O documento discute a evolução do conceito de trabalho ao longo da história. Inicialmente, nas sociedades tribais, o trabalho era dividido igualmente e dedicava-se pouco tempo à produção. Posteriormente, com a escravidão e servidão, o trabalho era desvalorizado e realizado por escravos. Finalmente, com o capitalismo, o trabalho passou a ser visto como positivo e necessário, porém exigia longas jornadas.
IECJ - Cap. 5 - Trabalho na sociedade capitalista - 1º Ano EM
O trabalho nas sociedades tribais e sua evolução ao longo da história
1. 1º EM
Sociologia
CAP 04 - Trabalho
Prof.: Rodrigo
2. Trabalho
• Existe para satisfazer as necessidades humanas;
- alimentos;
- vestimentas;
- abrigo;
- lazer.
• Essa atividade nem sempre teve o mesmo significado, a mesma
organização e o mesmo valor.
3. A produção nas sociedades tribais
• As sociedades tribais diferenciam-se uma das outras em muitos
aspectos, mais pode-se dizer, em termos gerais, que não são estruturadas
pela atividade que em nossa sociedade denominamos trabalho. Nelas
todos fazem tudo. Ex.: caça, coleta, agricultura e criação.
• A organização dessas atividades caracteriza-se pela divisão das tarefas
por sexo e por idade.
• Os equipamentos e instrumentos utilizados, comumente vistos pelo
olhar estrangeiro como muito simples e rudimentares, são eficaz para
realizar tais tarefas.
• Economia de subsistência e de técnica rudimentar.
• “Sociedades de abundância” ou “sociedades do lazer”: dedicavam um
mínimo de horas diárias ao que nós chamamos de trabalho.
Ex.: Os ianomâmis, da Amazônia, dedicavam pouco mais de três horas
diárias às tarefas relacionadas à produção.
4. • A explicação para o fato de os povos tribais trabalhares muito menos do
que nós está no modo como se relacionam com a natureza, também
diferente do nosso.
“Para eles, a terra é um espaço em que vivem e tem valor cultural, pois dá
aos humanos seus frutos: a floresta presenteia os caçadores com os
animais de que necessitam para a sobrevivência e os rios oferecem os
peixes que ajudam na alimentação. Tudo isso é um presente da mãe
natureza”
5. Escravidão e servidão
• O termo trabalho pode ter nascido do vocabulário latino tripallium, que
significa “instrumento de tortura”.
• Nas sociedades grega e romana era a mão de obra escrava que garantia a
produção necessária para suprir as necessidades da população.
6. • Nas sociedades feudais, havia aqueles que trabalhavam – os servos, os
camponeses e os aldeãos – muitos trabalhavam em regime de
servidão, no qual não gozavam de plena liberdade, mas também não eram
escravos.
• Obrigações:
- corveia: construção e manutenção de estradas e pontes;
- talha: uma taxa que se pagava sobre tudo o que se produzia na terra;
- banalidades: uma taxa pelo uso do moinho, do forno, dos tonéis de
cerveja e pelo fato de, simplesmente, residir na aldeia.
• Da antiguidade até o fim da Idade Média, as
concepções do que denominamos trabalho
apresentam variações, mais poucas alterações.
Sempre muito desvalorizado, o trabalho não era o
elemento central, o núcleo que orientava as
relações sociais.
7. As bases do trabalho na sociedade moderna
• Com o fim do período medieval e a emergência do mercantilismo e do
capitalismo, o trabalho “mudou de figura”. Se antes ele era visto como
uma atividade penosa e torturante, passou aos poucos a ser considerado
algo positivo.
• Foi preciso convencer as pessoas de que trabalhar para os outros era
bom;
• Dizia-se que só assim todos sairiam beneficiados.
• Algumas instituições deram a sua colaboração para a mudança.
• Igreja: ter preguiça (não trabalhar) passou a ser pecado;
• Governantes : (leis e decretos que penalizavam quem não trabalhasse);
• Empresários: disciplina (horário);
• Escolas: passaram a ideia de que o trabalho era fundamental para a
sociedade (contos – “quem não trabalhava, levava a pior”).
8. • Transformações nos processos de organização do trabalho:
• Cooperação simples: o artesão ainda desenvolvia, ele próprio, todo o
processo produtivo, do molde ao acabamento.
• Manufatura (cooperação avançada): o trabalhador até continuava a ser
artesão, mas não fazia tudo, do começo ao fim. O produto tornou-se
resultado das atividades de muitos trabalhadores.
• Maquinofatura: o espaço de trabalho, definitivamente, passou a ser a
fábrica, pois era lá que estavam as máquinas que “comandavam” o
processo de produção.
Evolução das horas de trabalho semanal
Inglaterra França
1650-1750 45 a 55 horas 50 a 60 horas
1750-1850 72 a 80 horas 72 a 80 horas
1850-1937 58 a 60 horas 60 a 68 horas
• O trabalhador estava livre, quer dizer, não era mais escravo nem servo,
mas trabalhava mais horas do que antes.
9. O trabalhador estava livre
apenas legalmente porque, na
realidade, via-se forçado pela
necessidade a fazer o que lhe
impunham. E trabalhava mais
horas do que antes.
De acordo com Max Weber, em
seu livro História econômica
(1923), isso era necessário para
que o capitalismo existisse.
10. Não foi fácil submeter os trabalhadores às longas
jornadas e aos horários rígidos, pois a maioria deles
não estava acostumada a isso.
A maior parte da
população que foi para
as cidades trabalhava
anteriormente no
campo, onde o único
“patrão” era o ritmo
da natureza.