produtos similares. Inclusive serão elaborados modelos de estudos (20
bidimensionais e 5 tridimensionais) dos quais somente um será escolhido como base para o
desenvolvimento do modelo final. Também haverá a apresentação do portfólio contendo
todas as etapas do projeto, que auxiliará na definição do conceito do modelo final. Na etapa
referente ao projeto final faremos um relatório contendo todas as etapas anteriores como um
registro da realização do projeto. Por fim será produzido um modelo final sendo que seus
materiais ainda serão definidos. No entanto, pretende-se empregar materiais que melhor
representem o produto real.
7 CRONOGRAMA
Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
ETAPAS DO
PROJETO 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Apresentação do
tema
x
o
Encontros do
grupo para
realização do
projeto
x x x x x x x x x x x x x x
o o o o o o o o
Pesquisas
bibliográficas e
iconográficas
x x x x x x x x x x
o o o o o
Entrevistas com o
público-alvo
x
Apresentação
Etapa 1
x
Geração de x
41
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Camila Carolinne Silva; et al. Avaliativa da disciplina Introdução a
Libras, curso de fisioterapia - Universidade Federal de Pernambuco
AULETE, Caldas, 1823-1878: Novíssimo Aulete dicionário contemporâneo da lingua portuguesa
/ Caldas Aulete ; [organizador Paulo Geiger]. – Rio de Janeiro : Lexikon, 2011. 1488p.
BEE, Helen; BOYD, Denise. A Criança em Desenvolvimento: 12ª Edição. Porto Alegre: Artmed
Editora S.A., 2011. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=1WADy5MCL3sC&oi=fnd&pg=PA5&dq=psicologia+das+crian%C3%A7as+surdas&ots=4E
4bdMzLbv&sig=CwXN7S7PX-NIKd_FEM-dmRXtGvM#v=onepage&q&f=false >. Acesso em: 17 abr.
2014.
BRECAILO, (2012)
FALCÃO, Ana Patrícia Bezerra. RAMOS, Rafaela de Oliveira. A Importância do brinquedo e do Ato
de Brincar para o desenvolvimento psicológico de crianças de 5 A 6 anos. Belém, 2002.
Disponível em: <
www.nead.unama.br/bibliotecavirtual/monografias/IMPORTANCIA_BRINQUEDO_ATO_BRINCAR.PD
F > Acesso em: 14 mar. 2014
GESSER, Audrei, 1971 – LIBRAS? : Que lingua é essa? : crenças e preconceitos em torno
da língua de sinais e a realidade surda/ Audrei Gesser : [prefácio de Pedro M. Garcez]. –
São Paulo : Parábola Editorial, 2009
LIBRAS. O que é libras?. Libras. 2011. Disponível em: < http://www.libras.com.br/libras/o-que-e-
libras >. Acesso em: 06 mar. 2014.
conceitos
Desenvolvimento
de alternativas
x
Painel Imagético x
Simulações de
solução do projeto
x
Elaboração dos
Modelos
x x
Relatório Final x
Projeto Final x
Defesa x
42
LIRA, Aliandra Cristina Mesomo. Infância, jogos e brincadeiras na história : problematizando
compreensões e associações. In: VII Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas. Disponível em :
< http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/.../rmfX19r.doc >. Acesso em: 18 mar.
2014.
MACHADO, Paulo Cesar. A política educacional de integração /inclusão: um olhar de egresso
surdo/ Paulo Cesar Machado – Florianópolis : Ed. Da UFSC, 2008. Livro.
MICHAELIS, pratico. Dicionário pratico da língua portuguesa. 2ª Edicao – São Paulo:
Editora Melhoramentos, 2009
Norman,Donald A.O design do futuro / Donald A. Norman; tradução de Talita rodrigues. -
Rio de Janeiro: Rocco,2010
PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de Libras 1 – Iniciante. 3 ed. rev.
E atualizada. Porto Alegre: Editora Pallotti, 2008.
RODRIGUES, Luzia Maria. A criança e o brincar. Monografia do Curso de Especialização em
Educação Infantil: “Desafios do trabalho cotidiano: a educação das crianças de 0 a 10 anos”, UFRRJ,
2009. Disponível em: < http://www.ufrrj.br/graduacao/prodocencia/publicacoes/desafios-
cotidianos/arquivos/integra/integra_RODRIGUES.pdf > Acesso em: 13 abr. 2014.
SILVA, Léa Stahlschmidt ; GUIMARÃES, Adriana Batista; VIEIRA, Cristiane Elise; FRANCK, Luciana
Nazaré de Souza e HIPPERT Maria Isabel Steinherz. O brincar como portador de significados e
práticas sociais; Revista do Departamento de Psicologia - UFF, v. 17 - n. 2, p. 77-87, Jul./Dez. 2005.
Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-80232005000200007&script=sci_arttext
> Acesso em: 02 mar. 2014
SILVA, Daniele Nunes Henrique. Como brincam as crianças surdas / Daniele Nunes Henrique Silva
– São Paulo: Plexus Editora, 2002. Disponível em: <
http://books.google.com.br/books?id=u5voRJMig1AC&pg=PA2&lpg=PA2&dq=Como+brincam+as+cria
n%C3%A7as+surdas++Por+Daniele+Nunes+Henrique+Silva&source=bl&ots=OWCkNFJ54E&sig=9n
XSy3j_G1auj9mB3Otoi4U0QbM&hl=pt-
BR&sa=X&ei=e5VfU8yDNc3MsQTY44GQDA&ved=0CDgQ6AEwAQ#v=onepage&q=Como%20brinca
m%20as%20crian%C3%A7as%20surdas%20%20Por%20Daniele%20Nunes%20Henrique%20Silva&
f=false > Acesso em: 17 abr. 2014.
SILVA, Daniele Nunes Henrique. Surdez e inclusão social: o que As brincadeiras infantis têm a
nos dizer sobre esse debate? Caderno Cedes, vol.26, n. 69, p. 121-139, maio/ago. 2006. Disponível
em < http://www.cedes.unicamp.br >. Acesso em: 20 mar. 2014.
43
SIMÕES, Marina Velosa. A língua de sinais como foco de construção do imaginário no brincar
de crianças surdas. Educação Temática Digital, Campinas, v.7, n.2, p.24-33, jun. 2006 – ISSN:
1676-2592.
SOUZA, Flavia Faissal; SILVA, Daniele Nunes Henrique. O corpo que brinca: Recursos simbólicos
na brincadeira de crianças surdas. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 4, p. 705-712, out./dez.
2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
73722010000400006 > Acesso em: 06 mar. 2014.
ZWANG, Carla Graciele Nunes; NICOLOSO, Silvana. O processo de inclusão da inclusão da
criança surda na educação infantil. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG. Vol. 3 n. 10 -
jan.-jun./2007. ISSN 1807-2836. Disponível em: <
http://teleduc.proinesp.ufrgs.br/cursos/diretorio/tmp/67/portfolio/item/187/46b8195a1a6e032aafc1.pdf
> Acesso em: 28 mar. 2014

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Telas, tecnologias e mídias nas creches e escolas: uso saudável
Telas, tecnologias e mídias nas creches e escolas: uso saudável Telas, tecnologias e mídias nas creches e escolas: uso saudável
Telas, tecnologias e mídias nas creches e escolas: uso saudável Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Metodologias ativas significativas para a eja
Metodologias ativas significativas para a ejaMetodologias ativas significativas para a eja
Metodologias ativas significativas para a ejaGelson Rocha
 
Pedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Pedagogia de Projetos na Ed. InfantilPedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Pedagogia de Projetos na Ed. InfantilVania Duarte
 
Rotina da educação infantil
Rotina da educação infantilRotina da educação infantil
Rotina da educação infantilDennyse Azevedo
 
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADORELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADOUFMA e UEMA
 
Inclusão Social das Pessoas com Deficiência no Brasil
Inclusão Social das Pessoas com Deficiência no BrasilInclusão Social das Pessoas com Deficiência no Brasil
Inclusão Social das Pessoas com Deficiência no Brasilsaulonilson
 
Acolhimento Escolar GABI.pptx
Acolhimento Escolar GABI.pptxAcolhimento Escolar GABI.pptx
Acolhimento Escolar GABI.pptxGabih Rocha
 
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)Meri Sandra
 
Inclusão na Educação Infantil
Inclusão na Educação InfantilInclusão na Educação Infantil
Inclusão na Educação InfantilLucas Silva
 
Projeto integrador - Educação Especial.
Projeto integrador - Educação Especial.Projeto integrador - Educação Especial.
Projeto integrador - Educação Especial.Stefanie Rodrigues
 
VIII Conferência Municipal de Assistência Social de Inimutaba.pptx
VIII Conferência Municipal de Assistência Social de Inimutaba.pptxVIII Conferência Municipal de Assistência Social de Inimutaba.pptx
VIII Conferência Municipal de Assistência Social de Inimutaba.pptxEnaileOliveira1
 
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013DafianaCarlos
 
Educação de jovens e adultos.pptx
Educação de jovens e adultos.pptxEducação de jovens e adultos.pptx
Educação de jovens e adultos.pptxGlacemi Loch
 
AUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL - ADI - SIMULADO PARA CONCURSO PÚBLICO
AUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL - ADI  -  SIMULADO PARA CONCURSO PÚBLICOAUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL - ADI  -  SIMULADO PARA CONCURSO PÚBLICO
AUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL - ADI - SIMULADO PARA CONCURSO PÚBLICOValdeci Correia
 
O trabalho do assistente social na educação
O trabalho do assistente social na educaçãoO trabalho do assistente social na educação
O trabalho do assistente social na educaçãoEmmanuelle Feitosa
 

Mais procurados (20)

Telas, tecnologias e mídias nas creches e escolas: uso saudável
Telas, tecnologias e mídias nas creches e escolas: uso saudável Telas, tecnologias e mídias nas creches e escolas: uso saudável
Telas, tecnologias e mídias nas creches e escolas: uso saudável
 
Metodologias ativas significativas para a eja
Metodologias ativas significativas para a ejaMetodologias ativas significativas para a eja
Metodologias ativas significativas para a eja
 
Pedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Pedagogia de Projetos na Ed. InfantilPedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Pedagogia de Projetos na Ed. Infantil
 
Rotina da educação infantil
Rotina da educação infantilRotina da educação infantil
Rotina da educação infantil
 
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADORELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
 
Inclusão Social das Pessoas com Deficiência no Brasil
Inclusão Social das Pessoas com Deficiência no BrasilInclusão Social das Pessoas com Deficiência no Brasil
Inclusão Social das Pessoas com Deficiência no Brasil
 
Acolhimento Escolar GABI.pptx
Acolhimento Escolar GABI.pptxAcolhimento Escolar GABI.pptx
Acolhimento Escolar GABI.pptx
 
BNCC na prática
BNCC na práticaBNCC na prática
BNCC na prática
 
EDUCAÇÃO INFANTIL
EDUCAÇÃO INFANTILEDUCAÇÃO INFANTIL
EDUCAÇÃO INFANTIL
 
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)
 
Inclusão na Educação Infantil
Inclusão na Educação InfantilInclusão na Educação Infantil
Inclusão na Educação Infantil
 
Primeira Infância
Primeira InfânciaPrimeira Infância
Primeira Infância
 
A educação e os desafios da contemporaneidade.
A educação e os desafios da contemporaneidade.A educação e os desafios da contemporaneidade.
A educação e os desafios da contemporaneidade.
 
AUTISMO NA ESCOLA
AUTISMO NA ESCOLAAUTISMO NA ESCOLA
AUTISMO NA ESCOLA
 
Projeto integrador - Educação Especial.
Projeto integrador - Educação Especial.Projeto integrador - Educação Especial.
Projeto integrador - Educação Especial.
 
