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                      Luiza Wainer




UMA REFLEXÃO SOBRE A CONDIÇÃO DO HOMEM LIVRE NO
   ROMANCE FOGO MORTO, DE JOSÉ LINS DO REGO




                      São Paulo/SP
                          2010
Ninguém queria ser livre. Todos só
desejavam a canga. Bem em cima
 de sua biqueira começou a cantar
um canário cor de gema de ovo. O
           mestre Amaro já estava
acostumado com aquele cantar de
 um pássaro livre. Que cantasse à
                          vontade.

             - José Lins do Rego
     (Fogo Morto, 1978, p. 12-13.)
Uma Reflexão Sobre a Condição do Homem Livre no Romance Fogo Morto, de
                                José Lins do Rego


Introdução


      Fogo Morto é a obra-prima de José Lins do Rego, escrita em 1943. De cunho
realista, o romance é ambientado na Paraíba e procura mostrar o processo de
decadência dos engenhos nordestinos de cana-de-açúcar que perdem seu poder
com o surgimento das usinas e a abolição da escravidão, no final do século XIX e
início do século XX.


      O livro é dividido em três partes conectadas pelos seus personagens. A
primeira aborda o mestre José Amaro, seleiro angustiado e cada vez mais oprimido
com a sua situação atual em relação aos coronéis locais, à sua esposa, à sua filha,
ao negro Floripes e aos boatos de que é um lobisomem. A segunda parte trata da
história de origem do Engenho Santa Fé, de sua prosperidade e de sua decadência.
Já a terceira parte do livro, é uma volta à decadência do presente tratando das
aventuras do Capitão Vitorino cujas ações se pautam no desejo de justiça.


      Fogo Morto situa-se em um período de mudanças econômicas e sociais: os
engenhos tornam-se inativos (transformam-se em fogo morto) dando espaço para as
novas tecnologias agro-manufatureiras (usinas); e a antiga aristocracia rural e mão-
de-obra servil é posta de lado pela classe média urbana e mão-de-obra livre.


Objetivo


      Este trabalho tem como propósito analisar a condição do homem livre - negro
e branco - neste período de transição econômica do engenho canavieiro, mostrando
que as relações pessoais estão muito mais ligadas aos costumes e tradições do que
às novas regras do sistema de produção.
O Homem Negro


      Na segunda parte de Fogo Morto, “O Engenho de Seu Lula”, temos uma
regressão temporal ao período de fundação do Engenho Santa Fé pelo Capitão
Tomás Cabral de Melo, em 1850, ainda na época de escravidão. O negro pertencia
ao senhor de engenho como qualquer outro objeto ou animal de ofício: “negro do
Santa Fé era de verdade besta de carga. O capitão dizia ele mesmo que negro era
só para o trabalho”. (REGO, 1978, p. 137.) Com a morte do Capitão Tomás, o Santa
Fé passa a ser responsabilidade do Coronel Lula, seu genro, e é durante seu mando
que a escravatura é abolida no país.


      Devido à liberdade dos escravos ter sido recém concedida, os homens livres
negros ainda eram considerados sub-humanos, como vemos nesta fala de Vitorino
referindo-se a José Passarinho: “Como é que se tem um negro deste dentro de
casa, meu compadre? É mesmo que morar com um porco.” (REGO, 1978, p. 215,
grifo meu). Essa mesma relação persistente com o período de escravatura pode ser
vista pelas profissões que esses negros agora exerciam, que se assemelham aos
trabalhos serviçais e braçais que faziam quando ainda eram escravos. Como nota
Cordeiro (199-?), a profissão de cada ex-escravo lhe está enraizada, passando a
constituir parte de seu nome próprio, como, por exemplo, Pedro Boleeiro. Isso difere,
por exemplo, dos trabalhadores brancos, cujo nome pode ou não ser precedido pela
sua profissão, como, por exemplo, o tenente Maurício ou o mestre José Amaro.
Vemos, assim, que no romance Fogo Morto a profissão caracteriza intrinsecamente
o personagem, e particulariza todos os aspectos de sua identidade.


      Como exemplo, tomamos José Passarinho, cujo nome já sugere que vivia a
cantar. Depois que a esposa de José Amaro abandonou-o e sua filha foi para um
sanatório, Passarinho passou a viver na casa do seleiro realizando tarefas caseiras.
Passara de escravo a homem livre, trabalhando de graça e realizando tarefas de
cunho servil. Neste meio tempo, como vimos, é maltratado por Vitorino, que o acha
um animal sujo. Quando José Passarinho e José Amaro são presos por suspeita de
envolvimento com o cangaço, Passarinho é fisicamente agredido por soldados.
O Homem Branco


       Tomaremos o mestre José Amaro como exemplo de homem livre branco em
Fogo Morto.


