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Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial
3º ano
Disciplina: Psicopatologia Geral
Docente: Céu Kemp
Introdução à patologia no idoso – Caderno 2
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Índice
Objetivos e conteúdos ..................................................................................................................................................................4
Saúde...................................................................................................................................................................................................6
Definição de saúde segundo a OMS.........................................................................................................................................6
Perspetiva triangular (social, mental e física)....................................................................................................................6
Fatores que influenciam a saúde da pessoa idosa............................................................................................................7
Doença e as suas fases...............................................................................................................................................................10
O conceito de doença.................................................................................................................................................................10
Sintoma, sinal e síndrome........................................................................................................................................................10
Aguda – Características e formas de intervenção..........................................................................................................11
Convalescença – Características e formas de intervenção.........................................................................................11
Restauração – Características e formas de intervenção..............................................................................................12
Qualidade de vida........................................................................................................................................................................13
Definição de qualidade de vida segundo a OMS .............................................................................................................13
Os aspetos relacionados com a qualidade de vida.........................................................................................................15
As duas esferas da qualidade de vida: objetiva e subjetiva .......................................................................................22
Escala de avaliação da qualidade de vida..........................................................................................................................24
Promoção da saúde e prevenção da doença.....................................................................................................................26
Responsabilidade pessoal........................................................................................................................................................26
Atividade física.............................................................................................................................................................................27
Nutrição adequada......................................................................................................................................................................29
Adaptação ao stress e organização do ambiente............................................................................................................30
Vacinação........................................................................................................................................................................................31
Higiene corporal..........................................................................................................................................................................32
Prevenção de acidentes ............................................................................................................................................................33
O processo de administração de medicamentos / vacinas........................................................................................36
Os principais grupos de fármacos utilizados na população idosa...........................................................................36
A automedicação nos idosos...................................................................................................................................................38
A avaliação morfológica do idoso.........................................................................................................................................40
Estatura/Massa e Índice de Massa Corporal (IMC).......................................................................................................40
Bibliografia e netgrafia .............................................................................................................................................................43
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Objetivos:
✓ Definir e caracterizar os conceitos de saúde e doença.
✓ Analisar os aspetos relacionados com a qualidade de vida e respetiva avaliação.
✓ Identificar os aspetos determinantes para a promoção da saúde e prevenção de
doenças nos idosos.
✓ Reconhecer a importância da farmacologia, vacinação e avaliação morfológica na
prevenção e cura de algumas doenças.
Conteúdos:
✓ Saúde
➢ Definição de saúde segundo a OMS
➢ Perspetiva triangular (social, mental e física)
➢ Fatores que influenciam a saúde da pessoa idosa
✓ Doença e as suas fases
➢ O conceito de doença
➢ Sintoma, sinal e síndrome
➢ Aguda – Características e formas de intervenção
➢ Convalescença – Características e formas de intervenção
➢ Restauração – Características e formas de intervenção
✓ Qualidade de vida
➢ Definição de qualidade de vida segundo a OMS
➢ Os aspetos relacionados com a qualidade de vida
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• Biológicos
• Sociais
• Médicos
• Económicos
• Políticos
➢ As duas esferas da qualidade de vida
• Esfera objetiva
• Esfera subjetiva
➢ Escala de avaliação da qualidade de vida – World Health Organization Quality of
Life Assesment (WHOQOL-100) OMS
✓ Promoção da saúde e prevenção da doença
➢ Responsabilidade pessoal
➢ Atividade física
➢ Nutrição adequada
➢ Adaptação ao stress
➢ Organização do ambiente
➢ Vacinação
➢ Higiene corporal
➢ Prevenção de acidentes
✓ O processo de administração de medicamentos / vacinas
➢ Os principais grupos de fármacos utilizados na população idosa
➢ A automedicação nos idosos
✓ Avaliação morfológica do idoso
➢ Estatura e Massa e Índice de Massa Corporal (IMC)
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➢ Saúde
Definição de saúde segundo a OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como sendo o estado de completo
bem-estar físico, mental e social. Ou seja, o conceito de saúde transcende à ausência de
doenças e afecções. Por outras palavras, a saúde pode ser definida como o nível de eficácia
funcional e metabólica de um organismo a nível micro (celular) e macro (social).
O estilo de vida, isto é, o conjunto de comportamentos adoptados por uma pessoa, pode ser
benéfico ou prejudicial à saúde. Por exemplo, um indivíduo que mantem uma alimentação
equilibrada e que realiza actividades físicas diariamente tem maiores hipóteses de desfrutar
de uma boa saúde. Pelo contrário, e bebem as pessoas que comem em excesso, que não
descansam o suficiente e que fumam correm sérios riscos de sofrer doenças que poderiam ser
evitadas.
Perspetiva triangular (social, mental e física)
Em linhas gerais, a saúde pode dividir-se em saúde física e saúde mental embora, na
realidade, sejam dois aspectos interrelacionados. Para o cuidado da saúde física, é
recomendada a realização frequente e regular de exercícios, e uma dieta equilibrada e
saudável, com variedade de nutrientes e proteínas.
A saúde mental, por outro lado, faz referência ao bem-estar emocional e psicológico no qual
um ser humano pode utilizar as suas capacidades cognitivas e emocionais, desenvolver-se
socialmente e resolver as questões quotidianas da vida diária.
Convém destacar que as ciências da saúde são aquelas que proporcionam os conhecimentos
adequados para a prevenção das doenças e a promoção da saúde e do bem-estar quer do
individuo quer da comunidade. A bioquímica, a bromatologia, a medicina e a psicologia, entre
outras, são ciências da saúde.
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Fatores que influenciam a saúde da pessoa idosa
A cada dia que passa todos envelhecemos. O envelhecimento é transversal a todos os seres
vivos. Enquanto somos jovens pouco pensamos neste processo, mesmo sendo ele uma
constante.
A maturidade que advém com ele é algo que nos atrai e, talvez por isso, lidemos com ele de
uma forma tão subtil.
Contudo, no decorrer do ciclo biológico ocorre um declínio previsível das funções do
organismo. O processo de envelhecimento nota-se especialmente no sistema nervoso,
acabando assim por atingir todos os outros sistemas.
A nível físico, vamos aqui referir apenas os principais sinais neurológicos de
envelhecimento:
Problemas visuais
Reflexos lentos
Aumento da tendência à vertigem
Redução do olfacto
Diminuição da agilidade de movimentos e de equilíbrio
Redução da força muscular
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Alterações de postura e marcha
A nível psicológico existem alguns aspectos mais comuns, que passamos a indicar:
Tendência a ser auto-centrado, rígido, conservador e excessivamente crítico, ou o
oposto – muito flexível, vacilante e sem opinião.
Acentuação do esquecimento de nomes, factos e eventos
Redução da facilidade de usar as palavras para exprimir sentimentos e/ou emoções
Ficar preso a momentos do passado
Medo da morte
Aumento da sensação de solidão e abandono
Integração das aprendizagens que se adquiriram ao longo da vida – este aspecto pode
nem sempre ser de fácil resolução dependendo da experiência de vida do individuo
Gestão de perdas (amigos, companheiros, familiares)
Dificuldade em lidar com as questões de perda de funcionalidade e saúde
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Doença e as suas fases
O conceito de doença
Chama-se doença ao processo e ao estado causado por uma infeção num ser vivo, que altera
o seu estado ontológico de saúde. Este estado pode ser provocado por diversos fatores,
podendo ser intrínsecos ou extrínsecos ao organismo enfermo. Estes fatores denominam-
se noxas (do grego nósos).
Na linguagem corrente, a doença é considerada como sendo o oposto à saúde: é aquilo que
causa uma alteração ou uma desarmonização no sujeito, seja a nível molecular, corporal,
mental, emocional ou espiritual.
Existem distintas ciências que tratam do estudo das doenças. A fitopatologia, por exemplo,
dedica-se a analisar as doenças que afetam as plantas e os restantes géneros botânicos. As
patologias que afetam os animais, por outro lado, são estudadas pela veterinária. A ciência
médica, por sua vez, encarrega-se das doenças dos humanos.
Desta forma, os diversos ramos da medicina investigam as características próprias de cada
entidade, os seus componentes e os processos que desenvolvem em relação à evidência
morfofisiológica que causa na biologia do organismo doente.
Perante a dificuldade em definir em concreto o que é uma doença (dado que cada
individuo o faz de acordo com as suas próprias vivências), existem vários conceitos que
podem ser utilizados, de acordo com o contexto, como sinónimos: patologia, indisposição,
padecimento, anormalidade, perturbação, desordem, desequilíbrio e alteração, entre outros.
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Sintoma, sinal e síndrome
Sintoma:
É uma queixa subjetiva. É o que o paciente sente e conta durante uma consulta. Não há
uma tradução no exame físico. Exemplos: dor torácica (dor no peito), tontura, etc.
Sinal:
É um tipo de exame físico, ou seja, um dado objetivo que pode ou não ser relatado pelo
paciente. Logo, um sinal pode também ser um sintoma. Exemplo: inchaço nas pernas (edema),
ascite (acúmulo de líquido no abdômen), etc. Essa queixa é relatada pelo paciente durante
uma consulta (sintoma) e comprovada através do exame físico (sinal).
Síndrome:
É um conjunto de sinais e sintomas típicos de uma determinada doença. Exemplo: fadiga, falta
de ar (dispneia) e edema nos membros inferiores são típicos da síndrome da insuficiência
cardíaca congestiva.
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Aguda – Características e formas de intervenção
As doenças agudas são aquelas que têm um curso acelerado, terminando com convalescença
ou morte em menos de três meses.
A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O início dos sintomas pode ser
abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração até um máximo de sintomas e
danos, fase de plateau, com manutenção dos sintomas e possivelmente novos picos, uma longa
recuperação com desaparecimento gradual dos sintomas, e a convalescência, em que já não há
sintomas específicos da doença, mas o indivíduo ainda não recuperou totalmente as suas
forças. Na fase de recuperação podem ocorrer as recrudescências, que são exacerbamentos
dos sintomas de volta a um máximo ou plateau, e na fase de convalescência as recaídas,
devido à presença continuada do factor desencadeante e do estado debilitado do indivíduo,
além de (novas) infecções.
As doenças agudas distinguem-se dos episódios agudos das doenças crónicas, que são
exacerbação de sintomas normalmente menos intensos nessas condições.
Convalescença – Características e formas de intervenção
Embora cada doença infecciosa específica tenha uma evolução particular, todas as
patologias desta natureza apresentam diferentes períodos de evolução comuns.
A destruição ou neutralização dos microorganismos causadores da doença infecciosa pelo
sistema de defesa, permite o desaparecimento dos sinais e sintomas provocados por esta
doença, embora possa passar algum tempo, designado período de convalescença, até que o
organismo debilitado recupere totalmente das alterações e lesões sofridas. O período de
convalescença corresponde a uma fase intermédia entre o padecimento da doença e um
estado de perfeita saúde, sem se ter em conta as eventuais sequelas permanentes que a
patologia possa ter causado. Quando a doença termina de forma brusca, a convalescença
também começa subitamente, enquanto que o limite é mais impreciso quando a patologia
desaparece lentamente.
Cada doença infecciosa provoca uma convalescença de maior ou menor duração, muito
variável dependendo do caso, em alguns casos com a persistência de alterações apenas
perceptíveis, mas noutras com sinais e sintomas mais evidentes: náuseas, falta de apetite,
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sensação de debilidade, flacidez dos membros. Ao longo deste período o médico pode, de
acordo com a doença, prescrever uma dieta nutritiva ligeira e recomendar repouso, para
depois passar progressivamente para uma dieta mais rica e uma atividade física normal e,
eventualmente, prescrever algum medicamento.
Embora muitas pessoas pensem que a convalescença de uma doença infecciosa possa ser
acelerada através da administração de tónicos reconstituintes ou vitaminas, estes produtos
não costumam ser eficazes, podendo até ser perigosos. Por exemplo, ocasionalmente, recorre-
se à administração de alguns produtos, sem se ter cm conta que são constituídos por álcool e
que podem, por isso, ser prejudiciais, sobretudo para as crianças. Em relação ás vitaminas, o
organismo de um convalescente, de facto, necessita delas, mas normalmente podem ser
perfeitamente obtidas em quantidades suficientes com uma alimentação adequada, sem
necessidade de se recorrer aos tão populares complexos vitamínicos. O melhor é seguir os
conselhos do inédito, que devera prescrever os medicamentos necessários ao longo do
período de convalescença.
Restauração – Características e formas de intervenção
As doenças associadas à reconstituição da imunidade, também denominadas síndrome
inflamatória de reconstituição imune ), doença de restauração imune (DRI) ou síndromes de
reconstituição imune (SRI), constituem importante capítulo da área médica, particularmente
em doentes com SIDA, durante os primeiros meses de tratamento antirretroviral (TARV).
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Qualidade de vida
Definição de qualidade de vida segundo a OMS
Muito se fala em Qualidade de Vida nos dias de hoje. Essa expressão tornou-se a procura
incansável de pessoas que vivenciam a correria do dia-a-dia, o stress, a falta de tempo para o
lazer e para a família, os problemas de saúde e todas as outras situações que causam
desconforto e insatisfação. Aproveitando-se dessa situação, o termo “Qualidade de Vida” tem
sido usado e explorado por diversos setores com diversos interesses. Com isso, vemos a
expressão “Qualidade de Vida” estampada em todos os lugares, como um “guarda-chuva”
que tudo pode significar e em que tudo pode se pendurar. Entretanto, grandes centros de
pesquisa, universidades e as mais importantes organizações internacionais empenham-se
para mostrar o que “Qualidade de Vida” realmente significa e quais os principais passos para
que possamos alcançá-la.
Segundo a OMS, Qualidade de Vida é "a perceção do indivíduo da sua posição na vida no
contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações". A Qualidade de Vida pode variar de acordo com a
cultura da pessoa, e que irá variar para cada um, dependendo dos seus objetivos e as suas
expectativas. Observaram, também, que alguns aspetos são comuns e universais, como o bem-
estar físico, psicológico, relações sociais, o ambiente, o nível de independência e as
crenças pessoais ou religiosidade. A estes seis itens deram o nome de “domínios”, ou seja,
são os principais aspetos que determinam a Qualidade de Vida de uma pessoa.
