SlideShare a Scribd company logo
1 of 10
Download to read offline
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
PIBID LETRAS
PROJETO:
Clic
CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR
PROFESSORES:
GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA
PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES
MÓDULO 03: POESIA
ALUNO:____________________________________________________
O surgimento da poesia
Podemos definir a poesia como pertencente ao gênero lírico, na qual a
linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou seja, ela retrata algo que tudo pode
acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. Ela também pode
compreender aspectos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade
de esses elementos transcenderem ao mundo fático.
Historicamente, a poesia como uma forma de arte provavelmente seja bem
anterior à escrita. Muitas obras antigas, desde os vedas indianos (1700-1200 a.C.) e
os Gathas de Zoroastro(1200-900 a. C), até a Odisseia (800 - 675 a.C.), parecem ter
sido compostas em forma poética para ajudar a memorização e a transmissão oral nas
sociedades pré-históricas e antigas. Mas também ela aparece entre os primeiros registros
da maioria das culturas letradas, com fragmentos poéticos encontrados em
antigosmonolitos, pedras rúnicas e estelas.
Classificações do poema
O poema pertence ao gênero lírico, que consiste em uma forma de expressão dos
sentimentos, das emoções, dos desejos, dos conhecimentos, enfim, da visão de mundo
de alguém: do EU poético, denominado de “voz” do eu-lírico poético. Desse modo,
temos os tipos de poemas líricos classificados em:
a)Ode ou Hino: É o poema lírico em que o emissor homenageia sua pátria, às
divindades, à mulher amada, geralmente, vem com acompanhamento musical;
b)Elegia: Nesse tipo de poema, o sujeito lírico expressa tristeza, melancolia, saudade,
ciúme, decepção e desejo de morrer.
c) Idílio ou Écloga: é o poema lírico que expressa uma homenagem à natureza, e suas
belezas. Esse tipo de poema também é chamado de bucólico, ou seja, o eu-lírico
expressa o desejo estar ao lado de sua amada que é uma pastora em ambientes
campestre longe da cidade.
d) Epitalâmio: é o poema lírico feito em homenagem às núpcias de alguém;
e) Sátira: Esse tipo de poema faz uso da ironia para criticar algo ou alguém
MonteCastelo
Renato Russo
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse a língua dos
homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor
eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a
lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem todos
dormem todos dormem.
Agora vejo em parte. Mas então
veremos face a face.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse a língua dos
homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor
eu nada seria.
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís de Camões)
Conhecendo os autores:
A banda brasileira de rock conhecida por “Legião Urbana”, surgida em Brasília (DF) foi
bastante ativa entre 1982 e 1996. Ao todo, lançaram dezesseis álbuns, somando mais de 20
milhões de discos vendidos. Ainda hoje, é o terceiro grupo musical da gravadora EMI que mais
vende discos de catálogo em todo o mundo, com uma média de 250 mil cópias por ano. Em
1996 o fim do grupo foi marcado pelo falecimento de seu líder e vocalista, Renato Russo, em 11
de outubro.
Luíz Vaz de Camões
Não se tem certeza quando a vida desse escritor português.
Provavelmente, nasceu em Lisboa(Portugal), de uma família
da pequena nobreza., Quando ainda jovem, recebeu educação
nos moldes clássicos, dominando o latim, conhecendo
a literatura e a história antigas e modernas. Também não há
exatidão quanto a sua formação acadêmica na Universidade de
Coimbra, posto que não há informações que confirmem.
Frequentou a corte deDom João III, iniciou a sua carreira
como poeta lírico e envolveu-se com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além
de levar uma vida boémia e turbulenta. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se
auto exilou na África, alistado-se como militar, onde perdeu um olho em batalha. Ao
regressar em Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado pelo feito, partiu
para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso
várias vezes, combatendo juntamente com o exército português e escreveu a sua obra
mais conhecida, a epopeia : Os Lusíadas. De volta à pátria, publicou Os Lusíadas e
recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa,
entretanto, morreu sem o devido reconhecimento, além de ter passado por dificuldades
financeiras.
A Poesia Matuta na Literatura Popular Brasileira
A poesia matuta, surge a partir da poesia popular que tem raízes na Idade Média,
sob regime feudal, quando não era permitido às pessoas saírem de seus feudos, a não ser
por questões de guerra e peregrinação religiosa, o que contribuía significadamente para
as pessoa se divertirem nas rodas de histórias, contadas de uma geração a outra. Essa
forma de comunicação popular, era oral e produzida por pessoas que não tiveram
acesso aos ensinamentos necessários para os estudos.
No Brasil a Poesia Matuta surge, a partir da literatura regional de tradição
popular, como os cordéis e o repente. Em se tratando do nordeste brasileiro, a Poesia
Matuta consegue reiventar a própria região e o ser nordestino, através de estereótipos
das mais diversas ordens como, por exemplo, a fala repleta de regionalismos. Alguns
