O documento discute as características e comportamento do lobo-guará, um canídeo típico do Cerrado brasileiro. Apesar de seu porte imponente, o lobo-guará é tímido e solitário, preferindo manter distância de humanos. Sua população vem diminuindo devido à perda de habitat e atropelamentos. Projetos de conservação buscam proteger a espécie em locais como a Serra da Canastra.
2. Entender E COMPREENder as características e
comportamento do lobo-guará
3. Parente dos lobos selvagens e dos cachorros
domésticos, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é
um animal típico do Cerrado e maior canídeo da
América do Sul, podendo atingir até um metro de
altura e pesar 30 quilos. Além do Brasil, pode ser
encontrado em regiões da Argentina, Bolívia,
Paraguai, Peru e Uruguai.
Altivo, esguio e elegante, também é conhecido como
lobo-de-crina, lobo-vermelho, aguará, aguaraçu e
jaguaperi, todos nomes atrelados a sua bela pelagem
laranja-avermelhada, que o torna um dos mais belos
animais brasileiros. Na natureza, vive cerca de 15
anos. A cada gestação, que dura pouco mais de dois
meses, nascem em média dois filhotes. O Guará tem
seus filhotes somente em junho e, quando nascem, a
fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho. Os
filhotinhos nascem pretos, com a ponta da cauda
branca.
4. Apesar do porte imponente e da alcunha de
“lobo”, é tímido, solitário e praticamente
inofensivo, preferindo manter distância de
populações humanas. Usa suas presas para se
alimentar de pequenos animais, como roedores,
tatus e perdizes, além de frutos variados do
Cerrado, como o araticum e a lobeira (Solanum
lycocarpum), alimento muito consumido pelo
guará.
É avistado normalmente circulando por grandes
campos nos fins de tardes e durante as noites.
Nessa rotina, costuma cruzar estradas onde
muitas vezes é atropelado. A ampla fragmentação
dos remanescentes de Cerrado faz com que
animais tenham que deixar refúgios de matas
para se alimentar e reproduzir, tornando-se
vítimas de automóveis e caçadores.
5. Entre fevereiro e junho deste ano, um projeto do
Instituto Brasília Ambiental registrou 141
atropelamentos na região da Reserva da Biosfera do
Cerrado.
Uma espécie ameaçada de extinção encontrou um
lugar mais seguro para se reproduzir no Parque
Nacional da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas
Gerais.
Durante dez anos biólogos e veterinários capturaram
lobos-guará para estudo na região da Serra da
Canastra. Um deles, por causa das pernas longas,
ganhou o nome do recordista mundial e bicampeão
olímpico, o jamaicano Usain Bolt. É o maior lobo já
visto pelos pesquisadores na natureza.
. Em um dia o animal chega a caminhar 30
quilômetros. Por isso, foi tão importante a criação do
Parque Nacional da Serra da Canastra para garantir o
aumento da população dessa espécie. Principalmente,
se considerarmos que a área do cerrado foi reduzida a
20% do tamanho original, por conta do avanço das
plantações e da criação de animais.
6. O projeto também conscientizou os moradores da
região para a importância da preservação. Mas
esbarrou numa dificuldade criada pelo próprio
instinto dos animais. Foram registrados ataques
de lobos às galinhas nas fazendas. Os
proprietários, para revidar esse processo, eles
.batem ou perseguem esses animais.
Com a ajuda do projeto, a solução foi bem
simples: galinheiros. Como resultado, não há
registro de mortes de lobos por tiros nos últimos
seis anos.
Seu habitat natural são os cerrados, os quais,
atualmente, estão tomados pela agricultura. A
grande quantidade de gado e as queimadas,
também, são fatores que interferiram na
continuação em abundância da espécie
7. conta com uma população total de mais de 23
mil animais. Deste número, 21 mil encontram-
se no Brasil, mais de 800 no Paraguai, de 600
na Argentina e de mil na Bolívia. E é
justamente no país onde há a maior
população, que o animal corre o risco de
desaparecer.