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UMA REFLEXÃO BÍBLICA SOBRE OS SISTEMAS DE GOVERNO
                           E ORDENANÇAS DA IGREJA


Formas/Sistemas de Governo da Igreja


Ao longo de toda a História, houve várias formas básicas de governo da Igreja. Vou
analisar os mais conhecidos e estruturados. Depois da análise, tentarei determinar se
alguma delas é preferível para hoje. As formas que analisaremos são:
•     Episcopal
•     Presbiteriana
•     Congregacional


Segue abaixo uma explicação rápida de cada uma:


1. Sistema de Governo Episcopal:
Na forma episcopal de governo, a autoridade reside no bispo. Há vários graus de
episcopado, ou seja, há variações quanto ao número de níveis de bispos. A forma mais
simples de governo episcopal é encontrada na Igreja Metodista, que só possui um nível
de bispos. Um pouco mais desenvolvida é a estrutura governamental da Igreja Anglicana
ou Episcopal, enquanto a Igreja Católica Romana possui o sistema mais completo de
hierarquia, com a autoridade investida especialmente no sumo pontífice, o bispo de
Roma, o papa.
É natural no sistema episcopal a idéia de diferentes níveis de ministério ou diferentes
graus de ordenação. O primeiro nível é o do ministro ou do sacerdote comum. Em
algumas Igrejas, há passos ou divisões dentro desse primeiro nível, por exemplo, diácono
e presbítero. Os clérigos nesse nível são autorizados a desempenhar todas as tarefas
básicas associadas ao ministério, ou seja, pregam e ministram as ordenanças. Além
desse nível, há um segundo nível de ordenação que constitui uma pessoa bispo. O papel
dos bispos é exercer o poder de Deus de que foram investidos. Em particular, como
representantes de Deus e pastores, governam um grupo de Igrejas e cuidam dele, em vez
de simplesmente cuidar de uma congregação local. Entre seus poderes está a de ordenar
ministros ou sacerdotes. Há Igrejas que não usam a nomenclatura “bispos” mas outras.
Porém realizam a mesma função e com os mesmos poderes, por exemplo são usados os
seguintes termos em algumas Igrejas: superintendente regional, diretores gerais,
presidente ou termos semelhantes.
As Igrejas evangélicas pentecostais e neo-pentecostais são os grupos que mais se
identificam com o sistema de governo episcopal.


2. Sistema Presbiteriano de governo:
Este sistema de governo da Igreja também coloca a autoridade em determinado ofício,
mas o ofício individual e o detentor do ofício destacam-se menos que uma série de
grupos representativos que exercem tal autoridade. O oficial principal na estrutura
presbiteriana é o presbitério, posição que remonta à sinagoga judaica. Os presbíteros são
encontrados na Igreja do Novo Testamento. Em Atos 11: 30 lemos a presença dos
presbíteros na congregação de Jerusalém. Os irmãos de Antioquia providenciaram auxílio
material aos crentes de Jerusalém, enviando suas ofertas aos presbíteros pelas mãos de
Barnabé e Paulo. As epístolas pastorais também mencionam os presbíteros.
Parece que na época do NT as pessoas escolhiam seus presbíteros, e eram pessoas a
quem consideravam particularmente qualificados para dirigir a Igreja. Ao escolherem os
presbíteros, a Igreja somente externava o que o Senhor já havia escolhido.
No sistema presbiteriano, entende-se que a autoridade de Cristo é dispensada a
indivíduos crentes, que a delegam aos presbíteros por eles escolhidos que passam a
representá-los dali em diante.
Uma vez eleitos ou designados, os presbíteros atuam em favor ou no lugar dos indivíduos
crentes. É, portanto, entre os presbíteros que a autoridade divina atua dentro da Igreja.
Esta autoridade é exercida numa série de concílios. No âmbito da Igreja local, o conselho
ou o consistório é o grupo responsável pelas decisões. Todas as Igrejas de uma área
determinada são governadas por um presbitério. O grupo seguinte é o sínodo, formado
por igual número de presbíteros leigos e clérigos escolhidos pelos presbitérios No nível
mais alto, a Igreja Presbiteriana também possui uma assembléia geral, chamada de
Supremo Concílio, composta de mais uma vez de representantes leigos e clérigos dentre
os presbíteros. As prerrogativas de cada um desses concílios são descritas na
constituição da denominação.
O sistema presbiteriano é diferente do episcopal no fato de existir só um nível de clero. Só
existe o presbítero docente (o pastor) ou o presbítero regente. Não existem níveis mais
altos como o de bispo. É claro que certas pessoas são eleitas para cargos administrativos
dentro dos concílios. Elas são selecionadas para presidir ou supervisionar funções
específicas. Não são bispos, não havendo ordenações especiais para tais funções. Não
existe autoridade especial inerente ao ofício. Outra medida de nivelamento no sistema
presbiteriano é uma coordenação deliberada entre clérigos e leigos. Ambos os grupos são
incluídos em todos os concílios. Ninguém possui poderes ou direitos especiais que o
outro não possua.


3. Sistema Congregacional de governo:
A terceira forma de governo da Igreja é a Congregacional e destaca o papel do cristão
como indivíduo e tem a Igreja local como centro de autoridade. Dois conceitos são
básicos   ao     sistema   Congregacional:   autonomia   e   democracia.   Por   autonomia
entendemos que a congregação é independente e governa a si mesma. Não há poderes
externos que possam ditar diretrizes para a Igreja local. Por democracia entendemos que
cada membro da congregação local tem voz em seus assuntos. São os indivíduos da
congregação que possuem e exercem autoridade. A autoridade não é prerrogativa de um
único indivíduo ou de um grupo seleto. Entre as principais denominações que praticam a
forma de governo congregacional estão os grupos batistas, congregacionais e boa parte
dos luteranos.
Seguindo um princípio de autonomia, cada Igreja local chama seu próprio pastor e
determina seu próprio orçamento. Ela adquire e gere propriedades independentemente
de quaisquer autoridades externas. O princípio da democracia baseia-se no sacerdócio
de todos os crentes que, segundo entendem, ficaria prejudicado, caso bispos ou
presbíteros recebessem a prerrogativa de tomar as decisões. A obra de Cristo torna tais
dirigentes desnecessários, pois agora cada crente tem acesso ao Santo dos Santos e
pode ter acesso direto a Deus. Além disso, como Paulo nos relembra cada membro ou
parte do corpo pode fazer uma contribuição valiosa para o bem-estar do todo.
Há, certamente, alguns elementos de democracia representativa dentro da forma
congregacional de governo da Igreja. Certas pessoas são eleitas por livre escolha dos
membros do corpo para servir de maneiras especiais. Todas as decisões mais
importantes, porém, tais como a contratação de um pastor e a compra ou venda de
propriedades, são tomadas pela Igreja como um todo.