Cada um destes domínios possui suas características. No caso do domínio Físico, o que
determina nossa Qualidade de Vida seria a existência ou não de dor e desconforto, a
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energia e a fadiga, e a qualidade de nosso sono e repouso. Já no domínio Psicológico, os itens
importantes seriam os sentimentos positivos e negativos, a auto-estima, a imagem corporal
e aparência, e os aspetos cognitivos, como pensar, aprender, memória e concentração. A esses
subitens ou subdomínios, damos o nome de “facetas”.
No domínio Nível de Independência, ressalta-se a importância da capacidade de trabalho,
da mobilidade, de manter-se apto para as atividades da vida quotidiana, o dos prejuízos da
dependência de medicamentos. As relações pessoais, o suporte ou apoio social e a vida
sexual são itens importantes para a Qualidade de Vida e que estão inseridos no domínio das
Relações Sociais. O domínio do Ambiente inclui a segurança física e proteção, o ambiente no
lar, os recursos financeiros, a disponibilidade e qualidade dos serviços de saúde, o
transporte, a oportunidade de lazer e aspetos do ambiente físico, como ruído, poluição,
trânsito e clima. Por último, temos o domínio dos aspetos espirituais, religião e crenças
pessoais, que influenciam as perspetivas e objetivos de uma pessoa, trabalhando, assim, com a
sua Qualidade de Vida.
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Os aspetos relacionados com a qualidade de vida
Qualidade de vida e saúde
Qualidade de vida e saúde são termos indissociáveis. A Qualidade de vida surge, de tal
forma, associada à saúde que muitos autores não as distinguem uma da outra. Para eles
saúde e qualidade de vida são a mesma coisa. De facto, a saúde não é o único fator que
influencia a nossa qualidade de vida, contudo ela tem uma importância fulcral.
Geralmente, saúde e qualidade de vida são dois temas muito relacionados, uma vez que a
saúde contribui para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e esta é fundamental para
que um indivíduo ou comunidade tenha saúde. Mas não significa apenas saúde física e mental,
mas sim que essas pessoas estejam de bem não só com elas próprias, mas também com a vida,
com as pessoas que as cercam, enfim, ter qualidade de vida é estar em harmonia com vários
fatores.
No que diz respeito à saúde, a qualidade de vida é, muitas vezes, considerada em termos
de como ela pode ser afetada de forma negativa, ou seja, a ocorrência de uma doença
debilitante que não constitui risco de vida, uma doença que constitui risco de vida, o declínio
natural da saúde de uma pessoa idosa, o declínio mental, processos de doenças crónicas, etc.
Todas estas situações são castradoras da nossa qualidade de vida.
Neste sentido, uma vida saudável tem um profundo impacto na qualidade de vida das pessoas.
Qualidade de vida e saúde física
A saúde física afeta, obviamente, a nossa qualidade de vida. Por exemplo, existe uma relação
entre atividade física, a melhoria da condição de saúde e a qualidade de vida. Da mesma
forma, existe uma relação ente uma correta alimentação e a qualidade de vida. A qualidade de
vida e alimentação saudável são conceitos que estão estritamente relacionados. Ter uma
alimentação saudável e equilibrada é fundamental para o bem-estar do indivíduo. Quando o
organismo recebe as quantidades ideais de nutrientes e vitaminas de que precisa, a sua saúde
física melhora e consequentemente aumenta a qualidade de vida.
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Em resumo, se conseguirmos melhorar a nossa condição de saúde física rumo a uma vida
mais saudável, através de uma correta promoção da saúde, então conseguiremos melhorar a
nossa qualidade de vida.
Qualidade de vida e saúde mental
O conceito de qualidade de vida tem vindo a ganhar, cada vez mais, uma importância
crescente no domínio da saúde mental e dos cuidados de saúde, aumentando a sua
importância no discurso e prática médica.
Não é por acaso que a definição dada pela OMS para saúde é ampla. Ela define-a como “o
estado de completo bem-estar físico e mental”. Muitas vezes, algumas pessoas ao pensar em
saúde e qualidade de vida deixam de lado a saúde mental.
Contudo, a saúde mental possui, hoje, uma enorme importância. Assistimos ao aumento dos
casos de stress crónico e burnout, ansiedade e depressão para além de tantos outros
problemas psicológicos e emocionais.
Uma pessoa com a saúde mental debilitada, deprimida, por exemplo, tem grande
dificuldade em manter relacionamentos amorosos, desempenhar as funções no trabalho e até
mesmo educar os filhos. Uma pessoa com problemas emocionais pode influenciar todos os
membros da família. Uma pessoa com a saúde mental afetada está mais propensa à
dependência de drogas e de álcool, a contrair doenças infeciosas, desenvolver alergias,
doenças auto-imunes, etc. Existem, no entanto, muitas outras consequências nefastas quando
descuramos a saúde e o bem-estar mental e emocional.
Cuidar da saúde mental é muito mais simples do que parece, basta manter boas relações
com as pessoas que nos rodeiam, ter uma vida amorosa satisfatória, não remoer problemas
passados, não ser demasiado exigente consigo mesmo, perdoar-se e perdoar o próximo, rir
sempre que puder, chorar quando precisar e amar. Se sentir dificuldades em fazer isto, é
melhor procurar ajuda de um profissional.
Estar com boa saúde mental é estar em equilíbrio com o seu mundo interior e com o mundo
que o rodeia, é estar em paz consigo mesmo e com os outros.
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Stress e qualidade de vida
O stress é na atualidade um grave problema com inquestionáveis implicações na qualidade
de vida. Os problemas serão mais intensos dependendo do nível de stress a que o individuo
está sujeito, das causas que lhe deram origem e dos sintomas percecionados.
Meio ambiente e qualidade de vida
O meio ambiente traz vários benefícios ao homem, sendo que um deles é, sem dúvida,
melhorar a sua qualidade de vida. A qualidade de vida e meio ambiente são, por isso também,
dois termos indissociáveis.
O meio ambiente diz respeito a tudo o que nos rodeia, logo a nossa qualidade de vida está
diretamente associada à qualidade do meio ambiente envolvente. Deste modo, a preservação
do meio ambiente são um importante fator para aumentar a qualidade de vida das pessoas.
A título de exemplo, imagine uma cidade com muito lixo, muita poluição e sem espaços verdes.
Certamente que serão fatores, por um lado, suscetíveis de causar doenças e por outro, não
produzem sentimentos de bem-estar nas pessoas. Um praticante de atividade física, por
exemplo, quando opta por fazê-lo num espaço verde, une os benefícios do exercício físico a um
local de ar puro, tornando a sua atividade muito mais agradável e saudável. Uma pessoa
quando realiza uma massagem e pode usufruir simultaneamente dos sons da natureza,
consegue tirar ainda mais proveito do seu momento de relaxamento.
Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente
Hoje mais do que nunca, notamos que há uma preocupação crescente com o homem para
que este tenha uma vida com qualidade.
Entre vários outros fatores é preciso preservar e respeitar o meio ambiente para garantirmos
a nossa qualidade de vida, para isso, devemos ter atitudes mais assertivas e protetoras, no
sentido de tornarmos o nosso habitat melhor tanto para nós como para as gerações
vindouras.
É, sobretudo, quando falamos sobre o meio ambiente que vamos tomar consciência de que
somos organismos vivos que se encontram em harmonia com a natureza. A nossa qualidade
de vida depende do estado em que o meio ambiente se encontra, ou seja, precisamos de ar,
água, alimentos, elementos essenciais para a sobrevivência, daí ser fundamental um meio
ambiente ecologicamente equilibrado e que garantamos a sua sustentabilidade.
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Desta forma, a qualidade de vida depende da qualidade do ambiente, além disso, ela não
quer dizer quantidade de vida, devendo, pois, haver um destaque para a valorização e sentido
da existência, que deve ter em conta as necessidades de que todos os seres humanos sentem
para viver condignamente.
Também não se pode falar de saúde desvinculada do meio ambiente, pois sempre que se
melhorar o ambiente estar-se-á a proteger a saúde física e mental do homem.
Qualidade de vida no trabalho
Não é por acaso que muitas empresas e organizações revelam preocupação, hoje em dia,
com a qualidade de vida no trabalho. Como sabemos é no trabalho que passamos muito do
nosso tempo. Muitas vezes, estamos mais tempo em contacto com os colegas de trabalho do
que até com a nossa própria família. Por estes motivos, a qualidade de vida no trabalho,
passou a ser vista como fundamental nos tempos modernos. Quando nos referimos a trabalho,
referimo-nos às atividades desenvolvidas nas empresas, organizações, na escola, etc.
A qualidade de vida do trabalhador, geralmente, é observada tendo em conta a qualidade
de vida nas empresas e a sua produtividade, mas também em aspetos da vida do trabalhador
não diretamente ligados ao seu trabalho. Não obstante, algumas polémicas recentes usam a
terminologia “qualidade de vida do trabalhador” deixando claro que a qualidade de vida não
se limita somente ao local e ao momento do trabalho, mas também à relação com vários
outros aspectos, designadamente, a satisfação pessoal, o relacionamento familiar, as
oportunidades de lazer, etc.
O que é qualidade de vida no trabalho?
Quando falamos em qualidade de vida no trabalho queremos com isso referirmo-nos aos
benefícios e malefícios do ambiente de trabalho para o indivíduo. O objetivo é desenvolver
ambientes de trabalho que sejam tão favoráveis tanto para o indivíduo como para a saúde
económica da organização.
Conceito de qualidade de vida no trabalho
Como vimos, qualidade de vida é uma expressão que se refere às condições de vida do
homem, em vários âmbitos, nomeadamente, o bem-estar físico, mental, psicológico e
emocional, relacionamentos sociais, como família e amigos e também saúde, educação e
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outros aspetos que influenciam a vida humana. O conceito de qualidade de vida no trabalho
refere-se a estas condições no local do trabalho, muitas vezes, também referida como
qualidade de vida nas empresas.
Importância da qualidade de vida no trabalho
A importância da qualidade de vida no trabalho é crescente no atual contexto económico
e social, tendo em conta a relevância que o emprego representa na vida das pessoas e o
quanto um bom ambiente organizacional pode ser útil na gestão das pessoas e na melhoria da
produtividade das empresas e organizações.
Torna-se claro, que não se pode dissociar o lado humano do lado profissional, uma vez
que o homem é provido de competências e capacidades individuais que podem ser alteradas
em virtude das condições do meio em que está inserido.
Neste sentido, com o passar dos tempos, as empresas começaram a refletir sobre o bem-estar
dos seus colaboradores e a produtividade individual de cada um.
Perante esta nova realidade, o termo qualidade de vida no trabalho começou a ser debatido e
implementado nas organizações. Estas medidas tinham como objetivo melhorar a qualidade
de vida no trabalho, fundamentalmente, da saúde física e mental dos seus colaboradores.
O termo qualidade de vida nas empresas começou a ser visto como um agente de melhoria
na gestão de pessoas, pois colaboradores motivados e saudáveis estão estritamente
relacionados com a melhoria no ambiente de trabalho e consequentemente com a
produtividade.
Atualmente, os profissionais que se encontram no mercado de trabalho, procuram mais
do que um bom salário e benefícios, procuram também um ambiente de trabalho humanizado
e adequado. Se o trabalhador sentir conforto e bem- estar no local de trabalho, sentir-se-á
motivado, melhorando a sua produtividade.
Trabalho - saúde física e mental
A alteração dos estilos de vida, alterações no mercado de trabalho e dos tempos livres são
fatores que têm um forte impacto na saúde das pessoas. O trabalho e os tempos livres
deveriam ser uma fonte de saúde para as populações. A maneira como a sociedade
organiza o trabalho deveria ajudar a criar uma sociedade saudável. A promoção da saúde
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gera condições de vida e de trabalho seguras, estimulantes, satisfatórias e agradáveis,
melhorando a qualidade de vida no trabalho e nas empresas.
A saúde mental conduz a vários tipos de alterações, nomeadamente, do funcionamento da
rotina diária, capacidade para trabalhar, qualidade de vida no trabalho, desempenho de
papéis familiares e sociais e com o envolvimento em atividades de lazer. Em virtude do seu
diagnóstico, dos seus tratamentos prolongados e da incerteza do prognóstico, a doença
mental constitui-se como um risco para a qualidade de vida do trabalhador e de quem o
rodeia.
O trabalho é uma das principais causas de stress na atualidade. O stress, por sua vez,
exerce uma influência direta no desempenho profissional e na produtividade.
O stress crónico tende a desencadear problemas psicossociais intensos. Por estes
motivos é que o stress e qualidade de vida no trabalho são conceitos tão presentes no
quotidiano dos trabalhadores.
Programas de qualidade de vida no trabalho
Pelos motivos apresentados, as empresas apercebem-se, cada vez mais, da importância da
qualidade de vida no trabalho e da sua relação com a produtividade. Por isto, tendem a
implementar programas de qualidade de vida no trabalho, que visam melhorar as condições
dos trabalhadores.
Estes programas consistem em ações levadas a cabo pela empresa, que passam pela
implantação de melhorias e inovações tanto ao nível da gestão, como alterações de índole
tecnológica ou outras no ambiente de trabalho. Por exemplo, melhorando a ergonomia,
melhorando as condições climáticas, estimulando um melhor relacionamento interpessoal,
facultando condições relacionadas com a assistência à saúde e aos filhos, etc. A qualidade de
vida nas organizações pode ser francamente melhorada se estas medidas forem bem
desenhadas e implementadas.
Tal como no aspeto pessoal, a qualidade de vida no trabalho é essencial para o
desenvolvimento dos colaboradores, tanto dentro como fora do ambiente da empresa. Neste
sentido, é importante salientar o papel social das organizações também na formação de
cidadãos mais conscientes de seu papel na sociedade.
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A qualidade de vida não se esgota no tempo. Muitas pessoas estão preocupadas e
questionam-se sobre a melhor forma de ter uma boa qualidade de vida, no presente. Contudo,
a qualidade de vida deve também ser encarada como um objetivo futuro e duradouro. A
longevidade é cada vez maior, porém por vezes com uma qualidade de vida reduzida. Muitos
tratamentos médicos permitem-nos melhorar a nossa condição de saúde, contudo muitas
vezes à custa de terapêuticas que nos debilitam e reduzem a qualidade de vida.
