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Lilian de Cássia Alvisi
Organização
Paulo Cesar de Campos
Arte
De bats;
O vinho do ‘’nonno’’
Silvana Micaroni
Eunice a VoVó Arteira e Companheira
Melissa Lavoura Ramos Bryar
1 Guia Histórias da Nossa Terra. Disponível em: http://www.museudapessoa.net/oquee/biblioteca/Guiamemorialocal.pdf
Gilberto!
Obrigado Sr.
A Entrevista
No dia da entrevista a ansiedade tomou conta de todas, apesar das tarefas terem sido
distribuídas, assim que chegamos para arrumar a sala tivemos uma surpresa, a mesma já
estava organizada para receber o nosso convidado Senhor Gilberto.
O entrevistado 'e muito extrovertido e chegou brincando com todas nós, o que fez com
que ficássemos tímidas.
Primeiramente a entrevistadora explicou como seria a entrevista, perguntou se
gostaria de tomar um café, para se sentir mais à vontade, mas o Senhor Gilberto preferiu
deixar para mais tarde.
A entrevistadora iniciou perguntando sobre como foi sua infância, e, quais eram as
brincadeiras naquela época. Ele relatou que brincava de bolinha de gude, carrinho de rolemã e
,em meio a tantas lembranças contava muitos fatos que se recordava e o faziam rir.
Exibimos no telão as fotos que foram tiradas por sua filha e foi neste momento que o
Senhor Gilberto contou-nos sobre a história da Vila Industrial e do Beco Manoel Freire.
Contou-nos que seu tio é o herdeiro de algumas casas que lhe foram deixadas como
herança pelo senhor que construiu as primeiras casas, como não tinha filhos se apegou a este
tio do senhor Gilberto e deixou esta herança que ainda não pode ser herdada por problemas
burocráticos.
Enquanto isso a responsável pela filmagem tentava registrar todos os ângulos para
editar posteriormente.
Quando a entrevistadora percebeu que estava armando um tempo de chuva, resolveu
encerrar a entrevista para que o café pudesse ser servido e o Sr Gilberto pudesse ir embora
antes de cair o temporal. Como lesionou uma das pernas estava de cadeira de roda.
Para encerrarmos foi entregue um vaso de flor e uma pintura da frente da casa onde
residiu no Beco quando criança, pintada a nanquim pelo sogro da responsável. Nosso convidado
ficou muito emocionado.
Pedimos também para deixar uma mensagem para as crianças.
O Senhor Gilberto e sua filha não se preocuparam com o tempo, o entrevistado é um
excelente cozinheiro e por isso resolveu fazer, e trazer um curau de fubá, que por sinal
estava uma delicia, receita esta que aprendeu com sua mãe.
Após o café nos despedimos e tivemos que sair correndo para escaparmos da chuva,
Na semana seguinte recebemos a triste noticia de que houve um problema com a
filmagem e por isso não teremos como edita-la. Mas, não ficamos desesperadas, pois outra
colega havia filmado este momento.
Entrevista com o Senhor Adelino Sêco
Ao longo do curso, por meio do estudo e discussão dos vários conceitos que envolvem o
trabalho com a memória, a professora Lilian deixou um espaço para que os alunos se sentissem
à vontade em trazer objetos, fotos (detonadoras de memória) que contassem suas histórias
de vida.
Tal proposta surgiu pela discussão em sala sobre como despertar o interesse dos alunos
para se trabalhar com as memórias da escola, do bairro, da comunidade e da família.
Foi então que a aluna Roberta Sêco Gonçalves teve a iniciativa em trazer um álbum de
fotos, o qual foi mostrado juntamente com seus familiares, em comemoração aos setenta anos
de seu pai, o Senhor Adelino Sêco.
Todos os alunos tomaram contato com o álbum e Roberta, por meio das fotos, foi
contando ao grupo algumas passagens da vida do Senhor Adelino.
A partir da sua história de vida, tivemos a ideia de entrevistá-lo a fim de que
pudéssemos vivenciar todas as etapas que envolvem a coleta de depoimentos orais discutidas
durante as aulas.
Vale salientar que conhecemos vários produções como vídeos, textos e exemplos de
projetos com história oral em diferentes Unidades Educacionais de Campinas, entre outros.
Em um segundo momento, reunimos o grupo para pontuar passagens da vida do Senhor
Adelino que seriam contempladas no momento da entrevista, Assim coletivamente
construímos o roteiro em forma de perguntas para a entrevista.
Nesse mesmo dia organizamos quais seriam os materiais de registro da entrevista e
optamos pela fotografia, desenhos e gravação em vídeo. Também escolhemos o local para a
filmagem da entrevista e elegemos um jardim, pois consideramos um lugar apropriado para a
visita de pássaros, uma vez que o Senhor Adelino foi criador de passarinhos durante muito
tempo da sua vida,
Posteriormente, realizamos a divisão das tarefas em que cada integrante ficou
responsável por uma tarefa: recepção do entrevistado, quem iria fotografar o evento, filmar e
desenhar, quem faria as perguntas, organização do café coletivo e entrega de uma carta de
cessão (documento fundamental para a permissão do uso da entrevista e da imagem para
pesquisa), compra e entrega de um presente para agradecimento e explicação prévia de como
aconteceria a entrevista.
No dia da entrevista, todos chegaram com antecedência para o preparo do café, que
seria um momento que conversaríamos com o Senhor Adelino para que ele ficasse mais à
vontade com relação aos participantes.
O Senhor Adelino foi recepcionado e todos realizaram uma breve apresentação.
Explicamos ao Senhor Adelino o que ocorreria naquele dia, tal tarefa deve ser
executada para que o entrevistado tenha clareza de todo o processo da coleta de depoimentos
orais.
Ao montarmos a câmera para filmagem percebemos que havia muito sol no local
escolhido, assim vários remanejamentos foram necessários para alcançarmos uma melhor
imagem e som para o momento da entrevista.
Todos se esforçaram para que tal escolha fosse a mais adequada.
No início da entrevista percebemos que Senhor Adelino estava um pouco tímido, mas no
decorrer das conversas foi se tranquilizando, divertindo-se com os acontecimentos relatados
e contando os fatos de sua vida por meio de fotos, demonstrando satisfação e alegria.
Ao final entregamos o presente que havíamos comprado e o Senhor Adelino agradeceu-
nos bastante.
Retornamos novamente para o café em que o entrevistado relatou mais aspectos da sua
história de vida que não havia contemplado no momento da entrevista.
Com ajuda da sua filha, integrante do curso,
preenchemos a carta de cessão. Todos agradeceram
a sua presença.
Após o término da entrevista o grupo se reuniu
a fim de realizar uma breve avaliação deste encontro.
Os recursos utilizados: desenhos e fotos serão
materiais de apoio para a edição de vídeo sobre a
história de vida do Senhor Adelino, recursos muito
ricos para se trabalhar com memórias com as
crianças.
Adelino!
Obrigado Sr.
A Vila Industrial
A cidade de Campinas começou com muitas plantações de café.
Os trabalhadores das plantações vieram de muitos lugares do Brasil e do Mundo!
Alguns plantavam outros colhiam... E nas indústrias os grãos de café eram ensacados
pelos chamados operários.
Os sacos cheinhos de café precisavam ser levados para serem vendidos em outros
lugares do país. Por isso, estradas de ferro e estações de trem foram construídas.
Próximas às estações de trem surgiram as primeiras vilas e bairros, onde moravam os
trabalhadores e suas famílias.
Uma dessas Vilas em Campinas se chamava Vila Industrial e dentro dela existiam várias
casas e pequenas vilas, chefiadas por proprietários ricos e muito bravos!
As casas eram geminadas, isto é, como se fossem irmãs gêmeas!
Uma vila muito conhecida tem o nome do imigrante português que era seu proprietário:
Manoel Freire. Contam que Manoel Freire era muito bravo, obrigava os moradores a
frequentar diariamente a missa da capelinha que hoje já foi destruída. Também, que em sua
casa no telhado havia um buraco de onde vigiava todos os moradores da Vila.
Muita gente não gosta de se lembrar destas histórias e preferem contar que a Vila era
um lugar muito gostoso de morar, com Carnaval nas ruas, muito jogo de futebol, brincadeiras
na rua, cinema, matadouro, fábricas de tecidos e escolas importantes.