     Um Sistema de governo Eclesiástico para Hoje
Tentativas de desenvolver para a Igreja uma estrutura de governo que esteja de acordo
com a autoridade da Bíblia encontram dificuldades em dois pontos.
O primeiro é a falta de material didático. Não há exposição detalhada sobre como deve
ser o governo da Igreja. Quando passamos a examinar as passagens descritivas,
encontramos um segundo problema. Há tantas variações nas descrições das Igrejas do
NT, que não conseguimos descobrir um padrão ou norma.
Um princípio evidente no NT, especialmente em 1 Coríntios, é o valor da ordem. É
desejável que certas pessoas sejam responsáveis por ministérios específicos. Outro
princípio é o sacerdócio de todos os crentes. Cada pessoa é capaz de relacionar-se
diretamente com Deus. Finalmente, a idéia de que cada pessoa é importante para todo o
corpo está implícita em todo o NT e explícita em passagens como a de Romanos 12 e 1
Coríntios 12.
Levando em consideração isso, a forma congregacional de governo da Igreja é a que
cumpre melhor os princípios expostos. Ela leva em consideração o princípio do
sacerdócio e da competência espiritual de todos os crentes. Também leva em
consideração a promessa de que o Espírito Santo habita em todos os crentes e os dirige.
Porém, mesmo nesse sistema de governo problemas podem ocorrer. A Igreja local pode
se tornar fechada para os de fora, com regras e tradições e não crescer numericamente.
Se a Igreja neste sistema não atentar para este perigo pode se tornar um “clube social”
com atividades e mais atividades para deixar todos os seus membros satisfeitos e ativos,
porém de uma forma egoísta, orgulhosa e ultra-religiosa, fazendo-os esquecer a
verdadeira missão da Igreja.
Entretanto, este sistema, em minha opinião, evita muitas vezes a “ditadura e a tirania
individual” que por vezes acontecem no sistema episcopal com líderes que manipulam e
não consideram os demais membros da congregação ou de congregações. Além disso,
valoriza o membro da congregação e incentiva o sentimento de realização e de utilidade
de toda congregação, pois todos podem contribuir, mesmo que apenas com uma
sugestão ou proposta. Mas, também pode incentivar e motivar a “tirania de um grupo ou
família antiga da igreja”, que manipula os demais membros, pois se sentem “donos”
daquela congregação. Outra parte negativa a meu ver é que uma Igreja Local ainda
imatura pode transformar a missão da Igreja em mero ativismo e chegar às raias do
desrespeito e insubmissão a quem ali pastoreia.
Dessa forma, a proteção para a Igreja seria o sistema episcopal onde um líder maduro e
temente a Deus lideraria sob a orientação do Espírito Santo. Mas, sendo homem e
pecador, mesmo o melhor líder pode descuidar e pastorear de forma equivocada e até
desonesta. Alguém disse que o poder centralizado em uma só pessoa pode corrompê-la.
Isso realmente é um fato em muitas denominações evangélicas.
Resta-nos então o sistema presbiteriano ou presbiterial onde um corpo de líderes
(presbíteros) lidera e representa a congregação. Realmente esse sistema pode funcionar
muito bem quando esse grupo tem muito claro suas obrigações e missão no Corpo de
Cristo. Porém tais quais os demais sistemas, problemas de desonestidade, imaturidade,
vaidades, politicagens e coisas semelhantes ocorrem com certa freqüência, trazendo
desconforto e confusão a congregação.
Portanto, mesmo entendendo que o sistema congregacional pode ser a princípio, o mais
desejável e preferível, não sou ingênuo o bastante para tê-lo como norma para a Igreja.
Da mesma forma, os outros dois sistemas podem funcionar bem, mas também não são
perfeitos e irrepreensíveis. Sei que qualquer destes três sistemas vistos podem ser
manipulados por pessoas de má fé, inconseqüentes e até ignorantes quanto às
necessidades e prioridades da Igreja.
Penso então que o melhor sistema de governo para a Igreja atual é aquele onde Cristo é
o centro de tudo, e todas as decisões tem como objetivo a Glória de Deus, a edificação do
corpo de Cristo e a evangelização dos perdidos. Talvez seja uma utopia da minha parte,
mas é o que a Bíblia nos ensina. Você concorda então que é uma santa utopia, não é
mesmo?


As Ordenanças da Igreja
As ordenanças da Igreja são duas: o batismo e a ceia do Senhor. São chamadas
“ordenanças” porque foram ordenadas por Cristo para serem observadas pela Igreja.
Algumas vezes são chamadas “sacramentos”. Nenhum destes termos é achado no NT.
São palavras adotadas por conveniências, para designar o batismo e a ceia do Senhor. O
termo “sacramento”, porém indica haver algum benefício salvador participando dele, mas
não há base para isso no NT.
É aconselhável então utilizar o termo “ordenança” já que indica autoridade e que sua
observância é exigida como ato de obediência. Esta é a idéia e a palavra que a maioria
dos evangélicos aceitam e usam, e a meu ver é a que mais se identifica com as
Escrituras.


     O Batismo
O termo “batismo” é uma transliteração do substantivo grego “baptisma”, o verbo é
baptizo, que significa “imergir” ou “submergir”. Além da prática do batismo, esses termos
são usados no NT para descrever cerimônias de purificação com água (1). Também são
usados metaforicamente de várias maneiras (2).
Os cristãos, nos seus primeiros dias, não eram os únicos a praticar o batismo. Na
verdade, na época do NT vários grupos distintos usavam alguma forma de batismo em
seus rituais religiosos para obter a remoção da culpa, a purificação moral e um novo
começo ou nascimento.
Mas, qual o sentido ou significado do batismo para o Cristianismo? Posso responder
afirmando que: O batismo é o ato por meio do qual o crente publicamente simboliza a sua
confissão de Cristo e se identifica com Sua Igreja. É uma ordenança confiada a guarda da
Igreja e a ser administrada por sua autoridade, por isso deve ser ministrada por uma
pessoa crente, também batizada e autorizada pela Igreja.
O batismo é, portanto, uma proclamação poderosa da verdade do que Cristo fez; é uma
“palavra em forma de água”, confirmando a participação do crente na morte e
ressurreição de Cristo. É mais um símbolo que um mero sinal, pois é um quadro vivo da
verdade que transmite. Não há relação entre o sinal e o que ele representa. É apenas um
sinal, por exemplo, como um sinal verde que nos manda seguir, em vez de parar. Já um
sinal de cruzamento com uma ferrovia é mais que um sinal, pois contém um desenho do
que pretende indicar, o cruzamento de uma estrada com um trilho ferroviário. O batismo é
um símbolo, não um simples sinal, pois de fato retrata a morte e a ressurreição do crente
com Cristo.