Devemos, pois, procurar uma boa qualidade de vida em todas as fases da nossa vida,
cientes de que é no idoso que, muitas vezes, observamos os maiores problemas.
As opções que fazemos ao longo da vida, como o tipo de alimentação, o exercício físico, as
condições de trabalho, o meio ambiente em que vivemos, etc são tudo fatores que irão
influenciar não só a nossa longevidade e saúde, como também a nossa qualidade de vida atual
e futura.
Perante as alterações demográficas que se começaram a verificar, no último século, e que
nos mostram uma população cada vez mais envelhecida, torna-se imperioso proporcionar aos
idosos não só uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida.
Mediante a subjetividade que o conceito de qualidade de vida do idoso acarreta, torna-se
necessário orientar as políticas para um envelhecimento bem sucedido, o que para a maioria
dos idosos, está relacionado ao bem-estar, à felicidade, à realização pessoal, enfim, à qualidade
de vida nessa faixa etária (terceira idade).
Como melhorar a qualidade de vida
Para que possamos garantir uma boa qualidade de vida no futuro, devemos começar já a
preocuparmo-nos com a manutenção de hábitos saudáveis, a saber: cuidar do corpo, uma
alimentação equilibrada, exercício físico, relações saudáveis, ter tempo para realizar
atividades de lazer e vários outros hábitos que propiciem à pessoa bem-estar e qualidade de
vida.
A promoção da saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos para
controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para atingir um estado de completo bem-
estar físico, mental e social, o indivíduo deve ser capaz de identificar e realizar os seus
desejos, satisfazer as suas necessidades e modificar ou adaptar-se ao meio.
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As duas esferas da qualidade de vida: objetiva e subjetiva
Hoje em dia todos costumam prezar especialmente por duas coisas na vida: boa condição
financeira e qualidade de vida. Aparentemente essas são duas características da vida que
caminham em direções opostas, um a vez que uma boa condição financeira costuma-se
vincular a uma grande dedicação ao trabalho e qualidade de vida a tempo livre para lazer.
Contudo há formas de fazer com que essas duas esferas caminhem juntas, aqui daremos dicas
de como isso é possível.
A primeira dica que temos é quanto a interpretação que se tem de qualidade de vida.
Qualidade de vida, muitas vezes, é erroneamente vinculada a tempo livre e vivido fora do
ambiente do trabalho, no entanto esse é um grande equívoco. Possuir uma boa qualidade de
vida deve iniciar-se exatamente no ambiente de trabalho. Não há dúvidas que grande parte
do nosso tempo nas nossas vidas é gasto com o trabalho, desse modo, nada mais óbvio que a
procura por qualidade de vida se inicia ali.
Refletindo sobre isso é importante em primeiro lugar manter uma boa relação dentro do
ambiente de trabalho, procurando trabalhos na área que lhe de agrado e em locais em que a
convivência seja saudável.
Desse modo, a sua qualidade de vida já começará ao seguir as suas obrigações e rotina, mas
isso não pode ser tudo, é necessário sim, estar atento às outras esferas da vida na procura da
qualidade de vida.
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Tendo conseguido melhorar as relações no trabalho é necessário preocupar-se com as
outras esferas da vida. Não faz sentido trabalhar exaustivamente na procura de dinheiro
se não haverá tempo e prazer para aproveitá-lo, por isso é saudável que se saiba dividir o
tempo e pesar sempre se vale a pena ter um pouco mais de dinheiro ou ter um pouco mais de
diversão e lazer. Na verdade, essas duas esferas devem caminhar em cooperação e não
em competição, uma vez que uma depende da outra.
Ter tempo mas não ter o dinheiro necessário para aproveitá-lo como gostaria não gera
qualidade de vida, por isso é necessário saber trabalhar com dosagem de modo que uma
verdadeira qualidade de vida seja alcançada. Outro ponto importante é não envolver-se com
o trabalho mais do que o necessário e mais do que o que é saudável. É necessário estar atento
para fugir de problemas como o stress, e compulsões do tipo workaholic.
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Escala de avaliação da qualidade de vida
Neste contéudo é necessário a utilização da internet para análise e discussão do link a
seguir:
https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/2940/4/escala%20de%20qualidad
e%20de%20vida%20WHOQOL-100%20PORTUGAL.pdf
Embora não haja um consenso a respeito do conceito de qualidade de vida, três aspectos
fundamentais referentes ao construto qualidade de vida foram obtidos através de um grupo
de experts de diferentes culturas: (1) subjetividade; (2) multidimensionalidade (3) presença
de dimensões positivas (p.ex. mobilidade) e negativas (p.ex. dor).
O desenvolvimento destes elementos conduziu a definição de qualidade de vida como "a
percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos
quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações"
(WHOQOL GROUP, 1994). O reconhecimento da multidimensionalidade do construto refletiu-
se na estrutura do instrumento baseada em 6 domínios: domínio físico, domínio psicológico,
nível de independência, relações sociais, meio-ambiente e espiritualidade / religião / crenças
pessoais.
DOMÍNIOS E FACETAS DO WHOQOL
Domínio I - Domínio físico
➢ Dor e desconforto
➢ Energia e fadiga
➢ Sono e repouso
Domínio II - Domínio psicológico
➢ Sentimentos positivos
➢ Pensar, aprender, memória e concentração
➢ Auto-estima
➢ Imagem corporal e aparência
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➢ Sentimentos negativos
Domínio III - Nível de Independência
Mobilidade
Atividades da vida cotidiana
Dependência de medicação ou de tratamentos
Capacacidade de trabalho
Domínio IV - Relações sociais
➢ Relações pessoais
➢ Suporte (Apoio) social
➢ Atividade sexual
Domínio V- Ambiente
➢ Segurança física e proteção
➢ Ambiente no lar
➢ Recursos financeiros
➢ Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade
➢ Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades
➢ Participação em, e oportunidades de recreação/lazer
➢ Ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima)
➢ Transporte
Domínio VI- Aspectos espirituais/Religião/Crenças pessoais
➢ Espiritualidade/religião/crenças pessoais
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Promoção da saúde e prevenção da doença
Responsabilidade pessoal:
A Promoção da Saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das
comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para atingir um estado
de completo bem-estar fisico, mental e social, o indivíduo ou o grupo devem estar aptos a
identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as suas necessidades e a modificar ou
adaptar-se ao meio. Assim, a saúde é entendida como um recurso para a vida e não como
uma finalidade de vida;
A saúde é um conceito positivo, que acentua os recursos sociais e pessoais, bem como as
capacidades físicas. Em consequência, a Promoção da Saúde não é uma responsabilidade
exclusiva do sector da saúde, pois exige estilos de vida saudáveis para atingir o bem-estar
A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimento pessoal e social, através da melhoria da
informação, educação para a saúde e reforço das competências que habilitem para uma vida
saudável. Deste modo, as populações ficam mais habilitadas para controlar a sua saúde e o
ambiente e fazer opções conducentes à saúde.
É fundamental capacitar as pessoas para aprenderem durante toda a vida, preparando-as
para as suas diferentes etapas e para enfrentarem as doenças crónicas e as incapacidades.
Estas intervenções devem ter lugar na escola, em casa, no trabalho e nas organizações
comunitárias e ser realizadas por organismos educacionais, empresariais e de voluntariado, e
dentro das próprias instituições
Atividade física:
O grande desenvolvimento tecnológico e da informática ocorrido, principalmente nas
últimas décadas do século XX, proporcionou melhoras significativas na vida das pessoas,
através da evolução das ciências da saúde, educação, estrutura das cidades, transporte,
saneamento básico, eletrodomésticos, máquinas, computadores, internet e outros. Entretanto,
a modernização contribuiu também para que o homem se habituasse a desenvolver cada
vez menos atividades físicas, seja no trabalho, em casa, na escola ou em momentos de lazer.
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Esta redução do gasto calórico com a diminuição da demanda energética no cotidiano do
homem está ligada à falta de movimento e deterioração da saúde, bem-estar e qualidade
de vida (NACIONAL CENTER FOR CHRONIC DISEASE PREVENTION AND HEALTH
PROMOTION - CDC, 2002). Como exemplo, pode-se citar o sedentarismo como um dos
responsáveis pelo sobrepeso, o qual é fator de risco independente para a morbimortalidade
populacional por doenças crónicas não transmissíveis (DCNT), principalmente quanto à sua
relação com o aumento da prevalência de hipertensão arterial (HA) e diabete mellitus (DM).
A prática regular de exercício pode produzir importantes benefícios a curto, médio e
longo prazo. Esses benefícios são listados a seguir:
Aumenta o consumo da glicose.
➢ Diminui a necessidade de insulina exógena.
➢ Diminui a concentração basal e pós-prandial da insulina.
➢ Aumenta a resposta dos tecidos à insulina.
➢ Melhora os níveis da hemoglobina glicolisada.
➢ Melhora o perfil lipídico:
▪ diminui os triglicerídeos.
▪ aumenta a concentração de HDL-colesterol.
▪ diminui levemente a concentração de LDL-colesterol.
➢ Contribui para diminuir a pressão arterial.
➢ Aumenta o gasto energético:
▪ favorece a redução do peso corporal.
▪ diminui a massa total de gordura.
▪ preserva e aumenta a massa muscular.
➢ Melhora o funcionamento do sistema cardiovascular.
➢ Aumenta a força e flexibilidade muscular.
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Nutrição adequada:
Uma nutrição adequada é a ingestão de uma dieta equilibrada para que o seu corpo possa
assimilar os nutrientes necessários para uma boa saúde. A cada dia, o corpo humano renova-
se, isto é, renova os músculos, a matéria óssea, a pele e o sangue. As substâncias que ingerimos
são a base para a formação destes novos tecidos. Se a dieta contiver poucos nutrientes
essenciais ao corpo, a boca estará mais vulnerável a infecções.
Quais são os diferentes tipos de nutrientes?
Uma boa alimentação deve conter os seguintes nutrientes:
➢ Carboidratos;
➢ Ácidos graxos essenciais (contidos em produtos gordurosos);
➢ Aminoácidos (encontrados nas proteínas);
➢ Quinze vitaminas;
➢ Cerca de vinte e cinco minerais;
➢ Água.
Como o nosso corpo não pode fabricar todos nutrientes de que precisamos, principalmente
certas vitaminas, precisamos obtê-los dos alimentos e suplementos alimentares que
ingerimos.
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Adaptação ao stress e organização do ambiente:
O stress é uma resposta fisiológica e comportamental normal a algo que aconteceu ou está
para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso
equilíbrio. Quando nos sentimos em perigo real ou imaginado, as defesas do organismo
reagem rapidamente, num processo automático conhecido como reação de "luta ou fuga” ou
de “congelamento", é a resposta ao stress.
Inicialmente, o stress pode ser positivo, contudo para além de um certo nível, este deixa de
ser proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde, a alterar o humor, a produtividade,
os relacionamentos e a qualidade de vida, em geral. São as diferentes fases do stress (v.
adiante eustress e distress).
Devemos saber reconhecer os seus sinais e sintomas e, consequentemente, tomar medidas
para minimizar os efeitos do stress.
Os sintomas de stress são a forma que o nosso organismo encontra para nos informar das
alterações a que está a ser sujeito. Certamente que já sentiu as mãos transpiradas ou o seu
coração a bater mais depressa, antes de efetuar uma apresentação ou participar numa reunião
importante ou até enquanto visualiza um filme de terror. Estes são alguns dos sintomas de
stress na pele e no coração, mas muitos outros afetam o nosso corpo (sintomas físicos) e
mente (sintomas psicológicos).
Desde o stress positivo até pressentirmos muito stress, passando por um stress excessivo
ou stress agudo, tudo são fases em que os sintomas de stress e ansiedade vão-se agravando
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com o decorrer do tempo. Saber reconhecer quais os sintomas em cada uma das fases é de
primordial importância, uma vez que, a tendência é que se nada for feito em contrário, o
stress irá agravar-se com o decorrer do tempo, podendo desencadear graves consequências
para a nossa saúde. Inicialmente os sintomas podem ser ténues, mas quando o stress causa
diarreia, dor no peito, queda de cabelo, manchas na pele, dor de barriga, dor nas costas,
tonturas, entre outros sintomas exuberantes, então estamos seguramente perante uma severa
ameaça à sua saúde e degradação da qualidade de vida.
Se os seus métodos de lidar com o stress não estão a contribuir para melhorar a sua saúde
física e emocional, é altura de encontrar formas mais saudáveis. Há muitas maneiras
saudáveis de gerir, prevenir e lidar com o stress, mas todas elas requerem mudança. Pode-
se mudar a situação ou mudar a sua reacção. Ao decidir qual a opção a escolher, é útil pensar
nos 4 aspecos seguintes:
evitar, alterar, adaptar e aceitar.
Dado que cada um de nós tem uma resposta única para o stress, não existe apenas um método
que sirva a todos ou para qualquer situação, por isso você deverá experimentar diferentes
técnicas e estratégias para perceber a que melhor se ajusta a si. Foque-se naquilo que o faz
sentir calmo e em controlo.
Tente ganhar controlo sobre o seu ambiente – Se as noticias dos jornais e TV o fazem ansioso,
desligue a TV ou feche o jornal. O tráfico deixa-o tenso, tente ir por um caminho com menos
tráfego. Se ir às compras sozinho o stressa, arranje companhia. Tente sempre que possível
descortinar uma alternativa que esteja sobre o seu controlo, que possa decidir por si e
executar na hora.
Vacinação:
As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer
tratamento médico.A introdução de campanhas das vacinação contribuiu, em todo o mundo,
para a diminuição da incidência das doenças evitáveis pela vacinação.Como consequência
directa da vacinação a varíola foi erradicada em 1980, a poliomielite está em vias de ser
erradicada e o sarampo pode também vir a ser extinto. Assim, existe um elevado número de
indivíduos imunes na população, um menor número de susceptíveis e uma probabilidade
menor de vir a contr air determinadas infecções na infância.
