SlideShare a Scribd company logo
1 of 76
Download to read offline
2   outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -




Semads / Serla




                  Revitalização de rios
                  - orientação técnica -




         Projeto Planágua Semads / GTZ de Cooperação Técnica Brasil / Alemanha

                               outubro/2001
outubro/2001                                                                     3
Revitalização de Rios
- orientação técnica -
                                             Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme decreto no 1.825,
                                                               de 20 de dezembro de 1907.


                                                                Ficha catalográfica
                                     R454

                                              Revitalização de rios - orientação técnica / Ignez Muchelin Selles,

                                               [et al.] - Rio de Janeiro: SEMADS 2001.
                                               78p.: il.
                                               ISBN 85-87206-12-05
                                               Cooperação Técnica Brasil - Alemanha, Projeto PLANÁGUA-
                                    SEMADS / GTZ
                                               1. Recursos Hídricos. 2. Meio Ambiente. 3. Engenharia Ambiental. 4.
                                    Obras Hidráulicas. 5. Saneamento. I. PLANÁGUA. II. Selles, Ignez Muchelin. III.
                                    Riker, Fernando. IV. Rios, Jorge Paes. V. Binder, Walter.

                                              CDD 620.85




                                                                      Editoração
                                                              Jackeline Motta dos Santos
                                                                 Raul Lardosa Rebelo


                                                             Projeto gráfico e diagramação
                                                                  Luiz Antonio Pinto




                                            Colaboraram na elaboração desta publicação:
                                                   Alan V. Vargas ( Serla )       Leonardo Cunha ( Planágua - Consultor )
                                                  Fernando Riker ( Serla )        Sabina Campagnani ( IEF )
                                 Giselle Bahiense ( Planágua - Consultora )       Verônica da Matta ( Serla )
                                           Ignez Muchelin Selles ( Serla )        Walter Binder ( Planágua - Consultor )
                                                 Jorge Paes Rios ( Serla )        Zeferino Araújo ( Serla )




                                                                      Coordenação:
                                                                    Antônio da Hora
                                                       ( Subsecretário Adjunto de Meio Ambiente )
                                                                     Wilfried Teuber
                                                               ( Planco Consulting - GTZ )



                         O Projeto Planágua Semads/GTZ, de Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, vem apoiando o Estado do Rio
                          de Janeiro no gerenciamento de recursos hídricos com enfoque na proteção de ecossistemas aquáticos.

             4                                                                                                         outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -




Sumário



                     7           Apresentação


        9                 Introdução


        11
                                 Caracterização dos rios e córregos no
                                 Estado do Rio de Janeiro


       15                 Revitalização de rios e córregos em
                          áreas rurais


        21                       Revitalização de rios e córregos em
                                 áreas urbanas


       29                 Mata ciliar



        35                       Técnicas de
                                 engenharia ambiental


       47                 Estudos de casos de revitalização
                          .   Zona rural   .   Zona urbana   .   Áreas úmidas


        61                       Glossário



       63                 Bibliografia



        65                       Anexo 1- Lista de espécies recomendadas para
                                 recomposição de mata ciliar     .
                                                                Anexo 2 - Projeto de
                                 revitalização   .
                                                 Anexo 3 - Projeto paisagístico Vargem Pequena


       73                 Projeto Planágua Semads / GTZ


outubro/2001                                                                                     5
Revitalização de Rios




 6
               - orientação técnica -




outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -




Apresentação




      O        presente trabalho, mais um da série recursos hídricos, em busca de conhecimento
                    realizada no âmbito do projeto mais profundo de projetos já realizados com
  Planágua Semads/GTZ, de Cooperação Técnica êxito e para discussão do tema junto a
        Brasil – Alemanha, pretende dar apoio ao especialistas alemães.
          Estado do Rio de Janeiro na gestão dos             Resultado dos novos conhecimentos
     recursos hídricos. A revitalização de rios e assimilados, este trabalho apresenta
    córregos, a partir de exemplos europeus, é o orientações sobre procedimentos para
                                  tema prioritário. conservação e revitalização de rios e córregos
                 Experiências realizadas na Europa fluminenses, indicando caminhos que, sob uma
    demonstram que é factível a recomposição de nova abordagem, possibilitem a adoção de
  rios, ou seja, o restabelecimento de seu estado novas técnicas de engenharia ambiental que
           primitivo, o mais natural possível, não contribuam para a preservação e
    obstante as restrições e obstáculos impostos desenvolvimento da biodiversidade e para que
             ao processo no meio rural e urbano. se obtenha uma mais saudável integração das
                    Anteriormente, para mostrar a atividades humanas com o rio.
         viabilidade do processo de revitalização,           A nossa expectativa é que esta
        publicou-se o trabalho intitulado “Rios e   publicação tenha uma ampla divulgação não só
                Córregos – Preservar, Conservar, no Estado do Rio de Janeiro como em todo o
  Renaturalizar”,                                                                  país, de tal
           que em                                                                  modo que
conseqüência da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e funcione como
           grande                                                                  instrumento
     demanda, em                Desenvolvimento Sustentável                        prático para
   todo o Brasil,                                                                  esferas do poder
     exigiu várias                                                                 público,
  edições. Seguiu-se ainda uma série de palestras sobretudo pelas prefeituras e a população, que
       em diversos municípios e universidades do poderão encontrar nestas páginas
  Estado do Rio de Janeiro, além de estágios, na esclarecimentos para o trato da questão
      Alemanha, de técnicos da área de gestão de ambiental e das águas.
outubro/2001                                                                                       7
Revitalização de Rios
- orientação técnica -




                                        Agradecimentos

                                        Estagiários da Cefet-RJ:
                                        Adriane Vieira Fonseca
                                         Igor Santos Santana
                                            Tiago Belmont
                                               Jorge Pio

                         A todos os participantes das palestras e dos seminários
                           na Serla, nas universidades e nos municípios, pelas
                                      contribuições e pelas críticas.

                            Os colegas da Alemanha agradecem muito pelo
                            acolhimento cordial, pela troca de idéias e pela
                                        cooperação amigável.


           8                                                                       outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -




Introdução




                                                                                   Foto: Planágua




           R       ios e córregos envolvem muito
                   mais que água, são espaços
            vitais para muitas espécies da flora
            e fauna e permitem múltiplos
            aproveitamentos pelo homem. No
            início dos núcleos urbanos, foram
            determinantes para o
            desenvolvimento das diversas
            atividades humanas, assim como,
            fundamentais na composição
            paisagística e urbanística.
                     Nos dois últimos séculos,
            muitos rios e córregos foram
            modificados com o objetivo de
            acelerar o transporte das águas de
            cheias, drenar baixadas úmidas para          Rio canalizado
            incremento das culturas agrícolas e
            ampliar áreas para assentamento
            das populações. Também, muitas         culturais, sanitários, ecológicos,
            vezes, as construções de vias          urbanísticos e paisagísticos.
            férreas e estradas foram motivo para           Uma ameaça para o homem
            a retificação de rios. Pode-se         e para o meio ambiente é o
            observar essas tendências, em          lançamento de esgotos não-tratados
            muitos rios e córregos no Estado do    em rios e córregos, que os
            Rio de Janeiro. Na maior parte das     impossibilitam de serem
            intervenções só foram considerados     aproveitados como áreas de
            os aspectos setoriais e                recreação e lazer, entre outros usos
            negligenciados os aspectos             mais nobres.
outubro/2001                                                                                        9
Revitalização de Rios
- orientação técnica -
                                     Atualmente, a gestão de                  águas de enchentes. Neste sentido,
                            recursos hídricos inclui,                         a conservação e revitalização de
                            obrigatoriamente, os usos múltiplos               cursos d’água, em áreas urbanas e
                            da água . Para este fim, revitalizar              rurais, e a proteção de águas
                            rios é fundamental, para que haja                 subterrâneas se constituem,
                            possibilidade de outros usos serem                também, em instrumento integral da
                            (re)introduzidos e não apenas utilizá-            Gestão de Recursos Hídricos. Para
                            los como meio drenante e de                       essas finalidades é importante
                            transporte de esgotos, lixo e das                 reconhecer que:


                         . Rios e córregos são mais que simples transportadores de água
                         . Rios e córregos devem ser protegidos contra lixo e esgotos com vistas à saúde
                         pública
                         . Rios e córregos necessitam de seu espaço natural de escoamento, suficiente
                         para evitar os danos provocados pelas enchentes
                         . Rios e córregos são áreas de recreação, esporte, lazer e contemplação
                         . Rios e córregos têm influência determinante nas paisagens, onde se torna
                         importante a preocupação com o bem estar e o equilíbrio emocional do homem
                         . Rios e córregos têm papel decisivo no processo histórico de desenvolvimento
                         dos núcleos urbanos e de comunidades rurais
                         . Rios e córregos são ecossistemas complexos
                         . Rios e córregos apresentam múltiplos usos, mas precisam de quantidade e
                         qualidades mínimas para sua sobrevivência
                         . Rios e córregos necessitam da assistência e do envolvimento da população na
                         sua preservação
                         . Rios e córregos não são somente áreas de exploração econômica para o homem
                         . Rios e córregos são essenciais à vida
                                                                                          Foto: Planágua




                                                Rio Mambucaba ( Município de Angra dos Reis )

           10                                                                                                 outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -



Características dos rios
e córregos no estado




                                                     a extensão de seu curso, nas
                              Paisagens de           cidades e na zona rural.
                          águas superficiais                No trecho das montanhas e
                                                     colinas, os rios menores e os córregos
                                                     formam bacias alongadas muitas
                                                     vezes bem estreitas. Em muitos,

           N        o Estado do Rio de Janeiro,
                   existem algumas regiões que
            possuem os mais elevados índices de
                                                                                                       Foto: Planágua




            precipitação do Brasil. Isto explica a
            grande quantidade de águas
            superficiais. A Serra do Mar, as
            paisagens de colinas e as baixadas
            costeiras com suas lagunas se
            integram aos principais sistemas
            ecológicos, hidrológicos, geológicos e
            climáticos. A morfologia dos rios e
            córregos e sua dinâmica dependem da
            combinação de diversos fatores, entre
            os quais o clima, a geologia e a
            geomorfologia. O maior rio do Estado,
            o Paraíba do Sul, se desenvolve parte
            no Estado de São Paulo, corre ao
            longo da divisa do Rio de Janeiro com
            Minas Gerais e deságua no Oceano
            Atlântico, no Município de Campos
            dos Goytacazes, apresentando                   Cascata Taunay, na Floresta da Tijuca ( Município do
            diferentes paisagens ao longo de toda          Rio de Janeiro )

outubro/2001                                                                                                            11
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                                                                          Foto: Planágua
                         o leito se situa direto na rocha ou é
                         formado por matacões. As inúmeras
                         cachoeiras e quedas d’água nas
                         montanhas são atrativos turísticos por
                         sua paisagem e como espaços
                         adequados ao lazer.
                                 Nos trechos médios, com
                         paisagem de colinas, os cursos e as
                         velocidades das correntes são
                         comparáveis aos da montanha, sendo
                         que o material constituinte do leito e
                         das margens é, na maioria das vezes,
                         mais fino. Com a diminuição da
                         velocidade da corrente, os rios
                         formam meandros e espaços vitais
                         para diversas espécies, ampliando a
                         zona de contato água-leito-margem-
                         mata ciliar.
                                                                                     Rochedos e seixos rolados formam leito dos rios e
                                                                                     córregos ( rio Preto, em Visconde de Mauá,
                                                                                     Município de Resende, Rio de Janeiro )




                                                                                   Originalmente, o Estado do Rio
                                                                           de Janeiro esteve quase totalmente
                                                                           coberto de mata. Quase todos os rios
                                                                           e córregos apresentavam densas
                                                                           florestas nas margens. Estas
                                                  Foto: Planágua
                                                                           florestas foram destruídas com o
                                                                           avanço do cultivo do café e,
                                                                           posteriormente, com a extensão das
                                                                           pastagens para a agropecuária.
                                                                           Atualmente as matas ciliares são
                                                                           quase inexistentes. Diversas
                                                                           comunidades bióticas fluviais foram
                                                                           extintas com a retificação dos rios,
                                                                           principalmente nos vales com baixa
                                                                           velocidade.




