SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 65
Doença mista doDoença mista do
tecido conjuntivotecido conjuntivo
Síndromes de superposiçãoSíndromes de superposição
Disciplina de ReumatologiaDisciplina de Reumatologia
Alambert,PAAlambert,PA
Doença mista doDoença mista do
tecido conjuntivotecido conjuntivo
Alambert,PA
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
OA doença mista do tecido conectivo (DMTC) foi descrita
em 1972 com base em estudos com soro de pacientes
que continham altas taxas de anticorpo anti-anti-
ribonucleoproteína (anti-RNP)ribonucleoproteína (anti-RNP) dirigidos a um antígeno
extraível do núcleo, a ribonucleoproteína.
OO conceito original a caracteriza como uma entidade
clínica com manifestações de lúpus eritematoso sistêmico
(LES), esclerose sistêmica (ES), dermatopolimiosite (DPM)
e pela presença do anti-RNP.
OOs principais achados dessa doença difusa costumam
ser edema de mãos, artrite, fenômeno de Raynaud,
miosite inflamatória e esclerodactilia.
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
O Segundo os conceitos atuais, a doença engloba
manifestações de cinco doenças, principalmente:
1- LES1- LES
2-Esclerodermia2-Esclerodermia
3-Polimiosite3-Polimiosite
4-Dermatomiosite4-Dermatomiosite
5-Artrite reumatóide5-Artrite reumatóide.
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
O Manifestações de síndrome de Sjögren também
podem ocorrer, mas caso se dêem isoladamente,
mesmo com altos títulos de anti-RNP, a
nomenclatura denomina que esses pacientes
apresentam síndrome de Sjögren primária.
O Pacientes com manifestações de mais de uma
síndrome reumatológica, mas sem altos títulos desem altos títulos de
anti-RNPanti-RNP, são rotulados como apresentando
síndrome de sobreposição ou overlap.
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência: 10/100.000
Ocorre mais frequentemente em mulheres,
em uma relação de 9:1, entre a segunda e
terceira década de vida.
EPIDEMIOLOGIA
O Nenhum fator ambiental foi associado com
a doença, embora existam relatos da
doença desencadeada pela sílica e pelo vinil
O Associação com DR4 é descrita,
especialmente em pacientes com artrite
erosiva
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
O A etiologia da DMTC é desconhecida e pouco se sabe
sobre sua fisiopatologia.
O Com estudos necroscópicos e pesquisas isoladas órgão-
específicas, obtiveram-se até agora informações sobre
moléculas e células envolvidas na doença, porém
nenhuma evidência concreta em relação à fisiopatologia.
Os estudos anatomopatológicos dos diferentes tecidos
revelam tanto fibrose tecidual como processo inflamatório
Quadro Clínico
O Na fase inicial da doença as manifestações
clínicas mais frequentes são o edema difuso
das mãos, artrite, fenômeno de Raynaud,
miosite e esclerodactilia
Quadro Clínico
O De início insidioso, as manifestações clínicas mais
frequentes na apresentação da doença são
fenômeno de Raynaud, poliartrite e fraqueza,fenômeno de Raynaud, poliartrite e fraqueza,
presentes em 75% dos casospresentes em 75% dos casos. Sintomas sistêmicos
como febre, perda de peso e adinamia também são
comuns. Disfagia baixaDisfagia baixa é achado também frequente,
mas habitualmente não é queixa espontânea dos
pacientes, devendo ser interrogada ativamente; pode
ou não vir acompanhada de pirose retroesternal e
sintomas de refluxo gastroesofágico. Olhos e bocaOlhos e boca
secaseca (síndrome sicca) podem estar presentes.
Quadro Clínico
O Geralmente, são necessários vários anos,
até que se faça o diagnóstico de DMTC, pois
é raro que todas as características clínicas
ocorram simultaneamente
Algumas características!
O Raramente desenvolvem uma
glomerulonefrite proliferativa difusa, psicose
ou convulsões (características do LES).
O Maior predisposição para o
desenvolvimento de hipertensão pulmonar
(HAP) do que pacientes com LES ou ES,
O Apresentam valores mais altos de fator
reumatóide positivo do que o LES, com
maior aparecimento de artrite erosiva.
Quadro Clínico
O O diagnóstico inicial da DMTC tem suas
dificuldades pois, como já o dissemos,
raramente todas as características clínicas
se apresentam, simultaneamente.
O Muitas vezes os pacientes começam a ser
conduzidos, como LES ou ES e só
tardiamente a combinação de várias
características levam ao diagnóstico de
DMTC.
Comprometimento cutâneo
O O rash pode ser malar ou em outras áreas
expostas, como no LES, assim como de
localização semelhante à da
dermatomiosite, estas mais raras, todas
fotossensíveis.
Comprometimento cutâneo
O O fenômeno de Raynaud é a manifestação
mais frequente e mais precoce, geralmente
associado ao edema difuso dos dedos e em
algumas vezes de toda a mão (Figura 1)
Figura 1 - Edema difuso dos dedos (de
Robert M. Bennet, UptoDate, 2007).
Comprometimento cutâneo
O A aparência das mãos na DMTC reflete o
"overlap" (superposição) de doenças que
constitui a síndrome, somando
características clinicas da esclerodermia
(espessamento cutâneo, esclerodactilia,
calcinose), do lúpus eritematoso sistêmico
(rash malar, lesão discóide) e da
dermatomiosite (pápulas de Grotton).
Comprometimento cutâneo
O Espessamento cutâneo distal às
articulações metacarpofalângicas é
frequente e encontrado em
aproximadamente 75% dos pacientes na
apresentação.
O O espessamento em geral é leve e
independente do edema difuso de dedos ou
mãos, também muito prevalente.
Febre
O Na DMTC, febre de origem desconhecida
pode ser uma manifestação inicial da
doença. Pode também vir associada com
miosite, meningite asséptica, serosite ou
adenopatias.
Manifestações articulares
O Dor e rigidez articular são sintomas
precoces na DMTC.
O O envolvimento articular é mais freqüente e
mais severo que no lúpus.
O Aproximadamente 60% dos pacientes
desenvolvem artrite franca, frequentemente
