SlideShare a Scribd company logo
1 of 16
 
O HOMEM Camões  viveu durante o séc. XVI, um período da história marcado por grandes alterações socioculturais.  Hoje a sua obra é mundialmente conhecida. Não se sabe muito acerca da sua vida; sabemos que nasceu por volta de  1524  e morreu em  1580 .
El Rei D. Sebastião Pensa-se que terá sido em Moçambique que terminou a epopeia, publicada em  1572 , com o apoio do rei  Dom Sebastião .
A ÉPOCA Para estudarmos melhor  Os Lusíadas   temos que compreender  a época em que de Camões viveu. No século XVI acontecem descobertas extraordinárias .  No campo das artes  Brunelleschi  é talvez o mais importante arquitecto dessa época e é um artista completo, pois também era pintor,  escultor , dominava conhecimentos matemáticos complexos e conhecia a poesia de  Dante .
A pintura renascentista inova com a introdução da perspectiva, o uso do claro-escuro, da tela e da tinta a óleo.  Botticelli ,  Leonardo Da Vinci ,  Michelângelo  e Rafael, são alguns dos mais importantes nomes desta altura.
Nesta época assistimos a um grande movimento cultural, de  ideias  e  científico , que se costuma sintetizar em três conceitos:  Humanismo ,  Renascimento  e  Classicismo .
Na  idade média  (até meados do séc. XV), a sociedade era regulada por ideias teocêntricas. O Humanismo vem recolocar o Homem no centro das atenções. Não se trata de uma rejeição de Deus, mas uma valorização do próprio Homem.  Camões é o exemplo de um humanista, um homem de “honesto estudo” e “longa experiência”. Na tentativa de dignificar o Homem, foi necessário desenvolver valores diferentes dos defendidos na Idade Média. É assim que surge o movimento chamado Renascimento: volta a seguir-se os princípios da cultura greco-latina.
Este sentimento de admiração pela Antiguidade Clássica, no fundo o desejo de imitar e superar os seus valores, chamamos a isso Classicismo. É nesta atmosfera que surgem  Os Lusíadas . Temos que ter em conta que epopeia constitui o mais elevado género cultivado pela Antiguidade Clássica.
A OBRA Uma epopeia é uma narrativa estruturada em verso que conta acontecimentos extraordinários de um herói ou de um povo e que têm interesse para a Humanidade. Os Lusíadas  são uma epopeia que segue um modelo clássico, sobretudo inspirado na  Eneida , de Virgílio. A epopeia escrita por Camões conta a história da descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1498.
ESTRUTURA INTERNA   Proposição (I, 1-3) O poeta diz em síntese que pretende cantar (enaltecer, celebrar, exaltar) : a)  “as armas e os barões assinados”, todos aqueles homens que descobriram, “Por mares nunca dantes navegados”, novas terras, “mais do que prometia a força humana”;  b)  “Daqueles reis que foram dilatando/ a Fé, o Império”, isto é, aqueles reis que contribuíram para o conhecimento da Fé cristã e alargamento do Império Português;
c)  “E aqueles que por obras valerosas” todos os que merecem o reconhecimento pelos feitos heróicos, jamais serão esquecidos, “Se vão da lei da morte libertando”. Na  3.ª estância  Camões afirma que a obra dos portugueses supera a de outros heróis da antiguidade, como Ulisses (“sábio Grego), herói da Odisseia, de Eneias (“Troiano” herói da Eneida; afirma inclusive que até os deuses “Neptuno e Marte” se submeteram à vontade do Povo Português.
Invocação (I, 4-5) Camões dirige-se às Tágides, ninfas do Tejo, pedindo-lhes ajuda para cantar os feitos gloriosos de uma forma grandiloquente e sublime (“Dai-me agora um som alto e sublimado, / um estilo grandíloco e corrente”).
Dedicatória (I, 6-18) A epopeia é dedicada ao rei Dom Sebastião. Ainda muito jovem era a esperança da pátria portuguesa.
Narração (I, 19 até ao fim) Estamos perante um narrador não participante, mas omnisciente e subjectivo, contando a partir daqui a viagem da descoberta do caminho marítimo para a  Índia  pelos navegadores portugueses, liderada por  Vasco da Gama . A narrativa segue o modelo da epopeia clássica –  in medias res . Os navegadores já se encontravam sensivelmente a meio da viagem “Já no largo oceano navegavam” quando se inicia a narração.
Estrutura Externa Dez cantos, num total de 1102 estâncias;  as estâncias são oitavas em verso decassílabo (heróico e sáfico);  a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos ( abababcc )
Trajecto da Viagem de Vasco da Gama

More Related Content

What's hot

Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasDina Baptista
 
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadasEstrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadasclaudiarmarques
 