VIII Conferência Municipal de Assistência Social de Inimutaba.pptx
VIII Conferência Municipal de Assistência Social de Inimutaba.pptxVIII Conferência Municipal de Assistência Social de Inimutaba.pptx
VIII Conferência Municipal de Assistência Social de Inimutaba.pptx
 
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
 
Educação de jovens e adultos.pptx
Educação de jovens e adultos.pptxEducação de jovens e adultos.pptx
Educação de jovens e adultos.pptx
 
AUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL - ADI - SIMULADO PARA CONCURSO PÚBLICO
AUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL - ADI  -  SIMULADO PARA CONCURSO PÚBLICOAUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL - ADI  -  SIMULADO PARA CONCURSO PÚBLICO
AUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL - ADI - SIMULADO PARA CONCURSO PÚBLICO
 
O trabalho do assistente social na educação
O trabalho do assistente social na educaçãoO trabalho do assistente social na educação
O trabalho do assistente social na educação
 

Semelhante a Ato de brincar para crianças surdas

Anhanguera - Atividade 1 e 2 do tcc
Anhanguera - Atividade 1 e 2 do tccAnhanguera - Atividade 1 e 2 do tcc
Anhanguera - Atividade 1 e 2 do tccmkbariotto
 
Eixo2 suélem almeida_relato_resumo
Eixo2 suélem  almeida_relato_resumoEixo2 suélem  almeida_relato_resumo
Eixo2 suélem almeida_relato_resumoJosiane Jäger
 
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1Wagner Antonio Junior
 
Cultura lúdica e comportamento infantil na era digital
Cultura lúdica e comportamento infantil na era digitalCultura lúdica e comportamento infantil na era digital
Cultura lúdica e comportamento infantil na era digitalGabrielle Silva
 
A desvalorização do brincar pela família do século xxi sueli zuccolotto
A desvalorização do brincar pela família do século xxi sueli zuccolottoA desvalorização do brincar pela família do século xxi sueli zuccolotto
A desvalorização do brincar pela família do século xxi sueli zuccolottomarc_pinheiro
 
Projeto integrador para pedagogia ii
Projeto integrador para pedagogia iiProjeto integrador para pedagogia ii
Projeto integrador para pedagogia iiNome Sobrenome
 
Educação e cibercultura.menino e o barco
Educação e cibercultura.menino e o barcoEducação e cibercultura.menino e o barco
Educação e cibercultura.menino e o barcoPauline Abreu
 
Educação e cibercultura.menino e o barco
Educação e cibercultura.menino e o barcoEducação e cibercultura.menino e o barco
Educação e cibercultura.menino e o barcoPauline Abreu
 

Semelhante a Ato de brincar para crianças surdas (20)

Anhanguera - Atividade 1 e 2 do tcc
Anhanguera - Atividade 1 e 2 do tccAnhanguera - Atividade 1 e 2 do tcc
Anhanguera - Atividade 1 e 2 do tcc
 
Exercicio formatação-word
Exercicio formatação-wordExercicio formatação-word
Exercicio formatação-word
 
Monografia Silvana Pedagogia 2011
Monografia Silvana Pedagogia 2011Monografia Silvana Pedagogia 2011
Monografia Silvana Pedagogia 2011
 
Eixo2 suélem almeida_relato_resumo
Eixo2 suélem  almeida_relato_resumoEixo2 suélem  almeida_relato_resumo
Eixo2 suélem almeida_relato_resumo
 
Brincar infantil
Brincar infantilBrincar infantil
Brincar infantil
 
Brincar infantil
Brincar infantilBrincar infantil
Brincar infantil
 
Brincar infantil
Brincar infantilBrincar infantil
Brincar infantil
 
Apres.defesa
Apres.defesaApres.defesa
Apres.defesa
 
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
 
Cultura lúdica e comportamento infantil na era digital
Cultura lúdica e comportamento infantil na era digitalCultura lúdica e comportamento infantil na era digital
Cultura lúdica e comportamento infantil na era digital
 
Educacao no campo_unidade_4_miolo
Educacao no campo_unidade_4_mioloEducacao no campo_unidade_4_miolo
Educacao no campo_unidade_4_miolo
 
Arte cultura e linguística
Arte cultura e linguísticaArte cultura e linguística
Arte cultura e linguística
 
Arte cultura e linguística
Arte cultura e linguísticaArte cultura e linguística
Arte cultura e linguística
 
A desvalorização do brincar pela família do século xxi sueli zuccolotto
A desvalorização do brincar pela família do século xxi sueli zuccolottoA desvalorização do brincar pela família do século xxi sueli zuccolotto
A desvalorização do brincar pela família do século xxi sueli zuccolotto
 
1º série reda cem - 10.30
1º série   reda cem -  10.301º série   reda cem -  10.30
1º série reda cem - 10.30
 
Desenvolvimento infantil 2
Desenvolvimento infantil 2Desenvolvimento infantil 2
Desenvolvimento infantil 2
 
Projeto integrador para pedagogia ii
Projeto integrador para pedagogia iiProjeto integrador para pedagogia ii
Projeto integrador para pedagogia ii
 
Solange projeto (2)
Solange projeto (2)Solange projeto (2)
Solange projeto (2)
 
Educação e cibercultura.menino e o barco
Educação e cibercultura.menino e o barcoEducação e cibercultura.menino e o barco
Educação e cibercultura.menino e o barco
 
Educação e cibercultura.menino e o barco
Educação e cibercultura.menino e o barcoEducação e cibercultura.menino e o barco
Educação e cibercultura.menino e o barco
 

Mais de Sthéfany Cechinel (14)

Ética e Pena de Morte
Ética e Pena de Morte Ética e Pena de Morte
Ética e Pena de Morte
 
Why is we americans
Why is we americans Why is we americans
Why is we americans
 
IoT & M2M
IoT & M2MIoT & M2M
IoT & M2M
 
Sanduicheira bauhaus
Sanduicheira bauhausSanduicheira bauhaus
Sanduicheira bauhaus
 
Projeto de Pesquisa (PPGMGA)
Projeto de Pesquisa (PPGMGA)Projeto de Pesquisa (PPGMGA)
Projeto de Pesquisa (PPGMGA)
 
Redação (Essay)
Redação (Essay)Redação (Essay)
Redação (Essay)
 
Fichamento
Fichamento Fichamento
Fichamento
 
Resumo indicativo
Resumo indicativoResumo indicativo
Resumo indicativo
 
Resumo informativo
Resumo informativoResumo informativo
Resumo informativo
 
Resenha Crítica
Resenha CríticaResenha Crítica
Resenha Crítica
 
Semiótica (Análise de anúncios)
Semiótica (Análise de anúncios)Semiótica (Análise de anúncios)
Semiótica (Análise de anúncios)
 