ícones conseguiram se destacar pela forma popular de levar o nordeste para o resto do
país como: Patativa do Assaré, Zé da Luz, Chico Pedrosa, Jessier Quirino e o cantor
Amazan.
TristePartida
Patativa do Assaré
Meu Deus, meu Deus. . .
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai
A treze do mês
Ele fez experiência
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal,
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai
Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
Meu Deus, meu Deus
Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois a barra não tem
Ai, ai, ai, ai
Sem chuva na terra
Descamba Janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão
Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "isso é castigo
não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai
Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
Ai, ai, ai, ai
Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai
Nós vamos a São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
Meu Deus, meu Deus
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Cá e pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai
E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
Meu Deus, meu Deus
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai
Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
Meu Deus, meu Deus
A seca terrível
Que tudo devora
Lhe bota pra fora
Da terra natá
Ai, ai, ai, ai
O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
Meu Deus, meu Deus
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai
No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
Meu Deus, meu Deus
Tão triste, coitado
Falando saudoso
Seu filho choroso
Exclama a dizer
Ai, ai, ai, ai
De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
Meu Deus, meu Deus
Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai
E a linda pequena
Tremendo de medo
"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
Meu Deus, meu Deus
Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai
E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo azul
Meu Deus, meu Deus
O pai, pesaroso
Nos filho pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai
Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Procura um patrão
Meu Deus, meu Deus
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai
Trabaia dois ano,
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
Meu Deus, meu Deus
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai
Se arguma notícia
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
Meu Deus, meu Deus
Lhe bate no peito
Saudade lhe molho
E as água nos óio
Começa a cair
Ai, ai, ai, ai
Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
Meu Deus, meu Deus
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai
Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposto à garoa
À lama e o paú
Meu Deus, meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
Ai, ai, ai, ai
Conhecendo os autores:
Patativa do Assaré
Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de
Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de
1909, na cidade de Assaré localizada no estado do Ceará. Foi um dos mais importantes
representantes da cultura popular nordestina. Nascido em uma família de agricultores
pobres perdeu a visão de um olho. Quando tinha apenas 8 anos de idade Patativa ainda
passou pela dor de perder o pai, o que o levou a trabalhar na roça para sustentar a
família.Embora tenha frequntado a escola apenas aos 12 anos de idade, Patativa do
Assaré, demonstra aptidão no poema ao escrever seus próprios versos e pequenos
textos. Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz,
passou a escrever e cantar repentes e se apresentar empequenas festas da cidade.Ganhou
o apelido de Patativa, uma alusão ao pássaro de lindo. No ano de 1956, escreveu seu
primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou
aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro,
escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos
por suas obras, no dia 8 de Julho de 2002, falece em sua cidade natal.
Luiz Gonzaga
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu na fazenda Caiçara, no
sopé da Serra de Araripe, na zona rural da cidade de Exu
localizada no sertão de Pernambuco no dia 13 de Dezembro de
1912. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra",
uma de suas primeiras composições. Sua mãe chamava-se
Santana. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava
acordeão e também consertavam o instrumento, através desse contato Luiz Gonzaga
aprendeu a tocá-lo. Ainda muito jovem, passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras,
de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina,
manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sudeste do Brasil.
O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira
foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto
Teixeira.
Em uma feira de Campina Grande (PB) Luiz Gonzaga ouve de um cantador: “A triste
partida”, poema popular da autoria do cearense Patativa do Assaré,no final de 1964 a
música é gravada e torna-se o maior sucesso do “Rei do Baião” e difunde também a
poesia de Patativa do Asssaré. Em 1989 morre Vítima de pneumonia, na cidade de
Recife enquanto dormia.
ATIVIDADE
Com base nas aulas referentes ao módulo em estudo, escreva um pequeno
poema com temática livre, não esqueça de adequá-lo com rimas, versos e estrofes.
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