                                                                   Trecho de rio com curso natural na
                                                                   Serra do Mar com floresta de Mata Atlântica
                                                                   ( Parque Nacional de Itatiaia, Rio de Janeiro )


           12                                                                                                                       outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                                                              Revitalização de Rios
                                       Foto: Planágua



                                                          Curso natural de rio com blocos de
                                                          rocha no leito ( Município de Macaé,
                                                          Rio de Janeiro )




                                                                                                                                    Foto: Planágua




               Trecho de rio com grupos de arbustos
                e árvores ( Município de Casimiro de
                              Abreu, Rio de Janeiro )




                                                                                  Foto: Planágua
                                                                                                   Curso natural com pouca
                                                                                                   vegetação ( Município de Angra
                                                                                                   dos Reis, Rio de Janeiro )


                                                                                                                                    Foto: Planágua




                                                   Curso natural de rio acompanhado de mata
                                                          ciliar ( rio Santa Catarina, Fazenda
                                                       Carrapeta, Município de Conceição de
                                                                       Macabu, Rio de Janeiro )



outubro/2001                                                                                                                               13
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                                          Foto: Planágua



                           Foz natural de rio, no Oceano
                         Atlântico, ( Município de Paraty,
                                          Rio de Janeiro )




                                             Foto: Planágua




                                                              Rio com depósitos rochosos
                                                              ( rio Muriaé, Município de
                                                              Itaperuna, Rio de Janeiro )




                                                                                                Foto: Planágua




                                      Rio Paraíba do Sul
                                ( Município de Três Rios,
                                         Rio de Janeiro )


           14                                                                               outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -



Revitalização de rios e
córregos em áreas rurais




            O        s rios e córregos, que passam
                    por planícies, formam curvas
            bem caracterizadas ( meandros ) por
                                                                          nível freático, drenar as águas e
                                                                          aproveitar as terras para a agricultura,
                                                                          a pecuária e expansão urbana. Com
            causa de sua baixa velocidade.                                a perda da mata na bacia contribuinte
            Ampliam o potencial ecológico e                               e ao longo dos rios e córregos, as
            melhoram a qualidade ambiental por                            vazões naturais se modificaram. As
            oferecer condições naturais ao                                águas passaram a escoar com maior
            desenvolvimento das espécies.                                 velocidade e a erosão aumentou. As
                    A partir da primeira metade do                        águas correntes se aprofundaram,
            século XX, alguns rios foram                                  formando-se terraços nas margens.
            retificados e suas extensões                                          Como decorrência dessas
            diminuíram. O objetivo foi baixar o                           transformações, verificaram-se grandes

                                                                                                            Foto: LfW, Munique




      Retificação de meandros de rios ( iniciado em 1900, na Alemanha )

outubro/2001                                                                                                                     15
Revitalização de Rios
- orientação técnica -
                          prejuízos aos ecossistemas e o                                      pontes e travessias, passaram a
                          rebaixamento do leito do curso d’água.                              correr riscos de desabamento.
                          A retirada da mata ciliar causou a                                           A recuperação dos cursos
                          perda da estrutura do solo e dos                                    d’água até a sua forma original, quase
                          organismos, afetando bastante os                                    sempre, necessita de grandes áreas e
                          lugares propícios à alimentação, à                                  isso pode tornar muito onerosa e
                          desova e às condições de vida da                                    praticamente impossível de se realizar.
                          fauna aquática e ribeirinha, além de                                Entretanto, sempre há possibilidades
                          potencializar a erosão. As retiradas de                             de melhorar a situação ecológica de
                          areia também afetaram o ecossistema                                 rios retificados, através de projetos de
                          aquático. O leito do rio se aprofundou                              revitalização com as seguintes
                          de modo significativo e obras, como                                 medidas:



                         . Permitir que o rio desenvolva um curso mais natural e volte a formar meandros.
                         Depois de um certo tempo, os processos erosivos fluviais se estabilizariam e assim,
                         facilitariam o ressurgimento da biota, e conseqüentemente a revitalização do rio. Em
                         comparação à situação anterior (rio retificado), necessita-se de mais áreas marginais
                         . A mata ciliar melhora as condições ecológicas, hidrológicas e morfológicas. Por isso,
                         nesses trechos de rios deve-se proteger ou plantar mata de espécies nativas. Em geral,
                         utiliza-se uma faixa com largura mínima de 30 metros, nas áreas rurais, para
                         atendimento ao disposto no Código Florestal
                         . Suspender as retiradas de areia para deter o aprofundamento do leito do rio. Esse
                         rebaixamento é responsável pela escavação das infra-estruturas de pontes e outras
                         obras, tornando-as instáveis



                                                                                                                                            Foto: Planágua




                               Rio retificado. O leito é arenoso, pobre em estruturas fluviais típicas, baixa oferta de biótipos para plantas e animais (
                               rio Macaé, Rio de Janeiro )

            16                                                                                                                                               outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                                               Revitalização de Rios
                                                                                                              Foto: Planágua




                A retirada de areia causou o aprofundamento do leito ( rio São João )




                                                                                                              Foto: Planágua




               Aprofundamento do leito, em conseqüência o bloco no meio foi escavado com risco para a ponte




outubro/2001                                                                                                                   17
Revitalização de Rios
- orientação técnica -
                                   As possibilidades para uma                           pequenos produtores e especialistas
                         revitalização de rios e córregos em                            das entidades públicas de recursos
                         zonas rurais são muito maiores, ao                             hídricos, florestais e agrícolas.
                         contrário dos rios e córregos em zonas                         Fazendeiros interessados devem ser
                         urbanas, pela facilidade de se obter                           motivados para participarem dos
                         maiores áreas e por suas águas                                 estudos de recuperação de rios e
                         serem menos poluídas.                                          formar base para a gestão integrada
                                  A idéia da recuperação dos rios                       dos recursos hídricos da bacia, assim
                         com mata ciliar deve ser propagada e                           como os municípios, Comitês de
                         realizada com a cooperação de todos                            Bacia e os Consórcios
                         os atores: população local, fazendeiros,                       Intermunicipais.




                                                                                                                                  Foto: Planágua




                              Córrego retificado com leito aprofundado. A erosão das margens poderia ser detida com o plantio de mata ciliar
                              contínua




           18                                                                                                                                      outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                  Revitalização de Rios
                                                                                 Foto: Planágua




               Calha retificada e braço morto ( calha antiga )




                                                                                 Foto: Planágua




               O curso do córrego foi retificado para fins de drenagem do vale




outubro/2001                                                                                      19
Revitalização de Rios
- orientação técnica -

                                                                                                                                                   Foto: Planágua




                                                                                3.7




                                                                                                                     - Dispor de faixas marginais
                         Situação inicial                                                                              (compra de terreno pelo poder público);
                                                                                                                     - Retirar as construções das margens
                         (retificado)                                                                                  (muros, enrocamentos, etc.);
                                                                                                                     - Transformar o uso do solo
                                                                                                                       na faixa marginal de proteção.


                                              aumento da calha através
                                              de obras transversais


                                    obras longitudinais

                           plantação
                           de mudas
                            matas nas
                            baixadas inundáveis
                            (terras úmidas, brejos)



                         Fase I                                                                                       Promover o desenvolvimento próprio através
                                                                                                                      de medidas de manutenção




                                                                                                                     - Observar o desenvolvimento natural;
                                                                                                                     - Permitir uma sucessão natural;
                         Fase II                                                                                     - Intervir com métodos da engenharia
                                                                                                                       ambiental quando necessário.




                         Fase III                                                                                       Rio sinuoso nas planícies de
                                                                                                                        inundação



            Incentivos de processos fluviais desenvolvem trechos de rios e córregos mais naturais – as calhas retificadas se transformam em calhas meândricas
            ( sistema de formação do leito )

            20                                                                                                                                          outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -



Revitalização de rios e
córregos em áreas urbanas




                                                      necessidade de espaço ao longo
                           Situação inicial           dos rios, autorizando ocupações
                                                      inadequadas ao longo das faixas
                                                      marginais de proteção.

            H     istoricamente os rios e
                   córregos das áreas urbanas
            foram muito mais modificados do que
                                                             O lançamento de esgotos in
                                                      natura agrava a situação ecológica e
                                                                                                         Foto: Planágua
            os das áreas rurais.
                   Com a urbanização e a
            impermeabilização de pequenas
            bacias contribuintes, as vazões nos
            cursos d’água aumentaram. A
            urbanização desenfreada vem
            ocupando áreas naturais de
            alagamento e atingindo diretamente
            as funções naturais dos cursos d’água
            e assim prejudicando as próprias
            populações. Esta ocupação com
            casas, indústrias e vias de transportes
            vem estreitando as áreas naturais de
            escoamento e ampliando o perigo das
            enchentes. Com isso, as freqüências
            de inundações e os danos causados
            aumentaram e ainda aumentarão se
            permanecer esta situação.
                   Ao longo do processo de
            ocupação urbana as sucessivas                   Córrego em zona urbana estrangulado pela urbanização
            administrações vêm negligenciando a             ribeirinha e poluído por esgotos

outubro/2001                                                                                                              21
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                                                                    Foto: Planágua
                         sanitária dos rios e córregos. Existem
                         zonas urbanas onde os rios e córregos
                         deixam de cumprir suas múltiplas
                         funções e usos e passam a ser
                         somente receptor de dejetos. A
                         população ribeirinha, que lança seus
                         esgotos diretamente nas águas, sofre
                         com o mau cheiro e com o perigo de
                         doenças de veiculação hídrica.
                         Essas águas não podem ser
                         aproveitadas para lazer, pois o contato
                         torna-se um risco à saúde pública.
                         Com isso, verifica-se que a primeira
                         etapa para a recuperação de rios e
                         córregos, tornando-os mais naturais, é
                         sanear e tratar os efluentes antes de
                         lançá-los. As inúmeras “fontes” de
                         esgotos devem ser coletadas, tratadas
                         e depois lançadas corretamente aos
                         cursos d’água.                                              Rio canalizado
                                 Assim sendo, conclui-se que,
                         quando houver planejamento de novos              locais onde não há coleta de lixo
                         empreendimentos, deverá ser previsto             regular. A coleta eficiente em zonas
                         logo na primeira etapa, o tratamento             urbanas é outra etapa para o
                         de esgotos, visando a melhoria da                saneamento desses cursos d’água.
                         qualidade da água.                               Mesmo com a coleta ainda se
                                 Também tem sido prática                  observa grande quantidade de material
                         comum utilizar rios e córregos como              plástico flutuante, indicando
                         transportadores de lixo, sobretudo em            claramente que a água superficial tem
                                                                          sido o lugar preferido pela população
                                                 Foto: Planágua           para se livrar do lixo. Torna-se
                                                                          portanto indispensável implementar a
                                                                          coleta e ao mesmo tempo
                                                                          conscientizar a população ribeirinha da
                                                                          necessidade de dispor o lixo
                                                                          corretamente.
                                                                                  Muitos dos rios e córregos, em
                                                                          áreas urbanas, são estrangulados pela
                                                                          urbanização e vias de transportes,
                                                                          prejudicados pelos esgotos sem
                                                                          tratamento e pelo grande volume de
                                                                          lixo, que geram mau cheiro,
                                                                          transmitem doenças e causam
                                                                          enchentes. Isso pode levar, mais
                                                                          tarde, os administradores a

                                                                  Muitos córregos são utilizados como depósito de lixo.
                                                                  Em épocas de enchentes, o lixo se acumula
                                                                  causando inundações


            22                                                                                                                outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                                       Revitalização de Rios
          transformar os leitos dos rios em                          canalizados até a década de 70, com
          perfis regulares de concreto, em                           implantação de galerias, construídas
          forma de caixa, com margens                                para esconder as águas poluídas e
          revestidas, isto é, construir canais ou                    afastá-las do convívio da população.
          galerias de concreto. A meta, nesses Entretanto, atualmente se reconhece
          casos, é transportar as águas rio                          que esta não foi a solução mais
          abaixo o mais
          rápido                                                                                             Foto: Planágua


          possível, para
          resolver
          problemas
          locais, sem
          observar o
          aumento do
          problema a
          jusante. Seu
          destino é a
          galeria de
          concreto.
          Canalizados e
          enterrados,
          desaparecem
          da superfície,
          correm por
          debaixo das          Lixo retido junto a um pilar de ponte

          ruas e não
          existem mais para a população.                             adequada, pois outros problemas
          Somente as enchentes e as doenças foram criados. Com programas de
          lembram a sua existência quando as revitalização podem-se recuperar a
          galerias não conseguem mais                                morfologia natural dos rios, de forma
          transportar as águas excedentes.                           criteriosa e de modo a libertá-los do
                  Embora o processo de                               concreto e exercer as suas múltiplas
          ocupação urbana da Europa tenha                            funções.
          sido diferenciado do Brasil, as águas
          dos rios e córregos também foram                                Foto: Planágua




                                                                           A urbanização ocupa
                                                                           parte do leito do rio



outubro/2001                                                                                                         23
Revitalização de Rios
- orientação técnica -
                                                                      recreação em zonas densamente
                             Tentativas de soluções                   povoadas. Quando integrados em
                                                                      parques naturais ou áreas verdes,
                                                                      acessíveis a todos, sua importância
                          Rios e córregos adaptados à                 aumenta. As águas dispõem de
                          natureza, com águas limpas e                espaço suficiente, onde as enchentes
                          salubres, valorizam as regiões              podem ocorrer sem causar maiores
                          urbanas e contribuem para melhoria          danos à população.
                          da qualidade de vida da população.                 Para a recuperação de rios e
                          Estes cursos d’água são                     córregos em áreas urbanas seguem-se
                          importantes, principalmente para a          as seguintes diretrizes:


                         . Proporcionar uma evolução dos cursos d’água com áreas adicionais para recuperação
                         de uma morfologia mais natural, dentro do possível

                         . Impedir o lançamento de esgotos sem tratamento em rios e córregos
                         . Impedir a disposição de lixo nas margens e nos leitos de rios e córregos
                         . Promover a melhoria dos rios já canalizados, buscando a valorização da paisagem e
                         adaptando-os para seu aproveitamento, principalmente como área de recreação e lazer

                                                                               Foto: Planágua




                                                                                                Esboço de seções
                                                                                                tranversais de cursos
                                                                                                d’água cujo tipo de
                                                                                                recuperação depende da
                                                                                                área disponível


           24                                                                                                        outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                        Revitalização de Rios
                                  Foto: Planágua



                                                    O rio está sendo
                                                    canalizado com
                                                    concreto: a natureza
                                                    está morrendo




                                                                              Foto: Planágua




                  Esquema de
               revitalização de
                       córregos




                                   Foto: Planágua




                                                    A recuperação de rios e
                                                    córregos necessita da
                                                    preservação de áreas
                                                    livres disponíveis para
                                                    sua evolução natural



outubro/2001                                                                          25
Revitalização de Rios
- orientação técnica -
                                 Para isso, são necessárias as
                         seguintes medidas:                                                                    Foto: LfW, Munique




                         . Proporcionar a evolução natural
                         dos cursos d’água com mais
                         criatividade e menos concreto

                         Na fase de planejamento urbano deve-
                         se dispor de áreas suficientes nas
                         margens de rios e córregos a fim de
                         propiciar mais áreas verdes ao longo
                         destes. Se esta medida for adotada,
                         pelo menos nas zonas urbanas em
                         expansão, contribuirá bastante para a
                         conservação dos cursos d’água, sem
                         necessidade de grandes investimentos.
                         Este planejamento exige mais
                         criatividade e torna supérfluo
                         investimento com canalização. Exige
                         ainda ativa fiscalização das populações
                         locais e das prefeituras para se evitar         Uso da água para recreação infantil
                         invasões.