     Formas ou Modos do Batismo
 Não é possível resolver a questão do modo adequado tomando por base os dados
lingüísticos. Devemos notar, porém, que o significado predominante da palavra grega é
“mergulhar” ou “imergir na água”. Mesmo Martinho Lutero e João Calvino reconhecem
que imersão é o significado básico do termo e que essa era a forma original do batismo
praticado pela Igreja primitiva. Há algumas considerações que sustentam a idéia de que a
imersão era o procedimento bíblico, por exemplo: João batizava em Enom “porque havia
ali muitas águas”(3). Também quando o eunuco etíope disse a Filipe: “Eis aqui água, que
impede que seja batizado?”(4). Então os dois desceram até a água, Filipe o batizou e
ambos saíram da água.
Há pouca dúvida de que o procedimento seguido nos tempos do NT era a imersão. Mas
isso significa que precisamos praticar a imersão hoje? Ou há outras possibilidades como
a aspersão como alguns defendem? As pessoas para quem o método não parece crucial
sustentam que não há ligação essencial entre o significado do batismo e a maneira pelo
qual é ministrado. Mas se, como afirmei anteriormente, o batismo é de fato um símbolo, e
não um mero sinal acidental, não temos também liberdade de mudar o modo de realizá-
lo.
Por tudo isso, o batismo no NT tem um simbolismo rico e um propósito vital. Era o
primeiro ato público do crente e o identificava com a morte salvadora de Cristo, com os
salvos e com a missão de salvação.
Quando penso que existem “novos-convertidos” que não querem ser batizados, imagino
que: ou não foram esclarecidos e ensinados biblicamente sobre o assunto ou não são na
realidade convertidos e sim apenas novos na Igreja. Um crente que não quer ser batizado
é como um namorado que não quer casar. Ou este namorado está enganando a
namorada ou não a ama como afirma.
Como vimos anteriormente no caso de Filipe e o eunuco não houve preparação para o
batismo. O batismo é o primeiro passo, biblicamente falando, de todo aquele que
entregou a vida para o Senhor e o reconheceu como único e suficiente Salvador. Não é
necessário preparação para o batismo, apenas se ensina o significado bíblico e sua
necessidade ao novo membro do corpo de Cristo.
Muitas vezes, vemos Igrejas com cursos imensos de preparação para batismo assim
como uma investigação quase que policial da vida particular e pessoal do novo convertido
para descobrir se há algo que o desabone para o batismo. Ora, isso nada mais é do que
um profundo desconhecimento de Bíblia e conseqüentemente ignorância quanto aos
aspectos da doutrina da salvação. Quem foi salvo por Cristo não pode ser desabonado
por homem algum, muito menos impedido de ser batizado. A regeneração e a Justificação
são instantâneas, já a Santificação é um processo gradativo e distinto de pessoa para
pessoa. O novo-convertido vai aprender com os ensinos ministrados pela Igreja assim
como em sua vida devocional de leitura e estudo da Bíblia. Conforme for caminhando em
sua vida cristã o Espírito Santo vai lhe iluminando para entender o certo e o errado, e na
maioria das vezes só começamos a entender depois de muito tempo, às vezes
demoramos uma vida toda para começarmos a compreender.
Se formos batizar somente depois de acontecer tudo isto, não haverá mais batismos em
nossas Igrejas por muitos e muitos anos.
Deixemos a hipocrisia dos fariseus de lado e cumpramos o que a Bíblia nos ordena, sem
inventarmos.
Ouviu a pregação do Evangelho de Cristo, foi convencido pelo Espírito Santo, fez uma
entrega de vida a Cristo e o reconheceu como único e suficiente Salvador? Ensina-se o
que é batismo e batiza-se. Ponto final.
Não há ninguém que possa descobrir com certeza se alguém é salvo ou não. Façamos a
nossa parte e Deus que é soberano e sabe todas as coisas julgará e realizará o que tem
como propósito.


     A Ceia do Senhor
Enquanto o batismo é o rito de iniciação, a Ceia do senhor é o rito contínuo da Igreja
visível. Ela pode ser definida, em caráter preliminar, como um rito que Cristo mesmo
estabeleceu para que a Igreja a praticasse em comemoração à Sua morte.
Todos os que estudam mais profundamente esta ordenança encontram rapidamente um
fato curioso. Genericamente todos os ramos do cristianismo a praticam, mas por outro
lado, há muitas interpretações.
Historicamente, na realidade criou e continua criando separação entre vários grupos
cristãos. Portanto, é um fator que, ao mesmo tempo, une e divide a cristandade.
Muitas vezes, o aspecto do valor espiritual ou prático da ceia do Senhor perdeu-se na
disputa sobre aspectos teóricos.
Concordo que a questão teórica não deve ser descartada, pois elas afetam as
considerações espirituais, mas se ficarmos atolados nas questões técnicas e não
chegarmos a lidar com o significado prático, perderemos de vista todo o motivo pelo qual
Cristo estabeleceu a ceia. Não é suficiente compreender seu significado, precisamos
também vivenciar esse significado.
E para compreender e vivenciar é necessário ter em mente o verdadeiro significado da
ceia do Senhor e não desvirtuar a idéia original de Cristo.
Há algumas concepções distintas para a ceia, veja a seguir:


1. A Concepção Católica Romana
Esta concepção foi oficializada no Concílio de Trento (1543-63) e afirma que as
substâncias do pão e do vinho quando consagradas pelo sacerdote transformam-se
respectivamente na carne e sangue de Cristo. O pão e o vinho mantêm a forma, a textura
e o sabor, mas Cristo está por inteiro e plenamente presente em cada uma das partículas
da hóstia. Todos os que participam da ceia do Senhor, ou da santa eucaristia, como é
denominada, ingerem literalmente o corpo físico e o sangue de Cristo. É a denominada
doutrina da transubstanciação.


2. A Concepção Luterana
Esta concepção afirma que o pão e o vinho não se transformam na carne e sangue de
Cristo, mas a carne e o sangue de Cristo estão presente neles simultaneamente sem
contudo transformá-los. É a doutrina da consubstanciação.


3. A Concepção Reformada ou Calvinista
Esta concepção afirma que Cristo esta presente na ceia do Senhor, porém não
fisicamente. A sua presença é espiritual. Os que estão comungando na ceia são
espiritualmente nutridos quando o Espírito Santo lhes dá uma relação mais estreita com a
pessoa de Cristo. É a doutrina da presença mística de Cristo.


4. A Concepção Zwingliana
Esta última concepção afirma que a ceia do Senhor é apenas uma comemoração. É
apenas um memorial, ou seja, serve apenas para o crente relembrar a morte de Cristo e
sua eficácia em seu favor. É a doutrina chamada de símbolo de Cristo.