More Related Content

What's hot

Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)
Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)
Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)AMEOPOEMA Editora
 
O ralidade e linguagem poetica em josé craveirinha
O ralidade e linguagem poetica em josé craveirinhaO ralidade e linguagem poetica em josé craveirinha
O ralidade e linguagem poetica em josé craveirinhaAlberto Cuambe
 
FANZINE AMEOPOEMA # 082 Edição Agosto 2021
FANZINE AMEOPOEMA # 082 Edição Agosto 2021FANZINE AMEOPOEMA # 082 Edição Agosto 2021
FANZINE AMEOPOEMA # 082 Edição Agosto 2021AMEOPOEMA Editora
 
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José CraveirinhaQuero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José Craveirinhacatiasgs
 
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)Maria de Jesus Câmara
 
Segunda geração do modernismo no ENEM
Segunda geração do modernismo no ENEMSegunda geração do modernismo no ENEM
Segunda geração do modernismo no ENEMma.no.el.ne.ves
 
Segunda aplicação do enem 2012, literatura
Segunda aplicação do enem 2012, literaturaSegunda aplicação do enem 2012, literatura
Segunda aplicação do enem 2012, literaturama.no.el.ne.ves
 
Primeira geração do modernismo no ENEM
Primeira geração do modernismo no ENEMPrimeira geração do modernismo no ENEM
Primeira geração do modernismo no ENEMma.no.el.ne.ves
 
Ano I nº2 julho 2008 Retrospectiva
Ano I nº2 julho 2008  RetrospectivaAno I nº2 julho 2008  Retrospectiva
Ano I nº2 julho 2008 RetrospectivaAMACLERJ
 

What's hot (19)

Jornal Mente Ativa 17
Jornal Mente Ativa 17Jornal Mente Ativa 17
Jornal Mente Ativa 17
 
Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)
Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)
Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)
 
O ralidade e linguagem poetica em josé craveirinha
O ralidade e linguagem poetica em josé craveirinhaO ralidade e linguagem poetica em josé craveirinha
O ralidade e linguagem poetica em josé craveirinha
 
FANZINE AMEOPOEMA # 082 Edição Agosto 2021
FANZINE AMEOPOEMA # 082 Edição Agosto 2021FANZINE AMEOPOEMA # 082 Edição Agosto 2021
FANZINE AMEOPOEMA # 082 Edição Agosto 2021
 
ArajanA(poesia)
ArajanA(poesia)ArajanA(poesia)
ArajanA(poesia)
 
José Craveirinha
José CraveirinhaJosé Craveirinha
José Craveirinha
 
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José CraveirinhaQuero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
 
Romantismo no ENEM
Romantismo no ENEMRomantismo no ENEM
Romantismo no ENEM
 
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
 
Segunda geração do modernismo no ENEM
Segunda geração do modernismo no ENEMSegunda geração do modernismo no ENEM
Segunda geração do modernismo no ENEM
 
Segunda aplicação do enem 2012, literatura
Segunda aplicação do enem 2012, literaturaSegunda aplicação do enem 2012, literatura
Segunda aplicação do enem 2012, literatura
 
Modernismo 1922
Modernismo   1922Modernismo   1922
Modernismo 1922
 
E-Book Pulmões de vida
E-Book Pulmões de vidaE-Book Pulmões de vida
E-Book Pulmões de vida
 
Primeira geração do modernismo no ENEM
Primeira geração do modernismo no ENEMPrimeira geração do modernismo no ENEM
Primeira geração do modernismo no ENEM
 
Chicos 37
Chicos 37Chicos 37
Chicos 37
 
Ano I nº2 julho 2008 Retrospectiva
Ano I nº2 julho 2008  RetrospectivaAno I nº2 julho 2008  Retrospectiva
Ano I nº2 julho 2008 Retrospectiva
 