                             Princípios para o remodelamento de rios e córregos adaptados à natureza:
                           . Buscar a morfologia mais natural dos rios
                           . Prever seções transversais amplas e variadas, respeitando o perfil suficientemente
                           adaptado às enchentes naturais
                           . Arborizar e/ou restabelecer a vegetação espontânea marginal com técnicas de
                           engenharia ambiental
                           . piracema ) a continuidade dos cursos d’água para a fauna migratória
                           (
                             Restabelecer

                           . Restabelecer locais para aevoluçãoenatural e aaquáticos, sempre que possível,
                           lembrando a importância da
                                                        desova biótopos
                                                                            dinâmica dos rios e córregos
                           . Modelar biótopos e sua interligação
                           . Facilitar acesso da população à água e às margens para efeito de lazer e recreação

                         . Impedir o lançamento de esgotos         tratados ou insuficientemente tratados
                         sem tratamento em rios e córregos         sejam lançados em rios e córregos.
                                                                   Para isso é necessário coletar os
                         O tratamento de esgotos é condição        efluentes em tubulação específica e
                         inicial para recuperar rios e córregos.   transportá-los para uma estação de
                         A meta é não deixar que esgotos não-      tratamento. Só depois de tratados
            26                                                                                                          outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                                             Revitalização de Rios
                                                                                                            Foto: Planágua

          podem ser lançados nos rios e
          córregos. Quanto melhor o tipo de
          tratamento, melhor a qualidade dos
          cursos d’água. A melhor técnica de
          tratamento desses efluentes vai
          depender das condições locais. Se
          houver área disponível, os esgotos
          podem ser tratados em lagoas
          artificiais ou com métodos
          combinados ou ainda outros tipos de
          tratamento.


          . Impedir a disposição de lixo às
          margens e no leito dos rios e córregos

          A degradação de rios e córregos pelo
          lixo é um grave problema
          principalmente nas áreas urbanas                      Um rio com calha de concreto não atende às suas
          sem coleta de lixo regular. A solução                 múltiplas funções
          é importante visando a melhoria da
          saúde pública e da qualidade dos
          rios e córregos. A dimensão do
          problema pode ser observada
                                                     . Promover a melhoria dos rios já
                                                      canalizados
          principalmente depois de enchentes
          pela abundância de materiais                Mesmo com as restrições,
          diversos acumulados. É tarefa das           inquestionáveis, que levaram ao
          comunidades e da administração              emprego maciço de obras hidráulicas,
          pública encontrar soluções para evitar      há possibilidades de mitigação dos
          estes costumes e estabelecer a              impactos e de melhoria ambiental. No
          coleta regular de lixo. As                  caso de construção de uma estrada de
          comunidades podem e devem                   via urbana, por exemplo, pode-se
          participar na limpeza e manutenção.         aproveitar a oportunidade para
                                                      remodelar trechos de rios e córregos
                                                             canalizados, adaptando-os às
                                                             condições naturais.
                                                   Foto: Planágua




                                                                    Um trecho de córrego em zona urbana,
                                                                    canalizado, com recuperação
                                                                    espontânea da feição natural
                                                                    ( Itanhangá, Rio de Janeiro )




outubro/2001                                                                                                                 27
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                               Foto: Planágua



                                                                                       Trecho de rio com margens
                                                                                       modeladas




                                                                                                                               Foto: Planágua




                                  Restam áreas disponíveis para a
                             remodelação do córrego. Coletando-
                              se os esgotos, a água se torna mais
                                 limpa e pode servir como zona de
                             recreação para a população ribeirinha




            Foto: Planágua




                                                                                      O homem utiliza as margens de rios
                                                                                      e córregos como áreas verdes
                                                                                      valorizando a paisagem


            28                                                                                                             outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -




Mata ciliar


                                                                                                  Foto: Planágua




               O      riginalmente, grande parte do
                      Estado do Rio de Janeiro era
               coberta de florestas, inclusive nas
               margens dos rios, onde são chamadas
               de matas ciliares. Com o
               desenvolvimento da agricultura e
               pecuária, as matas ciliares foram
               cedendo espaço para pastagens ou
               culturas agrícolas que se estendem
               até a beira dos rios e corpos d’água,
               influenciando negativamente a fauna             Trecho de rio com matas ciliares
               local.
                                                       Foto: Planágua
                                                                               As matas ciliares têm
                                                                        importante papel na ecologia
                                                                        e na hidrologia de uma bacia
                                                                        hidrográfica, pois auxiliam na
                                                                        manutenção da qualidade da
                                                                        água, na estabilidade dos
                                                                        solos das margens, evitando
                                                                        a erosão e o assoreamento,
                                                                        no desenvolvimento e
                                                                        sustento da fauna silvestre
                                                                        aquática e terrestre ribeirinha
                                                                        e na regularização dos
                                                                        regimes dos rios através dos
                                                                        lençóis
Trecho do rio sem arborização

outubro/2001                                                                                                       29
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                                                                                         Foto: Planágua
                                 freáticos. Elas
                                 absorvem ainda
                                 quantidades de
                                 adubos e
                                 defensivos
                                 agrícolas
                                 excedentes das
                                 lavouras, que de
                                 outra forma iriam
                                 poluir os rios, pois
                                 estas matas
                                 funcionam como
                                 um filtro do
                                 escoamento
                                 superficial das
                                 chuvas.                                As margens de rio sem arborização sofrem erosão
                                            Para
                                 conservação dos solos e dos                                        colonizadoras de solos sem
                                 recursos hídricos, é imprescindível a                              cobertura ( pioneiras ), assim como
                                 recomposição das matas ciliares com de espécies que necessitam de
                                 espécies adequadas a esta                                          sombreamento ou são mais frágeis
                                 finalidade. Muitas vezes, são                                      ( secundárias e clímaxes ), de forma
                                 espécies adaptadas a excessos                                      a induzir a dinâmica de
                                 periódicos de água. Também é                                       desenvolvimento natural e a
                                 recomendado o uso de uma mistura                                   formação de uma floresta como a
                                 de espécies mais agressivas e                                      original do local.
                                                                                                               A recomposição de mata ciliar
                                                                              Foto: Planágua
                                                                                                    se dá em faixas ao longo dos rios e
                                                                                                    reservatórios, utilizando sempre uma
                                                                                                    mistura de espécies nativas em
                                                                                                    geral. O espaçamento pode variar
                                                                                                    entre, 2m x 2m a 3m x 3m. Para o
                                                                                                    bom desenvolvimento das mudas, é
                                                                                                    necessário o controle do capim, com
                                                                                                    duas ou três roçadas por ano ao
                                                                                                    redor das mudas, isto nos primeiros
                                                                                                    anos. Nesta fase podem ser
                                                                                                    plantadas culturas agrícolas nas
                                                                                                    faixas entre as mudas; depois de
                                                                                                    certo tempo, o sombreamento
                                                                                                    impede que esta prática continue.
                                                                                                    Também deve ser realizado nos
                                                                                                    primeiros anos o controle de
                                                                                                    formigas cortadeiras, através da
                                                                                                    utilização de iscas apropriadas.
                                                                                                               É importante o cercamento
                                                                                                    das áreas de mata ciliar, para que o
                                                                                                    gado não danifique as mudas, mas
                                                                                                    sempre deixando um caminho
                         Pastagens substituem as florestas naturais, causando erosão                cercado para que este possa saciar
           30                                                                                                                              outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                                                           Revitalização de Rios
                  Outra medida imprescindível é
          a abertura de aceiros, que são uma
                                                                                                                     Foto: Planágua


          faixa de três metros de largura,
          mantida limpa, principalmente na
          época de seca, de modo a formar uma
          barreira corta-fogo que evita a
          propagação de incêndios de pastagens
          ou culturas agrícolas para a mata ciliar.
                 No anexo 1, estão listadas
          algumas espécies recomendadas para
          a recomposição da mata ciliar no
          Estado do Rio de Janeiro.


                                                  Mata ciliar hospeda
                                                 múltiplas espécies de
                                                               plantas




                                                                  Foto: Planágua




                                                                                   Margem de rio com vegetação
                                                                                   marginal. A vegetação protege a
                                                                                   margem contra processos
                                                                                   erosivos da água




                                                                                                                                 Foto: Planágua




                   Trecho de rio com grupos de
                            arbustos e árvores



outubro/2001                                                                                                                            31
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                                                     Foto: Planágua



                                       Mata ciliar, proteção
                                             da margem e
                                          biótopo especial




                                                               Foto: Planágua




                                                                                Mata ciliar
                                                                                enriquece o complexo
                                                                                ecológico fluvial




                                                                                                           Foto: Planágua




                          Faixa de
                         mata ciliar


            32                                                                                         outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                                                        Revitalização de Rios
                                                                                                                       Foto: Planágua




               Evolução da implantação da mata ciliar. Pré-requisito: área disponível e protegida contra o pastoreio

outubro/2001                                                                                                                            33
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                                                               Foto: LfW, Munique



                               A plantação de mudas
                            necessita de assistência,
                         como por exemplo a retirada
                         de ervas daninhas, a poda e
                            a proteção contra o gado




                                                           Foto: LfW, Munique




                                                                                Faixa marginal com grupos de
                                                                                árvores, com cerca de 5 anos
                                                                                após o plantio, à esquerda. À
                                                                                direita, faixa de proteção não
                                                                                utilizada pela agricultura, para
                                                                                redução da entrada de nutrientes
                                                                                e agrotóxicos no rio e para a
                                                                                redução de erosão




                                                                                                                        Foto: Planágua




                            A mata ciliar, interligando
                               água e terra, hospeda
                               múltiplas espécies de
                            plantas: suas frutas são
                           alimentos para os animais
                                              silvestres


           34                                                                                                      outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -



Técnicas de
engenharia ambiental




            A     engenharia ambiental utiliza
                   técnicas apropriadas a fim de
            compatibilizar obras e interesses tais
                                                      fluviais.
                                                               Um planejamento adequado
                                                      que integre a preservação dos corpos
            como: proteção contra enchentes,          hídricos naturais e valorize a
            drenagem, irrigação, recreação,           paisagem, incluindo a proteção das
            esportes aquáticos, aproveitamento        áreas marginais necessárias à
            hidrelétrico e a proteção das espécies;   dinâmica dos rios e córregos é
            minimizando, desta maneira, os            imprescindível para um projeto de
            impactos ambientais nos sistemas          revitalização.
                                                                     Foto: Planágua




                                                                                      Proteção de margem
                                                                                      com entrançamento de
                                                                                      salgueiros



outubro/2001                                                                                                 35
Revitalização de Rios
- orientação técnica -
                             Para o sucesso deste                      pelo grande valor estético e
                             empreendimento, também é essencial        importante função ecológica. O
                             o saneamento dos esgotos sanitários e     plantio de galhos de árvores, que
                             a prática de técnicas adaptadas à         promove o crescimento de brotos,
                             natureza de modo a reduzir as             constitui uma boa técnica de combate
                             interferências e os impactos ao           a erosão, juntamente com a utilização
                             mínimo nas funções dos cursos             de troncos e ramos de árvores, bem
                             d’água, como por exemplo:                 como uso de gramíneas e juncáceas.
                                                                                 Os materiais utilizados na
                         . Emprego de degraus transversais em          engenharia ambiental são
                         substituições aos vertedouros para permitir   provenientes, quase sempre, de locais
                         o fluxo migratório das espécies               muito próximos do rio. Isto proporciona
                                                                       a redução de custos de transporte e do
                         . A utilização combinada de pedras com        empreendimento. É importante
                         vegetação, reduzindo ao máximo o uso de       considerar, também, que a
                         concreto                                      implantação dessas medidas, em
                                                                       geral, não necessita de grandes
                                     A engenharia ambiental utiliza    volumes de obras como nas
                             a técnica de proteção de margens com      construções convencionais. Todavia,
                             grama, arbustos e árvores,                exige uma boa manutenção, limpeza
                             amplamente empregada na Europa,           permanente das áreas circunvizinhas,
                                                                       preservação de árvores antigas,
                                                                                               fortalecimento e
                                                                            Foto: LfW, Munique
                                                                                               desenvolvimento de
                                                                                               plantas com
                                                                                               assistência de
                                                                                               agrônomos,
                                                                                               paisagistas e outros
                                                                                               profissionais
                                                                                               envolvidos.
                                                                                                       O sucesso da
                                                                                               engenharia
                                                                                               ambiental são a sua
                                                                                               fácil aplicabilidade e
                                                                                               custos reduzidos. A
                                                                                               engenharia
                                                                                               ambiental tem por
                                                                                               princípio: o uso
                                                                                               racional de materiais
                                                                                               simples, como
                                                                                               madeira e pedras,
                                                                                               utilizados de forma
                                                                                               mais natural, a
                                                                                               interdisciplinaridade
                                                                                               e o concurso da
                                                                                               experiência de
                 Proteção das                                                                  profissionais
                 margens com                                                                   qualificados para o
                 entrançamento
                 de varas
                                                                                               trato dos ambientes
                                                                                               naturais.
           36                                                                                                      outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                          Revitalização de Rios
                                     Foto: LfW, Munique



                                                          Entrançamento
                                                          de varas




                                                                          Foto: UM Baden-Württ




               Proteção de margem
                    com estacas de
                           madeira



outubro/2001                                                                            37
Revitalização de Rios
- orientação técnica -



                                                                                                    Foto: LfW, Munique




                                 Troncos de árvores ancorados com estacas para proteção da margem




                                                                                                                 Foto: LfW, Munique




                         Proteção de margem com troncos de árvores ancorados



           38                                                                                                                         outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                                       Revitalização de Rios
                                                                                                  Foto: LfW, Munique




               Posicionamento dos espigões e erosão das margens



               Obs.: Os espigões de madeira ou de pedra devem considerar as diferentes
                     condições de variação da vazão: situação ( de cheias à águas baixas ) para
                     evitar a erosão das margens


outubro/2001                                                                                                           39
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                            Foto: UM Baden-Württ



                                   Proteção de margem
                                          com faxinas no
                                  pé do talude e estacas
                                                no talude




             Foto: LfW, Munique




                                                            Proteção de margem
                                                            com galhos e
                                                            plantação de mudas


             40                                                                  outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                          Revitalização de Rios
                                                                                   Foto: UM Baden-Württ




               Proteção de margem com faxina cilíndrica e estacas


                                                                    Foto: LfW, Munique




                      Proteção de margem com faxinas

outubro/2001                                                                                              41
Revitalização de Rios
- orientação técnica -



                                                                                                          Foto: LfW, Munique




                                         Pedras envolvidas com faxinas de vime ou piaçava




                                                                                                                               Foto: LfW, Munique




                         Proteção de margem com instalação de uma faxina de tela de arame, tecido de coco, pedras, terra e plantas vivas




             42                                                                                                                                     outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                 Revitalização de Rios
                                                                            Foto: LfW, Munique




               Proteção de margem com instalação de faxinas de salgueiros




                                                                            Foto: LfW, Munique




               Proteção de margem depois do crescimento dos brotos




outubro/2001                                                                                     43
Revitalização de Rios
- orientação técnica -




                                                                              Foto: UM Baden-Württ




                         Proteção de margem com fixação de árvores cortadas




           44                                                                                        outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                      Revitalização de Rios
                                      Foto: LfW, Munique



                                                           Raízes e pedras grandes
                                                           para a proteção localizada
                                                           de margem




                                                                                        Foto: LfW, Munique




               Vertedor de concreto
                forma barreira para
               espécies migratórias




                                      Foto: LfW, Munique




                                                           Vertedor substituído por
                                                           degraus transversais,
                                                           permite o fluxo migratório
                                                           das espécies



outubro/2001                                                                                       45
Revitalização de Rios
- orientação técnica -




                                                                         Foto: Planágua




                         Vertedor substituído por degraus transversais




           46                                                                    outubro/2001
Revitalização de Rios
 - orientação técnica -



Estudos de casos de
revitalização




                              Zona rural ( rio São Pedro )

                                                   rocha e cascalho caracterizam seu
                          Situação inicial         curso médio. Este rio de montanha
                                                   tem forte declive e corre por entre
                                                   blocos de rocha existentes.

