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Pedro Adão e Silva: Já somos a Grécia
A receita que nos é oferecida é um caminho para o desastre. Não é possível vislumbrar nenhum
círculo virtuoso nesta solução: as receitas do Estado só poderão retrair-se, o défice e a dívida
tenderão a crescer.


Pedro Adão e Silva (www.expresso.pt)
ontem às 11:59

Até há dias, a estratégia do Governo passava por diferenciar Portugal da Grécia. Paradoxalmente, para evitar sermos
vistos como a Grécia, a solução agora proposta é a mesma que levou ao descalabro económico e social que se vive nas
ruas de Atenas. O fim dos subsídios de férias e de Natal, a somar a todos os outros cortes salariais e aumentos de
impostos, terá inevitavelmente duas consequências: o colapso da procura interna e uma recessão ainda mais profunda
do que o previsto. Entrámos definitivamente numa espiral recessiva que nos deixa apenas uma garantia - ao fundo do
túnel, encontraremos um túnel ainda mais longo e escuro. Com o que se anuncia para o Orçamento de 2012, Portugal
passou a ser a Grécia.

O primeiro-ministro justificou os cortes bem além do memorando da troika com base num conjunto de surpresas que terá
encontrado. Nenhum dos documentos de execução orçamental conhecidos dá cobertura às afirmações de Passos
Coelho. O único desvio conhecido resulta da Madeira, do BPN e da degradação da receita fiscal, fruto da austeridade
adicional. Até prova em contrário, o elemento de surpresa é o conjunto de mitos em que assentou a campanha eleitoral
do PSD. Recuperar as justificações de Passos Coelho para chumbar o PEC4 é penoso e fragiliza hoje a capacidade
política do primeiro-ministro. Da austeridade que era excessiva passámos, como por arte mágica, para uma austeridade
necessária. Para quem se alcandorou na verdade, estamos falados.

A receita que nos é oferecida é um caminho para o desastre e assenta num voluntarismo que recupera o pior dos
amanhãs que cantam. Não é possível vislumbrar nenhum círculo virtuoso nesta solução: as receitas do Estado só
poderão retrair-se, o défice e a dívida tenderão a crescer em percentagem do PIB, a economia colapsará e as famílias
ficarão bem mais pobres, com o desemprego a disparar para valores que não encontram paralelo na sociedade
portuguesa das últimas décadas. Tudo em nome de uma austeridade expansionista que não passa de uma ambição
ideológica, desprovida de sustentação empírica - particularmente num contexto de crise económica que nos deixa
dependentes de exportações que nunca poderão compensar todas as outras perdas.


Leia também a opinião de

       Miguel Sousa Tavares: Morte certa, ressurreição duvidosa
       Ricardo Costa: O tempo perdido e o que sobra

       Nicolau Santos: Uma raiva a nascer-me nos dentes
       Daniel Oliveira: O gordo é você!


Artigo publicado na edição impressa do Expresso de 15 de Outubro de 2011




http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=print&op=view&fokey=ex.stories/681068&sid=ex.... 18-10-2011

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