1. Tema: A República de Platão
Professor: Rogério
Aluna: Katia Monteiro
SEMINÁRIO DE FILOSOFIA POLÍTICA
2. BIOGRAFIA BREVE DE PLATÃO
Nasceu em Atenas , em 428/427 a.C. Seu verdadeiro nome era Aristócles.
Platão é um apelido que derivou, como referem alguns, de seu vigor físico ou,
como contam outros, da amplitude de seu estilo ou ainda da extensão de sua
testa. Seu pai com rei um rei como antepassado e sua mãe tinha parentesco
com Sólon.
Travou seu primeiro contato direto com a política em 404/403 a.C, quando dois
de seu parentes assumiram o poder, essa experiência trouxe muita frustração a
ele pois atestou atos violentos por parte daqueles em quem confiava.
Seu desgosto ainda maior com a política Ateniense se deu com a condenação
de Sócrates a morte.
Viajou por alguns lugares (Mégera, Egito, Itália), onde fez amigos e inimigos
importantes por conta de suas idéias.
Retornando a Atenas funda a academia e um ginásio. Viaja outras vezes.
Retorna mais uma vez a Atenas onde assume a direção da academia até sua
morte ocorrida em 347 a.C.
Os trinta e seis trabalhos que produziu estão subdivididos em nove tretralogias.
3. A REPÚBLICA – LIVRO I
Resumo: O texto trata de um diálogo
decorrido de um encontro entre Sócrates e
um grupo de amigos em uma festa, realizada
em louvor deusa grega Bêndis. Convidado a
ir a casa desses amigos Sócrates dirige-se
pra lá juntamente com os demais. Lá
encontram outros que iniciam um diálogo
que passa por dois interlocutores ( Céfalo e
Polemarco) antes de chegar ao diálogo
predominante entre Sócrates e Trasímaco.
Nesse diálogo a tônica abordada gira em
torno da natureza da justiça, da injustiça e
dos predicados que as cercam.
4. A REPÚBLICA – LIVRO I
ENCONTRO DE SÓCRATES E GLÁUCON COM
POLEMARCO NA FESTA DE BÊNDIS
Sócrates e Gláucon já saindo da festa em
louvor a deusa grega Bêndis foram convencidos
por Polemarco e Adimanto a ficar até a noite
para ver uma corrida de cavalos. Como ainda
faltava algum tempo para a corrida foram
convidados por Polemarco a irem à sua casa.
Dirigindo-se a casa de Polemarco, Sócrates e
seu amigo encontram lá o pai de Polemarco
(Céfalo), velho conhecido de Sócrates. Céfalo
lamenta não encontrár Sócrates com tanta
frequencia em decorrência de sua já adiantada
idade.
5. A REPÚBLICA – LIVRO I
A REUNIÃO DE AMIGOS NA CASA DE CÉFALO
Sócrates então confessa seu prazer de
tecer conversação com pessoas mais velhas
e indaga céfalo a respeito da velhice.
Céfalo lhe responde que a velhice não é
culpada de todos os males…Dinheiro
também não é a unica razão de estar feliz,
pois ao insensato tê-lo ou não tê-lo não faz
diferença. Céfalo conclui em seu discurso
que importante na vida é falar a verdade e
pagar dívidas.
6. A REPÚBLICA – LIVRO I
TÔNICA DA DISCUSSÃO – JUSTIÇA E SEUS
DERIVADOS
“A esperança acalenta a alma do que vive em justiça
e santidade e é-lhe nutriz da velhice e companheira
de jornada; a esperança, que rege soberana a alma
inquieta dos mortais.”
Simônides
Sócrates indaga a respeito da citação feita por Céfalo
de Simônides a respeito do que vem a ser
justiça.Dizer a verdade e pagar dívidas, nada mais?
Céfalo retira-se da conversa para prestar sacrifícios
e segue, Polemarco seu filho, adiante o diálogo.
7. A REPÚBLICA – LIVRO I
Qual era a intenção de Simônides ao dizer que a justiça consiste em falar a
verdade e em pagar as dívidas?
Em diálogo Polemarco e Sócrates chegam a conclusão de que:
Talvez quisesse dizer que a justiça é fazer bem aos amigos e mal aos inimigos
é a conclusão que chega Polemarco após breves explanações.
Sócrates contrapõe dizendo que a justiça é inútil para quem não faz guerra.
Polemarco discorda dizendo que a justiça é útil mesmo em tempos de paz
(contratos comerciais).