            O      rio São Pedro nasce no Pico
                   do Frade e modifica sua
            declividade, a jusante do povoado de
                                                           Após cruzar a estrada de
                                                   Glicério, o rio apresenta um curso com
                                                   declive mais suave e uma grande
            Glicério, no município de Macaé, num   deposição de seixos grossos. O rio se
            trecho de colinas. Grandes blocos de   ramifica em vários braços formando
                                                                Mapa: Planágua




                                                                                 Bacia do rio São Pedro (
                                                                                 Município de Macaé )



outubro/2001                                                                                                47
Revitalização de Rios
- orientação técnica -
                         ilhas cobertas de vegetação. Em
                         época de enchentes, parte das ilhas
                                                                                        Sugestões
                         são levadas e novas ilhas se formam
                         modificando a posição do leito, dos
                         braços e forma dos meandros.                                  Na área urbana de Glicério, o rio
                                 Depois dessa transição, o rio                         corre no seu leito natural de rochas
                         apresenta-se meândrico, devido à                              e seixos. Se houver problemas com
                         baixa declividade e leito arenoso. A                          os imóveis construídos junto às
                         jusante, o rio se desenvolve em solo                          margens, será mais econômico a
                         arenoso, escavando seu leito maior e                          remoção dos mesmos para um novo
                         formando terraços fluviais típicos.                           local afastado do rio do que revestir
                         Esse processo se iniciou com o                                a margem para proteção destas
                         desmatamento na segunda metade do                             construções, que são invasões à
                         século XIX, para a lavoura do café e                          faixa marginal de proteção.
                         ainda não terminou. Pode-se observar                                  Na zona de transição entre o
                         nos taludes sem vegetação a água                              trecho de montanha e o de planície,
                         escavando sua base e o material                               o rio apresenta grande largura e
                         deslizando, tornando impossível a                             condições naturais mais preservadas.
                         fixação de vegetação nas suas                                 Se a urbanização for permitida muito
                         margens. Se áreas de cultivo não                              próxima do rio e o seu curso ficar
                         forem afetadas, não se deve influir                           limitado com obras hidráulicas, ele
                         nesse processo, isto é, não se deve                           escavará e aprofundará seu leito,
                         revestir as margens. Em alguns                                deslocando seu trecho de transição,
                         trechos, da estrada para Glicério, que                        com assoreamentos para jusante.
                         se desenvolve junto ao rio, existem                                   Uma possível intervenção
                         riscos de danos e, apenas nesse caso,                         nesses sistemas fluviais, acarretará
                         se recomenda proteger as margens.                             grandes custos para implantação de



                                                                                                                                      Foto: Planágua




                          Rio São Pedro, na zona urbana de Glicério, Município de Macaé. O leito é rochoso, com matacões, bem natural e estável

            48                                                                                                                                     outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                                                              Revitalização de Rios
                                                                                                                             Foto: Planágua




           Rio São Pedro, a jusante de Glicério. O rio entra na planície, reduz seu declive e começa a depositar areia, seixos e
           cascalhos




          obras hidráulicas. Além disso, os                                 diretos e indiretos.
          problemas a serem solucionados                                            A situação do rio no trecho da
          transferem-se para jusante, onde os                               estrada Macaé - Glicério é diferente.
          moradores reivindicarão os mesmos                                 O rio retira material dos taludes e a
          tipos de obras hidráulicas. A solução                             estrada corre risco de desmoronar.
          mais econômica será, portanto, deixar                             Como a estrada não pode ser
          espaço suficiente para o                                          deslocada, face ao alto custo de
          desenvolvimento natural do rio, isto é,                           relocação, é necessário proteger a
          sem urbanização e não influenciando o                             base do talude contra os processos
          desenvolvimento próprio do curso                                  erosivos da água e cobrir os mesmos
          d’água. Os moradores que                                          com vegetação.
          construíram, ou que irão construir suas                                   Em virtude do substrato
          casas perto do rio, deverão ser                                   arenoso existente, deve-se utilizar,
          advertidos dos riscos que estão                                   nesse caso, tecnologia adaptada a
          sujeitos com as enchentes ordinárias.                             natureza, de preferência com galhos e
          A solução mais econômica, eficaz e                                troncos de árvores. Troncos de
          segura para o município e seus                                    árvores salientes das margens,
          moradores é garantir espaço suficiente                            utilizados como espigões, desviam a
          para o rio e construir as casas                                   correnteza, construções com materiais
          guardando distância suficiente das                                de galhos protegem a base do talude e
          margens. Os municípios deverão                                    promovem sua arborização
          definir estas áreas como “non                                     simultaneamente. A vegetação que
          aedificandi” e exercer a devida                                   cresce assumirá a proteção contra os
          fiscalização. Obras hidráulicas locais                            processos erosivos e estabilizará
          não são convenientes, por causarem,                               assim a margem e o talude. Exemplos
          a longo prazo, o revestimento total das                           de técnicas de engenharia ambiental
          margens do rio, com altos custos                                  foram apresentados anteriormente.
outubro/2001                                                                                                                                  49
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                                                    Foto: Planágua



                                       Na zona de transição
                                    entre serras e colinas, o
                                     rio São Pedro deposita
                                       um cone de aluvião e
                                        forma ilhas e braços




                                                                Foto: Planágua




                                                                                 O rio São Pedro se
                                                                                 aprofundou no vale
                                                                                 arenoso e formou
                                                                                 terraços




                                                                                                          Foto: Planágua




                         Na zona de transição, depositam-
                           se grandes materiais rochosos
                          nas curvas de rios. Observa-se
                          os terraços que o rio formou em
                             tempos recentes ( a partir do
                                          desmatamento )


            50                                                                                        outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                                              Revitalização de Rios
                                                                            Foto: Planágua




                                  Trecho de rio escavado no talvegue




                                                                                             Foto: Planágua




               Onde há vegetação, há estabilidade dos taludes nas margens

outubro/2001                                                                                                  51
Revitalização de Rios
- orientação técnica -                                                                                   Foto: Planágua



                              Margem erodida. Com
                                  vegetação, estas
                                margens podem ser
                                        protegidas




                                                     Foto: Planágua




                                                                      Erosão dos taludes fluviais.
                                                                      Acima desses taludes
                                                                      passa a estrada Macaé-
                                                                      Glicério, por isso o talude
                                                                      deve ser protegido




                                                                                                        Mapa: Planágua




                               Construção de
                         engenharia ambiental
                           prevista no rio São
                                         Pedro


           52                                                                                        outubro/2001
- orientação técnica -
                                                                                               Revitalização de Rios
                                       Vargem
                 Área urbana ( córrego Vargem Pequena )


                       Situação inicial                  Canalização do
                                                                 esgoto
          O rio Vargem Pequena nasce nas        O planejamento prevê a
          montanhas da Serra do Mar no          implantação de coleta de esgotos,
          maciço da Pedra Branca, no            que serão tratados em tanques
          município do Rio de Janeiro e quase   sépticos e depois lançados no rio a
          não apresenta poluição ou lixo nas    jusante da comunidade. O
          cabeceiras.                           tratamento de esgotos é pré-
                  No povoado de Mont Serrat,    requisito para o saneamento e a
          situado ao pé das montanhas, o rio    revitalização do rio.
          atravessa a área urbana, com seção             No anexo 3 apresenta-se o
          em forma de trapézio, leito com       projeto elaborado para valorizar a
          cerca de 1m de largura,               faixa marginal remanescente e
          profundidade em relação ao terreno    propiciar a melhoria da qualidade
          adjacente de até 3m e taludes de      ambiental de vida da população
          aproximadamente 1:1, cobertos com     local.
          arbustos e algumas árvores,
          incluindo bananeiras.                 Revitalização do
                  Há inúmeros lançamentos de    trecho do rio
          efluentes de esgotos domésticos das
          casas ribeirinhas, poluindo o rio,    Para o saneamento e a recuperação
          sendo o leito coberto por uma         do trecho do rio junto à comunidade de
          camada de lodo preto-cinza.           Mont Serrat é necessário:
                                                             Foto: Planágua




                                                                              Bacia do rio
                                                                              Vargem Pequena




outubro/2001                                                                                   53
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro
Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro

More Related Content

What's hot

Pesquisa sobre Prevenção, Tecnologias e Efeitos - Enchente
Pesquisa sobre Prevenção, Tecnologias e Efeitos - Enchente Pesquisa sobre Prevenção, Tecnologias e Efeitos - Enchente
Pesquisa sobre Prevenção, Tecnologias e Efeitos - Enchente moritzfritzke
 
Curso de Recuperação de Áreas Degradadas
Curso de Recuperação de Áreas DegradadasCurso de Recuperação de Áreas Degradadas
Curso de Recuperação de Áreas DegradadasGuellity Marcel
 
Embrapa - curso de recuperação de áreas degradadas
Embrapa -  curso de recuperação de áreas degradadasEmbrapa -  curso de recuperação de áreas degradadas
Embrapa - curso de recuperação de áreas degradadasGAVOLUNTARIA
 
Ana lucia aparecida_leite_atividade3
Ana lucia aparecida_leite_atividade3Ana lucia aparecida_leite_atividade3
Ana lucia aparecida_leite_atividade3Felipe Ferreira
 
Cenários de desenvolvimento sustentável no pantanal em função de tendências h...
Cenários de desenvolvimento sustentável no pantanal em função de tendências h...Cenários de desenvolvimento sustentável no pantanal em função de tendências h...
Cenários de desenvolvimento sustentável no pantanal em função de tendências h...planetapantanal.org
 
Aula 1 - Drenagem
Aula 1 - DrenagemAula 1 - Drenagem
Aula 1 - Drenagemguest38004a
 
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentesProposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentesAgência Peixe Vivo
 
O Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água e Saneamento no Brasil
O Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água e Saneamento no BrasilO Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água e Saneamento no Brasil
O Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água e Saneamento no BrasilFAIR PLAY AD / @VeronicaRRSouza
 
As Águas de Lastro e os desafios colocados à Gestão Ambiental das Actividade ...
As Águas de Lastro e os desafios colocados à Gestão Ambiental das Actividade ...As Águas de Lastro e os desafios colocados à Gestão Ambiental das Actividade ...
As Águas de Lastro e os desafios colocados à Gestão Ambiental das Actividade ...Cláudio Carneiro
 
Estudo técnico contesta cogerh e defende construção de adutora para transposi...
Estudo técnico contesta cogerh e defende construção de adutora para transposi...Estudo técnico contesta cogerh e defende construção de adutora para transposi...
Estudo técnico contesta cogerh e defende construção de adutora para transposi...José Ripardo
 

What's hot (20)

Atividade 1
Atividade 1Atividade 1
Atividade 1
 
Enchentes
EnchentesEnchentes
Enchentes
 
Pesquisa sobre Prevenção, Tecnologias e Efeitos - Enchente
Pesquisa sobre Prevenção, Tecnologias e Efeitos - Enchente Pesquisa sobre Prevenção, Tecnologias e Efeitos - Enchente
Pesquisa sobre Prevenção, Tecnologias e Efeitos - Enchente
 
Curso de Recuperação de Áreas Degradadas
Curso de Recuperação de Áreas DegradadasCurso de Recuperação de Áreas Degradadas
Curso de Recuperação de Áreas Degradadas
 
OZIEL
OZIELOZIEL
OZIEL
 
Embrapa - curso de recuperação de áreas degradadas
Embrapa -  curso de recuperação de áreas degradadasEmbrapa -  curso de recuperação de áreas degradadas
Embrapa - curso de recuperação de áreas degradadas
 
Iii 049 02.05.05
Iii 049 02.05.05Iii 049 02.05.05
Iii 049 02.05.05
 
Archive total
Archive totalArchive total
Archive total
 
Ana lucia aparecida_leite_atividade3
Ana lucia aparecida_leite_atividade3Ana lucia aparecida_leite_atividade3
Ana lucia aparecida_leite_atividade3
 
Cenários de desenvolvimento sustentável no pantanal em função de tendências h...
Cenários de desenvolvimento sustentável no pantanal em função de tendências h...Cenários de desenvolvimento sustentável no pantanal em função de tendências h...
Cenários de desenvolvimento sustentável no pantanal em função de tendências h...
 