     A Opinião do autor
Para expor minha opinião sobre o assunto preciso primeiro fazer algumas considerações
sobre as concepções existentes e mencionadas anteriormente.
A concepção católica romana bem como a luterana encontram muitas dificuldades para
se sustentar quando há uma confrontação com a Bíblia. Os que defendem estas
concepções alegam que quando Cristo dizia “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”
estava falando literalmente. Mas, sabemos que Cristo usava muitas metáforas para
explicar aos discípulos verdades desconhecidas a eles. Podemos ver isso quando
afirmava: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”, “Eu sou a videira, vós os ramos...”,
“Eu sou o bom pastor...”, “Eu sou o pão da vida...” e assim por diante.
Na última ceia Ele usou uma metáfora semelhante: “Isto (este pão) é o meu corpo”, “Isto
(este vinho) é o meu sangue”, que pode ser interpretado como: “Isto representa ou
significa o meu corpo” e “Isto representa ou significa o meu sangue”. Esta explicação nos
poupa de muitas dificuldades que encontraremos se acreditarmos que Cristo esta
presente fisicamente na ceia.
Mas o que dizer da idéia reformada de que Cristo está presente espiritualmente? Ele se
firma ao lembrarmos que Cristo disse aos discípulos que estaria com eles em todos os
lugares e em todos os tempos (1). E também prometeu estar conosco quando nos
reuníssemos como crentes (2). Aprendemos, portanto, que a ceia também é um ato de
adoração. Mas, sabemos que a Bíblia não se interpreta por um ou dois versículos
isolados do restante, e sabedores disso devemos levar em consideração que no texto de I
Cor. 11:26 a idéia é de uma comemoração pois diz :“até que Ele venha”. Se Ele virá é
porque não esta aqui.
Diante disso tudo devemos entender a Ceia do Senhor como um rito da Igreja que tem
como objetivo nos lembrar do sacrifício de Cristo na cruz por cada um de nós, crentes e
que Ele voltará para nos levar consigo um dia. O pão e o vinho são símbolos do corpo e
sangue de Cristo que por sua vez simbolizam o sacrifício expiatório pelos nossos
pecados. E relembrando disto, O adoremos e O louvemos por tão grande amor e infinita
misericórdia. Quem está conosco e habitando-nos é o Santo Espírito, o Consolador que
foi enviado para estar conosco quando Jesus Cristo ascendeu aos céus e se posicionou a
direita de Deus Pai. A ceia do Senhor é um momento de relacionamento e comunhão com
Cristo. Devemos chegar a cada ceia que participarmos confiando que ali vamos nos
encontrar com Ele através do Espírito Santo. Devemos pensar não como uma presença
de Cristo fisicamente, mas como uma promessa de relacionamento mais íntimo com Ele.
Sabemos que estando o Espírito conosco, Deus está conosco.
E se a pessoa do próprio Senhor Jesus Cristo quiser estar presente em uma reunião de
ceia?
Bem, neste caso quem somos nós para “julgar” os atos ou a vontade de Deus. Se Ele
quiser estar presente física ou espiritualmente, com certeza estará, seja da forma ou no
momento que desejar. Devemos ser flexíveis quanto a esta questão.
Vemos então na ceia do Senhor a inter-relação dramatizada entre as relações humanas e
o relacionamento com Deus, ou seja, a essência da experiência está na comunhão e na
adoração, na refeição comunitária e, ao mesmo tempo, na recordação da morte do
Senhor Jesus Cristo em nosso favor, bem como da promessa de Sua volta.
É um sermão pregado pela Igreja em silêncio.


(1) Mat. 28:20; João 14:23; 15:4-7   (2) Mat. 18:20
     Quem pode participar da Ceia do Senhor?
Em nenhuma parte das Escrituras encontramos uma declaração dos pré-requisitos para
que se receba a ceia do Senhor. Podemos, todavia por inferência, afirmar que se a ceia
do Senhor significa um relacionamento espiritual entre o crente como indivíduo e o
Senhor, um pré-requisito é um relacionamento pessoal com Deus. Em outras palavras, os
que participam devem ser crentes nascidos de novo.
É recomendável que um crente que esteja praticando um pecado não participe da ceia,
porém a proibição por parte da Igreja encontra sérias dificuldades nas orientações neo-
testamentárias, mesmo tendo como forte justificativa o conselho de Paulo para afastar
pessoas com graves pecados (1). Creio que a melhor saída para este impasse é o
ensinamento bíblico dado aos irmãos coríntios: “examine-se, pois o homem a si mesmo, e
assim coma deste pão e beba deste cálice”(2).
A maioria das Igrejas evangélicas usam outro pré-requisito para alguém participar da ceia
do Senhor que é o batismo. Todavia, não encontramos na Bíblia nenhuma orientação
quanto a isso. Entendo que esta é uma forma de selecionar aqueles que verdadeiramente
foram salvos por Cristo. Mas, como já disse anteriormente, não sabemos e nunca
saberemos quem é salvo mesmo e quem não o é. Se a Bíblia não nos orienta a tomar tal
medida na Igreja, com certeza, Deus não esqueceu este detalhe. Não podemos proibir
um crente salvo de participar da mesa de seu Salvador. A ceia é do Senhor, não da Igreja
do Senhor. A ceia é para os salvos, não dos salvos.
Devido a mania da Igreja impor normas e proibir algo que Deus não impôs normas e nem
proibiu a todos os salvos, encontramos várias posições diferentes na Igreja evangélica
quanto a ministração da ceia do Senhor, veja a seguir:


1. A Ceia do Senhor Ecumênica:
É um tipo de ceia aberta a todas as religiões existentes. Utilizada por algumas Igrejas
evangélicas neo-pentecostais.
2. A Ceia do Senhor Livre:
É um tipo de ceia aberta a todas as denominações evangélicas. Utilizada pela maioria das
Igrejas evangélicas pentecostais e tradicionais. Há a exigência do batismo.
3. A ceia do Senhor Restrita:
É um tipo de ceia restrita aos membros da mesma denominação. Utilizada por algumas
Igrejas evangélicas pentecostais e tradicionais. Há a exigência do batismo.
4. Ceia do Senhor Ultra-Restrita:
É um tipo de ceia restrito aos membros somente daquela congregação. Utilizada na
maioria por grupos evangélicos minoritários e seitas “pseudo-evangélicas”.
5. Ceia do Senhor Soteriológica:
É um tipo de ceia aberta a todos os salvos, a critério dos participantes. Não há a
exigência do batismo nas águas.
(1) I Cor. 5: 1-5 (2) I Cor. 11: 28


      Quem pode ministrar a Ceia do Senhor ?
Extraindo da Bíblia a resposta, podemos chegar a conclusão que a ministração da ceia do
Senhor foi uma tarefa delegada à Igreja e, portanto ela deve fazê-lo através de seus
líderes e oficiais ou a quem eles ou a Igreja designar. Mas, também não há nenhuma
orientação contra um crente salvo por Cristo ministrando a ceia do Senhor. A Igreja sendo
um organismo e uma organização tem a sua forma usual de realizar a ministração, mas
todas as vezes que se faz menção de ceia do Senhor na Bíblia, ela está sendo ministrada
por um apóstolo ou presbítero (pastor, bispo) e pelo próprio Senhor Jesus Cristo, daí a
ceia hoje ser ministrada somente pelos líderes e oficiais da Igreja.