Revisão (ii)
Revisão (ii)Revisão (ii)
Revisão (ii)
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Literatura no enem 2011
Literatura no enem 2011Literatura no enem 2011
Literatura no enem 2011
 

Viewers also liked

Publicidades Gráficas
Publicidades GráficasPublicidades Gráficas
Publicidades GráficasPerSe79 -
 
PresentacióN1. PlanificacióN
PresentacióN1. PlanificacióNPresentacióN1. PlanificacióN
PresentacióN1. PlanificacióNguest3d180d2
 
Cultura popular y prácticas sociales
Cultura popular y prácticas socialesCultura popular y prácticas sociales
Cultura popular y prácticas socialesEdgar Green
 
Música del renacimiento.pptx. alejandro osvaldo patrizio
Música del renacimiento.pptx. alejandro osvaldo patrizioMúsica del renacimiento.pptx. alejandro osvaldo patrizio
Música del renacimiento.pptx. alejandro osvaldo patrizioOSCARPATRIZIO
 
EL REY DEL VALLENATO
EL REY DEL VALLENATOEL REY DEL VALLENATO
EL REY DEL VALLENATOkarol-quitian
 
Análise do site bidêoubalde
Análise do site bidêoubaldeAnálise do site bidêoubalde
Análise do site bidêoubaldePriscila Souza
 
Um lobo culto
Um lobo cultoUm lobo culto
Um lobo cultoAVEOS
 
Mamá de daira bismarck.pub
Mamá de daira bismarck.pubMamá de daira bismarck.pub
Mamá de daira bismarck.pubDAIRABISMARCK
 
9 fernanda.ppt
9 fernanda.ppt9 fernanda.ppt
9 fernanda.ppt9Fernanda
 
Correção notas 2011 02 direito nerópolis - fesurv
Correção notas    2011 02 direito nerópolis - fesurvCorreção notas    2011 02 direito nerópolis - fesurv
Correção notas 2011 02 direito nerópolis - fesurvDudu Oliveira
 
10 lab word
10 lab word10 lab word
10 lab word16Angel
 
1er pitch blue poppies
1er pitch blue poppies1er pitch blue poppies
1er pitch blue poppiesDavid Duveau
 
Música popular en cataluña y aragón
Música popular en cataluña y aragónMúsica popular en cataluña y aragón
Música popular en cataluña y aragóncintiagonzalezguerrero
 
Toca o telefone (Adelink Nascimento)
Toca o telefone (Adelink Nascimento)Toca o telefone (Adelink Nascimento)
Toca o telefone (Adelink Nascimento)Gusfil
 
Intereses
InteresesIntereses
Interesesyacnine
 
Fenómenos atmosféricos
Fenómenos atmosféricosFenómenos atmosféricos
Fenómenos atmosféricoscindidosce
 

Viewers also liked (20)

Publicidades Gráficas
Publicidades GráficasPublicidades Gráficas
Publicidades Gráficas
 
PresentacióN1. PlanificacióN
PresentacióN1. PlanificacióNPresentacióN1. PlanificacióN
PresentacióN1. PlanificacióN
 
Unitat 7 La Revolució Russa Ca
Unitat 7   La Revolució Russa   CaUnitat 7   La Revolució Russa   Ca
Unitat 7 La Revolució Russa Ca
 
Cultura popular y prácticas sociales
Cultura popular y prácticas socialesCultura popular y prácticas sociales
Cultura popular y prácticas sociales
 
Música del renacimiento.pptx. alejandro osvaldo patrizio
Música del renacimiento.pptx. alejandro osvaldo patrizioMúsica del renacimiento.pptx. alejandro osvaldo patrizio
Música del renacimiento.pptx. alejandro osvaldo patrizio
 
EL REY DEL VALLENATO
EL REY DEL VALLENATOEL REY DEL VALLENATO
EL REY DEL VALLENATO
 
Análise do site bidêoubalde
Análise do site bidêoubaldeAnálise do site bidêoubalde
Análise do site bidêoubalde
 
Um lobo culto
Um lobo cultoUm lobo culto
Um lobo culto
 
Mamá de daira bismarck.pub
Mamá de daira bismarck.pubMamá de daira bismarck.pub
Mamá de daira bismarck.pub
 