Hoje alguns de seus becos, como por exemplo o “ Manoel Freire” está abandonado. As
casas quebradas, as ruas sujas e despedaçadas. Os moradores que ainda ficaram em suas
casas desejam muito que aconteça uma verdadeira revitalização, sabe uma mudança para
melhor e para isto, todos nós que moramos em Campinas podemos ajudar.
Você tem alguma ideia em como podemos melhorar a Vila Industrial? E na sua cidade,
existe algum lugar muito querido que precise de ajuda?
Bibliografia
http://www.labjor.unicamp.br/patrimônio
IV.Apresentando nossos entrevistados.
Agora vocês vão conhecer nossos entrevistados que estiveram com nossa turma para a
coleta de depoimentos orais. A partir de suas histórias vocês poderão revisitar Campinas de
tempos atrás.
Vejam que coincidência: Senhor Gilberto passou sua infância em um bairro de Campinas
chamado Vila Industrial e o Senhor Adelino, entretanto, tem suas lembranças deste bairro
como um local de trabalho, pois muitos operários dedicaram anos de suas vidas em fábricas
têxteis, ele foi um deles.
Que tal conhecermos, primeiramente, um pouco da história deste bairro operário e
depois partirmos para a trajetória de vida de nossos queridos entrevistados?
Vamos lá.
Fotos da Vila Industrial
Entre cipós, bolas, pássaros, tecidos, artes e brincadeiras encontramos uma pessoa
amiga que gosta de se divertir e de alegrar quem está por perto. Sabem por quê? Sua fala é
mansa e ele tem um jeitinho calmo de se lembrar de histórias do passado. Sempre olha-nos como
um menino a procura de travessuras doces e engraçadas.
Trata-se de Adelino. Sabe aquelas pessoas que gostamos de ouvir e passar horas e horas
conversando? Pois é, você vai conhecer um homem ainda menino que é assim.
Sua história tem este começo:
Era uma vez um alegre menino que sempre inventava novidades para seus amigos.
-Que tal brincarmos de bolinhas de gude? Vamos subir em árvores? Ou quem sabe correr
nos carrinhos de rolemã? Ah, mas somente nas ruas de terra, hein?
Este pequeno menino arteiro sempre dizia aos seus amiguinhos:
-Nossas mãos devem estar sempre prontas para segurar os brinquedos contra a terra,
até nossas unhas ficarem feridas.
Assim eram suas brincadeiras dos tempos de meninice.
Meninice beira à molecagem.
E tombos aconteceram quando Adelino foi balançar em árvores altas que mais pareciam
aviões que os levava a terras distantes.
Sim, o menino Adelino era verdadeiramente um molequinho que gostava de brincadeiras e
de travessuras durante o dia todo. Era assim a infância de Adelino: um menino que se sentia
feliz por ter amigos. Brincava a valer. Parecia não se cansar nunca.
O tempo passou e Adelino transformou-se em um jovem trabalhador. Máquinas para
tecelagem eram seus instrumentos. Durante muitos anos trabalhou na cidade de Campinas, no
bairro Guanabara e depois de alguns anos na Vila Industrial. Dia após dia, estava lá pronto para
operar as máquinas, para tecer peças coloridas e para ajudar a quem fosse preciso.
Ele nos contou algo muito importante sobre sua vida: sempre quis ter filhas meninas.
Com o passar dos anos encontrou-se com a bela Maria - uma mocinha muito bacana e
carinhosa e casou-se com ela. E logo nasceram suas filhinhas: Soninha, Cris e a caçula, Roberta.
Estas três meninas cresceram sempre pertinho de sua avó- uma pessoa muito generosa. Ela
Histórias de Adelino - o menino criador de passarinhos.
cuidava da casa de maneira tão delicada, que mais parecia uma casinha de bonecas.
E lá estava Adelino cumprindo sempre com seus deveres e amores de filho e de pai: olhava
para suas meninas e sentia orgulho do seu trabalho. Sendo um pai lutador, acordava bem
cedinho já determinado a trabalhar nas máquinas mágicas que fabricavam pedaços de pano, uns
mais lindos que os outros.
Famílias inteiras se beneficiavam com metros e metros de tecidos que as protegiam do
frio, da chuva e do vento. Quem não gosta de usar uma roupa bem quentinha no frio, ou quem sabe
uma blusa ou um vestido bem fresquinho nos dias de calor intenso? Pois bem, Adelino ajudou a
fabricar muitos tecidos para a confecção de belas vestimentas.
Mas quem fabricou tecidos tão lindos tinha de ser especial em suas manias de criança.
Adelino observava os passarinhos ao seu redor e quando caminhava horas e horas sozinho ficava
completamente distante preso em sua imaginação, pois era embalado pelo canto das aves da
região em que morava.
Quando pequenininho ainda sem entender muita coisa, às vezes, pegava seu estilingue e
tentava acertar algum pássaro distraído. Mas o tempo foi passando, deixou de usar calças curtas
e quando já se tornou um mocinho passou a ser criador de passarinhos.
E hoje sempre alerta a meninada:
- Os pássaros foram feitos para admirá-los e não para machucá-los. Você já parou para
ouvir o canto dos pássaros? Tenha certeza de uma coisa: na nossa cidade- Campinas-
encontramos muitos deles, apenas precisamos prestar mais atenção e olhá-los com carinho.
-E se algum de vocês pensar em machucá-los, pare logo com isso. Cuidar deles com carinho é
muito melhor, pois se formos atenciosos com os animais eles acabam se tornando nossos amigos.
E assim é Adelino, um amigo que sempre nos conta algo que não conhecíamos sobre tempos
atrás. Por exemplo, ele nos disse também que antigamente na nossa cidade existiam salas de
cinema espalhadas pelos bairros e era um divertimento para todos assistirem aos filmes bonitos
e diferentes. Para as crianças existiam as sessões chamadas de “Gazetinha”.
Agora o que ele gostava mesmo quando era rapazinho era se divertir nas quermesses e nas
festas. Gostava de oferecer músicas para as meninas do seu bairro. Ih...mas se quisesse agradar
um mocinha que morasse em outro bairro que não fosse o seu, poderia enfrentar problemas com
outros meninos que ficavam bravos e muitas vezes até brigavam entre si.
Hoje ele fala assim para a meninada:
-Brigar não está com nada. Antigamente os garotos sentiam ciúmes e não gostavam que
meninos diferentes caminhassem pelas ruas do seu bairro. Era somente uma mania tola dos
meninos. É muito divertido conhecermos pessoas de outros lugares.
Adelino também colecionava bolas de meia e nos campinhos de terra chutava e driblava
como ninguém. Chegou a participar de um time de futebol e recebia o apelido de “Quarentinha” -
um jogador famoso do Botafogo.
Quando estava na escola, tinha de seguir regras severas e apesar de brincadeiras na hora
do recreio, todos estudavam seriamente.
Os professores brincavam pouco com as crianças e às vezes com um olhar certeiro os
meninos sabiam se os pais ou os professores estavam bravos ou não. Os tempos eram diferentes.
O menino Adelino gostava de ouvir e de respeitar seus professores.
Agora engraçado mesmo é ouvir suas histórias sobre medo e terror. Ficamos arrepiados
em ouvi-lo falar sobre criaturas assustadoras.
Querem conhecer suas histórias? Então assistam ao filme e conheçam nosso amigo que
amava os pássaros, tecia panos coloridos, jogava futebol, passeava bastante com meninos e
meninas, e principalmente Adelino é daqueles amigos que podemos contar para qualquer situação,
ele está sempre junto das pessoas queridas.
Bom filme.
O menino Adelino gostava muito de ir ao cinema e você?
Era uma vez uma família muito grande, que morava na vila Industrial na cidade de
Campinas.
Senhor Paulo era o pai dessa família- ele veio da França, um país muito distante. Ele
chegou ao Brasil ainda muito moço. Conheceu Lucia que era italiana. Casou-se com ela e tiveram
três filhos: Leonor, Zenaide e René. Infelizmente, Lucia veio a falecer e seus filhos se
despediram dela com pesar e com muito carinho.
Como suas crianças ainda eram pequeninas e precisavam de uma mamãe carinhosa, Paulo
casou-se com a irmã mais nova de Lucia, que se chamava Angelina. E desta união nasceram mais
seis crianças muito lindas e brincalhonas. A família ficou ainda mais bonita: João, Armando,
Carlos, Arnaldo, Gilberto e Manoel, todos viviam em uma casa muito simples na Vila Industrial.
Esta é o inicio da minha história, pois eu sou o Gilberto.