com deformidades semelhantes às da
artrite reumatóide (AR), como desvio ulnar
dos dedos, dedos em "pescoço de cisne" e
em "casa de botão" (Figura 2).
Figura 2 - Artrite deformante da DMTC
caracterizada pelo desvio ulnar dos dedos e
pelos dedos em "pescoço de cisne". Essas
deformidades também podem ser vistas na
artrite reumatóide.Fator reumatóide positivo
é encontrado em 70% a 80% dos casos.
Manifestações articulares
O Em poucos pacientes uma forma articular
destrutiva (artrite mutilante) pode se
desenvolver (Figura 3).
Figura 3 - Artrite destrutiva na DMTC, com
dedos em "telescópio" (de Robert M.Bennet,
UpToDate, 2007).
Achados musculares
O Mialgia é um sintoma comum na DMTC.
O Os pacientes podem apresentar fraqueza
muscular, alterações
eletroneuromiográficas e aumento sérico
das enzimas musculares.
O É histologicamente e clinicamente idêntica
a polimiosite.
Acometimento cardíaco
Alteraçãos eletrocardiográficas, incluindo,
hipertrofia ventricular esquerda, defeitos de
condução intraventricular e aumento de átrio
direito.
A manifestação clinica mais comum é a
pericardite, que ocorre entre 10% a 30% dos
pacientes.
O tamponamento cardíaco é raro.
Hipertensão pulmonar
O A principal causa de morte na DMTC é, em
geral, a hipertensão pulmonar (Figura 4).
Figura 4 - A vasculopatia pulmonar na DMTC
é caracterizada pela proliferação da íntima e
pela hipertrofia da camada média nas
arteriolas pulmonares (de Robert M. Bennet,
UpToDate, 2007).
Hipertensão pulmonar
O A presença da hipertensão pulmonar deve ser suspeitada
através da história, do exame físico, dos testes laboratoriais e
caso o paciente apresente quatro ou mais das seis
características a seguir
O 1. Dispnéia aos esforços;
O 2. Pulsação sistólica na borda esternal esquerda;
O 3. Hiperfonese de P2;
O 4. Dilatação da artéria pulmonar em radiografia de
tórax;
O 5. Hipertrofia ventricular direita ao ECG;
O 6. Hipertrofia ventricular direita ao ecocardiograma.
O A presença de quatro dos seis critérios acima dá uma
sensibilidade de 92% e especificidade de 100% para o
diagnóstico de hipertensão pulmonat
Envolvimento pulmonar
O A maioria dos pacientes com DMTC
apresenta comprometimento pulmonar,
geralmente assintomático nos estágios
iniciais da doença, mas podendo se
apresentar com dispnéia, dor torácica e
tosse.
O A dor pleurítica é comum e a doença
intersticial pulmonar é geralmente
progressiva.
Manifestações radiográficas
O Manifestações radiográficas de doença
pulmonar incluem alterações intersticiais,
derrame pleural, infiltrado pneumônico e
espessamento pleural
A tomografia de tórax (TC)
A tomografia de tórax (TC) de alta resolução é o método mais sensível para
determinar a presença de doença pulmonar intersticial. As alterações mais
frequentes na TC de tórax são o espessamento septal, opacidades em
"vidro fosco e favo de mel" e estão presentes em 48% a 78% dos pacientes
com DMTC.
Acometimento Renal
O Ausência de comprometimento renal severo
é o marcador da DMTC nestes órgãos. Isso
é possível, por que os altos títulos de anti-
U1 RNP parecem proteger os rins do
desenvolvimento da glomerulonefrite
proliferativa difusa grave.
Acometimento Renal
O Apenas 25% dos pacientes apresentam
comprometimento renal e a forma mais
comum é a glomerulonefrite membranosa,
geralmente assintomática ou manifestando-
se com síndrome nefrótica.
Doença gastrointestinal
O A alteração mais comum é a dismotilidade
esofageana, presente em 70% dos casos e
quase sempre assintomática na fase inicial
da doença.
O As alterações na manometria são similares
às encontradas na esclerodermia, com
redução da peristalse no terço inferior do
esôfago e redução da pressão no esfíncter
esofageano inferior. (Figura 5).
Doença gastrointestinal
Doença gastrointestinal
Outras manifestações gastrointestinais observadas são
pseudo-divertículos ao longo do cólon (Figura 6).
Doença gastrointestinal
O Dor abdominal pode acontecer, geralmente
decorrente de hipomotilidade intestinal,
serosite, vasculite mesentérica, pancreatite
ou perfuração colônica
Sistema nervoso central
O As manifestações do SNC não são
freqüentes. A mais comum manifestação é
a neuropatia do trigêmeoneuropatia do trigêmeo. As cefaléias
também são comuns, de provável origem
vascular, com características de enxaqueca,
mas também podendo ser decorrentes de
meningite assépticameningite asséptica, apresentando nestes
casos ao exame físico sinais de irritação
meníngea
Vasculopatia
O A lesão vascular mais característica é a
proliferação da íntima e a hipertrofia da
camada média, afetando tanto pequenos
como médios vasos.
O São alterações que se assemelham as
encontradas na esclerodermia, mas que
diferem daquelas do LES.
Critérios Diagnósticos
*Para o diagnóstico deve-se ter o critério
sorológico, acompanhado de pelo menos um
dos critérios clínicos.
Tratamento
O Até o momento não há cura ou tratamento
específico para DMTC, sendo que as
recomendações terapêuticas atuais são
baseadas na terapia convencional das
demais colagenoses,
O O tratamento medicamentoso da patologia
depende dos sintomas e do padrão de
envolvimento orgânico.
Tratamento
O 33% dos pacientes terão doença controlada apenas
com analgésicos e antiinflamatórios não hormonais.
O Tratamento da HAP Anticoagulação sistêmica e
terapia vasodilatadora, com bloqueadores do canal
de cálcio e análogos da prostaciclina, têm sido
benéficos neste sentido, assim como o bosentan, um
recente antagonista oral do receptor da endotelina,
Tratamento
O Miosite, pleurite, pericardite, miocardite,
geralmente são intermitentes e tendem ter
boa resposta ao uso de corticóides,
O Síndrome nefrótica decorrente de
glomerulonefrite membranosa, fenômeno de
Raynaud, artropatias deformantes,
acroesclerose e neuropatias periféricas são,
em geral, resistentes aos corticosteróides.