9 fernanda.ppt
9 fernanda.ppt9 fernanda.ppt
9 fernanda.ppt
 
Correção notas 2011 02 direito nerópolis - fesurv
Correção notas    2011 02 direito nerópolis - fesurvCorreção notas    2011 02 direito nerópolis - fesurv
Correção notas 2011 02 direito nerópolis - fesurv
 
10 lab word
10 lab word10 lab word
10 lab word
 
1er pitch blue poppies
1er pitch blue poppies1er pitch blue poppies
1er pitch blue poppies
 
Música popular en cataluña y aragón
Música popular en cataluña y aragónMúsica popular en cataluña y aragón
Música popular en cataluña y aragón
 
Toca o telefone (Adelink Nascimento)
Toca o telefone (Adelink Nascimento)Toca o telefone (Adelink Nascimento)
Toca o telefone (Adelink Nascimento)
 
Projeto
Projeto Projeto
Projeto
 
Dc weitzel 2012
Dc weitzel 2012Dc weitzel 2012
Dc weitzel 2012
 
Intereses
InteresesIntereses
Intereses
 
Fenómenos atmosféricos
Fenómenos atmosféricosFenómenos atmosféricos
Fenómenos atmosféricos
 
MúSica Renacentista
MúSica RenacentistaMúSica Renacentista
MúSica Renacentista
 

Similar to Modulo3 poesia

Modulo3 poesia (1) pronto
Modulo3 poesia (1) prontoModulo3 poesia (1) pronto
Modulo3 poesia (1) prontostuff5678
 
Caminhos modernistas - a geração poética de 30
Caminhos modernistas - a geração poética de 30Caminhos modernistas - a geração poética de 30
Caminhos modernistas - a geração poética de 30Walace Cestari
 
Atps de literatura (slides) completo
Atps de literatura (slides)  completoAtps de literatura (slides)  completo
Atps de literatura (slides) completolygia_alabarce
 
literatura-romantismo-no-brasil.ppt
literatura-romantismo-no-brasil.pptliteratura-romantismo-no-brasil.ppt
literatura-romantismo-no-brasil.pptkeilaoliveira69
 
Poesias afro-brasileiras
Poesias afro-brasileiras Poesias afro-brasileiras
Poesias afro-brasileiras Mary Alvarenga
 
Passageiros do Tempo
Passageiros do TempoPassageiros do Tempo
Passageiros do Tempopoetadorock
 
Antologia poética e alguns de seus poetas
Antologia poética e alguns de seus poetas Antologia poética e alguns de seus poetas
Antologia poética e alguns de seus poetas Vinicius Soco
 
Suplemento Acre 028 - Maio, junho e Julho 2023
Suplemento Acre 028 - Maio, junho e Julho 2023Suplemento Acre 028 - Maio, junho e Julho 2023
Suplemento Acre 028 - Maio, junho e Julho 2023AMEOPOEMA Editora
 
O que é literatura brasileira
O que é literatura brasileiraO que é literatura brasileira
O que é literatura brasileiraCarolina Gomes
 
Carlos Drummond de andrade
Carlos Drummond de andradeCarlos Drummond de andrade
Carlos Drummond de andradeAline Almeida
 

Similar to Modulo3 poesia (20)

Modulo3 poesia (1) pronto
Modulo3 poesia (1) prontoModulo3 poesia (1) pronto
Modulo3 poesia (1) pronto
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Barroco resumo
Barroco   resumoBarroco   resumo
Barroco resumo
 
Barroco resumo
Barroco   resumoBarroco   resumo
Barroco resumo
 
fernando pessoa
 fernando pessoa fernando pessoa
fernando pessoa
 
Caminhos modernistas - a geração poética de 30
Caminhos modernistas - a geração poética de 30Caminhos modernistas - a geração poética de 30
Caminhos modernistas - a geração poética de 30
 
Chicos 41 - Dezembro 2014
Chicos 41 - Dezembro 2014Chicos 41 - Dezembro 2014
Chicos 41 - Dezembro 2014
 
Atps de literatura (slides) completo
Atps de literatura (slides)  completoAtps de literatura (slides)  completo
Atps de literatura (slides) completo
 