Agora vou contar a vocês sobre a minha infância.
Nos meus tempos de meninice a vida era muito simples.
Morávamos em uma rua pequenina chamada “Rua Manoel Freire” – nome de um português
que veio morar no Brasil.
A vida era um pouco diferente dos dias de hoje.
Muitas vezes passamos por dificuldades, mas isso fazia que ficássemos sempre
juntinhos.
Brincando, cantando, ouvindo histórias, passeando pelo bairro, assim era minha vida de
criança.
Posso assim dizer que éramos muito felizes.
Eu adorava jogar bola feita com meia, a meninada ria a valer.
Você precisa jogar bolinhas de gude – bolinhas mágicas e coloridas de vidro. Basta fazer
um buraco na terra e tentar com os dedos fazer com que as bolinhas cheguem até ele. O barulho
das bolinhas dentro dos saquinhos que as abriga é muito curioso. Sinto até um friozinho na
barriga de vontade de jogar.
Brincava de esconde- esconde pelas ruas da Vila Industrial. Era uma festa, pois podíamos
nos esconder no matadouro - lugar em que os bois morriam para que pudéssemos nos alimentar
com sua saborosa carne.
As ruas eram cobertas de pedras e de azulejos. Aproveitávamos para deslizar sobre elas
com nossos poderosos carrinhos de sebo- estes eram feitos com dois cabos de vassoura e uma
tabua por cima, onde nós andávamos pelas ruas escorregadias. Também tinha o carrinho de
rolimã.
Como me divertia com estas brincadeiras deliciosas!
Você já passou pelas ruas da Vila Industrial? Antigamente, o carnaval acontecia nas ruas
e os desfiles de blocos eram lindos e divertidos.
Eu me lembro das procissões religiosas que sempre enchiam a rua de pessoas que
gostavam de cantar e de rezar também.
Havia salas de cinema na Vila e eu e meus irmãos adorávamos participar dos filmes
encantados. Hoje os cinemas estão localizados no Shopping Center, mas antigamente o “Cine
Rex” e o “Cine Casablanca”, ficavam pertinho da minha casa.
Morávamos perto da Igreja São José – uma igreja imponente e linda. Na casa do padre
tinha muitas arvores de frutas coloridas e saborosas. Eu e meu irmão adorávamos ir até lá para
pegar frutas.
Pulávamos o muro e com muito silêncio enchíamos nossas blusas com diferentes frutas.
Mas se o padre nos pegasse nesta façanha, ficava muito bravo. Nem queiram saber. Saíamos
correndo muito até ficarmos sem fôlego.
Eu e meu pai, nos finais de semana, íamos ao brejo caçar rãs. Era muito divertido.
Você conhece este animalzinho? Naquele tempo caçávamos rãs para comê-las. Sempre
me lembro do meu pai como companheiro de caçadas intermináveis.
Meu pai era um homem forte e muito trabalhador. Passava seus dias nas oficinas da
caldeiraria. Antigamente havia muita estrada de ferro, pois os trens eram um transporte muito
utilizado.
História do Senhor Gilberto
O menino das eternas brincadeiras felizes
Havia uma estrada muito conhecida, chamada “Mogiana”. O lugar onde meu pai trabalhava era
importante para alimentar o trem, ou seja, gerava energia para que ele se movimentasse.
Você conhece sobre o funcionamento dos trens? Procure saber mais sobre isso. Pesquise a
aprenda bastante sobre este transporte sobre trilhos.
Meu pai era carinhoso com seus filhos. Mas em muitos momentos mostrava-se também severo.
Afinal tinha muitos filhos e todos precisam estar felizes. Então ele era muito atento e cuidadoso com
a vida das suas crianças pequenas.
Minha mãe ficava em casa cuidando da gente, sempre fazia umas comidas muito gostosas.
Ela sempre cuidava carinhosamente dos nossos machucados com vinagre e sal.
Eu lembro-me que era o netinho preferido da vovó Lúcia, pois sempre dormia com ela.
Na escola sempre prestava atenção nas tarefas diárias, pois sabia que em casa não teria
ninguém para me ajudar.
Minhas professoras eram sempre rígidas. Na sala de aula – nada de brincadeiras.
Em casa, adorava ler os gibis da época, pois lia livros da Edição Maravilhosa, que traziam
histórias condensadas como: “Mobby Dick', “Os Três Mosqueteiros”, “O Conde de Monte Cristo” e
muitas outras histórias. Passava horas e horas me divertindo muito e viajando pelos lugares
relatados nos livros. Peça para alguém contar a vocês estas histórias.
Estas histórias despertavam interesse e eu adorava ir à Biblioteca Municipal para retirar os
livros para conhecer a história completa. Gostava muito de ler durante a noite.
Comecei a trabalhar muito cedo, ainda menino. Lembro-me de um mercadinho que realizei
muitas atividades, mas adorava comer leite condensado.
Apesar da vida difícil, não ganhávamos presentes de aniversário ou mesmo de Natal. Os
presentes eram substituídos por beijos e abraços de minha mãe. Posso garantir que seus carinhos
compensavam a falta de brinquedos.
Outros tempos difíceis vieram. Na época da guerra passamos dificuldades para encontrar
alguns alimentos como: óleo, farinha e sal, pois eram encaminhados aos soldados.
Eu, algumas vezes, tinha de dividir a pouca comida com meus irmãos. Às vezes andava de
bonde para levar os pães para minha casa. E nem todas as famílias conseguiam comprar pães. Ficavam
somente sentindo o cheirinho deles.
Como é triste uma guerra. Lutem sempre pela paz.
Agora faço um convite a vocês. Assistam a minha historinha que se passará na Vila Industrial.
Será necessário ficarem bem quietinhos e atentos.
Digo algo a vocês: aprendam brincadeiras que façam vocês se sentirem felizes.
V. Histórias orais: o que fazer com elas.
SUGESTÕES PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO APÓS A ENTREVISTA
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à
criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e
aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à
confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras
crianças.
Diretrizes Curriculares Nacionais. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009.
Confeccção de livro a partir das “leituras” que as crianças fizeram sobre a entrevista:
Pode ser livro sobre as histórias da sua própria família: fazendo entrevistas planejadas em
sala a partir das curiosidades das crianças. Pode ser livro de poemas sobre a cidade, sobre
o bairro, sobre a escola, sobre a vida compostos individual ou coletivamente.
Estes saberes serão compilados em um livro com cópias para cada criança, com direito a
tarde de autógrafos.
Composição de músicas pelas crianças sobre algum fato marcante, sobre algum lugar,
sobre alguma fala do entrevistado. É importante gravar todos os momentos de composição
da música para serem retomados durante a composição.
Livro Ilustrado com a sua própria história: após perguntar à sua família como foi sua
chegada, seus primeiros momentos até sua idade atual, confecionar um livro ilustrado da
sua história. A própria criança é autora de todos os elementos do livro. A história da escola
pode também ser evidenciada.
Exposições dos livros e músicas abertas à comunidade com a presença do entrevistado:
após as produções, expor e chamar o entrevistado como convidado especial para o evento.
Visita à galeria de arte Thomaz Perina que contém telas sobre a Vila Industrial e um livro
de memórias: programar uma visita monitorada ao Instituto Thomaz Perina para conhecer
o “olhar” do autor sobre o bairro. Neste insituto há a possibilidade de oficinas para as
crianças. Expor as fotos, as falas e as produções das crianças sobre esta visita.
Fotos que fazem a “releitura” do lugar das infâncias do entrevistado e da criança: planejar
a ida aos lugares citados pelos entrevistados e propor fotos nestes lugares. Convidar o
entrevistado para a apresentação das fotos.
Apresentação de saraus com poemas e músicas elaboradas a partir das entrevistas tanto
para a escola, como para a comunidade e o entrevistado.
Dia das brincadeiras de rua: promover um dia em que as famílias façam oficinas de
brincadeiras de rua de sua infância, ensinando ou relembrando com as crianças. Que estas
brincadeiras se tornem parte da rotina da escola.
Confecção de brinquedos da época dos entrevistados, citados por eles ou não, pesquisando
com as famílias e compartilhando com as outras crianças da escola e da comunidade.
Produções em telas sobre suas impressões, sobre as falas dos entrevistados, ou após um
passeio pelo bairro, ou apreciação de outras obras.
Quebra-cabeças de imagens do bairro e da escola: fazer fotos coloridas em A4 do bairro e
da escola para que façam os quebra-cabeças e brinquem com eles, identificando o lugar.