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O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa universal, gratuito e acessível a
todas as pessoas presentes em Portugal. Apresenta um esquema de vacinação recomendado
que constitui uma “receita universal”. A intervenção ao nível de certas comunidades locais
reveste-se de especial importância, nomeadamente, como forma de prevenir a disseminação,
a partir de casos importados, de doenças infecciosas que se encontram eliminadas do nosso
país (ex: poliomielite) ou em fase de eliminação (ex: sarampo).Somente taxas de cobertura
vacinal muito elevadas, de cerca de 95%, permitem obter imunidade de grupo. No caso do
tétano, em que a protecção é individual, apenas uma cobertura vacinal de 100% evitaria o
aparecimento de casos.
Higiene corporal:
A higiene corporal é um conjunto de cuidados que as pessoas devem ter com o seu corpo
para ter melhores condições de vida, bem-estar e saúde mental. Consiste em medidas que
garantem a limpeza do corpo, da mente e do ambiente, a fim de garantir uma vida saudável
para as pessoas.
A palavra higiene é de origem grega que significa 'hygeinos' que quer dizer o que é saudável.
Além de proteger contra possíveis doenças, também ajuda na autoestima das pessoas, pois
com a higiene elas sentem-se mais confortáveis e confiantes. A lavagem diária tem como
prerrogativas também, a manutenção da saúde individual e a proteção contra os mais
diversos agentes externos.
As mãos devem estar sempre limpas e os alimentos e a comida não devem ser
manipulados antes da lavagem das mesmas. Devem ser lavadas, principalmente, antes e
depois das refeições e após o uso do banheiro. É recomendável que sejam higienizadas com
água e sabonete ou com álcool. Uma outra dica é a utilização de sabonete líquido que, ao
contrário do sabonete em barra, não tem contato com outras pessoas.
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Os riscos, para quem não lava as mãos, podem ser a contaminação com bactérias e germes,
que são transmitidos quando há um contacto com um objeto contaminado. As unhas devem
ser mantidas sempre limpas e cortadas regularmente. O lixo armazenado por baixo das
unhas pode causar doenças (intestinais e verminoses) quando a pessoa leva a unha à boca.
O cabelo também é um item essencial para uma boa higiene corporal. Nele, ocorre o
acúmular da poeira e gordura e por isso é importante que a lavagem ocorra,
preferencialmente, duas vezes por semana. Além da lavagem, devem ser cortados
regularmente, pois a falta de corte deixa os fios mais quebradiços e danificados.
Prevenção de acidentes:
Os Idosos são muitas vezes alvo fácil de atropelamentos enquanto peões e de acidentes
como condutores, devido ás suas dificuldades de locomoção, audição e visão entre outras, e
ainda por falta de sensibilização para os métodos mais modernos de circulação e de gestão de
tráfego.
Os Profissionais de Saúde podem ser intervenientes activos neste âmbito promovendo
acções na Comunidade ( Lares, Centros de Dia, etc), onde se discuta e chame a atenção para
esta problemática.
Apesar do risco de cair em casa ser grande, muitos acidentes devido a queda podem ser
prevenidos. Boas práticas baseadas na evidência mostram que é possível reduzir as lesões nos
idosos em 38 % através de métodos com custos eficazes. A redução de lesões pode melhorar a
qualidade de vida e reduzir os gastos dos serviços de saúde devido a lesões nesta faixa etária.
O primeiro passo é compreender as suas causas. Nas pessoas idosas a diminuição da
massa muscular, a osteoporose, a diminuição da visão e da audição, assim como a falta de
condições de segurança da casa e do jardim aumentam a probabilidade de cair.
As quedas podem ser prevenidas fazendo pequenos ajustamentos na casa e no estilo de
vida, mas, promover a segurança, é também, garantir que as pessoas idosas se alimentam
convenientemente e se mantêm fisicamente activas.
Quando falamos de segurança, é importante conhecer e utilizar os dispositivos de
segurança que facilitem a vida diária quando a autonomia e o bem-estar estão em causa.
Página 32 de 40
Manter a segurança é uma questão de tomar medidas de protecção, de algum bom senso,
de muita prudência e precaução que, com convicção se vão fazer sentir na redução dos
acidentes domésticos e de lazer com pessoas idosas.
Alguns fatores de risco de quedas:
➢ Viver sozinho.
➢ Tomar medicamentos, em especial medicamentos psicotrópicos.
➢ Doenças crónicas tais como artroses, depressão, doença pulmonar crónica.
➢ Mobilidade reduzida e balanço.
➢ Dificuldades cognitivas e demência.
➢ Redução da acuidade visual.
➢ Calçado e vestuário inadequado.
➢ Uso de bengalas ou andarilhos
➢ Subir para escadotes, cadeiras, bancos, árvores, autocarros.
➢ Pisos escorregadios ou irregulares, pavimentos degradados.
Prevenir as quedas em TODA A CASA é uma questão de bom senso:
➢ Mantenha uma boa iluminação em toda a casa e uma luz acesa na entrada principal.
➢ As lâmpadas devem ser de fácil manutenção e substituição.
➢ Nunca deixe fios elétricos e de telefone desprotegidos. Prenda-os à parede.
➢ Evite tapetes soltos no chão, principalmente nas escadas. Se usar, fixe-os ao chão.
➢ Pinte de cores diferentes ou faça marcas visíveis no primeiro e no último degrau das
escadas. Devem ter degraus com piso antiderrapante. Converse com o seu médico sobre a
necessidade de colocar barras de apoio (corrimão).
➢ Use sapatos com saltos largos e calcanhares reforçados, para evitar que o pé se
movimente. Não use chinelos. Prefira os sapatos fechados.
➢ Cuidado para não errar a dosagem dos remédios.
Página 33 de 40
➢ Não use camisolas e roupões compridos, para evitar tropeçar, principalmente se tiver
que se levantar no meio da noite.
➢ Ao dormir, deixe a luz do corredor acesa para auxiliar a visão, caso acorde no meio da
noite.
➢ Se cair e tiver dores, procure assistência médica. Deixe o telefone num local de fácil
acesso, se necessitar de pedir ajuda.
➢ No quintal, evite a acumulação de folhas e flores húmidas no chão.
O processo de administração de medicamentos /
vacinas
Os principais grupos de fármacos utilizados na população idosa
Os medicamentos são uma parte integrante da vida dos idosos, permitindo manter sob
controle as doenças de que padecem, ajudando-lhes a viver melhor, sem dores ou desconforto.
No entanto, por vezes a quantidade de medicamentos que um idoso toma é tão elevada que
requer uma organização e administração com cuidados redobrados.
No médico. O acompanhamento da toma dos medicamentos por parte de um idoso
começa nas consultas – se possível, deve acompanhar o idoso, para assim saber qual o seu
estado de saúde, que medicamentos vai tomar, para quê, qual a dose, durante quanto tempo,
se existem efeitos secundários, interações com outros medicamentos, se os comprimidos
podem ser esmagados ou têm de ser tomados inteiros, ou qualquer outra questão pertinente.
Não tenha receio de esclarecer todas as suas dúvidas com o médico.
Na farmácia. Sempre que for à farmácia aviar uma receita, certifique-se que o
farmacêutico escreva na caixa do medicamento correspondente as indicações do médico no
que toca à dose e à hora da toma. Quer leve duas caixas de medicamentos ou dez, confira
sempre toda a informação para evitar confusões com a toma. Se possível, vá sempre à mesma
farmácia – será uma excelente forma de criar uma relação com o farmacêutico que, para além
de passar a conhecer o estado de saúde do idoso, pode ajudá-lo sempre que tiver alguma
dúvida.
Página 34 de 40
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Doenças que afetam o sistema circulatório.
As mais comuns são:
➢ IAM;
➢ Angina;
➢ Aterosclerose;
➢ AVC.
MEDICAMENTOS:
Específicos para cada caso e paciente:
➢ Anti – hipertensivos, previnem o IAM e AVC;
➢ AAS, aspirina – “afinam o sangue”;
➢ Drogas para diminuir o colesterol (previnem Aterosclerose). Ex: Sinvastatina;
➢ Verapamil.
DEPRESSÃO
➢ São transtornos do humor, dos quais fazem parte todas as formas de depressão e o
transtorno bipolar.
➢ Em algum momento da vida 15% a 20% da população apresentará depressão.
➢ Nos idosos principalmente, essa condição é pouco diagnosticada em serviços de
atendimento primário e outros serviços médicos gerais.
MEDICAMENTOS:
➢ Antidepressivos: Nortriptilina (Pamelor), Imipramina e Desipramina.
Página 35 de 40
A automedicação nos idosos
A automedicação acontece pelo uso de medicamentos sem orientação de um profissional
de saúde ou sem prescrição médica. É responsável por danos à saúde que geram
hospitalização e, em casos mais graves, até intoxicações. Esses riscos ocorrem por diversos
motivos, desde a falta de orientação sobre como tomar o medicamento, como a dose e
posologia, e até mesmo a superdosagem, que pode ocasionar efeitos tóxicos no organismo
piorando o estado de saúde do paciente e trazendo efeitos indesejados.
Quando se tem algum sintoma desagradável, qual é o primeiro pensamento para solucionar o
este problema? A maioria pensa logo em ir à farmácia, e lá encontra uma diversidade de
medicamentos de venda livre, ou seja, que podem ser vendidos sem a existência de uma
prescrição médica. É aí onde mora o perigo. O uso indiscriminado e incorreto desses
medicamentos pode ser prejudicial à saúde.
Conheça alguns prejuízos que essa atitude pode lhe oferecer:
O diagnóstico errado do problema gera a escolha de um tratamento ineficaz para o
caso;
Página 36 de 40
A interação com outros medicamentos já utilizados pode potencializar ou anular os
seus efeitos terapeuticos;
Surgimento de reações adversas, ou seja, reações indesejadas e inesperadas com o uso
de medicamento, que são danosas à saúde e dificilmente identificadas, além das reações
alérgicas (resposta imunológica exacerbada contra o medicamento exposto);
Mascarar o diagnóstico de outras doenças na fase inicial pela semelhança de sintomas
manifestados por uma virose, como exemplo: dor de cabeça, dor no corpo, febre, cansaço;
Alguns medicamentos são contra-indicados para pacientes que já possuem alguma
doença diagnosticada, sendo de conhecimento apenas de profissionais da saúde;
Em casos mais graves, podem ocorrer intoxicações por medicamentos, quando se
utiliza em doses e intervalos maiores que indicados pela posologia, além de resultar em
hospitalização.
Quando se trata da saúde a medida mais simples e eficaz é a informação, preferencialmente
fornecida por um profissional da saúde, que permite a identificação dos sintomas e a
orientação sobre a forma correta de realizar o tratamento, bem como acompanhar o paciente
até a sua recuperação.
Observa-se também um comportamento na terceira idade bem evidente em relação a
automedicação, o que gera efeitos graves a saúde. Por muitas vezes, eles não comentam com o
médico sobre se automedicar, às vezes esquecem, ou ficam receosos em levar pequenos
“puxões de orelha” em fazer o errado. Com isso, aumentam as hipoteses do aparecimento de
tremores parecidos com os da doença de Parkinson, decorrentes do uso errado de
medicamentos para labirintite ou até o aparecimento de ulceras no estômago, decorrente do
uso de anti- inflamatórios.
Principais cuidados que devem ser tomados ao utilizar medicamento na terceira idade:
Nenhum medicamento deve ser tomado “para o resto da vida”;
Evite o uso prolongado de medicamentos sintomáticos, como tranquilizantes,
soníferos;
Página 37 de 40
O tempo de tratamento deve ser definido junto ao médico;
Informar ao médico todos os medicamentos que já estão sendo utilizados para que não
haja reações entre os que serão prescritos;
Atentar para os horários do medicamento, para que não haja esquecimento, pois
quebra o tratamento.
Página 38 de 40
A avaliação morfológica do idoso
Estatura - Estatura/Massa e Índice de Massa Corporal (IMC)
O envelhecimento, antes considerado um fenómeno, hoje faz parte da realidade da maioria
das sociedades. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, trata-se de “um
processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de
deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de
maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao stresse do meio ambiente e,
portanto, aumente a sua possibilidade de morte.
O processo de envelhecimento traz diversas mudanças anatómicas e fisiológicas que podem
afetar a funcionalidade e aumentar o risco de doenças. O envelhecimento pode traduzir-se,
parcialmente, pela diminuição da estatura e do peso, perda de tecido ósseo e muscular,
aumento da gordura corporal e diminuição da quantidade de água corporal total.
Com o avançar da idade, a estatura corporal tende a diminuir devido à compressão das
vértebras, mudanças na largura e forma dos discos vertebrais e perda de tônus muscular. O
peso também diminui com a idade e varia segundo o sexo. As mudanças que acompanham a
Página 39 de 40
perda de peso no idoso incluem diminuição da massa muscular e da massa celular em geral. A
densidade específica da massa livre de gordura (MLG) em adultos diminui consideravelmente
com o avanço da idade.
Em geral, a massa corporal tende a aumentar até aproximadamente 70 anos de idade,
quando inicia um decréscimo em torno de 0,4 kg por ano]. Após essa idade, a altura, o peso
e o IMC tendem a reduzir. A combinação do aumento da massa gorda e redução da massa
magra em idosos é chamada de “obesidade sarcopênica” e está associada com diminuição da
força muscular e fragilidade, resultando em redução da qualidade de vida.
Outra mudança relacionada com a idade é a distribuição de gordura corporal. O
envelhecimento está associado com uma maior proporção de gordura visceral (intra-
abdominal), que se associa com aumento no risco de doenças cardiovasculares na
população em geral.
Compreender as mudanças na composição corporal que acompanham o processo de
envelhecimento e as suas implicações na saúde é de suma importância, tanto para o
conhecimento gerontológico como para o suporte nutricional do idoso. Estas mudanças estão
diretamente implicadas com o estado funcional e de sobrevivência da população idosa.
Página 40 de 40
Bibliografia e netgrafia
✓FALCÃO, Ana Mraia de Aragão e AZZI, Roberta Gurguel, Psicologia e formação docente:
desafios e conversas, Editora Casa do Psicólogo, (2002)
✓ KEROUAC, Suzanne [et al.] – El pensamento enfermeiro. Barcelona: Masson, 1996. ISBN
84-4580365-4.