Vinicius de moraes
Vinicius de moraesVinicius de moraes
Vinicius de moraes
 
literatura-romantismo-no-brasil.ppt
literatura-romantismo-no-brasil.pptliteratura-romantismo-no-brasil.ppt
literatura-romantismo-no-brasil.ppt
 
Antologia poética
Antologia poéticaAntologia poética
Antologia poética
 
Poesias afro-brasileiras
Poesias afro-brasileiras Poesias afro-brasileiras
Poesias afro-brasileiras
 
Manoel Bandeira
Manoel BandeiraManoel Bandeira
Manoel Bandeira
 
Gonçalves dias
Gonçalves diasGonçalves dias
Gonçalves dias
 
Passageiros do Tempo
Passageiros do TempoPassageiros do Tempo
Passageiros do Tempo
 
Antologia poética e alguns de seus poetas
Antologia poética e alguns de seus poetas Antologia poética e alguns de seus poetas
Antologia poética e alguns de seus poetas
 
Suplemento Acre 028 - Maio, junho e Julho 2023
Suplemento Acre 028 - Maio, junho e Julho 2023Suplemento Acre 028 - Maio, junho e Julho 2023
Suplemento Acre 028 - Maio, junho e Julho 2023
 
O que é literatura brasileira
O que é literatura brasileiraO que é literatura brasileira
O que é literatura brasileira
 
Carlos Drummond de andrade
Carlos Drummond de andradeCarlos Drummond de andrade
Carlos Drummond de andrade
 