Tratamento
O Altas doses de corticóides podem ser
necessárias para controle de manifestações
severas como vasculite, alveolite fibrosante
e miosite grave.
Tratamento
O Manifestações comuns "ES-símile" devem
ser conduzidas à maneira tradicional.
Fenômeno de Raynaud tem bom resultado
com bloqueadores do canal de cálcio, assim
como sintomas decorrentes de refluxo
gastroesofágico têm melhora com inibidores
de bomba de prótons e pró-cinéticos.
Tratamento
À semelhança do LES, manifestações como
artrite e dermatopatia "LES-símile" também
tendem a responder ao uso de
antimaláricos.
Tratamento
O Efeitos iatrogênicos decorrentes da
corticoterapia (miopatia, infecções
oportunistas, diabetes, necrose asséptica e
osteoporose) Usar fármacos
imunossupressores poupadores de
corticóides.
Tratamento
O O citostático mais atualmente usado como
poupador de corticosteróide é a ciclofosfamida,
na dose de 1 a 2 mg/kg/dia, ou em pulsos
mensais (infusões endovenosas),
O O uso racional de metotrexate, azatioprina e
antimaláricos também podem ser úteis para
amenizar os efeitos colaterais da corticoterapia
prolongada.
Síndromes de
superposição
(sobreposição)
Alambert,PA
Síndromes de superposição
O Para definir uma síndrome de sobreposição é
necessário identificar uma constelação de
características distintas que constituem uma
síndrome verdadeira.
O Os pacientes que apresentam características
incompletas (por exemplo, um paciente com
fenômeno de Raynaud, artralgias e um FAN em
baixos títulos) são melhor descritos como sendo
portadores de uma doença indiferenciada do tecido
conjuntivo
Síndromes de superposição
O As síndromes de sobreposição podem ser
definidas através de duas bases: a primeira
se baseia nas manifestações clínicas, e a
segunda, através da detecção de auto-
anticorpos.
Síndromes de superposição
-características clínicas-
O O fenômeno de Raynaudfenômeno de Raynaud, a esclerodactiliaesclerodactilia e
a alveolitealveolite são características comuns de
inúmeras doenças autoimunes
reumatológicas e não podem ser usadas
isoladamente para definir uma síndrome.
Síndromes de superposição
-características clínicas-
O A combinação de características específicas
de distintas entidades nosológicas num
mesmo paciente, como o espessamento
cutâneo proximal da pele dos dedos na
esclerodermia ou as erosões articulares na
artrite reumatóide (AR), é muito sugestiva
de uma síndrome de sobreposiçãosíndrome de sobreposição
Síndromes de superposição
-características clínicas-
O Uma característica notável das doenças auto-
imunes do tecido conjuntivo é que a grande
maioria dos pacientes possui auto-anticorpos
específicos ao DNA, RNA ou proteínas que se
ligam a elas.
O A especificidade antigênica destes anticorpos
tem ajudado muito na distinção das doenças
reconhecidas tradicionalmente.
Síndromes de superposição
-características clínicas-
O O LES está associado com alguns "marcadores", anti-
DNA nativo ou de dupla hélice ou anti-Sm.
O Muitos anticorpos coincidem nas síndromes de
sobreposição. Ex.anticorpos que reagem
principalmente com o U1-ribonucleoproteína (RNP).
O Estes anticorpos são encontrados em pacientes com
características de sobreposição de LES, ES e
polimiosite.
Outras síndromes
O Síndrome rara associada a DMTCDMTC e
anticorpos U2-RNPU2-RNP e U3-RNAU3-RNA,
O A sobreposição polimiosite/alveolitepolimiosite/alveolite
fibrosantefibrosante encontrada em pacientes com
anticorpos anti-Jo-1 e outras t-RNA
sintetases.
O A sobreposição polimiosite/esclerodermiapolimiosite/esclerodermia
associada com anti-Pm/Sclanti-Pm/Scl
Síndromes que combinam
características de doenças e que estão
associadas com anticorpos
específicos.O As tRNA-sintetases associadas a síndromes
de sobreposição
O As tRNA-sintetases são enzimas
citoplasmáticas que fazem parte de uma
proteína de síntese, através da adição de
aminoácidos específicos codificados pelo
tRNA durante a junção dos polipeptídeos
Síndromes que combinam
características de doenças e que estão
associadas com anticorpos específicos
O Anti-Jo1 foi relacionado como um marcador para
miosite, sendo detectado em mais de 26 pacientes
com polimiosite, e raramente na dermatomiosite.
O Mais tarde foi demonstrado que pacientes com
anticorpos anti-Jo-1 tinham polimiosite e alveolite
fibrosante; subsequentemente, outras
características das doenças do tecido conjuntivo
foram descritas, incluindo o fenômeno de Raynaud,
artrite e um algumas características semelhantes a
esclerodermia.
Síndromes que combinam características de
doenças e que estão associadas com
anticorpos específicos
O A sobreposição polimiosite/esclerodermia
associada com anti-Pm/Scl vem se
tornando reconhecida como uma
importante síndrome de sobreposição que
era subdiagnosticada anteriormente.
Síndromes que combinam
características de doenças e que estão
associadas com anticorpos específicos
O Anticorpos anticomplexo nuclear e
citoplasmático envolvidos na transcripção
da polimerase III no RNA, Ro (SS-A) e La (SS-
B), aparecem em pacientes com síndrome
de Sjögren que também têm manifestações
de LES, isto é, a sobreposição Sjögren/LES.
Diagnóstico
O Uma das maiores dificuldades no
diagnóstico das síndromes de sobreposição
associadas a anti-tRNA sintetases é a
detecção de anticorpos. Visto que as
enzimas envolvidas na aminoacetilação
pelo tRNA são citoplasmáticas, os
anticorpos antinucleares são
freqüentemente negativos.
Diagnóstico
1- A imunofluorescência citoplasmática com
uma distribuição perinuclear leva á procura
de anticorpos anti-Jo1 ou outros relacionados
as tRNA sintetases.
2-Pacientes com miosite, alveolite fibrosante e
artrite devem ser também testados.
3-É importante ressaltar que muitos pacientes
com anticorpos anti-Jo1 não apresentam
miosite no ínicio da doença.
Doença Mista do Tecido Conjuntivo

