Os fenícios habitavam a região da atual Síria e Líbano. Eles se tornaram uma potência marítima antiga graças ao seu comércio marítimo e artesanato, fundando colônias em todo o Mediterrâneo. Embora não tivessem um Estado unificado, contribuíram grandemente para a cultura com a invenção do alfabeto, que serviu de base para os alfabetos grego e latino.
1. COLÉGIO MILITAR DE CAMPO GRANDE
DISCIPLINA DE HISTÓRIA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO PROFª VANIA
OS FENICIOS
1. País da atualidade: Líbano e parte da Síria.
2. Localização: era uma estreita faixa de terra localizada entre o Mar Mediterrâneo, as
montanhas do Líbano, o Monte Carmelo e o Rio Orontes.
3. Origem: a origem dos fenícios ainda é desconhecida. Os documentos originais dos próprios
fenícios não deixaram pistas, pois falavam apenas do endereço para o qual haviam mudado,
Canaã.
4. História do povo: por volta de 2000 anos a C. conheceram os gregos, quando já haviam
mudado para a região onde se desenvolveram, que passaram a chamá-los de Phoinix
(vermelho), o que mais tarde passou a ser fenício.
Existem duas razões possíveis para que fossem chamados de vermelhos pelos gregos:
Ou por possuírem pele bronzeada.
Uma homenagem ao produto dos fenícios mais requisitados, a púrpura, substância usada
para tingir tecidos extraído do molusco múrex. Essa substância fazia sucesso naquela época
porque só existiam roupas com cores entre o preto, o branco e o cinza. Sair de vermelho
dava mostra de poder e nobreza.
Os fenícios transformaram pequenas aldeias em grandes cidades devido ao comércio
fervilhante.
O Estado: A Fenícia não era um Estado unificado, era formada por cidades-Estado que tinham
seu governo próprio. As cidades fenícias mais importantes eram Biblos, Sídon, Tiro, Ugarit e
Cartago (colônia do Norte da África). Elas eram comandadas por um rei. O rei comandava com o
apoio dos comerciantes (Talassocracia) e sacerdotes.
Era comum as cidades brigarem pela disputa de mercados comerciais, embora nenhuma delas
tenha sido suficientemente forte para dominar as outras.
4. Economia: A agricultura e a pecuária eram importantes para a sobrevivência dos fenícios,
mas suas principais atividades econômicas se concentravam no comércio marítimo e no
artesanato.
a. Comércio marítimo: realizam intercâmbio com as cidades gregas, egípcias e as tribos
litorâneas da África e Ibéria, no Mediterrâneo. Através do mar Vermelho e de caravanas
terrestres, atingiram a Mesopotâmia e a Índia.
À medida que colonizavam regiões litorâneas, introduziram a servidão e a vassalagem das
tribos, utilizando trabalho escravo. Possuíam uma forte classe de comerciantes ricos e
importavam metais, pedras preciosa, perfumes, cavalos, cereais, marfim e escravos e os
vendiam do Mar Negro ao Mar Egeu.
a. 1. Fatores que transformaram a Fenícia numa potência marítima da Antigüidade:
posição geográfica: ficava próxima de civilizações destacadas;
o pequeno território de que dispunha para a agricultura;
a costa acidentada;
e a presença de grande quantidade de madeira, o cedro, na região montanhosa;
Esses fatores determinaram, em parte, o rumo tomado pelo seu desenvolvimento histórico –
voltado para o mar, sujeito às dominações políticas de grandes potências, sem unificação
política e economicamente baseado no comércio e na indústria.
a. 2. Embarcações fenícias: possuíam casco arredondado, o que aumentavam o espaço
interno e permitia maior volume de carga. Inventaram os trilemos, barcos que possuíam 3
fileiras superpostas de remos, que poderia seguir com velocidade independente da condição dos
ventos. Já as embarcações de guerra possuíam um espigão metálico para por a pique os navios
inimigos. No entanto, pouco utilizavam da força, esse artifício era mais para afugentar os piratas
que tentassem roubá-los.
2. a. 3.Técnicas de navegação:navegavam utilizando a técnica de orientação pelas estrelas,
pelas correntes marinhas e pela direção dos ventos. Seguindo esses indícios seus capitães
cobriam vastas distâncias com precisão.