Resumos de Português: Os Lusíadas
Resumos de Português: Os LusíadasResumos de Português: Os Lusíadas
Resumos de Português: Os LusíadasRaffaella Ergün
 
Resumos de Português: Cesário verde
Resumos de Português: Cesário verdeResumos de Português: Cesário verde
Resumos de Português: Cesário verdeRaffaella Ergün
 
Análise do poema ulisses
Análise do poema ulissesAnálise do poema ulisses
Análise do poema ulissesEL Chenko
 
Camões lírico: vida obra
Camões lírico: vida obraCamões lírico: vida obra
Camões lírico: vida obraDina Baptista
 
O consílio dos deuses
O consílio dos deusesO consílio dos deuses
O consílio dos deusesannapaulasilva
 
Os lusíadas reflexões do poeta
Os lusíadas  reflexões do poetaOs lusíadas  reflexões do poeta
Os lusíadas reflexões do poetaPatrícia Colaço
 
sintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptsintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptcnlx
 
Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belémVanda Marques
 
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Dina Baptista
 
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)lurdesmartins
 

What's hot (20)

Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
 
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadasEstrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
 
Resumos de Português: Os Lusíadas
Resumos de Português: Os LusíadasResumos de Português: Os Lusíadas
Resumos de Português: Os Lusíadas
 
Proposição
ProposiçãoProposição
Proposição
 
Ilha dos Amores
Ilha dos AmoresIlha dos Amores
Ilha dos Amores
 
Os Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os LusíadasOs Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os Lusíadas
 
Lusiadas 10º ano
Lusiadas 10º anoLusiadas 10º ano
Lusiadas 10º ano
 
Resumos de Português: Cesário verde
Resumos de Português: Cesário verdeResumos de Português: Cesário verde
Resumos de Português: Cesário verde
 
Análise do poema ulisses
Análise do poema ulissesAnálise do poema ulisses
Análise do poema ulisses
 
Camões lírico: vida obra
Camões lírico: vida obraCamões lírico: vida obra
Camões lírico: vida obra
 
O consílio dos deuses
O consílio dos deusesO consílio dos deuses
O consílio dos deuses
 
Os lusíadas reflexões do poeta
Os lusíadas  reflexões do poetaOs lusíadas  reflexões do poeta
Os lusíadas reflexões do poeta
 
sintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptsintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.ppt
 
Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belém
 
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)
 
Farsa de Inês Pereira
Farsa de Inês PereiraFarsa de Inês Pereira
Farsa de Inês Pereira
 
Canto v 92_100
Canto v 92_100Canto v 92_100
Canto v 92_100
 
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
 
Deixis
DeixisDeixis
Deixis
 
Ilha dos amores
Ilha dos amoresIlha dos amores
Ilha dos amores
 

Viewers also liked

Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Lurdes Augusto
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaDina Baptista
 
Os lusíadas - Canto VII
Os lusíadas - Canto VIIOs lusíadas - Canto VII
Os lusíadas - Canto VIIAiltinho
 
Os lusiadas introdução
Os lusiadas introduçãoOs lusiadas introdução
Os lusiadas introduçãoElsa Maximiano
 
3 ciclo leitura_autonoma(1)
3 ciclo leitura_autonoma(1)3 ciclo leitura_autonoma(1)
3 ciclo leitura_autonoma(1)Paulo Faria
 
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexãoO herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexãoMargarida Tomaz
 
Lusiadas Estruturas
Lusiadas EstruturasLusiadas Estruturas
Lusiadas EstruturasTeresa Pombo
 
Parque Natural de Sintra-Cascais
Parque Natural de Sintra-CascaisParque Natural de Sintra-Cascais
Parque Natural de Sintra-CascaisPedro Peixoto
 
Ficha - Partida das Naus
Ficha - Partida das NausFicha - Partida das Naus
Ficha - Partida das Nauslurdesgracio
 
Tiradentes o mito do herói nacional
Tiradentes o mito do herói nacionalTiradentes o mito do herói nacional
Tiradentes o mito do herói nacionalAlex Cabral Rabelo
 
Os lusíadas – canto vii
Os lusíadas – canto viiOs lusíadas – canto vii
Os lusíadas – canto viiMariana Freitas
 
Criação de personagens: Arquétipos e Jornada do Herói
Criação de personagens: Arquétipos e Jornada do HeróiCriação de personagens: Arquétipos e Jornada do Herói
Criação de personagens: Arquétipos e Jornada do HeróiKelly Cardoso
 
Os Lusíadas de Luís de Camões
Os Lusíadas de Luís de CamõesOs Lusíadas de Luís de Camões
Os Lusíadas de Luís de CamõesGijasilvelitz 2
 