Romantismo
 Romantismo Romantismo
Romantismo
 

Modulo3 poesia

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID LETRAS PROJETO: Clic CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR PROFESSORES: GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES MÓDULO 03: POESIA ALUNO:____________________________________________________
  • 2. O surgimento da poesia Podemos definir a poesia como pertencente ao gênero lírico, na qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. Ela também pode compreender aspectos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem ao mundo fático. Historicamente, a poesia como uma forma de arte provavelmente seja bem anterior à escrita. Muitas obras antigas, desde os vedas indianos (1700-1200 a.C.) e os Gathas de Zoroastro(1200-900 a. C), até a Odisseia (800 - 675 a.C.), parecem ter sido compostas em forma poética para ajudar a memorização e a transmissão oral nas sociedades pré-históricas e antigas. Mas também ela aparece entre os primeiros registros da maioria das culturas letradas, com fragmentos poéticos encontrados em antigosmonolitos, pedras rúnicas e estelas. Classificações do poema O poema pertence ao gênero lírico, que consiste em uma forma de expressão dos sentimentos, das emoções, dos desejos, dos conhecimentos, enfim, da visão de mundo de alguém: do EU poético, denominado de “voz” do eu-lírico poético. Desse modo, temos os tipos de poemas líricos classificados em: a)Ode ou Hino: É o poema lírico em que o emissor homenageia sua pátria, às divindades, à mulher amada, geralmente, vem com acompanhamento musical; b)Elegia: Nesse tipo de poema, o sujeito lírico expressa tristeza, melancolia, saudade, ciúme, decepção e desejo de morrer. c) Idílio ou Écloga: é o poema lírico que expressa uma homenagem à natureza, e suas belezas. Esse tipo de poema também é chamado de bucólico, ou seja, o eu-lírico expressa o desejo estar ao lado de sua amada que é uma pastora em ambientes campestre longe da cidade. d) Epitalâmio: é o poema lírico feito em homenagem às núpcias de alguém; e) Sátira: Esse tipo de poema faz uso da ironia para criticar algo ou alguém MonteCastelo Renato Russo Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal. Não sente inveja ou se envaidece.
  • 3. O amor é o fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É um não querer mais que bem querer. É solitário andar por entre a gente. É um não contentar-se de contente. É cuidar que se ganha em se perder. É um estar-se preso por vontade. É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata a lealdade. Tão contrário a si é o mesmo amor. Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem. Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria. Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís de Camões) Conhecendo os autores: A banda brasileira de rock conhecida por “Legião Urbana”, surgida em Brasília (DF) foi bastante ativa entre 1982 e 1996. Ao todo, lançaram dezesseis álbuns, somando mais de 20 milhões de discos vendidos. Ainda hoje, é o terceiro grupo musical da gravadora EMI que mais vende discos de catálogo em todo o mundo, com uma média de 250 mil cópias por ano. Em 1996 o fim do grupo foi marcado pelo falecimento de seu líder e vocalista, Renato Russo, em 11 de outubro.
  • 4. Luíz Vaz de Camões Não se tem certeza quando a vida desse escritor português. Provavelmente, nasceu em Lisboa(Portugal), de uma família da pequena nobreza., Quando ainda jovem, recebeu educação nos moldes clássicos, dominando o latim, conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Também não há exatidão quanto a sua formação acadêmica na Universidade de Coimbra, posto que não há informações que confirmem. Frequentou a corte deDom João III, iniciou a sua carreira como poeta lírico e envolveu-se com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se auto exilou na África, alistado-se como militar, onde perdeu um olho em batalha. Ao regressar em Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado pelo feito, partiu para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso várias vezes, combatendo juntamente com o exército português e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia : Os Lusíadas. De volta à pátria, publicou Os Lusíadas e recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, entretanto, morreu sem o devido reconhecimento, além de ter passado por dificuldades financeiras. A Poesia Matuta na Literatura Popular Brasileira A poesia matuta, surge a partir da poesia popular que tem raízes na Idade Média, sob regime feudal, quando não era permitido às pessoas saírem de seus feudos, a não ser por questões de guerra e peregrinação religiosa, o que contribuía significadamente para as pessoa se divertirem nas rodas de histórias, contadas de uma geração a outra. Essa forma de comunicação popular, era oral e produzida por pessoas que não tiveram acesso aos ensinamentos necessários para os estudos. No Brasil a Poesia Matuta surge, a partir da literatura regional de tradição popular, como os cordéis e o repente. Em se tratando do nordeste brasileiro, a Poesia Matuta consegue reiventar a própria região e o ser nordestino, através de estereótipos das mais diversas ordens como, por exemplo, a fala repleta de regionalismos. Alguns ícones conseguiram se destacar pela forma popular de levar o nordeste para o resto do país como: Patativa do Assaré, Zé da Luz, Chico Pedrosa, Jessier Quirino e o cantor Amazan. TristePartida Patativa do Assaré Meu Deus, meu Deus. . . Setembro passou Outubro e Novembro Já tamo em Dezembro