Pesquisa com as famílias sobre su época: quais as brincadeiras, como eram os costumes,
vestimenta, comportamento das crianças, como eram tratadas. Socializar os frutos destas
pesquisas.
Elaboração de um jogo da memória - fotos antigas e fotos atuais para fazer o contraponto.
Produção de um vídeo documentário a partir dos relatos orais com a edição de documentos e
de fotos significativas.
Exposições temáticas: fotos, desenhos, objetos, materais didáticos, roupas e documentos
que registrem a história da cidade, do bairro, da escola e da família.
BOSI, Ecléa. Velhos amigos. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2002.
BRENTANI, Gerda. Eu me lembro. São Paulo: Editora Companhia das Letrinhas, 1996.
CORALINA, Cora. O prato azul-pombinho. São Paulo: Global Editora, 2002.
FOX, Mem. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Editora Brinque-Book, 1996.
LAURITO, Ilka. A menina que descobriu o Brasil. São Paulo: Editora FTD, 2001.
LODY, Raul e VERGER, Pierre. Crianças – Olhar a África e ver o Brasil. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2005.
LIMA, Heloísa Pires. Histórias da preta. São Paulo: Editora Companhia das Letrinhas, 1998.
MORLEY, Helena. Minha vida de menina. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1942.
MUNDURUKU, Daniel. Histórias de indio. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1996.
SCHWARCZ, Luiz. Minha vida de goleiro. São Paulo: Editora Companhia das Letrinhas ,1999.
VARELA, Dráuzio. Nas ruas do Brás. Editora Companhia das Letrinhas, 2002.
VI. Sugestões de leitura:
Para crianças e jovens:
Para professores:
ALBERTI, Verena. História Oral: A Experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: FGC/CPDOC, 1990.
ALVISI, Lilian de Cássia. Memória e resistência: O Memorial Padre Carlos na cidade de Poços de
Caldas, (Tese de Doutorado). Faculdade de Educação, UNICAMP, 2008.
-------AMADO, Janaína, FERREIRA, Marieta de Moraes (org.). Usos & Abusos da História Oral. Rio
de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
DONATELLI, Dante Donato Filho. O Sentido da Memória. Cidade, São Paulo, v.3, n.4, pp. 104-108,
1996.
DEMARTINI, Zeila de Brito Fabri. Trabalhando com Relatos Orais: Reflexões a partir de uma
Trajetória de Pesquisa. In: SILVA, Alice Beatriz (org.). Reflexões sobre pesquisa sociológica. São
Paulo: CERU. (Coleção Textos; série 2; n. 3), 1992.
G u i a H i s t ó r i a s d a N o s s a T e r r a . D i s p o n í v e l e m :
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.
MAUAD, Ana Maria. História, Iconografia e Memória. In: SIMSON, Olga R. Moraes Von (Org.). Os
desafios contemporâneos da História Oral. Campinas: Área de Publicações CMU /Unicamp, 1997.
MONTENEGRO, Antonio Torres. História oral e memória: a cultura popular revisitada. São Paulo:
Contexto, 1992.
NORA, Pierre. Entre memória e história – A problemática dos lugares. Projeto História. São Paulo,
n. 10. pp. 7-28, dezembro, 1993.
POLLAK, Michel. Memória, esquecimento e silêncio. Estudos históricos, Rio de Janeiro,
CPDOC/Vértice, n.3, v.2, pp. 3-15, 1989.
_____ Memória e identidade social. Estudos históricos, Rio de Janeiro, n.10, v.5, pp. 200-215,
1992.
PORTELLI, A. Oral History in Italy. In: DUNAWAY, D.K. e BAUM, W. Oral History. An interdisciplinary
anthology. Walnut Creek: Altamira Press, 1996.
______, Alessandro. O que faz a história oral ser diferente. Projeto História, São Paulo, n. 14.
fev., 1997.
--_____, Alessandro. Forma e significado na História Oral. A pesquisa como um experimento em
igualdade. Projeto História, São Paulo, n. 15, abr, 1997a.
THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
VIDIGAL, L. Os testemunhos orais na escola – história oral e projectos pedagógicos. Lisboa:
Edições Asa, 1996.
http://www.museudapessoa.net/oquee/biblioteca/Guiamemorialocal.pdf
Dados Pessoais
Nome:
Sexo:
Endereço:
Bairro: CEP:
Cidade:
Estado : País:
Telefones:
E-mail:
Data de Nascimento:
Cidade: Estado: País:
Escolaridade:
Curso:
Profissão:
Atividade Atual:
Relação com o projeto:
Anexos 1
Ficha de cadastro: registro dos dados básicos do entrevistado
Ficha de Cessão de direitos: permite divulgar depoimentos e fotos do entrevistado em sites,
livros, exposições, documentários, filmes, vídeos e pesquisas.
Anexos 2
AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGENS, SOM DE VOZ, NOME E DADOS
BIOGRÁFICOS EM OBRAS DE PRESERVAÇÃO HISTÓRICA.
Eu, abaixo assinado identificado, autorizo o uso de minha imagem, som da minha voz, nomes e dados biográficos
por mim revelados em depoimento pessoal concedido e. além de todo e qualquer material entre objetos, fotos e
documentos por mim apresentados para compor obras diversas de preservação histórica que venham a ser
planejados, criadas e/ou produzidas pela (nome da Instituição) com sede (endereço completo), sejam elas
destinadas à divulgação ao público em geral e/ou para divulgação de acervo histórico.
A presente autorização abrange os usos acima indicados tanto em mídia impressa, livros, catálogos,
revista, jornal, outdoor, entre outros, como também em mídia eletrônica (vídeos, filmes para Tv aberta ou
fechada, cinema, documentários para cinema ou televisão, programas para rádio entre outros), internet, banco
de dados informatizado, os multimídia:CD, CD Room, DVD, suporte de computação gráfica em geral e/ou
divulgação científica de pesquisas em relatórios para arquivamento e formação de acervo histórico.
Por esta ser a expressão de minha vontade, declaro que autorizo o uso acima descrito em que nada haja
a ser reclamado a título de direitos concedidos à minha imagem ou ao som da minha voz, ou a qualquer outro, e
assino a presente autorização.
________________________, de ______________ de ___________
_______________________________________________
Assinatura
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Endereço:
Cidade:
Rg:
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Referências Bibliográficas
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História oral para crianças: desafios possíveis

  • 1. Lilian de Cássia Alvisi Organização Paulo Cesar de Campos Arte
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  • 13. O vinho do ‘’nonno’’ Silvana Micaroni
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  • 19. Eunice a VoVó Arteira e Companheira Melissa Lavoura Ramos Bryar
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  • 21.
  • 22. 1 Guia Histórias da Nossa Terra. Disponível em: http://www.museudapessoa.net/oquee/biblioteca/Guiamemorialocal.pdf Gilberto! Obrigado Sr.
  • 23. A Entrevista No dia da entrevista a ansiedade tomou conta de todas, apesar das tarefas terem sido distribuídas, assim que chegamos para arrumar a sala tivemos uma surpresa, a mesma já estava organizada para receber o nosso convidado Senhor Gilberto. O entrevistado 'e muito extrovertido e chegou brincando com todas nós, o que fez com que ficássemos tímidas. Primeiramente a entrevistadora explicou como seria a entrevista, perguntou se gostaria de tomar um café, para se sentir mais à vontade, mas o Senhor Gilberto preferiu deixar para mais tarde. A entrevistadora iniciou perguntando sobre como foi sua infância, e, quais eram as brincadeiras naquela época. Ele relatou que brincava de bolinha de gude, carrinho de rolemã e ,em meio a tantas lembranças contava muitos fatos que se recordava e o faziam rir. Exibimos no telão as fotos que foram tiradas por sua filha e foi neste momento que o Senhor Gilberto contou-nos sobre a história da Vila Industrial e do Beco Manoel Freire. Contou-nos que seu tio é o herdeiro de algumas casas que lhe foram deixadas como herança pelo senhor que construiu as primeiras casas, como não tinha filhos se apegou a este tio do senhor Gilberto e deixou esta herança que ainda não pode ser herdada por problemas burocráticos. Enquanto isso a responsável pela filmagem tentava registrar todos os ângulos para editar posteriormente. Quando a entrevistadora percebeu que estava armando um tempo de chuva, resolveu encerrar a entrevista para que o café pudesse ser servido e o Sr Gilberto pudesse ir embora antes de cair o temporal. Como lesionou uma das pernas estava de cadeira de roda. Para encerrarmos foi entregue um vaso de flor e uma pintura da frente da casa onde residiu no Beco quando criança, pintada a nanquim pelo sogro da responsável. Nosso convidado ficou muito emocionado. Pedimos também para deixar uma mensagem para as crianças. O Senhor Gilberto e sua filha não se preocuparam com o tempo, o entrevistado é um excelente cozinheiro e por isso resolveu fazer, e trazer um curau de fubá, que por sinal estava uma delicia, receita esta que aprendeu com sua mãe. Após o café nos despedimos e tivemos que sair correndo para escaparmos da chuva, Na semana seguinte recebemos a triste noticia de que houve um problema com a filmagem e por isso não teremos como edita-la. Mas, não ficamos desesperadas, pois outra colega havia filmado este momento.