Jovens & o Cool
Jovens & o Cool  Jovens & o Cool
Jovens & o Cool
 
Semiótica
SemióticaSemiótica
Semiótica
 
Estética
EstéticaEstética
Estética
 

Ato de brincar para crianças surdas

  • 1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA - CAMPUS FLORIANÓPOLIS DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL MECÂNICA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE PRODUTO MÓDULO I I – PROJETO INTEGRADOR PROJETO O ATO DE BRINCAR PARA CRIANÇAS SURDAS EM 2034 ANA PAULA SILVA BIANCA NASCIMENTO MARIANA ELEONORA BEHR NUNES STHÉFANY CECHINEL FLORIANÓPOLIS MARÇO DE 2014
  • 2. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 02 2 PROBLEMA ....................................................................................................................... 03 3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 03 3.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 03 3.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 03 4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 03 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 05 5.1 Surdez ............................................................................................................................ 05 5.1.1 Aspectos da Categoria Médica .................................................................................... 06 5.1.2 Aspectos da Categoria Cultura .................................................................................... 08 5.1.3 Aspectos da Categoria Educativa ................................................................................ 12 5.2 A Infância e o Brincar ...................................................................................................... 13 5.2.1 O Brincar e o Brinquedo .............................................................................................. 19 5.2.2 Tecnologia .................................................................................................................... 21 5.3 Publico Alvo .................................................................................................................... 24 6 METODOLOGIA ................................................................................................................ 27 7 CRONOGRAMA ................................................................................................................. 40 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 41 APÊNDICE QUESTIONÁRIO ............................................................................................... 44
  • 3. 2 1 INTRODUÇÃO No segundo módulo do curso superior de tecnologia em design de produto do Instituto Federal de Santa Catarina foi proposta a criação de um projeto com o tema o ato de brincar para surdos em 2034. Com este projeto pretende-se criar um produto que proporcione o ato de brincar para crianças surdas e pais ouvintes em 2034, para que as mesmas possam interagir com familiares melhorando a comunicação, a interação e a inclusão. Com base em estudos bibliográficos percebe-se que é no período de desenvolvimento infantil onde as crianças iniciam sua interação social, que caracteriza o seu crescimento através da capacidade de brincar, imaginar e se comunicar, segundo as autoras Razuck, Tacca e Tunes (2007) que citam Luria. Com isso, entende-se que é durante a infância e através de brincadeiras as quais moldam e criam suas visões do real, de acordo com Silva et al (2005). Logo quando as mesmas brincam de “faz de conta” elas vão alem do brinquedo. Conclui - se que ambos, brinquedo e brincadeira, são constitutivos da infância. Porém, com a evolução tecnológica o brincar, as brincadeiras e os brinquedos também evoluíram. No entanto, com todo esse progresso, a infância com seu caráter imaginário foi perdendo espaço para jogos individuais que diminuem a interação social presente neste período. Tal perda gera preocupações quanto à integração e inclusão, principalmente para crianças com deficiências, pois mesmo com projetos de leis que prevêem uma integração social, elas ainda se encontram à margem da socialização com crianças não deficientes. Segundo o censo do IBGE de 2010, 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva, ou seja 5,1% da população. E referente a crianças, estima-se que há um milhão de crianças surdas. tem pais ouvintes. De acordo com Zwang e Nicoloso (2007) o convívio com adultos é importante pois proporciona a construção da identidade da criança surda, como no trecho de Silva et al (2005): “Uma vez que o tempo transcorrido entre a infância e a idade adulta é muito grande, e o espaço social da criança se restringe a pequenos grupos, como a casa dos familiares e a escola, essas referencias assumem uma importância significativa, pois é em torno delas que as lembranças da infância vão sendo tecidas. Elas quase sempre se constroem a partir das lembranças dos adultos, e dependendo da ligação que o indivíduo estabelecer com o seu grupo familiar, as lembranças da infância se renovam e se completam com maior facilidade.”
  • 4. 3 Do ponto de vista dos autores citados, se percebe a importância da relação familiar para o desenvolvimento psicológico, social e cognitivo. Pois para a criança surda é muito importante a interação, com o desenvolvimento da tecnologia as crianças dessa época tendem a serem mais independentes de interações sociais. Assim, planeja-se uma retomada da infância criativa e caracterizada pelas brincadeiras com a aparência moderna e futurística com e as características de brincadeiras atrativas para o público alvo. Sendo um brinquedo que desperte na criança surda e o seu pai ouvinte em 2034 o interesse de comprar e brincar com o brinquedo, contendo nele o estimulo da comunicação entre eles. 2 PROBLEMA Que produto atende as necessidades de interação e comunicação das crianças surdas com seus pais ouvintes por meio do ato de brincar em 2034? 3 OBJETIVOS Através do tema proposto foram definidos os seguintes objetivos. 3.1 Objetivo Geral Foi estabelecido como objetivo geral criar um produto que atenda as necessidades de interação e comunicação para crianças surdas com seus pais ouvintes através do ato de brincar no ano de 2034. 3.2 Objetivos Específicos Para o desenvolvimento deste projeto foram definidas as seguintes metas: a) pesquisar as necessidades/dificuldades da criança surda; b) compreender as tendências tecnológicas e sociais para o ano de 2034; c) investigar possibilidades na interação de crianças surdas e sua família; d) desenvolver um produto que adéque as necessidades de interação entre crianças surdas e seus familiares; 4 JUSTIFICATIVA O ato de brincar é importante pelo fato de estimular a criatividade, imaginação, cognição, paciência, atenção, como na citação de Lira, “Sutton-Smith (1986) entende o
  • 5. 4 brincar como uma construção social que se modifica ao longo dos tempos e culturas, mas que garante em todos os espaços a liberdade da criança de tomar decisões, de participar e assim se envolver.” Assim foi definido as crianças surdas com algum grau de entendimento na Língua Brasileira de Sinais (Libras) como publico alvo pois para Zwang e Nicoloso (2007) “O surdo poderá apresentar atraso em seu desenvolvimento em virtude da pobreza de experiências e de trocas comunicativas no meio social, da falta ou limitações na linguagem ou de um diagnóstico tardio, e não por ser uma característica da surdez” logo, as mesmas se desenvolvem como as crianças ouvintes, no entanto nota-se que há uma dificuldade de comunicação e interação entre as crianças surdas e seu pais ouvintes já que para os pais a primeira língua é o português e para seu(sua) filho(a) é a Libras. Foi possível perceber que os brinquedos voltados para esse público não são atrativos e muitos chegam a ser desinteressantes. E por serem um nicho nesse mercado, os brinquedos para os surdos são pouco desenvolvidos, no entanto de acordo com o censo do IBGE de 2010, 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva, ou seja 5,1% da população. E referente a crianças, estima-se que há um milhão de crianças surdas. Em vista desse dado, nota-se uma brecha para o desenvolvimento de um brinquedo que satisfaça as necessidades dessas crianças de interagirem com suas famílias ouvintes. Com isso pretende-se projetar um brinquedo que satisfaça as necessidades das crianças surdas através da proposta o ato de brincar para crianças surdas em 2034 com a pretensão de enxergar novas possibilidades para esse publico que muitas vezes é deixado de lado por um mercado que atende somente a maioria. Tal proposta será impulsionada pelos recursos tecnológicos que serão usados como ferramenta de comunicação e interação. Já que cada vez mais esta tecnologia favorece a comunicação e também é auxiliadora das atividades do dia-a-dia. Logo, será utilizada a ciência tecnológica como uma ferramenta cujo papel se dará em aproximar familiarmente as crianças surdas dos seus pais ouvintes. Assim, este projeto irá atuar nos lares desse publico com intuito de auxiliar essas famílias, inclusive pela característica de que as famílias das crianças surdas estão passando a se importarem com as necessidades e anseios dos seus filhos, proporcionando a essas crianças um desenvolvimento pleno. Visto que é no ambiente familiar onde a comunicação propicia o desenvolvimento linguístico e cognitivo, inclusive os padrões de interações sociais dependem dos seguintes fatores: compreendimento de libras por parte das crianças e a utilização de sistemas manuais de comunicação por seus pais (gestos caseiros). E através do projeto será proporcionado às crianças surdas um meio de brincar e se intercomunicar1 através da tecnologia com seus pais ouvintes no ano de 2034. 11 inter+comunicar - vtd 1 Abrir ou possibilitar passagem de um a outro lugar.vpr 2 Comunicar-se mutuamente;
  • 6. 5 A classe social do publico alvo foi decidida em vista de não ter muitas opções de brinquedos específicos para este e por serem uma minoria,são pouco trabalhados e também poucos os investimentos de brinquedos para os mesmos. Logo, foi escolhida a classe C (de três a cinco salários mínimos) em vista do maior índice de consumo dessa classe, assim esse projeto iria alcançar uma maior porcentagem de crianças surdas. Já que este produto teria um diferencial, que seria o ato de brincar sem que o som possa influenciar na brincadeira, más não abrir mão do mesmo, já que seria para Filhos surdos e Pais ouvintes. Em relação aos seus similares e tal diferencial afetaria no preço do produto e assim acredita-se que seja mais acessível da classe C para cima. 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A partir do tema e do público alvo foram feitos os seguintes estudos, bibliográficos e iconográficos. 5.1 Surdez A partir de pesquisas feitas, percebe-se com o desenvolvimento histórico da surdez, que tem uma diferença comunicativa, é confundido com uma deficiência mental, pois muitos surdos não desenvolvem a fala oral, o que dificulta no aprendizado e a comunicação com os ouvintes. Em vista dessa dificuldade os surdos não conseguiam se expressar e comunicar e assim eram excluídos. Com isso os surdos começaram a se comunicar através de sinais, mas este meio de comunicação não era aceito por lei. A Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, na qual afirma o princípio da não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à Educação. Mas só com a Declaração de Salamanca (1994) que passou considerar a questão lingüística dos deficientes sensoriais, no caso os surdos e dos surdos-cegos. Ela assegura a importância das minorias linguísticas, como meio de comunicação para os surdos e para aqueles deficientes que beneficiarem-se dela, mas que seja evidentemente a de seu país e de sua cultura. O Brasil aderiu a essas leis, e a partir disso decretou leis de direito a educação em 1996 (Lei federal nº 7.853/89). Inclusive nessa época a Libras foi reconhecida como língua, contendo características gramaticais e morfológicas. Segundo o censo feito em 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) há 9.722.163 pessoas com deficiência auditiva no Brasil, sendo 347.481 surdos profundos, 1.799.885 varia entre a severa e moderadamente severa, 7.574.797 possuem corresponder-se; dar e receber informação. Dicionário Michaelis