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Uma reflexão bíblica sobre os sistemas de governo e ordenanças da igreja

  • 1. UMA REFLEXÃO BÍBLICA SOBRE OS SISTEMAS DE GOVERNO E ORDENANÇAS DA IGREJA Formas/Sistemas de Governo da Igreja Ao longo de toda a História, houve várias formas básicas de governo da Igreja. Vou analisar os mais conhecidos e estruturados. Depois da análise, tentarei determinar se alguma delas é preferível para hoje. As formas que analisaremos são: • Episcopal • Presbiteriana • Congregacional Segue abaixo uma explicação rápida de cada uma: 1. Sistema de Governo Episcopal: Na forma episcopal de governo, a autoridade reside no bispo. Há vários graus de episcopado, ou seja, há variações quanto ao número de níveis de bispos. A forma mais simples de governo episcopal é encontrada na Igreja Metodista, que só possui um nível de bispos. Um pouco mais desenvolvida é a estrutura governamental da Igreja Anglicana ou Episcopal, enquanto a Igreja Católica Romana possui o sistema mais completo de hierarquia, com a autoridade investida especialmente no sumo pontífice, o bispo de Roma, o papa. É natural no sistema episcopal a idéia de diferentes níveis de ministério ou diferentes graus de ordenação. O primeiro nível é o do ministro ou do sacerdote comum. Em algumas Igrejas, há passos ou divisões dentro desse primeiro nível, por exemplo, diácono e presbítero. Os clérigos nesse nível são autorizados a desempenhar todas as tarefas básicas associadas ao ministério, ou seja, pregam e ministram as ordenanças. Além desse nível, há um segundo nível de ordenação que constitui uma pessoa bispo. O papel dos bispos é exercer o poder de Deus de que foram investidos. Em particular, como representantes de Deus e pastores, governam um grupo de Igrejas e cuidam dele, em vez de simplesmente cuidar de uma congregação local. Entre seus poderes está a de ordenar ministros ou sacerdotes. Há Igrejas que não usam a nomenclatura “bispos” mas outras. Porém realizam a mesma função e com os mesmos poderes, por exemplo são usados os
  • 2. seguintes termos em algumas Igrejas: superintendente regional, diretores gerais, presidente ou termos semelhantes. As Igrejas evangélicas pentecostais e neo-pentecostais são os grupos que mais se identificam com o sistema de governo episcopal. 2. Sistema Presbiteriano de governo: Este sistema de governo da Igreja também coloca a autoridade em determinado ofício, mas o ofício individual e o detentor do ofício destacam-se menos que uma série de grupos representativos que exercem tal autoridade. O oficial principal na estrutura presbiteriana é o presbitério, posição que remonta à sinagoga judaica. Os presbíteros são encontrados na Igreja do Novo Testamento. Em Atos 11: 30 lemos a presença dos presbíteros na congregação de Jerusalém. Os irmãos de Antioquia providenciaram auxílio material aos crentes de Jerusalém, enviando suas ofertas aos presbíteros pelas mãos de Barnabé e Paulo. As epístolas pastorais também mencionam os presbíteros. Parece que na época do NT as pessoas escolhiam seus presbíteros, e eram pessoas a quem consideravam particularmente qualificados para dirigir a Igreja. Ao escolherem os presbíteros, a Igreja somente externava o que o Senhor já havia escolhido. No sistema presbiteriano, entende-se que a autoridade de Cristo é dispensada a indivíduos crentes, que a delegam aos presbíteros por eles escolhidos que passam a representá-los dali em diante. Uma vez eleitos ou designados, os presbíteros atuam em favor ou no lugar dos indivíduos crentes. É, portanto, entre os presbíteros que a autoridade divina atua dentro da Igreja. Esta autoridade é exercida numa série de concílios. No âmbito da Igreja local, o conselho ou o consistório é o grupo responsável pelas decisões. Todas as Igrejas de uma área determinada são governadas por um presbitério. O grupo seguinte é o sínodo, formado por igual número de presbíteros leigos e clérigos escolhidos pelos presbitérios No nível mais alto, a Igreja Presbiteriana também possui uma assembléia geral, chamada de Supremo Concílio, composta de mais uma vez de representantes leigos e clérigos dentre os presbíteros. As prerrogativas de cada um desses concílios são descritas na constituição da denominação. O sistema presbiteriano é diferente do episcopal no fato de existir só um nível de clero. Só existe o presbítero docente (o pastor) ou o presbítero regente. Não existem níveis mais altos como o de bispo. É claro que certas pessoas são eleitas para cargos administrativos dentro dos concílios. Elas são selecionadas para presidir ou supervisionar funções
  • 3. específicas. Não são bispos, não havendo ordenações especiais para tais funções. Não existe autoridade especial inerente ao ofício. Outra medida de nivelamento no sistema presbiteriano é uma coordenação deliberada entre clérigos e leigos. Ambos os grupos são incluídos em todos os concílios. Ninguém possui poderes ou direitos especiais que o outro não possua. 3. Sistema Congregacional de governo: A terceira forma de governo da Igreja é a Congregacional e destaca o papel do cristão como indivíduo e tem a Igreja local como centro de autoridade. Dois conceitos são básicos ao sistema Congregacional: autonomia e democracia. Por autonomia entendemos que a congregação é independente e governa a si mesma. Não há poderes externos que possam ditar diretrizes para a Igreja local. Por democracia entendemos que cada membro da congregação local tem voz em seus assuntos. São os indivíduos da congregação que possuem e exercem autoridade. A autoridade não é prerrogativa de um único indivíduo ou de um grupo seleto. Entre as principais denominações que praticam a forma de governo congregacional estão os grupos batistas, congregacionais e boa parte dos luteranos. Seguindo um princípio de autonomia, cada Igreja local chama seu próprio pastor e determina seu próprio orçamento. Ela adquire e gere propriedades independentemente de quaisquer autoridades externas. O princípio da democracia baseia-se no sacerdócio de todos os crentes que, segundo entendem, ficaria prejudicado, caso bispos ou presbíteros recebessem a prerrogativa de tomar as decisões. A obra de Cristo torna tais dirigentes desnecessários, pois agora cada crente tem acesso ao Santo dos Santos e pode ter acesso direto a Deus. Além disso, como Paulo nos relembra cada membro ou parte do corpo pode fazer uma contribuição valiosa para o bem-estar do todo. Há, certamente, alguns elementos de democracia representativa dentro da forma congregacional de governo da Igreja. Certas pessoas são eleitas por livre escolha dos membros do corpo para servir de maneiras especiais. Todas as decisões mais importantes, porém, tais como a contratação de um pastor e a compra ou venda de propriedades, são tomadas pela Igreja como um todo.  Um Sistema de governo Eclesiástico para Hoje Tentativas de desenvolver para a Igreja uma estrutura de governo que esteja de acordo com a autoridade da Bíblia encontram dificuldades em dois pontos.