  • 24. Entrevista com o Senhor Adelino Sêco Ao longo do curso, por meio do estudo e discussão dos vários conceitos que envolvem o trabalho com a memória, a professora Lilian deixou um espaço para que os alunos se sentissem à vontade em trazer objetos, fotos (detonadoras de memória) que contassem suas histórias de vida. Tal proposta surgiu pela discussão em sala sobre como despertar o interesse dos alunos para se trabalhar com as memórias da escola, do bairro, da comunidade e da família. Foi então que a aluna Roberta Sêco Gonçalves teve a iniciativa em trazer um álbum de fotos, o qual foi mostrado juntamente com seus familiares, em comemoração aos setenta anos de seu pai, o Senhor Adelino Sêco. Todos os alunos tomaram contato com o álbum e Roberta, por meio das fotos, foi contando ao grupo algumas passagens da vida do Senhor Adelino. A partir da sua história de vida, tivemos a ideia de entrevistá-lo a fim de que pudéssemos vivenciar todas as etapas que envolvem a coleta de depoimentos orais discutidas durante as aulas. Vale salientar que conhecemos vários produções como vídeos, textos e exemplos de projetos com história oral em diferentes Unidades Educacionais de Campinas, entre outros. Em um segundo momento, reunimos o grupo para pontuar passagens da vida do Senhor Adelino que seriam contempladas no momento da entrevista, Assim coletivamente construímos o roteiro em forma de perguntas para a entrevista. Nesse mesmo dia organizamos quais seriam os materiais de registro da entrevista e optamos pela fotografia, desenhos e gravação em vídeo. Também escolhemos o local para a filmagem da entrevista e elegemos um jardim, pois consideramos um lugar apropriado para a visita de pássaros, uma vez que o Senhor Adelino foi criador de passarinhos durante muito tempo da sua vida, Posteriormente, realizamos a divisão das tarefas em que cada integrante ficou responsável por uma tarefa: recepção do entrevistado, quem iria fotografar o evento, filmar e desenhar, quem faria as perguntas, organização do café coletivo e entrega de uma carta de cessão (documento fundamental para a permissão do uso da entrevista e da imagem para pesquisa), compra e entrega de um presente para agradecimento e explicação prévia de como aconteceria a entrevista. No dia da entrevista, todos chegaram com antecedência para o preparo do café, que seria um momento que conversaríamos com o Senhor Adelino para que ele ficasse mais à vontade com relação aos participantes. O Senhor Adelino foi recepcionado e todos realizaram uma breve apresentação. Explicamos ao Senhor Adelino o que ocorreria naquele dia, tal tarefa deve ser executada para que o entrevistado tenha clareza de todo o processo da coleta de depoimentos orais. Ao montarmos a câmera para filmagem percebemos que havia muito sol no local escolhido, assim vários remanejamentos foram necessários para alcançarmos uma melhor imagem e som para o momento da entrevista. Todos se esforçaram para que tal escolha fosse a mais adequada. No início da entrevista percebemos que Senhor Adelino estava um pouco tímido, mas no decorrer das conversas foi se tranquilizando, divertindo-se com os acontecimentos relatados e contando os fatos de sua vida por meio de fotos, demonstrando satisfação e alegria. Ao final entregamos o presente que havíamos comprado e o Senhor Adelino agradeceu- nos bastante. Retornamos novamente para o café em que o entrevistado relatou mais aspectos da sua história de vida que não havia contemplado no momento da entrevista.
  • 25. Com ajuda da sua filha, integrante do curso, preenchemos a carta de cessão. Todos agradeceram a sua presença. Após o término da entrevista o grupo se reuniu a fim de realizar uma breve avaliação deste encontro. Os recursos utilizados: desenhos e fotos serão materiais de apoio para a edição de vídeo sobre a história de vida do Senhor Adelino, recursos muito ricos para se trabalhar com memórias com as crianças. Adelino! Obrigado Sr.
  • 26. A Vila Industrial A cidade de Campinas começou com muitas plantações de café. Os trabalhadores das plantações vieram de muitos lugares do Brasil e do Mundo! Alguns plantavam outros colhiam... E nas indústrias os grãos de café eram ensacados pelos chamados operários. Os sacos cheinhos de café precisavam ser levados para serem vendidos em outros lugares do país. Por isso, estradas de ferro e estações de trem foram construídas. Próximas às estações de trem surgiram as primeiras vilas e bairros, onde moravam os trabalhadores e suas famílias. Uma dessas Vilas em Campinas se chamava Vila Industrial e dentro dela existiam várias casas e pequenas vilas, chefiadas por proprietários ricos e muito bravos! As casas eram geminadas, isto é, como se fossem irmãs gêmeas! Uma vila muito conhecida tem o nome do imigrante português que era seu proprietário: Manoel Freire. Contam que Manoel Freire era muito bravo, obrigava os moradores a frequentar diariamente a missa da capelinha que hoje já foi destruída. Também, que em sua casa no telhado havia um buraco de onde vigiava todos os moradores da Vila. Muita gente não gosta de se lembrar destas histórias e preferem contar que a Vila era um lugar muito gostoso de morar, com Carnaval nas ruas, muito jogo de futebol, brincadeiras na rua, cinema, matadouro, fábricas de tecidos e escolas importantes. Hoje alguns de seus becos, como por exemplo o “ Manoel Freire” está abandonado. As casas quebradas, as ruas sujas e despedaçadas. Os moradores que ainda ficaram em suas casas desejam muito que aconteça uma verdadeira revitalização, sabe uma mudança para melhor e para isto, todos nós que moramos em Campinas podemos ajudar. Você tem alguma ideia em como podemos melhorar a Vila Industrial? E na sua cidade, existe algum lugar muito querido que precise de ajuda? Bibliografia http://www.labjor.unicamp.br/patrimônio IV.Apresentando nossos entrevistados. Agora vocês vão conhecer nossos entrevistados que estiveram com nossa turma para a coleta de depoimentos orais. A partir de suas histórias vocês poderão revisitar Campinas de tempos atrás. Vejam que coincidência: Senhor Gilberto passou sua infância em um bairro de Campinas chamado Vila Industrial e o Senhor Adelino, entretanto, tem suas lembranças deste bairro como um local de trabalho, pois muitos operários dedicaram anos de suas vidas em fábricas têxteis, ele foi um deles. Que tal conhecermos, primeiramente, um pouco da história deste bairro operário e depois partirmos para a trajetória de vida de nossos queridos entrevistados? Vamos lá.