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Artrite idiopática juvenil
Artrite idiopática juvenilArtrite idiopática juvenil
Artrite idiopática juvenil
 
Anemias Diagnostico Diferencial
Anemias Diagnostico DiferencialAnemias Diagnostico Diferencial
Anemias Diagnostico Diferencial
 
Hipertireodismo e Tireoidites
Hipertireodismo e Tireoidites   Hipertireodismo e Tireoidites
Hipertireodismo e Tireoidites
 
Laboratório em Reumatologia
Laboratório em ReumatologiaLaboratório em Reumatologia
Laboratório em Reumatologia
 
Fisiopatologia do fígado
Fisiopatologia do fígadoFisiopatologia do fígado
Fisiopatologia do fígado
 
Doença reumatóide
Doença reumatóide Doença reumatóide
Doença reumatóide
 
Insuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaInsuficiência renal aguda
Insuficiência renal aguda
 
Insuficiência Renal Crônica
Insuficiência Renal CrônicaInsuficiência Renal Crônica
Insuficiência Renal Crônica
 
Legg calve perthers
Legg calve perthersLegg calve perthers
Legg calve perthers
 
Insuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónicaInsuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónica
 
Semiologia das Icterícias
Semiologia das IcteríciasSemiologia das Icterícias
Semiologia das Icterícias
 
Aula sobre DPOC
Aula sobre DPOCAula sobre DPOC
Aula sobre DPOC
 
Hiper e hipotireoidismo
Hiper e hipotireoidismoHiper e hipotireoidismo
Hiper e hipotireoidismo
 
2012 gota e pseudogota
2012 gota e pseudogota2012 gota e pseudogota
2012 gota e pseudogota
 
Obstrução Arterial Aguda
Obstrução Arterial AgudaObstrução Arterial Aguda
Obstrução Arterial Aguda
 
Insuficiência Renal Aguda e Crônica
Insuficiência Renal Aguda e CrônicaInsuficiência Renal Aguda e Crônica
Insuficiência Renal Aguda e Crônica
 
Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica
 
Gota
GotaGota
Gota
 
Doença de behçet
Doença de behçetDoença de behçet
Doença de behçet
 
1 exames complementares em gastroenterologia
1   exames complementares em gastroenterologia1   exames complementares em gastroenterologia
1 exames complementares em gastroenterologia
 

Semelhante a Doença Mista do Tecido Conjuntivo

Semelhante a Doença Mista do Tecido Conjuntivo (20)

Dmtc
DmtcDmtc
Dmtc
 
Dmtc
DmtcDmtc
Dmtc
 
Dmtc2014
Dmtc2014Dmtc2014
Dmtc2014
 
Sle 2013
Sle 2013Sle 2013
Sle 2013
 
lupus
lupuslupus
lupus
 
Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica
 
Granulomatose de wegener
Granulomatose de wegenerGranulomatose de wegener
Granulomatose de wegener
 
Sle 2014
Sle 2014Sle 2014
Sle 2014
 
Vasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares RarasVasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares Raras
 
Espondiloartropatias ll
Espondiloartropatias llEspondiloartropatias ll
Espondiloartropatias ll
 
Colagenoses
ColagenosesColagenoses
Colagenoses
 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICOLÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
 
Seminário - Manifestações pulmonares das Doenças do Colágeno
Seminário - Manifestações pulmonares das Doenças do ColágenoSeminário - Manifestações pulmonares das Doenças do Colágeno
Seminário - Manifestações pulmonares das Doenças do Colágeno
 
Mão Reumatóide
Mão Reumatóide Mão Reumatóide
Mão Reumatóide
 
Diabetes
DiabetesDiabetes
Diabetes
 
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidez
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidezLúpus eritematoso sistêmico na gravidez
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidez
 
Traqueia 2012
Traqueia 2012Traqueia 2012
Traqueia 2012
 
Artigo
ArtigoArtigo
Artigo
 
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.pptToxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
 
Colageno
ColagenoColageno
Colageno
 

Mais de Paulo Alambert

Partes moles membros inferiores 19
Partes moles membros inferiores 19Partes moles membros inferiores 19
Partes moles membros inferiores 19Paulo Alambert
 
Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19Paulo Alambert
 
Lupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoLupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoPaulo Alambert
 
Esclerose sistêmica.pdf renan
Esclerose sistêmica.pdf renanEsclerose sistêmica.pdf renan
Esclerose sistêmica.pdf renanPaulo Alambert
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoPaulo Alambert
 
Dor nos membros Inferiores
Dor nos membros InferioresDor nos membros Inferiores
Dor nos membros InferioresPaulo Alambert
 
Dor em membros superiores
Dor em membros superioresDor em membros superiores
Dor em membros superioresPaulo Alambert
 
Lombociatalgia e cervicobraquialgia
Lombociatalgia e cervicobraquialgiaLombociatalgia e cervicobraquialgia
Lombociatalgia e cervicobraquialgiaPaulo Alambert
 
Sintomas e exame físico do aparelho urinário
Sintomas e exame físico do aparelho urinário Sintomas e exame físico do aparelho urinário
Sintomas e exame físico do aparelho urinário Paulo Alambert
 
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.Paulo Alambert
 

Mais de Paulo Alambert (20)

Osteoporose 2019
Osteoporose 2019Osteoporose 2019
Osteoporose 2019
 
Partes moles membros inferiores 19
Partes moles membros inferiores 19Partes moles membros inferiores 19
Partes moles membros inferiores 19
 
Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19
 
Dtp18 video
Dtp18 videoDtp18 video
Dtp18 video
 
Dtp18 video
Dtp18 videoDtp18 video
Dtp18 video
 
Dtp17 sp
Dtp17 spDtp17 sp
Dtp17 sp
 
Lupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoLupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso Sistêmico
 
Gota.pdf19 re
Gota.pdf19 reGota.pdf19 re
Gota.pdf19 re
 
Esclerose sistêmica.pdf renan
Esclerose sistêmica.pdf renanEsclerose sistêmica.pdf renan
Esclerose sistêmica.pdf renan
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso Sistêmico
 
Dor nos membros Inferiores
Dor nos membros InferioresDor nos membros Inferiores
Dor nos membros Inferiores
 
Dor em membros superiores
Dor em membros superioresDor em membros superiores
Dor em membros superiores
 
Gota
GotaGota
Gota
 
Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017
 
Lombociatalgia e cervicobraquialgia
Lombociatalgia e cervicobraquialgiaLombociatalgia e cervicobraquialgia
Lombociatalgia e cervicobraquialgia
 
Artrite reumatóide
Artrite reumatóideArtrite reumatóide
Artrite reumatóide
 
Sintomas e exame físico do aparelho urinário
Sintomas e exame físico do aparelho urinário Sintomas e exame físico do aparelho urinário
Sintomas e exame físico do aparelho urinário
 
Fibromialgia
FibromialgiaFibromialgia
Fibromialgia
 
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
 
Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017
 

Último

Crianças e Adolescentes em Psicoterapia A abordagem psicanalítica-1 (2).pdf
Crianças e Adolescentes em Psicoterapia A abordagem psicanalítica-1 (2).pdfCrianças e Adolescentes em Psicoterapia A abordagem psicanalítica-1 (2).pdf
Crianças e Adolescentes em Psicoterapia A abordagem psicanalítica-1 (2).pdfivana Sobrenome
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdfRELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdfHELLEN CRISTINA
 
Treinamento NR 18.pdf .......................................
Treinamento NR 18.pdf .......................................Treinamento NR 18.pdf .......................................
Treinamento NR 18.pdf .......................................paulo222341
 
Altas habilidades/superdotação. Adelino Felisberto
Altas habilidades/superdotação. Adelino FelisbertoAltas habilidades/superdotação. Adelino Felisberto
Altas habilidades/superdotação. Adelino Felisbertoadelinofelisberto3
 
Características gerais dos vírus- Estrutura, ciclos
Características gerais dos vírus- Estrutura, ciclosCaracterísticas gerais dos vírus- Estrutura, ciclos
Características gerais dos vírus- Estrutura, ciclosThaiseGerber2
 
Homens Trans tem Caderneta de Pré-Natal especial / Programa Transgesta - SUS
Homens Trans tem Caderneta de Pré-Natal especial / Programa Transgesta - SUSHomens Trans tem Caderneta de Pré-Natal especial / Programa Transgesta - SUS
Homens Trans tem Caderneta de Pré-Natal especial / Programa Transgesta - SUSProf. Marcus Renato de Carvalho
 
relatorio ciencias morfofuncion ais.pdf
relatorio ciencias morfofuncion  ais.pdfrelatorio ciencias morfofuncion  ais.pdf
relatorio ciencias morfofuncion ais.pdfHELLEN CRISTINA
 
relatorio de estagio de terapia ocupacional.pdf
relatorio de estagio de terapia ocupacional.pdfrelatorio de estagio de terapia ocupacional.pdf
relatorio de estagio de terapia ocupacional.pdfHELLEN CRISTINA
 

Último (8)

Crianças e Adolescentes em Psicoterapia A abordagem psicanalítica-1 (2).pdf
Crianças e Adolescentes em Psicoterapia A abordagem psicanalítica-1 (2).pdfCrianças e Adolescentes em Psicoterapia A abordagem psicanalítica-1 (2).pdf
Crianças e Adolescentes em Psicoterapia A abordagem psicanalítica-1 (2).pdf
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdfRELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
 
Treinamento NR 18.pdf .......................................
Treinamento NR 18.pdf .......................................Treinamento NR 18.pdf .......................................
Treinamento NR 18.pdf .......................................
 
Altas habilidades/superdotação. Adelino Felisberto
Altas habilidades/superdotação. Adelino FelisbertoAltas habilidades/superdotação. Adelino Felisberto
Altas habilidades/superdotação. Adelino Felisberto
 
Características gerais dos vírus- Estrutura, ciclos
Características gerais dos vírus- Estrutura, ciclosCaracterísticas gerais dos vírus- Estrutura, ciclos
Características gerais dos vírus- Estrutura, ciclos
 
Homens Trans tem Caderneta de Pré-Natal especial / Programa Transgesta - SUS
Homens Trans tem Caderneta de Pré-Natal especial / Programa Transgesta - SUSHomens Trans tem Caderneta de Pré-Natal especial / Programa Transgesta - SUS
Homens Trans tem Caderneta de Pré-Natal especial / Programa Transgesta - SUS
 
relatorio ciencias morfofuncion ais.pdf
relatorio ciencias morfofuncion  ais.pdfrelatorio ciencias morfofuncion  ais.pdf
relatorio ciencias morfofuncion ais.pdf
 
relatorio de estagio de terapia ocupacional.pdf
relatorio de estagio de terapia ocupacional.pdfrelatorio de estagio de terapia ocupacional.pdf
relatorio de estagio de terapia ocupacional.pdf
 