  • 7. 6 surdez leve a moderada “[...] A língua de sinais tem estrutura própria, e é autônoma, ou seja, independente de qualquer língua oral em sua concepção linguística. Educacionalmente, o uso do português sinalizado tem sido alvo de muitas criticas, porque se insere na filosofia do bimodalismo. Dentro dessa visão, encara-se a língua de sinais como um meio para se atingir um fim, ou seja, um recurso para ensinar a falar uma língua oral (no Brasil, o português), funcionando como um amálgama dos sinais e de fala.” (Gesser, 2009) Essa mudança possibilitou a criação de uma identidade cultural a partir da língua LIBRAS. A língua facilita a comunicação, troca experiências, proporcionando, assim, uma cultura própria dos surdos. Alem de possuírem sua própria cultura, os surdos tendem a aprender a gramática da língua de seu país, tornando-se bi cultura, bilíngue e/ou multilíngue. Em vista desse contexto histórico, os surdos se sentem ofendidos quando definidos como deficientes2 , pois para eles a surdez não é uma deficiência e sim uma dificuldade, como dito no trecho “Não é a surdez que compromete o desenvolvimento do surdo, e sim a falta de acesso a um língua” Gesser (2009). Mesmo os surdos tendo essa dificuldade não os tornam indivíduos com possibilidades a menos que os ouvintes e sim com possibilidades diferentes. A surdez pode ser definida em três categorias: a médica, a cultural e a educacional. 5.1.1 Aspectos da Categoria Médica Pelo ponto de vista médico a surdez, é vista como deficiência auditiva, como cita no livro “Libras que língua é essa?” de Gesser (2009) “o discurso médico tem muito mais força e prestígio do que o discurso da diversidade, do reconhecimento linguístico e cultural das minorias surdas. A surdez é construída na perspectiva do déficit, da falta, da anormalidade. O “normal3 ” é ouvir, o que diverge desse padrão deve ser corrigido, “normalizado” ”. Assim para os médicos a surdez é algo a ser tratado, pois pode ser hereditária ou causada por doenças como rubéola, sífilis, toxoplasmose podendo ser em alguns casos uma surdez permanente ou temporária. Logo, existem três tipos de surdez: Condutiva, neurossensorial e mista. A condutiva é quando ocorre uma alteração na orelha externa (meato acústico) ou média (membrana timpânica, cadeia ossicular, janelas oval e redonda e tuba auditiva), 2 Que é falho, incompleto, imperfeito. 2-Escasso. (Michaelis, 2009) 3 Normal: 1-Conforme à norma; regular. 2-Exemplar, modelar. 3-Geom. Perpendicular. (Michaelis, 2009) "Ser "normal" é ser homem, branco, ocidente, letrado, heterossexual, usuário de língua oral padrão, ouvinte, não cadeirante, vidente, sem "desvios" cognitivos, mentais e/ou sociais." (Gesser, 2009)
  • 8. 7 (Figura 2), nesse caso, dependendo do nível de surdez, o individuo surdo pode optar pelo uso do aparelho auditivo (Figura 1), não como uma cura, mas sim como uma forma de proteção, pois o aparelho só irá ampliar o som proporcionando a identificar ruídos de maior magnitude. “A crença de que os aparelhos auditivos funcionariam para restabelecer a audição do surdo profundo é compartilhada por muitas pessoas. Puro engano. O que os aparelhos auditivos 4 fazem é amplificar um som que possivelmente funcionaria para pessoas mais idosas que, com o passar de tempo, perder parte de sua audição, ou mesmo para aqueles que têm um resíduo auditivo maior.” Gesser (2009) Figura 1 – Aparelhos Auditivos Fonte: http://www.mdsaude.com/2012/01/surdez-deficiencia-auditiva.html O neurossensorial tem a cóclea afetada ou o nervo auditivo, nesse caso, pode haver através de cirurgias uma recuperação auditiva. Também há as perdas auditivas mistas as quais são caracterizadas por alterações condutivas e neurossensoriais. Figura 2 - Divisão da Orelha 4 Aparelhos Auditivos: Dispositivos eletrônicos, miniamplificadores, cuja função é conduzir o som à orelha através da coleta e transmissão da onda sonora. (Gesser,2009)
  • 9. 8 Fonte: http://clariceabreu.com.br/cirurgia-craniomaxilofacial/reconstrucao-de-orelha/ Assim a surdez pode ser dividia em níveis: leve, moderada, moderadamente severa, severa, profundo. Há uma classificação para os níveis de surdez. São cinco diferentes níveis, sendo eles: normal, leve (26 a 40 dB), moderada (41 a 55 dB), moderadamente severa(56 a 70 dB), severa (71 a 90 dB) e profunda (acima 91dB). Esta classificação de níveis de surdez leva a limitação do entendimento das relações estabelecidas pelos surdos com a cultura surda. Ex.: Uma pessoa com nível profundo pode não se identificar com a cultura dos surdos e optar exclusivamente pela oralização, da mesma forma que um indivíduo com nível leve pode preferir a cultura dos surdos. Neste caso, não se pode rotular pessoas com algum nível de perda de audição como um individuo optante pela cultura surda, caso os mesmos não se identifiquem, pois seus meios de comunicação podem variar muito de acordo com sua bagagem ideológica, seu convívio com familiares e amigos, o meio onde está inserido na sociedade, a maneira como a cultura surda é passada, etc. 5.1.2 Aspectos da Categoria Cultural “O termo cultura possui vários significados. Sociologicamente, “é tudo aquilo que simboliza o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo que pertença”. Antropologicamente é "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Filosoficamente diz que “cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural”. Apesar de todos esses conceitos, um fato é inegável é que ela é dinâmica e inerente a qualquer ser humano.” Almeida, et al (2010).
  • 10. 9 Compreendendo o significado de cultura. Entende-se que os surdos estão inseridos em um grupo cultural identitário, caracterizado por elementos próprios que marcam sua diferença. Por conta de sua língua, expressões, estratégias visuais, costumes, forma de convivência social etc. Os primeiros contados da criança com o mundo é muito visual, desenvolvendo a fala posteriormente. Quando se trata da educação de um surdo, um dos principais recursos usado para ensinar é a estratégia visual, usando imagens, expressões, luzes, cores, a língua libras, etc. Um indivíduo com déficit de audição tem os outros sentidos mais aguçados, geralmente tendo uma boa memória. Por a cultura surda ser tão visual, é considerado falta de educação enquanto conversam não olhar para os sinais e expressões, apagar a luz, passar no frente, etc. e as expressões do rosto contam muito na comunicação, por elas terem interpretações diferentes. Assim quanto mais cedo é descoberto a surdes, mais fácil será de aprender essas estratégias visuais e a língua de sinais (Libras). A língua de libras não pode ser considerada mímica, são sinais que representam palavras (Pereira, 2014), que se manifesta não apenas nas articulações das mãos, mas também na expressão facial e essas articulações são limitadas do quadril ate o topo da cabeça, não podendo fazer um sinal esticando demais os braços e o corpo para frente, ou para baixo chegando aos pés, e nem para os lados, conforme Langevin e Ferreira Brito (1988). A figura 3 mostra os limites do espaço de sinalização. Figura 3 – ilustração dos limites espaciais dos sinais na Libras
  • 11. 10 Fonte: acervo Lengevin e Brito, 1988:1 Para que as articulações sejam compreendidas se faz necessário a utilização de expressões faciais. As expressões faciais são muito importantes para o entendimento real do sinal, pois a entonação em Língua de Sinais é projetada por essas expressões. Tais expressões podem ser afetivas ou gramaticais (lexicais e sentenciais), segundo Quadros e Pimenta (2006). • Afetivas – São expressões ligadas a sentimentos/emoções. Exemplo figura 4. Figura 4 Fonte: Brecailo (2012) • Gramaticais lexicais– São expressões ligadas ao grau dos adjetivos como na figura 5. Figura 5 Fonte: Brecailo (2012)
  • 12. 11 • Gramaticais sentenciais - São expressões ligadas às sentenças: Exemplo Figura 6,7 e 8. • Interrogativas Figura 6 Fonte: Brecailo (2012) • Afirmativas e negativas Figura 7 Fonte: Brecailo (2012) • Exclamativas Figura 8
  • 13. 12 Fonte: Brecailo (2012) A língua LIBRAS pode ser comparada com qualquer outra língua em relação a complexidade e expressividade. Esta língua tem suas próprias estruturas gramaticais, não sendo derivada do português, podendo assim, ser compreendida da mesma forma que as outras. 5.1.3 Aspectos da Categoria Cultural Em relação à escolarização do surdo havia um conflito interno entre os profissionais na educação dos mesmos, pois alguns acreditam que a melhor maneira de um surdo ser introduzido no meio dos ouvintes seria aprendendo a leitura labial, não usando libras para se comunicar. Muitos não conseguem, e para um surdo de nascença é muito mais complicado, pois não tiveram a experiência sonora. Hoje em dia esse aprendizado oral ainda é uma imposição por parte dos ouvintes, pois eles não sabem como se comunicarem com os surdos, caso os mesmo não saibam leitura labial. Alguns surdos também conseguem se comunicar através da escrita, caso não saibam a leitura labial e o ouvinte não conheça a língua Libras. No entanto, para os surdos há uma dificuldade no aprendizado do português, pois é uma língua oral e sua escrita é baseada em sua oralidade. Assim quando os surdos aprendem o português, eles decoram a escrita, pois os símbolos utilizados para a escrita de Libras se diferem muito das palavras da escrita portuguesa. A inclusão social e escolar para surdos, como afirma Machado (2008), se deu pela reformulação do sistema de ensino e assim efetivando uma política de interação. Porém, mesmo com tal política, os surdos ainda sofrem por não estarem completamente incluídos
  • 14. 13 socialmente. Visto ainda que as escolas comuns não receberam um preparo adequado, pois faltam professores intérpretes e os estudantes ouvintes ainda não conhecem a libras. Com isso os estudantes não ouvintes sofrem com um atraso de ensino e se sentem pouco inseridos no meio escolar. 5.2 A Infância e o Brincar Segundo a citação de Rodrigues (2009) “Faria (1997, p.9) ressalta que ‘a criança será percebida pela sociedade de forma diversificada ao longo dos tempos, conforme as determinações das relações de produção vigentes em cada época’”. Já que em cada época a mesma era vista e cumpria funções sociais diferentes. Inclusive entende-se que a mesma quando nasce já esta inserida em uma sociedade e em determinada classe social, inclusive (Rodrigues, 2009) o conceito de infância está intrinsecamente vinculado à inserção social da criança na sua classe. Para o entendimento da infância, se pode perceber que na Idade Média não havia nenhuma diferenciação da criança para o adulto, sendo esta vista como um “adulto de pequeno tamanho” (de acordo com Rodrigues, 2009). A infância nessa época era vista como uma transição para a vida adulta que dispensava tratamentos diferenciados, pois a partir dos sete anos a criança era colocada em uma família estranha para que aprendesse através da prática. Alem de que o anfitrião era chamado de mestre e a criança de aprendiz. Inclusive, a família desta época não nutria um sentimentalismo entre pais e filhos, já que “a família era uma realidade moral e social, mais do sentimental” citação que Rodrigues (2009) faz de Aries (2006, p 158). Em contra partida, os primeiros registros de atendimento a infância ocorreram interligados ao contexto do Iluminismo e da Revolução Industrial. Onde, como descreve Rodrigues (2009), as crianças filhas de mães operárias eram abrigadas em locais denominados “asilos” ou “refúgios”, sendo essas iniciativas datadas por volta de 1774 na França. Nesse encadeamento da transição para o capitalismo onde houveram mudanças na organização: familiar, escolar e no sentimento da infância. Logo a criança se tornou fonte de alegria para a família, tornando tudo o que a mesma faz ou diz “bonitinho”. Já no século XVII, a “paparicação” passou a ser considerada prejudicial à criança. Perdendo a característica de que é agradável e passando a ser vista como educável. Como no trecho: A criança deixou de ser divertida e agradável e tornou-se educável. A substituição da educação prática pela teórica e o apelo dos moralistas foram correspondidos pelos pais através da preocupação “de vigiar seus filhos mais de perto e de não abandoná-los mais, mesmo temporariamente, aos
  • 15. 14 cuidados de uma outra família” (Ariès,2006, p.159). Esta aproximação pais- criança, gerou um sentimento de família e de infância que outrora não existia, e a criança tornou-se o centro das atenções, pois a família começou a se organizar em torno dela. Assim, as famílias passaram a educar e cuidar de suas crianças. E junto desse carinho, a educação passa a tornar-se essencial para formar posteriormente indivíduos racionais, de bom caráter, incumbindo e responsabilizando o colégio essa tarefa. Na primeira metade do século XVII a primeira infância era limitada aos seis anos e com os sete anos já era possível o ingresso na escola. Na segunda metade do século o começo da idade escolar foi adiado para os dez anos já que havia uma preocupação com a precocidade e também com a fraqueza, incapacidade e “imbecilidade” dos meninos (Rodrigues, 2009). Nessa época também foram criados vestimentas que serviam para diferenciar a idade e condição social de cada criança. O ensino só foi estendido para as meninas no século XVIII. E nesse mesmo século foi criado o ensino para o povo e para os burgueses que gerou uma discriminação social no sistema educacional. Pode-se compreender, pelo ponto de vista de Lira que a infância é considerada um momento propício para a educação e escolarização devido a flexibilidade, maleabilidade de aprender da criança. Também reforçado por Rodrigues (2009) que utiliza a teoria burguesa para definir a criança como a-historico, a-político, a-crítico, fraco e incompleto. Por isso a mesma deve ser ensinada, educada e escolarizada com o intuito de (Lira) de levá-la a aquisição de hábitos de obediência e ordem “concretizando-se formas de controle e configurando-se em um assistencialismo dirigido especialmente aos pobres, com um projeto educacional para formar sujeitos para uma cultura de maior submissão e silêncio” Para Rodrigues, a escolarização tinha a intenção de segregar entre classes e separar as crianças dos adultos como no trecho: Foi instituído o ensino primário às classes populares que tinha um ciclo de pequena duração e exclusivamente prático com o intuito de formar mão-de- obra. Já para a burguesia e a aristocracia, instituiu-se o ensino secundário que privilegiava a formação de eruditos, pensantes e mandantes e, consequentemente, sucessores dos grupos hegemônicos. Assim de acordo com Lira “As primeiras instituições de educação infantil representaram uma intensa articulação dos adultos em torno da infância e sua educação já que o cuidado com a infância e sua educação era proclamado como um dos elementos para