  • 27. Fotos da Vila Industrial
  • 28. Entre cipós, bolas, pássaros, tecidos, artes e brincadeiras encontramos uma pessoa amiga que gosta de se divertir e de alegrar quem está por perto. Sabem por quê? Sua fala é mansa e ele tem um jeitinho calmo de se lembrar de histórias do passado. Sempre olha-nos como um menino a procura de travessuras doces e engraçadas. Trata-se de Adelino. Sabe aquelas pessoas que gostamos de ouvir e passar horas e horas conversando? Pois é, você vai conhecer um homem ainda menino que é assim. Sua história tem este começo: Era uma vez um alegre menino que sempre inventava novidades para seus amigos. -Que tal brincarmos de bolinhas de gude? Vamos subir em árvores? Ou quem sabe correr nos carrinhos de rolemã? Ah, mas somente nas ruas de terra, hein? Este pequeno menino arteiro sempre dizia aos seus amiguinhos: -Nossas mãos devem estar sempre prontas para segurar os brinquedos contra a terra, até nossas unhas ficarem feridas. Assim eram suas brincadeiras dos tempos de meninice. Meninice beira à molecagem. E tombos aconteceram quando Adelino foi balançar em árvores altas que mais pareciam aviões que os levava a terras distantes. Sim, o menino Adelino era verdadeiramente um molequinho que gostava de brincadeiras e de travessuras durante o dia todo. Era assim a infância de Adelino: um menino que se sentia feliz por ter amigos. Brincava a valer. Parecia não se cansar nunca. O tempo passou e Adelino transformou-se em um jovem trabalhador. Máquinas para tecelagem eram seus instrumentos. Durante muitos anos trabalhou na cidade de Campinas, no bairro Guanabara e depois de alguns anos na Vila Industrial. Dia após dia, estava lá pronto para operar as máquinas, para tecer peças coloridas e para ajudar a quem fosse preciso. Ele nos contou algo muito importante sobre sua vida: sempre quis ter filhas meninas. Com o passar dos anos encontrou-se com a bela Maria - uma mocinha muito bacana e carinhosa e casou-se com ela. E logo nasceram suas filhinhas: Soninha, Cris e a caçula, Roberta. Estas três meninas cresceram sempre pertinho de sua avó- uma pessoa muito generosa. Ela Histórias de Adelino - o menino criador de passarinhos.
  • 29. cuidava da casa de maneira tão delicada, que mais parecia uma casinha de bonecas. E lá estava Adelino cumprindo sempre com seus deveres e amores de filho e de pai: olhava para suas meninas e sentia orgulho do seu trabalho. Sendo um pai lutador, acordava bem cedinho já determinado a trabalhar nas máquinas mágicas que fabricavam pedaços de pano, uns mais lindos que os outros. Famílias inteiras se beneficiavam com metros e metros de tecidos que as protegiam do frio, da chuva e do vento. Quem não gosta de usar uma roupa bem quentinha no frio, ou quem sabe uma blusa ou um vestido bem fresquinho nos dias de calor intenso? Pois bem, Adelino ajudou a fabricar muitos tecidos para a confecção de belas vestimentas. Mas quem fabricou tecidos tão lindos tinha de ser especial em suas manias de criança. Adelino observava os passarinhos ao seu redor e quando caminhava horas e horas sozinho ficava completamente distante preso em sua imaginação, pois era embalado pelo canto das aves da região em que morava. Quando pequenininho ainda sem entender muita coisa, às vezes, pegava seu estilingue e tentava acertar algum pássaro distraído. Mas o tempo foi passando, deixou de usar calças curtas e quando já se tornou um mocinho passou a ser criador de passarinhos. E hoje sempre alerta a meninada: - Os pássaros foram feitos para admirá-los e não para machucá-los. Você já parou para ouvir o canto dos pássaros? Tenha certeza de uma coisa: na nossa cidade- Campinas- encontramos muitos deles, apenas precisamos prestar mais atenção e olhá-los com carinho. -E se algum de vocês pensar em machucá-los, pare logo com isso. Cuidar deles com carinho é muito melhor, pois se formos atenciosos com os animais eles acabam se tornando nossos amigos. E assim é Adelino, um amigo que sempre nos conta algo que não conhecíamos sobre tempos atrás. Por exemplo, ele nos disse também que antigamente na nossa cidade existiam salas de cinema espalhadas pelos bairros e era um divertimento para todos assistirem aos filmes bonitos e diferentes. Para as crianças existiam as sessões chamadas de “Gazetinha”. Agora o que ele gostava mesmo quando era rapazinho era se divertir nas quermesses e nas festas. Gostava de oferecer músicas para as meninas do seu bairro. Ih...mas se quisesse agradar um mocinha que morasse em outro bairro que não fosse o seu, poderia enfrentar problemas com outros meninos que ficavam bravos e muitas vezes até brigavam entre si. Hoje ele fala assim para a meninada: -Brigar não está com nada. Antigamente os garotos sentiam ciúmes e não gostavam que meninos diferentes caminhassem pelas ruas do seu bairro. Era somente uma mania tola dos meninos. É muito divertido conhecermos pessoas de outros lugares. Adelino também colecionava bolas de meia e nos campinhos de terra chutava e driblava como ninguém. Chegou a participar de um time de futebol e recebia o apelido de “Quarentinha” - um jogador famoso do Botafogo. Quando estava na escola, tinha de seguir regras severas e apesar de brincadeiras na hora do recreio, todos estudavam seriamente. Os professores brincavam pouco com as crianças e às vezes com um olhar certeiro os meninos sabiam se os pais ou os professores estavam bravos ou não. Os tempos eram diferentes. O menino Adelino gostava de ouvir e de respeitar seus professores. Agora engraçado mesmo é ouvir suas histórias sobre medo e terror. Ficamos arrepiados em ouvi-lo falar sobre criaturas assustadoras. Querem conhecer suas histórias? Então assistam ao filme e conheçam nosso amigo que amava os pássaros, tecia panos coloridos, jogava futebol, passeava bastante com meninos e meninas, e principalmente Adelino é daqueles amigos que podemos contar para qualquer situação, ele está sempre junto das pessoas queridas. Bom filme. O menino Adelino gostava muito de ir ao cinema e você?
  • 30. Era uma vez uma família muito grande, que morava na vila Industrial na cidade de Campinas. Senhor Paulo era o pai dessa família- ele veio da França, um país muito distante. Ele chegou ao Brasil ainda muito moço. Conheceu Lucia que era italiana. Casou-se com ela e tiveram três filhos: Leonor, Zenaide e René. Infelizmente, Lucia veio a falecer e seus filhos se despediram dela com pesar e com muito carinho. Como suas crianças ainda eram pequeninas e precisavam de uma mamãe carinhosa, Paulo casou-se com a irmã mais nova de Lucia, que se chamava Angelina. E desta união nasceram mais seis crianças muito lindas e brincalhonas. A família ficou ainda mais bonita: João, Armando, Carlos, Arnaldo, Gilberto e Manoel, todos viviam em uma casa muito simples na Vila Industrial. Esta é o inicio da minha história, pois eu sou o Gilberto. Agora vou contar a vocês sobre a minha infância. Nos meus tempos de meninice a vida era muito simples. Morávamos em uma rua pequenina chamada “Rua Manoel Freire” – nome de um português que veio morar no Brasil. A vida era um pouco diferente dos dias de hoje. Muitas vezes passamos por dificuldades, mas isso fazia que ficássemos sempre juntinhos. Brincando, cantando, ouvindo histórias, passeando pelo bairro, assim era minha vida de criança. Posso assim dizer que éramos muito felizes. Eu adorava jogar bola feita com meia, a meninada ria a valer. Você precisa jogar bolinhas de gude – bolinhas mágicas e coloridas de vidro. Basta fazer um buraco na terra e tentar com os dedos fazer com que as bolinhas cheguem até ele. O barulho das bolinhas dentro dos saquinhos que as abriga é muito curioso. Sinto até um friozinho na barriga de vontade de jogar. Brincava de esconde- esconde pelas ruas da Vila Industrial. Era uma festa, pois podíamos nos esconder no matadouro - lugar em que os bois morriam para que pudéssemos nos alimentar com sua saborosa carne. As ruas eram cobertas de pedras e de azulejos. Aproveitávamos para deslizar sobre elas com nossos poderosos carrinhos de sebo- estes eram feitos com dois cabos de vassoura e uma tabua por cima, onde nós andávamos pelas ruas escorregadias. Também tinha o carrinho de rolimã. Como me divertia com estas brincadeiras deliciosas! Você já passou pelas ruas da Vila Industrial? Antigamente, o carnaval acontecia nas ruas e os desfiles de blocos eram lindos e divertidos. Eu me lembro das procissões religiosas que sempre enchiam a rua de pessoas que gostavam de cantar e de rezar também. Havia salas de cinema na Vila e eu e meus irmãos adorávamos participar dos filmes encantados. Hoje os cinemas estão localizados no Shopping Center, mas antigamente o “Cine Rex” e o “Cine Casablanca”, ficavam pertinho da minha casa. Morávamos perto da Igreja São José – uma igreja imponente e linda. Na casa do padre tinha muitas arvores de frutas coloridas e saborosas. Eu e meu irmão adorávamos ir até lá para pegar frutas. Pulávamos o muro e com muito silêncio enchíamos nossas blusas com diferentes frutas. Mas se o padre nos pegasse nesta façanha, ficava muito bravo. Nem queiram saber. Saíamos correndo muito até ficarmos sem fôlego. Eu e meu pai, nos finais de semana, íamos ao brejo caçar rãs. Era muito divertido. Você conhece este animalzinho? Naquele tempo caçávamos rãs para comê-las. Sempre me lembro do meu pai como companheiro de caçadas intermináveis. Meu pai era um homem forte e muito trabalhador. Passava seus dias nas oficinas da caldeiraria. Antigamente havia muita estrada de ferro, pois os trens eram um transporte muito utilizado. História do Senhor Gilberto O menino das eternas brincadeiras felizes