Aula 1 - Drenagem
Aula 1 - DrenagemAula 1 - Drenagem
Aula 1 - Drenagem
 
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentesProposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
 
Aula 9 pa
Aula 9 paAula 9 pa
Aula 9 pa
 
Mata ciliar
Mata ciliarMata ciliar
Mata ciliar
 
Resumo Nascente Acaba Mundo
Resumo Nascente Acaba MundoResumo Nascente Acaba Mundo
Resumo Nascente Acaba Mundo
 
O Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água e Saneamento no Brasil
O Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água e Saneamento no BrasilO Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água e Saneamento no Brasil
O Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água e Saneamento no Brasil
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
 
As Águas de Lastro e os desafios colocados à Gestão Ambiental das Actividade ...
As Águas de Lastro e os desafios colocados à Gestão Ambiental das Actividade ...As Águas de Lastro e os desafios colocados à Gestão Ambiental das Actividade ...
As Águas de Lastro e os desafios colocados à Gestão Ambiental das Actividade ...
 
Aula 7
Aula 7Aula 7
Aula 7
 
Estudo técnico contesta cogerh e defende construção de adutora para transposi...
Estudo técnico contesta cogerh e defende construção de adutora para transposi...Estudo técnico contesta cogerh e defende construção de adutora para transposi...
Estudo técnico contesta cogerh e defende construção de adutora para transposi...
 

Viewers also liked

I orientação técnica de ciências biológicas
I orientação técnica de ciências biológicasI orientação técnica de ciências biológicas
I orientação técnica de ciências biológicasJuvenal Alves
 
Orientação Técnica Língua Portuguesa Ensino Médio
Orientação Técnica Língua Portuguesa Ensino MédioOrientação Técnica Língua Portuguesa Ensino Médio
Orientação Técnica Língua Portuguesa Ensino Médiopcopmaze
 
Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha_Conceição | SP
Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha_Conceição | SPPraça Alfredo Egydio de Souza Aranha_Conceição | SP
Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha_Conceição | SPJuliana Carvalho
 
I orientação técnica de ciências biológicas
I orientação técnica de ciências biológicasI orientação técnica de ciências biológicas
I orientação técnica de ciências biológicasJuvenal Alves
 
Slides 3º Encontro Pcs
Slides   3º Encontro PcsSlides   3º Encontro Pcs
Slides 3º Encontro Pcspri_alquimim
 
Recuperação e qualidade de vida urbana
Recuperação e qualidade de vida urbanaRecuperação e qualidade de vida urbana
Recuperação e qualidade de vida urbanaOleksandr Kovalchuk
 
Apresentação projeto paisagismo i -percursos e permanência na maquetaria
Apresentação   projeto paisagismo i -percursos e permanência na maquetariaApresentação   projeto paisagismo i -percursos e permanência na maquetaria
Apresentação projeto paisagismo i -percursos e permanência na maquetariaNathalia Campos
 
Projeto paisagismo
Projeto paisagismoProjeto paisagismo
Projeto paisagismositedcoeste
 
Espaços livres urbanos paisagismo iii fau-mack
Espaços livres urbanos   paisagismo iii fau-mackEspaços livres urbanos   paisagismo iii fau-mack
Espaços livres urbanos paisagismo iii fau-mackCarlos Elson Cunha
 
Praça Victor Civita
Praça Victor CivitaPraça Victor Civita
Praça Victor CivitaClaudio Silva
 
Métodos Matemáticos em Biologia de Populações V
Métodos Matemáticos em Biologia de Populações VMétodos Matemáticos em Biologia de Populações V
Métodos Matemáticos em Biologia de Populações VRoberto Kraenkel
 
Orientação Técnica de 23/08/2013
Orientação Técnica de 23/08/2013Orientação Técnica de 23/08/2013
Orientação Técnica de 23/08/2013diretoriabragpta
 
Estudo de projeto de paisagismo
Estudo de projeto de paisagismoEstudo de projeto de paisagismo
Estudo de projeto de paisagismoAna Cunha
 

Viewers also liked (20)

OT Inglês- Recuperação Intensiva
OT Inglês-  Recuperação IntensivaOT Inglês-  Recuperação Intensiva
OT Inglês- Recuperação Intensiva
 
I orientação técnica de ciências biológicas
I orientação técnica de ciências biológicasI orientação técnica de ciências biológicas
I orientação técnica de ciências biológicas
 
Orientação Técnica Língua Portuguesa Ensino Médio
Orientação Técnica Língua Portuguesa Ensino MédioOrientação Técnica Língua Portuguesa Ensino Médio
Orientação Técnica Língua Portuguesa Ensino Médio
 
Trabalho Reurbanização
Trabalho Reurbanização Trabalho Reurbanização
Trabalho Reurbanização
 
AS2 paisagismo
AS2 paisagismoAS2 paisagismo
AS2 paisagismo
 
Projeto Paisagem e Paisagism 9º anos - 2010
Projeto Paisagem e Paisagism 9º anos - 2010Projeto Paisagem e Paisagism 9º anos - 2010
Projeto Paisagem e Paisagism 9º anos - 2010
 
Morfologia da arquitetura
Morfologia da arquiteturaMorfologia da arquitetura
Morfologia da arquitetura
 
Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha_Conceição | SP
Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha_Conceição | SPPraça Alfredo Egydio de Souza Aranha_Conceição | SP
Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha_Conceição | SP
 
Plano
Plano Plano
Plano
 
I orientação técnica de ciências biológicas
I orientação técnica de ciências biológicasI orientação técnica de ciências biológicas
I orientação técnica de ciências biológicas
 
Slides 3º Encontro Pcs
Slides   3º Encontro PcsSlides   3º Encontro Pcs
Slides 3º Encontro Pcs
 
Recuperação e qualidade de vida urbana
Recuperação e qualidade de vida urbanaRecuperação e qualidade de vida urbana
Recuperação e qualidade de vida urbana
 
Apresentação projeto paisagismo i -percursos e permanência na maquetaria
Apresentação   projeto paisagismo i -percursos e permanência na maquetariaApresentação   projeto paisagismo i -percursos e permanência na maquetaria
Apresentação projeto paisagismo i -percursos e permanência na maquetaria
 
Projeto paisagismo
Projeto paisagismoProjeto paisagismo
Projeto paisagismo
 
Espaços livres urbanos paisagismo iii fau-mack
Espaços livres urbanos   paisagismo iii fau-mackEspaços livres urbanos   paisagismo iii fau-mack
Espaços livres urbanos paisagismo iii fau-mack
 
Praça Victor Civita
Praça Victor CivitaPraça Victor Civita
Praça Victor Civita
 
Métodos Matemáticos em Biologia de Populações V
Métodos Matemáticos em Biologia de Populações VMétodos Matemáticos em Biologia de Populações V
Métodos Matemáticos em Biologia de Populações V
 
Orientação Técnica Saresp
Orientação Técnica SarespOrientação Técnica Saresp
Orientação Técnica Saresp
 
Orientação Técnica de 23/08/2013
Orientação Técnica de 23/08/2013Orientação Técnica de 23/08/2013
Orientação Técnica de 23/08/2013
 
Estudo de projeto de paisagismo
Estudo de projeto de paisagismoEstudo de projeto de paisagismo
Estudo de projeto de paisagismo
 

Similar to Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro

Rio Lena: futuros engenheiros em ação
Rio Lena: futuros engenheiros em açãoRio Lena: futuros engenheiros em ação
Rio Lena: futuros engenheiros em açãoPaulo Reis
 
161 publicacao23022011031657
161 publicacao23022011031657161 publicacao23022011031657
161 publicacao23022011031657Toni Elton
 
recursos hídricos, geografia
recursos hídricos, geografiarecursos hídricos, geografia
recursos hídricos, geografiaNilton Goulart
 
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio GrandeRetratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grandefcmatosbh
 
Texto19 P7
Texto19 P7Texto19 P7
Texto19 P7renatotf
 
Retratos de governanças das águas no Brasil: CBH Piancó-Piranhas-Açu
Retratos de governanças das águas no Brasil: CBH Piancó-Piranhas-AçuRetratos de governanças das águas no Brasil: CBH Piancó-Piranhas-Açu
Retratos de governanças das águas no Brasil: CBH Piancó-Piranhas-Açufcmatosbh
 
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Verd...
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Verd...Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Verd...
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Verd...fcmatosbh
 
Livro_Atlas-dos-Mananciais-de-Abastecimento-do-Estado-do-Rio-de-Janeiro.pdf
Livro_Atlas-dos-Mananciais-de-Abastecimento-do-Estado-do-Rio-de-Janeiro.pdfLivro_Atlas-dos-Mananciais-de-Abastecimento-do-Estado-do-Rio-de-Janeiro.pdf
Livro_Atlas-dos-Mananciais-de-Abastecimento-do-Estado-do-Rio-de-Janeiro.pdfDaniel397858
 
Revista guanduconhecimento2
Revista guanduconhecimento2Revista guanduconhecimento2
Revista guanduconhecimento2albertino fachin
 
Retratos de Governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia Hidrográfica do ...
Retratos de Governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia Hidrográfica do ...Retratos de Governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia Hidrográfica do ...
Retratos de Governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia Hidrográfica do ...fcmatosbh
 
O Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo
O Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo O Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo
O Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo Cláudio Carneiro
 
Retratos de governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia do Rio Doce
Retratos de governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia do Rio DoceRetratos de governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia do Rio Doce
Retratos de governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia do Rio Docefcmatosbh
 
Impactos no Uso de Recursos Hídricos no Entorno do PNSD, Rodrigues Alves-Acre
Impactos no Uso de Recursos Hídricos no Entorno do PNSD, Rodrigues Alves-AcreImpactos no Uso de Recursos Hídricos no Entorno do PNSD, Rodrigues Alves-Acre
Impactos no Uso de Recursos Hídricos no Entorno do PNSD, Rodrigues Alves-AcreAugusto Rocha
 

Similar to Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro (20)

Informativo insp 34
Informativo insp   34Informativo insp   34
Informativo insp 34
 
Rio Lena: futuros engenheiros em ação
Rio Lena: futuros engenheiros em açãoRio Lena: futuros engenheiros em ação
Rio Lena: futuros engenheiros em ação
 
161 publicacao23022011031657
161 publicacao23022011031657161 publicacao23022011031657
161 publicacao23022011031657
 
Dossie diretrizes ii_seminario
Dossie diretrizes ii_seminarioDossie diretrizes ii_seminario
Dossie diretrizes ii_seminario
 
Pap doce nov2011
Pap doce nov2011Pap doce nov2011
Pap doce nov2011
 
recursos hídricos, geografia
recursos hídricos, geografiarecursos hídricos, geografia
recursos hídricos, geografia
 
Ppa momentos
Ppa momentosPpa momentos
Ppa momentos
 
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio GrandeRetratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
 
Texto19 P7
Texto19 P7Texto19 P7
Texto19 P7
 
Retratos de governanças das águas no Brasil: CBH Piancó-Piranhas-Açu
Retratos de governanças das águas no Brasil: CBH Piancó-Piranhas-AçuRetratos de governanças das águas no Brasil: CBH Piancó-Piranhas-Açu
Retratos de governanças das águas no Brasil: CBH Piancó-Piranhas-Açu
 
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Verd...
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Verd...Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Verd...
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Verd...
 
Livro_Atlas-dos-Mananciais-de-Abastecimento-do-Estado-do-Rio-de-Janeiro.pdf
Livro_Atlas-dos-Mananciais-de-Abastecimento-do-Estado-do-Rio-de-Janeiro.pdfLivro_Atlas-dos-Mananciais-de-Abastecimento-do-Estado-do-Rio-de-Janeiro.pdf
Livro_Atlas-dos-Mananciais-de-Abastecimento-do-Estado-do-Rio-de-Janeiro.pdf
 
Revista guanduconhecimento2
Revista guanduconhecimento2Revista guanduconhecimento2
Revista guanduconhecimento2
 
Ppa conceitos
Ppa conceitosPpa conceitos
Ppa conceitos
 
Projeto 21 Ppt
Projeto 21 PptProjeto 21 Ppt
Projeto 21 Ppt
 
Sapucai
SapucaiSapucai
Sapucai
 
Retratos de Governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia Hidrográfica do ...
Retratos de Governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia Hidrográfica do ...Retratos de Governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia Hidrográfica do ...
Retratos de Governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia Hidrográfica do ...
 
O Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo
O Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo O Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo
O Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo
 
Retratos de governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia do Rio Doce
Retratos de governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia do Rio DoceRetratos de governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia do Rio Doce
Retratos de governanças das águas no Brasil: Comitê de Bacia do Rio Doce
 
Impactos no Uso de Recursos Hídricos no Entorno do PNSD, Rodrigues Alves-Acre
Impactos no Uso de Recursos Hídricos no Entorno do PNSD, Rodrigues Alves-AcreImpactos no Uso de Recursos Hídricos no Entorno do PNSD, Rodrigues Alves-Acre
Impactos no Uso de Recursos Hídricos no Entorno do PNSD, Rodrigues Alves-Acre
 

More from Nádia Souza (20)

Rh corrupcao m
Rh corrupcao mRh corrupcao m
Rh corrupcao m
 
Paraser feliz
Paraser felizParaser feliz
Paraser feliz
 
Charges de 2011
Charges de 2011Charges de 2011
Charges de 2011
 
Um novo começo
Um novo começoUm novo começo
Um novo começo
 
Frases Porretas
Frases PorretasFrases Porretas
Frases Porretas
 
Formatura Iria
Formatura IriaFormatura Iria
Formatura Iria
 
Eupediadeus
EupediadeusEupediadeus
Eupediadeus
 
Ford Deus E As Mulheres
Ford  Deus E As  MulheresFord  Deus E As  Mulheres
Ford Deus E As Mulheres
 
Fica Comigo
Fica ComigoFica Comigo
Fica Comigo
 
Filhodaputa
FilhodaputaFilhodaputa
Filhodaputa
 
Felicidade
FelicidadeFelicidade
Felicidade
 
Estressado[1]
Estressado[1]Estressado[1]
Estressado[1]
 
Esqueçatudomenos[1]
Esqueçatudomenos[1]Esqueçatudomenos[1]
Esqueçatudomenos[1]
 
Erros Irreparveis
Erros IrreparveisErros Irreparveis
Erros Irreparveis
 
Flor
FlorFlor
Flor
 
Entrevista
EntrevistaEntrevista
Entrevista
 
Ferramentas
FerramentasFerramentas
Ferramentas
 
E M A I L D E D E U S
E  M A I L  D E  D E U SE  M A I L  D E  D E U S
E M A I L D E D E U S
 
Doze Pontos
Doze PontosDoze Pontos
Doze Pontos
 
Dias Legais
Dias LegaisDias Legais
Dias Legais
 

Recently uploaded

geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...LizanSantos1
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 

Recently uploaded (20)

geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 

Revitalização de rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro

  • 1. 2 outubro/2001
  • 2. Revitalização de Rios - orientação técnica - Semads / Serla Revitalização de rios - orientação técnica - Projeto Planágua Semads / GTZ de Cooperação Técnica Brasil / Alemanha outubro/2001 outubro/2001 3
  • 3. Revitalização de Rios - orientação técnica - Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme decreto no 1.825, de 20 de dezembro de 1907. Ficha catalográfica R454 Revitalização de rios - orientação técnica / Ignez Muchelin Selles, [et al.] - Rio de Janeiro: SEMADS 2001. 78p.: il. ISBN 85-87206-12-05 Cooperação Técnica Brasil - Alemanha, Projeto PLANÁGUA- SEMADS / GTZ 1. Recursos Hídricos. 2. Meio Ambiente. 3. Engenharia Ambiental. 4. Obras Hidráulicas. 5. Saneamento. I. PLANÁGUA. II. Selles, Ignez Muchelin. III. Riker, Fernando. IV. Rios, Jorge Paes. V. Binder, Walter. CDD 620.85 Editoração Jackeline Motta dos Santos Raul Lardosa Rebelo Projeto gráfico e diagramação Luiz Antonio Pinto Colaboraram na elaboração desta publicação: Alan V. Vargas ( Serla ) Leonardo Cunha ( Planágua - Consultor ) Fernando Riker ( Serla ) Sabina Campagnani ( IEF ) Giselle Bahiense ( Planágua - Consultora ) Verônica da Matta ( Serla ) Ignez Muchelin Selles ( Serla ) Walter Binder ( Planágua - Consultor ) Jorge Paes Rios ( Serla ) Zeferino Araújo ( Serla ) Coordenação: Antônio da Hora ( Subsecretário Adjunto de Meio Ambiente ) Wilfried Teuber ( Planco Consulting - GTZ ) O Projeto Planágua Semads/GTZ, de Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, vem apoiando o Estado do Rio de Janeiro no gerenciamento de recursos hídricos com enfoque na proteção de ecossistemas aquáticos. 4 outubro/2001
  • 4. Revitalização de Rios - orientação técnica - Sumário 7 Apresentação 9 Introdução 11 Caracterização dos rios e córregos no Estado do Rio de Janeiro 15 Revitalização de rios e córregos em áreas rurais 21 Revitalização de rios e córregos em áreas urbanas 29 Mata ciliar 35 Técnicas de engenharia ambiental 47 Estudos de casos de revitalização . Zona rural . Zona urbana . Áreas úmidas 61 Glossário 63 Bibliografia 65 Anexo 1- Lista de espécies recomendadas para recomposição de mata ciliar . Anexo 2 - Projeto de revitalização . Anexo 3 - Projeto paisagístico Vargem Pequena 73 Projeto Planágua Semads / GTZ outubro/2001 5
  • 5. Revitalização de Rios 6 - orientação técnica - outubro/2001
  • 6. Revitalização de Rios - orientação técnica - Apresentação O presente trabalho, mais um da série recursos hídricos, em busca de conhecimento realizada no âmbito do projeto mais profundo de projetos já realizados com Planágua Semads/GTZ, de Cooperação Técnica êxito e para discussão do tema junto a Brasil – Alemanha, pretende dar apoio ao especialistas alemães. Estado do Rio de Janeiro na gestão dos Resultado dos novos conhecimentos recursos hídricos. A revitalização de rios e assimilados, este trabalho apresenta córregos, a partir de exemplos europeus, é o orientações sobre procedimentos para tema prioritário. conservação e revitalização de rios e córregos Experiências realizadas na Europa fluminenses, indicando caminhos que, sob uma demonstram que é factível a recomposição de nova abordagem, possibilitem a adoção de rios, ou seja, o restabelecimento de seu estado novas técnicas de engenharia ambiental que primitivo, o mais natural possível, não contribuam para a preservação e obstante as restrições e obstáculos impostos desenvolvimento da biodiversidade e para que ao processo no meio rural e urbano. se obtenha uma mais saudável integração das Anteriormente, para mostrar a atividades humanas com o rio. viabilidade do processo de revitalização, A nossa expectativa é que esta publicou-se o trabalho intitulado “Rios e publicação tenha uma ampla divulgação não só Córregos – Preservar, Conservar, no Estado do Rio de Janeiro como em todo o Renaturalizar”, país, de tal que em modo que conseqüência da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e funcione como grande instrumento demanda, em Desenvolvimento Sustentável prático para todo o Brasil, esferas do poder exigiu várias público, edições. Seguiu-se ainda uma série de palestras sobretudo pelas prefeituras e a população, que em diversos municípios e universidades do poderão encontrar nestas páginas Estado do Rio de Janeiro, além de estágios, na esclarecimentos para o trato da questão Alemanha, de técnicos da área de gestão de ambiental e das águas. outubro/2001 7
  • 7. Revitalização de Rios - orientação técnica - Agradecimentos Estagiários da Cefet-RJ: Adriane Vieira Fonseca Igor Santos Santana Tiago Belmont Jorge Pio A todos os participantes das palestras e dos seminários na Serla, nas universidades e nos municípios, pelas contribuições e pelas críticas. Os colegas da Alemanha agradecem muito pelo acolhimento cordial, pela troca de idéias e pela cooperação amigável. 8 outubro/2001
  • 8. Revitalização de Rios - orientação técnica - Introdução Foto: Planágua R ios e córregos envolvem muito mais que água, são espaços vitais para muitas espécies da flora e fauna e permitem múltiplos aproveitamentos pelo homem. No início dos núcleos urbanos, foram determinantes para o desenvolvimento das diversas atividades humanas, assim como, fundamentais na composição paisagística e urbanística. Nos dois últimos séculos, muitos rios e córregos foram modificados com o objetivo de acelerar o transporte das águas de cheias, drenar baixadas úmidas para Rio canalizado incremento das culturas agrícolas e ampliar áreas para assentamento das populações. Também, muitas culturais, sanitários, ecológicos, vezes, as construções de vias urbanísticos e paisagísticos. férreas e estradas foram motivo para Uma ameaça para o homem a retificação de rios. Pode-se e para o meio ambiente é o observar essas tendências, em lançamento de esgotos não-tratados muitos rios e córregos no Estado do em rios e córregos, que os Rio de Janeiro. Na maior parte das impossibilitam de serem intervenções só foram considerados aproveitados como áreas de os aspectos setoriais e recreação e lazer, entre outros usos negligenciados os aspectos mais nobres. outubro/2001 9
  • 9. Revitalização de Rios - orientação técnica - Atualmente, a gestão de águas de enchentes. Neste sentido, recursos hídricos inclui, a conservação e revitalização de obrigatoriamente, os usos múltiplos cursos d’água, em áreas urbanas e da água . Para este fim, revitalizar rurais, e a proteção de águas rios é fundamental, para que haja subterrâneas se constituem, possibilidade de outros usos serem também, em instrumento integral da (re)introduzidos e não apenas utilizá- Gestão de Recursos Hídricos. Para los como meio drenante e de essas finalidades é importante transporte de esgotos, lixo e das reconhecer que: . Rios e córregos são mais que simples transportadores de água . Rios e córregos devem ser protegidos contra lixo e esgotos com vistas à saúde pública . Rios e córregos necessitam de seu espaço natural de escoamento, suficiente para evitar os danos provocados pelas enchentes . Rios e córregos são áreas de recreação, esporte, lazer e contemplação . Rios e córregos têm influência determinante nas paisagens, onde se torna importante a preocupação com o bem estar e o equilíbrio emocional do homem . Rios e córregos têm papel decisivo no processo histórico de desenvolvimento dos núcleos urbanos e de comunidades rurais . Rios e córregos são ecossistemas complexos . Rios e córregos apresentam múltiplos usos, mas precisam de quantidade e qualidades mínimas para sua sobrevivência . Rios e córregos necessitam da assistência e do envolvimento da população na sua preservação . Rios e córregos não são somente áreas de exploração econômica para o homem . Rios e córregos são essenciais à vida Foto: Planágua Rio Mambucaba ( Município de Angra dos Reis ) 10 outubro/2001
  • 10. Revitalização de Rios - orientação técnica - Características dos rios e córregos no estado a extensão de seu curso, nas Paisagens de cidades e na zona rural. águas superficiais No trecho das montanhas e colinas, os rios menores e os córregos formam bacias alongadas muitas vezes bem estreitas. Em muitos, N o Estado do Rio de Janeiro, existem algumas regiões que possuem os mais elevados índices de Foto: Planágua precipitação do Brasil. Isto explica a grande quantidade de águas superficiais. A Serra do Mar, as paisagens de colinas e as baixadas costeiras com suas lagunas se integram aos principais sistemas ecológicos, hidrológicos, geológicos e climáticos. A morfologia dos rios e córregos e sua dinâmica dependem da combinação de diversos fatores, entre os quais o clima, a geologia e a geomorfologia. O maior rio do Estado, o Paraíba do Sul, se desenvolve parte no Estado de São Paulo, corre ao longo da divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais e deságua no Oceano Atlântico, no Município de Campos dos Goytacazes, apresentando Cascata Taunay, na Floresta da Tijuca ( Município do diferentes paisagens ao longo de toda Rio de Janeiro ) outubro/2001 11
  • 11. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua o leito se situa direto na rocha ou é formado por matacões. As inúmeras cachoeiras e quedas d’água nas montanhas são atrativos turísticos por sua paisagem e como espaços adequados ao lazer. Nos trechos médios, com paisagem de colinas, os cursos e as velocidades das correntes são comparáveis aos da montanha, sendo que o material constituinte do leito e das margens é, na maioria das vezes, mais fino. Com a diminuição da velocidade da corrente, os rios formam meandros e espaços vitais para diversas espécies, ampliando a zona de contato água-leito-margem- mata ciliar. Rochedos e seixos rolados formam leito dos rios e córregos ( rio Preto, em Visconde de Mauá, Município de Resende, Rio de Janeiro ) Originalmente, o Estado do Rio de Janeiro esteve quase totalmente coberto de mata. Quase todos os rios e córregos apresentavam densas florestas nas margens. Estas Foto: Planágua florestas foram destruídas com o avanço do cultivo do café e, posteriormente, com a extensão das pastagens para a agropecuária. Atualmente as matas ciliares são quase inexistentes. Diversas comunidades bióticas fluviais foram extintas com a retificação dos rios, principalmente nos vales com baixa velocidade. Trecho de rio com curso natural na Serra do Mar com floresta de Mata Atlântica ( Parque Nacional de Itatiaia, Rio de Janeiro ) 12 outubro/2001
  • 12. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: Planágua Curso natural de rio com blocos de rocha no leito ( Município de Macaé, Rio de Janeiro ) Foto: Planágua Trecho de rio com grupos de arbustos e árvores ( Município de Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro ) Foto: Planágua Curso natural com pouca vegetação ( Município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro ) Foto: Planágua Curso natural de rio acompanhado de mata ciliar ( rio Santa Catarina, Fazenda Carrapeta, Município de Conceição de Macabu, Rio de Janeiro ) outubro/2001 13
  • 13. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua Foz natural de rio, no Oceano Atlântico, ( Município de Paraty, Rio de Janeiro ) Foto: Planágua Rio com depósitos rochosos ( rio Muriaé, Município de Itaperuna, Rio de Janeiro ) Foto: Planágua Rio Paraíba do Sul ( Município de Três Rios, Rio de Janeiro ) 14 outubro/2001
  • 14. Revitalização de Rios - orientação técnica - Revitalização de rios e córregos em áreas rurais O s rios e córregos, que passam por planícies, formam curvas bem caracterizadas ( meandros ) por nível freático, drenar as águas e aproveitar as terras para a agricultura, a pecuária e expansão urbana. Com causa de sua baixa velocidade. a perda da mata na bacia contribuinte Ampliam o potencial ecológico e e ao longo dos rios e córregos, as melhoram a qualidade ambiental por vazões naturais se modificaram. As oferecer condições naturais ao águas passaram a escoar com maior desenvolvimento das espécies. velocidade e a erosão aumentou. As A partir da primeira metade do águas correntes se aprofundaram, século XX, alguns rios foram formando-se terraços nas margens. retificados e suas extensões Como decorrência dessas diminuíram. O objetivo foi baixar o transformações, verificaram-se grandes Foto: LfW, Munique Retificação de meandros de rios ( iniciado em 1900, na Alemanha ) outubro/2001 15
  • 15. Revitalização de Rios - orientação técnica - prejuízos aos ecossistemas e o pontes e travessias, passaram a rebaixamento do leito do curso d’água. correr riscos de desabamento. A retirada da mata ciliar causou a A recuperação dos cursos perda da estrutura do solo e dos d’água até a sua forma original, quase organismos, afetando bastante os sempre, necessita de grandes áreas e lugares propícios à alimentação, à isso pode tornar muito onerosa e desova e às condições de vida da praticamente impossível de se realizar. fauna aquática e ribeirinha, além de Entretanto, sempre há possibilidades potencializar a erosão. As retiradas de de melhorar a situação ecológica de areia também afetaram o ecossistema rios retificados, através de projetos de aquático. O leito do rio se aprofundou revitalização com as seguintes de modo significativo e obras, como medidas: . Permitir que o rio desenvolva um curso mais natural e volte a formar meandros. Depois de um certo tempo, os processos erosivos fluviais se estabilizariam e assim, facilitariam o ressurgimento da biota, e conseqüentemente a revitalização do rio. Em comparação à situação anterior (rio retificado), necessita-se de mais áreas marginais . A mata ciliar melhora as condições ecológicas, hidrológicas e morfológicas. Por isso, nesses trechos de rios deve-se proteger ou plantar mata de espécies nativas. Em geral, utiliza-se uma faixa com largura mínima de 30 metros, nas áreas rurais, para atendimento ao disposto no Código Florestal . Suspender as retiradas de areia para deter o aprofundamento do leito do rio. Esse rebaixamento é responsável pela escavação das infra-estruturas de pontes e outras obras, tornando-as instáveis Foto: Planágua Rio retificado. O leito é arenoso, pobre em estruturas fluviais típicas, baixa oferta de biótipos para plantas e animais ( rio Macaé, Rio de Janeiro ) 16 outubro/2001
  • 16. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: Planágua A retirada de areia causou o aprofundamento do leito ( rio São João ) Foto: Planágua Aprofundamento do leito, em conseqüência o bloco no meio foi escavado com risco para a ponte outubro/2001 17
  • 17. Revitalização de Rios - orientação técnica - As possibilidades para uma pequenos produtores e especialistas revitalização de rios e córregos em das entidades públicas de recursos zonas rurais são muito maiores, ao hídricos, florestais e agrícolas. contrário dos rios e córregos em zonas Fazendeiros interessados devem ser urbanas, pela facilidade de se obter motivados para participarem dos maiores áreas e por suas águas estudos de recuperação de rios e serem menos poluídas. formar base para a gestão integrada A idéia da recuperação dos rios dos recursos hídricos da bacia, assim com mata ciliar deve ser propagada e como os municípios, Comitês de realizada com a cooperação de todos Bacia e os Consórcios os atores: população local, fazendeiros, Intermunicipais. Foto: Planágua Córrego retificado com leito aprofundado. A erosão das margens poderia ser detida com o plantio de mata ciliar contínua 18 outubro/2001
  • 18. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: Planágua Calha retificada e braço morto ( calha antiga ) Foto: Planágua O curso do córrego foi retificado para fins de drenagem do vale outubro/2001 19
  • 19. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua 3.7 - Dispor de faixas marginais Situação inicial (compra de terreno pelo poder público); - Retirar as construções das margens (retificado) (muros, enrocamentos, etc.); - Transformar o uso do solo na faixa marginal de proteção. aumento da calha através de obras transversais obras longitudinais plantação de mudas matas nas baixadas inundáveis (terras úmidas, brejos) Fase I Promover o desenvolvimento próprio através de medidas de manutenção - Observar o desenvolvimento natural; - Permitir uma sucessão natural; Fase II - Intervir com métodos da engenharia ambiental quando necessário. Fase III Rio sinuoso nas planícies de inundação Incentivos de processos fluviais desenvolvem trechos de rios e córregos mais naturais – as calhas retificadas se transformam em calhas meândricas ( sistema de formação do leito ) 20 outubro/2001
  • 20. Revitalização de Rios - orientação técnica - Revitalização de rios e córregos em áreas urbanas necessidade de espaço ao longo Situação inicial dos rios, autorizando ocupações inadequadas ao longo das faixas marginais de proteção. H istoricamente os rios e córregos das áreas urbanas foram muito mais modificados do que O lançamento de esgotos in natura agrava a situação ecológica e Foto: Planágua os das áreas rurais. Com a urbanização e a impermeabilização de pequenas bacias contribuintes, as vazões nos cursos d’água aumentaram. A urbanização desenfreada vem ocupando áreas naturais de alagamento e atingindo diretamente as funções naturais dos cursos d’água e assim prejudicando as próprias populações. Esta ocupação com casas, indústrias e vias de transportes vem estreitando as áreas naturais de escoamento e ampliando o perigo das enchentes. Com isso, as freqüências de inundações e os danos causados aumentaram e ainda aumentarão se permanecer esta situação. Ao longo do processo de ocupação urbana as sucessivas Córrego em zona urbana estrangulado pela urbanização administrações vêm negligenciando a ribeirinha e poluído por esgotos outubro/2001 21
  • 21. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua sanitária dos rios e córregos. Existem zonas urbanas onde os rios e córregos deixam de cumprir suas múltiplas funções e usos e passam a ser somente receptor de dejetos. A população ribeirinha, que lança seus esgotos diretamente nas águas, sofre com o mau cheiro e com o perigo de doenças de veiculação hídrica. Essas águas não podem ser aproveitadas para lazer, pois o contato torna-se um risco à saúde pública. Com isso, verifica-se que a primeira etapa para a recuperação de rios e córregos, tornando-os mais naturais, é sanear e tratar os efluentes antes de lançá-los. As inúmeras “fontes” de esgotos devem ser coletadas, tratadas e depois lançadas corretamente aos cursos d’água. Rio canalizado Assim sendo, conclui-se que, quando houver planejamento de novos locais onde não há coleta de lixo empreendimentos, deverá ser previsto regular. A coleta eficiente em zonas logo na primeira etapa, o tratamento urbanas é outra etapa para o de esgotos, visando a melhoria da saneamento desses cursos d’água. qualidade da água. Mesmo com a coleta ainda se Também tem sido prática observa grande quantidade de material comum utilizar rios e córregos como plástico flutuante, indicando transportadores de lixo, sobretudo em claramente que a água superficial tem sido o lugar preferido pela população Foto: Planágua para se livrar do lixo. Torna-se portanto indispensável implementar a coleta e ao mesmo tempo conscientizar a população ribeirinha da necessidade de dispor o lixo corretamente. Muitos dos rios e córregos, em áreas urbanas, são estrangulados pela urbanização e vias de transportes, prejudicados pelos esgotos sem tratamento e pelo grande volume de lixo, que geram mau cheiro, transmitem doenças e causam enchentes. Isso pode levar, mais tarde, os administradores a Muitos córregos são utilizados como depósito de lixo. Em épocas de enchentes, o lixo se acumula causando inundações 22 outubro/2001
  • 22. - orientação técnica - Revitalização de Rios transformar os leitos dos rios em canalizados até a década de 70, com perfis regulares de concreto, em implantação de galerias, construídas forma de caixa, com margens para esconder as águas poluídas e revestidas, isto é, construir canais ou afastá-las do convívio da população. galerias de concreto. A meta, nesses Entretanto, atualmente se reconhece casos, é transportar as águas rio que esta não foi a solução mais abaixo o mais rápido Foto: Planágua possível, para resolver problemas locais, sem observar o aumento do problema a jusante. Seu destino é a galeria de concreto. Canalizados e enterrados, desaparecem da superfície, correm por debaixo das Lixo retido junto a um pilar de ponte ruas e não existem mais para a população. adequada, pois outros problemas Somente as enchentes e as doenças foram criados. Com programas de lembram a sua existência quando as revitalização podem-se recuperar a galerias não conseguem mais morfologia natural dos rios, de forma transportar as águas excedentes. criteriosa e de modo a libertá-los do Embora o processo de concreto e exercer as suas múltiplas ocupação urbana da Europa tenha funções. sido diferenciado do Brasil, as águas dos rios e córregos também foram Foto: Planágua A urbanização ocupa parte do leito do rio outubro/2001 23