Doença Mista do Tecido Conjuntivo

  • 1. Doença mista doDoença mista do tecido conjuntivotecido conjuntivo Síndromes de superposiçãoSíndromes de superposição Disciplina de ReumatologiaDisciplina de Reumatologia Alambert,PAAlambert,PA
  • 2. Doença mista doDoença mista do tecido conjuntivotecido conjuntivo Alambert,PA
  • 3. INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES OA doença mista do tecido conectivo (DMTC) foi descrita em 1972 com base em estudos com soro de pacientes que continham altas taxas de anticorpo anti-anti- ribonucleoproteína (anti-RNP)ribonucleoproteína (anti-RNP) dirigidos a um antígeno extraível do núcleo, a ribonucleoproteína. OO conceito original a caracteriza como uma entidade clínica com manifestações de lúpus eritematoso sistêmico (LES), esclerose sistêmica (ES), dermatopolimiosite (DPM) e pela presença do anti-RNP. OOs principais achados dessa doença difusa costumam ser edema de mãos, artrite, fenômeno de Raynaud, miosite inflamatória e esclerodactilia.
  • 4. INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES O Segundo os conceitos atuais, a doença engloba manifestações de cinco doenças, principalmente: 1- LES1- LES 2-Esclerodermia2-Esclerodermia 3-Polimiosite3-Polimiosite 4-Dermatomiosite4-Dermatomiosite 5-Artrite reumatóide5-Artrite reumatóide.
  • 5. INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES O Manifestações de síndrome de Sjögren também podem ocorrer, mas caso se dêem isoladamente, mesmo com altos títulos de anti-RNP, a nomenclatura denomina que esses pacientes apresentam síndrome de Sjögren primária. O Pacientes com manifestações de mais de uma síndrome reumatológica, mas sem altos títulos desem altos títulos de anti-RNPanti-RNP, são rotulados como apresentando síndrome de sobreposição ou overlap.
  • 6. EPIDEMIOLOGIA Prevalência: 10/100.000 Ocorre mais frequentemente em mulheres, em uma relação de 9:1, entre a segunda e terceira década de vida.
  • 7. EPIDEMIOLOGIA O Nenhum fator ambiental foi associado com a doença, embora existam relatos da doença desencadeada pela sílica e pelo vinil O Associação com DR4 é descrita, especialmente em pacientes com artrite erosiva
  • 8. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA O A etiologia da DMTC é desconhecida e pouco se sabe sobre sua fisiopatologia. O Com estudos necroscópicos e pesquisas isoladas órgão- específicas, obtiveram-se até agora informações sobre moléculas e células envolvidas na doença, porém nenhuma evidência concreta em relação à fisiopatologia. Os estudos anatomopatológicos dos diferentes tecidos revelam tanto fibrose tecidual como processo inflamatório
  • 9. Quadro Clínico O Na fase inicial da doença as manifestações clínicas mais frequentes são o edema difuso das mãos, artrite, fenômeno de Raynaud, miosite e esclerodactilia
  • 10. Quadro Clínico O De início insidioso, as manifestações clínicas mais frequentes na apresentação da doença são fenômeno de Raynaud, poliartrite e fraqueza,fenômeno de Raynaud, poliartrite e fraqueza, presentes em 75% dos casospresentes em 75% dos casos. Sintomas sistêmicos como febre, perda de peso e adinamia também são comuns. Disfagia baixaDisfagia baixa é achado também frequente, mas habitualmente não é queixa espontânea dos pacientes, devendo ser interrogada ativamente; pode ou não vir acompanhada de pirose retroesternal e sintomas de refluxo gastroesofágico. Olhos e bocaOlhos e boca secaseca (síndrome sicca) podem estar presentes.
  • 11. Quadro Clínico O Geralmente, são necessários vários anos, até que se faça o diagnóstico de DMTC, pois é raro que todas as características clínicas ocorram simultaneamente
  • 12. Algumas características! O Raramente desenvolvem uma glomerulonefrite proliferativa difusa, psicose ou convulsões (características do LES). O Maior predisposição para o desenvolvimento de hipertensão pulmonar (HAP) do que pacientes com LES ou ES, O Apresentam valores mais altos de fator reumatóide positivo do que o LES, com maior aparecimento de artrite erosiva.
  • 13. Quadro Clínico O O diagnóstico inicial da DMTC tem suas dificuldades pois, como já o dissemos, raramente todas as características clínicas se apresentam, simultaneamente. O Muitas vezes os pacientes começam a ser conduzidos, como LES ou ES e só tardiamente a combinação de várias características levam ao diagnóstico de DMTC.
  • 14. Comprometimento cutâneo O O rash pode ser malar ou em outras áreas expostas, como no LES, assim como de localização semelhante à da dermatomiosite, estas mais raras, todas fotossensíveis.
  • 15.
  • 16. Comprometimento cutâneo O O fenômeno de Raynaud é a manifestação mais frequente e mais precoce, geralmente associado ao edema difuso dos dedos e em algumas vezes de toda a mão (Figura 1)
  • 17. Figura 1 - Edema difuso dos dedos (de Robert M. Bennet, UptoDate, 2007).
  • 18.
  • 19. Comprometimento cutâneo O A aparência das mãos na DMTC reflete o "overlap" (superposição) de doenças que constitui a síndrome, somando características clinicas da esclerodermia (espessamento cutâneo, esclerodactilia, calcinose), do lúpus eritematoso sistêmico (rash malar, lesão discóide) e da dermatomiosite (pápulas de Grotton).
  • 20. Comprometimento cutâneo O Espessamento cutâneo distal às articulações metacarpofalângicas é frequente e encontrado em aproximadamente 75% dos pacientes na apresentação. O O espessamento em geral é leve e independente do edema difuso de dedos ou mãos, também muito prevalente.
  • 21. Febre O Na DMTC, febre de origem desconhecida pode ser uma manifestação inicial da doença. Pode também vir associada com miosite, meningite asséptica, serosite ou adenopatias.
  • 22. Manifestações articulares O Dor e rigidez articular são sintomas precoces na DMTC. O O envolvimento articular é mais freqüente e mais severo que no lúpus. O Aproximadamente 60% dos pacientes desenvolvem artrite franca, frequentemente com deformidades semelhantes às da artrite reumatóide (AR), como desvio ulnar dos dedos, dedos em "pescoço de cisne" e em "casa de botão" (Figura 2).