  • 31. Havia uma estrada muito conhecida, chamada “Mogiana”. O lugar onde meu pai trabalhava era importante para alimentar o trem, ou seja, gerava energia para que ele se movimentasse. Você conhece sobre o funcionamento dos trens? Procure saber mais sobre isso. Pesquise a aprenda bastante sobre este transporte sobre trilhos. Meu pai era carinhoso com seus filhos. Mas em muitos momentos mostrava-se também severo. Afinal tinha muitos filhos e todos precisam estar felizes. Então ele era muito atento e cuidadoso com a vida das suas crianças pequenas. Minha mãe ficava em casa cuidando da gente, sempre fazia umas comidas muito gostosas. Ela sempre cuidava carinhosamente dos nossos machucados com vinagre e sal. Eu lembro-me que era o netinho preferido da vovó Lúcia, pois sempre dormia com ela. Na escola sempre prestava atenção nas tarefas diárias, pois sabia que em casa não teria ninguém para me ajudar. Minhas professoras eram sempre rígidas. Na sala de aula – nada de brincadeiras. Em casa, adorava ler os gibis da época, pois lia livros da Edição Maravilhosa, que traziam histórias condensadas como: “Mobby Dick', “Os Três Mosqueteiros”, “O Conde de Monte Cristo” e muitas outras histórias. Passava horas e horas me divertindo muito e viajando pelos lugares relatados nos livros. Peça para alguém contar a vocês estas histórias. Estas histórias despertavam interesse e eu adorava ir à Biblioteca Municipal para retirar os livros para conhecer a história completa. Gostava muito de ler durante a noite. Comecei a trabalhar muito cedo, ainda menino. Lembro-me de um mercadinho que realizei muitas atividades, mas adorava comer leite condensado. Apesar da vida difícil, não ganhávamos presentes de aniversário ou mesmo de Natal. Os presentes eram substituídos por beijos e abraços de minha mãe. Posso garantir que seus carinhos compensavam a falta de brinquedos. Outros tempos difíceis vieram. Na época da guerra passamos dificuldades para encontrar alguns alimentos como: óleo, farinha e sal, pois eram encaminhados aos soldados. Eu, algumas vezes, tinha de dividir a pouca comida com meus irmãos. Às vezes andava de bonde para levar os pães para minha casa. E nem todas as famílias conseguiam comprar pães. Ficavam somente sentindo o cheirinho deles. Como é triste uma guerra. Lutem sempre pela paz. Agora faço um convite a vocês. Assistam a minha historinha que se passará na Vila Industrial. Será necessário ficarem bem quietinhos e atentos. Digo algo a vocês: aprendam brincadeiras que façam vocês se sentirem felizes.
  • 32. V. Histórias orais: o que fazer com elas. SUGESTÕES PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO APÓS A ENTREVISTA A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças. Diretrizes Curriculares Nacionais. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Confeccção de livro a partir das “leituras” que as crianças fizeram sobre a entrevista: Pode ser livro sobre as histórias da sua própria família: fazendo entrevistas planejadas em sala a partir das curiosidades das crianças. Pode ser livro de poemas sobre a cidade, sobre o bairro, sobre a escola, sobre a vida compostos individual ou coletivamente. Estes saberes serão compilados em um livro com cópias para cada criança, com direito a tarde de autógrafos. Composição de músicas pelas crianças sobre algum fato marcante, sobre algum lugar, sobre alguma fala do entrevistado. É importante gravar todos os momentos de composição da música para serem retomados durante a composição. Livro Ilustrado com a sua própria história: após perguntar à sua família como foi sua chegada, seus primeiros momentos até sua idade atual, confecionar um livro ilustrado da sua história. A própria criança é autora de todos os elementos do livro. A história da escola pode também ser evidenciada. Exposições dos livros e músicas abertas à comunidade com a presença do entrevistado: após as produções, expor e chamar o entrevistado como convidado especial para o evento. Visita à galeria de arte Thomaz Perina que contém telas sobre a Vila Industrial e um livro de memórias: programar uma visita monitorada ao Instituto Thomaz Perina para conhecer o “olhar” do autor sobre o bairro. Neste insituto há a possibilidade de oficinas para as crianças. Expor as fotos, as falas e as produções das crianças sobre esta visita. Fotos que fazem a “releitura” do lugar das infâncias do entrevistado e da criança: planejar a ida aos lugares citados pelos entrevistados e propor fotos nestes lugares. Convidar o entrevistado para a apresentação das fotos. Apresentação de saraus com poemas e músicas elaboradas a partir das entrevistas tanto para a escola, como para a comunidade e o entrevistado. Dia das brincadeiras de rua: promover um dia em que as famílias façam oficinas de brincadeiras de rua de sua infância, ensinando ou relembrando com as crianças. Que estas brincadeiras se tornem parte da rotina da escola.
  • 33. Confecção de brinquedos da época dos entrevistados, citados por eles ou não, pesquisando com as famílias e compartilhando com as outras crianças da escola e da comunidade. Produções em telas sobre suas impressões, sobre as falas dos entrevistados, ou após um passeio pelo bairro, ou apreciação de outras obras. Quebra-cabeças de imagens do bairro e da escola: fazer fotos coloridas em A4 do bairro e da escola para que façam os quebra-cabeças e brinquem com eles, identificando o lugar. Pesquisa com as famílias sobre su época: quais as brincadeiras, como eram os costumes, vestimenta, comportamento das crianças, como eram tratadas. Socializar os frutos destas pesquisas. Elaboração de um jogo da memória - fotos antigas e fotos atuais para fazer o contraponto. Produção de um vídeo documentário a partir dos relatos orais com a edição de documentos e de fotos significativas. Exposições temáticas: fotos, desenhos, objetos, materais didáticos, roupas e documentos que registrem a história da cidade, do bairro, da escola e da família. BOSI, Ecléa. Velhos amigos. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2002. BRENTANI, Gerda. Eu me lembro. São Paulo: Editora Companhia das Letrinhas, 1996. CORALINA, Cora. O prato azul-pombinho. São Paulo: Global Editora, 2002. FOX, Mem. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Editora Brinque-Book, 1996. LAURITO, Ilka. A menina que descobriu o Brasil. São Paulo: Editora FTD, 2001. LODY, Raul e VERGER, Pierre. Crianças – Olhar a África e ver o Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. LIMA, Heloísa Pires. Histórias da preta. São Paulo: Editora Companhia das Letrinhas, 1998. MORLEY, Helena. Minha vida de menina. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1942. MUNDURUKU, Daniel. Histórias de indio. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1996. SCHWARCZ, Luiz. Minha vida de goleiro. São Paulo: Editora Companhia das Letrinhas ,1999. VARELA, Dráuzio. Nas ruas do Brás. Editora Companhia das Letrinhas, 2002. VI. Sugestões de leitura: Para crianças e jovens:
  • 34. Para professores: ALBERTI, Verena. História Oral: A Experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: FGC/CPDOC, 1990. ALVISI, Lilian de Cássia. Memória e resistência: O Memorial Padre Carlos na cidade de Poços de Caldas, (Tese de Doutorado). Faculdade de Educação, UNICAMP, 2008. -------AMADO, Janaína, FERREIRA, Marieta de Moraes (org.). Usos & Abusos da História Oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996. BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. DONATELLI, Dante Donato Filho. O Sentido da Memória. Cidade, São Paulo, v.3, n.4, pp. 104-108, 1996. DEMARTINI, Zeila de Brito Fabri. Trabalhando com Relatos Orais: Reflexões a partir de uma Trajetória de Pesquisa. In: SILVA, Alice Beatriz (org.). Reflexões sobre pesquisa sociológica. São Paulo: CERU. (Coleção Textos; série 2; n. 3), 1992. G u i a H i s t ó r i a s d a N o s s a T e r r a . D i s p o n í v e l e m : HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990. LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 1996. MAUAD, Ana Maria. História, Iconografia e Memória. In: SIMSON, Olga R. Moraes Von (Org.). Os desafios contemporâneos da História Oral. Campinas: Área de Publicações CMU /Unicamp, 1997. MONTENEGRO, Antonio Torres. História oral e memória: a cultura popular revisitada. São Paulo: Contexto, 1992. NORA, Pierre. Entre memória e história – A problemática dos lugares. Projeto História. São Paulo, n. 10. pp. 7-28, dezembro, 1993. POLLAK, Michel. Memória, esquecimento e silêncio. Estudos históricos, Rio de Janeiro, CPDOC/Vértice, n.3, v.2, pp. 3-15, 1989. _____ Memória e identidade social. Estudos históricos, Rio de Janeiro, n.10, v.5, pp. 200-215, 1992. PORTELLI, A. Oral History in Italy. In: DUNAWAY, D.K. e BAUM, W. Oral History. An interdisciplinary anthology. Walnut Creek: Altamira Press, 1996. ______, Alessandro. O que faz a história oral ser diferente. Projeto História, São Paulo, n. 14. fev., 1997. --_____, Alessandro. Forma e significado na História Oral. A pesquisa como um experimento em igualdade. Projeto História, São Paulo, n. 15, abr, 1997a. THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. VIDIGAL, L. Os testemunhos orais na escola – história oral e projectos pedagógicos. Lisboa: Edições Asa, 1996. http://www.museudapessoa.net/oquee/biblioteca/Guiamemorialocal.pdf
  • 35. Dados Pessoais Nome: Sexo: Endereço: Bairro: CEP: Cidade: Estado : País: Telefones: E-mail: Data de Nascimento: Cidade: Estado: País: Escolaridade: Curso: Profissão: Atividade Atual: Relação com o projeto: Anexos 1 Ficha de cadastro: registro dos dados básicos do entrevistado
  • 36. Ficha de Cessão de direitos: permite divulgar depoimentos e fotos do entrevistado em sites, livros, exposições, documentários, filmes, vídeos e pesquisas. Anexos 2 AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGENS, SOM DE VOZ, NOME E DADOS BIOGRÁFICOS EM OBRAS DE PRESERVAÇÃO HISTÓRICA. Eu, abaixo assinado identificado, autorizo o uso de minha imagem, som da minha voz, nomes e dados biográficos por mim revelados em depoimento pessoal concedido e. além de todo e qualquer material entre objetos, fotos e documentos por mim apresentados para compor obras diversas de preservação histórica que venham a ser planejados, criadas e/ou produzidas pela (nome da Instituição) com sede (endereço completo), sejam elas destinadas à divulgação ao público em geral e/ou para divulgação de acervo histórico. A presente autorização abrange os usos acima indicados tanto em mídia impressa, livros, catálogos, revista, jornal, outdoor, entre outros, como também em mídia eletrônica (vídeos, filmes para Tv aberta ou fechada, cinema, documentários para cinema ou televisão, programas para rádio entre outros), internet, banco de dados informatizado, os multimídia:CD, CD Room, DVD, suporte de computação gráfica em geral e/ou divulgação científica de pesquisas em relatórios para arquivamento e formação de acervo histórico. Por esta ser a expressão de minha vontade, declaro que autorizo o uso acima descrito em que nada haja a ser reclamado a título de direitos concedidos à minha imagem ou ao som da minha voz, ou a qualquer outro, e assino a presente autorização. ________________________, de ______________ de ___________ _______________________________________________ Assinatura Nome: Endereço: Cidade: Rg: Telefone para contato: Nome do representante legal (menor)
  • 37. Referências Bibliográficas ALVISI, Lilian de Cássia. “Memórias de vivências infantis. A Escola Profissional Dom Bosco de Poços de Caldas/MG (1940-1960)”. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006. _____ Lilian de Cássia. “Memórias, resistência e empoderamento: a constituição do Memorial Padre Carlos. Escola Profissional Dom Bosco de Poços de Caldas”. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. BARÃO, Cristina de Carvalho. Entre brumas e concretudes, o Museu Dinâmico de Ciências de Campinas como imaginante espaço de educação. Mestrado, Unicamp, 2007. BRIOSCHI, Lucila (1987). Relatos de Vida em Ciências Sociais: Considerações Metodológicas. SBPC Ciência e Cultura, jun. CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1994. DEMARTINI, Zeila de Brito Fabri. Trabalhando com Relatos Orais: Reflexões a partir de uma Trajetória de Pesquisa. In: SILVA, Alice Beatriz (org.). Reflexões sobre pesquisa sociológica. São Paulo: CERU. (Coleção Textos; série 2; n. 3), 1992. DONATELLI, Dante Donato Filho. “O Sentido da Memória”. In: Cidade, São Paulo, v.3, n.4, pp. 104-108, 1996. FELGUEIRES, Margarida Louro; SARES, Maria Leonor Barbosa. “O projeto para um museu vivo da escola primária – Concepção e Inventário”. In: MENEZES, Maria Cristina (org.). Educação, Memória, História – Possibilidades e Leituras. Campinas: Mercado de Letras, 2004. FERNANDES, Rogério. “A história e os seus registros: o que fazer com este museu?” In: MENEZES, Maria Cristina (org). Educação, Memória, História – Possibilidades e Leituras. Campinas: Mercado de Letras, 2004. FERREIRA, Jerusa Pires. Armadilhas da Memória e outros Ensaios. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2003. G u i a H i s t ó r i a s d a N o s s a T e r r a . D i s p o n í v e l e m : KERR, Daniel. “We Know What The Problem is: Using Video And Radio Oral History To Develop Collaborative Analysis Of Homelessness”. In: PERKS, Robert and THOMSON, Alistair (org.). The Oral History Reader. New York: Routledge, 2006. http://www.museudapessoa.net/oquee/biblioteca/Guiamemorialocal.pdf
  • 38. KESSEL, Zilda. A construção da memória na escola: um estudo sobre as relações entre memória, história e informação na contemporaneidade. Dissertação – ECA/USP, 2003. MAUAD, Ana Maria. História, Iconografia e Memória. In: SIMSON, Olga R. Moraes Von (Org.). Os desafios contemporâneos da História Oral. Campinas: Área de Publicações CMU /Unicamp, 1997. LANG, Alice Beatriz S. G. Documentos e Depoimentos na Pesquisa Histórico-Sociológica. In: LANG, A B da S G (Org.). Reflexões sobre a Pesquisa USP, 1998.Sociológica. São Paulo: CERU, (Coleção textos; Série 2, n. 3), 1992. ________ . História Oral e Pesquisa Sociológica. A Experiência do CERU. São Paulo : Humanitas. FFLCH/ NEVES, Lucília de Almeida. Memória, história e sujeito: substratos da identidade. História Oral, n.3, 2000. POLLAK, Michel. Memória e identidade social. Estudos históricos, Rio de Janeiro, n.10, v.5, pp. 200-215, 1992. PORTELLI, A. “O que faz a história oral ser diferente”. In: Projeto História, São Paulo: n. 14. fev., 1997. -______. “Forma e significado na História Oral. A pesquisa como um experimento em igualdade”. In: Projeto História, São Paulo: n. 15, abr., 1997 a. QUEIROZ, Maria Isaura Pereira. O Pesquisador, o Problema da Pesquisa, a Escolha de Técnicas: Algumas Reflexões. In: LANG, A B da S G (org.). Reflexões sobre a pesquisa sociológica. São Paulo: CERU. (Coleção Textos; Série 2, n.3, 1992. SILVEIRA, Rosa M. H. “ A entrevista na pesquisa em educação- uma arena de Significados” In: COSTA, M.V (Org). Caminhos Investigativos II – outros modos de pensar e fazer pesquisa em educação. Rio de Janeiro, DP&A Editora, 2002. SIMÃO, Lívia Mathias. Interação Pesquisador-Sujeito: A Perspectiva de Ação Social na Construção do Conhecimento. In: Ciência e Cultura, v. 41, n. 12, dez. 1989. SIMSON, Olga R. Moraes Von. “Memória e identidade sociocultural – Reflexões sobre pesquisa, ética e compromisso”. In: PARK, Margareth Brandini (org.). Formação de Educadores: Memórias, Patrimônio e Meio-ambiente. Campinas: Mercado de Letras, 2003. ______. “História oral, memórias compartilhadas e empoderamento: um balanço de experiências de pesquisa”. XIV Congresso Internacional de Sidnei na Austrália, 2006.
  • 39.
  • 40. História Oral para crianças: desafios possíveis GUIA