       José Amaro é um seleiro, ofício aprendido com o pai que lhe garante sua
independência e sustento financeiro; sua habilidade é tal que ganhou o status de
mestre. Seu trabalho artesanal é a única coisa sobre o que tem pleno controle,
podendo escolher para quem trabalha e quanto recebe. Por exemplo, recusa a
miséria oferecida pelo Coronel José Paulino, reforçando a condição de
independência de seu ofício: “(...) eu vivo disto (...)” (REGO, 1978, p. 14).


       A propriedade em que vive também foi herdada do pai, embora não lhe
pertença: situa-se no Engenho Santa Fé, terra do coronel Lula de Holanda.


       José Amaro vive em um estado de semi-dependência. Tem a liberdade de
escolha em seu trabalho, mas plena consciência de sua posição social submissa
perante o senhor de engenho (mesmo em decadência). Por viver nas terras de
outrem, precisa mostrar sua submissão e obediência; não é à toa seu sentimento de
perda e sua angústia profunda, quando o coronel o expulsa das terras.


       Pode-se dizer que o homem livre branco era de grande importância na
realidade do Fogo Morto, por ser eleitor de voto livre.




Conclusão


       A liberdade na realidade de Fogo Morto é uma liberdade assistida. Um
homem livre é aquele que age segundo a vontade e a tradição dos engenhos.


       O homem negro tem sua identidade marcada pelo preconceito decorrente de
políticas de posse e de mando. Assim, mesmo livre, o negro acaba sendo vítima de
agressões reminiscentes da sociedade escravocrata. Isso repercute no seu campo
profissional, pois acaba tendo ofícios serviçais ou braçais, como havia antes da
abolição.
Já o homem branco vive em um limbo. É livre em suas escolhas profissionais
e políticas - afinal, é um eleitor livre - todavia, não é dono de terras e depende do
senhor de engenho para ter sua propriedade. Assim, deve mostrar obediência e
fidelidade à aristocracia rural, pois são, nas palavras de Pereira, “gente de alguém”.
(199-?)




Referências


CORDEIRO, Carla de Fátima. II. Os homens negros, resistência e cooptação em
Fogo Morto. UNESP Marilia. POBRES, REBELDES E OUTROS HERÓIS DE
FOGO MORTO. 23 maio 2010.
<http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/BaleianaRede/numero1/jlr3.
htm>.


PEREIRA, Odirlei Dias. II. Trabalho, mando e obediência: as profissões na
primeira parte de Fogo Morto. UNESP Marilia. PROFISSÕES, ANIMAIS E
OBJETOS EM FOGO MORTO. 23 maio 2010.
<http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/BaleianaRede/numero1/jlr2.
htm>.


REGO, José Lins do. Fogo Morto. 10 ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio,
1978.

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Uma reflexão sobre a condição do homem livre no romance Fogo Morto, de José Lins do Rego