  • 4. O primeiro é a falta de material didático. Não há exposição detalhada sobre como deve ser o governo da Igreja. Quando passamos a examinar as passagens descritivas, encontramos um segundo problema. Há tantas variações nas descrições das Igrejas do NT, que não conseguimos descobrir um padrão ou norma. Um princípio evidente no NT, especialmente em 1 Coríntios, é o valor da ordem. É desejável que certas pessoas sejam responsáveis por ministérios específicos. Outro princípio é o sacerdócio de todos os crentes. Cada pessoa é capaz de relacionar-se diretamente com Deus. Finalmente, a idéia de que cada pessoa é importante para todo o corpo está implícita em todo o NT e explícita em passagens como a de Romanos 12 e 1 Coríntios 12. Levando em consideração isso, a forma congregacional de governo da Igreja é a que cumpre melhor os princípios expostos. Ela leva em consideração o princípio do sacerdócio e da competência espiritual de todos os crentes. Também leva em consideração a promessa de que o Espírito Santo habita em todos os crentes e os dirige. Porém, mesmo nesse sistema de governo problemas podem ocorrer. A Igreja local pode se tornar fechada para os de fora, com regras e tradições e não crescer numericamente. Se a Igreja neste sistema não atentar para este perigo pode se tornar um “clube social” com atividades e mais atividades para deixar todos os seus membros satisfeitos e ativos, porém de uma forma egoísta, orgulhosa e ultra-religiosa, fazendo-os esquecer a verdadeira missão da Igreja. Entretanto, este sistema, em minha opinião, evita muitas vezes a “ditadura e a tirania individual” que por vezes acontecem no sistema episcopal com líderes que manipulam e não consideram os demais membros da congregação ou de congregações. Além disso, valoriza o membro da congregação e incentiva o sentimento de realização e de utilidade de toda congregação, pois todos podem contribuir, mesmo que apenas com uma sugestão ou proposta. Mas, também pode incentivar e motivar a “tirania de um grupo ou família antiga da igreja”, que manipula os demais membros, pois se sentem “donos” daquela congregação. Outra parte negativa a meu ver é que uma Igreja Local ainda imatura pode transformar a missão da Igreja em mero ativismo e chegar às raias do desrespeito e insubmissão a quem ali pastoreia. Dessa forma, a proteção para a Igreja seria o sistema episcopal onde um líder maduro e temente a Deus lideraria sob a orientação do Espírito Santo. Mas, sendo homem e pecador, mesmo o melhor líder pode descuidar e pastorear de forma equivocada e até
  • 5. desonesta. Alguém disse que o poder centralizado em uma só pessoa pode corrompê-la. Isso realmente é um fato em muitas denominações evangélicas. Resta-nos então o sistema presbiteriano ou presbiterial onde um corpo de líderes (presbíteros) lidera e representa a congregação. Realmente esse sistema pode funcionar muito bem quando esse grupo tem muito claro suas obrigações e missão no Corpo de Cristo. Porém tais quais os demais sistemas, problemas de desonestidade, imaturidade, vaidades, politicagens e coisas semelhantes ocorrem com certa freqüência, trazendo desconforto e confusão a congregação. Portanto, mesmo entendendo que o sistema congregacional pode ser a princípio, o mais desejável e preferível, não sou ingênuo o bastante para tê-lo como norma para a Igreja. Da mesma forma, os outros dois sistemas podem funcionar bem, mas também não são perfeitos e irrepreensíveis. Sei que qualquer destes três sistemas vistos podem ser manipulados por pessoas de má fé, inconseqüentes e até ignorantes quanto às necessidades e prioridades da Igreja. Penso então que o melhor sistema de governo para a Igreja atual é aquele onde Cristo é o centro de tudo, e todas as decisões tem como objetivo a Glória de Deus, a edificação do corpo de Cristo e a evangelização dos perdidos. Talvez seja uma utopia da minha parte, mas é o que a Bíblia nos ensina. Você concorda então que é uma santa utopia, não é mesmo? As Ordenanças da Igreja As ordenanças da Igreja são duas: o batismo e a ceia do Senhor. São chamadas “ordenanças” porque foram ordenadas por Cristo para serem observadas pela Igreja. Algumas vezes são chamadas “sacramentos”. Nenhum destes termos é achado no NT. São palavras adotadas por conveniências, para designar o batismo e a ceia do Senhor. O termo “sacramento”, porém indica haver algum benefício salvador participando dele, mas não há base para isso no NT. É aconselhável então utilizar o termo “ordenança” já que indica autoridade e que sua observância é exigida como ato de obediência. Esta é a idéia e a palavra que a maioria dos evangélicos aceitam e usam, e a meu ver é a que mais se identifica com as Escrituras.  O Batismo
  • 6. O termo “batismo” é uma transliteração do substantivo grego “baptisma”, o verbo é baptizo, que significa “imergir” ou “submergir”. Além da prática do batismo, esses termos são usados no NT para descrever cerimônias de purificação com água (1). Também são usados metaforicamente de várias maneiras (2). Os cristãos, nos seus primeiros dias, não eram os únicos a praticar o batismo. Na verdade, na época do NT vários grupos distintos usavam alguma forma de batismo em seus rituais religiosos para obter a remoção da culpa, a purificação moral e um novo começo ou nascimento. Mas, qual o sentido ou significado do batismo para o Cristianismo? Posso responder afirmando que: O batismo é o ato por meio do qual o crente publicamente simboliza a sua confissão de Cristo e se identifica com Sua Igreja. É uma ordenança confiada a guarda da Igreja e a ser administrada por sua autoridade, por isso deve ser ministrada por uma pessoa crente, também batizada e autorizada pela Igreja. O batismo é, portanto, uma proclamação poderosa da verdade do que Cristo fez; é uma “palavra em forma de água”, confirmando a participação do crente na morte e ressurreição de Cristo. É mais um símbolo que um mero sinal, pois é um quadro vivo da verdade que transmite. Não há relação entre o sinal e o que ele representa. É apenas um sinal, por exemplo, como um sinal verde que nos manda seguir, em vez de parar. Já um sinal de cruzamento com uma ferrovia é mais que um sinal, pois contém um desenho do que pretende indicar, o cruzamento de uma estrada com um trilho ferroviário. O batismo é um símbolo, não um simples sinal, pois de fato retrata a morte e a ressurreição do crente com Cristo.  Formas ou Modos do Batismo Não é possível resolver a questão do modo adequado tomando por base os dados lingüísticos. Devemos notar, porém, que o significado predominante da palavra grega é “mergulhar” ou “imergir na água”. Mesmo Martinho Lutero e João Calvino reconhecem que imersão é o significado básico do termo e que essa era a forma original do batismo praticado pela Igreja primitiva. Há algumas considerações que sustentam a idéia de que a imersão era o procedimento bíblico, por exemplo: João batizava em Enom “porque havia ali muitas águas”(3). Também quando o eunuco etíope disse a Filipe: “Eis aqui água, que impede que seja batizado?”(4). Então os dois desceram até a água, Filipe o batizou e ambos saíram da água.