✓ LOFF, Ana Margarida – Relações Interpessoais. Enfermagem em Foco. Lisboa: SEP. N.º
13, Ano IV (Nov./Jan. 1994), p. 56-63.
✓ Http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/ministerio/l
ei+organica/arquivo+organica/leiorganica.htm
✓http://www.sobresites.com/psicologia/
✓http://www.psicologia.pt/

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  • 1. Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial 3º ano Disciplina: Psicopatologia Geral Docente: Céu Kemp Introdução à patologia no idoso – Caderno 2
  • 2. Página 2 de 40 Índice Objetivos e conteúdos ..................................................................................................................................................................4 Saúde...................................................................................................................................................................................................6 Definição de saúde segundo a OMS.........................................................................................................................................6 Perspetiva triangular (social, mental e física)....................................................................................................................6 Fatores que influenciam a saúde da pessoa idosa............................................................................................................7 Doença e as suas fases...............................................................................................................................................................10 O conceito de doença.................................................................................................................................................................10 Sintoma, sinal e síndrome........................................................................................................................................................10 Aguda – Características e formas de intervenção..........................................................................................................11 Convalescença – Características e formas de intervenção.........................................................................................11 Restauração – Características e formas de intervenção..............................................................................................12 Qualidade de vida........................................................................................................................................................................13 Definição de qualidade de vida segundo a OMS .............................................................................................................13 Os aspetos relacionados com a qualidade de vida.........................................................................................................15 As duas esferas da qualidade de vida: objetiva e subjetiva .......................................................................................22 Escala de avaliação da qualidade de vida..........................................................................................................................24 Promoção da saúde e prevenção da doença.....................................................................................................................26 Responsabilidade pessoal........................................................................................................................................................26 Atividade física.............................................................................................................................................................................27 Nutrição adequada......................................................................................................................................................................29 Adaptação ao stress e organização do ambiente............................................................................................................30 Vacinação........................................................................................................................................................................................31 Higiene corporal..........................................................................................................................................................................32 Prevenção de acidentes ............................................................................................................................................................33 O processo de administração de medicamentos / vacinas........................................................................................36 Os principais grupos de fármacos utilizados na população idosa...........................................................................36 A automedicação nos idosos...................................................................................................................................................38 A avaliação morfológica do idoso.........................................................................................................................................40 Estatura/Massa e Índice de Massa Corporal (IMC).......................................................................................................40 Bibliografia e netgrafia .............................................................................................................................................................43
  • 3. Página 3 de 40 Objetivos: ✓ Definir e caracterizar os conceitos de saúde e doença. ✓ Analisar os aspetos relacionados com a qualidade de vida e respetiva avaliação. ✓ Identificar os aspetos determinantes para a promoção da saúde e prevenção de doenças nos idosos. ✓ Reconhecer a importância da farmacologia, vacinação e avaliação morfológica na prevenção e cura de algumas doenças. Conteúdos: ✓ Saúde ➢ Definição de saúde segundo a OMS ➢ Perspetiva triangular (social, mental e física) ➢ Fatores que influenciam a saúde da pessoa idosa ✓ Doença e as suas fases ➢ O conceito de doença ➢ Sintoma, sinal e síndrome ➢ Aguda – Características e formas de intervenção ➢ Convalescença – Características e formas de intervenção ➢ Restauração – Características e formas de intervenção ✓ Qualidade de vida ➢ Definição de qualidade de vida segundo a OMS ➢ Os aspetos relacionados com a qualidade de vida
  • 4. Página 4 de 40 • Biológicos • Sociais • Médicos • Económicos • Políticos ➢ As duas esferas da qualidade de vida • Esfera objetiva • Esfera subjetiva ➢ Escala de avaliação da qualidade de vida – World Health Organization Quality of Life Assesment (WHOQOL-100) OMS ✓ Promoção da saúde e prevenção da doença ➢ Responsabilidade pessoal ➢ Atividade física ➢ Nutrição adequada ➢ Adaptação ao stress ➢ Organização do ambiente ➢ Vacinação ➢ Higiene corporal ➢ Prevenção de acidentes ✓ O processo de administração de medicamentos / vacinas ➢ Os principais grupos de fármacos utilizados na população idosa ➢ A automedicação nos idosos ✓ Avaliação morfológica do idoso ➢ Estatura e Massa e Índice de Massa Corporal (IMC)
  • 5. Página 5 de 40 ➢ Saúde Definição de saúde segundo a OMS A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como sendo o estado de completo bem-estar físico, mental e social. Ou seja, o conceito de saúde transcende à ausência de doenças e afecções. Por outras palavras, a saúde pode ser definida como o nível de eficácia funcional e metabólica de um organismo a nível micro (celular) e macro (social). O estilo de vida, isto é, o conjunto de comportamentos adoptados por uma pessoa, pode ser benéfico ou prejudicial à saúde. Por exemplo, um indivíduo que mantem uma alimentação equilibrada e que realiza actividades físicas diariamente tem maiores hipóteses de desfrutar de uma boa saúde. Pelo contrário, e bebem as pessoas que comem em excesso, que não descansam o suficiente e que fumam correm sérios riscos de sofrer doenças que poderiam ser evitadas. Perspetiva triangular (social, mental e física) Em linhas gerais, a saúde pode dividir-se em saúde física e saúde mental embora, na realidade, sejam dois aspectos interrelacionados. Para o cuidado da saúde física, é recomendada a realização frequente e regular de exercícios, e uma dieta equilibrada e saudável, com variedade de nutrientes e proteínas. A saúde mental, por outro lado, faz referência ao bem-estar emocional e psicológico no qual um ser humano pode utilizar as suas capacidades cognitivas e emocionais, desenvolver-se socialmente e resolver as questões quotidianas da vida diária. Convém destacar que as ciências da saúde são aquelas que proporcionam os conhecimentos adequados para a prevenção das doenças e a promoção da saúde e do bem-estar quer do individuo quer da comunidade. A bioquímica, a bromatologia, a medicina e a psicologia, entre outras, são ciências da saúde.
  • 6. Página 6 de 40 Fatores que influenciam a saúde da pessoa idosa A cada dia que passa todos envelhecemos. O envelhecimento é transversal a todos os seres vivos. Enquanto somos jovens pouco pensamos neste processo, mesmo sendo ele uma constante. A maturidade que advém com ele é algo que nos atrai e, talvez por isso, lidemos com ele de uma forma tão subtil. Contudo, no decorrer do ciclo biológico ocorre um declínio previsível das funções do organismo. O processo de envelhecimento nota-se especialmente no sistema nervoso, acabando assim por atingir todos os outros sistemas. A nível físico, vamos aqui referir apenas os principais sinais neurológicos de envelhecimento: Problemas visuais Reflexos lentos Aumento da tendência à vertigem Redução do olfacto Diminuição da agilidade de movimentos e de equilíbrio Redução da força muscular
  • 7. Página 7 de 40 Alterações de postura e marcha A nível psicológico existem alguns aspectos mais comuns, que passamos a indicar: Tendência a ser auto-centrado, rígido, conservador e excessivamente crítico, ou o oposto – muito flexível, vacilante e sem opinião. Acentuação do esquecimento de nomes, factos e eventos Redução da facilidade de usar as palavras para exprimir sentimentos e/ou emoções Ficar preso a momentos do passado Medo da morte Aumento da sensação de solidão e abandono Integração das aprendizagens que se adquiriram ao longo da vida – este aspecto pode nem sempre ser de fácil resolução dependendo da experiência de vida do individuo Gestão de perdas (amigos, companheiros, familiares) Dificuldade em lidar com as questões de perda de funcionalidade e saúde
  • 8. Página 8 de 40 Doença e as suas fases O conceito de doença Chama-se doença ao processo e ao estado causado por uma infeção num ser vivo, que altera o seu estado ontológico de saúde. Este estado pode ser provocado por diversos fatores, podendo ser intrínsecos ou extrínsecos ao organismo enfermo. Estes fatores denominam- se noxas (do grego nósos). Na linguagem corrente, a doença é considerada como sendo o oposto à saúde: é aquilo que causa uma alteração ou uma desarmonização no sujeito, seja a nível molecular, corporal, mental, emocional ou espiritual. Existem distintas ciências que tratam do estudo das doenças. A fitopatologia, por exemplo, dedica-se a analisar as doenças que afetam as plantas e os restantes géneros botânicos. As patologias que afetam os animais, por outro lado, são estudadas pela veterinária. A ciência médica, por sua vez, encarrega-se das doenças dos humanos. Desta forma, os diversos ramos da medicina investigam as características próprias de cada entidade, os seus componentes e os processos que desenvolvem em relação à evidência morfofisiológica que causa na biologia do organismo doente. Perante a dificuldade em definir em concreto o que é uma doença (dado que cada individuo o faz de acordo com as suas próprias vivências), existem vários conceitos que podem ser utilizados, de acordo com o contexto, como sinónimos: patologia, indisposição, padecimento, anormalidade, perturbação, desordem, desequilíbrio e alteração, entre outros.
  • 9. Página 9 de 40 Sintoma, sinal e síndrome Sintoma: É uma queixa subjetiva. É o que o paciente sente e conta durante uma consulta. Não há uma tradução no exame físico. Exemplos: dor torácica (dor no peito), tontura, etc. Sinal: É um tipo de exame físico, ou seja, um dado objetivo que pode ou não ser relatado pelo paciente. Logo, um sinal pode também ser um sintoma. Exemplo: inchaço nas pernas (edema), ascite (acúmulo de líquido no abdômen), etc. Essa queixa é relatada pelo paciente durante uma consulta (sintoma) e comprovada através do exame físico (sinal). Síndrome: É um conjunto de sinais e sintomas típicos de uma determinada doença. Exemplo: fadiga, falta de ar (dispneia) e edema nos membros inferiores são típicos da síndrome da insuficiência cardíaca congestiva.
  • 10. Página 10 de 40 Aguda – Características e formas de intervenção As doenças agudas são aquelas que têm um curso acelerado, terminando com convalescença ou morte em menos de três meses. A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O início dos sintomas pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração até um máximo de sintomas e danos, fase de plateau, com manutenção dos sintomas e possivelmente novos picos, uma longa recuperação com desaparecimento gradual dos sintomas, e a convalescência, em que já não há sintomas específicos da doença, mas o indivíduo ainda não recuperou totalmente as suas forças. Na fase de recuperação podem ocorrer as recrudescências, que são exacerbamentos dos sintomas de volta a um máximo ou plateau, e na fase de convalescência as recaídas, devido à presença continuada do factor desencadeante e do estado debilitado do indivíduo, além de (novas) infecções. As doenças agudas distinguem-se dos episódios agudos das doenças crónicas, que são exacerbação de sintomas normalmente menos intensos nessas condições. Convalescença – Características e formas de intervenção Embora cada doença infecciosa específica tenha uma evolução particular, todas as patologias desta natureza apresentam diferentes períodos de evolução comuns. A destruição ou neutralização dos microorganismos causadores da doença infecciosa pelo sistema de defesa, permite o desaparecimento dos sinais e sintomas provocados por esta doença, embora possa passar algum tempo, designado período de convalescença, até que o organismo debilitado recupere totalmente das alterações e lesões sofridas. O período de convalescença corresponde a uma fase intermédia entre o padecimento da doença e um estado de perfeita saúde, sem se ter em conta as eventuais sequelas permanentes que a patologia possa ter causado. Quando a doença termina de forma brusca, a convalescença também começa subitamente, enquanto que o limite é mais impreciso quando a patologia desaparece lentamente. Cada doença infecciosa provoca uma convalescença de maior ou menor duração, muito variável dependendo do caso, em alguns casos com a persistência de alterações apenas perceptíveis, mas noutras com sinais e sintomas mais evidentes: náuseas, falta de apetite,
  • 11. Página 11 de 40 sensação de debilidade, flacidez dos membros. Ao longo deste período o médico pode, de acordo com a doença, prescrever uma dieta nutritiva ligeira e recomendar repouso, para depois passar progressivamente para uma dieta mais rica e uma atividade física normal e, eventualmente, prescrever algum medicamento. Embora muitas pessoas pensem que a convalescença de uma doença infecciosa possa ser acelerada através da administração de tónicos reconstituintes ou vitaminas, estes produtos não costumam ser eficazes, podendo até ser perigosos. Por exemplo, ocasionalmente, recorre- se à administração de alguns produtos, sem se ter cm conta que são constituídos por álcool e que podem, por isso, ser prejudiciais, sobretudo para as crianças. Em relação ás vitaminas, o organismo de um convalescente, de facto, necessita delas, mas normalmente podem ser perfeitamente obtidas em quantidades suficientes com uma alimentação adequada, sem necessidade de se recorrer aos tão populares complexos vitamínicos. O melhor é seguir os conselhos do inédito, que devera prescrever os medicamentos necessários ao longo do período de convalescença. Restauração – Características e formas de intervenção As doenças associadas à reconstituição da imunidade, também denominadas síndrome inflamatória de reconstituição imune ), doença de restauração imune (DRI) ou síndromes de reconstituição imune (SRI), constituem importante capítulo da área médica, particularmente em doentes com SIDA, durante os primeiros meses de tratamento antirretroviral (TARV).