  • 16. 15 o progresso da nação.” Inclusive a teoria froebeliana5 passa a orientar as instituições com a visão de que as crianças são “sementeiras do por vir” e que as mesmas devem ser educadas e dirigidas para que crescessem e “desabrochassem” como seres humanos bons e desenvolvidos. Assim “as escolas têm uma intencionalidade formadora, que busca não só transmitir conhecimentos, mas também formar pessoas produzindo comportamentos.” No Brasil escravista a infância se encerrava entre cinco e seis anos. E dos seis aos doze a criança escrava desempenhava pequenas tarefas e depois dos doze a mesma era vista como adulta para o trabalho e para sexualidade. Rodrigues comenta que nos séculos XVIII e XIX datam registros da Roda, onde se recebiam crianças de qualquer cor, mas seus usuários eram geralmente filhos de escravas, pois as mães destes eram utilizadas como amas-de-leite, e estas tarefas não permitiam a essas mulheres a possibilidade de cuidar integralmente de seus filhos. A Roda, no entanto, começa a entrar em desuso a partir de 1871 e com isso surge um novo problema, já que não se sabia o que fazer com os filhos das escravas. E em seguida, de acordo com Rodrigues (2009), “Surgem então, as primeiras creches brasileiras que foram implantadas por médicos com a ajuda das mulheres burguesas, visando o atendimento dos filhos dessas trabalhadoras domésticas.” Assim, se percebe que as iniciativas voltadas para a infância no Brasil foram marcadas pelo pensamento médico- sanitarista enquanto na Europa as iniciativas eram voltadas para a educação visando a formação de mão de obra e a formação de eruditos que se tornariam sucessores de grupos hegemônicos. Com a Abolição da Escravatura em 1888 e a Proclamação da República em 1889 ocorrem profundas transformações sociais e políticas que possibilitaram (Rodrigues, 2009) a abertura de um caminho para a construção de uma nova sociedade de tipo capitalista e urbano-industrial. Tal construção trouxe ao Brasil a teoria froebeliana para as instituições (Lira). Na modernidade há uma contradição segundo Rodrigues (2009) entre “moralizar (treinar, conduzir, controlar a criança) e paparicar (achá-la engraçadinha, ingênua, pura, querer mantê-la como criança)”. Inclusive a autora referencia o seguinte trecho: Segundo Kramer (2007, p.15): “Crianças são sujeitos sociais e históricos, marcadas, portanto, pelas contradições das sociedades em que estão inseridas. A criança não se resume a ser alguém que não é, mas que se tornará (adulto, no dia em que deixar de ser criança). Reconhecemos o que é específico da infância: seu 5 O primeiro jardim de infância foi criando por Froebel na Alemanha em 1840, sendo que estas instituições difundiram-se por todo o mundo, principalmente a partir do início do século XX.
  • 17. 16 poder de imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira entendida como experiência de cultura. Crianças são cidadãs, pessoas detentoras de direitos, que produzem cultura e são nela produzidas. Esse modo de ver as crianças favorece entendê-las e também ver o mundo a partir do seu ponto de vista. A infância, mais que estágio, é categoria da história: existe uma história humana porque o homem tem infância”. Assim a infância pode ser vista como um paradoxo onde por um lado há a escolarização e formação da criança e por outro lado há a vontade de querer mantê-la ingênua e pura. Já para Zwang e Nicoloso (2007) “A Educação Infantil tem como objetivo auxiliar o desenvolvimento da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, comprometendo a ação da família e da comunidade e cumprindo duas funções indispensáveis, como cuidar e educar.” Mas logo também há estudos quantos quanto à psicologia da infância e teorias quanto a formação do caráter e do desenvolvimento cognitivo. Bee e Boyd (2008) utilizam a Teoria de Freud e explicam que o bebê e a criança pequena são totalmente id6 sem a força repressora do ego7 ou do superego. O ego começa a se formar de dois a cinco anos, nesse estágio de formação a criança “aprende a adaptar suas estratégias de gratificação instantânea”. E o superego8 começa a se desenvolver antes da idade escolar, quando a criança incorpora tradições e valores culturais de seus pais. Bee e Boyd também usufruem da Teoria de Erikison a qual afirma que os estágios psicossociais9 são “influenciados muito menos pelo amadurecimento e muito mais por demandas sociais comuns para a criança de uma determinada idade” pois para Erikison toda a criança passa por uma sequência fixa de tarefas e cada uma delas esta voltada para uma faceta da identidade a ser desenvolvida. Assim para criança “satisfazer as demandas desses estágios dependerá muito fortemente das interações que ela tem com a família e com os objetos em seu mundo”. Então se a criança não se desenvolve adequadamente em um estagio, esta carência pode vir a afetar o desenvolvimento de tarefas ou estágios posteriores. Na Teoria de Piaget (Bee e Boyd, 2008), o psicólogo supôs que a criança busca se adaptar e entender o ambiente em que esta inserida. Para isso “ela explora, manipula e examina objetos e pessoas em seu mundo”. Logo, para entender o mundo a criança utiliza do lúdico para compreendê-lo e moldar sua visão do real. 6 Na teoria freudiana, a proporção inata, primitiva da personalidade, o depósito da libido (energia sexual básica, inconsciente, instintiva em cada indivíduo) que exige continuamente gratificação imediata. 7 Na teoria freudiana, porção da personalidade que organiza, planeja e mantém a pessoa em contato com a realidade. Linguagem e pensamento são funções do ego 8 Na teoria freudiana, a parte “consciência” da personalidade que contém valores e atitudes parentais e sociais incorporados durante a infância 9 Estágios do desenvolvimento da personalidade sugeridos por Erikson, envolvendo confiança básica, autonomia, iniciativa, diligencia, identidade, intimidade, generatividade e integridade do ego
  • 18. 17 Segundo Souza e Silva (2010): Na brincadeira, a criança pequena tenta agir como adulto, incorporando aspectos da cultura. Tal ação, guiada pela imaginação, resulta da necessidade da criança e de seu desejo de incorporar elementos dispostos no real, por meio da construção de cenários lúdicos e da assunção de papéis sociais. A criança assume vários personagens para atingir seus objetivos nas interações, utilizando-se da palavra e do corpo como elementos que revelam os aspectos imitativos e criativos configurados nas relações criança-criança. Nesse sentido, o faz-de-conta possibilita que a criança internalize aspectos do universo adulto e das relações sociais não apenas reproduzindo o mundo, como se o brincar fosse uma colagem, mas transformando, ao brincar, a sua experiência pessoal (Góes, 2000; Silva, 2006). Assim, o brincar permite que a criança vá alem do cotidiano sem se prender ao significado real e sim atribuindo novos significados. No entanto, mesmo que a criança vá alem durante o brincar a mesma se atem as regras da brincadeira. Por exemplo, quando uma criança brinca de faz-de-conta, esta brincadeira estimula a capacidade de respeitar regras e de ativar a criatividade, pois através da escolha de papeis terá que criar a vivência representada na brincadeira. Rodrigues (2009) cita Vygotsky “o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos”. Para Vygotsky a criança reproduz o mundo através das brincadeiras de faz-de-conta, mas por outro lado afirma que essa reprodução não se faz passivamente e sim de forma ativa de reinterpretação do mundo, a qual abre possibilidade para a invenção e entendimento de novos significados, saberes e praticas. De acordo com Rodrigues (2009): O brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. Ele envolve complexos processos de articulação entre o já dado e o novo, entre a experiência, a memória e a imaginação, entre a realidade e a fantasia, sendo marcado como uma forma particular de relação com o mundo, distanciando-se da realidade da vida comum, ainda que nela referenciada. A brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, na medida em que a criança pode transformar e
  • 19. 18 produzir novos significados. O brincar não só requer muitas aprendizagens como também constitui um espaço de aprendizagem. . Pode-se compreender que o brincar é importante para o desenvolvimento social e inclusive de autoconhecimento para a criança. Alem de que serve como meio de aprendizagem e entendimento cultural, social e simbólico. Rodrigues (2009) cita Borba (2007) o qual ressalta que a experiência do brincar transpõe diferentes tempos e lugares, passados, presentes e futuros, mas marcada inclusive pela mudança. Essa experiência não é somente reproduzida e sim recriada a partir daquilo que a criança trás de novo graças à sua capacidade de imaginar, cria, reinventar e produzir cultura. Inclusive aprende-se a brinca desde de cedo, nas relações que se estabelecem com outros e com a cultura. A referencia da autora “é uma atividade que, ao mesmo tempo, identifica e diversifica os seres humanos em diferentes tempos e espaços. É também uma forma de ação que contribui para a construção da vida social coletiva. Para as crianças, a brincadeira é uma forma privilegiada de interação com os outros sujeitos, adultos e crianças, e com os objetos e a natureza à sua volta”. O brincar é para Rodrigues uma experiência de cultura importante não apenas nos primeiro anos da infância mas como também durante todo o percurso de vida. Para Rodrigues (2009) há elementos externos a brincadeira que acabam refletindo e afetando o modo como as crianças brincam, como: o mundo contemporâneo marcado pela falta de espaça nas grandes cidades, a pressa, a influência da mídia, o consumismo e a violência. A autora ainda cita “Borba (2006) assinala que essa influência pode ser tanto pelo contexto físico do ambiente, a partir dos recursos naturais e materiais disponíveis, como também pelo contexto simbólico, ou seja, pelos significados preexistentes e partilhados pelo grupo de crianças.” Esses elementos externos localizados na escola, família, mídia televisiva, no baixo ou outros espaços facilitadores de experiências sociais e culturais são reinterpretados pela criança e articulados à sua experiência lúdica, logo geram-se novos modos de brincar (Rodrigues, 2009). Rodrigues também utiliza-se de: Pereira e Santos (2008), a televisão não só transformou a cultura, a política e o cotidiano das pessoas como também criou novos hábitos e comportamentos, propondo identidades e linguagens, acelerando o ritmo entre produção e consumo, sendo uma das principais difusoras de informações. É a mídia que se tem maior acesso sendo possível até afirmar sua participação nos processos de socialização e subjetivação infantis.