Em suas viagens, orientavam-se durante o dia pelo sol e durante a noite pela Ursa Maior.
Utilizavam, como já foi dito, a combinação de remos e velas, o que lhes proporcionava maior
velocidade.
a. 4. Colônias: para estimular o comércio fundaram colônias desde a Sicília até o estreito de
Gibraltar, destacando-se Cartago. Adotavam três sistemas para o estabelecimento de bases
comerciais: simples entrepostos, associação com outros povos e colônias de dominação.
b. Artesanato: a maior parte dos produtos exportados era feito nas oficinas dos próprios
artesãos que se dedicavam à:
Metalurgia: armas de bronze, ferro e pela produção de um artesanato de luxo -- jóias,
estatuetas, caixas de marfim etc.
Fabricação de vidro: colar com contas de vidro, vasos, figuras de animais.
Tinturas de tecidos de lã: utilizavam a púrpura, tinta vermelha extraída do molusco múrice.
7. Sociedade: desenvolveram uma sociedade mercantil, não estratificada, que permitia a
mobilidade social. Possuíam uma renda per capita muito alta para os povos da antigüidade.
8. Cultura: eram ótimos comerciantes e habilidosos artesãos, mas estavam longe de serem
originais. Em suas obras, copiavam traços de escritos das pirâmides e da cultura egípcia. E
quando foram dominados pelos gregos, adotaram o estilo à grega.
Foram influenciados, portanto, por várias culturas e se não ficaram famosos por deixarem sua
própria marca registrada, foram importantes por expandir a cultura pelos diversos lugares por
onde passaram.
a. Religião: Eram politeístas e seus deuses representavam fenômenos da natureza: El dagon
representavam os rios e anunciava as chuvas: Baal era o deus das alturas, tempestades e raios: Ayan e
Anat, filhos de Baal, representavam as águas subterrâneas e a guerra, respectivamente. Os fenícios
tinham deuses comuns, embora com nomes diferentes em cada local; por exemplo, na cidade de Tiro Baal
era denominado Melgart.
Os fenícios erguiam altares nas partes mais altas de suas cidades para sacrificar pequenos animais e
crianças a céu aberto para garantir o fluir das estações em oferenda aos deuses. As mulheres tinham de
oferecer a virgindade aos sacerdotes do templo de Ashtart, a deusa da fertilidade.
b. O alfabeto: a grande contribuição cultural dos fenícios foi o alfabeto, criado a partir da necessidade
comercial de achar um modo prático para facilitasse o registro escrito das compras e vendas. Criaram um
sistema de escrita, muito simples e prático, composto por 22letras, todas consoantes e que serviu de
base para o alfabeto grego, sendo que os mesmos acrescentaram as vogais.
9. Decadência: A condição de potência econômica, de cujo comércio as demais dependiam, deu à Fenícia
uma certa estabilidade que lhe permitiu existir tanto tempo sem possuir fortes exércitos. Sobreviveram à
hegemonia egípcia, síria e assíria, e depois também ao domínio persa. Com a chegada de um elemento
racialmente estranho a Fenícia finalmente baqueou. Primeiro com a invasão dos gregos de Alexandre
Magno e depois, Roma. Com a guerra, interrompeu-se o comércio, e as colônias e entrepostos distantes
ficaram abandonados à própria sorte, começaram a ser destruídos pelas populações locais.
10. Legado:
Alfabeto: a importância desse alfabeto reside justamente no fato de se constituir na base dos
alfabetos grego e, posteriormente, o latino. Outro fato que convém lembrarmos é que não trata-se
apenas de um alfabeto, mas de idioma possível de ser aprendido e pronunciado por outros povos.
Transmissores de culturas de umas regiões para outras: com o comércio levavam elementos da
cultura de uma sociedade para outra, que por via direta, talvez só muito mais tarde tivessem estado
em contato.
Desenvolvimento de diversas técnicas de navegação: desenvolvidas pelos Fenícios, incluindo-se aí
as noções de latitude e longitude (inventadas pelo sábio Marino, de Tiro). Eles foram os primeiros grandes
viajantes do mundo, até onde se conhece.