  • 12. Página 12 de 40 Qualidade de vida Definição de qualidade de vida segundo a OMS Muito se fala em Qualidade de Vida nos dias de hoje. Essa expressão tornou-se a procura incansável de pessoas que vivenciam a correria do dia-a-dia, o stress, a falta de tempo para o lazer e para a família, os problemas de saúde e todas as outras situações que causam desconforto e insatisfação. Aproveitando-se dessa situação, o termo “Qualidade de Vida” tem sido usado e explorado por diversos setores com diversos interesses. Com isso, vemos a expressão “Qualidade de Vida” estampada em todos os lugares, como um “guarda-chuva” que tudo pode significar e em que tudo pode se pendurar. Entretanto, grandes centros de pesquisa, universidades e as mais importantes organizações internacionais empenham-se para mostrar o que “Qualidade de Vida” realmente significa e quais os principais passos para que possamos alcançá-la. Segundo a OMS, Qualidade de Vida é "a perceção do indivíduo da sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações". A Qualidade de Vida pode variar de acordo com a cultura da pessoa, e que irá variar para cada um, dependendo dos seus objetivos e as suas expectativas. Observaram, também, que alguns aspetos são comuns e universais, como o bem- estar físico, psicológico, relações sociais, o ambiente, o nível de independência e as crenças pessoais ou religiosidade. A estes seis itens deram o nome de “domínios”, ou seja, são os principais aspetos que determinam a Qualidade de Vida de uma pessoa. Cada um destes domínios possui suas características. No caso do domínio Físico, o que determina nossa Qualidade de Vida seria a existência ou não de dor e desconforto, a
  • 13. Página 13 de 40 energia e a fadiga, e a qualidade de nosso sono e repouso. Já no domínio Psicológico, os itens importantes seriam os sentimentos positivos e negativos, a auto-estima, a imagem corporal e aparência, e os aspetos cognitivos, como pensar, aprender, memória e concentração. A esses subitens ou subdomínios, damos o nome de “facetas”. No domínio Nível de Independência, ressalta-se a importância da capacidade de trabalho, da mobilidade, de manter-se apto para as atividades da vida quotidiana, o dos prejuízos da dependência de medicamentos. As relações pessoais, o suporte ou apoio social e a vida sexual são itens importantes para a Qualidade de Vida e que estão inseridos no domínio das Relações Sociais. O domínio do Ambiente inclui a segurança física e proteção, o ambiente no lar, os recursos financeiros, a disponibilidade e qualidade dos serviços de saúde, o transporte, a oportunidade de lazer e aspetos do ambiente físico, como ruído, poluição, trânsito e clima. Por último, temos o domínio dos aspetos espirituais, religião e crenças pessoais, que influenciam as perspetivas e objetivos de uma pessoa, trabalhando, assim, com a sua Qualidade de Vida.
  • 14. Página 14 de 40 Os aspetos relacionados com a qualidade de vida Qualidade de vida e saúde Qualidade de vida e saúde são termos indissociáveis. A Qualidade de vida surge, de tal forma, associada à saúde que muitos autores não as distinguem uma da outra. Para eles saúde e qualidade de vida são a mesma coisa. De facto, a saúde não é o único fator que influencia a nossa qualidade de vida, contudo ela tem uma importância fulcral. Geralmente, saúde e qualidade de vida são dois temas muito relacionados, uma vez que a saúde contribui para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e esta é fundamental para que um indivíduo ou comunidade tenha saúde. Mas não significa apenas saúde física e mental, mas sim que essas pessoas estejam de bem não só com elas próprias, mas também com a vida, com as pessoas que as cercam, enfim, ter qualidade de vida é estar em harmonia com vários fatores. No que diz respeito à saúde, a qualidade de vida é, muitas vezes, considerada em termos de como ela pode ser afetada de forma negativa, ou seja, a ocorrência de uma doença debilitante que não constitui risco de vida, uma doença que constitui risco de vida, o declínio natural da saúde de uma pessoa idosa, o declínio mental, processos de doenças crónicas, etc. Todas estas situações são castradoras da nossa qualidade de vida. Neste sentido, uma vida saudável tem um profundo impacto na qualidade de vida das pessoas. Qualidade de vida e saúde física A saúde física afeta, obviamente, a nossa qualidade de vida. Por exemplo, existe uma relação entre atividade física, a melhoria da condição de saúde e a qualidade de vida. Da mesma forma, existe uma relação ente uma correta alimentação e a qualidade de vida. A qualidade de vida e alimentação saudável são conceitos que estão estritamente relacionados. Ter uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para o bem-estar do indivíduo. Quando o organismo recebe as quantidades ideais de nutrientes e vitaminas de que precisa, a sua saúde física melhora e consequentemente aumenta a qualidade de vida.
  • 15. Página 15 de 40 Em resumo, se conseguirmos melhorar a nossa condição de saúde física rumo a uma vida mais saudável, através de uma correta promoção da saúde, então conseguiremos melhorar a nossa qualidade de vida. Qualidade de vida e saúde mental O conceito de qualidade de vida tem vindo a ganhar, cada vez mais, uma importância crescente no domínio da saúde mental e dos cuidados de saúde, aumentando a sua importância no discurso e prática médica. Não é por acaso que a definição dada pela OMS para saúde é ampla. Ela define-a como “o estado de completo bem-estar físico e mental”. Muitas vezes, algumas pessoas ao pensar em saúde e qualidade de vida deixam de lado a saúde mental. Contudo, a saúde mental possui, hoje, uma enorme importância. Assistimos ao aumento dos casos de stress crónico e burnout, ansiedade e depressão para além de tantos outros problemas psicológicos e emocionais. Uma pessoa com a saúde mental debilitada, deprimida, por exemplo, tem grande dificuldade em manter relacionamentos amorosos, desempenhar as funções no trabalho e até mesmo educar os filhos. Uma pessoa com problemas emocionais pode influenciar todos os membros da família. Uma pessoa com a saúde mental afetada está mais propensa à dependência de drogas e de álcool, a contrair doenças infeciosas, desenvolver alergias, doenças auto-imunes, etc. Existem, no entanto, muitas outras consequências nefastas quando descuramos a saúde e o bem-estar mental e emocional. Cuidar da saúde mental é muito mais simples do que parece, basta manter boas relações com as pessoas que nos rodeiam, ter uma vida amorosa satisfatória, não remoer problemas passados, não ser demasiado exigente consigo mesmo, perdoar-se e perdoar o próximo, rir sempre que puder, chorar quando precisar e amar. Se sentir dificuldades em fazer isto, é melhor procurar ajuda de um profissional. Estar com boa saúde mental é estar em equilíbrio com o seu mundo interior e com o mundo que o rodeia, é estar em paz consigo mesmo e com os outros.
  • 16. Página 16 de 40 Stress e qualidade de vida O stress é na atualidade um grave problema com inquestionáveis implicações na qualidade de vida. Os problemas serão mais intensos dependendo do nível de stress a que o individuo está sujeito, das causas que lhe deram origem e dos sintomas percecionados. Meio ambiente e qualidade de vida O meio ambiente traz vários benefícios ao homem, sendo que um deles é, sem dúvida, melhorar a sua qualidade de vida. A qualidade de vida e meio ambiente são, por isso também, dois termos indissociáveis. O meio ambiente diz respeito a tudo o que nos rodeia, logo a nossa qualidade de vida está diretamente associada à qualidade do meio ambiente envolvente. Deste modo, a preservação do meio ambiente são um importante fator para aumentar a qualidade de vida das pessoas. A título de exemplo, imagine uma cidade com muito lixo, muita poluição e sem espaços verdes. Certamente que serão fatores, por um lado, suscetíveis de causar doenças e por outro, não produzem sentimentos de bem-estar nas pessoas. Um praticante de atividade física, por exemplo, quando opta por fazê-lo num espaço verde, une os benefícios do exercício físico a um local de ar puro, tornando a sua atividade muito mais agradável e saudável. Uma pessoa quando realiza uma massagem e pode usufruir simultaneamente dos sons da natureza, consegue tirar ainda mais proveito do seu momento de relaxamento. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente Hoje mais do que nunca, notamos que há uma preocupação crescente com o homem para que este tenha uma vida com qualidade. Entre vários outros fatores é preciso preservar e respeitar o meio ambiente para garantirmos a nossa qualidade de vida, para isso, devemos ter atitudes mais assertivas e protetoras, no sentido de tornarmos o nosso habitat melhor tanto para nós como para as gerações vindouras. É, sobretudo, quando falamos sobre o meio ambiente que vamos tomar consciência de que somos organismos vivos que se encontram em harmonia com a natureza. A nossa qualidade de vida depende do estado em que o meio ambiente se encontra, ou seja, precisamos de ar, água, alimentos, elementos essenciais para a sobrevivência, daí ser fundamental um meio ambiente ecologicamente equilibrado e que garantamos a sua sustentabilidade.
  • 17. Página 17 de 40 Desta forma, a qualidade de vida depende da qualidade do ambiente, além disso, ela não quer dizer quantidade de vida, devendo, pois, haver um destaque para a valorização e sentido da existência, que deve ter em conta as necessidades de que todos os seres humanos sentem para viver condignamente. Também não se pode falar de saúde desvinculada do meio ambiente, pois sempre que se melhorar o ambiente estar-se-á a proteger a saúde física e mental do homem. Qualidade de vida no trabalho Não é por acaso que muitas empresas e organizações revelam preocupação, hoje em dia, com a qualidade de vida no trabalho. Como sabemos é no trabalho que passamos muito do nosso tempo. Muitas vezes, estamos mais tempo em contacto com os colegas de trabalho do que até com a nossa própria família. Por estes motivos, a qualidade de vida no trabalho, passou a ser vista como fundamental nos tempos modernos. Quando nos referimos a trabalho, referimo-nos às atividades desenvolvidas nas empresas, organizações, na escola, etc. A qualidade de vida do trabalhador, geralmente, é observada tendo em conta a qualidade de vida nas empresas e a sua produtividade, mas também em aspetos da vida do trabalhador não diretamente ligados ao seu trabalho. Não obstante, algumas polémicas recentes usam a terminologia “qualidade de vida do trabalhador” deixando claro que a qualidade de vida não se limita somente ao local e ao momento do trabalho, mas também à relação com vários outros aspectos, designadamente, a satisfação pessoal, o relacionamento familiar, as oportunidades de lazer, etc. O que é qualidade de vida no trabalho? Quando falamos em qualidade de vida no trabalho queremos com isso referirmo-nos aos benefícios e malefícios do ambiente de trabalho para o indivíduo. O objetivo é desenvolver ambientes de trabalho que sejam tão favoráveis tanto para o indivíduo como para a saúde económica da organização. Conceito de qualidade de vida no trabalho Como vimos, qualidade de vida é uma expressão que se refere às condições de vida do homem, em vários âmbitos, nomeadamente, o bem-estar físico, mental, psicológico e emocional, relacionamentos sociais, como família e amigos e também saúde, educação e
  • 18. Página 18 de 40 outros aspetos que influenciam a vida humana. O conceito de qualidade de vida no trabalho refere-se a estas condições no local do trabalho, muitas vezes, também referida como qualidade de vida nas empresas. Importância da qualidade de vida no trabalho A importância da qualidade de vida no trabalho é crescente no atual contexto económico e social, tendo em conta a relevância que o emprego representa na vida das pessoas e o quanto um bom ambiente organizacional pode ser útil na gestão das pessoas e na melhoria da produtividade das empresas e organizações. Torna-se claro, que não se pode dissociar o lado humano do lado profissional, uma vez que o homem é provido de competências e capacidades individuais que podem ser alteradas em virtude das condições do meio em que está inserido. Neste sentido, com o passar dos tempos, as empresas começaram a refletir sobre o bem-estar dos seus colaboradores e a produtividade individual de cada um. Perante esta nova realidade, o termo qualidade de vida no trabalho começou a ser debatido e implementado nas organizações. Estas medidas tinham como objetivo melhorar a qualidade de vida no trabalho, fundamentalmente, da saúde física e mental dos seus colaboradores. O termo qualidade de vida nas empresas começou a ser visto como um agente de melhoria na gestão de pessoas, pois colaboradores motivados e saudáveis estão estritamente relacionados com a melhoria no ambiente de trabalho e consequentemente com a produtividade. Atualmente, os profissionais que se encontram no mercado de trabalho, procuram mais do que um bom salário e benefícios, procuram também um ambiente de trabalho humanizado e adequado. Se o trabalhador sentir conforto e bem- estar no local de trabalho, sentir-se-á motivado, melhorando a sua produtividade. Trabalho - saúde física e mental A alteração dos estilos de vida, alterações no mercado de trabalho e dos tempos livres são fatores que têm um forte impacto na saúde das pessoas. O trabalho e os tempos livres deveriam ser uma fonte de saúde para as populações. A maneira como a sociedade organiza o trabalho deveria ajudar a criar uma sociedade saudável. A promoção da saúde
  • 19. Página 19 de 40 gera condições de vida e de trabalho seguras, estimulantes, satisfatórias e agradáveis, melhorando a qualidade de vida no trabalho e nas empresas. A saúde mental conduz a vários tipos de alterações, nomeadamente, do funcionamento da rotina diária, capacidade para trabalhar, qualidade de vida no trabalho, desempenho de papéis familiares e sociais e com o envolvimento em atividades de lazer. Em virtude do seu diagnóstico, dos seus tratamentos prolongados e da incerteza do prognóstico, a doença mental constitui-se como um risco para a qualidade de vida do trabalhador e de quem o rodeia. O trabalho é uma das principais causas de stress na atualidade. O stress, por sua vez, exerce uma influência direta no desempenho profissional e na produtividade. O stress crónico tende a desencadear problemas psicossociais intensos. Por estes motivos é que o stress e qualidade de vida no trabalho são conceitos tão presentes no quotidiano dos trabalhadores. Programas de qualidade de vida no trabalho Pelos motivos apresentados, as empresas apercebem-se, cada vez mais, da importância da qualidade de vida no trabalho e da sua relação com a produtividade. Por isto, tendem a implementar programas de qualidade de vida no trabalho, que visam melhorar as condições dos trabalhadores. Estes programas consistem em ações levadas a cabo pela empresa, que passam pela implantação de melhorias e inovações tanto ao nível da gestão, como alterações de índole tecnológica ou outras no ambiente de trabalho. Por exemplo, melhorando a ergonomia, melhorando as condições climáticas, estimulando um melhor relacionamento interpessoal, facultando condições relacionadas com a assistência à saúde e aos filhos, etc. A qualidade de vida nas organizações pode ser francamente melhorada se estas medidas forem bem desenhadas e implementadas. Tal como no aspeto pessoal, a qualidade de vida no trabalho é essencial para o desenvolvimento dos colaboradores, tanto dentro como fora do ambiente da empresa. Neste sentido, é importante salientar o papel social das organizações também na formação de cidadãos mais conscientes de seu papel na sociedade.