  • 7. Há pouca dúvida de que o procedimento seguido nos tempos do NT era a imersão. Mas isso significa que precisamos praticar a imersão hoje? Ou há outras possibilidades como a aspersão como alguns defendem? As pessoas para quem o método não parece crucial sustentam que não há ligação essencial entre o significado do batismo e a maneira pelo qual é ministrado. Mas se, como afirmei anteriormente, o batismo é de fato um símbolo, e não um mero sinal acidental, não temos também liberdade de mudar o modo de realizá- lo. Por tudo isso, o batismo no NT tem um simbolismo rico e um propósito vital. Era o primeiro ato público do crente e o identificava com a morte salvadora de Cristo, com os salvos e com a missão de salvação. Quando penso que existem “novos-convertidos” que não querem ser batizados, imagino que: ou não foram esclarecidos e ensinados biblicamente sobre o assunto ou não são na realidade convertidos e sim apenas novos na Igreja. Um crente que não quer ser batizado é como um namorado que não quer casar. Ou este namorado está enganando a namorada ou não a ama como afirma. Como vimos anteriormente no caso de Filipe e o eunuco não houve preparação para o batismo. O batismo é o primeiro passo, biblicamente falando, de todo aquele que entregou a vida para o Senhor e o reconheceu como único e suficiente Salvador. Não é necessário preparação para o batismo, apenas se ensina o significado bíblico e sua necessidade ao novo membro do corpo de Cristo. Muitas vezes, vemos Igrejas com cursos imensos de preparação para batismo assim como uma investigação quase que policial da vida particular e pessoal do novo convertido para descobrir se há algo que o desabone para o batismo. Ora, isso nada mais é do que um profundo desconhecimento de Bíblia e conseqüentemente ignorância quanto aos aspectos da doutrina da salvação. Quem foi salvo por Cristo não pode ser desabonado por homem algum, muito menos impedido de ser batizado. A regeneração e a Justificação são instantâneas, já a Santificação é um processo gradativo e distinto de pessoa para pessoa. O novo-convertido vai aprender com os ensinos ministrados pela Igreja assim como em sua vida devocional de leitura e estudo da Bíblia. Conforme for caminhando em sua vida cristã o Espírito Santo vai lhe iluminando para entender o certo e o errado, e na maioria das vezes só começamos a entender depois de muito tempo, às vezes demoramos uma vida toda para começarmos a compreender. Se formos batizar somente depois de acontecer tudo isto, não haverá mais batismos em nossas Igrejas por muitos e muitos anos.
  • 8. Deixemos a hipocrisia dos fariseus de lado e cumpramos o que a Bíblia nos ordena, sem inventarmos. Ouviu a pregação do Evangelho de Cristo, foi convencido pelo Espírito Santo, fez uma entrega de vida a Cristo e o reconheceu como único e suficiente Salvador? Ensina-se o que é batismo e batiza-se. Ponto final. Não há ninguém que possa descobrir com certeza se alguém é salvo ou não. Façamos a nossa parte e Deus que é soberano e sabe todas as coisas julgará e realizará o que tem como propósito.  A Ceia do Senhor Enquanto o batismo é o rito de iniciação, a Ceia do senhor é o rito contínuo da Igreja visível. Ela pode ser definida, em caráter preliminar, como um rito que Cristo mesmo estabeleceu para que a Igreja a praticasse em comemoração à Sua morte. Todos os que estudam mais profundamente esta ordenança encontram rapidamente um fato curioso. Genericamente todos os ramos do cristianismo a praticam, mas por outro lado, há muitas interpretações. Historicamente, na realidade criou e continua criando separação entre vários grupos cristãos. Portanto, é um fator que, ao mesmo tempo, une e divide a cristandade. Muitas vezes, o aspecto do valor espiritual ou prático da ceia do Senhor perdeu-se na disputa sobre aspectos teóricos. Concordo que a questão teórica não deve ser descartada, pois elas afetam as considerações espirituais, mas se ficarmos atolados nas questões técnicas e não chegarmos a lidar com o significado prático, perderemos de vista todo o motivo pelo qual Cristo estabeleceu a ceia. Não é suficiente compreender seu significado, precisamos também vivenciar esse significado. E para compreender e vivenciar é necessário ter em mente o verdadeiro significado da ceia do Senhor e não desvirtuar a idéia original de Cristo. Há algumas concepções distintas para a ceia, veja a seguir: 1. A Concepção Católica Romana Esta concepção foi oficializada no Concílio de Trento (1543-63) e afirma que as substâncias do pão e do vinho quando consagradas pelo sacerdote transformam-se respectivamente na carne e sangue de Cristo. O pão e o vinho mantêm a forma, a textura e o sabor, mas Cristo está por inteiro e plenamente presente em cada uma das partículas
  • 9. da hóstia. Todos os que participam da ceia do Senhor, ou da santa eucaristia, como é denominada, ingerem literalmente o corpo físico e o sangue de Cristo. É a denominada doutrina da transubstanciação. 2. A Concepção Luterana Esta concepção afirma que o pão e o vinho não se transformam na carne e sangue de Cristo, mas a carne e o sangue de Cristo estão presente neles simultaneamente sem contudo transformá-los. É a doutrina da consubstanciação. 3. A Concepção Reformada ou Calvinista Esta concepção afirma que Cristo esta presente na ceia do Senhor, porém não fisicamente. A sua presença é espiritual. Os que estão comungando na ceia são espiritualmente nutridos quando o Espírito Santo lhes dá uma relação mais estreita com a pessoa de Cristo. É a doutrina da presença mística de Cristo. 4. A Concepção Zwingliana Esta última concepção afirma que a ceia do Senhor é apenas uma comemoração. É apenas um memorial, ou seja, serve apenas para o crente relembrar a morte de Cristo e sua eficácia em seu favor. É a doutrina chamada de símbolo de Cristo.  A Opinião do autor Para expor minha opinião sobre o assunto preciso primeiro fazer algumas considerações sobre as concepções existentes e mencionadas anteriormente. A concepção católica romana bem como a luterana encontram muitas dificuldades para se sustentar quando há uma confrontação com a Bíblia. Os que defendem estas concepções alegam que quando Cristo dizia “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue” estava falando literalmente. Mas, sabemos que Cristo usava muitas metáforas para explicar aos discípulos verdades desconhecidas a eles. Podemos ver isso quando afirmava: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”, “Eu sou a videira, vós os ramos...”, “Eu sou o bom pastor...”, “Eu sou o pão da vida...” e assim por diante. Na última ceia Ele usou uma metáfora semelhante: “Isto (este pão) é o meu corpo”, “Isto (este vinho) é o meu sangue”, que pode ser interpretado como: “Isto representa ou significa o meu corpo” e “Isto representa ou significa o meu sangue”. Esta explicação nos