  • 23. Figura 2 - Artrite deformante da DMTC caracterizada pelo desvio ulnar dos dedos e pelos dedos em "pescoço de cisne". Essas deformidades também podem ser vistas na artrite reumatóide.Fator reumatóide positivo é encontrado em 70% a 80% dos casos.
  • 24. Manifestações articulares O Em poucos pacientes uma forma articular destrutiva (artrite mutilante) pode se desenvolver (Figura 3).
  • 25. Figura 3 - Artrite destrutiva na DMTC, com dedos em "telescópio" (de Robert M.Bennet, UpToDate, 2007).
  • 26. Achados musculares O Mialgia é um sintoma comum na DMTC. O Os pacientes podem apresentar fraqueza muscular, alterações eletroneuromiográficas e aumento sérico das enzimas musculares. O É histologicamente e clinicamente idêntica a polimiosite.
  • 27. Acometimento cardíaco Alteraçãos eletrocardiográficas, incluindo, hipertrofia ventricular esquerda, defeitos de condução intraventricular e aumento de átrio direito. A manifestação clinica mais comum é a pericardite, que ocorre entre 10% a 30% dos pacientes. O tamponamento cardíaco é raro.
  • 28. Hipertensão pulmonar O A principal causa de morte na DMTC é, em geral, a hipertensão pulmonar (Figura 4).
  • 29. Figura 4 - A vasculopatia pulmonar na DMTC é caracterizada pela proliferação da íntima e pela hipertrofia da camada média nas arteriolas pulmonares (de Robert M. Bennet, UpToDate, 2007).
  • 30. Hipertensão pulmonar O A presença da hipertensão pulmonar deve ser suspeitada através da história, do exame físico, dos testes laboratoriais e caso o paciente apresente quatro ou mais das seis características a seguir O 1. Dispnéia aos esforços; O 2. Pulsação sistólica na borda esternal esquerda; O 3. Hiperfonese de P2; O 4. Dilatação da artéria pulmonar em radiografia de tórax; O 5. Hipertrofia ventricular direita ao ECG; O 6. Hipertrofia ventricular direita ao ecocardiograma. O A presença de quatro dos seis critérios acima dá uma sensibilidade de 92% e especificidade de 100% para o diagnóstico de hipertensão pulmonat
  • 31. Envolvimento pulmonar O A maioria dos pacientes com DMTC apresenta comprometimento pulmonar, geralmente assintomático nos estágios iniciais da doença, mas podendo se apresentar com dispnéia, dor torácica e tosse. O A dor pleurítica é comum e a doença intersticial pulmonar é geralmente progressiva.
  • 32. Manifestações radiográficas O Manifestações radiográficas de doença pulmonar incluem alterações intersticiais, derrame pleural, infiltrado pneumônico e espessamento pleural
  • 33. A tomografia de tórax (TC) A tomografia de tórax (TC) de alta resolução é o método mais sensível para determinar a presença de doença pulmonar intersticial. As alterações mais frequentes na TC de tórax são o espessamento septal, opacidades em "vidro fosco e favo de mel" e estão presentes em 48% a 78% dos pacientes com DMTC.
  • 34. Acometimento Renal O Ausência de comprometimento renal severo é o marcador da DMTC nestes órgãos. Isso é possível, por que os altos títulos de anti- U1 RNP parecem proteger os rins do desenvolvimento da glomerulonefrite proliferativa difusa grave.
  • 35. Acometimento Renal O Apenas 25% dos pacientes apresentam comprometimento renal e a forma mais comum é a glomerulonefrite membranosa, geralmente assintomática ou manifestando- se com síndrome nefrótica.
  • 36. Doença gastrointestinal O A alteração mais comum é a dismotilidade esofageana, presente em 70% dos casos e quase sempre assintomática na fase inicial da doença. O As alterações na manometria são similares às encontradas na esclerodermia, com redução da peristalse no terço inferior do esôfago e redução da pressão no esfíncter esofageano inferior. (Figura 5).
  • 38. Doença gastrointestinal Outras manifestações gastrointestinais observadas são pseudo-divertículos ao longo do cólon (Figura 6).
  • 39. Doença gastrointestinal O Dor abdominal pode acontecer, geralmente decorrente de hipomotilidade intestinal, serosite, vasculite mesentérica, pancreatite ou perfuração colônica
  • 40. Sistema nervoso central O As manifestações do SNC não são freqüentes. A mais comum manifestação é a neuropatia do trigêmeoneuropatia do trigêmeo. As cefaléias também são comuns, de provável origem vascular, com características de enxaqueca, mas também podendo ser decorrentes de meningite assépticameningite asséptica, apresentando nestes casos ao exame físico sinais de irritação meníngea
  • 41. Vasculopatia O A lesão vascular mais característica é a proliferação da íntima e a hipertrofia da camada média, afetando tanto pequenos como médios vasos. O São alterações que se assemelham as encontradas na esclerodermia, mas que diferem daquelas do LES.
  • 42. Critérios Diagnósticos *Para o diagnóstico deve-se ter o critério sorológico, acompanhado de pelo menos um dos critérios clínicos.
  • 43. Tratamento O Até o momento não há cura ou tratamento específico para DMTC, sendo que as recomendações terapêuticas atuais são baseadas na terapia convencional das demais colagenoses, O O tratamento medicamentoso da patologia depende dos sintomas e do padrão de envolvimento orgânico.
  • 44. Tratamento O 33% dos pacientes terão doença controlada apenas com analgésicos e antiinflamatórios não hormonais. O Tratamento da HAP Anticoagulação sistêmica e terapia vasodilatadora, com bloqueadores do canal de cálcio e análogos da prostaciclina, têm sido benéficos neste sentido, assim como o bosentan, um recente antagonista oral do receptor da endotelina,
  • 45. Tratamento O Miosite, pleurite, pericardite, miocardite, geralmente são intermitentes e tendem ter boa resposta ao uso de corticóides, O Síndrome nefrótica decorrente de glomerulonefrite membranosa, fenômeno de Raynaud, artropatias deformantes, acroesclerose e neuropatias periféricas são, em geral, resistentes aos corticosteróides.