  • 20. Página 20 de 40 A qualidade de vida não se esgota no tempo. Muitas pessoas estão preocupadas e questionam-se sobre a melhor forma de ter uma boa qualidade de vida, no presente. Contudo, a qualidade de vida deve também ser encarada como um objetivo futuro e duradouro. A longevidade é cada vez maior, porém por vezes com uma qualidade de vida reduzida. Muitos tratamentos médicos permitem-nos melhorar a nossa condição de saúde, contudo muitas vezes à custa de terapêuticas que nos debilitam e reduzem a qualidade de vida. Devemos, pois, procurar uma boa qualidade de vida em todas as fases da nossa vida, cientes de que é no idoso que, muitas vezes, observamos os maiores problemas. As opções que fazemos ao longo da vida, como o tipo de alimentação, o exercício físico, as condições de trabalho, o meio ambiente em que vivemos, etc são tudo fatores que irão influenciar não só a nossa longevidade e saúde, como também a nossa qualidade de vida atual e futura. Perante as alterações demográficas que se começaram a verificar, no último século, e que nos mostram uma população cada vez mais envelhecida, torna-se imperioso proporcionar aos idosos não só uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida. Mediante a subjetividade que o conceito de qualidade de vida do idoso acarreta, torna-se necessário orientar as políticas para um envelhecimento bem sucedido, o que para a maioria dos idosos, está relacionado ao bem-estar, à felicidade, à realização pessoal, enfim, à qualidade de vida nessa faixa etária (terceira idade). Como melhorar a qualidade de vida Para que possamos garantir uma boa qualidade de vida no futuro, devemos começar já a preocuparmo-nos com a manutenção de hábitos saudáveis, a saber: cuidar do corpo, uma alimentação equilibrada, exercício físico, relações saudáveis, ter tempo para realizar atividades de lazer e vários outros hábitos que propiciem à pessoa bem-estar e qualidade de vida. A promoção da saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para atingir um estado de completo bem- estar físico, mental e social, o indivíduo deve ser capaz de identificar e realizar os seus desejos, satisfazer as suas necessidades e modificar ou adaptar-se ao meio.
  • 21. Página 21 de 40 As duas esferas da qualidade de vida: objetiva e subjetiva Hoje em dia todos costumam prezar especialmente por duas coisas na vida: boa condição financeira e qualidade de vida. Aparentemente essas são duas características da vida que caminham em direções opostas, um a vez que uma boa condição financeira costuma-se vincular a uma grande dedicação ao trabalho e qualidade de vida a tempo livre para lazer. Contudo há formas de fazer com que essas duas esferas caminhem juntas, aqui daremos dicas de como isso é possível. A primeira dica que temos é quanto a interpretação que se tem de qualidade de vida. Qualidade de vida, muitas vezes, é erroneamente vinculada a tempo livre e vivido fora do ambiente do trabalho, no entanto esse é um grande equívoco. Possuir uma boa qualidade de vida deve iniciar-se exatamente no ambiente de trabalho. Não há dúvidas que grande parte do nosso tempo nas nossas vidas é gasto com o trabalho, desse modo, nada mais óbvio que a procura por qualidade de vida se inicia ali. Refletindo sobre isso é importante em primeiro lugar manter uma boa relação dentro do ambiente de trabalho, procurando trabalhos na área que lhe de agrado e em locais em que a convivência seja saudável. Desse modo, a sua qualidade de vida já começará ao seguir as suas obrigações e rotina, mas isso não pode ser tudo, é necessário sim, estar atento às outras esferas da vida na procura da qualidade de vida.
  • 22. Página 22 de 40 Tendo conseguido melhorar as relações no trabalho é necessário preocupar-se com as outras esferas da vida. Não faz sentido trabalhar exaustivamente na procura de dinheiro se não haverá tempo e prazer para aproveitá-lo, por isso é saudável que se saiba dividir o tempo e pesar sempre se vale a pena ter um pouco mais de dinheiro ou ter um pouco mais de diversão e lazer. Na verdade, essas duas esferas devem caminhar em cooperação e não em competição, uma vez que uma depende da outra. Ter tempo mas não ter o dinheiro necessário para aproveitá-lo como gostaria não gera qualidade de vida, por isso é necessário saber trabalhar com dosagem de modo que uma verdadeira qualidade de vida seja alcançada. Outro ponto importante é não envolver-se com o trabalho mais do que o necessário e mais do que o que é saudável. É necessário estar atento para fugir de problemas como o stress, e compulsões do tipo workaholic.
  • 23. Página 23 de 40 Escala de avaliação da qualidade de vida Neste contéudo é necessário a utilização da internet para análise e discussão do link a seguir: https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/2940/4/escala%20de%20qualidad e%20de%20vida%20WHOQOL-100%20PORTUGAL.pdf Embora não haja um consenso a respeito do conceito de qualidade de vida, três aspectos fundamentais referentes ao construto qualidade de vida foram obtidos através de um grupo de experts de diferentes culturas: (1) subjetividade; (2) multidimensionalidade (3) presença de dimensões positivas (p.ex. mobilidade) e negativas (p.ex. dor). O desenvolvimento destes elementos conduziu a definição de qualidade de vida como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (WHOQOL GROUP, 1994). O reconhecimento da multidimensionalidade do construto refletiu- se na estrutura do instrumento baseada em 6 domínios: domínio físico, domínio psicológico, nível de independência, relações sociais, meio-ambiente e espiritualidade / religião / crenças pessoais. DOMÍNIOS E FACETAS DO WHOQOL Domínio I - Domínio físico ➢ Dor e desconforto ➢ Energia e fadiga ➢ Sono e repouso Domínio II - Domínio psicológico ➢ Sentimentos positivos ➢ Pensar, aprender, memória e concentração ➢ Auto-estima ➢ Imagem corporal e aparência
  • 24. Página 24 de 40 ➢ Sentimentos negativos Domínio III - Nível de Independência Mobilidade Atividades da vida cotidiana Dependência de medicação ou de tratamentos Capacacidade de trabalho Domínio IV - Relações sociais ➢ Relações pessoais ➢ Suporte (Apoio) social ➢ Atividade sexual Domínio V- Ambiente ➢ Segurança física e proteção ➢ Ambiente no lar ➢ Recursos financeiros ➢ Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade ➢ Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades ➢ Participação em, e oportunidades de recreação/lazer ➢ Ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima) ➢ Transporte Domínio VI- Aspectos espirituais/Religião/Crenças pessoais ➢ Espiritualidade/religião/crenças pessoais
  • 25. Página 25 de 40 Promoção da saúde e prevenção da doença Responsabilidade pessoal: A Promoção da Saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para atingir um estado de completo bem-estar fisico, mental e social, o indivíduo ou o grupo devem estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as suas necessidades e a modificar ou adaptar-se ao meio. Assim, a saúde é entendida como um recurso para a vida e não como uma finalidade de vida; A saúde é um conceito positivo, que acentua os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Em consequência, a Promoção da Saúde não é uma responsabilidade exclusiva do sector da saúde, pois exige estilos de vida saudáveis para atingir o bem-estar A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimento pessoal e social, através da melhoria da informação, educação para a saúde e reforço das competências que habilitem para uma vida saudável. Deste modo, as populações ficam mais habilitadas para controlar a sua saúde e o ambiente e fazer opções conducentes à saúde. É fundamental capacitar as pessoas para aprenderem durante toda a vida, preparando-as para as suas diferentes etapas e para enfrentarem as doenças crónicas e as incapacidades. Estas intervenções devem ter lugar na escola, em casa, no trabalho e nas organizações comunitárias e ser realizadas por organismos educacionais, empresariais e de voluntariado, e dentro das próprias instituições Atividade física: O grande desenvolvimento tecnológico e da informática ocorrido, principalmente nas últimas décadas do século XX, proporcionou melhoras significativas na vida das pessoas, através da evolução das ciências da saúde, educação, estrutura das cidades, transporte, saneamento básico, eletrodomésticos, máquinas, computadores, internet e outros. Entretanto, a modernização contribuiu também para que o homem se habituasse a desenvolver cada vez menos atividades físicas, seja no trabalho, em casa, na escola ou em momentos de lazer.
  • 26. Página 26 de 40 Esta redução do gasto calórico com a diminuição da demanda energética no cotidiano do homem está ligada à falta de movimento e deterioração da saúde, bem-estar e qualidade de vida (NACIONAL CENTER FOR CHRONIC DISEASE PREVENTION AND HEALTH PROMOTION - CDC, 2002). Como exemplo, pode-se citar o sedentarismo como um dos responsáveis pelo sobrepeso, o qual é fator de risco independente para a morbimortalidade populacional por doenças crónicas não transmissíveis (DCNT), principalmente quanto à sua relação com o aumento da prevalência de hipertensão arterial (HA) e diabete mellitus (DM). A prática regular de exercício pode produzir importantes benefícios a curto, médio e longo prazo. Esses benefícios são listados a seguir: Aumenta o consumo da glicose. ➢ Diminui a necessidade de insulina exógena. ➢ Diminui a concentração basal e pós-prandial da insulina. ➢ Aumenta a resposta dos tecidos à insulina. ➢ Melhora os níveis da hemoglobina glicolisada. ➢ Melhora o perfil lipídico: ▪ diminui os triglicerídeos. ▪ aumenta a concentração de HDL-colesterol. ▪ diminui levemente a concentração de LDL-colesterol. ➢ Contribui para diminuir a pressão arterial. ➢ Aumenta o gasto energético: ▪ favorece a redução do peso corporal. ▪ diminui a massa total de gordura. ▪ preserva e aumenta a massa muscular. ➢ Melhora o funcionamento do sistema cardiovascular. ➢ Aumenta a força e flexibilidade muscular.
  • 27. Página 27 de 40 Nutrição adequada: Uma nutrição adequada é a ingestão de uma dieta equilibrada para que o seu corpo possa assimilar os nutrientes necessários para uma boa saúde. A cada dia, o corpo humano renova- se, isto é, renova os músculos, a matéria óssea, a pele e o sangue. As substâncias que ingerimos são a base para a formação destes novos tecidos. Se a dieta contiver poucos nutrientes essenciais ao corpo, a boca estará mais vulnerável a infecções. Quais são os diferentes tipos de nutrientes? Uma boa alimentação deve conter os seguintes nutrientes: ➢ Carboidratos; ➢ Ácidos graxos essenciais (contidos em produtos gordurosos); ➢ Aminoácidos (encontrados nas proteínas); ➢ Quinze vitaminas; ➢ Cerca de vinte e cinco minerais; ➢ Água. Como o nosso corpo não pode fabricar todos nutrientes de que precisamos, principalmente certas vitaminas, precisamos obtê-los dos alimentos e suplementos alimentares que ingerimos.
  • 28. Página 28 de 40 Adaptação ao stress e organização do ambiente: O stress é uma resposta fisiológica e comportamental normal a algo que aconteceu ou está para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso equilíbrio. Quando nos sentimos em perigo real ou imaginado, as defesas do organismo reagem rapidamente, num processo automático conhecido como reação de "luta ou fuga” ou de “congelamento", é a resposta ao stress. Inicialmente, o stress pode ser positivo, contudo para além de um certo nível, este deixa de ser proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde, a alterar o humor, a produtividade, os relacionamentos e a qualidade de vida, em geral. São as diferentes fases do stress (v. adiante eustress e distress). Devemos saber reconhecer os seus sinais e sintomas e, consequentemente, tomar medidas para minimizar os efeitos do stress. Os sintomas de stress são a forma que o nosso organismo encontra para nos informar das alterações a que está a ser sujeito. Certamente que já sentiu as mãos transpiradas ou o seu coração a bater mais depressa, antes de efetuar uma apresentação ou participar numa reunião importante ou até enquanto visualiza um filme de terror. Estes são alguns dos sintomas de stress na pele e no coração, mas muitos outros afetam o nosso corpo (sintomas físicos) e mente (sintomas psicológicos). Desde o stress positivo até pressentirmos muito stress, passando por um stress excessivo ou stress agudo, tudo são fases em que os sintomas de stress e ansiedade vão-se agravando
  • 29. Página 29 de 40 com o decorrer do tempo. Saber reconhecer quais os sintomas em cada uma das fases é de primordial importância, uma vez que, a tendência é que se nada for feito em contrário, o stress irá agravar-se com o decorrer do tempo, podendo desencadear graves consequências para a nossa saúde. Inicialmente os sintomas podem ser ténues, mas quando o stress causa diarreia, dor no peito, queda de cabelo, manchas na pele, dor de barriga, dor nas costas, tonturas, entre outros sintomas exuberantes, então estamos seguramente perante uma severa ameaça à sua saúde e degradação da qualidade de vida. Se os seus métodos de lidar com o stress não estão a contribuir para melhorar a sua saúde física e emocional, é altura de encontrar formas mais saudáveis. Há muitas maneiras saudáveis de gerir, prevenir e lidar com o stress, mas todas elas requerem mudança. Pode- se mudar a situação ou mudar a sua reacção. Ao decidir qual a opção a escolher, é útil pensar nos 4 aspecos seguintes: evitar, alterar, adaptar e aceitar. Dado que cada um de nós tem uma resposta única para o stress, não existe apenas um método que sirva a todos ou para qualquer situação, por isso você deverá experimentar diferentes técnicas e estratégias para perceber a que melhor se ajusta a si. Foque-se naquilo que o faz sentir calmo e em controlo. Tente ganhar controlo sobre o seu ambiente – Se as noticias dos jornais e TV o fazem ansioso, desligue a TV ou feche o jornal. O tráfico deixa-o tenso, tente ir por um caminho com menos tráfego. Se ir às compras sozinho o stressa, arranje companhia. Tente sempre que possível descortinar uma alternativa que esteja sobre o seu controlo, que possa decidir por si e executar na hora. Vacinação: As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer tratamento médico.A introdução de campanhas das vacinação contribuiu, em todo o mundo, para a diminuição da incidência das doenças evitáveis pela vacinação.Como consequência directa da vacinação a varíola foi erradicada em 1980, a poliomielite está em vias de ser erradicada e o sarampo pode também vir a ser extinto. Assim, existe um elevado número de indivíduos imunes na população, um menor número de susceptíveis e uma probabilidade menor de vir a contr air determinadas infecções na infância.