Sócrates numa série de associações (construir casa/ pedreiro, jogador/jogo)
pergunta para Polemarco a quem seria mais vantajoso se associar em
determinadas situações ao justo ao especialista que se faz necessário para
aquela determinada causa .Sócrates chega a conclusão que a única vantagem
em associar-se ao justo é quando se quer confiar-lhe a guarda de um dinheiro
que nos sobra ( o que sobra nào nos é útil).
Sócrates e Polemarco deduzem,portanto, que a justiça é útil às coisas quando
elas são inúteis e inútil quando elas são uteis.
8. A REPÚBLICA – LIVRO I
UM NOVO PONTO DE VISTA: O MAIS CAPAZ DE FAZER BEM NÃO
SERÁ TAMBÉM O MAIS CAPAZ DE FAZER MAL?
Sócrates a essa altura lança a questão: “Mas não é bom guardião de um
exército quem rouba aos inimigos os segredos, os planos e tudo que lhes
concerne?”
Sócrates e Polemarco chegam a conclusão que quem é hábil para guardar é
hábil para roubar. Portanto a justiça é a arte de roubar em favor dos amigos.
Sócrates lança outro questionamento: julgamos bem quem é amigo e quem é
inimigo? Pensam que não portanto:
Sócrates diz que devemos fazer o bem para o amigo bom e mal para o inimigo
mal.
Sócrates arguindo com Polemarco então lança mais uma proposição”: “É
próprio, pois, do justo(…), fazer mal a quem quer que seja?
Polemarco afirma que é preciso fazer mal aos nossos inimigos.
Sócrates vai mais longe e pergunta se a justiça de uns pode fazer alguns
piores.
Sócrates e Polemarco concluem que para a justiça os bons podem tornar os
outros maus.
Sócrates mais uma vez indaga: “Mas o justo é bom?” Polemarco diz que sem
dúvida
Sócrates e Polemarco concluem que não é próprio do justo prejudicar a um
amigo ou pessoa alguma.
9. A REPÚBLICA – LIVRO I
Sócrates e Polemarco concordam que se a
justiça consiste em devolver a cada um o que
se lhe deve, como definição de homem justo,
entende-se portanto que o homem justo deve
prejuízo a seus inimigos e serviço a seus
amigos, o que consiste numa inverdade, pois
em nenhum caso parece justo fazer o mal.
Sócrates propõe a Polemarco que é preciso
discordar ou então pedir mais explicações aos
sábios a respeito dessa afirmação.
10. A REPÚBLICA – LIVRO I
A BRUTALIDADE DE TRASÍMACO
Trasímaco que assistia a tudo, exaltado, replicou com
veemência Sócrates pedindo que parasse de fazer
perguntas e desse as respostas se as queria.
Sócrates declara que tem uma resposta diferente
daquelas que são aceitas como verdade e por isso
precisa ser instruido a aceitar como verdades aquelas as
que dizem ser e seria proibido, portanto ,de falar aquilo
que pensa. Persuade ele a Trasímaco (através da ironia)
a instruir a ele e aos demais presentes.
Trasímaco afirma que Sócrates instriu-se com os demais
e nem paga por isso…mas depois declara sua opinião
acerca do que é justo: “Declaro que o justo não é outra
coisa senão o vantajoso ao mais forte.
11. A REPÚBLICA – LIVRO I
TRASÍMACO É ATACADO COM SUAS PRÓPRIAS
PALAVRAS
Sócrates pergunta a Trasímaco se entre as cidades há governos
tirânicos, democráticos e outros aristocráticos, respondendo ele
afirmativamente. O elemento mais forte da cidade é o governo?
Trasímaco também concorda.
Sócrates então argumenta que cada governo estabelece a lei de
acordo com seu “modus operandi”, pois bem declarando justas
estas leis punem quem as transgride como violador da lei e
culpado de injustiça. Portanto pode-se concluir que em todas as
cidades o justo é uma e mesma coisa: vantajoso. Mas segundo
teu argumento (Trasímaco) é o vantajoso ao mais forte, fato que
ignoro. Pois, se os governantes são suscetíveis a falhas, podem
elaborar leis boas ou más, portanto, quando os governates criam
involuntariamente coisas que lhe são prejudiciais ordena-se que
o mais fraco faça o que é desvatajoso ao mais forte.
Trasímaco vê seu argumento desfeito
12. A REPÚBLICA – LIVRO I
O SENTIDO ESSENCIAL DAS PALAVRAS É DISTINGUIDO
DE SEUS ATRIBUTOS
Trasímaco refuta o argumento de Sócrates distinguindo ciência
do indivíduo, quando o indivíduo age de acordo com sua ciência
ele a tem quando não, não a tem.