  • 5. Meu Deus, que é de nós, Meu Deus, meu Deus Assim fala o pobre Do seco Nordeste Com medo da peste Da fome feroz Ai, ai, ai, ai A treze do mês Ele fez experiência Perdeu sua crença Nas pedras de sal, Meu Deus, meu Deus Mas noutra esperança Com gosto se agarra Pensando na barra Do alegre Natal Ai, ai, ai, ai Rompeu-se o Natal Porém barra não veio O sol bem vermeio Nasceu muito além Meu Deus, meu Deus Na copa da mata Buzina a cigarra Ninguém vê a barra Pois a barra não tem Ai, ai, ai, ai Sem chuva na terra Descamba Janeiro, Depois fevereiro E o mesmo verão Meu Deus, meu Deus Entonce o nortista Pensando consigo Diz: "isso é castigo não chove mais não" Ai, ai, ai, ai Apela pra Março Que é o mês preferido Do santo querido Senhor São José Meu Deus, meu Deus Mas nada de chuva Tá tudo sem jeito Lhe foge do peito O resto da fé Ai, ai, ai, ai Agora pensando Ele segue outra tria Chamando a famia Começa a dizer Meu Deus, meu Deus Eu vendo meu burro Meu jegue e o cavalo Nós vamos a São Paulo Viver ou morrer Ai, ai, ai, ai Nós vamos a São Paulo Que a coisa tá feia Por terras alheia Nós vamos vagar Meu Deus, meu Deus Se o nosso destino Não for tão mesquinho Cá e pro mesmo cantinho
  • 6. Nós torna a voltar Ai, ai, ai, ai E vende seu burro Jumento e o cavalo Inté mesmo o galo Venderam também Meu Deus, meu Deus Pois logo aparece Feliz fazendeiro Por pouco dinheiro Lhe compra o que tem Ai, ai, ai, ai Em um caminhão Ele joga a famia Chegou o triste dia Já vai viajar Meu Deus, meu Deus A seca terrível Que tudo devora Lhe bota pra fora Da terra natá Ai, ai, ai, ai O carro já corre No topo da serra Oiando pra terra Seu berço, seu lar Meu Deus, meu Deus Aquele nortista Partido de pena De longe acena Adeus meu lugar Ai, ai, ai, ai No dia seguinte Já tudo enfadado E o carro embalado Veloz a correr Meu Deus, meu Deus Tão triste, coitado Falando saudoso Seu filho choroso Exclama a dizer Ai, ai, ai, ai De pena e saudade Papai sei que morro Meu pobre cachorro Quem dá de comer? Meu Deus, meu Deus Já outro pergunta Mãezinha, e meu gato? Com fome, sem trato Mimi vai morrer Ai, ai, ai, ai E a linda pequena Tremendo de medo "Mamãe, meus brinquedo Meu pé de fulô?" Meu Deus, meu Deus Meu pé de roseira Coitado, ele seca E minha boneca Também lá ficou Ai, ai, ai, ai E assim vão deixando Com choro e gemido Do berço querido Céu lindo azul
  • 7. Meu Deus, meu Deus O pai, pesaroso Nos filho pensando E o carro rodando Na estrada do Sul Ai, ai, ai, ai Chegaram em São Paulo Sem cobre quebrado E o pobre acanhado Procura um patrão Meu Deus, meu Deus Só vê cara estranha De estranha gente Tudo é diferente Do caro torrão Ai, ai, ai, ai Trabaia dois ano, Três ano e mais ano E sempre nos prano De um dia vortar Meu Deus, meu Deus Mas nunca ele pode Só vive devendo E assim vai sofrendo É sofrer sem parar Ai, ai, ai, ai Se arguma notícia Das banda do norte Tem ele por sorte O gosto de ouvir Meu Deus, meu Deus Lhe bate no peito Saudade lhe molho E as água nos óio Começa a cair Ai, ai, ai, ai Do mundo afastado Ali vive preso Sofrendo desprezo Devendo ao patrão Meu Deus, meu Deus O tempo rolando Vai dia e vem dia E aquela famia Não vorta mais não Ai, ai, ai, ai Distante da terra Tão seca mas boa Exposto à garoa À lama e o paú Meu Deus, meu Deus Faz pena o nortista Tão forte, tão bravo Viver como escravo No Norte e no Sul Ai, ai, ai, ai
  • 8. Conhecendo os autores: Patativa do Assaré Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré localizada no estado do Ceará. Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina. Nascido em uma família de agricultores pobres perdeu a visão de um olho. Quando tinha apenas 8 anos de idade Patativa ainda passou pela dor de perder o pai, o que o levou a trabalhar na roça para sustentar a família.Embora tenha frequntado a escola apenas aos 12 anos de idade, Patativa do Assaré, demonstra aptidão no poema ao escrever seus próprios versos e pequenos textos. Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar repentes e se apresentar empequenas festas da cidade.Ganhou o apelido de Patativa, uma alusão ao pássaro de lindo. No ano de 1956, escreveu seu primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras, no dia 8 de Julho de 2002, falece em sua cidade natal. Luiz Gonzaga Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural da cidade de Exu localizada no sertão de Pernambuco no dia 13 de Dezembro de 1912. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Sua mãe chamava-se Santana. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão e também consertavam o instrumento, através desse contato Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Ainda muito jovem, passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sudeste do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.
  • 9. Em uma feira de Campina Grande (PB) Luiz Gonzaga ouve de um cantador: “A triste partida”, poema popular da autoria do cearense Patativa do Assaré,no final de 1964 a música é gravada e torna-se o maior sucesso do “Rei do Baião” e difunde também a poesia de Patativa do Asssaré. Em 1989 morre Vítima de pneumonia, na cidade de Recife enquanto dormia. ATIVIDADE Com base nas aulas referentes ao módulo em estudo, escreva um pequeno poema com temática livre, não esqueça de adequá-lo com rimas, versos e estrofes. ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________