  • 1. Fundação Escola de Sociologia e Política Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação Luiza Wainer UMA REFLEXÃO SOBRE A CONDIÇÃO DO HOMEM LIVRE NO ROMANCE FOGO MORTO, DE JOSÉ LINS DO REGO São Paulo/SP 2010
  • 2. Ninguém queria ser livre. Todos só desejavam a canga. Bem em cima de sua biqueira começou a cantar um canário cor de gema de ovo. O mestre Amaro já estava acostumado com aquele cantar de um pássaro livre. Que cantasse à vontade. - José Lins do Rego (Fogo Morto, 1978, p. 12-13.)
  • 3. Uma Reflexão Sobre a Condição do Homem Livre no Romance Fogo Morto, de José Lins do Rego Introdução Fogo Morto é a obra-prima de José Lins do Rego, escrita em 1943. De cunho realista, o romance é ambientado na Paraíba e procura mostrar o processo de decadência dos engenhos nordestinos de cana-de-açúcar que perdem seu poder com o surgimento das usinas e a abolição da escravidão, no final do século XIX e início do século XX. O livro é dividido em três partes conectadas pelos seus personagens. A primeira aborda o mestre José Amaro, seleiro angustiado e cada vez mais oprimido com a sua situação atual em relação aos coronéis locais, à sua esposa, à sua filha, ao negro Floripes e aos boatos de que é um lobisomem. A segunda parte trata da história de origem do Engenho Santa Fé, de sua prosperidade e de sua decadência. Já a terceira parte do livro, é uma volta à decadência do presente tratando das aventuras do Capitão Vitorino cujas ações se pautam no desejo de justiça. Fogo Morto situa-se em um período de mudanças econômicas e sociais: os engenhos tornam-se inativos (transformam-se em fogo morto) dando espaço para as novas tecnologias agro-manufatureiras (usinas); e a antiga aristocracia rural e mão- de-obra servil é posta de lado pela classe média urbana e mão-de-obra livre. Objetivo Este trabalho tem como propósito analisar a condição do homem livre - negro e branco - neste período de transição econômica do engenho canavieiro, mostrando que as relações pessoais estão muito mais ligadas aos costumes e tradições do que às novas regras do sistema de produção.
  • 4. O Homem Negro Na segunda parte de Fogo Morto, “O Engenho de Seu Lula”, temos uma regressão temporal ao período de fundação do Engenho Santa Fé pelo Capitão Tomás Cabral de Melo, em 1850, ainda na época de escravidão. O negro pertencia ao senhor de engenho como qualquer outro objeto ou animal de ofício: “negro do Santa Fé era de verdade besta de carga. O capitão dizia ele mesmo que negro era só para o trabalho”. (REGO, 1978, p. 137.) Com a morte do Capitão Tomás, o Santa Fé passa a ser responsabilidade do Coronel Lula, seu genro, e é durante seu mando que a escravatura é abolida no país. Devido à liberdade dos escravos ter sido recém concedida, os homens livres negros ainda eram considerados sub-humanos, como vemos nesta fala de Vitorino referindo-se a José Passarinho: “Como é que se tem um negro deste dentro de casa, meu compadre? É mesmo que morar com um porco.” (REGO, 1978, p. 215, grifo meu). Essa mesma relação persistente com o período de escravatura pode ser vista pelas profissões que esses negros agora exerciam, que se assemelham aos trabalhos serviçais e braçais que faziam quando ainda eram escravos. Como nota Cordeiro (199-?), a profissão de cada ex-escravo lhe está enraizada, passando a constituir parte de seu nome próprio, como, por exemplo, Pedro Boleeiro. Isso difere, por exemplo, dos trabalhadores brancos, cujo nome pode ou não ser precedido pela sua profissão, como, por exemplo, o tenente Maurício ou o mestre José Amaro. Vemos, assim, que no romance Fogo Morto a profissão caracteriza intrinsecamente o personagem, e particulariza todos os aspectos de sua identidade. Como exemplo, tomamos José Passarinho, cujo nome já sugere que vivia a cantar. Depois que a esposa de José Amaro abandonou-o e sua filha foi para um sanatório, Passarinho passou a viver na casa do seleiro realizando tarefas caseiras. Passara de escravo a homem livre, trabalhando de graça e realizando tarefas de cunho servil. Neste meio tempo, como vimos, é maltratado por Vitorino, que o acha um animal sujo. Quando José Passarinho e José Amaro são presos por suspeita de envolvimento com o cangaço, Passarinho é fisicamente agredido por soldados.
  • 5. O Homem Branco Tomaremos o mestre José Amaro como exemplo de homem livre branco em Fogo Morto. José Amaro é um seleiro, ofício aprendido com o pai que lhe garante sua independência e sustento financeiro; sua habilidade é tal que ganhou o status de mestre. Seu trabalho artesanal é a única coisa sobre o que tem pleno controle, podendo escolher para quem trabalha e quanto recebe. Por exemplo, recusa a miséria oferecida pelo Coronel José Paulino, reforçando a condição de independência de seu ofício: “(...) eu vivo disto (...)” (REGO, 1978, p. 14). A propriedade em que vive também foi herdada do pai, embora não lhe pertença: situa-se no Engenho Santa Fé, terra do coronel Lula de Holanda. José Amaro vive em um estado de semi-dependência. Tem a liberdade de escolha em seu trabalho, mas plena consciência de sua posição social submissa perante o senhor de engenho (mesmo em decadência). Por viver nas terras de outrem, precisa mostrar sua submissão e obediência; não é à toa seu sentimento de perda e sua angústia profunda, quando o coronel o expulsa das terras. Pode-se dizer que o homem livre branco era de grande importância na realidade do Fogo Morto, por ser eleitor de voto livre. Conclusão A liberdade na realidade de Fogo Morto é uma liberdade assistida. Um homem livre é aquele que age segundo a vontade e a tradição dos engenhos. O homem negro tem sua identidade marcada pelo preconceito decorrente de políticas de posse e de mando. Assim, mesmo livre, o negro acaba sendo vítima de agressões reminiscentes da sociedade escravocrata. Isso repercute no seu campo profissional, pois acaba tendo ofícios serviçais ou braçais, como havia antes da abolição.
  • 6. Já o homem branco vive em um limbo. É livre em suas escolhas profissionais e políticas - afinal, é um eleitor livre - todavia, não é dono de terras e depende do senhor de engenho para ter sua propriedade. Assim, deve mostrar obediência e fidelidade à aristocracia rural, pois são, nas palavras de Pereira, “gente de alguém”. (199-?) Referências CORDEIRO, Carla de Fátima. II. Os homens negros, resistência e cooptação em Fogo Morto. UNESP Marilia. POBRES, REBELDES E OUTROS HERÓIS DE FOGO MORTO. 23 maio 2010. <http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/BaleianaRede/numero1/jlr3. htm>. PEREIRA, Odirlei Dias. II. Trabalho, mando e obediência: as profissões na primeira parte de Fogo Morto. UNESP Marilia. PROFISSÕES, ANIMAIS E OBJETOS EM FOGO MORTO. 23 maio 2010. <http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/BaleianaRede/numero1/jlr2. htm>. REGO, José Lins do. Fogo Morto. 10 ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1978.