Viewers also liked (20)

Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
 
Os lusíadas - Canto VII
Os lusíadas - Canto VIIOs lusíadas - Canto VII
Os lusíadas - Canto VII
 
Os lusiadas introdução
Os lusiadas introduçãoOs lusiadas introdução
Os lusiadas introdução
 
Mensagem & Os Lusíadas
Mensagem & Os LusíadasMensagem & Os Lusíadas
Mensagem & Os Lusíadas
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
3 ciclo leitura_autonoma(1)
3 ciclo leitura_autonoma(1)3 ciclo leitura_autonoma(1)
3 ciclo leitura_autonoma(1)
 
Heroísmo épico
Heroísmo épicoHeroísmo épico
Heroísmo épico
 
Heróis modernos
Heróis modernosHeróis modernos
Heróis modernos
 
Camões
CamõesCamões
Camões
 
Meu pai é meu herói!
Meu pai é meu herói!Meu pai é meu herói!
Meu pai é meu herói!
 
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexãoO herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
 
Lusiadas Estruturas
Lusiadas EstruturasLusiadas Estruturas
Lusiadas Estruturas
 
Parque Natural de Sintra-Cascais
Parque Natural de Sintra-CascaisParque Natural de Sintra-Cascais
Parque Natural de Sintra-Cascais
 
O Herói em cada um
O Herói em cada umO Herói em cada um
O Herói em cada um
 
Ficha - Partida das Naus
Ficha - Partida das NausFicha - Partida das Naus
Ficha - Partida das Naus
 
Tiradentes o mito do herói nacional
Tiradentes o mito do herói nacionalTiradentes o mito do herói nacional
Tiradentes o mito do herói nacional
 
Os lusíadas – canto vii
Os lusíadas – canto viiOs lusíadas – canto vii
Os lusíadas – canto vii
 
Criação de personagens: Arquétipos e Jornada do Herói
Criação de personagens: Arquétipos e Jornada do HeróiCriação de personagens: Arquétipos e Jornada do Herói
Criação de personagens: Arquétipos e Jornada do Herói
 
Os Lusíadas de Luís de Camões
Os Lusíadas de Luís de CamõesOs Lusíadas de Luís de Camões
Os Lusíadas de Luís de Camões
 

Similar to Os LusíAdas HistóRia De Uma Viagem

Similar to Os LusíAdas HistóRia De Uma Viagem (20)

Oslusiadas contexto
Oslusiadas contextoOslusiadas contexto
Oslusiadas contexto
 
Cap06 classicismo
Cap06 classicismoCap06 classicismo
Cap06 classicismo
 
Ft21 Lusiadas Textos Introdutorios
Ft21 Lusiadas Textos IntrodutoriosFt21 Lusiadas Textos Introdutorios
Ft21 Lusiadas Textos Introdutorios
 
Contexto de Os Lusíadas
Contexto de Os LusíadasContexto de Os Lusíadas
Contexto de Os Lusíadas
 
03 a producao cultural
03 a producao cultural03 a producao cultural
03 a producao cultural
 
classicismo Pablo kdabra.ppt
classicismo Pablo kdabra.pptclassicismo Pablo kdabra.ppt
classicismo Pablo kdabra.ppt
 
Luís de camões
Luís de camõesLuís de camões
Luís de camões
 
literatura-classicismo: AULA SOBRE LITERATURA
literatura-classicismo: AULA SOBRE LITERATURAliteratura-classicismo: AULA SOBRE LITERATURA
literatura-classicismo: AULA SOBRE LITERATURA
 
Movimento Literário Classicismo em Portugal 1º ano D 2013
Movimento Literário Classicismo em Portugal 1º ano D 2013Movimento Literário Classicismo em Portugal 1º ano D 2013
Movimento Literário Classicismo em Portugal 1º ano D 2013
 
3 120731130823-phpapp02
3 120731130823-phpapp023 120731130823-phpapp02
3 120731130823-phpapp02
 
camoes
camoescamoes
camoes
 
Camões - contextualização
Camões - contextualizaçãoCamões - contextualização
Camões - contextualização
 
Renascimento 2019ok
Renascimento 2019okRenascimento 2019ok
Renascimento 2019ok
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo
Classicismo
 
Renascimento Cultural e Científico
Renascimento Cultural e CientíficoRenascimento Cultural e Científico
Renascimento Cultural e Científico
 
03_03 A produção cultural.pdf
03_03 A produção cultural.pdf03_03 A produção cultural.pdf
03_03 A produção cultural.pdf
 
Aula classicismo
Aula classicismoAula classicismo
Aula classicismo
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
Renascimento
RenascimentoRenascimento
Renascimento
 

Recently uploaded

DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 

Recently uploaded (20)

DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 

Os LusíAdas HistóRia De Uma Viagem

  • 1.  
  • 2. O HOMEM Camões viveu durante o séc. XVI, um período da história marcado por grandes alterações socioculturais. Hoje a sua obra é mundialmente conhecida. Não se sabe muito acerca da sua vida; sabemos que nasceu por volta de 1524 e morreu em 1580 .
  • 3. El Rei D. Sebastião Pensa-se que terá sido em Moçambique que terminou a epopeia, publicada em 1572 , com o apoio do rei Dom Sebastião .
  • 4. A ÉPOCA Para estudarmos melhor Os Lusíadas temos que compreender a época em que de Camões viveu. No século XVI acontecem descobertas extraordinárias . No campo das artes Brunelleschi é talvez o mais importante arquitecto dessa época e é um artista completo, pois também era pintor, escultor , dominava conhecimentos matemáticos complexos e conhecia a poesia de Dante .
  • 5. A pintura renascentista inova com a introdução da perspectiva, o uso do claro-escuro, da tela e da tinta a óleo. Botticelli , Leonardo Da Vinci , Michelângelo e Rafael, são alguns dos mais importantes nomes desta altura.
  • 6. Nesta época assistimos a um grande movimento cultural, de ideias e científico , que se costuma sintetizar em três conceitos: Humanismo , Renascimento e Classicismo .
  • 7. Na idade média (até meados do séc. XV), a sociedade era regulada por ideias teocêntricas. O Humanismo vem recolocar o Homem no centro das atenções. Não se trata de uma rejeição de Deus, mas uma valorização do próprio Homem. Camões é o exemplo de um humanista, um homem de “honesto estudo” e “longa experiência”. Na tentativa de dignificar o Homem, foi necessário desenvolver valores diferentes dos defendidos na Idade Média. É assim que surge o movimento chamado Renascimento: volta a seguir-se os princípios da cultura greco-latina.
  • 8. Este sentimento de admiração pela Antiguidade Clássica, no fundo o desejo de imitar e superar os seus valores, chamamos a isso Classicismo. É nesta atmosfera que surgem Os Lusíadas . Temos que ter em conta que epopeia constitui o mais elevado género cultivado pela Antiguidade Clássica.
  • 9. A OBRA Uma epopeia é uma narrativa estruturada em verso que conta acontecimentos extraordinários de um herói ou de um povo e que têm interesse para a Humanidade. Os Lusíadas são uma epopeia que segue um modelo clássico, sobretudo inspirado na Eneida , de Virgílio. A epopeia escrita por Camões conta a história da descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1498.
  • 10. ESTRUTURA INTERNA   Proposição (I, 1-3) O poeta diz em síntese que pretende cantar (enaltecer, celebrar, exaltar) : a) “as armas e os barões assinados”, todos aqueles homens que descobriram, “Por mares nunca dantes navegados”, novas terras, “mais do que prometia a força humana”; b) “Daqueles reis que foram dilatando/ a Fé, o Império”, isto é, aqueles reis que contribuíram para o conhecimento da Fé cristã e alargamento do Império Português;
  • 11. c) “E aqueles que por obras valerosas” todos os que merecem o reconhecimento pelos feitos heróicos, jamais serão esquecidos, “Se vão da lei da morte libertando”. Na 3.ª estância Camões afirma que a obra dos portugueses supera a de outros heróis da antiguidade, como Ulisses (“sábio Grego), herói da Odisseia, de Eneias (“Troiano” herói da Eneida; afirma inclusive que até os deuses “Neptuno e Marte” se submeteram à vontade do Povo Português.
  • 12. Invocação (I, 4-5) Camões dirige-se às Tágides, ninfas do Tejo, pedindo-lhes ajuda para cantar os feitos gloriosos de uma forma grandiloquente e sublime (“Dai-me agora um som alto e sublimado, / um estilo grandíloco e corrente”).
  • 13. Dedicatória (I, 6-18) A epopeia é dedicada ao rei Dom Sebastião. Ainda muito jovem era a esperança da pátria portuguesa.
  • 14. Narração (I, 19 até ao fim) Estamos perante um narrador não participante, mas omnisciente e subjectivo, contando a partir daqui a viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia pelos navegadores portugueses, liderada por Vasco da Gama . A narrativa segue o modelo da epopeia clássica – in medias res . Os navegadores já se encontravam sensivelmente a meio da viagem “Já no largo oceano navegavam” quando se inicia a narração.
  • 15. Estrutura Externa Dez cantos, num total de 1102 estâncias; as estâncias são oitavas em verso decassílabo (heróico e sáfico); a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos ( abababcc )
  • 16. Trajecto da Viagem de Vasco da Gama