  • 20. 19 Porém, essas transformações trazem como pano de fundo as mudanças econômicas e culturais do mundo capitalista que migra de uma lógica centrada na produção e no trabalho do adulto, para a lógica do consumo, em que a criança na condição de consumidora, já está inserida mesmo antes de nascer. O mercado está cada vez mais atento ao público infantil, grupo que tem por linguagem singular a brincadeira, onde o real e o imaginário/fictício se entrelaçam. Rodrigues (2009) que nos últimos anos é notável a mudança na cultura lúdica da criança com um direcionamento constante para o domínio de objetos. No entanto a cultura lúdica evoluiu com o desenvolvimento de recursos tecnológicos como jogos eletrônicos e o videogame, os quais se fazem mais atraentes. E a parte disso estão as brincadeiras desenvolvidas “nas ruas em coletividade, praticada por adultos e crianças, e geralmente, transmitidas de geração para geração” como por exemplo: ciranda, amarelinha, cabo de guerra, queimada. Hoje há uma espécie de insaciedade e insatisfação permanentes (Rodrigues, 2009) já que esta cada vez mais difícil o ritmo de lançamentos de brinquedos ou jogos. E mesmo imersos em novas tecnologias e tendo dificuldades em encontrar um espaço adequado para brincar, pode-se reconhecer que as brincadeiras coletivas onde o corpo se faz presente é de grande valor para o desenvolvimento da interação social (Rodrigues, 2009). As novas tecnologias e as novas formas de comunicação via internet e jogos eletrônicos viabilizam a capacidade de interação social de forma visual e virtual, porem reduzem esta capacidade presencial. E de acordo com a Silva, et al (2005) que cita Kishinomoto (1997, p. 27), o brinquedo e a brincadeira aparecem com significados opostos e contraditórios pois a brincadeira é vista ora como ação livre e ora como atividade supervisionada pelo adulto. O brinquedo é expresso por qualquer objeto que sirva de suporte para a brincadeira ou para o ensino. Estas autoras ainda citam Brougère para afirmarem que o brinquedo é produto de uma sociedade a qual possui traços culturais específicos, necessitando de uma análise de suas facetas. A primeira como objeto cultural e a outra como algo que carrega funções sociais que lhe são conferidas e lhe dão razão para existir. 5.2.1 O Brincar e o Brinquedo O portal da educação define o brincar da forma mais abrangente como uma ação importante no mundo infantil, através desse ato a criança descobre, interage e conhece por meio de vivências, abrindo novos horizontes e possibilidades, do faz de conta, do mundo imaginário. Trazendo um enfoque pedagógico onde expressam que: é uma das atividades
  • 21. 20 fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato da criança ouvinte poder se comunicar por meio de gestos, sons e representar determinado papel na brincadeira serve como facilitador do desenvolvimento da brincadeira. E é através da brincadeira que a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, imitação, memória, imaginação. O dicionário Michaelis expressa o brincar como: divertir-se infantilmente; entreter-se; folgar, foliar:Brincava a garotinha com uma boneca. Os banhistas brincavam jovialmente. vint2 Agitar-se com movimentos graciosos: As ondas como que brincavam. vti3 Não levar as coisas a sério; galhofar, zombar: Não brinque com assunto tão grave. vti4 Divertir-se representando o papel de: Os meninos brincam de soldados. vti5 Divertir-se fingindo exercer qualquer atividade: Brincar de ler. vtd6 Ataviar, enramalhetar, ornar excessivamente:Brincou suas vestes e seu penteado para ir ao teatro. Brincar com fogo:tratar levianamente coisas de ponderação ou perigosas. Fazer uma coisa brincando: fazê-la com muita facilidade. Nem brincando!:expressão de repulsa a alguma coisa que nos dizem ou propõem por a julgarmos inconveniente. Nessa linha de pensamento o brinquedo passa a ser o estimulador. Segundo a publicação da autora Cristine, no site mundo educação, a mesma considera notável os brinquedos no processo de aprendizagem das crianças, principalmente para aquelas que apresentam certa deficiência. Pois através do brincar é que a criança “desenvolve elementos fundamentais na formação da personalidade, já que aprende, experimenta situações, organiza suas emoções, processa informações, constrói autonomia de ação”. A autora ressalta que o brinquedo utilizado pela criança surda, não é diferente de um brinquedo utilizado por uma criança ouvinte, no entanto as surdas não conseguem utilizar aqueles que se baseiam nos recursos sonoros. O momento de seleção deles é de extrema importância. Falcão e Ramos (2002) afirmam que as crianças que tem contato com o brinquedo desde bebê apuram o desenvolvimento das noções de tamanho, forma, textura. As autoras Falcão e Ramos citam Kishimoto (1996)a qualexpõem que os brinquedos devem ser comprados de acordo com a idade, capacidade e área de interesse para criança. A mesma classifica os brinquedos como “brinquedos de berço, brinquedos do faz-de-conta; brinquedos pedagógicos, brinquedos de construção,brincadeiras tradicionais (folclore)”. Falcão e Ramos (2002) afirmam que também devem estar de acordo com o gênero, a presença de companheiros, além de outros aspectos ligados a novidade, surpresa, variabilidade, pois a criança pode brincar sozinha ou junto de outras crianças, e assim alcançando ou não um grau elevado de cooperação para atingir um objetivo comum. As autoras posteriormente frisam o quão importante é presença de companheiros, inclusive
  • 22. 21 a dos adultos, pois os mesmos podem auxiliar a brincadeira proporcionando novas experiências e conceitos vivenciados para assim haver uma integração completa. Falcão e Ramos (2002) ressaltam que o brinquedo e as brincadeiras são excelentes oportunidades para estimular a linguagem verbal e a variedade de situações que o brinquedo favorece a aquisição de novos conceitos. Já para Vygotsky (1989) citado também pelas mesmas, o brincar proporciona o desenvolvimento de aspectos específicos de personalidade, tais como: a afetividade, inteligência, sociabilidade, criatividade. Vygotsky (1989) segundo Falcão e Ramos (2002), ainda conceitua o brinquedo como um suporte determinado para auxiliar o ato de brincar, mais que produzirá novos significados através da brincadeira, pois transmite um significado social e simbólico, ou seja o brinquedo não conduzirá a ação da criança. Em contraponto, as crianças dependendo da quantidade de repertório ficam presas ao significado do produto (brinquedo) e não consegue desvincular-se “impossibilitando” assim a criação de uma nova brincadeira a partir do brinquedo. Retornando para o contexto de onde surgiram, como se encontram hoje em dia e,o material em queos brinquedos foram feitos,Falcão e Ramos (2002) citam Kishimoto (1996),a mesma fala que a Alemanha foi o centro geográfico da Europa, durante o período pré- revolução industrial, no que se refere no terreno dos brinquedos. E nos dias atuais, alguns dos brinquedos – soldadinhos de chumbo, as mais velhas bonecas que se tem registro provem de Munique, na Alemanha -ainda se encontram em museus e nos quartos das crianças. O brinquedo teria suas primeiras aparições (antes do século XIX) nas oficinas de entalhadores de madeiras, fundidores de estanho. Somente no decorrer do século XVIII, começa a aflorar uma fabricação especializada. Posteriormente as indústrias aderiram a novos recursos tecnológicos,a utilização de novosdiferentes materiais mais “leves” como plástico, pvc, pelúcia, papel para preparação de brinquedos. 5.2.2 Tecnologia Neste item, pretende-se mostrar de forma mais sucinta possível, a definição e evolução da tecnologia, no âmbito de conhecermos de modo geral alguns dos materiais utilizados no passado, no presente e a partir desse paralelo, prever como serão esse materiais (recursos) no futuro de 2034, visando utilizar esses estudos para auxiliar na confecção do brinquedo. Dependendo da época em que se situa, o espaço em que está inserida, a tecnologia pode tornar-se obsoleta ou atual. A tecnologia é algo muito abrangente, pois quase tudo criado pelo homem pode ser considerado tecnologia, pois trata-se de inovação. O site Significados traz dentro de um contexto histórico em ordem crescente o que vem a ser e, exemplos datecnologia. As
  • 23. 22 tecnologias primitivas, também conhecidas como clássicas envolvem a descoberta do fogo, a escrita. Já no período medieval, as invenções no ramo militar, como a criação de armas, ou recursos que possibilitaram (permitiram) as expansões marítimas. As invenções tecnológicas da revolução industrial (séc. XVIII) provocaram profundas transformações no processo produtivo, de forma que impulsionou e acelerou a produção, fazendo com que os recursos tecnológicos disseminassem-se rapidamente. A partir do século XX, destacam-se as tecnologias de informação e comunicação através da evolução das telecomunicações, utilização de computadores, expansão da internet, e existem ainda tecnologias avançadas ou de ponta, que englobam a utilização de energia nuclear, nanotecnologia, biotecnologia,etc. O autor desconhecido que publica no site ainda tira suas conclusões de que, as novas tecnologias são fruto do desenvolvimento tecnológico alcançado pelo ser humano e tem um papel fundamental no âmbito da inovação, ou seja, as inovações baseiam-se em referencias (algo já existente). Os avanços da tecnologia provocam grande impacto na sociedade. Pelo lado positivo, a tecnologia resulta em inovações que proporcionam melhor nível de vida ao homem, em outras palavras,a tecnologia é um advento que serve para melhorar as atividades cotidianas. Como fatores negativos, surgem questões sociais preocupantes como o desemprego, devido à substituição do homem pela máquina ou a poluição ambiental que exige um contínuo e rigoroso controle. O dicionário Michaelis define tecnologia como: sf (tecno+logo 2 +ia 1 ) 1 Tratado das artes em geral. 2 Conjunto dos processos especiais relativos a uma determinada arte ou indústria. 3 Linguagem peculiar a um ramo determinado do conhecimento, teórico ou prático. 4 Aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral: Nossa era é a da grande tecnologia. T. de montagem de superfície, Inform: método de fabricação de placas de circuito, no qual os componentes eletrônicos são soldados diretamente sobre a superfície da placa, e não inseridos em orifícios e soldados no local. T. social, Sociol: conjunto de artes e técnicas sociais aplicadas para fundamentar o trabalho social, a planificação e a engenharia, como formas de controle. De alta tecnologia, Eletrôn e Inform: tecnologicamente avançado: Vendemos computadores e vídeos de alta tecnologia. Sin: high-tech. O dicionário Aurélio nos traz outra definição de tecnologia como “Estudo dos instrumentos, processos e métodos empregados nos diversos ramos industriais.” De acordo com Bazzo e Silveira a tecnologia foi considerada neutra durante muito tempo. Todavia, os mesmos consideram essa visão ingênua, pois a tecnologia exerce influencia de maneira ora positiva ora negativa em cada individuo, dependendo da forma como é utilizada.
  • 24. 23 Conforme Miranda (2002), citada por Bazzo e Silveira, temos que repensar a direção dada à tecnologia hoje, advertindo da necessidade de minimizar os riscos sem, contudo, abdicar dos benefícios que a tecnologia propicia a humanidade. Com essa visão, Miranda (2002) cita Kneller, que assim se expressou: Alguma inovação tecnológica é essencial e desejável. Ela tem sido necessária à modernização de todas as sociedades, e habilitará a nossa a sobreviver e melhorar. O desenvolvimento de novas tecnologias deve ser encorajado e o treinamento de tecnólogos imaginativos promovido. [...] A tecnologia pode criar ou destruir, tornar o homem mais humano ou menos. Mas as civilizações, como os indivíduos, devem correr riscos se quiserem progredir. Se exercermos prudência para minimizar os danos da tecnologia e incentivar o máximo seus benefícios, certamente valerá a pena aceitar o risco. Os autores Bazzo e Silveira fazem referência a Miranda (2002) que apresenta seu discurso da seguinte maneira: Na modernidade (a partir do séc. XVI), devido a fatores históricos, sociais, culturais, econômicos, políticos, a tecnologia sofre e propicia transformações profundas. E muito além de alterar padrões de comportamento, a tecnologia, a partir da modernidade, contribui para alterar a relação do ser humano com o mundo que o cerca, implicando no estabelecimento de uma outra cosmovisão, diferentemente daquela dos gregos ou dos medievais. Na mesma linha de pensamento, Bazzo e Silveira expressam que a tecnologia concede à ciência precisão e controle nos resultados de suas descobertas, facilitando não só a relação do homem com o mundo como possibilitando dominar, controlar e transformar esse mundo. Até o momento, vimos que, a tecnologia é em parte produzida pelo homem, e outra parte descoberta pelo mesmo (recursos naturais, que aprimorados e passam a ter utilidade ao ser humano) e sofrem modificaçõesalterações dependendo de seus conhecimentos. Os recursos tecnológicos atuais no quesito de brinquedos no cotidiano estão caracterizados por jogos digitais, eletrônicos, alta tecnologia, estimamos que para 2034 que essa tendência cresça, com a aprimoração nos mesmos, pois a cada dia que passa novas explorações, estudos são feitos. Estimamos que para 2034 continuará se utilizando muito os recursos digitais e wireless, que vem expandindo-se de crescente forma, só que,com recursos visuais e sensoriasmais elaborados, e cada vez mais presentes. Norman (2010) deixa uma indagação “E se as coisas cotidianas a nossa volta adquirissem vida”? E se elas pudessem sentir a nossa presença, o nosso foco de atenção e
