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Análise de textos de comunicação_Maingueneau

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  1. 1. ANÁLISE DE TEXTOS DE COMUNICAÇÃO Dominique Maingueneau Capítulo 1 – Enunciado e contexto Capítulo 2 – As leis do discurso Capítulo 3 – Diversas competências Patricia S. Machado Disciplina: Comunicação organizacional: uma abordagem discursiva – Profª Drª Elizabeth Gonçalves
  2. 2. Sobre o autor Dominique Maingueneau •França, 1950 •Linguista e analista do discurso •Professor na Universidade de Paris-Sorbonne •Co-editor do Dicionário de Análise do Discurso (Ed. Contexto, 2004)
  3. 3. Cap. 1 – Enunciado e contexto O sentido e o enunciado Um processo assimétrico Compreender um enunciado não é somente referir-se a gramática e a um dicionário, é mobilizar saberes muito diversos, fazer hipóteses, raciocinar, construindo um contexto que não é um dado preestabelecido e estável. (p. 20) •Superação de formas clássicas de interpretação •Um enunciado não possui sentido fixo. •A compreensão de um enunciado envolve contexto – temporalidade – perspectiva
  4. 4. O estatuto pragmático do enunciado Não F um ar
  5. 5. O estatuto pragmático do enunciado Interpretação: Sequência signos / sequência verbal: enunciado. Fonte enunciativa: idioma. Condições materiais de apresentação intervêm de maneira decisiva: modelo padrão - Interdição
  6. 6. “Se o leitor da placa não consegue determinar qual é esse ato, não adotará um comportamento adequado em relação ao enunciado: uma interdição não tem as mesmas consequências práticas de um voto ou um provérbio: desobedecer uma ordem pode, no mínimo, provocar uma repreensão ou mesmo uma penalidade” - O enunciado deve ser capaz de mostrar o valor pragmático por intermédio da enunciação. As condições materiais de apresentação:
  7. 7. O estatuto pragmático do enunciado Formas e cores convencionais Indicação paratextual Conhecimento de hábitos sociais
  8. 8. O estatuto pragmático do enunciado É PROIBIDO PROIBIR. “Não basta identificar esse enunciado como uma proibição regulamentar; é preciso, também, presumir que ele é “sério”, que a instância que o comunica tem realmente a intenção de significar o que ele significa, de agir de uma determinada maneira sobre o destinatário”
  9. 9. O estatuto pragmático do enunciado
  10. 10. As marcas lingüísticas O uso do verbo infinitivo não é suficiente para demonstrar a interdição. “Na verdade, se interpretamos ‘Não fumar’ como uma interdição, não é por causa unicamente do sentido de ‘fumar’, mas também porque sabemos que as placas nas paredes das repartições públicas geralmente servem para transmitir ordens (e não para expressar desejos), ou ainda porque sabemos que os médicos dizem que fumar prejudica a saúde, ou que o Estado promulgou leis contra o tabagismo...” Interdiscursos.
  11. 11. Os contextos As três fontes de informações para a interpretação: 1.Ambiente físico ou contexto situacional: o ambiente físico ou o lugar da enunciação. 2.O cotexto: recurso que usa a memória do intérprete e que relaciona uma unidade a uma outra no mesmo texto. Recurso linguístico do enunciado. 3.Os saberes anteriores à enunciação Exemplo: “Cantareira bate novo recorde negativo. Caso não chova, a água disponível deve acabar em novembro.”
  12. 12. Os procedimentos pragmáticos “Trata-se de procedimentos pragmáticos, porque exigem do destinatário uma análise do contexto e não somente uma interpretação semântica, seu conhecimento da língua” O destinatário não é passivo: É ele quem define o contexto para a interpretação. “A priori nunca há uma única interpretação possível para um enunciado e é preciso explicar quais os procedimentos do destinatário para chegar a mais provável, que será aquela que se deve proferir em tal e qual contexto”
  13. 13. Os procedimentos pragmáticos Para compreender o enunciado é necessário recorrer a recursos que vão além dos linguísticos. Oswald Ducrot: o sentido de “mas” é o de construir mais uma interpretação. O “mas” também contém instruções que são usadas para explicar proposições implícitas. Esta sala é um espaço reservado para não fumantes. Mas há um bar no final do corredor. “é impossível fumar” “é possível fumar”
  14. 14. Cap. 2 - As leis do discurso “As leis do discurso não são normas de uma conversação ideal, mas regras que desempenham um papel crucial no processo de compreensão dos enunciados. Pelo simples fato de serem conhecidos pelos interlocutores, elas permitem a transmissão de conteúdos implícitos.” -Ação de um saber mutuamente conhecido -Regras postuladas por cada um dos parceiros e aceitas por ambos -Obrigatórias e inconscientes -Normas que devem ser respeitadas num ato comunicacional verbal Várias denominações: -Princípio de cooperação (Grice) -Contrato de Comunicação (Charaudeau) -Relações de lugares (Flahault)
  15. 15. As principais leis Lei da pertinência: -O enunciado deve ser adequado ao contexto -Causar interesse ao destinatário -Conter informações que modifiquem a situação Lei da sinceridade: -Engajamento do enunciador. Desejo da realização do que se diz. -Deve-se garantir a verdade no que se diz -Uso de advérbios como “francamente” ou “sinceramente” – conflitante com outras leis (como a da polidez). Deveria ser desnecessário o uso.