Sócrates através de exemplos explica que a ciência (que pode
ser chamada de arte) não visa sua própria vantagem, mas a do
objeto que ela serve. A medicina visa a vantagem do corpo assim
como todas as outras artes. Portanto a ciência pura de governar
`não pode, segundo “nossas”conclusões ordenar sua própria
vantagem.
Trasímaco discorre longamente acerca de justiça e injustiça e
chega a conclusão que o justo tem sempre prejuízo enquanto
que os injustos não. Afirmando que a injustiça é mais vantajosa
do que a justiça que é mais forte, mais livre, mais digna de um
senhor do que a justiça, portanto o justo consiste na vantagem
do mais forte e o injusto é para si mesmo vantagem e proveito.
13. A REPÚBLICA – LIVRO I
É REFUTADO O NOVO PARADOXO DE TRASÍMACO, MAIS
EXTREMO DO QUE O PRIMEIRO
Sócrates afirma que não fica convencido de que, o homem injusto possuindo
poder de praticar a injustiça pela fraude ou pela força, obtenha dela mais lucro
do que da justiça.
Aqui com exemplos chegam os dois a conclusão de que a arte (ciência)
acrescenta a si um elemento e isso lhe é proveitoso ($), pois a ninguém seduz
remediar males alheios sem remuneração, mas visando o benefício do mais
fraco.
Trasímaco porém argumenta que o estímulo a governar sendo esse despertaria
cobiça e ambição, o que não é próprio dos bons.
Sócrates rebate dizendo que os bons se habilitam à causa para não sofrerem o
castigo de serem governados pelos perversos.
Trasímaco rebate dizendo que aos justos governar não interessa e que um
homem inteligente preferiria receber benefícios do que dar-se o encargo de
fazê-lo aos demais.
Sócrates se vê na necessidade de perguntar aos demais, antes de levantar
razão a razão o que parecia a eles mais veradadeiro, Gláucon responde que
considerava mais vantajosa a vida do justo.
Trasímaco afirma categoricamente que a injustiça perfeita é mais vantajosa que
a perfeita justiça
14. A REPÚBLICA – LIVRO I
É REFUTADO O NOVO PARADOXO DE
TRASÍMACO
Sócrates começa sua argumentação perguntando a Trasímaco se
chamaria a justiça virtude e a injustiça vício os dois concluem que não e
Sócrates vai mais longe perguntando se ele chamaria a justiça maldade,
repondendo ele chamou a justiça generosa ingenuidade. Portanto concluiu
Sócrates a injustiça é maldade.
Trasímaco refutando disse que é discernimento. Sócrates conclui que
Trasímaco além de dizer que a injustiça é boa ela é inteligente. Trasímaco
assente que sim, quando o indivíduo é capaz de realizar a injustiça
completa.
Sócrates pergunta a ele se o homem justo procura em alguma coisa tirar
vantagem do justo ou do injusto assim como o sabedor quererá prevalecer
sobre o ignorante ou sobre outro sabedor, Trasímaco responde que o
sabedor irá prevalecer sobre o ignorante e o justo não quererá tirar
vantagem nem do justo tampouco do injusto, fazendo com que Sócrates
conclua que bom e sábio é o homem justo. E vai mais além perguntando se
o injusto quererá prevalecer sobre o seu contrário e o seu semelhante
assim como o ignorante quererá prevalecer sobre o sábio e o ignorante, e
15. A REPÚBLICA – PARTE I
A VIDA DO JUSTO É MELHOR E MAIS FELIZ DO QUE A
DO INJUSTO?
Segundo Sócrates era o que faltava examinar…
Segundo Sócrates há virtude em cada coisa, a que
uma função está consignada. Consentiu a isso
Trasímaco.
Sócrates desfia seu comentário à partir da
comparação de que cada coisa desempenha bem
sua função pela virtude que lhe foi designada (olhos
/veem, ouvido/ouve…) e desempenha mal sua
função pelo vício contrário (cegueira). Se foi
acordado anteriormente que a injustiça é um vício a
justiça é virtude o justo é feliz e o injusto infeliz.
Portanto a injustiça nunca será mais proveitosa que a
justiça.
16. A REPÚBLICA – PARTE I
CONCLUSÃO DE SÓCRATES
Conclui Sócrates não se regalou inteiramente
não por culpa de Trasímaco, mas por sua
própria, pois sua preocupação em definir se a
justiça é vício ou ignorância, sabedoria ou
virtude, se a injustiça é mais vantajosa que a
justiça, fez com que não empreendesse esforço
em definir o que é justiça, portanto não pode
deduzir que se ela é virtude ou vício ou se
quem a possui é feliz ou infeliz. “…de modo que
o resultado de nossa palestra é que nada sei…”