  • 30. Página 30 de 40 O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa universal, gratuito e acessível a todas as pessoas presentes em Portugal. Apresenta um esquema de vacinação recomendado que constitui uma “receita universal”. A intervenção ao nível de certas comunidades locais reveste-se de especial importância, nomeadamente, como forma de prevenir a disseminação, a partir de casos importados, de doenças infecciosas que se encontram eliminadas do nosso país (ex: poliomielite) ou em fase de eliminação (ex: sarampo).Somente taxas de cobertura vacinal muito elevadas, de cerca de 95%, permitem obter imunidade de grupo. No caso do tétano, em que a protecção é individual, apenas uma cobertura vacinal de 100% evitaria o aparecimento de casos. Higiene corporal: A higiene corporal é um conjunto de cuidados que as pessoas devem ter com o seu corpo para ter melhores condições de vida, bem-estar e saúde mental. Consiste em medidas que garantem a limpeza do corpo, da mente e do ambiente, a fim de garantir uma vida saudável para as pessoas. A palavra higiene é de origem grega que significa 'hygeinos' que quer dizer o que é saudável. Além de proteger contra possíveis doenças, também ajuda na autoestima das pessoas, pois com a higiene elas sentem-se mais confortáveis e confiantes. A lavagem diária tem como prerrogativas também, a manutenção da saúde individual e a proteção contra os mais diversos agentes externos. As mãos devem estar sempre limpas e os alimentos e a comida não devem ser manipulados antes da lavagem das mesmas. Devem ser lavadas, principalmente, antes e depois das refeições e após o uso do banheiro. É recomendável que sejam higienizadas com água e sabonete ou com álcool. Uma outra dica é a utilização de sabonete líquido que, ao contrário do sabonete em barra, não tem contato com outras pessoas.
  • 31. Página 31 de 40 Os riscos, para quem não lava as mãos, podem ser a contaminação com bactérias e germes, que são transmitidos quando há um contacto com um objeto contaminado. As unhas devem ser mantidas sempre limpas e cortadas regularmente. O lixo armazenado por baixo das unhas pode causar doenças (intestinais e verminoses) quando a pessoa leva a unha à boca. O cabelo também é um item essencial para uma boa higiene corporal. Nele, ocorre o acúmular da poeira e gordura e por isso é importante que a lavagem ocorra, preferencialmente, duas vezes por semana. Além da lavagem, devem ser cortados regularmente, pois a falta de corte deixa os fios mais quebradiços e danificados. Prevenção de acidentes: Os Idosos são muitas vezes alvo fácil de atropelamentos enquanto peões e de acidentes como condutores, devido ás suas dificuldades de locomoção, audição e visão entre outras, e ainda por falta de sensibilização para os métodos mais modernos de circulação e de gestão de tráfego. Os Profissionais de Saúde podem ser intervenientes activos neste âmbito promovendo acções na Comunidade ( Lares, Centros de Dia, etc), onde se discuta e chame a atenção para esta problemática. Apesar do risco de cair em casa ser grande, muitos acidentes devido a queda podem ser prevenidos. Boas práticas baseadas na evidência mostram que é possível reduzir as lesões nos idosos em 38 % através de métodos com custos eficazes. A redução de lesões pode melhorar a qualidade de vida e reduzir os gastos dos serviços de saúde devido a lesões nesta faixa etária. O primeiro passo é compreender as suas causas. Nas pessoas idosas a diminuição da massa muscular, a osteoporose, a diminuição da visão e da audição, assim como a falta de condições de segurança da casa e do jardim aumentam a probabilidade de cair. As quedas podem ser prevenidas fazendo pequenos ajustamentos na casa e no estilo de vida, mas, promover a segurança, é também, garantir que as pessoas idosas se alimentam convenientemente e se mantêm fisicamente activas. Quando falamos de segurança, é importante conhecer e utilizar os dispositivos de segurança que facilitem a vida diária quando a autonomia e o bem-estar estão em causa.
  • 32. Página 32 de 40 Manter a segurança é uma questão de tomar medidas de protecção, de algum bom senso, de muita prudência e precaução que, com convicção se vão fazer sentir na redução dos acidentes domésticos e de lazer com pessoas idosas. Alguns fatores de risco de quedas: ➢ Viver sozinho. ➢ Tomar medicamentos, em especial medicamentos psicotrópicos. ➢ Doenças crónicas tais como artroses, depressão, doença pulmonar crónica. ➢ Mobilidade reduzida e balanço. ➢ Dificuldades cognitivas e demência. ➢ Redução da acuidade visual. ➢ Calçado e vestuário inadequado. ➢ Uso de bengalas ou andarilhos ➢ Subir para escadotes, cadeiras, bancos, árvores, autocarros. ➢ Pisos escorregadios ou irregulares, pavimentos degradados. Prevenir as quedas em TODA A CASA é uma questão de bom senso: ➢ Mantenha uma boa iluminação em toda a casa e uma luz acesa na entrada principal. ➢ As lâmpadas devem ser de fácil manutenção e substituição. ➢ Nunca deixe fios elétricos e de telefone desprotegidos. Prenda-os à parede. ➢ Evite tapetes soltos no chão, principalmente nas escadas. Se usar, fixe-os ao chão. ➢ Pinte de cores diferentes ou faça marcas visíveis no primeiro e no último degrau das escadas. Devem ter degraus com piso antiderrapante. Converse com o seu médico sobre a necessidade de colocar barras de apoio (corrimão). ➢ Use sapatos com saltos largos e calcanhares reforçados, para evitar que o pé se movimente. Não use chinelos. Prefira os sapatos fechados. ➢ Cuidado para não errar a dosagem dos remédios.
  • 33. Página 33 de 40 ➢ Não use camisolas e roupões compridos, para evitar tropeçar, principalmente se tiver que se levantar no meio da noite. ➢ Ao dormir, deixe a luz do corredor acesa para auxiliar a visão, caso acorde no meio da noite. ➢ Se cair e tiver dores, procure assistência médica. Deixe o telefone num local de fácil acesso, se necessitar de pedir ajuda. ➢ No quintal, evite a acumulação de folhas e flores húmidas no chão. O processo de administração de medicamentos / vacinas Os principais grupos de fármacos utilizados na população idosa Os medicamentos são uma parte integrante da vida dos idosos, permitindo manter sob controle as doenças de que padecem, ajudando-lhes a viver melhor, sem dores ou desconforto. No entanto, por vezes a quantidade de medicamentos que um idoso toma é tão elevada que requer uma organização e administração com cuidados redobrados. No médico. O acompanhamento da toma dos medicamentos por parte de um idoso começa nas consultas – se possível, deve acompanhar o idoso, para assim saber qual o seu estado de saúde, que medicamentos vai tomar, para quê, qual a dose, durante quanto tempo, se existem efeitos secundários, interações com outros medicamentos, se os comprimidos podem ser esmagados ou têm de ser tomados inteiros, ou qualquer outra questão pertinente. Não tenha receio de esclarecer todas as suas dúvidas com o médico. Na farmácia. Sempre que for à farmácia aviar uma receita, certifique-se que o farmacêutico escreva na caixa do medicamento correspondente as indicações do médico no que toca à dose e à hora da toma. Quer leve duas caixas de medicamentos ou dez, confira sempre toda a informação para evitar confusões com a toma. Se possível, vá sempre à mesma farmácia – será uma excelente forma de criar uma relação com o farmacêutico que, para além de passar a conhecer o estado de saúde do idoso, pode ajudá-lo sempre que tiver alguma dúvida.
  • 34. Página 34 de 40 DOENÇAS CARDIOVASCULARES Doenças que afetam o sistema circulatório. As mais comuns são: ➢ IAM; ➢ Angina; ➢ Aterosclerose; ➢ AVC. MEDICAMENTOS: Específicos para cada caso e paciente: ➢ Anti – hipertensivos, previnem o IAM e AVC; ➢ AAS, aspirina – “afinam o sangue”; ➢ Drogas para diminuir o colesterol (previnem Aterosclerose). Ex: Sinvastatina; ➢ Verapamil. DEPRESSÃO ➢ São transtornos do humor, dos quais fazem parte todas as formas de depressão e o transtorno bipolar. ➢ Em algum momento da vida 15% a 20% da população apresentará depressão. ➢ Nos idosos principalmente, essa condição é pouco diagnosticada em serviços de atendimento primário e outros serviços médicos gerais. MEDICAMENTOS: ➢ Antidepressivos: Nortriptilina (Pamelor), Imipramina e Desipramina.
  • 35. Página 35 de 40 A automedicação nos idosos A automedicação acontece pelo uso de medicamentos sem orientação de um profissional de saúde ou sem prescrição médica. É responsável por danos à saúde que geram hospitalização e, em casos mais graves, até intoxicações. Esses riscos ocorrem por diversos motivos, desde a falta de orientação sobre como tomar o medicamento, como a dose e posologia, e até mesmo a superdosagem, que pode ocasionar efeitos tóxicos no organismo piorando o estado de saúde do paciente e trazendo efeitos indesejados. Quando se tem algum sintoma desagradável, qual é o primeiro pensamento para solucionar o este problema? A maioria pensa logo em ir à farmácia, e lá encontra uma diversidade de medicamentos de venda livre, ou seja, que podem ser vendidos sem a existência de uma prescrição médica. É aí onde mora o perigo. O uso indiscriminado e incorreto desses medicamentos pode ser prejudicial à saúde. Conheça alguns prejuízos que essa atitude pode lhe oferecer: O diagnóstico errado do problema gera a escolha de um tratamento ineficaz para o caso;
  • 36. Página 36 de 40 A interação com outros medicamentos já utilizados pode potencializar ou anular os seus efeitos terapeuticos; Surgimento de reações adversas, ou seja, reações indesejadas e inesperadas com o uso de medicamento, que são danosas à saúde e dificilmente identificadas, além das reações alérgicas (resposta imunológica exacerbada contra o medicamento exposto); Mascarar o diagnóstico de outras doenças na fase inicial pela semelhança de sintomas manifestados por uma virose, como exemplo: dor de cabeça, dor no corpo, febre, cansaço; Alguns medicamentos são contra-indicados para pacientes que já possuem alguma doença diagnosticada, sendo de conhecimento apenas de profissionais da saúde; Em casos mais graves, podem ocorrer intoxicações por medicamentos, quando se utiliza em doses e intervalos maiores que indicados pela posologia, além de resultar em hospitalização. Quando se trata da saúde a medida mais simples e eficaz é a informação, preferencialmente fornecida por um profissional da saúde, que permite a identificação dos sintomas e a orientação sobre a forma correta de realizar o tratamento, bem como acompanhar o paciente até a sua recuperação. Observa-se também um comportamento na terceira idade bem evidente em relação a automedicação, o que gera efeitos graves a saúde. Por muitas vezes, eles não comentam com o médico sobre se automedicar, às vezes esquecem, ou ficam receosos em levar pequenos “puxões de orelha” em fazer o errado. Com isso, aumentam as hipoteses do aparecimento de tremores parecidos com os da doença de Parkinson, decorrentes do uso errado de medicamentos para labirintite ou até o aparecimento de ulceras no estômago, decorrente do uso de anti- inflamatórios. Principais cuidados que devem ser tomados ao utilizar medicamento na terceira idade: Nenhum medicamento deve ser tomado “para o resto da vida”; Evite o uso prolongado de medicamentos sintomáticos, como tranquilizantes, soníferos;
  • 37. Página 37 de 40 O tempo de tratamento deve ser definido junto ao médico; Informar ao médico todos os medicamentos que já estão sendo utilizados para que não haja reações entre os que serão prescritos; Atentar para os horários do medicamento, para que não haja esquecimento, pois quebra o tratamento.
  • 38. Página 38 de 40 A avaliação morfológica do idoso Estatura - Estatura/Massa e Índice de Massa Corporal (IMC) O envelhecimento, antes considerado um fenómeno, hoje faz parte da realidade da maioria das sociedades. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, trata-se de “um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao stresse do meio ambiente e, portanto, aumente a sua possibilidade de morte. O processo de envelhecimento traz diversas mudanças anatómicas e fisiológicas que podem afetar a funcionalidade e aumentar o risco de doenças. O envelhecimento pode traduzir-se, parcialmente, pela diminuição da estatura e do peso, perda de tecido ósseo e muscular, aumento da gordura corporal e diminuição da quantidade de água corporal total. Com o avançar da idade, a estatura corporal tende a diminuir devido à compressão das vértebras, mudanças na largura e forma dos discos vertebrais e perda de tônus muscular. O peso também diminui com a idade e varia segundo o sexo. As mudanças que acompanham a
  • 39. Página 39 de 40 perda de peso no idoso incluem diminuição da massa muscular e da massa celular em geral. A densidade específica da massa livre de gordura (MLG) em adultos diminui consideravelmente com o avanço da idade. Em geral, a massa corporal tende a aumentar até aproximadamente 70 anos de idade, quando inicia um decréscimo em torno de 0,4 kg por ano]. Após essa idade, a altura, o peso e o IMC tendem a reduzir. A combinação do aumento da massa gorda e redução da massa magra em idosos é chamada de “obesidade sarcopênica” e está associada com diminuição da força muscular e fragilidade, resultando em redução da qualidade de vida. Outra mudança relacionada com a idade é a distribuição de gordura corporal. O envelhecimento está associado com uma maior proporção de gordura visceral (intra- abdominal), que se associa com aumento no risco de doenças cardiovasculares na população em geral. Compreender as mudanças na composição corporal que acompanham o processo de envelhecimento e as suas implicações na saúde é de suma importância, tanto para o conhecimento gerontológico como para o suporte nutricional do idoso. Estas mudanças estão diretamente implicadas com o estado funcional e de sobrevivência da população idosa.
  • 40. Página 40 de 40 Bibliografia e netgrafia ✓FALCÃO, Ana Mraia de Aragão e AZZI, Roberta Gurguel, Psicologia e formação docente: desafios e conversas, Editora Casa do Psicólogo, (2002) ✓ KEROUAC, Suzanne [et al.] – El pensamento enfermeiro. Barcelona: Masson, 1996. ISBN 84-4580365-4. ✓ LOFF, Ana Margarida – Relações Interpessoais. Enfermagem em Foco. Lisboa: SEP. N.º 13, Ano IV (Nov./Jan. 1994), p. 56-63. ✓ Http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/ministerio/l ei+organica/arquivo+organica/leiorganica.htm ✓http://www.sobresites.com/psicologia/ ✓http://www.psicologia.pt/