  • 23. Revitalização de Rios - orientação técnica - recreação em zonas densamente Tentativas de soluções povoadas. Quando integrados em parques naturais ou áreas verdes, acessíveis a todos, sua importância Rios e córregos adaptados à aumenta. As águas dispõem de natureza, com águas limpas e espaço suficiente, onde as enchentes salubres, valorizam as regiões podem ocorrer sem causar maiores urbanas e contribuem para melhoria danos à população. da qualidade de vida da população. Para a recuperação de rios e Estes cursos d’água são córregos em áreas urbanas seguem-se importantes, principalmente para a as seguintes diretrizes: . Proporcionar uma evolução dos cursos d’água com áreas adicionais para recuperação de uma morfologia mais natural, dentro do possível . Impedir o lançamento de esgotos sem tratamento em rios e córregos . Impedir a disposição de lixo nas margens e nos leitos de rios e córregos . Promover a melhoria dos rios já canalizados, buscando a valorização da paisagem e adaptando-os para seu aproveitamento, principalmente como área de recreação e lazer Foto: Planágua Esboço de seções tranversais de cursos d’água cujo tipo de recuperação depende da área disponível 24 outubro/2001
  • 24. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: Planágua O rio está sendo canalizado com concreto: a natureza está morrendo Foto: Planágua Esquema de revitalização de córregos Foto: Planágua A recuperação de rios e córregos necessita da preservação de áreas livres disponíveis para sua evolução natural outubro/2001 25
  • 25. Revitalização de Rios - orientação técnica - Para isso, são necessárias as seguintes medidas: Foto: LfW, Munique . Proporcionar a evolução natural dos cursos d’água com mais criatividade e menos concreto Na fase de planejamento urbano deve- se dispor de áreas suficientes nas margens de rios e córregos a fim de propiciar mais áreas verdes ao longo destes. Se esta medida for adotada, pelo menos nas zonas urbanas em expansão, contribuirá bastante para a conservação dos cursos d’água, sem necessidade de grandes investimentos. Este planejamento exige mais criatividade e torna supérfluo investimento com canalização. Exige ainda ativa fiscalização das populações locais e das prefeituras para se evitar Uso da água para recreação infantil invasões. Princípios para o remodelamento de rios e córregos adaptados à natureza: . Buscar a morfologia mais natural dos rios . Prever seções transversais amplas e variadas, respeitando o perfil suficientemente adaptado às enchentes naturais . Arborizar e/ou restabelecer a vegetação espontânea marginal com técnicas de engenharia ambiental . piracema ) a continuidade dos cursos d’água para a fauna migratória ( Restabelecer . Restabelecer locais para aevoluçãoenatural e aaquáticos, sempre que possível, lembrando a importância da desova biótopos dinâmica dos rios e córregos . Modelar biótopos e sua interligação . Facilitar acesso da população à água e às margens para efeito de lazer e recreação . Impedir o lançamento de esgotos tratados ou insuficientemente tratados sem tratamento em rios e córregos sejam lançados em rios e córregos. Para isso é necessário coletar os O tratamento de esgotos é condição efluentes em tubulação específica e inicial para recuperar rios e córregos. transportá-los para uma estação de A meta é não deixar que esgotos não- tratamento. Só depois de tratados 26 outubro/2001
  • 26. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: Planágua podem ser lançados nos rios e córregos. Quanto melhor o tipo de tratamento, melhor a qualidade dos cursos d’água. A melhor técnica de tratamento desses efluentes vai depender das condições locais. Se houver área disponível, os esgotos podem ser tratados em lagoas artificiais ou com métodos combinados ou ainda outros tipos de tratamento. . Impedir a disposição de lixo às margens e no leito dos rios e córregos A degradação de rios e córregos pelo lixo é um grave problema principalmente nas áreas urbanas Um rio com calha de concreto não atende às suas sem coleta de lixo regular. A solução múltiplas funções é importante visando a melhoria da saúde pública e da qualidade dos rios e córregos. A dimensão do problema pode ser observada . Promover a melhoria dos rios já canalizados principalmente depois de enchentes pela abundância de materiais Mesmo com as restrições, diversos acumulados. É tarefa das inquestionáveis, que levaram ao comunidades e da administração emprego maciço de obras hidráulicas, pública encontrar soluções para evitar há possibilidades de mitigação dos estes costumes e estabelecer a impactos e de melhoria ambiental. No coleta regular de lixo. As caso de construção de uma estrada de comunidades podem e devem via urbana, por exemplo, pode-se participar na limpeza e manutenção. aproveitar a oportunidade para remodelar trechos de rios e córregos canalizados, adaptando-os às condições naturais. Foto: Planágua Um trecho de córrego em zona urbana, canalizado, com recuperação espontânea da feição natural ( Itanhangá, Rio de Janeiro ) outubro/2001 27
  • 27. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua Trecho de rio com margens modeladas Foto: Planágua Restam áreas disponíveis para a remodelação do córrego. Coletando- se os esgotos, a água se torna mais limpa e pode servir como zona de recreação para a população ribeirinha Foto: Planágua O homem utiliza as margens de rios e córregos como áreas verdes valorizando a paisagem 28 outubro/2001
  • 28. Revitalização de Rios - orientação técnica - Mata ciliar Foto: Planágua O riginalmente, grande parte do Estado do Rio de Janeiro era coberta de florestas, inclusive nas margens dos rios, onde são chamadas de matas ciliares. Com o desenvolvimento da agricultura e pecuária, as matas ciliares foram cedendo espaço para pastagens ou culturas agrícolas que se estendem até a beira dos rios e corpos d’água, influenciando negativamente a fauna Trecho de rio com matas ciliares local. Foto: Planágua As matas ciliares têm importante papel na ecologia e na hidrologia de uma bacia hidrográfica, pois auxiliam na manutenção da qualidade da água, na estabilidade dos solos das margens, evitando a erosão e o assoreamento, no desenvolvimento e sustento da fauna silvestre aquática e terrestre ribeirinha e na regularização dos regimes dos rios através dos lençóis Trecho do rio sem arborização outubro/2001 29
  • 29. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua freáticos. Elas absorvem ainda quantidades de adubos e defensivos agrícolas excedentes das lavouras, que de outra forma iriam poluir os rios, pois estas matas funcionam como um filtro do escoamento superficial das chuvas. As margens de rio sem arborização sofrem erosão Para conservação dos solos e dos colonizadoras de solos sem recursos hídricos, é imprescindível a cobertura ( pioneiras ), assim como recomposição das matas ciliares com de espécies que necessitam de espécies adequadas a esta sombreamento ou são mais frágeis finalidade. Muitas vezes, são ( secundárias e clímaxes ), de forma espécies adaptadas a excessos a induzir a dinâmica de periódicos de água. Também é desenvolvimento natural e a recomendado o uso de uma mistura formação de uma floresta como a de espécies mais agressivas e original do local. A recomposição de mata ciliar Foto: Planágua se dá em faixas ao longo dos rios e reservatórios, utilizando sempre uma mistura de espécies nativas em geral. O espaçamento pode variar entre, 2m x 2m a 3m x 3m. Para o bom desenvolvimento das mudas, é necessário o controle do capim, com duas ou três roçadas por ano ao redor das mudas, isto nos primeiros anos. Nesta fase podem ser plantadas culturas agrícolas nas faixas entre as mudas; depois de certo tempo, o sombreamento impede que esta prática continue. Também deve ser realizado nos primeiros anos o controle de formigas cortadeiras, através da utilização de iscas apropriadas. É importante o cercamento das áreas de mata ciliar, para que o gado não danifique as mudas, mas sempre deixando um caminho Pastagens substituem as florestas naturais, causando erosão cercado para que este possa saciar 30 outubro/2001
  • 30. - orientação técnica - Revitalização de Rios Outra medida imprescindível é a abertura de aceiros, que são uma Foto: Planágua faixa de três metros de largura, mantida limpa, principalmente na época de seca, de modo a formar uma barreira corta-fogo que evita a propagação de incêndios de pastagens ou culturas agrícolas para a mata ciliar. No anexo 1, estão listadas algumas espécies recomendadas para a recomposição da mata ciliar no Estado do Rio de Janeiro. Mata ciliar hospeda múltiplas espécies de plantas Foto: Planágua Margem de rio com vegetação marginal. A vegetação protege a margem contra processos erosivos da água Foto: Planágua Trecho de rio com grupos de arbustos e árvores outubro/2001 31
  • 31. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua Mata ciliar, proteção da margem e biótopo especial Foto: Planágua Mata ciliar enriquece o complexo ecológico fluvial Foto: Planágua Faixa de mata ciliar 32 outubro/2001
  • 32. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: Planágua Evolução da implantação da mata ciliar. Pré-requisito: área disponível e protegida contra o pastoreio outubro/2001 33
  • 33. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: LfW, Munique A plantação de mudas necessita de assistência, como por exemplo a retirada de ervas daninhas, a poda e a proteção contra o gado Foto: LfW, Munique Faixa marginal com grupos de árvores, com cerca de 5 anos após o plantio, à esquerda. À direita, faixa de proteção não utilizada pela agricultura, para redução da entrada de nutrientes e agrotóxicos no rio e para a redução de erosão Foto: Planágua A mata ciliar, interligando água e terra, hospeda múltiplas espécies de plantas: suas frutas são alimentos para os animais silvestres 34 outubro/2001
  • 34. Revitalização de Rios - orientação técnica - Técnicas de engenharia ambiental A engenharia ambiental utiliza técnicas apropriadas a fim de compatibilizar obras e interesses tais fluviais. Um planejamento adequado que integre a preservação dos corpos como: proteção contra enchentes, hídricos naturais e valorize a drenagem, irrigação, recreação, paisagem, incluindo a proteção das esportes aquáticos, aproveitamento áreas marginais necessárias à hidrelétrico e a proteção das espécies; dinâmica dos rios e córregos é minimizando, desta maneira, os imprescindível para um projeto de impactos ambientais nos sistemas revitalização. Foto: Planágua Proteção de margem com entrançamento de salgueiros outubro/2001 35
  • 35. Revitalização de Rios - orientação técnica - Para o sucesso deste pelo grande valor estético e empreendimento, também é essencial importante função ecológica. O o saneamento dos esgotos sanitários e plantio de galhos de árvores, que a prática de técnicas adaptadas à promove o crescimento de brotos, natureza de modo a reduzir as constitui uma boa técnica de combate interferências e os impactos ao a erosão, juntamente com a utilização mínimo nas funções dos cursos de troncos e ramos de árvores, bem d’água, como por exemplo: como uso de gramíneas e juncáceas. Os materiais utilizados na . Emprego de degraus transversais em engenharia ambiental são substituições aos vertedouros para permitir provenientes, quase sempre, de locais o fluxo migratório das espécies muito próximos do rio. Isto proporciona a redução de custos de transporte e do . A utilização combinada de pedras com empreendimento. É importante vegetação, reduzindo ao máximo o uso de considerar, também, que a concreto implantação dessas medidas, em geral, não necessita de grandes A engenharia ambiental utiliza volumes de obras como nas a técnica de proteção de margens com construções convencionais. Todavia, grama, arbustos e árvores, exige uma boa manutenção, limpeza amplamente empregada na Europa, permanente das áreas circunvizinhas, preservação de árvores antigas, fortalecimento e Foto: LfW, Munique desenvolvimento de plantas com assistência de agrônomos, paisagistas e outros profissionais envolvidos. O sucesso da engenharia ambiental são a sua fácil aplicabilidade e custos reduzidos. A engenharia ambiental tem por princípio: o uso racional de materiais simples, como madeira e pedras, utilizados de forma mais natural, a interdisciplinaridade e o concurso da experiência de Proteção das profissionais margens com qualificados para o entrançamento de varas trato dos ambientes naturais. 36 outubro/2001
  • 36. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: LfW, Munique Entrançamento de varas Foto: UM Baden-Württ Proteção de margem com estacas de madeira outubro/2001 37
  • 37. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: LfW, Munique Troncos de árvores ancorados com estacas para proteção da margem Foto: LfW, Munique Proteção de margem com troncos de árvores ancorados 38 outubro/2001
  • 38. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: LfW, Munique Posicionamento dos espigões e erosão das margens Obs.: Os espigões de madeira ou de pedra devem considerar as diferentes condições de variação da vazão: situação ( de cheias à águas baixas ) para evitar a erosão das margens outubro/2001 39
  • 39. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: UM Baden-Württ Proteção de margem com faxinas no pé do talude e estacas no talude Foto: LfW, Munique Proteção de margem com galhos e plantação de mudas 40 outubro/2001
  • 40. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: UM Baden-Württ Proteção de margem com faxina cilíndrica e estacas Foto: LfW, Munique Proteção de margem com faxinas outubro/2001 41
  • 41. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: LfW, Munique Pedras envolvidas com faxinas de vime ou piaçava Foto: LfW, Munique Proteção de margem com instalação de uma faxina de tela de arame, tecido de coco, pedras, terra e plantas vivas 42 outubro/2001
  • 42. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: LfW, Munique Proteção de margem com instalação de faxinas de salgueiros Foto: LfW, Munique Proteção de margem depois do crescimento dos brotos outubro/2001 43
  • 43. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: UM Baden-Württ Proteção de margem com fixação de árvores cortadas 44 outubro/2001
  • 44. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: LfW, Munique Raízes e pedras grandes para a proteção localizada de margem Foto: LfW, Munique Vertedor de concreto forma barreira para espécies migratórias Foto: LfW, Munique Vertedor substituído por degraus transversais, permite o fluxo migratório das espécies outubro/2001 45
  • 45. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua Vertedor substituído por degraus transversais 46 outubro/2001
  • 46. Revitalização de Rios - orientação técnica - Estudos de casos de revitalização Zona rural ( rio São Pedro ) rocha e cascalho caracterizam seu Situação inicial curso médio. Este rio de montanha tem forte declive e corre por entre blocos de rocha existentes. O rio São Pedro nasce no Pico do Frade e modifica sua declividade, a jusante do povoado de Após cruzar a estrada de Glicério, o rio apresenta um curso com declive mais suave e uma grande Glicério, no município de Macaé, num deposição de seixos grossos. O rio se trecho de colinas. Grandes blocos de ramifica em vários braços formando Mapa: Planágua Bacia do rio São Pedro ( Município de Macaé ) outubro/2001 47
  • 47. Revitalização de Rios - orientação técnica - ilhas cobertas de vegetação. Em época de enchentes, parte das ilhas Sugestões são levadas e novas ilhas se formam modificando a posição do leito, dos braços e forma dos meandros. Na área urbana de Glicério, o rio Depois dessa transição, o rio corre no seu leito natural de rochas apresenta-se meândrico, devido à e seixos. Se houver problemas com baixa declividade e leito arenoso. A os imóveis construídos junto às jusante, o rio se desenvolve em solo margens, será mais econômico a arenoso, escavando seu leito maior e remoção dos mesmos para um novo formando terraços fluviais típicos. local afastado do rio do que revestir Esse processo se iniciou com o a margem para proteção destas desmatamento na segunda metade do construções, que são invasões à século XIX, para a lavoura do café e faixa marginal de proteção. ainda não terminou. Pode-se observar Na zona de transição entre o nos taludes sem vegetação a água trecho de montanha e o de planície, escavando sua base e o material o rio apresenta grande largura e deslizando, tornando impossível a condições naturais mais preservadas. fixação de vegetação nas suas Se a urbanização for permitida muito margens. Se áreas de cultivo não próxima do rio e o seu curso ficar forem afetadas, não se deve influir limitado com obras hidráulicas, ele nesse processo, isto é, não se deve escavará e aprofundará seu leito, revestir as margens. Em alguns deslocando seu trecho de transição, trechos, da estrada para Glicério, que com assoreamentos para jusante. se desenvolve junto ao rio, existem Uma possível intervenção riscos de danos e, apenas nesse caso, nesses sistemas fluviais, acarretará se recomenda proteger as margens. grandes custos para implantação de Foto: Planágua Rio São Pedro, na zona urbana de Glicério, Município de Macaé. O leito é rochoso, com matacões, bem natural e estável 48 outubro/2001
  • 48. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: Planágua Rio São Pedro, a jusante de Glicério. O rio entra na planície, reduz seu declive e começa a depositar areia, seixos e cascalhos obras hidráulicas. Além disso, os diretos e indiretos. problemas a serem solucionados A situação do rio no trecho da transferem-se para jusante, onde os estrada Macaé - Glicério é diferente. moradores reivindicarão os mesmos O rio retira material dos taludes e a tipos de obras hidráulicas. A solução estrada corre risco de desmoronar. mais econômica será, portanto, deixar Como a estrada não pode ser espaço suficiente para o deslocada, face ao alto custo de desenvolvimento natural do rio, isto é, relocação, é necessário proteger a sem urbanização e não influenciando o base do talude contra os processos desenvolvimento próprio do curso erosivos da água e cobrir os mesmos d’água. Os moradores que com vegetação. construíram, ou que irão construir suas Em virtude do substrato casas perto do rio, deverão ser arenoso existente, deve-se utilizar, advertidos dos riscos que estão nesse caso, tecnologia adaptada a sujeitos com as enchentes ordinárias. natureza, de preferência com galhos e A solução mais econômica, eficaz e troncos de árvores. Troncos de segura para o município e seus árvores salientes das margens, moradores é garantir espaço suficiente utilizados como espigões, desviam a para o rio e construir as casas correnteza, construções com materiais guardando distância suficiente das de galhos protegem a base do talude e margens. Os municípios deverão promovem sua arborização definir estas áreas como “non simultaneamente. A vegetação que aedificandi” e exercer a devida cresce assumirá a proteção contra os fiscalização. Obras hidráulicas locais processos erosivos e estabilizará não são convenientes, por causarem, assim a margem e o talude. Exemplos a longo prazo, o revestimento total das de técnicas de engenharia ambiental margens do rio, com altos custos foram apresentados anteriormente. outubro/2001 49
  • 49. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua Na zona de transição entre serras e colinas, o rio São Pedro deposita um cone de aluvião e forma ilhas e braços Foto: Planágua O rio São Pedro se aprofundou no vale arenoso e formou terraços Foto: Planágua Na zona de transição, depositam- se grandes materiais rochosos nas curvas de rios. Observa-se os terraços que o rio formou em tempos recentes ( a partir do desmatamento ) 50 outubro/2001
  • 50. - orientação técnica - Revitalização de Rios Foto: Planágua Trecho de rio escavado no talvegue Foto: Planágua Onde há vegetação, há estabilidade dos taludes nas margens outubro/2001 51
  • 51. Revitalização de Rios - orientação técnica - Foto: Planágua Margem erodida. Com vegetação, estas margens podem ser protegidas Foto: Planágua Erosão dos taludes fluviais. Acima desses taludes passa a estrada Macaé- Glicério, por isso o talude deve ser protegido Mapa: Planágua Construção de engenharia ambiental prevista no rio São Pedro 52 outubro/2001
  • 52. - orientação técnica - Revitalização de Rios Vargem Área urbana ( córrego Vargem Pequena ) Situação inicial Canalização do esgoto O rio Vargem Pequena nasce nas O planejamento prevê a montanhas da Serra do Mar no implantação de coleta de esgotos, maciço da Pedra Branca, no que serão tratados em tanques município do Rio de Janeiro e quase sépticos e depois lançados no rio a não apresenta poluição ou lixo nas jusante da comunidade. O cabeceiras. tratamento de esgotos é pré- No povoado de Mont Serrat, requisito para o saneamento e a situado ao pé das montanhas, o rio revitalização do rio. atravessa a área urbana, com seção No anexo 3 apresenta-se o em forma de trapézio, leito com projeto elaborado para valorizar a cerca de 1m de largura, faixa marginal remanescente e profundidade em relação ao terreno propiciar a melhoria da qualidade adjacente de até 3m e taludes de ambiental de vida da população aproximadamente 1:1, cobertos com local. arbustos e algumas árvores, incluindo bananeiras. Revitalização do Há inúmeros lançamentos de trecho do rio efluentes de esgotos domésticos das casas ribeirinhas, poluindo o rio, Para o saneamento e a recuperação sendo o leito coberto por uma do trecho do rio junto à comunidade de camada de lodo preto-cinza. Mont Serrat é necessário: Foto: Planágua Bacia do rio Vargem Pequena outubro/2001 53