  • 25. 24 nossas ações, se reagisse com informações relevantes, sugestões e ações? Se já existem estudos que apontam que sim, o futuro é incerto. 5.3 Publico Alvo Gesser (2009) e Silva (2006) afirmam que 95% dos surdos tem pais ouvintes sendo que há 9,7 milhões de deficientes auditivos no Brasil segundo o censo de 2010. Assim percebe- se que as crianças surdas com seus pais ouvintes tem uma dificuldade de comunicação e interação, já que para os surdos a primeira língua é LIBRAS e para os seus pais ouvintes é o português. Silva (2006) acredita que o maior problema além do comunicativo é a condição de vida do surdo referente ao acesso à língua de sinais que geralmente é tardio e limitado, assim afetando o desenvolvimento linguístico e cognitivo desse sujeito. De acordo com Simões (2006): No caso de crianças surdas, todo o vínculo entre os pais e o filho surdo pode ser afetado pela forma como a família irá encarar essa diferença. A mãe muitas vezes com o diagnóstico da surdez acaba por deixar de se comunicar de qualquer forma com seu filho acarretando danos ao seu desenvolvimento em todas as áreas como cognitivas, afetivas, simbólicas e lingüísticas. (ROSSI, 2000). Alguns pais não se dispõem a aprender a língua de sinais, investindo como único meio de forma de comunicação com seu filho à língua oral. Normalmente há um (des) entendimento entre pais ouvintes e filhos surdos. O resultado desses (des) entendimento acarreta no atraso de linguagem no seu filho surdo. (SACKS, 1998). Assim, percebe-se que os pais não estão preparados para receberem esses(essas) filhos(as) surdos(as), e quando os(as) recebem primeiramente acabam procurando médicos pois vêem a surdez como uma deficiência incapacitadora (Souza e Silva, 2010) e não como uma criança surda que terá possibilidades diferentes, mas que se desenvolverá cognitiva e psicologicamente como uma criança ouvinte e normal10 . Zwang e Nicoloso (2007) ressaltam também que a criança surda não deve ser vista apenas por suas dificuldades, limitações ou deficiência e sim pela dimensão humana, como pessoa com possibilidades e desafios a vencer. Silva (2006) considera relevante a indagação sobre como a experiência lingüística se articula e compõe o funcionamento imaginativo do surdo, o autor acredita que os modos 10 Segundo Gesse (2009), "Ser "normal" é ser homem, branco, ocidente, letrado, heterossexual, usuário de língua oral padrão, ouvinte, não cadeirante, vidente, sem "desvios" cognitivos, mentais e/ou sociais"
  • 26. 25 de brincar ampliam a compreensão da criança surda em relação ao seu posicionamento diante do mundo que a cerca e inclusive seu modo de interpretar e se expressar sensivelmente sobre o real. Inclusive, sem uma aquisição de uma língua como a LIBRAS a criança acaba criando gestos próprios e caseiros para conseguir se comunicar. Para Souza e Silva (2010): A língua tem um papel de destaque na formação dos processos mentais. A criança adquire a língua por meio do contato informal com as pessoas com quem convive, do uso contínuo e ativo desta, e não porque lhe é ensinado. O primeiro lugar no qual o ser humano tem esta experiência é em sua casa, com seus pais e familiares que serão facilitadores de comunicação, permitindo que adquira sua cultura naturalmente. A criança a utilizará para expressar seus sentimentos e estruturar pensamentos, embora nem todo o pensamento seja expresso por meio de línguas. Logo, o papel da família é importante para o desenvolvimento da criança, por isso se inicaram projetos governamentais que estimulassem o entendimento dos parentes em relação a surdez havendo até estudos psicológicos e congressos como o de Salamanca, na Espanha em 1994 que difundem o entendimento sobre a surdez e fazendo (Souza e Silva, 2010) “emergir o problema das diferenças linguísticas, da diversidade cultural e do próprio conceito de normalidade apresentando visões distintas sobre a ideia inclusão social (Lacerda & Silva, 2006)”. Simões (2006) evidencia que é relevante criar um ambiente linguístico para que a criança surda possa adquirir a língua de sinais, no entanto isso pode não ocorrer devido a resistência dos pais permitirem seu(sua) filho(a) de adquirir uma lingua que não seja a sua. Para a autora “o desenvolvimento da criança surda deve ser compreendido como processo social, e suas experiências de linguagem concebidas como instâncias de significação e de mediação nas suas relações com a cultura, nas interações com o outro” (GÓES, 1999, p.37)”. A qual também frisa que uma família composta por pais ouvintes e filhos surdos pode fazer uso de brincadeiras em momentos de interação com a intenção de promover o desenvolvimento da lingua de sinais e da relação entre pais e filhos. Pois o papel da família é proporcionar um espaço de desenvolvimento seguro, onde as crianças poderão ser humanas e desenvolver sua personalidade, sua auto-imagem e saber relacionar-se com a sociedade em que vivem. Simões (2006) ainda comenta que nas famílias onde se dá o apoio para o aprendizado da língua de sinais percebe-se os seguintes fatores: Em crianças surdas de pais ouvintes o sinal inicia-se por volta dos 12 meses sendo desenvolvido no período de até 2 anos. Diferente dos bebês surdos filhos de pais surdos que seus primeiros sinais aparecem aproximadamente
  • 27. 26 aos 6 meses de idade. (QUADROS, 1997). As primeiras combinações de sinais para a formulação de frases simples começam mais ou menos aos 2 anos nas crianças surdas. Aos 2 anos e meio a 3 anos de idade, as crianças, quando expostas a um ambiente lingüístico adequado, apresentam a explosão do vocabulário em sinais, sendo que o domínio completo dos recursos morfológicos é por volta dos 5 anos, e aos 5 e 6 anos que se utilizam os verbos flexionados de forma adequada, “[...] criança surda de nascença, com acesso a uma língua espaço-visual proporcionada pôr pais surdos, desenvolverá uma linguagem sem qualquer deficiência ...os fundamentos da linguagem não estão baseados na forma do sinal, mas, sim, na função lingüística que a serve” (QUADROS, 1997, p.7). Simões (2006) conclui seu estudo com o entendimento de que “em relação ao imaginário no brincar, podemos perceber que essas crianças que são constituídas desde a primeira infância com a língua de sinais não apresentam déficit de linguagem, apresentando o mesmo estágio de desenvolvimento das crianças ouvintes e significam o mundo por meio dessa língua.” Segundo a mesma autora O estudo possibilitou algumas reflexões sobre como a língua de sinais favorece a brincadeira das crianças surdas e contribuiu para o desenvolvimento lingüístico dessas crianças. A brincadeira desenvolve a língua porque, para as crianças poderem contextualizar suas brincadeiras precisam fazer uso de uma língua. Com isso há desenvolvimento tanto da língua quanto da brincadeira, ou seja, uma completa a outra. Vale ressaltar que essas crianças se comunicam predominantemente em língua de sinais. O brincar nesse contexto desenvolve a língua de sinais e está possibilita que a criança entenda o mundo em que vive e represente os papéis sociais dentro do imaginário do brincar, ou seja, é a aquisição de uma língua que proporciona significado desses brincar nas crianças surdas. Ou seja o desenvolvimento de uma língua auxilia o entendimento de significados do brincar. Inclusive (Simões, 2006) “as crianças encenam situações domesticas como: cozinhar, limpar a casa, gostam de trocar de roupa, servir o café, fazer comidinha, brincar de motorista de carro”. Assim é pela brincadeira as crianças acabam realizando desejos e situações não realizáveis e dessa forma elas se inserem no mundo adulto como qualquer outra criança.
  • 28. 27 6 METODOLOGIA O pré-projeto se iniciou com a definição do tema o ato de brincar para surdos em 2034. E a partir disso foram iniciadas leituras referentes ao tema, assim definindo como publico alvo a interação e comunicação das crianças surdas com as ouvintes. Justificado pela pouca interação de ambas devido às dificuldades de comunicação e compreensão que ocorria quando se relacionavam. A partir dessa problemática se iniciaram novas leituras voltadas para as necessidades e anseios desse publico. No entanto, com base nestes estudos literários percebeu-se que há um déficit maior entre a interação e comunicação das crianças surdas e dos seus pais ouvintes do que uma dificuldade de interação e comunicação entre as mesmas e as crianças ouvintes. Logo, redefinimos as atividades do projeto onde o publico alvo passou a ser a comunicação e interação entre os pais ouvintes e seus(suas) filhos(as) surdos(as). O problema encontrado é: Que produto atende as necessidades de interação e comunicação das crianças surdas com seus pais ouvintes por meio do ato de brincar em 2034?. Inclusive foram arrumados a justificativa e os objetivos: geral e específicos condizentes com o público alvo escolhido. Assim continuamos com as pesquisas bibliográficas, mas nesse segundo momento mais aprofundadas e voltadas para as dificuldades de comunicação e interação das crianças surdas e seus pais ouvintes. Logo ocorreu a realização de fichamentos dessas leituras para melhor organização dos materiais de referencia e também houveram procuras quanto a filmes e documentários, que trouxessem uma melhor perspetiva quanto a vida dos surdos e seus pais ouvintes. Também se modificou a faixa etária das crianças que inicialmente era de cinco a dez anos para uma definição de crianças que já tenham iniciado seu aprendizado na Língua Braliseira de Sinais (libras), essa definição foi decidida com ajuda de leituras aprofundadas e também é uma definição utilizada por Gesser (2009). Para um aprofundamento quanto as necessidades das crianças surdas e seus pais foram realizadas entrevistas informais com os educadores da Associação de Surdos da Grande Florianópolis (ASFG) onde foi perguntado quais as brincadeiras com que as crianças surdas mais tinham contato, qual a percepção das mesmas referente aos brinquedos para surdos, qual a relação que as famílias tem com essas crianças, quais as dificuldades que as mesmas encontram ao se comunicarem com seus pais, se esses pais brincam com seus filhos e como esses educadores imaginam que seja a brincadeira daqui a 20 anos (2034). Com essa entrevista foi possível perceber que geralmente as famílias se comunicam com seus filhos através de gestos caseiros, como os mesmos chamam, e não de Libras. Que as famílias não estão preparadas pra receber uma criança deficiente e quando a crianças surdas nascem a primeira ação da família é de procurar médicos. Já que muitas famílias compreendem que seu(sua) filho(a) é um deficiente e não alguem com
  • 29. 28 possibilidades distintas. No entanto, para esses educadores essa visão esta mudando ao longo dos últimos 40 anos, pois as famílias estão se tornando mais interessadas no desenvolvimento dessas crianças. Na segunda etapa do desenvolvimento do projeto foi as atividades do pré-projeto corrigidas e refeitas, também o cronograma, a metodologia, a fundamentação teórica. Para a realização da fundamentação teórica foram realizadas leituras relacionadas a surdez, a tecnologia, a infância e o brincar. A concretização da metodologia ocorreu com a descrição das atividades que foram e serão desenvolvidas, e com a coleta e análise de dados da entrevista e do questionário. Para essa etapa será realizado inclusive o cronograma de execução do projeto, onde consta o detalhamento e a duração das etapas com o período a qual correspondem as executadas e as que estão previstas. Por fim, haverá um comentários constando os resultados previstos para a conclusão do produto. Entrevista Informal realizada com educadoras(surda e interprete) da ASGF. 1. Como as famílias vêem a surdez? R: Tem muitas famílias que não acreditam que os filhos surdos sejam capazes de levar uma vida normal 2. Como se comunicam com a família? R: Teve um caso de um menino aprender "libras" com a família, não era libras de verdade, era sinais próprios, inventados entre eles para se comunicar com o filho. 3. O que vocês acham dos brinquedos para os surdos? R: Os brinquedos dos surdos são fracos, não são inteligentes, e os surdos são de mais 4. Como os surdos se relacionam com os recursos tecnológicos R: Os surdos adoram a tecnologia, redes sociais, mas só os que sabem escrever o português, que não são muitos, e mesmo sabendo escrever, o escrever deles é diferente do nosso 5. As crianças surdas brincam com as ouvintes? R: As crianças sudas brincam com as ouvintes. Não tem diferença nenhuma, porque não existe preconceito, isso é ensinado pelos adultos