  • 46. Tratamento O Altas doses de corticóides podem ser necessárias para controle de manifestações severas como vasculite, alveolite fibrosante e miosite grave.
  • 47. Tratamento O Manifestações comuns "ES-símile" devem ser conduzidas à maneira tradicional. Fenômeno de Raynaud tem bom resultado com bloqueadores do canal de cálcio, assim como sintomas decorrentes de refluxo gastroesofágico têm melhora com inibidores de bomba de prótons e pró-cinéticos.
  • 48. Tratamento À semelhança do LES, manifestações como artrite e dermatopatia "LES-símile" também tendem a responder ao uso de antimaláricos.
  • 49. Tratamento O Efeitos iatrogênicos decorrentes da corticoterapia (miopatia, infecções oportunistas, diabetes, necrose asséptica e osteoporose) Usar fármacos imunossupressores poupadores de corticóides.
  • 50. Tratamento O O citostático mais atualmente usado como poupador de corticosteróide é a ciclofosfamida, na dose de 1 a 2 mg/kg/dia, ou em pulsos mensais (infusões endovenosas), O O uso racional de metotrexate, azatioprina e antimaláricos também podem ser úteis para amenizar os efeitos colaterais da corticoterapia prolongada.
  • 52. Síndromes de superposição O Para definir uma síndrome de sobreposição é necessário identificar uma constelação de características distintas que constituem uma síndrome verdadeira. O Os pacientes que apresentam características incompletas (por exemplo, um paciente com fenômeno de Raynaud, artralgias e um FAN em baixos títulos) são melhor descritos como sendo portadores de uma doença indiferenciada do tecido conjuntivo
  • 53. Síndromes de superposição O As síndromes de sobreposição podem ser definidas através de duas bases: a primeira se baseia nas manifestações clínicas, e a segunda, através da detecção de auto- anticorpos.
  • 54. Síndromes de superposição -características clínicas- O O fenômeno de Raynaudfenômeno de Raynaud, a esclerodactiliaesclerodactilia e a alveolitealveolite são características comuns de inúmeras doenças autoimunes reumatológicas e não podem ser usadas isoladamente para definir uma síndrome.
  • 55. Síndromes de superposição -características clínicas- O A combinação de características específicas de distintas entidades nosológicas num mesmo paciente, como o espessamento cutâneo proximal da pele dos dedos na esclerodermia ou as erosões articulares na artrite reumatóide (AR), é muito sugestiva de uma síndrome de sobreposiçãosíndrome de sobreposição
  • 56. Síndromes de superposição -características clínicas- O Uma característica notável das doenças auto- imunes do tecido conjuntivo é que a grande maioria dos pacientes possui auto-anticorpos específicos ao DNA, RNA ou proteínas que se ligam a elas. O A especificidade antigênica destes anticorpos tem ajudado muito na distinção das doenças reconhecidas tradicionalmente.
  • 57. Síndromes de superposição -características clínicas- O O LES está associado com alguns "marcadores", anti- DNA nativo ou de dupla hélice ou anti-Sm. O Muitos anticorpos coincidem nas síndromes de sobreposição. Ex.anticorpos que reagem principalmente com o U1-ribonucleoproteína (RNP). O Estes anticorpos são encontrados em pacientes com características de sobreposição de LES, ES e polimiosite.
  • 58. Outras síndromes O Síndrome rara associada a DMTCDMTC e anticorpos U2-RNPU2-RNP e U3-RNAU3-RNA, O A sobreposição polimiosite/alveolitepolimiosite/alveolite fibrosantefibrosante encontrada em pacientes com anticorpos anti-Jo-1 e outras t-RNA sintetases. O A sobreposição polimiosite/esclerodermiapolimiosite/esclerodermia associada com anti-Pm/Sclanti-Pm/Scl
  • 59. Síndromes que combinam características de doenças e que estão associadas com anticorpos específicos.O As tRNA-sintetases associadas a síndromes de sobreposição O As tRNA-sintetases são enzimas citoplasmáticas que fazem parte de uma proteína de síntese, através da adição de aminoácidos específicos codificados pelo tRNA durante a junção dos polipeptídeos
  • 60. Síndromes que combinam características de doenças e que estão associadas com anticorpos específicos O Anti-Jo1 foi relacionado como um marcador para miosite, sendo detectado em mais de 26 pacientes com polimiosite, e raramente na dermatomiosite. O Mais tarde foi demonstrado que pacientes com anticorpos anti-Jo-1 tinham polimiosite e alveolite fibrosante; subsequentemente, outras características das doenças do tecido conjuntivo foram descritas, incluindo o fenômeno de Raynaud, artrite e um algumas características semelhantes a esclerodermia.
  • 61. Síndromes que combinam características de doenças e que estão associadas com anticorpos específicos O A sobreposição polimiosite/esclerodermia associada com anti-Pm/Scl vem se tornando reconhecida como uma importante síndrome de sobreposição que era subdiagnosticada anteriormente.
  • 62. Síndromes que combinam características de doenças e que estão associadas com anticorpos específicos O Anticorpos anticomplexo nuclear e citoplasmático envolvidos na transcripção da polimerase III no RNA, Ro (SS-A) e La (SS- B), aparecem em pacientes com síndrome de Sjögren que também têm manifestações de LES, isto é, a sobreposição Sjögren/LES.
  • 63. Diagnóstico O Uma das maiores dificuldades no diagnóstico das síndromes de sobreposição associadas a anti-tRNA sintetases é a detecção de anticorpos. Visto que as enzimas envolvidas na aminoacetilação pelo tRNA são citoplasmáticas, os anticorpos antinucleares são freqüentemente negativos.
  • 64. Diagnóstico 1- A imunofluorescência citoplasmática com uma distribuição perinuclear leva á procura de anticorpos anti-Jo1 ou outros relacionados as tRNA sintetases. 2-Pacientes com miosite, alveolite fibrosante e artrite devem ser também testados. 3-É importante ressaltar que muitos pacientes com anticorpos anti-Jo1 não apresentam miosite no ínicio da doença.