  • 10. poupa de muitas dificuldades que encontraremos se acreditarmos que Cristo esta presente fisicamente na ceia. Mas o que dizer da idéia reformada de que Cristo está presente espiritualmente? Ele se firma ao lembrarmos que Cristo disse aos discípulos que estaria com eles em todos os lugares e em todos os tempos (1). E também prometeu estar conosco quando nos reuníssemos como crentes (2). Aprendemos, portanto, que a ceia também é um ato de adoração. Mas, sabemos que a Bíblia não se interpreta por um ou dois versículos isolados do restante, e sabedores disso devemos levar em consideração que no texto de I Cor. 11:26 a idéia é de uma comemoração pois diz :“até que Ele venha”. Se Ele virá é porque não esta aqui. Diante disso tudo devemos entender a Ceia do Senhor como um rito da Igreja que tem como objetivo nos lembrar do sacrifício de Cristo na cruz por cada um de nós, crentes e que Ele voltará para nos levar consigo um dia. O pão e o vinho são símbolos do corpo e sangue de Cristo que por sua vez simbolizam o sacrifício expiatório pelos nossos pecados. E relembrando disto, O adoremos e O louvemos por tão grande amor e infinita misericórdia. Quem está conosco e habitando-nos é o Santo Espírito, o Consolador que foi enviado para estar conosco quando Jesus Cristo ascendeu aos céus e se posicionou a direita de Deus Pai. A ceia do Senhor é um momento de relacionamento e comunhão com Cristo. Devemos chegar a cada ceia que participarmos confiando que ali vamos nos encontrar com Ele através do Espírito Santo. Devemos pensar não como uma presença de Cristo fisicamente, mas como uma promessa de relacionamento mais íntimo com Ele. Sabemos que estando o Espírito conosco, Deus está conosco. E se a pessoa do próprio Senhor Jesus Cristo quiser estar presente em uma reunião de ceia? Bem, neste caso quem somos nós para “julgar” os atos ou a vontade de Deus. Se Ele quiser estar presente física ou espiritualmente, com certeza estará, seja da forma ou no momento que desejar. Devemos ser flexíveis quanto a esta questão. Vemos então na ceia do Senhor a inter-relação dramatizada entre as relações humanas e o relacionamento com Deus, ou seja, a essência da experiência está na comunhão e na adoração, na refeição comunitária e, ao mesmo tempo, na recordação da morte do Senhor Jesus Cristo em nosso favor, bem como da promessa de Sua volta. É um sermão pregado pela Igreja em silêncio. (1) Mat. 28:20; João 14:23; 15:4-7 (2) Mat. 18:20
  • 11. Quem pode participar da Ceia do Senhor? Em nenhuma parte das Escrituras encontramos uma declaração dos pré-requisitos para que se receba a ceia do Senhor. Podemos, todavia por inferência, afirmar que se a ceia do Senhor significa um relacionamento espiritual entre o crente como indivíduo e o Senhor, um pré-requisito é um relacionamento pessoal com Deus. Em outras palavras, os que participam devem ser crentes nascidos de novo. É recomendável que um crente que esteja praticando um pecado não participe da ceia, porém a proibição por parte da Igreja encontra sérias dificuldades nas orientações neo- testamentárias, mesmo tendo como forte justificativa o conselho de Paulo para afastar pessoas com graves pecados (1). Creio que a melhor saída para este impasse é o ensinamento bíblico dado aos irmãos coríntios: “examine-se, pois o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice”(2). A maioria das Igrejas evangélicas usam outro pré-requisito para alguém participar da ceia do Senhor que é o batismo. Todavia, não encontramos na Bíblia nenhuma orientação quanto a isso. Entendo que esta é uma forma de selecionar aqueles que verdadeiramente foram salvos por Cristo. Mas, como já disse anteriormente, não sabemos e nunca saberemos quem é salvo mesmo e quem não o é. Se a Bíblia não nos orienta a tomar tal medida na Igreja, com certeza, Deus não esqueceu este detalhe. Não podemos proibir um crente salvo de participar da mesa de seu Salvador. A ceia é do Senhor, não da Igreja do Senhor. A ceia é para os salvos, não dos salvos. Devido a mania da Igreja impor normas e proibir algo que Deus não impôs normas e nem proibiu a todos os salvos, encontramos várias posições diferentes na Igreja evangélica quanto a ministração da ceia do Senhor, veja a seguir: 1. A Ceia do Senhor Ecumênica: É um tipo de ceia aberta a todas as religiões existentes. Utilizada por algumas Igrejas evangélicas neo-pentecostais. 2. A Ceia do Senhor Livre: É um tipo de ceia aberta a todas as denominações evangélicas. Utilizada pela maioria das Igrejas evangélicas pentecostais e tradicionais. Há a exigência do batismo. 3. A ceia do Senhor Restrita: É um tipo de ceia restrita aos membros da mesma denominação. Utilizada por algumas Igrejas evangélicas pentecostais e tradicionais. Há a exigência do batismo.
  • 12. 4. Ceia do Senhor Ultra-Restrita: É um tipo de ceia restrito aos membros somente daquela congregação. Utilizada na maioria por grupos evangélicos minoritários e seitas “pseudo-evangélicas”. 5. Ceia do Senhor Soteriológica: É um tipo de ceia aberta a todos os salvos, a critério dos participantes. Não há a exigência do batismo nas águas. (1) I Cor. 5: 1-5 (2) I Cor. 11: 28  Quem pode ministrar a Ceia do Senhor ? Extraindo da Bíblia a resposta, podemos chegar a conclusão que a ministração da ceia do Senhor foi uma tarefa delegada à Igreja e, portanto ela deve fazê-lo através de seus líderes e oficiais ou a quem eles ou a Igreja designar. Mas, também não há nenhuma orientação contra um crente salvo por Cristo ministrando a ceia do Senhor. A Igreja sendo um organismo e uma organização tem a sua forma usual de realizar a ministração, mas todas as vezes que se faz menção de ceia do Senhor na Bíblia, ela está sendo ministrada por um apóstolo ou presbítero (pastor, bispo) e pelo próprio Senhor Jesus Cristo, daí a ceia hoje ser ministrada somente pelos líderes e oficiais da Igreja.