  • 30. 29 6. A família apóia os surdos a estarem na associação? R: Para os surdos estarem aqui, é uma luta eu diaria, porque algumas famílias não querem e acham perda de tempo. 7. Na sua opinião qual a diferença do brincar de 20 anos atrás para o de agora? R: O ato de brincar mudou com o tempo, mas não considero o avanço da tecnologia o motivo principal, os tempos mudaram, a cidade cresceu e ficou mais perigosa. As mãe antigamente ficavam em casa cuidando do lar e deixava os filhos brincarem na rua, ja hoje as mães saem pra trabalhar deixando o filho na creche. Como as entrevistas informais não atenderam totalmente nosso problema, buscamos estar dialogando com outro publico que não fosse os educadores, e sim os responsáveis das crianças surdas e as mesmas, para assim conseguirmos um outro ponto de vista. Para que isso ocorresse, fomos até o Instituto de Audição e Terapia da Linguagem – IATEL é uma organização não governamental, fundada em 25 de março de 1969, localizada em Florianópolis e atendente de crianças e adolescentes da Grande Florianópolis e de outras cidades do estado. A Instituição desenvolve trabalhos educacionais específicos e clínicos, voltados para os surdos, visando sua inclusão na sociedade, sua capacitação e encaminhamento ao mercado de trabalho. Promovendo paralelamente ações preventivas, no que diz respeito aos distúrbios fonoaudiológicos, primando pela qualidade da comunicação oral e escrita. Com um questionário destinado as criancas surdas e aos pais ouvintes. No entanto houveram alguns obstáculos pois a quantidade de crianças que esperada era muito maior do que as que realmente se encontravam ali. Eram cinco crianças, todas com algum grau de entendimento em Libras, devido a pouca quantidade de crianças “que frequentavam tal local ” o questionário foi aplicado com o intuito de conhecer mesmo que não de forma quantitativa essas crianças. As questões e respostas direcionadas a criança são as seguintes: Questão 2, referente ao questionário das crianças
  • 31. 30 Fonte: Acervo próprio Questão 3, referente ao questionário das crianças Fonte: Acervo próprio Questão 4, referente ao questionário das crianças
  • 32. 31 Fonte: Acervo próprio Questão 5, referente ao questionário das crianças Fonte: Acervo próprio Questão 6, referente ao questionário das crianças
  • 33. 32 Fonte: Acervo próprio Questão 10, referente ao questionário das crianças Fonte: Acervo próprio Questão 11, referente ao questionário das crianças
  • 34. 33 Fonte: Acervo próprio 5. Sente dificuldade em se comunicar? se sim por que ? Surdo 1 R: Porque não tenho pouca libra. Surdo 2 R: Não. Surdo 3 R: Nem todo mundo me entende ou tem Libras. Surdo 4 R: Eu não tenho muito conhecimento em libras. Surdo 5 R: Não. 6. Você brinca com outras crianças surdas? se não, por que ? Surdo 1 R: Sim Surdo 2 R: Não, onde moro não tem crianças surdas da mesma idade. Surdo 3 R: Sim Surdo 4 R: Não, onde moro não tem crianças surdas na mesma idade. Surdo 5 R: Sim 7. Você brinca com outras crianças ouvintes? Todos responderam sim 8. Quais brincadeiras, brinquedos e/ou jogo você prefere? Surdo 1 R:Videogame Surdo 2 R: Jogos no celular, tablet, computador, qualquer um.
  • 35. 34 Surdo 3 R: Computador celular , carrinho, bola, pipa Surdo 4 R: Jogos no celular, qualquer um. Surdo 5 R: Eu prefiro todo os tipos de brinquedos ou jogos 9. Com quais brincadeiras, brinquedos e/ou jogos você prefere brincar com seus pais? Surdo 1 R: Brinco sozinho. Surdo 2 R: Eu uso celular, tablet. Surdo 3 R: Carrinho, bola. Surdo 4 R: Na minha casinha de boneca. Surdo 5 R: Gosto de jogar bola. 10. Você tem alguma dificuldade ao brincar com os seus pais? Surdo 1 R: Sim, mas não descreveu quais. Surdo 2 R: Não. Surdo 3 R: Sim, com meu pai porque ele não convive comigo. Surdo 4 R: Sim, Porque não tenho total comunicação com meus pais. Surdo 5 R: Não. 12. Como você imagina que seja as brincadeiras e os jogos no futuro? Surdo 1 R: Que seja criativo Surdo 2 R: Que no futuro as brincadeiras e os jogos fossem mas criativas e especificas para surdos. Surdo 3 R: Não. Surdo 4 R: Que no futuro as brincadeiras e os jogos fossem mas criativas e especificas para os surdos Surdo 5 R: Um brinquedo educativo A seguir, as questões e respostas direcionadas aos pais: Questão 02, referente ao questionário dos pais
  • 36. 35 Fonte: Acervo próprio Questão 04, referente ao questionário dos pais Fonte: Acervo próprio Questão 05, referente ao questionário dos pais
  • 37. 36 Fonte: Acervo próprio Questão 06, referente ao questionário dos pais Fonte: Acervo próprio Questão 07, referente ao questionário dos pais
  • 38. 37 Fonte: Acervo próprio Questão 10, referente ao questionário dos pais Fonte: Acervo próprio Questão 11, referente ao questionário dos pais
  • 39. 38 Fonte: Acervo próprio Questão 12, referente ao questionário dos pais Fonte: Acervo próprio 6. Você sente dificuldade em se comunicar com o seu(sua) filho(a)? Mãe do surdo 1 R: Sim, porque tenho pouca libras.
  • 40. 39 Mãe do surdo 2 R: Não. Mãe do surdo 3 R: Não. Mãe do surdo 4 R: Sim, Porque eu não tenho total conhecimento em libras. Mãe do surdo 5 R: Não. 8. Quais brinquedos e/ou jogos você utiliza com seu(sua) filho(a) ? Mãe do surdo 1 R: Jogar de computador Mãe do surdo 2 R: Dominó Mãe do surdo 3 R: Pipa, bole, gibi Mãe do surdo 4 R: Quebra cabeça e na casinha de boneca Mãe do surdo 5 R: Todos os tipos de brincadeiras 9. Quais brincadeiras,brinquedos e/ou jogos você prefere utilizar com seu(sua) filho(a)? Mãe do surdo 1 R: Bola , pipa Mãe do surdo 2 R: Dominó Mãe do surdo 3 R: Gibi, Skate. Mãe do surdo 4 R: Quebra cabeça e na casinha de boneca. Mãe do surdo 5 R: Não tem nenhum em especial. 10. Você tem alguma dificuldade ao brincar com o seu(sua) filho(a)? Mãe do surdo 1 R: Sim, porque eu não tenho libras Mãe do surdo 2 R: Não. Mãe do surdo 3 R: Sim, quanto á utilização de regras. Mãe do surdo 4 R: Sim, porque eu não tenho total conhecimento em Libras Mãe do surdo 5 R: Não 13. Você conhece algum brinquedo tecnológico para crianças surdas? Todos responderam não. A entrevista e o questionário ajudaram a perceber algumas caracteristica do nosso publico alvo, crianças surdas, tais como: • Dificuldade em compreender regras; • Atração por recursos tecnológicos; • Maior parte das crianças não entendem o portuques; • Sem dificuldade em libras; • Dificuldade ao comunicar-se com ouvintes que não conhecem libras;
  • 41. 40 Em relação a família dos surdos, tivemos duas experiências diferentes. Com os relatos das Educadoras da ASGF - Associação dos Surdos da Grande Florianópolis, foi visto um grande descaso familiar com o aprendizado e evolução para com as crianças surdas. Mas no Instituto de Audição e Terapia da Linguagem – IATEL foi observado que as mães tem uma preocupação para com o aprendizado dos filhos surdos, pois as mesmas os levam para o instituto com o intuito de lhes fornecer novos aprendizados e também o aperfeiçoamento da libras. E essas mães também se preocupam em aprender a libras, para assim poderem se comunicar com seu filho. Essas experiências nos deram a visão de diferentes situações no convívio de pais ouvintes e seus filhos surdos, sendo assim não temos apenas um ponto de vista a respeito do publico alvo, pois tivemos contato com diferentes realidades. De alguma forma essas experiências irão refletir nos conceitos de alguns modelos de estudo ou/e modelo fianal. Na terceira etapa ocorrerá o desenvolvimento dos conceitos e do painel imagético, sendo que ambos serão baseados na pesquisa com o consumidor e nos estudos iconográficos de produtos similares. Inclusive serão elaborados modelos de estudos (20 bidimensionais e 5 tridimensionais) dos quais somente um será escolhido como base para o desenvolvimento do modelo final. Também haverá a apresentação do portfólio contendo todas as etapas do projeto, que auxiliará na definição do conceito do modelo final. Na etapa referente ao projeto final faremos um relatório contendo todas as etapas anteriores como um registro da realização do projeto. Por fim será produzido um modelo final sendo que seus materiais ainda serão definidos. No entanto, pretende-se empregar materiais que melhor representem o produto real. 7 CRONOGRAMA Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho ETAPAS DO PROJETO 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 Apresentação do tema x o Encontros do grupo para realização do projeto x x x x x x x x x x x x x x o o o o o o o o Pesquisas bibliográficas e iconográficas x x x x x x x x x x o o o o o Entrevistas com o público-alvo x Apresentação Etapa 1 x Geração de x
  • 42. 41 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Camila Carolinne Silva; et al. Avaliativa da disciplina Introdução a Libras, curso de fisioterapia - Universidade Federal de Pernambuco AULETE, Caldas, 1823-1878: Novíssimo Aulete dicionário contemporâneo da lingua portuguesa / Caldas Aulete ; [organizador Paulo Geiger]. – Rio de Janeiro : Lexikon, 2011. 1488p. BEE, Helen; BOYD, Denise. A Criança em Desenvolvimento: 12ª Edição. Porto Alegre: Artmed Editora S.A., 2011. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=1WADy5MCL3sC&oi=fnd&pg=PA5&dq=psicologia+das+crian%C3%A7as+surdas&ots=4E 4bdMzLbv&sig=CwXN7S7PX-NIKd_FEM-dmRXtGvM#v=onepage&q&f=false >. Acesso em: 17 abr. 2014. BRECAILO, (2012) FALCÃO, Ana Patrícia Bezerra. RAMOS, Rafaela de Oliveira. A Importância do brinquedo e do Ato de Brincar para o desenvolvimento psicológico de crianças de 5 A 6 anos. Belém, 2002. Disponível em: < www.nead.unama.br/bibliotecavirtual/monografias/IMPORTANCIA_BRINQUEDO_ATO_BRINCAR.PD F > Acesso em: 14 mar. 2014 GESSER, Audrei, 1971 – LIBRAS? : Que lingua é essa? : crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e a realidade surda/ Audrei Gesser : [prefácio de Pedro M. Garcez]. – São Paulo : Parábola Editorial, 2009 LIBRAS. O que é libras?. Libras. 2011. Disponível em: < http://www.libras.com.br/libras/o-que-e- libras >. Acesso em: 06 mar. 2014. conceitos Desenvolvimento de alternativas x Painel Imagético x Simulações de solução do projeto x Elaboração dos Modelos x x Relatório Final x Projeto Final x Defesa x
  • 43. 42 LIRA, Aliandra Cristina Mesomo. Infância, jogos e brincadeiras na história : problematizando compreensões e associações. In: VII Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas. Disponível em : < http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/.../rmfX19r.doc >. Acesso em: 18 mar. 2014. MACHADO, Paulo Cesar. A política educacional de integração /inclusão: um olhar de egresso surdo/ Paulo Cesar Machado – Florianópolis : Ed. Da UFSC, 2008. Livro. MICHAELIS, pratico. Dicionário pratico da língua portuguesa. 2ª Edicao – São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009 Norman,Donald A.O design do futuro / Donald A. Norman; tradução de Talita rodrigues. - Rio de Janeiro: Rocco,2010 PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de Libras 1 – Iniciante. 3 ed. rev. E atualizada. Porto Alegre: Editora Pallotti, 2008. RODRIGUES, Luzia Maria. A criança e o brincar. Monografia do Curso de Especialização em Educação Infantil: “Desafios do trabalho cotidiano: a educação das crianças de 0 a 10 anos”, UFRRJ, 2009. Disponível em: < http://www.ufrrj.br/graduacao/prodocencia/publicacoes/desafios- cotidianos/arquivos/integra/integra_RODRIGUES.pdf > Acesso em: 13 abr. 2014. SILVA, Léa Stahlschmidt ; GUIMARÃES, Adriana Batista; VIEIRA, Cristiane Elise; FRANCK, Luciana Nazaré de Souza e HIPPERT Maria Isabel Steinherz. O brincar como portador de significados e práticas sociais; Revista do Departamento de Psicologia - UFF, v. 17 - n. 2, p. 77-87, Jul./Dez. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-80232005000200007&script=sci_arttext > Acesso em: 02 mar. 2014 SILVA, Daniele Nunes Henrique. Como brincam as crianças surdas / Daniele Nunes Henrique Silva – São Paulo: Plexus Editora, 2002. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?id=u5voRJMig1AC&pg=PA2&lpg=PA2&dq=Como+brincam+as+cria n%C3%A7as+surdas++Por+Daniele+Nunes+Henrique+Silva&source=bl&ots=OWCkNFJ54E&sig=9n XSy3j_G1auj9mB3Otoi4U0QbM&hl=pt- BR&sa=X&ei=e5VfU8yDNc3MsQTY44GQDA&ved=0CDgQ6AEwAQ#v=onepage&q=Como%20brinca m%20as%20crian%C3%A7as%20surdas%20%20Por%20Daniele%20Nunes%20Henrique%20Silva& f=false > Acesso em: 17 abr. 2014. SILVA, Daniele Nunes Henrique. Surdez e inclusão social: o que As brincadeiras infantis têm a nos dizer sobre esse debate? Caderno Cedes, vol.26, n. 69, p. 121-139, maio/ago. 2006. Disponível em < http://www.cedes.unicamp.br >. Acesso em: 20 mar. 2014.
  • 44. 43 SIMÕES, Marina Velosa. A língua de sinais como foco de construção do imaginário no brincar de crianças surdas. Educação Temática Digital, Campinas, v.7, n.2, p.24-33, jun. 2006 – ISSN: 1676-2592. SOUZA, Flavia Faissal; SILVA, Daniele Nunes Henrique. O corpo que brinca: Recursos simbólicos na brincadeira de crianças surdas. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 4, p. 705-712, out./dez. 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 73722010000400006 > Acesso em: 06 mar. 2014. ZWANG, Carla Graciele Nunes; NICOLOSO, Silvana. O processo de inclusão da inclusão da criança surda na educação infantil. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG. Vol. 3 n. 10 - jan.-jun./2007. ISSN 1807-2836. Disponível em: < http://teleduc.proinesp.ufrgs.br/cursos/diretorio/tmp/67/portfolio/item/187/46b8195a1a6e032aafc1.pdf > Acesso em: 28 mar. 2014