  16. 16. As principais leis Lei da informatividade: -Não se deve falar para não dizer nada. -Postula que se deva dar informações novas ao destinatário. -Mesmo não havendo nada de novo, busca-se uma informação implícita. Ex: “Para aqueles a quem o Punto já não bastava, aqui está o Punto” Lei da exaustividade -Não é uma repetição da lei da informatividade -O enunciador deve dar o máximo de informação. -Não esconder nenhuma informação importante: “um grupo de jovens agride um homem” -Não exceder informações: “Um grupo de jovens agride um policial loiro de setenta e sete quilos”. - A informatividade depende da pertinência.
  17. 17. As principais leis As leis da modalidade -As informações devem ser claras (pronúncia, escolha das palavras, construção das frases) e econômicas (formulações diretas). -Não há uma regra geral para a clareza, pois existem diversos gêneros de discurso. Ex.: as usadas em um artigo acadêmico não são as mesmas de uma conversa familiar. -Há exceções. As normas podem ser suspensas quando, por exemplo, “os enunciados não são destinados a serem compreendidos no sentido habitual da palavra, mas a suscitar a procura lúdica de sua significação.
  18. 18. Preservação das faces A comunicação verbal é •uma relação social •submete-se a polidez •transgredir algumas das leis: má educação Teoria das Faces (P. Brown e S. Levinson inspirados por E. Goffman) Fenômeno da polidez integra-se à teoria da faces. Cada indivíduo tem duas faces (totalizando 4 faces): -Face negativa: o território de si (seu corpo, sua intimidade -Face positiva: fachada social (imagem valorizante) “todo ato de comunicação verbal pressupõe uma ameaça para uma ou várias dessas faces”
  19. 19. Preservação das faces •Atos humilhantes - As falas ameaçadoras para a face positiva do locutor: admitir um erro, desculpar-se, etc. •Atos que demandam tempo e energia - As falas ameaçadoras para a face negativa do locutor: promessas, avaliações, julgamentos, etc. •Falas que a ameaçam a face positiva do destinatário: receber críticas, insultos, etc. •Falas que ameaçam a face negativa do destinatário: perguntas indiscretas, conselhos não solicitados, etc. Uma fala pode ameaçar uma face para preservar uma outra. Desenvolvimento de estratégias (acordos e negociações) para equilibrar estas contradições.
  20. 20. Preservação das faces Diferença entre discurso publicitário e discurso jornalístico Discurso publicitário Ameaça as duas faces do destinatário (oferta) Esforçar-se para criar um discurso sedutor que anule imaginariamente as ameaças. Discurso jornalístico Antecipadamente legitimado (demanda) Procura valorizar as faces positivas: Do leitor e do locutor (ele próprio)
  21. 21. Cap. 3 - Diversas competências “O domínio das leis do discurso e dos gêneros de discurso (a competência genérica) são os componentes essenciais de nossa competência comunicativa, ou seja, de nossa aptidão para produzir e interpretar os enunciados de maneira adequada às múltiplas situações de nossa existência. Essa aptidão não requer uma aprendizagem explícita; nós a adquirimos por impregnação, ao mesmo tempo que aprendemos a nos conduzir na sociedade” (p. 41)
  22. 22. Tipos de competências Competência linguística Domínio da língua Competência enciclopédica Conhecimento do mundo. Varia conforme a sociedade em que se vive. Tudo o que se aprende se torna potencial fonte de produção e compreensão de enunciados. Scripts (roteiros) – sequências estereotipadas de ações. Competência genérica Necessária para a compreensão dos inúmeros gêneros de discurso. Varia de acordo com os tipos de indivíduos envolvidos. Revela a desigualdade social. Relacionada ao desempenho de certos papéis. Ex.: aluno(a), professor(a)
  23. 23. A interação das competências •As diversas competências interagem para que possamos produzir uma interpretação. •Uma competência pode suprir as deficiências de outra. Ex: a compreensão de um enunciado em um idioma que não se tenha fluência completa, mas que pode ser compreendido através do contexto em que se apresenta.
  24. 24. Leitor-modelo e saber enciclopédico •A fala é uma atividade fundamentalmente coorperativa. •Cabe ao autor prever a “imagem” e as competências dos leitores que irão decifrar o enunciado. •Chegar a uma justa medida entre as competências linguística e enciclopédica que se espera do leitor. As produções midiáticas dividem os leitores por públicos: •temáticos •generalistas
  25. 25. Grata. Patricia S. Machado foxmachado@gmail.com

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